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Aula 81 Legislacao Especial Aula 06

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CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL EM EXERCÍCIOS – AJAJ - STJ 
PROFESSOR: MARCOS GIRÃO 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
1
 
AULA – 06 
 
Estimado futuro Analista do STJ, 
Estamos chegando à reta final de nosso curso, infelizmente... 
Disse estamos chegando, porque esta não será a sua última aula!! 
Atendendo a pedidos, ministraremos uma aula extra que tratará sobre mais 
uma Lei de seu edital: a Lei 11.340/06, a famosa Lei Maria da Penha. Aguarde 
que logo em breve você também terá a oportunidade e o privilégio de estudá-
la em exercícios!! 
Bom, nesta aula resolveremos questões de mais uma importantíssima Lei 
Especial: a Lei Federal nº 9.605/98, mais vulgarmente conhecida como a Lei 
de Crimes Ambientais. 
Esta lei foi criada por que a partir da nossa Constituição de 1988, o meio 
ambiente se torna um direito comum, um direito de todos. Todas as pessoas 
têm direito a um meio ambiente equilibrado, e se uma pessoa danifica este 
bem, a vítima será toda a sociedade. Pois esse é o escopo dessa norma: dispor 
sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades 
lesivas ao meio ambiente. 
Fiz uma grande pesquisa em provas recentes da nossa querida banca e 
acredito ter trazido mais de 80% do histórico de questões sobre o tema. Você 
verá, com o andar das explicações, que a resolução delas será também uma 
maravilha!! 
Concentração total, foco e objetivo!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2
QUESTÕES DE SUA AULA 
 
I – LEI 9.605/98 – CRIMES AMBIENTAIS 
 
[CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PB - 2011] Considerando a disciplina 
legal dos crimes contra o meio ambiente, julgue os itens a seguir. 
01. Incidem nas penas previstas em lei, na medida de sua culpabilidade, as 
pessoas que, tendo conhecimento da conduta criminosa de alguém contra o 
ambiente e podendo agir para evitá-la, deixem de impedir sua prática. 
02. As sanções penais aplicáveis às pessoas físicas pela prática de crimes 
ambientais são as penas restritivas de direitos e multa, mas não, as privativas 
de liberdade. 
03. A responsabilidade penal por crimes ambientais está integralmente 
amparada no princípio da culpabilidade; desse modo, os tipos penais previstos 
na lei que dispõe sobre os crimes ambientais (Lei n.º 9.605/1998) só se 
consumam se os delitos forem praticados dolosamente. 
 
04. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/SE - 2008] As penas restritivas de 
direito especificamente aplicáveis aos crimes ambientais, previstas na Lei n.º 
9.605/1998, não incluem a prestação pecuniária à vítima ou à entidade pública 
ou privada com fim social e a prestação de serviços à comunidade junto a 
parques públicos. 
 
05. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA FEDERAL – 2004] 
Bartolomeu, pessoa com baixo grau de instrução, foi preso em flagrante pela 
prática de ato definido como crime contra a fauna. Nessa situação, o baixo 
grau de instrução de Bartolomeu não exclui a sua culpabilidade, mas constitui 
circunstância que atenuaria a sua pena no caso de eventual condenação penal. 
 
06. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/MT - 2005] Considere a seguinte 
situação hipotética. Um comerciante com baixíssimo grau de escolaridade 
aproveitou-se de uma área de cerrado pertencente a um parque nacional, 
próxima ao seu estabelecimento, e passou a depositar ali produtos químicos 
com validade vencida, provocando a morte da vegetação circundante ao local 
de rejeitos, além da contaminação do solo, incorrendo, assim, em crime 
ambiental por causar dano à unidade de conservação. 
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3
Nessa situação, o fato de o comerciante ter pouca instrução em nada 
influenciará na dosimetria da pena a que ele for condenado. 
 
07. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/AL - 2008] Dispõe o CP que a 
omissão é penalmente relevante quando o agente devia e podia agir para 
evitar o resultado. Como o art. 225 da CF prevê que todos os cidadãos têm a 
obrigação de preservar o meio ambiente para as gerações futuras, não é 
necessário que se comprove que o agente podia e devia agir para evitar o 
resultado de crime contra o meio ambiente. 
 
08. [CESPE – JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – TRF 5ª - 2007] De acordo 
com a teoria do risco integral, a responsabilidade civil por dano ambiental não 
é afastada em face da ocorrência de caso fortuito, e o agente causador do 
dano fica sujeito à obrigação de repará-lo. 
 
09. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA FEDERAL – 2004] Um 
delegado de polícia federal determinou abertura de inquérito para investigar 
crime ambiental, apontando como um dos indiciados a madeireira Mogno S.A. 
Nessa situação, houve irregularidade na abertura do inquérito porque pessoas 
jurídicas não podem ser consideradas sujeitos ativos de infrações penais. 
 
10. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/MT - 2005] A legislação brasileira 
consagrou a responsabilidade penal da pessoa jurídica, contudo não previu a 
desconsideração da pessoa jurídica na hipótese de sua personalidade ser 
obstáculo à reparação dos prejuízos causados à qualidade do meio ambiente. 
 
11. [CESPE – JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – TRF 5ª - 2007] Conforme a 
teoria da dupla imputação, somente ocorrerá a responsabilidade penal da 
pessoa jurídica em crimes ambientais se houver a imputação simultânea do 
ente moral e da pessoa física que atua em seu nome ou em seu benefício. 
 
12. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/AC – 2008] Em 
crimes ambientais, em se tratando de condutas e atividades lesivas ao meio 
ambiente, poderá haver a responsabilização penal da pessoa jurídica, desde 
que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal, no 
interesse da sua entidade. 
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13. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] 
Segundo a lei que dispõe sobre sanções penais e administrativas derivadas de 
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, é possível a responsabilização 
penal da pessoa jurídica. 
 
14. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/AC - 2007] Em relação à tutela 
penal ambiental, a responsabilidade penal da pessoa jurídica independe da 
cominação de sanção administrativa em relação ao mesmo fato e somente 
pode existir nos casos em que a ação ou a omissão ocorrerem no interesse ou 
no benefício do ente coletivo. 
 
15. [CESPE – JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – TRF 5ª - 2005] Um órgão do 
Ministério Público ofereceu denúncia contra uma pessoa jurídica de direito 
privado e dois de seus administradores por crime contra o meio ambiente, por 
causarem poluição em leito de um rio interestadual, por meio de lançamento 
de resíduos, tais como graxas, óleo, lodo, areia e produtos químicos, 
resultantes da atividade do estabelecimento comercial. Nessa situação, de 
acordo com entendimento do STJ, a pessoa jurídica não pode ser sujeito 
passivo de crime ambiental. 
 
16. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] A 
pessoa jurídica poderá ser alcançada administrativa, civil e penalmente nos 
casos em que a conduta ou atividade lesiva ao meio ambiente seja cometida 
por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão 
colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. 
 
[FUNRIO – POLICIA RODOVIARIA FEDERAL – 2009] A Lei 9.605/98 
dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e 
atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Assim, dispõe 
que quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos 
nesta Lei incide nas penas a estes cominadas, na medida dasua culpabilidade, 
bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão 
técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica que, 
sabendo da conduta criminosa de outrem, deixe de impedir a sua prática, 
quando puder agir para evitá-la. Neste sentido, julgue os itens a seguir. 
17. As pessoas jurídicas serão responsabilizadas somente na esfera 
administrativa e civil conforme o disposto na lei 9.605/98, nos casos em que a 
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infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, 
ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. 
18. A responsabilidade das pessoas jurídicas exclui a das pessoas físicas, 
autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato. 
19. As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e 
penalmente conforme o disposto na lei 9.605/98, nos casos em que a infração 
seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu 
órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. 
20. A pessoa física poderá ser desconsiderada sempre que sua personalidade 
for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio 
ambiente. 
 
21. [CESPE – JUIZ SUBSITITUTO – TJ/PB - 2011] Por se tratar de ente 
fictício, a pessoa jurídica não pode ser sujeito ativo dos crimes ambientais. 
 
22. [CESPE – JUIZ SUBSITITUTO – TJ/PB - 2011] Aceita-se a 
responsabilização penal da pessoa jurídica em crimes ambientais, 
independentemente de ser ela denunciada em coautoria a pessoa física que 
tenha agido com elemento subjetivo próprio na mesma infração penal. 
 
23. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TRF 5ª - 2011] Consoante a 
jurisprudência do STJ, a necessidade de dupla imputação nos crimes 
ambientais tem como fundamento o princípio da indivisibilidade, o qual se 
aplica, por exceção, nessa hipótese, e por não se admitir responsabilização 
penal da pessoa jurídica dissociada da pessoa física. 
 
24. [CESPE – JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – TRF 5ª - 2007] A proibição 
de contratar com a administração pública por período de até três anos constitui 
sanção administrativa autônoma, podendo ser aplicada pela autoridade 
juntamente com pena de embargo de obra, em caso de concurso de infrações 
ambientais. 
 
25. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] A 
ação penal para todos os delitos previstos na lei que dispõe acerca das sanções 
penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio 
ambiente é, exclusivamente, pública incondicionada. 
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26. [CESPE – JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – TRF 5ª - 2006] Em regra, o 
processo e o julgamento dos crimes ambientais é de competência da justiça 
federal. 
 
27. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] Em 
regra, a competência para processar e julgar os crimes contra a fauna é da 
justiça federal, uma vez que a proteção ao meio ambiente, conforme 
disposição da Constituição Federal, é dever da União. 
 
28. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] 
Considere que um fazendeiro, nos limites de sua propriedade rural, abata 
espécime da fauna silvestre brasileira sem autorização do órgão competente, 
visando proteger seu rebanho da ação predatória do animal. Nessa situação, o 
fato é atípico, pois a legislação ambiental expressamente prevê essa 
excludente. 
 
29. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] 
Constitui crime cuja pena é de seis meses a um ano e multa matar, perseguir, 
caçar, apanhar ou utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota 
migratória, em desacordo com as prescrições legais pertinentes. Assim, diante 
de uma ocorrência policial dessa natureza e não havendo causas de aumento 
de pena, a autoridade policial competente deverá lavrar termo circunstanciado, 
em face da incidência de delito de menor potencial ofensivo. 
 
30. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA FEDERAL – 2009] A 
prática de maus-tratos contra animais domésticos é considerada crime contra 
o meio ambiente, sendo a morte do animal causa especial de aumento de 
pena. 
31. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/AC - 2007] O abate de animal da 
fauna silvestre, quando realizado para a proteção de plantações ou rebanhos, 
não constitui crime; a lei, porém, exige que haja autorização expressa do 
órgão ambiental competente. 
[CESPE – AGENTE DE POLICIA SUBST.– POLICIA CIVIL/RN – 2008] 
Paul, cidadão britânico e presidente de organização nãogovernamental para 
proteção aos cachorros, em visita ao Brasil para divulgar os trabalhos de sua 
organização, presenciou, em um pet shop, o corte das caudas de três filhotes 
de cachorro da raça rottweiler. Inconformado, Paul compareceu à delegacia 
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mais próxima no intuito de formalizar uma representação criminal contra o 
médico veterinário responsável pelo estabelecimento comercial. A partir dessa 
situação hipotética e com base na Lei n.º 9.605/1998 (crimes contra o meio 
ambiente), julgue o item a seguir. 
32. A representação não deverá ser formalizada pela autoridade policial, pois 
Paul, além de não ser cidadão brasileiro, não presenciou nenhuma infração 
penal. 
 
33. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/MT - 2005] Alguém que, ao passar 
por um logradouro público, em manobra imprudente, desgoverna o carro e 
derruba uma árvore pode incorrer em sanção administrativa, mas nunca em 
sanção penal, pois a conduta de destruir ou maltratar plantas de logradouros 
públicos só admite a modalidade dolosa e não a culposa. 
 
34. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/AC - 2007] A existência de 
autorização válida do órgão ambiental para o corte de árvores em floresta de 
preservação permanente atua como causa de exclusão de pena no crime 
previsto no art. 39 da Lei n.º 9.605/1998 (“Cortar árvores em floresta 
considerada de preservação permanente, sem permissão da autoridade 
competente”). 
 
35. [CESPE – JUIZ SUBSITITUTO – TJ/PB - 2011] O ato de soltar balões 
somente se caracteriza como crime contra o meio ambiente se, em 
consequência da conduta, houver incêndio em floresta ou em outras formas de 
vegetação, em áreas urbanas ou em qualquer tipo de assentamento humano 
 
36. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/MT - 2005] Considere a seguinte 
situação hipotética. Um navio com produtos químicos altamente tóxicos 
chocou-se contra uma rocha e derramou em um rio grande quantidade da 
carga, provocando enorme poluição hídrica, com graves ameaças de danos à 
saúde dos ribeirinhos e pescadores. 
Nessa situação, se — segundo listagem do IBAMA — algumas espécies animais 
ameaçadas de extinção forem atingidas, o autor do crime de poluição, no caso, 
terá sua pena agravada. 
 
37. [CESPE – JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – TRF 5ª - 2007] Admite a 
tentativa qualquer modalidade do crime previsto no art. 54 da Lei n.º 
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9.605/1998, assim definido: “causar poluição de qualquer natureza em níveis 
tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana ou que 
provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora”. 
 
38. [CESPE – JUIZ SUBSITITUTO – TJ/PB - 2011] A emissão, em bares, 
de sons e ruídos muito acima do volume permitido constitui infração penal 
ambiental descrita na lei de regência como poluição de natureza geral, passível 
de causar danos à saúde humana. 
 
39. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TRF5ª - 2011] O delito ambiental 
consistente em instalar, sem licença dos órgãos ambientais competentes, em 
qualquer parte do território nacional, estabelecimento potencialmente poluidor 
só se configura se a poluição gerada tiver potencial de, ao menos, causar 
danos à saúde humana. 
 
40. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/MT - 2005] Considere a seguinte 
situação hipotética. Um jovem rebelde de 18 anos de idade escalou o mais alto 
prédio público de determinada cidade e nele promoveu pichação com suas 
iniciais, tendo sido surpreendido no ato pela segurança do edifício. 
 
GABARITO 
 
1 2 3 4 5 6 7 8 
C E E E C E C C 
9 10 11 12 13 14 15 16 
E E C C C C E C 
17 18 19 20 21 22 23 24 
E E C C E E E C 
25 26 27 28 29 30 31 32 
C C E E E C E E 
33 34 35 36 37 38 39 40 
E C E C E E E E 
 
 
 
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RESOLUÇÃO E REVISÃO 
 
[CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PB - 2011] Considerando a disciplina 
legal dos crimes contra o meio ambiente, julgue os itens a seguir. 
01. Incidem nas penas previstas em lei, na medida de sua 
culpabilidade, as pessoas que, tendo conhecimento da conduta 
criminosa de alguém contra o ambiente e podendo agir para evitá-la, 
deixem de impedir sua prática. 
O crime ambiental é conceituado como um fato típico e antijurídico que 
cause danos ao meio ambiente. 
Assim, partindo do pressuposto constitucional de que não há crime sem 
lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal (art. 5º, inc. 
XXXIX, da CF/88), para uma conduta ser enquadrada como crime ambiental, 
deve estar expressamente prevista na Lei dos Crimes Ambientais. 
Dessa forma, por exemplo, estudaremos que o ato de exportar peles e 
couros, por mais danosa e perniciosa que possa ser ao meio ambiente, não 
constitui crime se praticada com autorização da autoridade ambiental 
competente. 
Conclui-se, portanto, que nem toda atividade que causa danos ao meio 
ambiente será, forçosamente, crime ambiental, uma vez que tal qualificação 
depende do enquadramento aos termos da legislação ambiental. 
Vamos então conhecer cada um dos crimes tipificados na Lei 9.605/98, 
mais precisamente aqueles mais importantes para a sua prova. Antes disso, no 
entanto, precisamos estudar conceitos importantíssimos que servirão de base 
para o seu aprendizado. 
O sujeito passivo dos crimes ambientais é sempre a coletividade, 
conforme se depreende do art. 225, da Constituição Federal que assim 
estabelece: 
CF/88 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e 
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo 
para as presentes e futuras gerações. 
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De tal sorte, todos nós somos sujeitos passivos do crime ambiental. 
O sujeito ATIVO dos crimes ambientais, de tal sorte, pode ser 
qualquer pessoa física ou jurídica. 
Trataremos, nesse primeiro momento, sobre o regramento a respeito das 
pessoas FÍSICAS como sujeito ativo dos crimes ambientais. 
A Lei 9.605/98, em seu art. 2º, versa que quem, de qualquer forma, 
concorre para a prática dos crimes nela previstos, incide nas penas a estes 
cominadas, na medida da sua culpabilidade. 
Atenção, pois dentre os sujeitos ativos estão: 
� o DIRETOR; 
� o ADMINISTRADOR; 
� o MEMBRO DE CONSELHO E DE ÓRGÃO TÉCNICO; 
� o AUDITOR; 
� o GERENTE; 
� o PREPOSTO ou MANDATÁRIO de pessoa jurídica. 
A culpabilidade dos sujeitos descritos no quadro acima é caracterizada 
por OMISSÃO, uma vez que o supracitado artigo da Lei dispõe que são eles 
culpados se deixarem de impedir a prática de crimes, quando PODIAM 
AGIR para evitá-la. 
Toda a disposição contida neste art. 2º admite o CONCURSO DE 
PESSOAS inspirada no art. 29 do Código Penal, que assim regulamenta: 
Código Penal 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime 
incide nas penas a este cominadas, na medida de sua 
culpabilidade. 
Além do concurso puramente de pessoas físicas, ainda admite-se o 
concurso de pessoas no que tange às pessoas jurídicas, pois além desta 
pessoa jurídica, ainda existem pessoas físicas que tem alguma finalidade com 
a prática delituosa. 
Percebe-se também que crime pode ser praticado por omissão 
imprópria, ou seja, existe um sujeito que é garantidor daquele crime 
ambiental, e que ainda pode evitá-lo, mas se omite. Esta pessoa responde 
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como partícipe do crime, com elemento culpa, pois foi negligente e permitiu 
que fosse praticado o delito. 
Para que seja configurada a responsabilidade penal, seja de pessoas 
físicas ou jurídicas, será necessário apurar o dolo ou a culpa (negligência, 
imperícia ou imprudência) dos agentes responsáveis. Não nos esqueçamos de 
que o Direito Ambiental está permeado dos valores que inspiram os Direitos 
Humanos, da mesma forma que o Direito Internacional dos Direitos Humanos 
está indissoluvelmente atado à proteção do meio ambiente. Defender a 
responsabilidade penal sem culpa por danos ao meio ambiente será antes de 
mais nada afrontar a dignidade humana. 
Voltando à nossa questão, concluímos que ela está certíssima!! Estamos 
diante de uma reprodução quase que fiel do art. 2º da Lei 9.605/98 o qual 
estabelece que quem, de qualquer forma, concorrer para a prática dos crimes 
ambientais, incidirá nas penas a estes cominadas, na medida da sua 
culpabilidade. Ele também nos traz um rol de pessoas que também podem ser 
culpadas se deixarem de impedir a prática de crimes ambientais quando 
podiam agir para evitá-la. 
Gabarito: CERTO 
 
02. As sanções penais aplicáveis às pessoas físicas pela prática de 
crimes ambientais são as penas restritivas de direitos e multa, mas 
não, as privativas de liberdade. 
 Bom, você já sabe que qualquer pessoa FÍSICA que de qualquer 
forma, concorra para a prática dos crimes ambientais, incidirá nas penas a 
estes cominadas na medida da sua culpabilidade. 
E a que tipos de penas tipos a Lei 9.605/98 sujeita essas pessoas? 
Resposta: 
� Penas RESTRITIVAS DE LIBERDADE 
� Penas RESTRITIVAS DE DIREITO 
As penas restritivas de liberdade você já deve estar cansado de saber 
são a DETENÇÃO e a RECLUSÃO, a depender do que estiver estabelecido para 
cada tipo penal previsto na referida Lei. Agora, quanto às penas restritivas de 
DIREITO, trataremos delas logo adiante. 
Assim, já temos então a resposta de nossa assertiva!! Não tenha 
dúvidas: contrariando o que ela afirma, as penas privativas de liberdade são, 
assim como as penas restritivas de direitos e multa, também aplicáveis às 
pessoas físicas pela prática de crimes ambientais. O contrário do que d 
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12
Gabarito: ERRADO 
 
03. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/SE - 2008] As penas restritivas 
de direito especificamente aplicáveis aos crimes ambientais, previstas 
na Lei n.º 9.605/1998, não incluem a prestação pecuniária à vítima ou 
à entidade pública ou privada com fim social e a prestação de serviços 
à comunidade junto a parques públicos. 
Sobre as penas restritivas de direito para aquelas pessoas físicas que 
cometem crimes ambientais, temos a primeira e importantíssima informação 
para a sua prova: 
� As penas restritivas de direitos TERÃO A MESMA DURAÇÃO da privativa 
de liberdade substituída. 
Para a aplicação da pena, o juiz, em primeiro lugar, fixa a pena privativade liberdade e, logo após, a substitui pela restritiva de direitos que terá a 
mesma duração da substituída. 
Mas aí você me pergunta: professor, o juiz sempre substituirá a pena 
restritiva de liberdade pela restritiva de direitos? 
Nem sempre, pois a Lei 9605/98 estabelece, em seu art. 7º, que as 
penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de 
liberdade quando: 
� tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de 
liberdade inferior a 04 anos; 
� a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a 
personalidade do condenado, bem como os motivos e as 
circunstâncias do crime indicarem que a substituição seja 
suficiente para efeitos de reprovação e prevenção do crime. 
E quais são então essas penas restritivas de direito que podem ser 
aplicadas em matéria ambiental? 
São elas: 
 a prestação de serviços à comunidade; 
 a interdição temporária de direitos; 
 a suspensão parcial ou total de atividades; 
 a prestação pecuniária e; 
 o recolhimento domiciliar. 
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 Vamos analisar cada uma!! 
 
� A prestação de serviços à comunidade 
 
A prestação de serviços à comunidade consiste na atribuição ao 
condenado de tarefas gratuitas realizadas em parques e jardins públicos e 
unidades de conservação, e, no caso de dano ambiental praticado contra coisa 
particular, pública, ou tombada, a pena consiste na restauração desta, se 
possível. 
É um tipo de pena não institucional, ou seja, é executada em liberdade, e 
sem qualquer vinculação com estabelecimento prisional. É também PENA 
ALTERNATIVA, ou seja, é sanção de natureza criminal, porém diversa da 
prisão. 
É pena de serviços à comunidade pela prática de crime ambiental é 
sempre cumprida em parques, jardins, e unidades de conservação, sendo que 
estas são: 
� espaços territoriais e seus recursos ambientais, e águas, com 
características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo Poder 
Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime 
especial de administração, e com garantias especiais de proteção. (Lei 
federal nº 9.985, de 18 de julho de 2.000). 
Se o bem danificado for particular, público ou tombado, a pena constitui 
na restauração dele, mas perceba a ressalva: SE POSSÍVEL. 
 
� A interdição temporária de direitos 
 
A interdição temporária de direitos consiste na proibição do 
condenado: 
� de contratar com o Poder Público; 
� de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefícios; 
� de participar de licitações, pelo prazo de 05 anos, no caso de crimes 
dolosos; 
� de participar de licitações pelo prazo de 03 anos, no caso de crimes 
culposos. 
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É importante ressaltar, caro aluno, que tal interdição temporária de 
direitos difere sensivelmente da prevista no Código Penal, em seu art. 
47, que prevê outras hipóteses de interdição temporária de direitos. Quando a 
questão de sua prova tratar de crimes ambientais, e te pedir o conhecimento 
dessa pena, o seu link tem que ser feito com as disposições acima, que estão 
previstas na Lei 9.605/98 (art. 10) e não nas previstas no CP (art. 47). 
Cabe destacar ainda que com o término do cumprimento da pena, 
termina também a interdição temporária a que o condenado é submetido 
podendo, portanto, contratar com o poder público, receber incentivos fiscais e 
participar de licitações. 
 
� A suspensão parcial ou total de atividades 
 
Essa é bem simples e óbvia!! 
A suspensão parcial ou total de atividades será aplicada quando tais 
atividades não estiverem obedecendo às prescrições legais. 
 
� A prestação pecuniária 
 
A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima ou 
à entidade pública ou privada com fim social, de importância fixada pelo juiz, 
entre 01 e 360 salários mínimos, sendo que o valor da prestação pecuniária 
será deduzido do montante de eventual reparação civil a que for condenado o 
infrator. 
Consiste no pagamento de multa, em razão de prática de dano 
ambiental, que é fixada de acordo com o dano causado, ou do impacto sofrido 
pelo meio ambiente. O juiz escolherá o quantum que ficará responsável ao 
condenado a pagar dentro dos limites e condições expresso anteriormente. 
Poderá o juiz parcelar o pagamento desta pena. 
O valor destinado desta multa não será para o Poder Judiciário, pois o 
valor que está sendo pago pelo infrator é de total finalidade social, sendo 
assim destinadas a entidades públicas ou privadas com finalidade social. 
 
A multa será calculada segundo os critérios do Código Penal; se revelar-
se ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada até 
03 vezes, tendo em vista o valor da vantagem econômica auferida. 
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� O Recolhimento domiciliar 
 
O recolhimento domiciliar é baseado na autodisciplina e senso de 
responsabilidade do condenado que deverá, SEM VIGILÂNCIA, trabalhar, 
frequentar curso ou exercer atividade autorizada e permanecer recolhido 
nos dias e horários de folga na própria residência, ou em sua moradia 
habitual. 
É importante que o art. 79 da Lei 9.605/98 estabelece que serão a ela 
aplicadas subsidiariamente as disposições do Código Penal e do Código de 
Processo Penal. Assim, o condenado será transferido do regime aberto ou 
domiciliar se praticar crime doloso, se frustrar os fins de execução, ou se 
podendo, não pagar a multa cumulativamente aplicada, nos termos do art. 36, 
§ 2º, do Código Penal. 
Conhecidas então as penas restritivas de direito, saiba que tanto para a 
imposição quanto para a gradação destas e das penas restritivas de liberdade, 
a autoridade competente terá que observar alguns requisitos quais sejam: 
� a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas 
consequências para a saúde pública e para o meio ambiente; 
� os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de 
interesse ambiental; 
� a situação econômica do infrator, no caso de multa. 
Diante do exposto, em oposição ao que afirma a questão em análise, não 
há dúvidas que tanto a prestação pecuniária à vítima ou à entidade pública ou 
privada com fim social como a prestação de serviços à comunidade junto a 
parques públicos são sim penas restritivas de direito aplicáveis aos crimes 
ambientais, previstas na Lei n.º 9.605/1998. 
Gabarito: ERRADO 
 
 
04. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA FEDERAL – 2004] 
Bartolomeu, pessoa com baixo grau de instrução, foi preso em 
flagrante pela prática de ato definido como crime contra a fauna. 
Nessa situação, o baixo grau de instrução de Bartolomeu não exclui a 
sua culpabilidade, mas constitui circunstância que atenuaria a sua 
pena no caso de eventual condenação penal. 
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Existem situações previstas na Lei 9.605/98 que podem ATENUAR 
(aliviar) ou AUMENTAR as penas até aqui estudadas. 
Quando estamos dizendo que a lei de crimes ambientais traz algumas 
circunstâncias atenuantes específicas, é exatamente porque são situações que 
são específicas de crimes contra o meio ambiente, diferente das atenuantes 
genéricas, que se encontram elencadas nos artigos 60 e 61, do Código Penal. 
Conforme o que versa o art. 14 da Lei 9.605/98, são circunstâncias que 
atenuam a pena: 
 BAIXO GRAU de instrução ou escolaridade do agente; 
 ARREPENDIMENTO DO INFRATOR, manifestado pela espontâneareparação do dano, ou limitação significativa da degradação ambiental 
causada; 
 COMUNICAÇÃO PRÉVIA PELO AGENTE do perigo iminente de degradação 
ambiental; 
 COLABORAÇÃO com os agentes encarregados da vigilância e do controle 
ambiental; 
Nos crimes de matéria ambiental, ao contrário dos demais crimes, as 
circunstâncias atenuantes são aplicadas a critério do juiz. Isso porque 
enquanto o art. 14 da Lei dos Crimes Ambientais reza apenas que “São 
circunstâncias que atenuam a pena”, o Código Penal estabelece que “São 
circunstâncias que sempre atenuam a pena”, para demonstrar a aplicação 
obrigatória das circunstâncias. 
O quantum da atenuação fica a critério do juiz, que a aplicará sobre a 
pena-base. 
A Lei 9.605/98 também prevê circunstâncias que agravam a pena para 
crimes ambientais. Elas constituem matéria delicada, e que, para sua 
aplicação, precisa ser analisada de forma detida e minuciosa pelo aplicador 
do direito. 
Primeiramente, vamos conhecer cada uma delas e, em seguida, bater 
um papo mais detalhados sobre essas circunstâncias. O art. 15 da Lei de 
Crimes Ambientais estabelece que são circunstâncias que agravam a pena, 
quando não constituem ou qualificam o crime: 
 
 A REINCIDÊNCIA nos crimes de natureza ambiental; 
 O fato de o agente ter cometido a infração nas seguintes 
SITUAÇÕES: 
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� para obter vantagem pecuniária; 
� coagindo outrem para a execução material da infração; 
� afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou 
o meio ambiente; 
� concorrendo para danos à propriedade alheia; 
� atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por 
ato do Poder Público, a regime especial de uso; 
� atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos; 
� em período de defeso à fauna; 
� em domingos ou feriados; 
� à noite; 
� em épocas de seca ou inundações; 
� no interior do espaço territorial especialmente protegido; 
� com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais; 
� mediante fraude ou abuso de confiança; 
� mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização 
ambiental; 
� no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por 
verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais; 
� atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das 
autoridades competentes; 
� facilitada por funcionário público no exercício de suas funções. 
 
Para a sua prova, não tem segredo nem mágica!! Apesar de não ser uma 
tarefa muito prazerosa, é de suma importância que você memorize essas 
agravantes de pena e não as esqueça!! 
Atenção: as circunstâncias acima elencadas agravam a pena QUANDO 
NÃO CONSTITUEM OU QUALIFICAM O CRIME, uma vez que se a 
circunstância já constitui elemento do tipo, ou circunstância que o qualifique, 
não pode servir também para agravar a pena, o que é proibido em direito 
penal pelo princípio non bis in idem - não se devem aplicar duas penas sobre a 
mesma infração. 
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Para que você possa compreender melhor, a título de exemplo, a Lei dos 
Crimes Ambientais prevê crime contra a fauna, com a hipótese qualificadora 
em que o crime é praticado em unidade de conservação. 
Dessa forma, a prática do crime “em unidade de conservação” já 
constitui circunstância qualificadora do tipo penal, e não pode, dessa forma, 
sofrer incidência de uma das agravantes acima previstas (atingindo áreas de 
unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a regime 
especial de uso) porque se isso ocorresse, o crime seria aumentado duas vezes 
em razão do mesmo fato, o que é proibido. 
Olhando para a nossa questão, agora ficou fácil!! O baixo grau de 
instrução ou escolaridade do agente é uma das circunstâncias atenuantes de 
pena para crimes ambientais, regulamentadas pela Lei 9.605/98. Logo, o baixo 
grau de instrução de Bartolomeu atenuará sim a sua pena no caso de eventual 
condenação penal por este tipo de crime. 
Gabarito: CERTO 
 
05. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/MT - 2005] Considere a seguinte 
situação hipotética. Um comerciante com baixíssimo grau de 
escolaridade aproveitou-se de uma área de cerrado pertencente a um 
parque nacional, próxima ao seu estabelecimento, e passou a 
depositar ali produtos químicos com validade vencida, provocando a 
morte da vegetação circundante ao local de rejeitos, além da 
contaminação do solo, incorrendo, assim, em crime ambiental por 
causar dano à unidade de conservação. 
Nessa situação, o fato de o comerciante ter pouca instrução em nada 
influenciará na dosimetria da pena a que ele for condenado. 
Não estudamos ainda os crimes ambientais tipificados na Lei 9.605/98, 
mas isso não inviabiliza a fácil resolução da questão, até porque o enunciado 
afirma que a conduta do comerciante é de fato crime contra o meio-ambiente. 
A afirmação de que o referido comerciante tem baixíssimo grau de instrução já 
nos servirá como base para resposta, pois essa sua condição, você já sabe, 
será uma circunstância atenuante da pena para qual for condenado, 
influenciando obviamente na sua dosimetria. 
Gabarito: ERRADO 
 
06. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/AL - 2008] Dispõe o CP que a 
omissão é penalmente relevante quando o agente devia e podia agir 
para evitar o resultado. Como o art. 225 da CF prevê que todos os 
cidadãos têm a obrigação de preservar o meio ambiente para as 
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gerações futuras, não é necessário que se comprove que o agente 
podia e devia agir para evitar o resultado de crime contra o meio 
ambiente. 
A Lei 9.605/98, em seu art. 3º, estabelece que as pessoas jurídicas 
serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente por crimes 
ambientais nos casos em que a infração seja cometida no interesse ou 
benefício da sua entidade por decisão: 
� de seu representante legal ou contratual ou; 
� de seu órgão colegiado. 
 E o que significa ser responsabilizada administrativa, civil e penalmente? 
Bom, a Constituição Federal previu em seu art. 225, § 3º, a tríplice 
responsabilidade ambiental do poluidor, que pode ser tanto pessoa física como 
pessoa jurídica. 
CF/88 
Art. 225. (...) 
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio 
ambiente sujeitarão aos infratores, pessoas físicas ou 
jurídicas, a sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar os danos 
causados. 
A sanção administrativa ocorre em decorrência da responsabilidade 
administrativa, a sanção civil em razão da responsabilidade vinculada à 
obrigação de reparar danos causados ao meio ambiente, e por fim a sanção 
penal por conta da chamada responsabilidade penal. 
 
� Responsabilidade ADMINISTRATIVA ambiental 
 
A infração administrativa ambiental (responsabilidade administrativa) é a 
que resulta da infringência de norma da administração estabelecida em lei, 
regulamento ou até mesmo por força contratual, impondo um ônus ao 
contratado ou para com qualquer órgão público. É independente das demais 
responsabilidades, é de caráter pessoal, mas a sanção nem sempre é de 
execução personalíssima, caso em que pode transmitir-se aos sucessores do 
contratado, quer sejam pessoas físicas ou jurídicas, como ocorre com as 
multas e encargos tributários. 
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Sanções administrativas são penalidades impostas por órgãos vinculados 
de formadireta ou indireta aos entes estatais (União, Estados, Municípios e 
mesmo Distrito Federal), nos limites de competências estabelecidas em lei, 
com o objetivo de impor regras de conduta àqueles que também estão ligados 
à Administração no âmbito do Estado Democrático de Direito. 
Essa responsabilidade tem por finalidade obrigar os órgãos citados 
acima, a preservar os bens ambientais para as gerações vindouras. 
 
��� Responsabilidade CIVIL ambiental 
 
No caso de infrações civis ambientais, haverá a responsabilidade civil 
quando o agente deixar de cumprir o dever fundamental de proteção 
ambiental, bem como, quando não adotar as precauções necessárias para 
prevenir os danos ao meio ambiente, causando lesão ou ameaça de lesão à 
integridade do bem jurídico ambiental. 
O Direito Ambiental considerando a importância dos bens tutelados adota 
a responsabilidade civil OBJETIVA, independentemente de existência 
de culpa do agente. E é fundada na teoria do RISCO INTEGRAL. 
Pela teoria do risco integral, a necessidade de reparação ao dano 
independerá de dolo ou de culpa, mas simplesmente pela existência da 
atividade geradora do prejuízo. Em outras palavras, no risco integral não se 
admite qualquer excludente de responsabilidade. 
A responsabilidade por dano ambiental é objetiva dada a dificuldade de 
comprovação dos prejuízos e da dimensão do patrimônio ambiental enquanto 
interesse transindividual. A responsabilidade do Estado é objetiva dada a 
necessidade de se repartir de forma equitativa os ônus e encargos públicos. 
Infelizmente, as repressões que são aplicadas na esfera cível e 
administrativa, por danos causados ao meio ambiente não têm provocado os 
efeitos esperados, daí procura-se na esfera penal uma forma mais rígida de 
repressão a fim de proteger ao meio ambiente. 
Assim, podemos concluir que a questão acerta ao afirmar que nos crimes 
ambientais, mesmo em casos de omissão, não é necessário que se comprove 
que o agente podia e devia agir para evitar o resultado de crime contra o meio 
ambiente. 
Gabarito: CERTO 
 
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07. [CESPE – JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – TRF 5ª - 2007] De acordo 
com a teoria do risco integral, a responsabilidade civil por dano 
ambiental não é afastada em face da ocorrência de caso fortuito, e o 
agente causador do dano fica sujeito à obrigação de repará-lo. 
Fortuito em latim quer dizer casual; é uma imprevisão, um acidente, que 
mostra incontrolável ao agente e superior às suas forças. Saiba, caro aluno, 
que em se tratando de direito ambiental, por conta da teoria do risco integral, 
nem o caso fortuito considerado excludente de responsabilidade. Por isso, a 
questão acerta ao afirmar que a responsabilidade civil por dano ambiental não 
é afastada em face da ocorrência de caso fortuito. Nesses casos, o agente tem 
de fato a obrigação de reparar o dano. 
Gabarito: CERTO 
 
08. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA FEDERAL – 2004] Um 
delegado de polícia federal determinou abertura de inquérito para 
investigar crime ambiental, apontando como um dos indiciados a 
madeireira Mogno S.A. Nessa situação, houve irregularidade na 
abertura do inquérito porque pessoas jurídicas não podem ser 
consideradas sujeitos ativos de infrações penais. 
 
� Responsabilidade PENAL ambiental 
 
A responsabilidade penal consiste na obrigação de sofrer um castigo ou 
incorrer em sanções penais impostas ao agente do fato ou omissão criminoso, 
e o seu fundamento é a imputabilidade ao ato criminoso, ou seja, é a indicação 
do agente a quem se deve atribuir à responsabilidade. 
A nossa Carta Magna entendeu por bem sujeitar qualquer infrator, seja 
pessoa física ou pessoa jurídica as sanções penais ambientais, desde que 
observada à existência de crime ambiental. 
No intuito de preservar o meio ambiente definido com o direito 
fundamental do cidadão, o legislador infraconstitucional elaborou a nossa Lei 
9.605/98 implementando a forma mais severa de punição de nosso 
ordenamento através da sanção penal. 
 
Uma situação peculiar surge quando se é possível uma pessoa jurídica 
cometer um ato ilícito que enseje a sua responsabilidade penal, pelo fato de 
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que a pena não pode passar da pessoa do delinquente, e a pessoa jurídica é 
por sua natureza uma entidade coletiva. 
Alguns doutrinadores defendem que a pessoa jurídica não comete 
crimes, pois a imputabilidade é individual e pelo fato de que a culpa tem como 
fundamento a consciência potencial da ilicitude do ato praticado e como se 
sabe, a pessoa jurídica não é dotada deste atributo, que é uma característica 
eminentemente humana, ela seria incapaz de delinquir. 
A penalização da pessoa jurídica foi um grande avanço da Constituição 
Federal, tal avanço ocorreu devido às grandes devastações ambientais 
ocorridas principalmente pelas empresas que são as maiores poluidoras e 
degradadoras do meio ambiente. Vamos balizar nossa argumentação 
estudando as principais teorias sobre a responsabilização da pessoa jurídica. 
 
��� A Teoria da FICÇÃO 
 
A Teoria da ficção foi desenvolvida na Alemanha, tendo como 
doutrinadores Savigny e Windescheid. Tal teoria sustenta que pessoas jurídicas 
não poderiam ser responsabilizadas por atos ilícitos praticados por seus 
administradores. Desse modo, essa teoria acredita que só o homem (pessoa 
física) é capaz de ser sujeito de direito e obrigações. 
De acordo com Savigny, as decisões tomadas pela pessoa jurídica são 
dadas pelos seus membros dirigentes que são pessoas físicas passiveis de 
responsabilização por suas ações e omissões. 
Essa teoria se ampara na locução societas delinquere non potest (pessoa 
jurídica não pode cometer delitos), cujo seus principais argumentos são: 
- ausência de consciência, vontade e finalidade; 
- ausência de culpabilidade; 
- ausência de capacidade de pena; 
- ausência de justificativa para a imposição da pena. 
Os adeptos a essa teoria alegam que a pessoa jurídica é desprovida de 
consciência e de vontade própria e a ela não se aplicariam os princípios da 
responsabilidade pessoal e culpabilidade. A pessoa jurídica é considerada como 
mera entidade artificial, sem vontade e sem consequentemente capacidade de 
ação, sendo assim, acredita-se que não poderá cometer um ato ilícito. 
��� Teoria da REALIDADE ou da REALIDADE REAL 
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Essa teoria tem origem Germânica e teve como precursor Otto Gierke, 
que acredita que a pessoa jurídica possui personalidade real e não um ser 
artificial como trata a teoria anterior. Para a teoria da Realidade, a pessoa 
jurídica é capaz de praticar ações e atos ilícitos, sendo assim capaz de ser 
responsabilizado civil e penal, reconhecendo, portanto sua capacidade criminal. 
Segundo Gierke, a pessoa jurídica tem vontade própria distinta de dos 
seus associados. O ente corporativo existe, é uma realidade social, é sujeito de 
deveres e direitos. 
Podemos verificar que de acordo com essa Teoria existe uma real 
possibilidade de responsabilização penal da pessoa jurídica, pois esta possui 
capacidade de ação e por obvio, não da mesma forma que a pessoa física, mas 
do seu modo, através de atos deliberativos do seu conselho que direcionam as 
ações da empresa, que pode ser através da vontade da maioria dos dirigentes 
e consequentemente torna-se alguma vontade real da pessoa jurídica. 
 
��� Teoria da REALIDADE JURÍDICA 
 
Essa teoria é uma das mais defendidas na atualidade, pois no seu 
entender, a pessoa jurídicaé criada pelo Direito que lhe é conferido 
personalidade, tal qual como a pessoa física. 
 
IMPORTANTE 
� É a teoria aplicada pela nossa Constituição e, é claro, também 
pela nossa estimada banca, o CESPE!! 
 
Dessa forma a personalidade jurídica que é criada é considerada um 
atributo que o ordenamento jurídico concede a alguns entes, não sendo, 
portanto mera ficção. Tal teoria defende que a pessoa jurídica possui uma 
existência legal e sua realidade não equivale a das pessoas físicas, não sendo 
possível imaginar a pessoa jurídica sem atribuir direitos próprios. 
A pessoa jurídica só existe por que o ordenamento jurídico prevê sua 
existência, assim o começo e o fim da personalidade jurídica estão 
condicionados a requisitos legais. 
A Lei nº. 9.605/98 que trata das condutas e atividades lesivas ao meio 
ambiente, tornou-se um grande marco no ordenamento jurídico brasileiro, uma 
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vez que, regulamenta de forma clara e incisa a responsabilidade penal da 
pessoa jurídica que comete crime ambiental, tendo como referência o art. 225, 
§ 3º da Constituição Federal. 
Mesmo com a Constituição Federal ter inserido a responsabilidade penal 
da pessoa jurídica, era da alçada da legislação infraconstitucional tornar apta a 
aplicação de tal norma constitucional, só após a Lei 9.605/98, ou seja, dez 
anos depois de promulgada a nossa Constituição. 
Com o advento da referida lei é importante frisar que apesar do 
reconhecimento da responsabilidade penal da pessoa jurídica não há a 
exclusão da responsabilidade da pessoa física adotando desse modo o sistema 
de dupla imputação. Eis o conhecido sistema de dupla imputação: 
� Mesmo que seja a pessoa jurídica que cometeu o delito, a Lei 9.605/98 
NÃO EXCLUI a culpabilidade de seus representantes legais e nem 
das demais pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do 
mesmo fato (art. 3º, parágrafo único). 
O sistema de dupla imputação consiste, caro aluno, na responsabilização 
criminal não apenas da pessoa jurídica, como também da pessoa física, que 
agiu em nome da empresa. Em suma nada mais é que a possibilidade de 
responsabilizar simultaneamente a pessoa jurídica e a pessoa física. 
Outro tema importante abordado na lei 9.605/98 está presente no at. 4º, 
que trata da desconsideração da personalidade da pessoa jurídica, estudada no 
tópico a seguir. 
Por tudo que acabamos de estudar, percebe-se um erro gravíssimo na 
questão ao afirmar que pessoas jurídicas não podem ser consideradas sujeitos 
ativos de infrações penais. 
Gabarito: ERRADO 
 
09. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/MT - 2005] A legislação brasileira 
consagrou a responsabilidade penal da pessoa jurídica, contudo não 
previu a desconsideração da pessoa jurídica na hipótese de sua 
personalidade ser obstáculo à reparação dos prejuízos causados à 
qualidade do meio ambiente. 
É claro que a legislação brasileira previu sim a desconsideração da 
pessoa jurídica na hipótese de sua personalidade ser obstáculo à reparação dos 
prejuízos causados à qualidade do meio ambiente. A previsão está no art. 4º 
da Lei 9.605/98 ao estabelecer que poderá ser desconsiderada a pessoa 
jurídica sempre que sua personalidade constituir obstáculo ao ressarcimento 
de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente. 
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Gabarito: ERRADO 
 
10. [CESPE – JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – TRF 5ª - 2007] Conforme a 
teoria da dupla imputação, somente ocorrerá a responsabilidade penal 
da pessoa jurídica em crimes ambientais se houver a imputação 
simultânea do ente moral e da pessoa física que atua em seu nome ou 
em seu benefício. 
Verdade!! Essa é outra forma de conceituaremos a teoria da imputação: 
somente ocorrerá a responsabilidade penal da pessoa jurídica em crimes 
ambientais se houver a imputação simultânea do ente moral e da pessoa física 
que atua em seu nome ou em seu benefício. Caracteriza-se pela 
simultaneidade da responsabilização penal. 
Gabarito: CERTO 
 
11. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/AC – 2008] Em 
crimes ambientais, em se tratando de condutas e atividades lesivas ao 
meio ambiente, poderá haver a responsabilização penal da pessoa 
jurídica, desde que a infração seja cometida por decisão de seu 
representante legal, no interesse da sua entidade. 
É exatamente a literalidade do regulamentado pelo art. 3º da Lei 
9.605/98, nossa Lei de Crimes Ambientais. 
Gabarito: CERTO 
 
12. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] 
Segundo a lei que dispõe sobre sanções penais e administrativas 
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, é 
possível a responsabilização penal da pessoa jurídica. 
É muito repetitiva nossa banca!! Eu havia lhe dito que ela tem um 
verdadeiro caso louco de amor pela pessoa jurídica como sujeito ativo de 
crimes ambientais, não foi? Pois é, acho que não há dúvidas de que ela está 
certinha, pois já estamos cansados de saber que é perfeitamente possível a 
responsabilização penal da pessoa jurídica em crimes ambientais. 
Gabarito: CERTO 
13. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/AC - 2007] Em relação à tutela 
penal ambiental, a responsabilidade penal da pessoa jurídica 
independe da cominação de sanção administrativa em relação ao 
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mesmo fato e somente pode existir nos casos em que a ação ou a 
omissão ocorrerem no interesse ou no benefício do ente coletivo. 
Exato!! A resposta para a questão está no art. 3º da Lei 9.605/98 ao 
estabelecer que as pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, 
civil e penalmente nos casos em que a infração seja cometida por decisão de 
seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse 
ou benefício da sua entidade, ou seja, nos casos em que a ação ou a omissão 
ocorrerem no interesse ou no benefício do ente coletivo. E mais: a CF/88 nos 
garante que a responsabilidade penal independe das responsabilidades civil e 
administrativa. 
Gabarito: CERTO 
 
14. [CESPE – JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – TRF 5ª - 2005] Um órgão 
do Ministério Público ofereceu denúncia contra uma pessoa jurídica de 
direito privado e dois de seus administradores por crime contra o meio 
ambiente, por causarem poluição em leito de um rio interestadual, por 
meio de lançamento de resíduos, tais como graxas, óleo, lodo, areia e 
produtos químicos, resultantes da atividade do estabelecimento 
comercial. Nessa situação, de acordo com entendimento do STJ, a 
pessoa jurídica não pode ser sujeito passivo de crime ambiental. 
Sempre a mesma afirmativa equivocada: a de que a pessoa jurídica não 
pode ser sujeito passivo de crime ambiental. Claro que pode!! Perceba que 
você nem precisaria conhecer o crime descrito no enunciado e seus 
desdobramentos. A última parte do enunciado estragou a questão. 
 Gabarito: ERRADO 
 
15. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] A 
pessoa jurídica poderá ser alcançada administrativa, civil e 
penalmente nos casos em que a conduta ou atividade lesiva ao meio 
ambiente seja cometida por decisão de seu representante legal ou 
contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua 
entidade. 
Mais uma questão que repete com muita maestria a pura e fiel 
literalidade do art. 3º da Lei 9.605/98. Compare: 
“Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e 
penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida 
por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgãocolegiado, no 
interesse ou benefício da sua entidade.” 
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Gabarito: CERTO 
 
[FUNRIO – POLICIA RODOVIARIA FEDERAL – 2009] A Lei 9.605/98 
dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de 
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras 
providências. Assim, dispõe que quem, de qualquer forma, concorre 
para a prática dos crimes previstos nesta Lei incide nas penas a estes 
cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o 
administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o 
gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica que, sabendo da 
conduta criminosa de outrem, deixe de impedir a sua prática, quando 
puder agir para evitá-la. Neste sentido, julgue os itens a seguir. 
16. As pessoas jurídicas serão responsabilizadas somente na esfera 
administrativa e civil conforme o disposto na lei 9.605/98, nos casos 
em que a infração seja cometida por decisão de seu representante 
legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou 
benefício da sua entidade. 
Quase toda certinha, não fosse por ter omitido a informação de que a 
pessoa jurídica também será responsabilizada PENALMENTE por crimes 
ambientais. 
Gabarito: ERRADO 
17. A responsabilidade das pessoas jurídicas exclui a das pessoas 
físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato. 
Lembra-se da teoria da dupla imputação?? Ela está caracterizada no art. 
3º, parágrafo único da Lei 9.605/98 o qual NÃO EXCLUI a culpabilidade de 
seus representantes legais e nem das demais pessoas físicas, autoras, 
coautoras ou partícipes do mesmo fato. Oposto do que afirma nossa questão. 
Gabarito: ERRADO 
18. As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e 
penalmente conforme o disposto na lei 9.605/98, nos casos em que a 
infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou 
contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua 
entidade. 
Mais uma repetição literal e fiel do IMPORTANTÍSSIMO art. 3º da Lei 
9.605/08. Você nunca mais vai se esquecer dele!! 
Gabarito: CERTO 
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19. A pessoa física poderá ser desconsiderada sempre que sua 
personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à 
qualidade do meio ambiente. 
O art. 4º, da Lei dos Crimes Ambientais, possibilita a aplicação da 
penalidade de desconsideração da pessoa jurídica sempre que sua 
personalidade constituir obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à 
qualidade do meio ambiente. 
Tal disposição tem alicerce no disposto no art. 28, da Lei federal nº 
8.078/90, o Código de Defesa do Consumidor, ao determinar que: 
“Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade 
jurídica da sociedade quando, em detrimento do 
consumidor, houver abuso de direito, excesso de 
poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos 
estatutos ou contrato social. A desconsideração também será 
efetivada quando houver falência, estado de insolvência, 
encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados 
por má administração.” 
Assim, podemos concluir que as entidades jurídicas continuam a ser 
distintas e separadas de seus membros, mas tal distinção e separação podem 
ser desconsideradas sempre que a personalidade jurídica for utilizada como 
anteparo da fraude e abuso de direito. 
Nesses casos, serão responsabilizados apenas seus representantes 
legais!! 
É o que afirma a nossa questão!! 
Gabarito: CERTO 
 
20. [CESPE – JUIZ SUBSITITUTO – TJ/PB - 2011] Por se tratar de ente 
fictício, a pessoa jurídica não pode ser sujeito ativo dos crimes 
ambientais. 
Temos visto questões de vários anos diferentes e o que se percebe é que 
o tempo passa, o tempo voa e as afirmativas parecem ser as mesmas!! Falta 
só agora a de 2012... É óbvio que a pessoa jurídica pode ser sujeito ativo dos 
crimes ambientais!! 
Gabarito: ERRADO 
 
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21. [CESPE – JUIZ SUBSITITUTO – TJ/PB - 2011] Aceita-se a 
responsabilização penal da pessoa jurídica em crimes ambientais, 
independentemente de ser ela denunciada em coautoria a pessoa física 
que tenha agido com elemento subjetivo próprio na mesma infração 
penal. 
De forma alguma!! Aplica-se por meio do art. 3º parágrafo único da Lei 
9.605/98 a teoria de dupla imputação a qual preceitua que somente ocorrerá a 
responsabilidade penal da pessoa jurídica em crimes ambientais se houver a 
imputação simultânea do ente moral e da pessoa física que atua em seu nome 
ou em seu benefício. 
Gabarito: ERRADO 
 
22. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TRF 5ª - 2011] Consoante a 
jurisprudência do STJ, a necessidade de dupla imputação nos crimes 
ambientais tem como fundamento o princípio da indivisibilidade, o 
qual se aplica, por exceção, nessa hipótese, e por não se admitir 
responsabilização penal da pessoa jurídica dissociada da pessoa física. 
Segundo o princípio da indivisibilidade, tanto a ação penal pública como 
a privada é indivisível, sendo obrigatório que abranja todos os que praticaram 
a infração. É um princípio que de fato é compatível com a teoria da dupla 
imputação e por isso, não há que se falar em aplicação desse principio em 
caráter de exceção quando se trata de crimes ambientais cometidos por 
pessoas jurídica. 
Gabarito: ERRADO 
 
23. [CESPE – JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – TRF 5ª - 2007] A proibição 
de contratar com a administração pública por período de até três anos 
constitui sanção administrativa autônoma, podendo ser aplicada pela 
autoridade juntamente com pena de embargo de obra, em caso de 
concurso de infrações ambientais. 
Já estudamos as penas aplicáveis às pessoas físicas. E quanto às pessoas 
jurídicas? A que tipo de pena serão submetidas essas pessoas quando 
condenadas por crimes ambientais? 
A Lei 9.605/98 nos ensina que são penas aplicáveis às pessoas jurídicas: 
 Multa 
 Penas restritivas de direitos e; 
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 Prestação de serviços à comunidade. 
Já sei que você vai me perguntar: professor, até entendo que a pena de 
multa possa ser aplicada a uma pessoa jurídica, mas pena restritiva de 
direitos? Prestação de serviços à comunidade? Como assim? 
Calma, vamos por partes!! 
A pena de multa, nos moldes das disposições da Lei nº 9.605/98, é a 
aplicável para pessoas físicas e jurídicas indistintamente, ou seja, a mesma 
pena pecuniária é aplicada para todos. Como você já sabe, consiste no 
pagamento em dinheiro à vítima ou à entidade pública ou privada com fim 
social, de importância fixada pelo juiz, entre 01 e 360 salários mínimos, sendo 
que o seu valor será deduzido do montante de eventual reparação civil a que 
for condenado o infrator. 
A multa será calculada segundo os critérios do Código Penal. Se revelar-
se ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada até 
03 vezes, tendo em vista o valor da vantagem econômica auferida. A Lei 
9.605/98 estabelece ainda que a perícia de constatação do dano ambiental, 
sempre que possível, fixará o montante do prejuízo causado para efeitos de 
prestação de fiança e cálculo de multa. 
Esse fato tem ensejado muita discussão, caro aluno, uma vez que a 
vantagem obtida através do crime ambiental pelas pessoas jurídicas é sempre 
muito maior do que o obtido por uma pessoa física, e, dessa forma, a multa 
aplicada às primeiras deveria ser sempre em maior valor. 
As penas restritivasde direitos da pessoa jurídica são: 
 suspensão parcial ou total de atividades; 
 interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade; 
 proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter 
subsídios, subvenções ou doações. 
 
� A suspensão parcial ou total de atividades 
 
A suspensão de atividades, bem óbvia, será aplicada quando estas não 
estiverem obedecendo às disposições legais ou regulamentares, relativas à 
proteção do meio ambiente. 
 
 
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� Interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade 
 
A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra ou atividade 
estiver funcionando: 
� sem a devida autorização ou; 
� em desacordo com a autorização concedida ou; 
� com violação de disposição legal ou regulamentar. 
 
� Proibição de contratar com o Poder Público 
 
Para falar bem a verdade, é pena restritiva de direito para a pessoa 
jurídica, não só a proibição para contratar como o poder Público como também 
a proibição de dele obter subsídios, subvenções ou doações. Essa pena 
não pode ser exceder o prazo de 10 anos. 
 
� Prestação de serviços à comunidade 
 
Pois é!! Pessoa jurídica também pode receber a pena de prestação de 
serviços à comunidade. Tal pena pode ser aplicada nas seguintes modalidades: 
� custeio de programas e de projetos ambientais; 
� execução de obras de recuperação de áreas degradadas; 
� manutenção de espaços públicos; 
� contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas. 
Tais penas visam mais o lado educacional que punitivo. Dificuldade na 
aplicação desta pena existe pelo fato de o legislador não haver especificado 
nem os programas nem os projetos a serem custeados. Importante é aferir-se 
a proporcionalidade entre o crime e o dano caudado ao meio ambiente, quando 
da apuração dos custos dos serviços a serem executados pelo infrator. 
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O Ministério Público e até a própria entidade condenada poderão 
apresentar ao juiz proposição solicitando a cominação de qualquer dos tipos de 
pena de prestação de serviços arrolados acima. 
A lei de crimes Ambientais, em seu art. 24, estabelece ainda que a 
pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de 
permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime nela definido terá 
decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio será considerado 
instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciário 
Nacional. 
A aplicação da sanção de extinção da empresa é tão grave que não só 
determina a liquidação da empresa, mas faz a transferência do patrimônio 
desta para o Fundo Penitenciário Nacional, que poderá utilizar o referido 
patrimônio da forma que desejar. 
O principal objetivo dessas sanções penais é prevenir atentados contra o 
meio ambiente, através da punição da pessoa jurídica que cometeu crimes 
ambientais. 
A pessoa jurídica constituída ou utilizada principalmente com a finalidade 
de permitir, facilitar ou ocultar prática de crime ambiental terá sua liquidação 
forçada decretada com a perda de bens e valores, o que de fato corresponde à 
verdadeira “pena de morte” da pessoa jurídica. 
Tal pena, a nosso ver, é perfeitamente constitucional, uma vez que o art. 
5º, inc. XLVI, letra b, da Carta, prevê como espécie de pena a perda de bens. 
Já temos subsídios para responder a questão, mas antes, precisamos 
revisar sobre a suspensão condicional da pena e a reparação ao meio 
ambiente. 
 
� A suspensão condicional da pena e a reparação ao meio ambiente 
 
A suspensão condicional da pena é o chamado sursis, que permite que o 
condenado não se sujeite à execução de pena privativa de liberdade de 
pequena duração. 
Para os crimes ambientais, a suspensão condicional da pena pode ser 
aplicada aos crimes de condenação a pena privativa de liberdade não 
superior a 03 anos. 
Sabemos que as disposições do Código Penal e as do Código Processual 
Penal aplicam-se subsidiariamente à Lei de Crimes Ambientais. Assim, os 
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requisitos para a aplicação da suspensão condicional da pena estão previstos 
no art. 77, do Código Penal. São eles: 
� o condenado não seja reincidente em crime doloso; 
� a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do 
agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a 
concessão do benefício; 
� não seja indicada ou cabível a substituição por penas restritivas de 
direito. 
Estabelece ainda o Código Penal, agora em seu art. 78, que durante o 
prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao 
cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz. Dispõe ainda sobre as 
exigências a que o condenado se submete durante o prazo de suspensão. 
Em seu § 1º, esse artigo versa que o condenado, no primeiro ano da 
suspensão, deverá prestar serviços à comunidade, ou submeter-se à limitação 
do fim de semana, que consiste na obrigação do condenado permanecer, aos 
sábados e domingos, por cinco horas diárias, em casa de albergado ou outro 
estabelecimento adequado, nos termos da lei. 
No seu § 2º, dispõe sobre a situação do condenado que repara o dano 
causado, situação em que o juiz poderá substituir a exigência contida cima por 
outras condições, que são: 
� proibição de frequentar determinados lugares ou; 
� proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do 
juiz, ou; 
� comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para 
informar e justificar suas atividades. 
Essa substituição é chamada pela doutrina de sursis especial!! 
Pois bem, os condenados a crimes ambientais previstos na Lei 9.605/98 
forem agraciados pela suspensão condicional da pena, também poderão 
reparar os danos ambientais por ele causados e, assim, auferir o direito a uma 
das vantagens acima listadas. 
A verificação da reparação do dano será realizada mediante LAUDO DE 
REPARAÇÃO do dano ambiental, e as condições a serem impostas pelo juiz 
deverão relacionar-se com a proteção do meio ambiente. 
 
 
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Pronto!! Respondendo a questão, temos o seguinte: 
A proibição de contratar com a administração pública é mesmo sanção 
administrativa autônoma, podendo ser aplicada, em caso de concurso de 
infrações ambientais pela autoridade cumulativamente com outra pena 
aplicável à pessoa jurídica: a pena de interdição (ou embargo) de obra. O art. 
21 da Lei 9.605/98 nos ensina que as penas previstas para pessoas jurídicas 
podem ser aplicadas isolada, cumulativa ou alternativamente. 
Mas muito cuidado com essa questão, pois o prazo dado por ela de “até 
três anos” é meramente exemplificativo. Não confunda com o prazo máximo 
estabelecido pela lei para a proibição de contratar com o poder público, que é 
de 10 anos. A banca apenas quis, com o exemplo dos três anos, confundir a 
cabeça do candidato que faz uma leitura rápida do enunciado. Não é o seu 
caso, eu sei!! 
Gabarito: CERTO 
 
24. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] A 
ação penal para todos os delitos previstos na lei que dispõe acerca das 
sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades 
lesivas ao meio ambiente é, exclusivamente, pública incondicionada. 
Para os crimes ambientais de menor potencial ofensivo (cuja pena 
máxima não é superior a 02 anos), a competênciaserá dos Juizados Especiais 
Criminais. Entretanto, a Lei 9.605/98 traz algumas particularidades em relação 
ao processo penal para esses crimes em particular as quais devem ser 
estudadas com muito carinho e atenção por você. Antes de conhecê-las, a 
primeira regra fundamental: 
� TODAS as infrações penais previstas nesta Lei 9.605/98 (Lei de Crimes 
Ambientais) são de ação penal pública INCONDICIONADA. 
A Lei de Juizados Especiais Criminais, em seu art. 76, determina que 
havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública 
incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá 
propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser 
especificada na proposta. 
Para os crimes ambientais de menor potencial ofensivo, tal proposta de 
aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa somente poderá ser 
formulada desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, 
salvo em caso de comprovada impossibilidade. A composição dos danos 
ambientais será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença 
irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente. 
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Outra particularidade trazida pela Lei 9.605/98 em relação ao processo 
penal para os crimes ambientais diz repeito à suspensão condicional do 
processo. 
Prevista no art. 89 da Lei 9.099/95, a suspensão condicional do 
processo é uma forma de solução alternativa para problemas penais. Nos 
crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, o 
Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do 
processo, por 02 a 04 anos, desde que o acusado não esteja sendo 
processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes também 
aqueles requisitos aqui estudados que autorizariam a suspensão condicional da 
pena. 
Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, 
este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o 
acusado a período de prova, sob as seguintes condições: 
 � reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; 
 � proibição de frequentar determinados lugares; 
 � proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do 
Juiz; 
 � comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para 
informar e justificar suas atividades. 
Pois saiba, caro aluno, que a Lei de Crimes Ambientais permite a 
suspensão condicional processo não só para crimes ambientais de pena 
mínima menor ou igual a 01 ano, mas também a TODOS os de menor 
potencial ofensivo nela tipificados. Mas, preste bastante atenção, pois para os 
condenados a esses crimes, é preciso que se observem as seguintes 
peculiaridades: 
 
� Extinção da punibilidade 
 
O § 5º do art. 89 da Lei 9.099/65 permite ao Juiz do processo que 
declare extinta a punibilidade do processo caso expire o prazo de sua 
suspensão condicional se esta não for revogada. 
 
 
 
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Segundo a Lei de Crimes Ambientais, a declaração de extinção de 
punibilidade dependerá de laudo de constatação de reparação do dano 
ambiental, ressalvada a impossibilidade devidamente comprovada. 
Na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido 
completa a reparação, o prazo de suspensão do processo será 
PRORROGADO, até o período máximo previsto (04 anos) acrescido de mais 
um ano, ou seja, 05 anos, com suspensão do prazo da prescrição. 
 
� Prorrogação da extinção da suspensão do processo 
 
No período de prorrogação da suspensão do processo, o réu estará 
dispensado das proibições de frequentar determinados lugares e de ausentar-
se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz e também assim como 
estará liberado da obrigação de comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, 
mensalmente, para informar e justificar suas atividades. 
Findo o prazo de prorrogação, será lavrado novo laudo de constatação 
de reparação do dano ambiental. Se ainda assim a reparação não tiver sido 
completa poderá ser novamente prorrogado o período de suspensão, até o 
máximo também de 05 anos, observadas as dispensas e a liberação citadas 
no parágrafo anterior. 
Esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração de extinção de 
punibilidade dependerá de laudo de constatação que comprove ter o acusado 
tomado as providências necessárias à reparação integral do dano. 
Caro aluno, tratamos dos principais aspectos relacionados com os crimes 
ambientais previstos na Lei 9.605/98. Estou certo de que as questões que 
aparecerão em sua prova te cobrarão o conhecimento de tudo que foi até aqui 
estudado. Um exemplo, mais uma questãozinha: 
A questão acerta ao afirmar que TODAS as infrações penais e 
administrativas previstas nesta Lei 9.605/98 são de ação penal pública 
INCONDICIONADA. 
Gabarito: CERTO 
 
 
 
 
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25. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PB - 2011]A responsabilidade 
penal por crimes ambientais está integralmente amparada no princípio 
da culpabilidade; desse modo, os tipos penais previstos na lei que 
dispõe sobre os crimes ambientais (Lei n.º 9.605/1998) só se 
consumam se os delitos forem praticados dolosamente. 
Caro aluno, para o estudo dos crimes contra o meio ambiente, é preciso 
antes de mais nada, esclarecer-lhe que não há a necessidade de que você 
memorize a literalidade de todos os tipos penais trazidos pela Lei 9.605/98. 
Será uma tarefa muito árdua e talvez não tão eficaz, pois você já pôde 
constatar que o CESPE vem concentrando o foco de suas questões, não 
exatamente nos tipos penais, mas, principalmente, nos aspectos processuais e 
penais que envolvem o tema. E você viu que as questões não são de solução 
complexa. Basta o conhecimento certo na hora certa!! 
Isso não quer dizer, no entanto, que não devamos estudar tais crimes. É 
claro que sim, pois nunca se sabe o que se passa na cabeça do elaborador. O 
que fazer então? 
Analisaremos os principais aspectos daquelas infrações penais que 
chamam mais atenção das bancas e que normalmente têm uma repercussão 
maior no nosso cotidiano. Não trarei todos os crimes regulamentados pela Lei, 
pois não há a necessidade. O grande objetivo seu aqui não deve ser o de 
decorá-los e sim o de entendê-los. Para facilitar o estudo, vou dividi-los em 
grupos (contra a fauna, a flora, a poluição, o ordenamento territorial e a 
administração ambiental) transcrevendo-os e comentando-os, quando couber, 
em uma ordem que vai dos crimes de menor para os de maior potencial 
ofensivo. 
Os crimes ambientais são tidos nas modalidades de dolosos e 
culposos, admitindo-se ainda a possibilidade de tentativa, sendo esta 
punida com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a 
dois terços, salvo disposição em contrário obedecendo-se ao disposto nos 
Código Penal em seu art. 14, parágrafo único. 
Para que se possa condenar alguém culposamente à prática de crimes 
ambientais, é necessário que no texto legal esteja explícita a modalidade 
culposa. Isso também decorre da obediência de outro artigo do Código Penal, o 
art. 18, que assim regulamenta: 
Art. 18. Salvo os casos previstos em lei, ninguém pode ser 
punido por fato previsto como crime, senão quando o 
pratica dolosamente”. 
 
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A questão afirma equivocadamente que a responsabilidade penal por 
crimes ambientais está

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