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Crimes Ambientais material 2020

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ACESSIBILIDADE: A+ A- 
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Disciplina: Investigação - Crimes Ambientais 
Aula 1: Responsabilização Penal 
Apresentação 
A natureza precede ao próprio ser humano. O meio ambiente como patrimônio da 
humanidade supera a concepção patrimonialista de cunho material. De acordo com 
cálculos recentes, o universo tem 13,8 bilhões de anos. Renato Guimarães Júnior afirma 
que o homem só conseguiu sair da Idade da Pedra para ingressar na Era das Civilizações 
quando associou noções de Direito aos conhecimentos sobre Ecologia. A Confissão 
Negativa, parte integrante do Livro dos Mortos, é o documento mais antigo existente em 
que os povos da Antiguidade valorizavam suas terras. 
A proteção jurídica do meio ambiente no Brasil pode ser dividida em três períodos: o 
primeiro período começa com o descobrimento (1500) e vai até a chegada da Família 
Real Portuguesa (1808). O segundo tem início com a Família Real no Brasil e vai até a 
criação da Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (1981). O terceiro começa com a 
Lei 6938/81 (PNMA), que protege de maneira integral o meio ambiente. 
Quando se pretende buscar a procedência de alguma coisa fala-se em fonte. Logo, fonte 
indica de onde a norma emana. As fontes materiais do Direito Ambiental são, por 
exemplo, esgarçamento da camada de ozônio, aquecimento global e mudanças 
climáticas, resíduos, perda da biodiversidade, escassez de água no planeta, tragédias 
ambientais. As fontes formais do Direito Ambiental são aquelas decorrentes do 
ordenamento jurídico nacional, ou seja, Constituição Federal, leis infraconstitucionais, 
convenções, pactos ou tratados internacionais, normas e resoluções administrativas etc. 
A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo geral a preservação, melhoria e 
recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, 
condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e 
à da dignidade da vida humana. A efetividade da Política Nacional do Meio Ambiente 
se confere por meios de determinados instrumentos, sendo certo que um desses 
instrumentos é o Licenciamento Ambiental. 
 
Objetivos 
• Analisar a tutela do bem jurídico ambiental; 
• Examinar o concurso de pessoas; 
• Discutir pessoa jurídica como sujeito ativo do crime ambiental. 
Direito Ambiental 
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula1.html
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula1.html
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula1.html
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/galeria/aula1/anexo/aula1.pdf
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula1.html
O Direito Ambiental é a ciência jurídica que estuda, analisa e discute as questões e os 
problemas ambientais e sua relação com o ser humano. Tem como finalidade a proteção 
do meio ambiente, com status constitucional. A doutrina congrega quatro componentes 
para classificar meio ambiente em sentido amplo: 
 
O meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito fundamental de terceira 
geração, tendo o Supremo Tribunal Federal já se manifestado nesse sentido, conforme 
se verifica na decisão no Recurso Extraordinário nº 134.297. 
Os Direitos Fundamentais de terceira geração têm por peculiaridade a titularidade 
difusa ou coletiva, vez que são concebidos para a proteção não do homem isoladamente, 
mas de coletividade, de grupos. É o direito à qualidade do meio ambiente. 
Meio Ambiente 
O meio ambiente é um bem ambiental de uso comum do povo e não está circunscrito ao 
Direito Civil e ao Direito Administrativo. Nesse sentido, o meio ambiente é um bem 
jurídico autônomo, difuso, indisponível e insuscetível de apropriação. 
Conceitua-se meio ambiente como o conjunto de condições, leis, 
influências e interações de ordem física, química e biológica, que 
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. 
 
1 
Macrobem 
É incorpóreo e imaterial e se configura como bem de uso comum do povo. 
 
2 
Microbem 
Constitui a parte corpórea do meio ambiente1 e a titularidade desse bem pode ser pública 
ou privada. 
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=207731
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula1.html
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula1.html
Bem jurídico tutelado nos crimes ambientais 
Direito Penal 
O Direito Penal é dividido em: 
Direito Penal Objetivo 
 
É conceituado como o conjunto de leis penais em vigência no País. 
Direito Penal Subjetivo 
 
Tem relação com o direito de punir do Estado. 
E também... 
• É orientado pelo princípio da intervenção mínima — a criminalização de uma conduta 
somente é legítima se constituir meio necessário para a proteção de determinados bens 
jurídicos; 
• Tem como uma de suas finalidades tutelar determinados bens jurídicos, ou seja, 
proteger determinados bens — o objeto jurídico do crime é o bem que a norma penal 
tutela. 
 
Infração Penal 
O conceito de Infração Penal (crime ou contravenção penal) pode variar conforme o 
enfoque: 
Ótica formal 
 
Sob a ótica formal, infração penal é aquilo que está rotulado em uma norma penal 
incriminadora. 
Ótica material 
 
Sob a ótica material, infração penal é comportamento humano causador de relevante 
lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. 
Uma infração penal pode ser constituída por fato típico, ilícito e/ou culpável. 
 
Entenda: 
 Clique nos botões para ver as informações. 
Tipicidade 
Lícito ou ilícito 
Culpável 
A Responsabilização Penal Ambiental 
A Constituição Federal dispõe: 
Art 225 — Todos têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do 
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se 
ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo 
e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
§3º — As condutas e atividades consideradas lesivas ao 
meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas 
ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar os danos 
causados. 
 
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula1.html#collapseOne
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula1.html#collapseTwo
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula1.html#collapseThree
Leia na íntegra. 
Dez anos após a promulgação da Constituição Federal, surgiu a Lei 9.605/98 (Lei dos 
Crimes Ambientais), criminalizando determinadas condutas. 
Importante registrar que nos crimes ambientais, os animais podem ser classificados 
como “objeto material” do delito, mas não como “sujeito passivo” da infração penal. 
Em determinados crimes na lei ambiental penal, o sujeito passivo é a coletividade, como 
por exemplo no crime previsto no art. 29 da Lei 9.605/98: 
Art. 29 — Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar 
espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota 
migratória, sem a devida permissão, licença ou 
autorização da autoridade competente, ou em 
desacordo com a obtida. 
 
Atenção 
O Supremo Tribunal Federal afirmou no Recurso Extraordinário nº 134.297 que o meio 
ambiente ecologicamente equilibrado é um direito fundamental de terceira geração. 
Assim sendo, o bem jurídico protegido nos crimes ambientais é o meio ambiente. 
Aplicabilidade do princípio da insignificância 
nos crimes ambientais 
De acordo com o princípio da insignificância, o Direito Penal não deve se preocupar 
com bagatelas. A tipicidade penal exige um mínimo de lesividade ao bem jurídico 
protegido. A aplicação do princípio da insignificância exclui a tipicidade, porém a 
tipicidade em seu sentido material. A aplicação do princípio da insignificância para o 
Supremo Tribunal Federal exige quatro requisitos, ou seja: 
[...] A mínima ofensividade da conduta do agente, a 
nenhuma periculosidade social da ação, o reduzido 
grau de reprovabilidade do comportamento e a 
inexpressividade da lesão jurídica provocada. [...] 
 
HC nº 84.412/SP, Segunda Turma, DJ de 19/11/04. 
Em que pese o meio ambienteser um bem transindividual2 e indivisível, a 
jurisprudência tem admitido a aplicação do princípio da insignificância em 
determinados crimes ambientais, como se verifica na decisão a seguir. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=207731
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula1.html
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula1.html
Download 
Arquivo: Informativo 602, STJ, 6ª turma. 
Sujeito do crime ambiental 
Classificamos em dois tipos: 
 Clique nos botões para ver as informações. 
Sujeito ativo 
Sujeito passivo 
Responsabilidade penal da pessoa jurídica 
A responsabilidade penal sempre recaiu no indivíduo, ou seja, somente o ser humano 
possui capacidade para praticar condutas criminosas. O art. 3º da Lei 9.605/98 deu 
cumprimento ao mandamento constitucional e possibilitou a responsabilização penal da 
pessoa jurídica: 
Lei 9.605/98 — art. 3º: As pessoas jurídicas serão 
responsabilizadas administrativa, civil e penalmente 
conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a 
infração seja cometida por decisão de seu 
representante legal ou contratual, ou de seu órgão 
colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. 
 
Em que pese discussão doutrinária a respeito da constitucionalidade ou não da 
responsabilização criminal da pessoa jurídica, majoritariamente admite-se tal 
responsabilização e na jurisprudência o tema está praticamente pacificado. Portanto, é 
perfeitamente possível a responsabilização criminal da pessoa jurídica. 
Download 
Arquivo: Jurisprudência do STJ, conforme decisão no REsp. 564.960. 
O próprio art. 3º da Lei 9.605/98 dispõe sobre os requisitos dessa responsabilização 
criminal da pessoa jurídica, ou seja, quando a infração penal tiver sido cometida 1 - por 
decisão de seu representante legal ou contratual e 2 - no interesse ou em benefício da 
pessoa jurídica. 
A jurisprudência do STJ era no sentido da teoria da dupla imputação, isto é, 
responsabilização simultânea da pessoa jurídica com a pessoa física, tendo em vista o 
Parágrafo Único do art. 3º da Lei 9.605/98. Entretanto, O sistema da dupla imputação 
foi afastado pelo STF com o Recurso Extraordinário nº 548.181 e, após tal decisão, 
entendeu o STJ que: 
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/galeria/aula1/anexo/1.pdf
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula1.html#collapseOne1
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula1.html#collapseTwo1
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/galeria/aula1/anexo/2.pdf
[...] É possível a responsabilização penal da pessoa 
jurídica por delitos ambientais independentemente da 
responsabilização concomitante da pessoa física que 
agia em seu nome. 
 
RMS 39.173-BA, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 6/8/2015, DJe 13/8/2015. 
Recomendação 
Leia a íntegra da decisão do STJ: 
Jurisprudência comentada 
O art. 225, § 3º, da CF não condiciona a 
responsabilização penal da pessoa jurídica por crimes 
ambientais à simultânea persecução penal da pessoa 
física em tese responsável no âmbito da empresa. A 
norma constitucional não impõe a necessária dupla 
imputação. 
As organizações corporativas complexas da atualidade 
se caracterizam pela descentralização e distribuição de 
atribuições e responsabilidades, sendo inerentes, a esta 
realidade, as dificuldades para imputar o fato ilícito a 
uma pessoa concreta. Condicionar a aplicação do art. 
225, § 3º, da Carta Política a uma concreta imputação 
também a pessoa física implica indevida restrição da 
norma constitucional, expressa a intenção do 
constituinte originário não apenas de ampliar o alcance 
das sanções penais, mas também de evitar a 
impunidade pelos crimes ambientais frente às imensas 
dificuldades de individualização dos responsáveis 
internamente às corporações, além de reforçar a tutela 
do bem jurídico ambiental. 
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=207731
A identificação dos setores e agentes internos da 
empresa determinantes da produção do fato ilícito tem 
relevância e deve ser buscada no caso concreto como 
forma de esclarecer se esses indivíduos ou órgãos 
atuaram ou deliberaram no exercício regular de suas 
atribuições internas à sociedade, e ainda para verificar 
se a atuação se deu no interesse ou em benefício da 
entidade coletiva. Tal esclarecimento, relevante para 
fins de imputar determinado delito à pessoa jurídica, 
não se confunde, todavia, com subordinar a 
responsabilização da pessoa jurídica à 
responsabilização conjunta e cumulativa das pessoas 
físicas envolvidas. Em não raras oportunidades, as 
responsabilidades internas pelo fato estarão diluídas ou 
parcializadas de tal modo que não permitirão a 
imputação de responsabilidade penal individual. 
 
[RE 548.181, rel. min. Rosa Weber, j. 6-8-2013, 1ª T, DJE de 30-10-2014.] 
 Clique nos botões para ver as informações. 
Comentário do professor 
Atividade 
1. O meio ambiente, de acordo com a orientação do Supremo Tribunal Federal, é um 
Direito Fundamental. A visão dos direitos fundamentais em termos de geração indica a 
evolução desses direitos no tempo. Sendo assim, o meio ambiente ecologicamente 
equilibrado é um Direito de: 
a) Primeira geração. 
b) Segunda geração. 
c) Terceira geração. 
d) Quarta geração. 
e) Quinta geração. 
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula1.html#collapseOne11
 
Gabarito 
2. São requisitos para a responsabilização criminal da pessoa jurídica: 
a) A infração penal deixar vestígios e o crime ser de menor potencial ofensivo. 
b) A infração penal ter sido cometida por decisão de seu representante legal ou contratual 
e no interesse ou em benefício da pessoa jurídica. 
c) O crime praticado ter proveito pessoal do dirigente da pessoa jurídica e sem benefício 
da pessoa jurídica. 
d) Somente em infrações de menor potencial ofensivo e sem nenhum benefício da pessoa 
jurídica. 
e) Nas infrações cometidas por qualquer funcionário e sem nenhum nexo de causalidade. 
 
Gabarito 
3. Nos crimes ambientais e no que concerne ao concurso de pessoas é correto afirmar 
que: 
a) Admite a coautoria e a participação. 
b) Admite somente a coautoria, não admitindo a participação. 
c) Admite somente a participação, não admitindo a coautoria. 
d) Inadmite participação e coautoria. 
e) Somente admite participação moral. 
 
Gabarito 
4. De acordo com o Texto Constitucional de 1988 é CORRETO afirmar que: 
a) As pessoas jurídicas podem cometer infrações penais, mas as pessoas físicas não. 
b) As pessoas jurídicas podem cometer infrações penais. 
c) As pessoas físicas não podem cometer infrações penais. 
d) As pessoas jurídicas não podem cometer infrações penais. 
e) Nenhuma das respostas acima. 
 
Gabarito 
5. De acordo com a Constituição Federal de 1988 (art. 225, §3º) as pessoas jurídicas 
podem cometer infrações ambientais. Sendo assim, é correto afirmar que as sanções 
para tais infrações podem ser: 
a) Administrativas e constitucionais. 
b) Penais e constitucionais. 
c) Somente administrativas. 
d) Somente penais. 
e) Penais e administrativas. 
 
Gabarito 
6. De acordo com o §3º do art. 225 da Constituição Federal é correto afirmar que: 
a) As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os 
infratores, pessoas físicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da 
obrigação de reparar os danos causados. 
b) As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os 
infratores, pessoas jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da 
obrigação de reparar os danos causados. 
c) As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os 
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais, independentemente da obrigação de 
reparar os danos causados. 
d) As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambientesujeitarão os 
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções administrativas, independentemente da 
obrigação de reparar os danos causados. 
e) As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os 
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente 
da obrigação de reparar os danos causados. 
 
Gabarito 
Créditos 
 
Redatora: Monica Veiga 
Web Designer: Luís Rodrigues 
Designer Instrucional: Tainara Oliveira 
Programador: Rostan Luiz 
 
Referências 
 
 
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Disciplina: Investigação - Crimes Ambientais 
Aula 3: Ação Penal e medidas despenalizadoras 
Apresentação 
Nesta aula, identificaremos o órgão que propõe a ação penal para quem comete crime 
ambiental. Em seguida, esclareceremos a aplicação dos institutos despenalizadores que 
estão previstos na Lei 9.099/95 e reproduzidos na Lei 9.605/98. 
Bons estudos! 
 
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula1.html
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula1.html
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula1.html
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula1.html
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula1.html
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula1.html
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula3.html
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula3.html
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula3.html
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/galeria/aula3/anexo/aula3.pdf
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula3.html
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9099.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9605.htm
Objetivos 
• Descrever ação penal; 
• Examinar os institutos despenalizadores; 
• Identificar a possibilidade de suspensão condicional do processo. 
Punição de crime 
Quando alguém, pessoa física ou jurídica, comete uma infração penal, o Estado tem o 
direito de punir (pretensão punitiva). 
O processo penal é o corpo de normas jurídicas, cuja finalidade é regular o modo, os 
meios e os órgãos encarregados de punir que o Estado possui. O processo penal é 
realizado por meio do Poder Judiciário, constitucionalmente incumbido de aplicar a lei 
ao caso concreto. 
 
 Balança da justiça e algemas no tribunal (Fonte: Mina Tepes / Shutterstock) 
Vejamos alguns componentes do processo penal. 
Sistema Acusatório 
Atualmente vige no ordenamento jurídico brasileiro, pois há separação entre as funções 
de acusar, julgar e defender, com três personagens distintos: 
 
Autor 
 
Juiz 
 
Réu 
O sistema acusatório segue, ainda, algumas definições: 
 
1 
O processo é regido pelo princípio da publicidade dos atos processuais, admitindo-se 
excepcionalmente o sigilo (art. 93, IX da CRFB/1988 c/c art. 792, §1º do CPP); 
 
2 
Os princípios do contraditório e da ampla defesa são observados — o réu é sujeito de 
direitos; 
 
3 
O sistema de provas adotado é o livre convencimento motivado, nos termos do que 
dispõe o art. 155 do CPP. 
Sujeitos do processo 
Já vimos que os sujeitos do processo, chamados de sujeitos principais, são: 
Autor Juiz Réu 
As partes no processo penal são somente autor e réu. O juiz é sujeito processual imparcial. 
No processo penal, é possível observar: 
 
 
1 
Sentença condenatória 
A mais comum. 
 
 
2 
Sentença declaratória 
Aquela em que o Juiz reconhece, por exemplo, a prescrição. 
 
 
3 
Sentença constitutiva 
Por exemplo, a sentença que julga procedente o pedido na revisão criminal. 
A classificação subjetiva da ação está ligada diretamente a quem 
tem legitimidade para propor ação. 
Promovidas pelo Ministério Público 
A ação penal pública pode ser: 
 Clique nos botões para ver as informações. 
De iniciativa pública incondicionada 
De iniciativa pública condicionada a representação 
Promovidas pelo ofendido ou representante 
legal 
A ação penal pública de iniciativa privada. Dispondo a lei: 
“Somente se procede mediante queixa” 
⇩ 
É ação pública de iniciativa privada. 
Princípios regentes da ação penal pública de 
iniciativa pública 
01 
Princípio da Obrigatoriedade (art. 24 do CPP) 
Havendo indícios de autoria e prova da materialidade quanto à prática de fato típico, 
ilícito e culpável não pode o Ministério Público deixar de ajuizar a ação penal. 
02 
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula3.html#collapseOne1
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula3.html#collapseTwo1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689Compilado.htm
Princípio da Indivisibilidade 
É uma consequência do princípio da obrigatoriedade, ou seja, havendo dois ou mais 
acusados, deverá o Ministério Público ajuizar ação contra todos. 
 
 Estátua da Justiça (Fonte: Mirro / Shutterstock) 
03 
Princípio da Indisponibilidade 
Uma vez ajuizada a ação penal pública, o Ministério Público não pode desistir da ação, 
conforme previsão expressa do art. 42 do CPP. 
04 
Princípio da Oficialidade 
A ação penal de iniciativa pública será deflagrada por iniciativa de órgão oficial que no 
caso é o Ministério Público. 
05 
Princípio da Intranscendência 
A ação penal será ajuizada unicamente contra o responsável pela autoria e participação 
no fato típico. 
A ação penal pública é iniciada por meio de denúncia (art. 24 do 
CPP) e tem como titular o Ministério Público (art. 129, inciso I 
da CRFB/1988). 
Qual o prazo para oferecimento da denúncia, de 
acordo com art. 46 do CPP: 
 
Cinco dias quando o réu estiver preso. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
Quinze dias quando o réu estiver solto. 
O art. 24 do CPP dispõe sobre ação penal pública condicionada à requisição do Ministro 
da Justiça, ou condicionada à representação. 
A requisição ou representação tem natureza jurídica de condição de procedibilidade, 
ou seja, sem tal pedido/autorização, não pode o Ministério Público promover a ação 
penal. Trata-se de condição para o regular exercício da ação penal de iniciativa pública. 
A representação tem prazo definido na lei, ou seja, de acordo com o art. 38 do CPP, se a 
vítima não representar no período de seis meses haverá decadência, que é causa 
extintiva da punibilidade, conforme art. 107, inciso IV do CP. 
Atenção 
Todos os crimes da Lei de Crimes Ambientais são perseguidos mediante ação penal 
pública incondicionada, isto é, inexiste, nos crimes ambientais, ação penal pública 
condicionada à representação. 
Ação penal pública de iniciativa privada 
Dispondo a lei que: 
“Somente se procede mediante queixa” 
⇩ 
A ação penal é pública de iniciativa privada. 
Princípios que regem ação penal de iniciativa 
privada 
 Clique nos botões para ver as informações. 
Princípio da oportunidade ou conveniência 
Princípio da disponibilidade 
Princípio da indivisibilidade (art. 48 CPP) 
Lei dos Crimes Ambientais 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula3.html#collapseOne11
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula3.html#collapseTwo11
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula3.html#collapseTwo2
Na lei 9.605/98 não existe crime a ser perseguido pela ação penal de iniciativa privada, 
pois todos os crimes são de ação pública incondicionada. 
O capítulo IV da Lei 9.605/98 dispõe sobre a ação penal e o 
processo penal nos crimes ambientais. 
Art. 26 da Lei 9.605/98 
"Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública incondicionada." 
Tendo por base a relevância do bem jurídico protegido na Lei dos Crimes Ambientais, 
ou seja, o meio ambiente, bem de interesse de toda coletividade, entendeu o legislador 
que a ação penal nos crimes ambientais deve ser de iniciativa pública. 
Na essência, o art. 26 da Lei 9.605/98 é despiciendo, uma vez que o art. 100 do CódigoPenal prevê que a ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara 
privativa do ofendido. 
 
CF art. 129, I 
“Promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei” 
Como a ação é de iniciativa pública, o órgão que a propõe é o Ministério Público, com 
base no comando do art. 129, I, da Constituição Federal. 
 
CF art. 5º, LIX 
"Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no 
prazo legal." 
A ação penal é promovida pelo Ministério Público e, por força de determinação 
constitucional, caso não promova no prazo legal (art. 46 do Código de Processo Penal). 
Tendo em vista o princípio da obrigatoriedade da ação penal de 
iniciativa pública, havendo indícios de autoria e materialidade 
suficientes de crime ambiental, o Ministério Público é obrigado 
a promover a ação penal. 
Lei 9.099/95 art. 61 
"Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, 
as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 
(dois) anos, cumulada ou não com multa." 
Alguns crimes ambientais são infrações de menor potencial ofensivo. O conceito de 
infração de menor potencial ofensivo é descrito nesse artigo. 
Mas vejamos um exemplo: 
Imagine que alguém cometa o crime de praticar 
maus-tratos em animal doméstico. 
 
De acordo com o art. 32 da Lei 9.605/98 essa infração penal tem como pena detenção de 
três meses a um ano e multa. Como a pena do crime de maus-tratos de animais não 
ultrapassa dois anos temos, assim, um crime de menor potencial ofensivo, cuja 
competência para o processo e julgamento é do Juizado Especial Criminal. 
 
Lei 9.605/98 art. 27 
"Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação imediata 
de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 26 de 
setembro de 1995, somente poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia 
composição do dano ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de 
comprovada impossibilidade." 
Isso ocorre devido a alguns crimes previstos da Lei de Crimes Ambientais serem de 
menor potencial ofensivo. 
Atividade 
1 - Nos crimes ambientais a ação penal é: 
a) De iniciativa privada. 
b) Pública condicionada à representação. 
c) Pública incondicionada. 
d) Pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça. 
e) Personalíssima. 
 
Gabarito 
2 - Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação 
imediata de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 
26 de setembro de 1995, somente poderá ser formulada: 
a) Desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata o art. 64 
da Lei 9.099/95, salvo em caso de comprovada impossibilidade. 
b) Desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata o art. 89 
da Lei 9.099/95, salvo em caso de comprovada impossibilidade. 
c) Desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata o art. 89 
da Lei 9.099/95, salvo em caso de comprovada impossibilidade. 
d) Desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata o art. 74 
da Lei 9.099/95, salvo se houver representação. 
e) Desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata o art. 74 
da Lei 9.099/95, salvo em caso de comprovada impossibilidade. 
 
Gabarito 
3 - De acordo com o art. 49 da Lei 9.605/98 "Destruir, danificar, lesar ou maltratar, 
por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em 
propriedade privada alheia" tem pena de "detenção, de três meses a um ano, ou 
multa, ou ambas as penas cumulativamente". Neste caso, é correto afirmar que se trata 
de um: 
a) Crime de médio potencial ofensivo. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm
b) Crime de alto potencial ofensivo. 
c) Crime de pouco potencial ofensivo. 
d) Crime de menor potencial ofensivo. 
e) Crime de altíssimo potencial ofensivo. 
 
Gabarito 
Institutos despenalizadores 
A Lei 9.099, que entrou em vigor em 1995, tem por base a Constituição Federal de 
1988, uma vez que o art. 98, I, da CF, dispõe o seguinte: 
A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os 
Estados criarão: I - juizados especiais, providos por 
juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a 
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis 
de menor complexidade e infrações penais de menor 
potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e 
sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em 
lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas 
de juízes de primeiro grau; 
 
CF art. 98, I. 
A Lei 9.099/95 trouxe alguns institutos que impedem a propositura da ação penal e, 
consequentemente, uma eventual condenação — os institutos despenalizadores. 
Exemplo 
Ocorre a prática do crime ambiental, mas o agente que cometeu a infração penal não 
será punido como determina o preceito secundário do tipo penal. 
São quatro institutos despenalizadores: 
 
1 
Composição civil dos danos (art. 74); 
 
2 
Transação penal (art. 76); 
 
3 
Suspensão condicional do processo;1 
 
4 
Representação nos crimes de lesão leve e lesão culposa (art. 88). 
Vejamos o que as leis 9.605/98 e 9.099/95 tratam sobre esse tema: 
Art. 27 da Lei 9.605/98 
Prevê a possibilidade de aplicação do art. 76 da Lei 9.099/95, desde que tenha ocorrido 
o que determina o art. 74 do mesmo diploma legal. 
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Art. 72 da Lei 9.099/95 
Determina a realização de audiência preliminar, momento em que haverá a 
possibilidade de composição civil dos danos. Com base no art. 74 da mesma lei, o 
acordo civil reduzido a termo e homologado pelo Juiz tem eficácia de título executivo. 
 
 
No acordo civil, temos: 
 Clique nos botões para ver as informações. 
Crime de ação pública condicionada 
Crime de ação pública de iniciativa privada 
Nos crimes ambientais, geralmente, o sujeito passivo é a coletividade, então a 
composição civil dos danos se refere exclusivamente ao dano ambiental. 
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Se o acordo civil não for possível, o art. 76, da Lei 9.099/1995 dispõe a possibilidade de 
transação penal. De acordo com a lei, a transação penal somente cabe na ação pública 
condicionada a representação e na ação pública incondicionada. 
O art. 76 da Lei 9.099/95 estabelece a transação penal, ou seja, o Ministério Público 
propõe ao acusado uma pena antecipada de multa ou restritiva de direitos. 
Existe controvérsia a respeito da natureza jurídica da transação penal: 
Uma primeira corrente entende que a transação penal é um direito subjetivo do autor do 
fato. Caso o Ministério Público não ofereça, o Juiz de ofício pode propor a transação 
penal ao acusado. 
 
 Estátua da Justiça (Fonte: Mirro / Shutterstock) 
Uma segunda corrente entende que a transação penal é uma discricionariedade regrada 
do Ministério Público. Se o Ministério Público não oferecer, e o Juiz entender que é 
caso de transação penal, deve aplicar por analogia o art. 28 do CPP. Essa corrente foi 
adotada pelo STJ, conforme decisão no HC nº 30.970/SP. 
De acordo com o art. 78 da lei 9.099/1995, na audiência preliminar se a composição 
civil dos danos não for possível — nos crimes ambientais somente ocorre se a 
composição for dos danos ambientais; e a transação penal (oferecida à denúncia ou 
queixa oralmente) for reduzida a termo, será entregue cópia da denúncia ao acusado, 
que ficará citado e intimado para audiência de instrução e julgamento. 
Uma vez estabelecida a transação penal e devidamente homologada pelo juiz, caso o 
autor do fato nãocumpra o que ficou estabelecido, determina a súmula vinculante nº 35 
do STF que: 
A homologação da transação penal prevista no artigo 
76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, 
descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação 
anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a 
continuidade da persecução penal mediante 
oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito 
policial. 
 
STF SV 35 
A transação penal nos crimes ambientais (art. 27 da Lei 9.605/98) somente é cabível 
com a prévia composição do dano ambiental, nos termos do art. 74 da Lei 9.099/95. 
O art. 27 da Lei 9.605/98 faz uma ressalva final — somente caberá transação penal se o 
agente que praticou o crime ambiental tiver reparado o dano ambiental, salvo em caso 
de comprovada impossibilidade. 
Atividade 
4 - Na Lei 9.605/98 existem crimes de menor potencial ofensivo. Assim, indique o 
instituto despenalizador que pode ser aplicado a tais crimes: 
a) Representação. 
b) Transação penal. 
c) Suspensão condicional da pena. 
d) Perdão judicial. 
e) Multa. 
 
Gabarito 
5 - Nos termos da Lei 9.605/98 para a suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei 
9.099/95) nos crimes ambientais é necessário: 
a) Laudo de constatação de reparação do dano ambiental, ressalvada a impossibilidade 
prevista no inciso I do § 1° do art. 89 da Lei 9.099/95. 
b) Laudo de apresentação de reparação do dano administrativo, ressalvada a 
impossibilidade prevista no inciso I do § 1° do art. 89 da Lei 9.099/95. 
c) Laudo de constatação de reparação do dano criminal, ressalvada a impossibilidade 
prevista no inciso I do § 1° do art. 89 da Lei 9.099/95. 
d) Laudo de constatação de reparação do dano ecológico, ressalvada a impossibilidade 
prevista no inciso I do § 1° do art. 89 da Lei 9.099/95. 
e) Laudo de constatação de reparação do dano estético, ressalvada a impossibilidade 
prevista no inciso I do § 1° do art. 89 da Lei 9.099/95. 
 
Gabarito 
Suspensão condicional do 
processo (sursis processual) 
O Ministério Público, ao oferecer a denúncia por crime ambiental, pode propor a 
suspensão condicional do processo, pelo período de dois a quatro anos. Entretanto, em 
se tratando de crime ambiental, a Lei 9.605/98 impôs algumas modificações para obter 
tal benefício — devem ser observados os incisos do art. 28. 
 
Art. 89 da Lei 9.099/95 
Prevê a suspensão condicional do processo no crime cuja pena 
mínima seja igual ou inferior a 1 (um) ano. 
Neste caso, verifica-se um erro de redação do legislador no art. 28, pois a suspensão 
condicional do processo se aplica a qualquer crime em que a pena mínima for igual ou 
inferior a um ano, e não somente para os crimes de menor potencial ofensivo. 
Exemplo 
O crime de soltar balão tem pena máxima de três anos, logo, de acordo com o art. 61 da 
Lei 9.099/95, não é crime de menor potencial ofensivo, mas como tem pena mínima de 
um ano, cabe suspensão condicional do processo. 
O que é necessário para a aplicação do art. 89 da Lei 9.099/95? 
⇩ 
Que o Ministério Público ofereça a denúncia, ou seja, proponha a ação penal. 
Se o acusado preencher todos os requisitos legais, como proceder? 
⇩ 
O órgão acusador (MP) propõe a suspensão condicional do processo. 
Se o acusado cumprir sem revogação o período de prova, o que acontece? 
⇩ 
Ao final estará extinta a sua punibilidade. 
 
Na suspensão condicional do processo, uma vez descumpridas as condições impostas, o 
transcurso do prazo legal não constitui óbice à revogação do benefício, a teor do 
disposto no parágrafo 4º do artigo 89 da Lei n. 9.099/95. 
O art. 89 da Lei n. 9.099/95 estabelece a suspensão condicional do processo nos crimes 
em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano. Esse benefício pode ser 
aplicado a delitos em geral, ainda que não considerados de menor potencial ofensivo, 
desde que a pena mínima cominada seja igual ou inferior a um ano. 
A suspensão condicional do processo (sursis processual) insere-se no âmbito das 
medidas despenalizadoras. O Ministério Público deve fundamentar adequadamente a 
razão de não propor ao acusado a suspensão condicional do processo. Se a motivação do 
Ministério Público é genérica e abstrata, há de ser reconhecida a invalidade da recusa 
com a consequente adoção do procedimento previsto no art. 28 do Código de Processo 
Penal — o juiz remete o procedimento para o Procurador Geral de Justiça decidir se é 
caso ou não de oferecimento da suspensão condicional do processo. 
O Supremo Tribunal Federal já decidiu que: 
Em ação penal privada, não há suspensão condicional 
do processo, uma vez previstos meios de encerramento 
da persecução criminal pela renúncia, decadência, 
reconciliação, perempção, perdão e retratação. 
 
(HC 115432-STF) 
Atenção 
Importante não confundir suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei 9.099/95) 
com a suspensão condicional da pena (arts. 77/82 do Código Penal), pois se há 
suspensão condicional da pena, a ação penal foi deflagrada e o processo chegou a seu 
fim. Na suspensão condicional do processo o processo penal fica suspenso. Em caso de 
motivo de revogação da suspensão condicional do processo o processo penal retoma seu 
curso normal. 
Nesta aula, estudamos a ação pública incondicionada nos crimes ambientais. Na 
próxima aula, discutiremos a competência para o processo e julgamento dos crimes 
ambientais. 
Atividade 
6 - Leia a decisão do TRF2 e em seguida comente sobre o caso: 
JURISPRUDÊNCIA COMENTADA 
TRF-2 - HABEAS CORPUS HC 2098 2000.02.01.022160-4 (TRF-2) 
Data de publicação: 03/10/2000 
Ementa: HABEAS CORPUS PROCURADOR DA REPÚBLICA. LEGITIMIDADE 
ATIVA. TRANSAÇÃO PENAL (ART. 76, LEI 9.099 /95). JUSTIÇA FEDERAL. LEI 
9.605/98. PRESSUPOSTO ESPECÍFICO. INADMISSIBILIDADE. -"A ação 
constitucional de habeas corpus não possui balizamento rígido sobre legitimados, 
abrangendo, a norma primária de regência para ajuizá-la, qualquer do povo, podendo, 
inclusive, ser concedido de ofício, o que se dirá quando a impetração ocorre mediante 
ato de quem o dever de tornar prevalecente a ordem jurídica. Neste sentido é a 
jurisprudência desta Corte, pouco importando a atuação de regra, como Estado-
acusador, na persecução criminal" (HC 79.572-GO. Rel. Min. MARÇO AURÉLIO, 
trancrito no Informativo STF-180, de 28 de fevereiro a 10 de março de 2000). - 
Aplicação do art. 654 do CPP. – “Construção doutrinária no sentido de ser admitida a 
aplicação do instituto da transação penal (art. 76, da Lei 9.099 /95) aos procedimentos 
penais instaurados perante a Justiça Federal. -Apesar das ações públicas serem 
incondicionadas nos ilícitos constantes da Lei 9.605 /98, como no caso em tela, em que 
a conduta do paciente está enquadrada no art. 60, o art. 27 nela previsto estabelece que a 
proposta de transação penal somente poderá ser formulada desde que preenchido o 
requisito de composição do dano ambiental ou a impossibilidade de fazê-lo. -Como, na 
espécie, inexiste elemento nos autos que comprove tal pressuposto específico, não há 
falar em constrangimento ilegal decorrente de decisão que indeferiu pedido de transação 
penal em crime previsto na Lei nº 9.605/98. -Ordem denegada." 
 
Gabarito 
7 - O crime de soltar balão previsto no art. 42 da Lei 9.605/98 tem pena mínima de 1 
(um) ano. Neste caso é possível: 
a) Suspensão condicional do processo. 
b) Transação penal. 
c) Acordo civil. 
d) Representação. 
e) Perdão judicial. 
 
Gabarito 
Créditos 
 
Redatora: Monica Veiga 
Web Designer: Luís Rodrigues 
Designer Instrucional: Laís Silva 
Programador: Rostan Luiz 
 
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Disciplina: Investigação - Crimes Ambientais 
Aula 4: Competência 
Apresentação 
Nesta aula, esclareceremos a Justiça competente para o processo e julgamento dos 
crimes ambientais. 
Em seguida, demonstraremosa possibilidade de o processo e o julgamento se iniciarem 
em tribunais, tendo em vista o foro por prerrogativa de função. 
 
Objetivos 
• Descrever o sistema da Justiça brasileira; 
• Identificar qual a Justiça competente; 
• Identificar o processo e julgamento dos crimes ambientais. 
Justiças brasileiras 
De acordo com os ensinamentos do professor Badaró (2016), competência é definida 
como o "âmbito legítimo de exercício da jurisdição conferido a cada órgão 
jurisdicional." 
A Justiça brasileira se divide em: 
JUSTIÇA ESPECIAL 
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É formada por: 
• Justiça Militar, 
• Justiça Eleitoral e 
• Justiça Trabalhista. 
JUSTIÇA ESPECIAL 
 
É composta da Justiça Federal e Justiça Estadual — julga determinadas causas, entre 
elas as ambientais. 
 Competência 
Federal 
Para que a competência da Justiça Federal seja fixada, é necessário que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal sejam interessadas na 
condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes — exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho, 
conforme determina o art. 109, I, da Constituição Federal. 
Estadual 
A competência da Justiça Estadual será residual, ou seja, será fixada quando a competência para o julgamento de uma determinada causa não for das Justiças 
Especializadas, assim como também não existir interesse da União, entidade autárquica ou empresa pública federal. 
Eleitoral 
A Justiça Eleitoral julga casos ligados a questões das eleições, como registro de candidaturas, inelegibilidades, domicílio eleitoral, abuso do poder econômico 
ou político etc. 
Trabalhista 
A Justiça Trabalhista julga casos relativos a contratos de trabalho, relação de emprego, vínculo empregatício ou não etc. Porém, a única Justiça que não tem 
competência em matéria criminal é a Justiça Trabalhista, conforme já decidiu o Supremo Tribunal Federal. 
Constituição 
Federal 
De acordo com a Constituição Federal de 1988 a fauna e a flora estão protegidas como poder-dever comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, conforme se verifica do art. 23, VII , do Texto Magno. 
 
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 225, dispõe que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e 
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. 
 
O Poder Público tem a obrigação de “proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem 
a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade”, de acordo com o art. 225, § 1º, VII, da Constituição Federal. 
Jurisdição 
• É a função do Estado de aplicar a lei ao caso concreto, solucionando o caso penal. 
• É a jurisdição que possibilita tanto a ação quanto o processo (nessa nossa disciplina, 
ação penal e processo penal). 
• A jurisdição é função monopolizada pelo Estado que expressa a soberania nacional, 
consistindo no encargo dos órgãos jurisdicionais estatais de promover a realização do 
direito no caso concreto, por meio do processo. 
Princípios da Jurisdição 
 Clique nos botões para ver as informações. 
Indeclinabilidade 
Indelegabilidade 
Improrrogabilidade 
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Um aspecto da jurisdição é que o juiz não pode agir de ofício, ou seja, somente pode 
agir se for provocado. Como não há pena sem processo penal é impossível aplicar 
qualquer tipo de sanção penal sem instauração do processo penal. 
Características da Jurisdição 
• Inércia — o Estado-Juiz somente atua se for provocado; 
• Substutividade — como a autotutela é proibida, o Estado passou a prestar jurisdição. 
Sendo assim, a decisão jurisdicional substitui a atividade das partes, realizando em 
concreto a vontade do direito objetivo. 
• Definitividade – que consiste em que a coisa julgada, que decorre da atividade 
jurisdicional, traduzindo-se pela impossibilidade de uma decisão judicial ser revista ou 
modificada por órgão integrante de outro poder. 
Competência 
• A doutrina entende que a competência é o limite da jurisdição. 
• A jurisdição é una e indivisível. 
A competência é que pode ser repartida ou dividida e se classifica 
em razão: 
 
Da matéria 
Observa a natureza do fato criminoso, como: em crime eleitoral, a competência para o 
processo penal será da Justiça Eleitoral. Se ocorrer um crime militar, a competência 
para o processo e julgamento será da Justiça Militar. 
 
Da pessoa 
Observa a condição funcional do acusado. Se quem pratica a infração penal for 
presidente da República, a competência para o processo penal será do Supremo Tribunal 
Federal. 
 
Do lugar 
Observa o local onde ocorreu a infração penal. Neste caso, se o crime ocorrer no 
município do Rio de Janeiro, a competência para o processo e julgamento será deste 
lugar. 
Exemplo 
Se um juiz de direito do Estado do Rio de Janeiro praticar um crime ambiental, como 
por exemplo provocar incêndio em mata ou floresta (art. 41, da Lei 9.605/98), por força 
da sua função e observando o comando do art. 96, III, da Constituição Federal de 1988, 
a competência para o processo penal será do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de 
Janeiro, ainda que esse crime ambiental não tenha sido praticado no Estado do Rio de 
Janeiro. 
Exemplo 
Imagine uma pessoa pescando mediante explosivo na cidade de São Miguel do 
Araguaia (GO). Tal conduta se enquadra no crime previsto no art. 35, I, da Lei 
9.605/98. Como essa pessoa não tem foro por prerrogativa de função, a competência 
para processo e julgamento dessa infração penal será o lugar da prática do crime 
ambiental, ou seja, na comarca de São Miguel do Araguaia. 
Para a doutrina majoritária e a jurisprudência, a competência: 
Em razão da matéria e em razão da pessoa é 
⇩ 
COMPETÊNCIA ABSOLUTA 
 
Em razão do lugar é 
⇩ 
COMPETÊNCIA RELATIVA 
Nesse sentido, a incompetência absoluta é causa de nulidade absoluta, já a 
incompetência relativa é causa de nulidade relativa. 
Diferença entre competência absoluta e 
competência relativa 
COMPETÊNCIA ABSOLUTA 
• A regra de competência absoluta é criada com base no interesse público e não pode ser 
modificada. 
• A incompetência absoluta é causa de nulidade absoluta. 
COMPETÊNCIA RELATIVA 
• A competência relativa tem por base o interesse preponderante das partes e pode ser 
modificada. 
• A incompetência relativa é causa de nulidade relativa. 
Concretização de Competência 
O critério de concretização da competência passa por cinco etapas. 
 1 
Saber se o caso penal terá como competência para o julgamento os órgãos de sobreposição do Poder Judiciário, ou seja, Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de 
Justiça. Sendo a resposta afirmativa, encerra a busca da competência. 
Se for negativa, 
2 passa-se para a segunda etapa para descobrir qual a Justiça competente, que pode ser Justiça Especializada (Militar ou Eleitoral) ou a Justiça Comum (Federal ou Estadual). 
Descoberta a Justiça competente, 
3 na terceira etapa é necessário verificar se a competência originária é do Tribunalou dos Juízos de 1º (primeiro) grau. 
Mas, se a competência originária for dos Juízos de 1º (primeiro) grau, 
4 
é necessária a quarta etapa para saber qual o foro competente (Comarca na Justiça Estadual e Seção Judiciária na Justiça Federal). Descoberto o foro competente, se for 
Comarca ou Seção de Juízo Único, encerra-se a busca da competência. Se a competência for do Tribunal, encerra a busca do órgão competente. Mas, se a competência 
originária for dos Juízos de 1º (primeiro) grau. 
Se não for juízo único, 
5 a quinta etapa servirá para descobrir qual a vara competente, atribuída por meio de distribuição. 
Processo Unificado 
Se houver conexão entre um crime da competência da Justiça Federal com um crime da 
competência da Justiça Estadual a súmula 122 do Superior Tribunal de Justiça afirma o 
seguinte: 
Compete à Justiça Federal o processo e julgamento 
unificado dos crimes conexos de competência federal e 
estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, “a”, do 
Código de Processo Penal." 
 
Se ocorrer um crime ambiental é necessário verificar se tal crime atingiu ou não 
interesse da União. 
 
Atingindo interesse da União, a competência para o processo e julgamento é da Justiça 
Federal. 
 
Se não atingir o interesse da União ou de Autarquia Federal, a competência para o 
processo e julgamento será da Justiça Estadual. 
Exemplo 
Imagine que alguém exporte animal silvestre, conforme se verifica do art. 29, § 1º, III, 
da Lei 9.605/98. Qual a Justiça competente para o processo e julgamento desse crime? 
A competência da Justiça estadual é residual, vale dizer, não sendo competência das 
Justiças especializadas (Justiça Eleitoral ou Justiça Militar) e não havendo interesse da 
União, a competência para o processo penal será da Justiça estadual. De acordo com o 
Supremo Tribunal Federal, a competência para o processo penal nesta hipótese é da 
Justiça Federal, por força do art. 109, IV, da CF, e tendo por base a natureza 
transnacional da infração penal ambiental. 
Ocorrendo crime ambiental de menor potencial ofensivo, ou seja, aquele em que a pena 
cominada é de até 2 anos, o processo e julgamento será o Juizado Especial Criminal. 
Portanto, esse crime de menor potencial ofensivo pode ser julgado no Juizado Especial 
Criminal Federal (Lei 10.259/01) ou Juizado Especial Criminal Estadual. 
Exemplo 
Uma pessoa é convidada para uma festa em logradouro público estadual. Após horas de 
festa, já cansada, decide ir embora e se encaminha para fora do ambiente, quando, por 
descuido, pisa em planta de ornamentação deste logradouro público, ocasionando 
destruição da planta. Vale destacar que essa pessoa não queria danificar a tal planta de 
ornamentação. Observando a questão sob o ângulo criminal, a pessoa não teve dolo, 
porém, inobservou regra objetiva de cuidado, ou seja, foi imprudente, dasaguando, 
assim, em conduta típica culposa. Neste caso, essa pessoa praticou a infração penal 
prevista no art. 49, Parágrafo Único, da Lei 9.605/98. Como tal infração penal ambiental 
tem pena privativa de liberdade de detenção de três meses a um ano e multa trata-se de 
um crime de menor potencial ofensivo e a competência para o processo e julgamento 
desse fato criminal é do Juizado Especial Criminal Estadual. 
Pode ocorrer que o agente que cometeu o crime ambiental tenha foro por prerrogativa 
de função, vale dizer, competência em razão da qualidade da parte. Neste caso, para 
determinar a competência para o processo e julgamento observa-se a Constituição 
Federal. 
Exemplo 
Um Promotor de Justiça integrante do Ministério Público de São Paulo com vontade e 
consciência danifica vegetação primária em estado avançado. 
Considerando que a vegetação primária é a vegetação de máxima expressão local com 
grande diversidade biológica, sendo os efeitos das ações antrópicas mínimos, a ponto de 
não afetar significativamente suas características originais de estrutura e de espécies 
(Resolução nº 33 do Conselho Nacional do Meio Ambiente), a conduta do Promotor de 
Justiça é enquadrada no art. 38-A da Lei 9.605/98. 
Como a Constituição Federal de 1988 dispõe em seu art. 96, III, que compete aos 
Tribunais de Justiça julgar os membros do Ministério Público, o processo e julgamento 
do crime praticado pelo Promotor de Justiça do paulista será do Tribunal de Justiça do 
Estado de São Paulo. Vale observar que a competência para o processo e julgamento 
será do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo mesmo que o crime tenha ocorrido 
em outro estado da Federação. 
De acordo com a Constituição Federal de 1988, a competência do Supremo Tribunal 
Federal está prevista no art. 102, I, "b" e "c", da CRFB. A competência do Superior 
Tribunal de Justiça está determinada pelo art. 105, I, "a", da CRFB. A competência dos 
Tribunais Regionais Federais tem previsão no art. 108, I, "a", da CRFB. E a 
competência dos Tribunais de Justiça está estabelecida no art. 29, X, e art. 96, III, da 
CRFB. 
Exemplo 
Se um vereador da cidade de Fortaleza causar poluição que resulte em dano à saúde 
humana, tal conduta é tipificada (enquadrada) no crime do art. 54 da Lei 9.605/98. 
Neste caso, por ser vereador, tem foro por prerrogativa de função, conforme se verifica 
do art. 29, X, da Constituição Federal de 1988. Assim, a competência para o processo e 
julgamento deste vereador de Fortaleza será do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. 
Se o agente com foro por prerrogativa de função deixou de ocupar o cargo, ou seja, 
deixou de exercer a função pública, o processo será transferido para o primeiro grau de 
jurisdição, isto é, a competência para a Justiça Federal ou Justiça Estadual de primeira 
instância. 
Exemplo 
Considerando o exemplo do vereador de Fortaleza. Imagine agora que o processo penal 
não teve fim e o vereador não conseguiu se reeleger. Neste caso, perde o foro por 
prerrogativa de função e a competência para esse processo penal em curso passa para a 
primeira instância. 
Mas, quando a pessoa que cometeu o crime ambiental não tinha foro por prerrogativa de 
função e posteriormente passou a ocupar cargo público, o processo que se iniciou em 
primeiro grau de jurisdição passa para o Tribunal competente, como: o agente passa a 
ocupar cargo de Deputado Federal. Neste caso, o processo será transferido para o 
Supremo Tribunal de Justiça. 
Exemplo 
Considerando ainda os exemplos do vereador. Caso o processo penal não tenha 
terminado na primeira instância e o acusado era vereador, deixou de ser, e conseguiu se 
eleger a deputado federal, a competência para esse processo e julgamento será, agora, 
do Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 102, I, "b", da Constituição Federal. 
Atenção 
O Supremo Tribunal Federal decidiu que para fixação do foro por prerrogativa de 
função será necessário existir pertinência temática entre a conduta do agente política e a 
sua função pública: Inexistindo essa relação entre a conduta e a função pública não há 
foro por prerrogativa de função. O STF fixou a seguinte tese: 
“(i) O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o 
exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas; e (ii) Após o final da 
instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para apresentação de 
alegações finais, a competência para processar e julgar ações penais não será mais 
afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que 
ocupava, qualquer que seja o motivo”. 
Atenção 
É possível um crime ambiental ser julgado pelo Tribunal do Júri? O Tribunal do Júri é 
uma garantia constitucional, prevista no art. 5º, inciso XXXVIII da CRFB/1988 e tem 
competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. Porém, ocorrendo um 
crime doloso contra a vida conexo (que tem um ponto de contato) com um crime 
ambiental, pela regra do art. 78, I, do Código de Processo Penal na determinação da 
competência por conexão eno concurso entre a competência do júri e a de outro órgão 
da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri. Sendo assim, é perfeitamente 
possível que o Tribunal do Júri julgue um crime ambiental, desde que haja conexão com 
um crime doloso com a vida. Nos termos da Constituição Federal de 1988, é 
reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados a 
plenitude de defesa, o sigilo das votações, a soberania dos veredictos e além da 
competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. 
Atividade 
Leia a Jurisprudência do STJ 
JURISPRUDÊNCIA COMENTADA: "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS 
CORPUS Nº 15.852 — MA (2004/0037887-2) 
CRIMINAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CRIME 
AMBIENTAL. PESCA COM PETRECHO NÃO PERMITIDO. LESÃO A BEM DA 
UNIÃO. MAR TERRITORIAL. INTERESSE DE ENTIDADE AUTÁRQUICA 
FEDERAL. IBAMA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 
IRREGULARIDADES NOS AUTOS DE INFRAÇÃO E NECESSIDADE DO 
PRÉVIO ESGOTAMENTO DA VIA ADMINISTRATIVA. TESES NÃO 
APRECIADAS PELO E. TRIBUNAL A QUO. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. 
OCORRÊNCIA DE DANO AMBIENTAL. NECESSIDADE DE DILAÇÃO 
PROBATÓRIA INVIÁVEL NA VIA ELEITA. RESPONSABILIDADE DO 
COMANDANTE E DO ARMADOR. 
I - A competência da Justiça Federal, expressa no art. 109, IV, da Constituição Federal, 
restringe-se às hipóteses em que os crimes ambientais são perpetrados em detrimento de 
bens, serviços ou interesses da União, ou de suas autarquias ou empresas públicas. 
II - Ficando configurado, na espécie, a evidente possibilidade de lesão a bem 
pertencente a União, qual seja, o mar territorial, bem como o interesse de entidade 
autárquica federal no desfecho da controvérsia, no caso o IBAMA, a competência para 
processar e julgar o feito é da Justiça Federal. 
III - Se as teses veiculadas na exordial, consistentes na necessidade de prévio 
esgotamento da via administrativa para que seja deflagrada ação penal, bem como na 
existência da irregularidades nos autos de infração mencionados na proemial acusatória, 
não foram apreciadas pelo e. Tribunal a quo, delas não se conhece sob pena de 
supressão de instância (Precedentes). 
IV - A via do writ não permite o exame aprofundado do material cognitivo. Tal se dá, in 
casu, na verificação da ocorrência ou não de dano ambiental, fato esse reconhecido pelo 
e. Tribunal de origem. (Precedentes). 
V - O fato de não ter sido incluído na proemial acusatória o comandante das 
embarcações não enseja por si só a exclusão da responsabilidade do armador. 
Recurso parcialmente conhecido e, neste ponto, desprovido." 
 
Gabarito 
1) Ocorrendo crime ambiental em que o fato atinge interesse de Autarquia Federal, qual 
a Justiça competente para o processo e julgamento? 
a) Justiça Estadual 
b) Justiça Trabalhista 
c) Justiça Federal 
d) Justiça Eleitoral 
e) Justiça Militar 
 
Gabarito 
2) Indique a Justiça competente para o processo e julgamento de crime ambiental 
quando o agente que cometeu o crime é governador de Estado: 
a) Supremo Tribunal Federal 
b) Superior Tribunal de Justiça 
c) Tribunal de Justiça 
d) Tribunal Regional Federal 
e) Tribunal Regional do Trabalho 
 
Gabarito 
3) Quando o crime ambiental não atinge interesse da União, nem de Autarquia Federal 
qual a Justiça competente para o processo e julgamento? 
a) Justiça Estadual 
b) Justiça Trabalhista 
c) Justiça Eleitoral 
d) Justiça Militar 
e) Justiça Federal 
 
Gabarito 
4) Na hipótese de poluição do mar por um navio, qual a Justiça competente para o 
processo e julgamento? 
a) Justiça Estadual 
b) Justiça Trabalhista 
c) Justiça Eleitoral 
d) Justiça Militar 
e) Justiça Federal 
 
Gabarito 
5) A Lei 8.213/91 prevê no art. 19, § 2º, que "constitui contravenção penal, punível com 
multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho". 
Trata-se de uma infração penal que tem relação com o meio ambiente do trabalho. 
Sendo assim, qual a Justiça competente para o processo e julgamento: 
a) Justiça Trabalhista 
b) Justiça Estadual 
c) Justiça Eleitoral 
d) Justiça Militar 
e) Justiça Federal 
 
Gabarito 
6) Tício, ao completar 18 anos e induzido por seus colegas, saiu para pichar um 
monumento urbano. Neste caso, cometeu o crime previsto no art. 65 da Lei 9.605/96, 
cuja pena é de detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano e multa. Qual o juízo o 
competente para o processo e julgamento de Tício? 
a) Juizado Especial Cível 
b) Vara Criminal 
c) Vara do Trabalho 
d) Juizado Especial Criminal 
e) Vara Cível 
 
Gabarito 
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Disciplina: Investigação - Crimes Ambientais 
Aula 5: Crimes contra a fauna 
Apresentação 
Nesta aula, esclareceremos o bem jurídico tutelado nos crimes contra a fauna (o 
conjunto de animais estabelecidos em determinada região). 
Em seguida, estudaremos os elementos do tipo, ou seja, elementos objetivos, 
normativos e subjetivos, reconhecendo os sujeitos do delito (sujeito ativo e sujeito 
passivo) e identificando o momento consumativo e a possibilidade ou não da tentativa. 
 
Objetivos 
• Esclarecer os elementos do tipo; 
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula4.html
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http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula5.html
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/galeria/aula5/anexo/aula5.pdf
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• Reconhecer os sujeitos do delito; 
• Identificar o momento consumativo e a possibilidade ou não da tentativa. 
Elemento do tipo, sujeito do delito e momento 
consumativo do crime 
De início, vamos relembrar o que significa elementos do tipo, sujeitos do delito e o 
momento consumativo do crime. 
Elemento objetivo 
Refere-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só 
precisam ser descritos pela norma, como o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios 
empregados o núcleo do tipo (verbo). 
Elemento normativo 
Ao contrário dos descritivos, seu significado não se extrai da mera observação, sendo 
imprescindível um juízo de valoração jurídica, social, cultural histórica religiosa, bem 
como qualquer outro campo do conhecimento humano. Aparece em expressões 
como sem justa causa, indevidamente, documento, funcionário público, dignidade, 
decoro etc. 
Elemento subjetivo 
Há elemento subjetivo geral, ou seja, o dolo (vontade livre e consciente de matar 
alguém), que pode ser direto (o agente quer o resultado) ou eventual (o agente assume 
o risco de produzir o resultado). 
Sujeito ativo é aquele que pratica o crime e nos crimes ambientais pode ser sujeito ativo 
a pessoa física e a pessoa jurídica; sujeito passivo é quem sofre com a ação criminosa, 
valendo destacar que os animais são objeto material de determinados crimes ambientais 
e não sujeito passivo, sendo a coletividade o sujeito passivo desses crimes. 
Crimes contra a fauna 
 
 Fonte: Sarayut_sy / Shutterstock 
Para evitar a extinção de espécies animais a proteção da fauna se faz necessário. A 
fauna se classifica, de acordo com a doutrina, em terrestre e aquática e justamente 
essas espécies são protegidas pela Lei 9.605/98, porque a Constituição Federal de 1988 
determina a proteção a fauna e a flora, vedando, na forma da lei, as práticas que 
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou 
submetam os animais a crueldade. 
Os crimes contra a faunaestão previstos nos arts. 29 a 37 da Lei 9.605/98, que 
detalharemos a seguir. 
Figuras típicas nos crimes contra a fauna 
Bem jurídico tutelado — A lei protege o meio ambiente. 
ART. 29 
 
Dispõe o art. 29, § 3º, da Lei 9.605/98: 
São espécimes da fauna silvestre todos aqueles 
pertencentes às espécies nativas, migratórias e 
quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham 
todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9605.htm
limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais 
brasileiras. 
 
✔ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime comum. O 
sujeito passivo de tal delito é a coletividade. 
✔ O objeto material do delito é a fauna silvestre. 
✔ O tipo penal prevê a conduta de exportar, que significa fazer sair do território 
brasileiro. 
No caput do art. 29 existe elemento normativo do tipo na expressão "sem a devida 
permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a 
obtida." 
O momento consumativo dependerá do núcleo do tipo praticado. Na hipótese do verbo 
matar, se consuma com a morte do animal, trata-se, portanto, de crime material, já na 
modalidade perseguir basta a conduta praticada, independentemente de resultado 
naturalístico. 
Na hipótese do § 1º do art. 29 temos as formas derivadas do crime do art. 29, caput. 
O art. 29, § 2º, configura hipótese de perdão judicial, que é causa extintiva da 
punibilidade, conforme art. 107, IX, do Código Penal. O perdão judicial é um instituto 
em que o juiz deixa de aplicar a pena, desde que presentes as circunstâncias previstas 
em lei. Sendo assim, trata-se de um direito subjetivo público do réu. Cabe acrescentar 
que nos termos da súmula 18 do Superior Tribunal de Justiça, a sentença que concede o 
perdão judicial é declaratória de extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer 
efeito condenatório. 
 
Exemplo 
Tendo em vista o avanço da febre amarela em nosso país, uma pessoa começa a matar 
macacos para, assim, evitar a proliferação da doença. Neste caso responderá pelo crime 
de matar espécime da fauna silvestre, conforme se verifica do art. 29, caupt, da Lei 
9.605/98. 
ART. 30 
 
✔ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime comum. 
✔ O sujeito passivo de tal delito é a coletividade. 
✔ O objeto material do delito são as peles e couros de anfíbios e répteis em bruto. 
O momento consumativo ocorre com o envio da pele ou couro para o exterior. Saindo 
da alfândega, consuma-se com a liberação da pele ou couro; não saindo pela alfândega, 
a consumação ocorre com a saída do objeto deixa o território nacional. A tentativa é 
perfeitamente possível, uma vez que o iter criminis pode ser fracionado. 
Tendo em vista que a pena mínima é de 1 (um) ano, cabe suspensão condicional do 
processo (art. 89, Lei 9.099/95). 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9099.htm
Exemplo 
Uma pessoa tem conhecimento que o couro da corallus cropanii (jiboia-amarela) tem 
grande valor de mercado no exterior. Movido pela ganância, começa a exportar a pela 
da jiboia-amarela, com lucros exorbitantes. A hipótese se enquadra no crime previsto no 
art. 30 da Lei 9.605/98, uma vez que é necessária a autorização da autoridade 
competente para a exportação de peles e couros de répteis. 
ART. 31 
 
✔ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime comum. 
✔ O sujeito passivo de tal delito é a coletividade. 
✔ O objeto material do delito é espécime animal. 
O momento consumativo ocorre com a introdução do animal no território brasileiro, 
porém sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida por autoridade 
competente, que é elemento normativo do tipo penal. A tentativa é perfeitamente 
possível, uma vez que o iter criminis pode ser fracionado. 
Tendo em vista que a pena máxima é de 1 (um) ano, trata-se de infração de menor 
potencial ofensivo, cuja competência para o processo e julgamento é do Juizado 
Especial Criminal. 
Exemplo 
Uma determinada pessoa mantinha em cativeiro animais da fauna exótica (dez tigres de 
bengala) sem o devido registro da autoridade competente. Neste caso, como o tigre de 
bengala não é um animal nativo ocorre violação ao art. 31 da Lei 9.605/98. 
ART. 32 
 
✔ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime comum. 
✔ O sujeito passivo de tal delito é a coletividade. 
✔ O objeto material do delito inclui todos os animais. 
O momento consumativo ocorre com a introdução do animal no território brasileiro, 
porém sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida por autoridade 
competente, que é elemento normativo do tipo penal. A tentativa é perfeitamente 
possível, uma vez que o iter criminis pode ser fracionado. 
Tendo em vista que a pena máxima é de 1 (um) ano, trata-se de infração de menor 
potencial ofensivo, cuja competência para o processo e julgamento é do Juizado 
Especial Criminal. 
Exemplo 
Pedro é casado com Maria. Como as brigas são constantes, Maria diz a Pedro que quer 
o divórcio. Inconformado com a separação do casal e sabedor que Maria nutre 
verdadeira paixão pelo seu cachorro de estimação, Pedro começa a espetar o animal 
doméstico com uma faca de churrasco, gerando inúmeras feridas. A hipótese é 
enquadrada no crime de maus-tratos, conforme art. 31 da Lei dos Crimes Ambientais. 
Assista ao vídeo de um caso verdadeiro, ocorrido no Rio de Janeiro. 
 (Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=hOowF1enXOo) 
ART. 33 
 
✔ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime comum. 
✔ O sujeito passivo de tal delito é a coletividade. 
✔ O objeto material do delito são as espécimes da fauna aquática. 
O momento consumativo ocorre com a efetiva provocação do perecimento da 
espécime da fauna aquática, mas no Parágrafo Único existe elemento normativo do tipo, 
nas expressões "sem licença, permissão ou autorização da autoridade 
competente" e "devidamente demarcados em carta náutica". A tentativa é perfeitamente 
possível, uma vez que o iter criminis pode ser fracionado. 
Tendo em vista que a pena mínima é de 1 (um) ano, cabe suspensão condicional do 
processo (art. 89, Lei 9.099/95). 
Exemplo 
Uma determinada pessoa jurídica vem lançando efluentes líquidos não tratados no rio da 
região, provocando, assim, um sério desequilíbrio no ecossistema aquático. Neste caso, 
é perfeitamente possível enquadrar a conduta da pessoa jurídica ao dispositivo do art. 33 
da Lei 9.605/98, inclusive, podendo responder também a pessoa física que agia em seu 
nome. 
ART. 34 
 
✔ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime comum. 
✔ O sujeito passivo de tal delito é a coletividade. 
✔ O objeto material do delito é o equilíbrio ecológico referente a fauna aquática. 
O momento consumativo ocorre com a efetiva pesca. A tentativa é perfeitamente 
possível, uma vez que o iter criminis pode ser fracionado. 
https://www.youtube.com/watch?v=hOowF1enXOo
Tendo em vista que a pena mínima é de 1 (um) ano, cabe suspensão condicional do 
processo (art. 89, Lei 9.099/95). 
Exemplo 
Considerando hipoteticamente que o período de defeso da piracema na Bacia do Rio 
São Francisco começa no mês de janeiro com término no mês de março, aquele que 
pratica a pesca neste período incide na infração penal prevista no art. 34 da Lei 
9.605/98, pois tal crime ocorre justamente quando há pesca em período proibido. 
ART. 35 
 
✔ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime comum. 
✔ O sujeito passivo de tal delito é a coletividade. 
✔ O objeto material do delito é o equilíbrio ecológico referente a fauna aquática. 
O momento consumativo ocorre com a efetiva pesca com substâncias proibidas. A 
tentativa é perfeitamente possível, uma vez que o iter criminis pode ser fracionado. 
Tendo em vista que a pena mínima é de 1 (um) ano, cabe suspensão condicional do 
processo (art.89, Lei 9.099/95). 
Exemplo 
Um determinado pescador ficou sem sua rede de pesca e, para continuar sua atividade 
pesqueira, produziu material químico e utilizou bombas que, ao explodirem na água, 
emitem um som que mata diversas espécies de peixes. Essa conduta é enquadrada crime 
ambiental previsto no art. 35, I, da Lei 9.605/98. 
ART. 36 
 
As normas penais podem ser incriminadoras e não incriminadoras. O art. 36 é uma 
norma penal não incriminadora, ou seja, trata-se de norma penal explicativa para os 
crimes referentes à pesca (arts. 34 e 35 da Lei 9.605/98). 
As normas penais podem ser também permissivas que são aquelas que têm por 
finalidade afastar a ilicitude da conduta do agente. Temos exemplo de norma penal 
permissiva na Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98) no art. 37 que veremos a seguir. 
ART. 37 
 
Causas excludentes de ilicitude são causas que afastam a ilicitude da conduta do agente, 
ou seja, o conceito analítico de crime é constituído dos seguintes elementos: fato típico, 
ilícito e culpável. 
Existindo fato típico, que é composto de conduta, resultado (nos crimes materiais), nexo 
de causalidade e tipicidade, é necessário analisar se esse fato é ou não ilícito. É 
justamente neste ponto que se observa as causas excludentes de ilicitude. Se o fato 
praticado pelo agente foi lícito, ou seja, de acordo com o Direito, não há crime. 
Nesse sentido, o art. 37 da Lei 9.605/98 prevê causas excludentes de ilicitude. Portanto, 
nos termos do art. 29 da Lei de crimes Ambientais é crime matar espécimes da fauna 
silvestre, porém se o agente matar o animal para saciar sua fome estará acobertado pela 
excludente de ilicitude prevista no art. 37, I, da Lei 9.605/98: não é crime o abate de 
animal, quando realizado “em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de 
sua família”. 
O mesmo ocorre se o abate de animal tiver como motivação a “proteção de lavouras, 
pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais, desde que legal e 
expressamente autorizado pela autoridade competente” (art. 37, II) e, “por ser nocivo o 
animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente” (art. 37, IV). 
No inciso I do art. 37 da Lei 9.605/98 ocorre a causa de justificação do estado de 
necessidade, já nos incisos II e IV do mesmo dispositivo legal existe a causa de 
justificação exercício regular de direito. 
Exemplo 
De acordo com o art. 29 da Lei 9.605/98 é crime matar animal da fauna silvestre. 
Assim, se uma determinada pessoa, para saciar sua fome, mata um javali, teremos a 
seguinte questão: Com base no conceito analítico de crime temos fato típico, pois 
houve conduta, matar o javali. A morte do javali é resultado dessa conduta, ocorrendo, 
portanto, nexo de causalidade entre a conduta (matar) e o resultado (o javali). Por fim, 
essa conduta se amolda perfeitamente ao tipo penal descrito no art. 29 da Lei. 9.605/98, 
verificando-se, portanto, a tipicidade. 
Como a morte do javali foi para saciar sua fome, tal fato se amolda na causa excludente 
da ilicitude prevista no art. 37, I, da Lei 9.605/98 — a Lei de Crimes Ambientais 
permite a morte de animal, desde que para saciar a fome do agente ou de sua família. 
Como a pessoa que matou o javali agiu em estado de necessidade, ainda que haja fato 
típico, a sua conduta é considerada lícita. 
No inciso I ocorre a causa de justificação estado de necessidade, já nos incisos II e IV 
do art. 37 da Lei 9.605/98 temos a causa de justificação exercício regular de direito. 
JURISPRUDÊNCIA COMENTADA 
"HABEAS CORPUS Nº 192.486 - MS (2010/0225552-4) – STJ 
HABEAS CORPUS. CRIME AMBIENTAL. PESCA EM PERÍODO PROIBIDO. 
APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE. 
ESPECIAL REPROVABILIDADE DA CONDUTA NO CASO CONCRETO. 
HABEAS CORPUS DENEGADO. 
1. A aplicabilidade do princípio da insignificância nos crimes contra o meio ambiente, 
reconhecendo-se a atipicidade material do fato, é restrita aos casos onde e a conduta do 
agente expressa pequena reprovabilidade e irrelevante periculosidade social. Afinal, o 
bem jurídico tutelado é a proteção ao meio ambiente, direito de natureza difusa 
assegurado pela Constituição Federal, que conferiu especial relevo à questão ambiental. 
2. Não se insere na concepção doutrinária e jurisprudencial de crime de bagatela a 
conduta do Paciente, pescador profissional, que foi surpreendido pescando com 
petrecho proibido em época onde a atividade é terminantemente vedada. Há de se 
concluir, como decidiram as instâncias ordinárias, pela ofensividade da conduta do réu, 
a quem se impõe maior respeito à legislação ambiental, voltada para preservação da 
matéria prima de seu ofício. 
3. E, apesar de terem sido apreendidos apenas 05 kg (cinco quilos) de peixe, nos termos 
da jurisprudência desta Corte Superior: "A quantidade de pescado apreendido não 
desnatura o delito descrito no art. 34 da Lei 9.605/98, que pune a atividade durante o 
período em que a pesca seja proibida, exatamente a hipótese dos autos, isto é, em época 
de reprodução da espécie, e com utilização de petrechos não permitidos." (HC 
192696/SC, 5ª Turma, Rel. Min. GILSON DIPP, DJe de 04/04/2011.) 
 4. Ordem de habeas corpus denegada." 
Comentário 
De acordo com o princípio da insignificância, o Direito Penal não deve preocupar-se 
com bagatelas. A tipicidade penal exige um mínimo de lesividade ao bem jurídico 
protegido. A aplicação do princípio da insignificância exclui a tipicidade, porém a 
tipicidade em seu sentido material. A aplicação do princípio da insignificância para o 
Supremo Tribunal Federal exige quatro requisitos, ou seja, “a mínima ofensividade da 
conduta do agente, a nenhuma periculosidade social da ação, o reduzido grau de 
reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da lesão jurídica 
provocada” (HC nº 84.412/SP, Segunda Turma, DJ de 19/11/04). 
Em que pese o meio ambiente ser um bem transindividual e indivisível, a jurisprudência 
tem admitido a aplicação do princípio da insignificância em determinados crimes 
ambientais, conforme se verifica da decisão do STJ no REsp 1.409.051-SC. 
Entretanto, no caso em questão, o Superior Tribunal de Justiça não reconheceu 
atipicidade material na conduta do agente, tendo em vista justamente o período em que 
ocorreu a pesca, ou seja, em período proibido. 
Atividade 
1) Quando alguém abate um animal para saciar sua fome, ocorre: 
a) Crime previsto na Lei 9.605/98. 
b) Causa que exclui a culpabilidade. 
c) Causa que exclui a ilicitude. 
d) Fato atípico. 
e) Causa que exclui a punibilidade. 
 
Gabarito 
2) No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada de 
extinção, pode o juiz, considerando as circunstâncias: 
a) Agravar a pena. 
b) Deixar de aplicar a pena. 
c) Diminuir a pena. 
d) Triplicar a pena. 
e) Duplicar a pena. 
 
Gabarito 
3) De acordo com a Lei 9.605/98, quem mata espécime da fauna silvestre ameaçada de 
extinção terá a pena: 
a) Aumentada de metade. 
b) Diminuída de um terço. 
c) Diminuída de metade. 
d) Aumentada de um sexto. 
e) Aumentada de um terço. 
 
Gabarito 
4) No que concerne ao crime de tráfico de animais previsto na Lei 9.605/98, é causa de 
aumento de pena se o crime é praticado: 
a) Em unidade de permissão. 
b) Durante a tarde. 
c) Em período de permissão à caça. 
d) Durante o dia. 
e) Durante a noite. 
 
Gabarito 
5) A respeito do crime de tráfico de animais, se tal crime decorre do exercício de caça 
profissional a pena é: 
a) Aumentada da metade. 
b) Aumentada até o triplo. 
c) Aumentada de um terço. 
d) Aumentada de um sexto. 
e) Aumentada de um quarto. 
 
Gabarito 
Créditos 
 
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Programador: Rostan Luiz 
 
Referências 
 
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula5.html
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon910/aula5.html
 
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