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CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: 
JUDICIÁRIA 
PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 
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Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br 
AULA 05 
DAS PROVAS: conceito, princípios básicos, objeto, meios, ônus, 
limitações constitucionais das provas, sistemas de apreciação. Lei nº 
11.690/2008. QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES. EXCEÇÕES. 
Caros alunos, dando continuidade ao nosso curso on line para Analista 
Judiciário do Superior Tribunal de Justiça, hoje falaremos sobre as PROVAS, 
QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES E AS EXCEÇÕES. 
Começaremos nosso estudo com algumas regras gerais sobre as 
provas. 
I) DAS PROVAS 
1) DISPOSIÇÕES GERAIS QUANTO ÀS PROVAS: 
O termo “prova” vem do latim probatio e pode ser entendido como 
todos aqueles elementos que se destinam a formar a convicção do juiz 
acerca de um fato considerado relevante para o processo. Nota-se, então, 
que o seu destinatário é o magistrado, uma vez que a prova se destina a 
formar a convicção do juiz. 
O objeto da prova são os fatos, circunstâncias e alegações
referentes ao litígio e que se mostram importantes para o deslinde da causa. 
Aqui, é preciso fazer algumas observações: 
9 OBSERVAÇÕES: 
a) Será que todos os fatos precisam ser provados dentro de um 
processo? A resposta é negativa. Assim, não dependem de 
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prova: (i) os fatos axiomáticos (ou seja, evidentes), (ii) os fatos 
notórios (de conhecimento amplo e geral da nação), (iii) os fatos 
inúteis (não influenciam a decisão da causa) e (iv) as presunções 
legais; 
b) As presunções se dividem em duas categorias: temos as 
presunções humanas (estas dependem de prova. Ex: o aluno 
que faltou à aula hoje deve estar doente. Essa foi uma 
presunção que nós, seres humanos, fizemos. Logo, precisam ser 
provadas) e presunções legais (feitas pela lei. Ex: o menor de 
18 anos é inimputável para o direto penal. Trata-se de uma 
presunção do legislador de que os menores de dezoito anos não 
podem compreender o caráter ilícito de seu comportamento. 
Essas presunções não dependem de prova); 
c) No processo penal o juiz pode, de ofício, determinar a produção 
de uma prova (art. 156, CPP); 
d) Diferentemente do que ocorre no processo civil, no processo 
penal, até mesmo os fatos incontroversos precisam ser 
provados. Por fato incontroverso devemos entender aquele que 
foi alegado por uma das partes, porém não foi impugnado ou 
contestado pela outra. Aqui, na área penal, estes fatos não 
impugnados não podem ser presumidos verdadeiros e, portanto, 
precisam ser provados por quem os alega. Ex: ainda que o 
acusado fique calado durante todo o processo, o Ministério 
Público continua com o ônus de provar o teor de sua acusação; 
e) Última pergunta. Exige-se prova da legislação? Em outras 
palavras, caso se invoque um direito previsto em lei de outro 
estado, ou mesmo em lei estrangeira, exige-se prova dessa 
legislação, ou o juiz é obrigado a conhecer a lei? Bem, podemos 
dizer que a legislação federal não depende de prova, pois o 
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magistrado tem a obrigação de conhecê-la. Já as leis estaduais, 
distritais, municipais, alienígenas (estrangeiras) e o direito 
consuetudinário (baseado nos costumes) precisam ser provados. 
No âmbito penal, esta discussão perde um pouco importância, 
pois, nos termos do art. 22, I, da Constituição Federal de 1988, 
compete privativamente à União legislar sobre o direito penal e o 
direito processual penal. Logo, por se tratar de leis federais, o 
juiz teria obrigação de conhecê-las. 
O ônus prova cabe a quem alega (art. 156, CPP). Costumamos dizer 
que à acusação cabe o ônus de provar os fatos constitutivos do direito. Já a 
defesa deve provar os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do 
direito do autor. Assim, se o MP atribui o crime de homicídio a João, aquele 
é que deve provar que o crime realmente ocorreu. Porém, caso João alegue 
que o homicídio foi cometido em legítima defesa, então é ele quem deverá 
provar tal fato. 
Passemos agora ao estudo dos Sistemas de Apreciação das Provas. 
2) SISTEMAS DE APRECIAÇÃO DAS PROVAS: 
Ao longo dos tempos, a forma de se apreciar uma prova foi sendo 
modificada. Podemos indicar 4 (quatro) sistemas principais: 
a) Sistema ordálio (ou das ordálias): Predominou durante a antiguidade. 
Naquela época, o juiz não fazia qualquer valoração das provas, apenas 
declarava seu resultado. Ex.: o acusado era obrigado a caminhar sobre 
brasas (se sentisse dor, era culpado; do contrário, não); jogava-se o 
acusado no rio com um peso amarrado em seu corpo (se afundasse era 
culpado; do contrário, não) etc. 
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b) Sistema das provas legais (ou da certeza legal) ou tarifado ou da 
certeza moral do legislador: Existiu durante a Idade Média 
(principalmente entre os séculos XI e XIII). Para esse sistema só se 
admitiam como prova aquelas que estivessem expressamente previstas 
na lei. Além disso, cada prova possuía um valor (havia hierarquia entre 
provas), sendo que a confissão era rainha absoluta de todas as provas. 
Apesar de não ser adotado pelo Brasil, existem alguns resquícios desse 
sistema em nossa lei, tais como: (i) a obrigatoriedade de se realizar o 
exame de corpo de delito para crimes que deixam vestígios e (ii) com 
relação ao estado das pessoas só se admite como prova aquelas 
expressamente previstas em lei (certidões). 
c) Sistema da íntima convicção ou da certeza moral do julgador: 
Surgiu durante o movimento iluminista, por volta do século XVIII. As leis 
passaram a ser vistas como algo injusto, devendo o juiz julgar com base 
na sua íntima convicção, ainda que isso contrariasse todas as provas. Ele 
não precisava nem mesmo fundamentar suas decisões. Esse sistema é 
muito criticado, pois atribui um poder quase absoluto ao magistrado, já 
que ele pode decidir tendo por base uma convicção pessoal. 
9 Observação: Esse é o sistema adotado pelo Brasil no Tribunal do 
Júri, com relação aos jurados. 
d) Sistema da do livre convencimento motivado ou da persuasão 
racional (art. 155, CPP): É o sistema adotado, como regra geral, pelo 
Brasil. De acordo com esse sistema, o juiz é livre para julgar de acordo 
com as provas que constam do processo. Daí decorem três 
consequências: (i) o juiz só pode levar em consideração as provas que 
constam do processo; (ii) não existe hierarquia entre as provas (todas 
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estão em pé de igualdade) e (iii) o juiz deve fundamentar todas suas 
decisões. 
3) MEIOS DE PROVA: 
Por meio de prova, devemos entender todos aqueles aptos, direta 
ou indiretamente, a comprovarem a verdade dos fatos, abrangendo assim a 
prova documental, testemunhal, pericial etc. Lembrem que os meios de 
prova elencados no CPP são meramente exemplificativos, admitindo-se a 
utilização de qualquer meio de prova, esteja ou não previsto em lei. 
A provatestemunhal é composta pelo depoimento de um terceiro 
estranho ao processo sobre fatos que são de seu conhecimento. A prova 
documental abrange os documentos. Segundo o art. 232 do CPP, 
documentos são “quaisquer escritos, instrumentos ou papeis, públicos ou 
particulares” que representam um fato, reproduzindo-o em juízo. 
Finalmente, a prova pericial engloba aqueles exames, elaborados por 
profissionais técnicos, acerca de fatos importantes para o deslinde da causa. 
A liberdade de se produzir uma prova sofre restrições. 
Encontramos as seguintes limitações à liberdade dos meios de prova: 
a) Especificamente quanto ao estado de pessoas (casamento, óbito, 
parentesco etc.) deve-se observar as mesmas restrições e 
exigências da lei civil, ou seja, a prova se faz apenas por meio 
das respectivas certidões (art. 155, parágrafo único, do CPP); 
b) Obrigatoriedade do exame de corpo de delito para os crimes que 
deixam vestígios (art. 158, CPP); 
c) No Júri, a leitura de documento ou exibição de objeto que não 
tenha sido juntado aos autos com antecedência mínima de 3 
dias, encontra-se vedada; 
d) Inadmissibilidade das provas obtidas por meio ilícitos (art. 5º, 
LVI, CF/88). 
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Para finalizarmos essas disposições gerais sobre as provas, é 
preciso falar de alguns princípios aplicáveis a elas: 
4) PRINCÍPIOS: 
a) Da comunhão das provas: uma vez produzidas, as provas não 
pertencem à parte que as produziu, mas sim ao processo, podendo ser 
utilizadas por ambos os litigantes; 
b) Liberdade probatória: as partes podem se utilizar de todos os 
meios que estiverem ao seu alcance como prova, estejam ou não previstos 
na lei, desde que não sejam proibidas ou ilícitas; 
c) Da audiência contraditória: toda prova admite uma 
contraprova. Assim, não se admite a produção de uma prova sem a 
manifestação da parte contrária. 
d) Da inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos
(art. 5º, LVI, da Constituição Federal de 1988 e art. 157, CPP): 
Tradicionalmente, distinguiam-se as provas ilegais, das ilícitas e das 
ilegítimas. As provas ilegais seriam o gênero, podendo ser de duas espécies: 
i) provas ilícitas: aquelas produzidas com violação do direito 
material. Ex: confissão obtida mediante tortura (viola a 
dignidade e integridade da pessoa humana); 
ii) provas ilegítimas: são aquelas produzidas com violação do 
direito processual. Ex: ordem judicial que autoriza a quebra do 
sigilo bancário de alguém sem a devida fundamentação (viola a 
regra prevista no art. 93, IX, da CF/88 de que todas as decisões 
judiciais devem ser fundamentadas). 
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Com a Lei nº 11.690/2008, o art. 157 do CPP teve sua redação 
alterada e passou a determinar que “são inadmissíveis, devendo ser 
desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas 
em violação a normas constitucionais ou legais”. Para fins de concurso, as 
duas conceituações (a tradicional – que diferencia as provas ilegais, das 
ilícitas e ilegítimas – e a do art. 157 do CPP, que define prova ilícita como 
aquela produzida com violação a normas constitucionais ou legais) são 
corretas. 
Provas Ilícitas por Derivação ou Ilicitude por Derivação: 
Questiona-se se uma prova ilícita contamina as outras que dela se 
originarem? Atualmente, o STF adota a Teoria dos Frutos da Árvore 
Envenenada (“Fruits of the poisonous tree”), segundo a qual um prova 
ilícita contamina todas as outras que dela se originarem. 
Assim, imagine uma confissão obtida mediante tortura (prova ilícita) 
na qual o agente, depois de torturado, delata os seus comparsas que, então, 
são presos pela polícia. Nesse caso, tais prisões deverão ser relaxadas uma 
vez que somente foram possíveis graças à confissão obtida mediante 
tortura. (a prisão será uma prova ilícita derivada). 
Representação Gráfica: 
Prova 
Ilícita 
Ilícita 
Ilícita 
Ilícita 
Ilícita 
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O § 1º do art. 157 do CPP estabelece que “são também inadmissíveis 
as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de 
causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser 
obtidas por uma fonte independente das primeiras”. Entende-se por fonte 
independente aquela que, por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, 
próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao 
fato objeto da prova (art. 157, § 2º, CPP). A parte final do § 1º significa que 
uma prova ilícita por derivação deixa de ser ilícita caso demonstrada a 
existência de outras provas lícitas que permitam a obtenção dessa primeira 
prova. Esse entendimento (conhecido como critério da prova separada ou 
fonte independente) já era consagrado pela jurisprudência do STF, ficando 
agora expresso no texto legal. 
Vejamos então algumas observações sobre este princípio das provas 
ilícitas. 
Observações: 
a) O STF admite a utilização, para fins de incriminação, de uma 
interceptação ou escuta telefônica, feita sem autorização judicial, 
quando o agente estiver abusando de suas garantias 
constitucionais. Nesse caso, a prova deixaria de ser ilícita e passaria 
a ser lícita. O fundamento, para essa decisão, é o de que o direito à 
intimidade não pode servir para salvaguardar práticas ilícitas. 
Exemplo: João está extorquindo Pedro para que este lhe entregue 
certa quantia em dinheiro, a fim de que não faça mal a seu filho. 
Pedro, sem que João saiba, contratou um detetive particular, que 
está monitorando toda a conversa. Pergunta-se: essa escuta 
feita sem autorização judicial pode ser usada para incriminar 
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João? A resposta é afirmativa, pois João não pode se valer do seu 
direito à intimidade como instrumento para salvaguardar o 
cometimento de práticas ilícitas (no caso, a extorsão). A prova, 
nesse caso, deixa de ser ilícita e passa a ser lícita; 
b) Também é possível a utilização de uma interceptação ou escuta, 
sem autorização judicial, quando este for o único instrumento para 
provar a inocência de alguém que esteja sendo injustamente 
acusado de um crime. Nesse caso a prova deixa de ser ilícita e 
passa a ser lícita; 
c) Importante distinguir, por fim, os termos interceptação telefônica, 
escuta telefônica e gravação telefônica. Na interceptação 
telefônica uma terceira pessoa (sem que nenhuma das partes 
saiba) capta a conversa. Já na escuta telefônica, um terceiro 
(com o conhecimento de uma das partes) capta tal conversa. Por 
fim, na gravação telefônica, um dos interlocutores (não há a 
participação de terceiros) faz essa gravação. Importante destacar 
que os dois primeiros (interceptação e escuta telefônica) exigem 
autorização judicial, só são admitidos se o crime for punido com 
reclusão, para fins criminais, e desde que não haja outro meio de 
se obter a prova. Se feitos sem autorização judicial, constituem 
crime (art. 10 da Lei nº 9.296/1996). Já a gravação telefônica éaceita pelo STF como meio de prova, mesmo sem a devida 
autorização judicial. 
Nosso objetivo aqui foi apenas traçar o regime legal das provas ilícitas. 
Maiores detalhes os senhores verão nos cursos de direito constitucional. 
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5) PRINCIPAIS PERÍCIAS PREVISTAS NO CÓDIGO DE PROCESSO 
PENAL: 
Neste tópico, analisaremos as principais perícias trazidas pelo CPP. 
a) Exame de Corpo de Delito: 
A expressão “corpo de delito” significa o conjunto de vestígios deixados 
pelo crime, ou seja, aquelas alterações no mundo exterior provocadas pelo 
delito (sangue, lesões, livros contábeis, estilhaços de vidro, projétil, arma, 
cabelo etc.). Refere-se, assim, à própria materialidade do delito. 
Relativamente a esse exame, podemos apontar as seguintes características: 
a) esse exame será obrigatório nos casos em que a infração penal 
deixar vestígios (art. 158, CPP), sob pena de nulidade; 
b) sua falta não poderá ser suprida pela confissão do acusado (art. 
158, parte final do CPP); 
c) caso os vestígios já tenham desaparecido, a falta desse exame 
poderá ser suprida pela prova testemunhal. Nesse caso dizermos 
que o exame foi indireto (art. 167, CPP); 
d) poderá ser feito em qualquer dia e horário (art. 161, CPP). 
O exame de corpo de delito classifica-se em: i) direto (quando 
realizado diretamente pelos peritos sobre o próprio objeto de prova); e ii) 
indireto (é a prova testemunhal, realizada nas hipóteses em que os vestígios 
já desapareceram). 
Com o advento da Lei nº 11.690/2008, o exame de corpo de delito, 
assim como as outras perícias, será realizado por perito oficial, portador 
de diploma de curso superior. Isso significa que não mais se exigem 2 (dois) 
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peritos oficiais para realização das perícias no Processo Penal, mas apenas 1 
(um), nos termos do art. 159 do CPP. 
: b) Autopsia ou necropsia
Trata-se da perícia realizada no cadáver com o objetivo de descobrir a 
causa mortis (art. 162, CPP). O laudo que atesta a causa da morte é 
chamado de laudo de exame cadavérico ou laudo necroscópico. 
Aqui, senhores, peço cuidado para não confundirmos o laudo 
necroscópico (aquele realizado na autopsia) com o laudo 
perinecroscópico (este último é o laudo feito no local da morte, estando ou 
não presente o corpo). Fiquem atentos, portanto, à terminologia. 
Esse exame deverá ser feito pelo menos 6 (seis) horas depois do 
óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que 
possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto (art. 162 do 
CPP); 
Finalmente, nos casos de morte violenta, bastará o simples exame 
externo do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou 
quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não 
houver necessidade do exame interno para a verificação de alguma 
circunstância relevante. Em outras palavras, nem sempre os peritos 
precisaram examinar os órgãos internos do cadáver para descobrir a causa 
da morte. 
c) Exumação (arts. 163 a 166, CPP): 
Essa perícia é muito simples e, em provas de processo penal (lembrem-
se de que a nossa matéria não é medicina legal), exige-se o conhecimento 
de apenas duas regras: 
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a) O termo “exumar” significa desenterrar o cadáver. Exige-se que se 
lavre o respectivo auto, na presença de testemunhas. A exumação 
pode ser determinada tanto pela autoridade policial quanto pela 
autoridade judicial; 
b) Havendo dúvida quanto à identificação do cadáver exumado, 
proceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e 
Estatística (atual IML), ou repartição congênere, ou pela inquirição 
de testemunhas (art. 166 do CPP). 
d) Lesões corporais (art. 168, CPP): 
No caso de lesões corporais, considerando que se trata de um crime que 
deixa vestígios, exige-se a realização do exame de corpo de delito. Caso o 
primeiro exame pericial tenha sido incompleto (obscuro, omisso), deve-se 
proceder a exame complementar, nos termos do art. 168 do CPP. 
A falta do exame complementar poderá ser suprida pela prova 
testemunhal. 
Ademais, nos caso específico do art. 129, § 1º, I, CP (lesão corporal 
grave na qual resulta incapacidade para as atividades habituais por mais de 
30 dias), esse exame complementar deve ser feito logo que decorra o prazo 
de 30 (trinta) dias, contados da data do crime. Só assim será possível saber 
se a pessoa realmente ficou incapacitada para as ocupações habituais 
durante todo o período. Finalmente, a falta desse laudo complementar 
levará à configuração do crime de lesão corporal leve. 
e) Exame para reconhecimento de escritos (art. 174, CPP): 
Também chamado de Grafotécnico. Tem por objetivo descobrir a 
autenticidade de escritos ou documentos. Esse, meus amigos, é uma das 
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perícias mais famosas realizadas pela Polícia. Ocorre nos crimes de 
falsificação, estelionato, etc. 
Nossas provas costumam perguntar muito o teor do art. 174 do CPP, 
razão pela qual o transcreve e recomendo a memorização: 
Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por 
comparação de letra, observar-se-á o seguinte: 
I – a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será 
intimada para o ato, se for encontrada; 
II – para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que 
a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente 
reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade não 
houver dúvida; 
III – a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, 
os documentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos 
públicos, ou nestes realizará a diligência, se daí não puderem ser 
retirados; 
IV – quando não houver escritos para a comparação ou forem 
insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa 
escreva o que lhe for ditado. Se estiver ausente a pessoa, mas em 
lugar certo, esta última diligência poderá ser feita por precatória, 
em que se consignarão as palavras que a pessoa será intimada a 
escrever. 
Ressalto apenas que, embora o inciso IV do art. 174 do CPP estabeleça 
que quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes 
os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que lhe for 
ditado, tal regra não subsiste, considerando-se que ninguém é obrigado a 
produzir prova contra si mesmo. Assim, o indiciado ou acusado não está 
obrigado a escrever qualquer coisa. 
f) Exames por precatória: 
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A carta precatória será estudada com detalhes em nossa próxima aula. 
Por hora, basta sabermos que se trata de uma forma de comunicação dos 
atos processuais, utilizada toda vez que se exigir alguma providência 
(citação, oitiva de uma testemunha, realização de perícia, etc) em outra 
comarca. 
Naprecatória, teremos sempre duas partes envolvidas. O juízo 
deprecante (aquele que mandou a precatória) e o juízo deprecado (juiz 
que a recebe para dar cumprimento). 
Especificamente quanto às perícias, aplica-se o art. 177 do CPP que 
estabelece, como regra geral, a nomeação do perito no juízo deprecado. Há, 
porém, uma exceção: caso a ação penal seja privada e haja acordo entre as 
partes, essa nomeação poderá ser feita no juízo deprecante. 
g) Observações finais: 
Para concluirmos esse tópico das perícias, veremos duas observações 
finais: 
a) O juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo aceitá-lo ou 
rejeitá-lo, no todo em parte (art. 182 do CPP); 
b) Com exceção do exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade 
policial poderá negar a perícia requerida pelas partes quando não 
for necessária ao esclarecimento da verdade. 
Para ilustrar este tópico das perícias, vamos dar uma olhada nas 
questões abaixo: 
a) (Cespe/STF/Analista Judiciário – Área Judiciária/2008) “Quando a 
infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de 
delito, direto ou indireto. Não sendo possível sua realização em 
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decorrência de os vestígios terem desaparecido, a prova 
testemunhal ou a confissão poderão suprir-lhe a falta” (item 
ERRADO, pois, como vimos acima, se os vestígios tiverem 
desaparecido, a falta do exame de corpo de delito poderá ser 
suprida pela prova testemunhal, mas não pela confissão do 
acusado); 
b) (Cespe/TSE/Analista Judiciário – Área Judiciária/2007) “No processo 
penal, cabe à defesa do réu provar o fato constitutivo do delito que 
lhe é imputado e à acusação provar fatos modificativos, extintivos 
ou impeditivos do direito da defesa” (item ERRADO. Em razão do 
princípio da presunção de inocência, é a acusação que deve provar 
o fato constitutivo do direito). 
II) DAS QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES (arts. 92 a 154, 
CPP) 
Conceito: 
As questões e processos incidentes representam circunstâncias acidentais ou 
controvérsias que interferem na normalidade do processo e devem ser 
decididas pelo juiz antes de decidir a causa principal. As questões incidentes 
subdividem-se em: i) questões prejudiciais e ii) processos incidentes. 
1) Questões Prejudiciais: 
Correspondem a questões de mérito que o juiz deve decidir antes de 
resolver a causa principal, já que elas prejudicam o regular andamento do 
processo. 
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Classificação: 
a) Quanto ao mérito: 
Comum, homogênea ou imperfeita: ocorre quando a questão 
prejudicial pertence ao mesmo ramo do direito da questão principal 
(ambas são de direito penal). Ex: a análise quanto à origem ilícita ou não 
de determinada mercadoria para a configuração ou não de crime de 
receptação. Será resolvida pelo próprio juiz criminal. 
Heterogênea, perfeita ou jurisdicional: é aquela em que a questão 
prejudicial pertence a um ramo do direito distinto da questão principal (a 
questão prejudicial é extra-penal). Ex: análise quanto à anulação ou não 
do primeiro casamento a fim de se verificar a configuração ou não do 
crime de bigamia. 
b) Quanto ao efeito: 
Obrigatória (ou devolutiva absoluta): é aquela que acarreta 
obrigatoriamente a suspensão do processo principal (a prescrição 
também fica suspensa). O juiz criminal não pode, ele mesmo, julgar a 
questão, devendo suspender o processo e remetê-lo para ser julgado pelo 
juiz competente. Ocorre naquelas causas que se referem ao estado civil
das pessoas (art. 92, CPP). Ex: nulidade de casamento ou de filiação, 
reconhecimento de filiação, etc. 
Facultativa ( ou devolutiva relativa): é aquela em que a suspensão 
do processo é apenas facultativa, ou seja, o juiz da causa principal 
poderá optar entre suspender o processo e remeter a questão prejudicial 
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para ser julgada por um outro juiz ou, ao contrário, poderá resolver que 
ele mesmo irá julgar a questão. Ocorre naqueles casos que não se 
referem ao estado civil das pessoas (art. 93, CPP). Ex: discussão quanto 
à propriedade ou não do bem no crime de furto. 
9 Observação: caberá o recurso em sentido estrito (RESE) da 
decisão que suspender o processo em razão de questão prejudicial 
(art. 581, XVI, CPP). 
2) Processos Incidentes
2.1) Exceções (art. 95, CPP) 
Podemos destacar as seguintes exceções: 
• Suspeição/impedimento; 
• Ilegitimidade da parte; retardam o andamento do processo 
(dilatórias) 
• Incompetência do juízo; 
• Litispendência 
• De coisa julgada; extinguem o processo (peremptórias) 
Conceito: 
As exceções constituem meios de defesa indiretos que acarretam a 
extinção do processo ou apenas retardam o seu andamento. Classificam-
se em dilatórias (apenas retardam o andamento do processo) e 
peremptórias (extinguem o processo). 
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a) Exceção de suspeição
Visa a afastar do processo aquele juiz que é tido como parcial. Não se 
trata de deslocar o processo de foro, mas apenas ataca a pessoa física do 
magistrado em razão de vício de suspeição. Nos termos do art. 96 do 
CPP, a exceção de suspeição precederá a qualquer outra, salvo se 
fundada em motivo superveniente. 
Procedimento: 
• Se o juiz espontaneamente reconhecer a sua suspeição deverá 
remeter o processo ao seu substituto legal. Essa decisão é 
irrecorrível. 
• Suspeição arguida pelas partes: se o juiz concordar com a arguição 
de suspeição deverá remeter os autos ao seu substituto legal (art. 
99). Caso o juiz discorde da arguição de suspeição mandará autuá-
la em apartado (forma-se novos autos) e terá 3 dias para oferecer 
resposta, podendo juntar documentos e arrolar testemunhas (art. 
100). Depois disso os autos serão enviados, dentro de 24 horas, ao 
tribunal a quem competir o julgamento: 
i) caso o tribunal julgue procedente a exceção (determina que o 
juiz é suspeito), afastará o juiz e remeterá o processo ao seu 
substituto legal. Se verificado que o erro do juiz foi inescusável, 
o tribunal poderá condená-lo a pagar as custas do processo; 
ii) caso julgada improcedente a exceção, o processo será 
devolvido ao juiz e, se verificado que a parte agiu de má-fé, o 
tribunal poderá impor-lhe uma multa. 
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9 Observação: a regra geral é que a exceção de suspeição não
suspende o processo, salvo se a parte contrária, reconhecendo a 
procedência do pedido, assim o requerer (art. 102, CPP). 
b) Exceção de incompetência
É aquela que deve ser ajuizada nos casos de incompetência territorial 
(casos de incompetência relativa do juízo). Será ajuizada dentro do prazo 
da resposta do réu (art. 396-A, CPP). 
9 Observação: Caso a exceção de incompetência não seja ajuizada 
no prazo legal, por se tratar de incompetência relativa, ocorrerá a 
prorrogaçãoda competência e o juiz que era incompetente passará 
a ser competente. Ademais, a exceção de incompetência correrá 
em apartado e não suspende o andamento do processo. 
c) Exceção de ilegitimidade da parte
Será cabível nos casos em que a parte for ilegítima (cabível tanto nos 
casos de ilegitimidade ad causam quanto na ilegitimidade ad processum). 
Deve ser arguida pelo acusado e seguirá o mesmo rito da exceção de 
incompetência, com a diferença que pode ser arguida a qualquer tempo, 
já que o vício tem natureza absoluta. 
O juiz pode, de ofício, declarar a ilegitimidade da parte. Em regra, essa 
exceção, caso seja julgada procedente, anula o processo. Entretanto, nos 
casos de ilegitimidade ad processum, admite-se o reinício do processo, 
desde que sanado o vício. Ex: queixa oferecida por menor de dezoito 
anos (causa de ilegitimidade ad processum). Admite-se a ratificação 
desse ato processual pelo seu representante legal (art. 568, CPP). 
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d) Exceção da litispendência 
Ocorrerá a litispendência quando tivermos duas ou mais ações 
idênticas em andamento. A ação em que por último tiver sido citado o réu 
deverá ser extinta. Trata-se de exceção peremptória que põe fim a 
processo. 
e) Exceção de coisa julgada
Ocorrerá quando tivermos duas ou mais ações idênticas, sendo que 
uma delas já transitou em julgado. Aquela ação que já tiver transitado em 
julgado será preservada e as outras devem ser extintas. Também é 
exceção peremptória. 
9 Observação: da decisão que julgar procedente as exceções, salvo 
a de suspeição, caberá o Recurso em sentido estrito (art. 581, III). 
2.2) Incidente de Falsidade Documental (arts. 145 a 148) 
Encontra-se prevista nos arts. 145 a 148 do CPP. Esse incidente será 
cabível quando surgirem dúvidas acerca da autenticidade de determinado 
documento. Essa falsidade pode ser reconhecida de ofício pelo juiz ou 
arguida pelas partes. 
Procedimento: 
• Se a falsificação for grosseira dispensa-se a instauração do 
incidente, devendo o juiz determinar o desentranhamento do 
documento e remessa ao MP, a fim de que se verifique se houve ou 
não a falsificação, o que ensejará a respectiva ação penal; 
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• Caso a falsificação não seja grosseira deve-se instaurar o 
incidente de falsidade, ficando o processo suspenso. A parte 
contrária terá 48 horas para se manifestar e, depois disso, 
cada uma das partes terá 3 dias para produzir provas. Serão 
feitas perícias no documento e o juiz decidirá se o documento é 
ou não falso. Caso se reconheça que o documento é 
verdadeiro, deverá ser mantido nos autos. Nada obstante, 
reconhecendo a falsidade do documento deverá o juiz 
determinará o desentranhamento do referido documento e 
remessa ao MP, a fim de que se apure a responsabilidade pela 
falsificação. 
Observações: 
a) Da decisão que julgar o incidente de falsidade caberá o 
recurso em sentido estrito (art. 581, XVIII); 
b) A decisão no incidente de falsidade não vincula a decisão na 
futura ação pelo crime de falsidade, ou seja, ainda que se 
reconheça a falsidade do documento, nada impede que o 
agente seja absolvido pelo delito de falsificação. 
2.3) Conflitos de Jurisdição e de Atribuição
Conflito de Jurisdição (art. 113 ao 117): 
Ocorre quando dois ou mais juízes se dizem competentes (conflito 
positivo), ou se dizem incompetentes (conflito negativo) para julgar 
determinada infração penal. Ocorre também nos casos de reunião de 
processos, salvo se um deles já tiver transitado em julgado (súmula 59 
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STJ). A doutrina dominante prefere a expressão “conflito de competência” 
e não “conflito de jurisdição”, pois a jurisdição é una e indivisível. 
O referido conflito pode ser requerido pela parte interessada, pelo 
MP ou pelos próprios juízes ou tribunais envolvidos (nesse último caso, a 
arguição é feito mediante ofício). 
Competência para julgar o conflito: 
a) STF (art. 102 CF/88) – julga os conflitos entre o STJ e qualquer 
tribunal; entre tribunais superiores; entre tribunais superiores e 
qualquer outro tribunal. 
b) STJ (art. 105 CF/88) – julga os conflitos entre tribunais, 
ressalvadas as competências do Supremo; entre tribunal e juiz a ele 
não vinculado; ou entre juízes vinculados a tribunais diferentes. 
c) TRE – é competente para julgar o conflito entre juízes eleitorais 
do mesmo estado da federação. 
d) TSE – julga o conflito entre juízes eleitorais de estados diferentes 
e entre os TREs. 
e) TRF – é competente para julgar os conflitos entre juízes federais 
a ele vinculados, bem como o conflito entre juiz federal e juiz 
estadual no exercício da competência federal (Súmula 03 do STJ). 
f) TJ – é competente para julgar o conflito entre juízes estaduais a 
ele vinculados, bem como o conflito entre juiz estadual e juiz militar 
da justiça local (Súmula 555 do STF). 
Registre-se que não há que se falar em conflito entre juiz e o 
tribunal ao qual ele pertença, pois, em razão da hierarquia, predomina a 
manifestação do tribunal. 
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Conflito de Atribuições: 
a) Entre duas autoridades administrativas: será resolvido no 
próprio âmbito administrativo sem intervenção do judiciário. 
b) Entre uma autoridade judiciária e outra administrativa: será 
resolvido pelo STJ (maioria dos autores). 
9 Obs: O conflito de atribuições entre dois promotores de justiça será 
resolvido pelo Procurador-Geral (se se tratar de promotores de um 
mesmo Estado); 
9 Obs: A competência para resolver o conflito de atribuições entre 
Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual é do STF 
(vide Informativo STF nº 458, de 5 a 9 de março de 2007 - Pet. 
3.528/BA). 
2.4) Restituição de Coisas Apreendidas (arts. 118 a 124) 
Durante o inquérito ou processo determinadas coisas (instrumentos do 
crime e coisas que constituam prova da infração penal) podem ser 
apreendidas. Algumas delas, uma vez apreendidas, não serão mais 
devolvidas, uma vez que estão sujeitas ao confisco (art. 91 CP). Ex: drogas. 
Outras coisas, por sua vez, ficarão apreendidas apenas enquanto 
interessarem ao processo, podendo posteriormente ser restituídas. 
Nos termos do art. 118 do CPP, as coisas apreendidas só poderão ser 
restituídas após o trânsito em julgado da sentença ou quando não mais 
interessarem ao processo (art. 118, CPP). 
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Procedimento: 
a) Restituição determinada pela autoridade policial (requisitos): 
Para que a autoridade policial possa determinar a restituição da 
coisa apreendida, exige-se que: i) a coisa seja restituível (não sujeita 
ao confisco); ii) a apreensão da coisa não pode mais interessar ao 
inquérito ou processo e iii) não pode haver dúvida quanto à 
propriedade da coisa.Havendo dúvida quanto a quem pertence a coisa, a autoridade 
policial deverá remetê-la ao juiz a fim de que se descubra o verdadeiro 
dono. 
b) Determinada pelo juiz:
Ocorre durante a fase do processo ou quando a autoridade policial 
estiver com dúvidas quanto à propriedade da coisa. 
ƒ Se o juiz não tiver dúvida quanto a quem pertence à coisa, 
determinará a restituição mediante simples termo nos autos; 
ƒ Caso o juiz esteja em dúvida quanto a quem pertence à coisa, 
determinará a instauração do incidente de restituição, que 
correrá em apartado. O requerente terá 5 dias para produzir 
prova. O juiz então, após ouvir o MP, decidirá: 
a) se convencido da propriedade do bem, determinará a sua 
restituição; 
b) se o juiz não se convence quanto a quem pertence a coisa 
remeterá as partes para o juízo civil, determinando o depósito 
do bem ou seu leilão se houver risco de deterioração. 
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2.5) Incidente de Insanidade Mental (arts.149 a 154) 
Será cabível quando surgirem dúvidas acerca da saúde mental do 
indicado ou acusado (art. 149, CPP). Esse incidente será cabível em 
qualquer fase do inquérito ou do processo, mas sempre deverá ser 
instaurado perante o juiz. O juiz pode instaurá-lo de ofício, mediante 
requerimento do MP, representação da autoridade policial ou mediante 
requisição do cônjuge, ascendente, descendente, irmão, defensor ou 
curador. 
Esse incidente correrá em apartado, mas depois de apresentado o 
laudo ocorrerá o seu apensamento (art. 153, CPP). Contra a decisão que 
determina a instauração do incidente de insanidade mental não cabe 
recurso. 
Procedimento: 
• Instaurado o incidente, o juiz nomeará um curador para o indiciado 
ou acusado, bem como perito para elaboração do laudo; 
• Se o incidente de insanidade for instaurado durante o processo, 
este ficará suspenso (a prescrição, no entanto, corre). Se, no 
entanto, esse incidente for instaurado durante o inquérito policial 
esse continuará correndo, pois não há qualquer previsão legal de 
suspensão; 
• O laudo pericial deve ser elaborado no prazo máximo de 45 dias,
podendo esse prazo ser prorrogado (art. 150, § 1º, CPP); 
• A sentença poderá concluir que o agente é: 
a) inimputável: nesse caso, ficará sujeito à medida de 
segurança; 
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b) imputável: receberá uma pena; 
c) semi-imputável: pena reduzida de um a dois terços; 
• Nos casos em que a doença mental sobrevém ao delito, o processo 
deverá ser suspenso até o restabelecimento do réu (art. 152 do 
CPP). A prescrição, entretanto, corre normalmente, por falta de 
previsão de sua suspensão; 
• Caso a incapacidade sobrevenha durante a fase de execução da 
pena, o juiz deverá determinar sua remoção para casa de custódia 
e tratamento. Ocorrendo a cura, ele retornará para o presídio. 
Caso, entretanto, a doença seja considerada irreversível poderá o 
juiz substituir a pena por medida de segurança. 
2.6) Medidas Assecuratórias (arts. 125 a 144) 
As medidas assecuratórias são medidas de caráter cautelar e natureza 
processual que visam a ressarcir a vítima dos prejuízos causados pelo 
cometimento do delito. Podemos elencar três medidas: i) sequestro; ii) 
arresto e iii) hipoteca legal. 
Abaixo coloco um quadro comparativo entre as três: 
Sequestro Arresto Hipoteca legal 
Recai sobre bens 
determinados, de 
origem ilícita; 
Recaem sobre bens 
indeterminados de 
origem lícita (são 
bens legítimos do 
acusado que servem 
como garantia); 
Recaem sobre bens 
indeterminados de 
origem lícita (são 
bens legítimos do 
acusado que servem 
como garantia); 
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Pode ser móvel ou 
imóvel (desde que 
tenham origem ilícita 
– art. 126); 
Para bens móveis; Só para bens 
imóveis; 
Visam a garantir o 
ressarcimento da 
vítima e impedir que 
o criminoso obtenha 
benefícios com a 
prática da infração; 
Visam a garantir o 
ressarcimento da 
vítima; 
Visam a garantir o 
ressarcimento da 
vítima. Destina-se 
ainda ao pagamento 
das despesas 
processuais e penas 
pecuniárias (art. 
140); 
Sequestro
Será cabível durante o inquérito policial ou processo, mas só o juiz é 
que pode decretá-lo, de ofício ou mediante requerimento do MP ou 
ofendido ou mediante representação da autoridade policial (art. 127). O 
sequestro fica apensado aos autos principais e o recurso cabível é a 
apelação. Ademais, caso o sequestro recaía sobre bens imóveis, exige-se 
o seu registro no cartório de registro de imóveis. Finalmente, o sequestro 
perderá a sua eficácia nas hipóteses do art. 131: 
Art. 131 - O sequestro será levantado: 
I - se a ação penal não for intentada no prazo de 60 (sessenta) dias, 
contado da data em que ficar concluída a diligência; 
II - se o terceiro, a quem tiverem sido transferidos os bens, prestar 
caução que assegure a aplicação do disposto no art. 74, II, b, segunda 
parte, do Código Penal; 
III - se for julgada extinta a punibilidade ou absolvido o réu, por sentença 
transitada em julgado. 
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Hipoteca legal
Só é cabível durante o processo. Deve ser registrada no cartório de 
registro de imóveis e será requerida pelo ofendido, seu representante 
legal, ou herdeiros, ou pelo MP (desde que a vítima seja pobre ou haja 
interesse da Fazenda Pública - art. 142). A hipoteca será cancelada se o 
acusado for absolvido ou for extinta a sua punibilidade. Ademais, 
Condenado o acusado e transitada em julgado a sentença, os autos da 
hipoteca serão remetidos ao juízo cível para execução (art.143). 
Arresto
É medida cautelar que se encontra prevista no art. 137 do CPP. Recai 
sobre bens móveis do acusado, adquiridos legitimamente (sua finalidade é 
garantir eventual indenização pelo cometimento do delito). Para a 
decretação do arresto exige-se prova do crime e indícios de autoria. É 
ainda medida subsidiária e complementar, pois a prioridade é da hipoteca 
legal. Assim, só caberá o arresto se o acusado não possuir bens imóveis 
suficientes para garantir a indenização pelos prejuízos do crime. 
Bem, senhores, concluímos as regras relativas às provas, questões e 
processos incidentes e exceções. Vejamos então algumas questões para 
treinar nosso aprendizado. 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1) (CESPE/AGU – Procurador Federal/2004) Julgue o item abaixo: 
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Considera-se prova ilegítima o depoimento de testemunha obrigada a 
guardar sigilo por dever funcional. 
Comentário:
Item CORRETO. A doutrina tradicional diferencia a prova ilícita da ilegítima. 
A primeira seria aquela produzida com violação a regras de direito material 
(ex: confissão mediante tortura), ao passo que as provas ilegítimas seriam 
aquelas produzidas em desrespeitoa regras de direito processual. Ex: as 
pessoas elencadas no art. 207 do CPP estão proibidas de depor. Tal 
dispositivo trata daqueles que, em razão do cargo, ministério, ofício ou 
profissão, devam guardar segredo quanto às informações que receberem. 
Assim, caso o juiz obrigue a testemunha que deva guardar sigilo por dever 
funcional a depor, estaremos diante de uma prova ilegítima. 
2) (CESPE/AGU – Procurador Federal/2004) Julgue o item abaixo: 
Desaparecidos os vestígios da infração penal, o juiz considerará suprida a 
falta do exame de corpo de delito pela confissão do acusado ou prova 
testemunhal. 
Comentário:
Item ERRADO. O exame de corpo de delito será obrigatório sempre que o 
crime deixar vestígios. A sua falta não poderá ser suprida pela confissão do 
acusado. Isso significa dizer que, ainda que o agente confesse a prática da 
infração penal, a realização do exame de corpo de delito será obrigatória 
quando o crime deixar vestígios. Nada obstante, conforme o art. 167 do 
CPP, se os vestígios tiverem desaparecido, a falta do exame de corpo de 
delito poderá ser suprida pela prova testemunhal. Notem que a prova 
testemunhal pode suprir a não realização do exame de corpo de delito. Já a 
confissão do acusado não supre sua falta. 
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3) (CESPE/PGE-ES – Procurador de Estado/2008) Julgue o item 
abaixo: 
Joaquim, indiciado em inquérito policial, em seu interrogatório na esfera 
policial, foi constrangido ilegalmente a indicar uma testemunha presencial do 
crime de que era acusado. A testemunha foi regularmente ouvida e em seu 
depoimento apontou Joaquim como autor do delito. Nessa situação, o 
depoimento da testemunha, apesar de lícito em si mesmo, é considerado 
ilícito por derivação, uma vez que foi produzido a partir de uma prova ilícita. 
Comentário:
Item CORRETO. Na presente questão aplica-se a teoria dos frutos da árvore 
envenenada (“fruits of the poisonous tree”), segundo a qual a ilicitude de 
uma prova contamina todas aquelas que dela se originarem. Conforme o art. 
157 do CPP, “são inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, 
as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas 
constitucionais ou legais”. Já o § 1º do referido artigo complementa: “são 
também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não 
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as 
derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras”. 
Notem que Joaquim foi constrangido ilegalmente a indicar uma testemunha 
presencial do crime. Consequentemente, o depoimento da testemunha será 
considerado prova ilícita derivada. 
4) (CESPE/Procurador do Banco Central/2009) Julgue o item 
abaixo: 
O direito processual regula os meios de prova, que são os instrumentos que 
trazem os elementos de convicção aos autos. A finalidade da prova é o 
convencimento do juiz, que é seu destinatário. 
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Comentário:
Item CORRETO. As provas são todos aqueles elementos de convicção 
trazidos aos autos com o objetivo de melhor esclarecer determinados fatos, 
circunstâncias ou alegações. O destinatário da prova é o juiz, já que este 
proferirá a sentença final, condenando ou absolvendo o acusado. 
5) (CESPE/Procurador do Banco Central/2009) Julgue o item 
abaixo: 
Na instrução processual, todos os fatos relevantes devem ser submetidos à 
atividade probatória. 
Comentário:
Item ERRADO. Durante a instrução processual criminal, nem todos os fatos 
estarão sujeitos à prova. Assim, não serão objeto de prova: i) os fatos 
notórios (de conhecimento amplo e geral de todos); ii) os fatos inúteis 
(aqueles que nada acrescentarão ao esclarecimento dos fatos) e iii) os fatos 
axiomáticos (são os fatos evidentes. Ex: um corpo em estado de putrefação 
dispensa a prova do evento morte). Registre-se também que as presunções 
legais não dependem de prova. 
6) (CESPE/Procurador do Banco Central/2009) Julgue o item 
abaixo: 
O direito também é objeto de prova, pois os juízes estaduais não são 
obrigados a conhecer o direito federal em caráter absoluto. 
Comentário:
Item ERRADO. O direito pode sim ser objeto de prova. Ocorre, porém, que a 
legislação federal não depende de prova, uma vez que os juízes são 
obrigados a conhecer as leis federais (narra mihi factum, dabo tibi jus). Já a 
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legislação estadual, municipal e alienígena (estrangeira) será objeto de 
prova. 
7) (CESPE/Procurador do Banco Central/2009) Julgue o item 
abaixo: 
A prova do direito estrangeiro só pode ser aceita quando submetida à 
apreciação do Tribunal Penal Internacional. 
Comentário:
Item ERRADO. A prova do direito estrangeiro (alienígena) cabe a quem o 
invocar. Nos termos do art. 337 do CPC, aplicado analogicamente ao 
Processo Penal, “a parte, que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro 
ou consuetudinário, provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim, o determinar 
o juiz”. Não há qualquer interferência do Tribunal Penal Internacional. Este, 
por sua vez, foi criado pelo Tratado de Roma em 17 de julho de 1998 e 
encontra-se vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU). O Brasil 
assinou o pacto em 12.02.2000 e o ratificou em 12.06.2002, tornando-se o 
69º Estado a reconhecer a jurisdição do TPI. A referida corte tem sede em 
Haia, na Holanda, e competência para julgamento dos crimes contra a 
humanidade, crimes de guerra, de genocídio e agressão. 
8) (CESPE/Procurador do Banco Central/2009) Julgue o item 
abaixo: 
A materialidade da prova pode ser direta ou indireta, sendo a primeira 
colhida na flagrância da conduta delituosa, enquanto a última deriva do 
testemunho e da perícia. 
Comentário:
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Item ERRADO. A presente questão trata da materialidade direta ou indireta 
de uma prova. De fato, o flagrante representa uma modalidade de 
materialidade direta da prova (o contato é direto, imediato, já que, no 
flagrante, temos a visibilidade do delito). A prova testemunhal, por outro 
lado, refere-se à materialidade indireta da prova (o contato com a prova não 
é direto, estabelecendo-se por meio dos sentidos de uma terceira pessoa). O 
erro da assertiva está em afirmar que a perícia é uma prova indireta. Na 
prova pericial temos o contato direto com a prova, sendo, assim, um 
exemplo de prova direta. 
9) (CESPE/PC-PA/Delegado de Polícia/2009) Julgue o item 
abaixo: 
A autoridade judicial, por estar submetida ao princípio da inércia, não terá 
iniciativa probatória. No processo penal, as perícias deverão ser realizadas 
por dois peritos oficiais. 
Comentário:
Item ERRADO. A presente questão possui dois erros. Em primeiro lugar, a 
autoridade judicial possui sim iniciativa probatória, nos termos do art. 156, 
II, do CPP. Nada obstante, deve o juiz deixar que primeiro as partes se 
desincumbam do ônus probatório, para só então determinar a produção da 
prova. O segundo equívoco estána parte final da questão. Após o advento 
da Lei nº 11.690/2008, para realização das perícias, exige-se um perito 
oficial, ou na sua falta, dois não-oficiais. 
10) (CESPE/DPE-MG/Defensor Público/2009) Julgue o item abaixo: 
Testemunha de beatificação é aquela que presta informação apenas em 
relação aos antecedentes. 
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Comentário:
Item CORRETO. A testemunha de beatificação, também conhecida como 
abonatória ou de antecedentes, se limita a discorrer sobre os dados do réu, 
enaltecendo sua vida pregressa. Não depõe sobre os fatos em si imputados 
ao mesmo. Seu objetivo, principalmente, é permitir a redução da pena do 
acusado. 
11) (CESPE/DPE-ES/Defensor Público/2009) Julgue o item abaixo: 
Quando for necessário fazer o reconhecimento judicial do acusado, não é 
obrigatório que ele seja colocado ao lado de outras pessoas que com ele 
guardem semelhança. 
Comentário:
Item CORRETO. Conforme o art. 226 do CPP, no reconhecimento de pessoas 
será observado o seguinte: “I - a pessoa que tiver de fazer o 
reconhecimento será convidada a descrever a pessoa que deva ser 
reconhecida; II - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será 
colocada, se possível, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer 
semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá-
la; III - se houver razão para recear que a pessoa chamada para o 
reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a 
verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade 
providenciará para que esta não veja aquela; IV - do ato de reconhecimento 
lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa 
chamada para proceder ao reconhecimento e por duas testemunhas 
presenciais”. Notem que, somente quando possível, a pessoa que tiver que 
ser reconhecida será colocada ao lado de outras que com ela guardem 
qualquer semelhança. 
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12) (CESPE/PC-PA/Delegado de Polícia/2009) Julgue o item 
abaixo: 
O depoimento da testemunha será prestado oralmente, sendo permitido 
trazê-lo por escrito. 
Comentário:
Item ERRADO. Uma das características da prova testemunhal é a oralidade, 
ou seja, a testemunha deve prestar seu depoimento oralmente, sendo 
vedado trazê-lo por escrito (art. 204, CPP). Admite-se, porém, a consulta a 
breves apontamentos. 
13) (CESPE/TRF 5 Região/Juiz Federal/2009) Julgue o item abaixo: 
A recente reforma processual penal consagrou o entendimento, já 
consolidado na doutrina, de que se deve distinguir provas ilícitas e 
ilegítimas, consideradas estas as que violem normas processuais, e ilícitas, 
as que violem normas de direito material. 
Comentário:
Item ERRADO. A Lei 11.690/2008 alterou a redação do art. 157 do CPP 
estabelecendo que “são inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do 
processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a 
normas constitucionais ou legais”. Como se pode perceber, a reforma 
processual não consagrou o entendimento já consolidado na doutrina que 
distingue as provas ilícitas das ilegítimas. A diferenciação entre uma e outra 
existe apenas no plano doutrinário. Segundo essa visão, as provas ilícitas 
são aquelas produzidas em violação a regras de direito material, ao passo 
que as provas ilegítimas são produzidas em violação a regras de direito 
processual. 
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14) (CESPE/MPE-RN/Promotor de Justiça/2009) Julgue o item 
abaixo: 
As exceções serão processadas e julgadas em autos apartados e, em regra, 
suspendem o andamento da ação penal. 
Comentário:
Item ERRADO. Embora corram em autos apartados, as exceções, em regra, 
não suspendem o andamento da ação penal. Esse é o teor do art. 111 do 
CPP, “as exceções serão processadas em autos apartados e não 
suspenderão, em regra, o andamento da ação penal”. 
15) (CESPE/MPE-RN/Promotor de Justiça/2009) Julgue o item 
abaixo: 
Autoridades policiais exercem atividade meramente administrativa, razão 
pela qual não podem declarar-se suspeitas. 
Comentário:
Item ERRADO. O inquérito policial é um procedimento ou expediente de 
caráter administrativo que visa a reunir provas de uma certa infração penal. 
Não se confunde com o processo. Processo e inquérito são duas fases 
distintas. Consequentemente, os vícios de impedimento e suspeição do juiz 
não se aplicam a autoridade policial (art. 107, CPP). Nada obstante, nos 
termos do referido artigo, deverão elas declarar-se suspeitas, quando 
ocorrer motivo legal. 
16) (CESPE/MPE-RN/Promotor de Justiça/2009) Julgue o item 
abaixo: 
As exceções de suspeição do juiz e do membro do MP devem ser julgadas 
pelo tribunal recursal competente. 
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Comentário:
Item ERRADO. A exceção de suspeição do juiz será dirigida ao próprio juiz 
de 1ª instância, e não ao tribunal recursal competente. Se reconhecer a 
suspeição, o juiz, por despacho, se declarará suspeito, ordenando a remessa 
dos autos ao substituto. Não aceitando a suspeição, o juiz mandará autuar 
em apartado a petição, remetendo os autos da exceção, dentro de 24 horas, 
ao tribunal competente (arts. 99 e 100, CPP). Já a suspeição do órgão do 
Ministério Público seguirá o procedimento do art. 104 do CPP: “se for 
arguida a suspeição do órgão do Ministério Público, o juiz, depois de ouvi-lo, 
decidirá, sem recurso, podendo antes admitir a produção de provas no prazo 
de três dias”. 
17) (CESPE/MPE-RO/Promotor de Justiça/2009) Julgue o item 
abaixo: 
Antes de transitar em julgado a sentença final, as coisas apreendidas não 
poderão ser restituídas enquanto interessarem ao processo. 
Comentário:
Item CORRETO. Trata-se de cópia literal do art. 118 do CPP. Com efeito, as 
coisas apreendidas só poderão ser restituídas quando não mais interessarem 
ao processo ou após o trânsito em julgado da sentença. 
18) (CESPE/MPE-RO/Promotor de Justiça/2008) Julgue o item 
abaixo: 
O incidente de falsidade de documento constante dos autos poderá ser 
requerido por quaisquer das partes, mas o juiz não poderá, de ofício, 
proceder à verificação da falsidade. Reconhecida a falsidade por decisão 
irrecorrível, o juiz mandará desentranhar o documento e remetê-lo-á, com 
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os autos do processo incidente, ao MP, fazendo essa decisão coisa julgada 
em relação a ulterior processo penal ou civil. 
Comentário:
Item ERRADO. Será cabível o incidente de falsidade quando surgirem 
dúvidas acerca da autenticidade de determinado documento. Essa falsidade 
pode ser reconhecida de ofício pelo juiz ou arguida pelas partes. Nota-se, 
assim, que o juiz pode, de ofício, proceder à verificação da falsidade (art. 
147, CPP). O segundo erro da questão consiste em afirmar que a decisão 
que reconhecea falsidade faz coisa julgada em relação a ulterior processo 
penal ou civil. Com efeito, o art. 148 do CPP estabelece que “qualquer que 
seja a decisão, não fará coisa julgada em prejuízo de ulterior processo penal 
ou civil”. Assim, a decisão no incidente de falsidade não vincula a decisão na 
futura ação pelo crime de falsidade, ou seja, ainda que se reconheça a 
falsidade do documento, nada impede que o agente seja absolvido pelo 
delito de falsificação. 
19) (CESPE/MPE-RO/Promotor de Justiça/2008) Julgue o item 
abaixo: 
Com relação ao Pedido de restituição de coisa apreendida, em caso de 
dúvida sobre quem seja o verdadeiro dono, o juiz remeterá as partes para o 
juízo cível, ordenando o depósito das coisas em mãos de depositário ou do 
próprio terceiro que as detinha, se for pessoa idônea. 
Comentário:
Item CORRETO. No incidente de restituição de coisas apreendidas, se o juiz 
não se convencer quanto a quem pertence a coisa, remeterá as partes para 
o juízo cível, determinando o depósito do bem, ou seu leilão, se houver risco 
de deteriorização. Conforme o § 4º do art. 120 do CPP, “em caso de dúvida 
sobre quem seja o verdadeiro dono, o juiz remeterá as partes para o juízo 
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cível, ordenando o depósito das coisas em mãos de depositário ou do próprio 
terceiro que as detinha, se for pessoa idônea”. 
20) (IESES/TJMA/Analista Judiciário/2009) Julgue o item abaixo: 
Os impedimentos e suspeições previstas ao Juiz, aplicam-se também aos 
Jurados, ao representante do Ministério Público, bem como aos Peritos, 
Interpretes e funcionários da Justiça. 
Comentário:
Item CORRETO. Os impedimentos e suspeições dos magistrados estão 
previstos nos arts. 252 e 254 do CPP. Tais impedimentos e suspeições se 
aplicam também ao membro do Ministério Público (art. 258, CPP), jurados 
(art. 448, § 2º, CPP), bem como aos peritos, intérpretes e funcionários da 
Justiça (arts. 274, 280 e 281 do CPP). 
21) (CESPE/MPE-RO/Promotor de Justiça/2008) Julgue o item 
abaixo: 
De acordo com o CPP, caberá o sequestro dos bens imóveis, adquiridos pelo 
indiciado com os proventos da infração, ainda que já tenham sido 
transferidos a terceiro, bastando, para isso, a existência de indícios 
veementes da proveniência ilícita dos bens. Poderá o sequestro ser 
decretado pelo juiz, de ofício, a requerimento do MP ou do ofendido, ou 
mediante representação da autoridade policial, em qualquer fase do 
processo ou mesmo antes de oferecida a denúncia ou queixa. (Cespe/MPE-
RO/Promotor/2008/Questão 8/assertiva A) 
Comentário:
Item CORRETO. O sequestro é uma medida assecuratória, de natureza 
cautelar, e que visa a ressarcir a vítima dos prejuízos causados pelo 
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cometimento do delito. Ele recai sobre bens determinados de origem ilícita, 
pouco importando se o bem é móvel ou imóvel, e ainda que já tenham sido 
transferidos a terceiros. Para a decretação do sequestro basta a existência 
de indícios veementes da proveniência ilícita dos bens (arts. 125 e 126, 
CPP). Finalmente, segundo o art. 127 do CPP: “o juiz, de ofício, a 
requerimento do Ministério Público ou do ofendido, ou mediante 
representação da autoridade policial, poderá ordenar o sequestro, em 
qualquer fase do processo ou ainda antes de oferecida a denúncia ou 
queixa.” 
QUESTÕES DA AULA: 
1) (CESPE/AGU – Procurador Federal/2004) Julgue o item abaixo: 
Considera-se prova ilegítima o depoimento de testemunha obrigada a 
guardar sigilo por dever funcional. GABARITO: CORRETO. 
2) (CESPE/AGU – Procurador Federal/2004) Julgue o item abaixo: 
Desaparecidos os vestígios da infração penal, o juiz considerará suprida a 
falta do exame de corpo de delito pela confissão do acusado ou prova 
testemunhal. GABARITO: ERRADO. 
3) (CESPE/PGE-ES – Procurador de Estado/2008) Julgue o item 
abaixo: 
Joaquim, indiciado em inquérito policial, em seu interrogatório na esfera 
policial, foi constrangido ilegalmente a indicar uma testemunha presencial do 
crime de que era acusado. A testemunha foi regularmente ouvida e em seu 
depoimento apontou Joaquim como autor do delito. Nessa situação, o 
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depoimento da testemunha, apesar de lícito em si mesmo, é considerado 
ilícito por derivação, uma vez que foi produzido a partir de uma prova ilícita. 
GABARITO: CORRETO. 
4 (CESPE/Procurador do Banco Central/2009) Com relação à 
prova, assinale a opção correta: 
a) O direito processual regula os meios de prova, que são os instrumentos 
que trazem os elementos de convicção aos autos. A finalidade da prova é o 
convencimento do juiz, que é seu destinatário. 
b) A materialidade da prova pode ser direta ou indireta, sendo a primeira 
colhida na flagrância da conduta delituosa, enquanto a última deriva do 
testemunho e da perícia. 
c) Na instrução processual, todos os fatos relevantes devem ser submetidos 
à atividade probatória. 
d) O direito também é objeto de prova, pois os juízes estaduais não são 
obrigados a conhecer o direito federal em caráter absoluto. 
e) A prova do direito estrangeiro só pode ser aceita quando submetida à 
apreciação do Tribunal Penal Internacional. 
5) (CESPE/PC-PA/Delegado de Polícia/2009) Julgue o item 
abaixo: 
A autoridade judicial, por estar submetida ao princípio da inércia, não terá 
iniciativa probatória. No processo penal, as perícias deverão ser realizadas 
por dois peritos oficiais. GABARITO: ERRADO. 
6) (CESPE/DPE-MG/Defensor Público/2009) Julgue o item abaixo: 
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Testemunha de beatificação é aquela que presta informação apenas em 
relação aos antecedentes. GABARITO: CORRETO. 
7) (CESPE/DPE-ES/Defensor Público/2009) Julgue o item abaixo: 
Quando for necessário fazer o reconhecimento judicial do acusado, não é 
obrigatório que ele seja colocado ao lado de outras pessoas que com ele 
guardem semelhança. GABARITO: CORRETO. 
8) (CESPE/PC-PA/Delegado de Polícia/2009) Julgue o item 
abaixo: 
O depoimento da testemunha será prestado oralmente, sendo permitido 
trazê-lo por escrito. GABARITO: ERRADO. 
9) (CESPE/TRF 5 Região/Juiz Federal/2009) Julgue o item abaixo: 
A recente reforma processual penal consagrou o entendimento, já 
consolidado na doutrina, de que se deve distinguir provas ilícitas e 
ilegítimas, consideradas estas as que violem normas processuais, e ilícitas, 
as que violem normas de direito material. GABARITO: ERRADO. 
10) (CESPE/MPE-RN/Promotor de Justiça/2009) Julgue o item 
abaixo: 
As exceções serão processadas e julgadas em autos apartados e, em regra, 
suspendem o andamento da ação penal. GABARITO: ERRADO. 
11) (CESPE/MPE-RN/Promotor de Justiça/2009) Julgue o item 
abaixo: 
Autoridades policiais exercem atividade meramente administrativa, razão 
pela qual não podem declarar-se suspeitas. 
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12) (CESPE/MPE-RN/Promotor de Justiça/2009) Julgue o item 
abaixo: 
As exceções de suspeição do juiz e do membro do MP devem ser julgadas 
pelo tribunal recursal competente. GABARITO: ERRADO. 
13) (CESPE/MPE-RO/Promotor de Justiça/2008) Julgue o item 
abaixo: 
Antes de transitar em julgado a sentença final, as coisas apreendidas não 
poderão ser restituídas enquanto interessarem ao processo. GABARITO: 
CORRETO. 
14) (CESPE/MPE-RO/Promotor de Justiça/2008) Julgue o item 
abaixo: 
O incidente de falsidade de documento constante dos autos poderá ser 
requerido por quaisquer das partes, mas o juiz não poderá, de ofício, 
proceder à verificação da falsidade. Reconhecida a falsidade por decisão 
irrecorrível, o juiz mandará desentranhar o documento e remetê-lo-á, com 
os autos do processo incidente, ao MP, fazendo essa decisão coisa julgada 
em relação a ulterior processo penal ou civil. GABARITO: ERRADO. 
15) (CESPE/MPE-RO/Promotor de Justiça/2008) Julgue o item 
abaixo: 
Com relação ao Pedido de restituição de coisa apreendida, em caso de 
dúvida sobre quem seja o verdadeiro dono, o juiz remeterá as partes para o 
juízo cível, ordenando o depósito das coisas em mãos de depositário ou do 
próprio terceiro que as detinha, se for pessoa idônea. GABARITO: CORRETO. 
16) (IESES/TJMA/Analista Judicário/2009) Julgue o item abaixo: 
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Os impedimentos e suspeições previstas ao Juiz, aplicam-se também aos 
Jurados, ao representante do Ministério Público, bem como aos Peritos, 
Interpretes e funcionários da Justiça. GABARITO: CORRETO. 
17) (CESPE/MPE-RO/Promotor de Justiça/2008) Julgue o item 
abaixo: 
De acordo com o CPP, caberá o sequestro dos bens imóveis, adquiridos pelo 
indiciado com os proventos da infração, ainda que já tenham sido 
transferidos a terceiro, bastando, para isso, a existência de indícios 
veementes da proveniência ilícita dos bens. Poderá o sequestro ser 
decretado pelo juiz, de ofício, a requerimento do MP ou do ofendido, ou 
mediante representação da autoridade policial, em qualquer fase do 
processo ou mesmo antes de oferecida a denúncia ou queixa. GABARITO: 
CORRETO. 
Questões extraídas das seguintes provas: 
a) Analista Judiciário do STF - Área Judiciária (Cespe/2008): questão 
131; 
b) Analista Judiciário do TSE - Área Judiciária (Cespe/2007): questão 64, 
item “c”; 
c) Procurador Federal (Cespe/AGU/2004): questões 284, 287; 
d) Procurador do Espírito Santo (Cespe/PGE-ES/2008): questão 141; 
e) Procurador do Banco Central (Cespe/2009): questão 84, assertivas 
“a”, “b”, “c”, “d” e “e”; 
f) Delegado de Polícia do Pará (Cespe/2009): questão 30, assertiva “a” e 
questão 31, assertiva “b”; 
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g) Defensor Público (Cespe/DPE-MG/2009): questão 39, assertiva “e”; 
h) Defensor Público (Cespe/DPE-ES/2009): questão 58; 
i) Juiz Federal (Cespe/TRF 5 Região/2009): questão 23, assertiva “d”; 
j) Promotor de Justiça (Cespe/MPE-RN/2009): questão 60, assertivas 
“a”, “b” e “c”; 
k) Promotor de Justiça (Cespe/MPE-RO/2009): questão 8, assertivas “a”, 
“b”, “d” e “e”; 
l) Analista Judiciário do TJMA (Ieses/2009): questão 73, item I; 
Com isso, meus amigos, concluímos nossa aula sobre de hoje sobre 
as Provas, Questões e Processos Incidentes e as Exceções. 
Nossa próxima aula será sobre as Citações e Intimações; Atos das 
partes, dos juízes, dos auxiliares da justiça e de terceiros; Sujeitos 
Processuais e Prazos. 
Vejo vocês em breve. 
Grande abraço, 
Prof. Bivar.

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