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CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 1 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br AULA 05 DAS PROVAS: conceito, princípios básicos, objeto, meios, ônus, limitações constitucionais das provas, sistemas de apreciação. Lei nº 11.690/2008. QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES. EXCEÇÕES. Caros alunos, dando continuidade ao nosso curso on line para Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça, hoje falaremos sobre as PROVAS, QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES E AS EXCEÇÕES. Começaremos nosso estudo com algumas regras gerais sobre as provas. I) DAS PROVAS 1) DISPOSIÇÕES GERAIS QUANTO ÀS PROVAS: O termo “prova” vem do latim probatio e pode ser entendido como todos aqueles elementos que se destinam a formar a convicção do juiz acerca de um fato considerado relevante para o processo. Nota-se, então, que o seu destinatário é o magistrado, uma vez que a prova se destina a formar a convicção do juiz. O objeto da prova são os fatos, circunstâncias e alegações referentes ao litígio e que se mostram importantes para o deslinde da causa. Aqui, é preciso fazer algumas observações: 9 OBSERVAÇÕES: a) Será que todos os fatos precisam ser provados dentro de um processo? A resposta é negativa. Assim, não dependem de CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 2 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br prova: (i) os fatos axiomáticos (ou seja, evidentes), (ii) os fatos notórios (de conhecimento amplo e geral da nação), (iii) os fatos inúteis (não influenciam a decisão da causa) e (iv) as presunções legais; b) As presunções se dividem em duas categorias: temos as presunções humanas (estas dependem de prova. Ex: o aluno que faltou à aula hoje deve estar doente. Essa foi uma presunção que nós, seres humanos, fizemos. Logo, precisam ser provadas) e presunções legais (feitas pela lei. Ex: o menor de 18 anos é inimputável para o direto penal. Trata-se de uma presunção do legislador de que os menores de dezoito anos não podem compreender o caráter ilícito de seu comportamento. Essas presunções não dependem de prova); c) No processo penal o juiz pode, de ofício, determinar a produção de uma prova (art. 156, CPP); d) Diferentemente do que ocorre no processo civil, no processo penal, até mesmo os fatos incontroversos precisam ser provados. Por fato incontroverso devemos entender aquele que foi alegado por uma das partes, porém não foi impugnado ou contestado pela outra. Aqui, na área penal, estes fatos não impugnados não podem ser presumidos verdadeiros e, portanto, precisam ser provados por quem os alega. Ex: ainda que o acusado fique calado durante todo o processo, o Ministério Público continua com o ônus de provar o teor de sua acusação; e) Última pergunta. Exige-se prova da legislação? Em outras palavras, caso se invoque um direito previsto em lei de outro estado, ou mesmo em lei estrangeira, exige-se prova dessa legislação, ou o juiz é obrigado a conhecer a lei? Bem, podemos dizer que a legislação federal não depende de prova, pois o CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 3 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br magistrado tem a obrigação de conhecê-la. Já as leis estaduais, distritais, municipais, alienígenas (estrangeiras) e o direito consuetudinário (baseado nos costumes) precisam ser provados. No âmbito penal, esta discussão perde um pouco importância, pois, nos termos do art. 22, I, da Constituição Federal de 1988, compete privativamente à União legislar sobre o direito penal e o direito processual penal. Logo, por se tratar de leis federais, o juiz teria obrigação de conhecê-las. O ônus prova cabe a quem alega (art. 156, CPP). Costumamos dizer que à acusação cabe o ônus de provar os fatos constitutivos do direito. Já a defesa deve provar os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor. Assim, se o MP atribui o crime de homicídio a João, aquele é que deve provar que o crime realmente ocorreu. Porém, caso João alegue que o homicídio foi cometido em legítima defesa, então é ele quem deverá provar tal fato. Passemos agora ao estudo dos Sistemas de Apreciação das Provas. 2) SISTEMAS DE APRECIAÇÃO DAS PROVAS: Ao longo dos tempos, a forma de se apreciar uma prova foi sendo modificada. Podemos indicar 4 (quatro) sistemas principais: a) Sistema ordálio (ou das ordálias): Predominou durante a antiguidade. Naquela época, o juiz não fazia qualquer valoração das provas, apenas declarava seu resultado. Ex.: o acusado era obrigado a caminhar sobre brasas (se sentisse dor, era culpado; do contrário, não); jogava-se o acusado no rio com um peso amarrado em seu corpo (se afundasse era culpado; do contrário, não) etc. CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 4 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br b) Sistema das provas legais (ou da certeza legal) ou tarifado ou da certeza moral do legislador: Existiu durante a Idade Média (principalmente entre os séculos XI e XIII). Para esse sistema só se admitiam como prova aquelas que estivessem expressamente previstas na lei. Além disso, cada prova possuía um valor (havia hierarquia entre provas), sendo que a confissão era rainha absoluta de todas as provas. Apesar de não ser adotado pelo Brasil, existem alguns resquícios desse sistema em nossa lei, tais como: (i) a obrigatoriedade de se realizar o exame de corpo de delito para crimes que deixam vestígios e (ii) com relação ao estado das pessoas só se admite como prova aquelas expressamente previstas em lei (certidões). c) Sistema da íntima convicção ou da certeza moral do julgador: Surgiu durante o movimento iluminista, por volta do século XVIII. As leis passaram a ser vistas como algo injusto, devendo o juiz julgar com base na sua íntima convicção, ainda que isso contrariasse todas as provas. Ele não precisava nem mesmo fundamentar suas decisões. Esse sistema é muito criticado, pois atribui um poder quase absoluto ao magistrado, já que ele pode decidir tendo por base uma convicção pessoal. 9 Observação: Esse é o sistema adotado pelo Brasil no Tribunal do Júri, com relação aos jurados. d) Sistema da do livre convencimento motivado ou da persuasão racional (art. 155, CPP): É o sistema adotado, como regra geral, pelo Brasil. De acordo com esse sistema, o juiz é livre para julgar de acordo com as provas que constam do processo. Daí decorem três consequências: (i) o juiz só pode levar em consideração as provas que constam do processo; (ii) não existe hierarquia entre as provas (todas CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 5 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br estão em pé de igualdade) e (iii) o juiz deve fundamentar todas suas decisões. 3) MEIOS DE PROVA: Por meio de prova, devemos entender todos aqueles aptos, direta ou indiretamente, a comprovarem a verdade dos fatos, abrangendo assim a prova documental, testemunhal, pericial etc. Lembrem que os meios de prova elencados no CPP são meramente exemplificativos, admitindo-se a utilização de qualquer meio de prova, esteja ou não previsto em lei. A provatestemunhal é composta pelo depoimento de um terceiro estranho ao processo sobre fatos que são de seu conhecimento. A prova documental abrange os documentos. Segundo o art. 232 do CPP, documentos são “quaisquer escritos, instrumentos ou papeis, públicos ou particulares” que representam um fato, reproduzindo-o em juízo. Finalmente, a prova pericial engloba aqueles exames, elaborados por profissionais técnicos, acerca de fatos importantes para o deslinde da causa. A liberdade de se produzir uma prova sofre restrições. Encontramos as seguintes limitações à liberdade dos meios de prova: a) Especificamente quanto ao estado de pessoas (casamento, óbito, parentesco etc.) deve-se observar as mesmas restrições e exigências da lei civil, ou seja, a prova se faz apenas por meio das respectivas certidões (art. 155, parágrafo único, do CPP); b) Obrigatoriedade do exame de corpo de delito para os crimes que deixam vestígios (art. 158, CPP); c) No Júri, a leitura de documento ou exibição de objeto que não tenha sido juntado aos autos com antecedência mínima de 3 dias, encontra-se vedada; d) Inadmissibilidade das provas obtidas por meio ilícitos (art. 5º, LVI, CF/88). CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 6 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br Para finalizarmos essas disposições gerais sobre as provas, é preciso falar de alguns princípios aplicáveis a elas: 4) PRINCÍPIOS: a) Da comunhão das provas: uma vez produzidas, as provas não pertencem à parte que as produziu, mas sim ao processo, podendo ser utilizadas por ambos os litigantes; b) Liberdade probatória: as partes podem se utilizar de todos os meios que estiverem ao seu alcance como prova, estejam ou não previstos na lei, desde que não sejam proibidas ou ilícitas; c) Da audiência contraditória: toda prova admite uma contraprova. Assim, não se admite a produção de uma prova sem a manifestação da parte contrária. d) Da inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos (art. 5º, LVI, da Constituição Federal de 1988 e art. 157, CPP): Tradicionalmente, distinguiam-se as provas ilegais, das ilícitas e das ilegítimas. As provas ilegais seriam o gênero, podendo ser de duas espécies: i) provas ilícitas: aquelas produzidas com violação do direito material. Ex: confissão obtida mediante tortura (viola a dignidade e integridade da pessoa humana); ii) provas ilegítimas: são aquelas produzidas com violação do direito processual. Ex: ordem judicial que autoriza a quebra do sigilo bancário de alguém sem a devida fundamentação (viola a regra prevista no art. 93, IX, da CF/88 de que todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas). CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 7 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br Com a Lei nº 11.690/2008, o art. 157 do CPP teve sua redação alterada e passou a determinar que “são inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais”. Para fins de concurso, as duas conceituações (a tradicional – que diferencia as provas ilegais, das ilícitas e ilegítimas – e a do art. 157 do CPP, que define prova ilícita como aquela produzida com violação a normas constitucionais ou legais) são corretas. Provas Ilícitas por Derivação ou Ilicitude por Derivação: Questiona-se se uma prova ilícita contamina as outras que dela se originarem? Atualmente, o STF adota a Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada (“Fruits of the poisonous tree”), segundo a qual um prova ilícita contamina todas as outras que dela se originarem. Assim, imagine uma confissão obtida mediante tortura (prova ilícita) na qual o agente, depois de torturado, delata os seus comparsas que, então, são presos pela polícia. Nesse caso, tais prisões deverão ser relaxadas uma vez que somente foram possíveis graças à confissão obtida mediante tortura. (a prisão será uma prova ilícita derivada). Representação Gráfica: Prova Ilícita Ilícita Ilícita Ilícita Ilícita CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 8 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br O § 1º do art. 157 do CPP estabelece que “são também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras”. Entende-se por fonte independente aquela que, por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova (art. 157, § 2º, CPP). A parte final do § 1º significa que uma prova ilícita por derivação deixa de ser ilícita caso demonstrada a existência de outras provas lícitas que permitam a obtenção dessa primeira prova. Esse entendimento (conhecido como critério da prova separada ou fonte independente) já era consagrado pela jurisprudência do STF, ficando agora expresso no texto legal. Vejamos então algumas observações sobre este princípio das provas ilícitas. Observações: a) O STF admite a utilização, para fins de incriminação, de uma interceptação ou escuta telefônica, feita sem autorização judicial, quando o agente estiver abusando de suas garantias constitucionais. Nesse caso, a prova deixaria de ser ilícita e passaria a ser lícita. O fundamento, para essa decisão, é o de que o direito à intimidade não pode servir para salvaguardar práticas ilícitas. Exemplo: João está extorquindo Pedro para que este lhe entregue certa quantia em dinheiro, a fim de que não faça mal a seu filho. Pedro, sem que João saiba, contratou um detetive particular, que está monitorando toda a conversa. Pergunta-se: essa escuta feita sem autorização judicial pode ser usada para incriminar CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 9 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br João? A resposta é afirmativa, pois João não pode se valer do seu direito à intimidade como instrumento para salvaguardar o cometimento de práticas ilícitas (no caso, a extorsão). A prova, nesse caso, deixa de ser ilícita e passa a ser lícita; b) Também é possível a utilização de uma interceptação ou escuta, sem autorização judicial, quando este for o único instrumento para provar a inocência de alguém que esteja sendo injustamente acusado de um crime. Nesse caso a prova deixa de ser ilícita e passa a ser lícita; c) Importante distinguir, por fim, os termos interceptação telefônica, escuta telefônica e gravação telefônica. Na interceptação telefônica uma terceira pessoa (sem que nenhuma das partes saiba) capta a conversa. Já na escuta telefônica, um terceiro (com o conhecimento de uma das partes) capta tal conversa. Por fim, na gravação telefônica, um dos interlocutores (não há a participação de terceiros) faz essa gravação. Importante destacar que os dois primeiros (interceptação e escuta telefônica) exigem autorização judicial, só são admitidos se o crime for punido com reclusão, para fins criminais, e desde que não haja outro meio de se obter a prova. Se feitos sem autorização judicial, constituem crime (art. 10 da Lei nº 9.296/1996). Já a gravação telefônica éaceita pelo STF como meio de prova, mesmo sem a devida autorização judicial. Nosso objetivo aqui foi apenas traçar o regime legal das provas ilícitas. Maiores detalhes os senhores verão nos cursos de direito constitucional. CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 10 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br 5) PRINCIPAIS PERÍCIAS PREVISTAS NO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: Neste tópico, analisaremos as principais perícias trazidas pelo CPP. a) Exame de Corpo de Delito: A expressão “corpo de delito” significa o conjunto de vestígios deixados pelo crime, ou seja, aquelas alterações no mundo exterior provocadas pelo delito (sangue, lesões, livros contábeis, estilhaços de vidro, projétil, arma, cabelo etc.). Refere-se, assim, à própria materialidade do delito. Relativamente a esse exame, podemos apontar as seguintes características: a) esse exame será obrigatório nos casos em que a infração penal deixar vestígios (art. 158, CPP), sob pena de nulidade; b) sua falta não poderá ser suprida pela confissão do acusado (art. 158, parte final do CPP); c) caso os vestígios já tenham desaparecido, a falta desse exame poderá ser suprida pela prova testemunhal. Nesse caso dizermos que o exame foi indireto (art. 167, CPP); d) poderá ser feito em qualquer dia e horário (art. 161, CPP). O exame de corpo de delito classifica-se em: i) direto (quando realizado diretamente pelos peritos sobre o próprio objeto de prova); e ii) indireto (é a prova testemunhal, realizada nas hipóteses em que os vestígios já desapareceram). Com o advento da Lei nº 11.690/2008, o exame de corpo de delito, assim como as outras perícias, será realizado por perito oficial, portador de diploma de curso superior. Isso significa que não mais se exigem 2 (dois) CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 11 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br peritos oficiais para realização das perícias no Processo Penal, mas apenas 1 (um), nos termos do art. 159 do CPP. : b) Autopsia ou necropsia Trata-se da perícia realizada no cadáver com o objetivo de descobrir a causa mortis (art. 162, CPP). O laudo que atesta a causa da morte é chamado de laudo de exame cadavérico ou laudo necroscópico. Aqui, senhores, peço cuidado para não confundirmos o laudo necroscópico (aquele realizado na autopsia) com o laudo perinecroscópico (este último é o laudo feito no local da morte, estando ou não presente o corpo). Fiquem atentos, portanto, à terminologia. Esse exame deverá ser feito pelo menos 6 (seis) horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto (art. 162 do CPP); Finalmente, nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade do exame interno para a verificação de alguma circunstância relevante. Em outras palavras, nem sempre os peritos precisaram examinar os órgãos internos do cadáver para descobrir a causa da morte. c) Exumação (arts. 163 a 166, CPP): Essa perícia é muito simples e, em provas de processo penal (lembrem- se de que a nossa matéria não é medicina legal), exige-se o conhecimento de apenas duas regras: CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 12 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br a) O termo “exumar” significa desenterrar o cadáver. Exige-se que se lavre o respectivo auto, na presença de testemunhas. A exumação pode ser determinada tanto pela autoridade policial quanto pela autoridade judicial; b) Havendo dúvida quanto à identificação do cadáver exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística (atual IML), ou repartição congênere, ou pela inquirição de testemunhas (art. 166 do CPP). d) Lesões corporais (art. 168, CPP): No caso de lesões corporais, considerando que se trata de um crime que deixa vestígios, exige-se a realização do exame de corpo de delito. Caso o primeiro exame pericial tenha sido incompleto (obscuro, omisso), deve-se proceder a exame complementar, nos termos do art. 168 do CPP. A falta do exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal. Ademais, nos caso específico do art. 129, § 1º, I, CP (lesão corporal grave na qual resulta incapacidade para as atividades habituais por mais de 30 dias), esse exame complementar deve ser feito logo que decorra o prazo de 30 (trinta) dias, contados da data do crime. Só assim será possível saber se a pessoa realmente ficou incapacitada para as ocupações habituais durante todo o período. Finalmente, a falta desse laudo complementar levará à configuração do crime de lesão corporal leve. e) Exame para reconhecimento de escritos (art. 174, CPP): Também chamado de Grafotécnico. Tem por objetivo descobrir a autenticidade de escritos ou documentos. Esse, meus amigos, é uma das CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 13 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br perícias mais famosas realizadas pela Polícia. Ocorre nos crimes de falsificação, estelionato, etc. Nossas provas costumam perguntar muito o teor do art. 174 do CPP, razão pela qual o transcreve e recomendo a memorização: Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra, observar-se-á o seguinte: I – a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada para o ato, se for encontrada; II – para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade não houver dúvida; III – a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os documentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, se daí não puderem ser retirados; IV – quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que lhe for ditado. Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser feita por precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever. Ressalto apenas que, embora o inciso IV do art. 174 do CPP estabeleça que quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que lhe for ditado, tal regra não subsiste, considerando-se que ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo. Assim, o indiciado ou acusado não está obrigado a escrever qualquer coisa. f) Exames por precatória: CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 14 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br A carta precatória será estudada com detalhes em nossa próxima aula. Por hora, basta sabermos que se trata de uma forma de comunicação dos atos processuais, utilizada toda vez que se exigir alguma providência (citação, oitiva de uma testemunha, realização de perícia, etc) em outra comarca. Naprecatória, teremos sempre duas partes envolvidas. O juízo deprecante (aquele que mandou a precatória) e o juízo deprecado (juiz que a recebe para dar cumprimento). Especificamente quanto às perícias, aplica-se o art. 177 do CPP que estabelece, como regra geral, a nomeação do perito no juízo deprecado. Há, porém, uma exceção: caso a ação penal seja privada e haja acordo entre as partes, essa nomeação poderá ser feita no juízo deprecante. g) Observações finais: Para concluirmos esse tópico das perícias, veremos duas observações finais: a) O juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo em parte (art. 182 do CPP); b) Com exceção do exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial poderá negar a perícia requerida pelas partes quando não for necessária ao esclarecimento da verdade. Para ilustrar este tópico das perícias, vamos dar uma olhada nas questões abaixo: a) (Cespe/STF/Analista Judiciário – Área Judiciária/2008) “Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto. Não sendo possível sua realização em CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 15 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br decorrência de os vestígios terem desaparecido, a prova testemunhal ou a confissão poderão suprir-lhe a falta” (item ERRADO, pois, como vimos acima, se os vestígios tiverem desaparecido, a falta do exame de corpo de delito poderá ser suprida pela prova testemunhal, mas não pela confissão do acusado); b) (Cespe/TSE/Analista Judiciário – Área Judiciária/2007) “No processo penal, cabe à defesa do réu provar o fato constitutivo do delito que lhe é imputado e à acusação provar fatos modificativos, extintivos ou impeditivos do direito da defesa” (item ERRADO. Em razão do princípio da presunção de inocência, é a acusação que deve provar o fato constitutivo do direito). II) DAS QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES (arts. 92 a 154, CPP) Conceito: As questões e processos incidentes representam circunstâncias acidentais ou controvérsias que interferem na normalidade do processo e devem ser decididas pelo juiz antes de decidir a causa principal. As questões incidentes subdividem-se em: i) questões prejudiciais e ii) processos incidentes. 1) Questões Prejudiciais: Correspondem a questões de mérito que o juiz deve decidir antes de resolver a causa principal, já que elas prejudicam o regular andamento do processo. CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 16 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br Classificação: a) Quanto ao mérito: Comum, homogênea ou imperfeita: ocorre quando a questão prejudicial pertence ao mesmo ramo do direito da questão principal (ambas são de direito penal). Ex: a análise quanto à origem ilícita ou não de determinada mercadoria para a configuração ou não de crime de receptação. Será resolvida pelo próprio juiz criminal. Heterogênea, perfeita ou jurisdicional: é aquela em que a questão prejudicial pertence a um ramo do direito distinto da questão principal (a questão prejudicial é extra-penal). Ex: análise quanto à anulação ou não do primeiro casamento a fim de se verificar a configuração ou não do crime de bigamia. b) Quanto ao efeito: Obrigatória (ou devolutiva absoluta): é aquela que acarreta obrigatoriamente a suspensão do processo principal (a prescrição também fica suspensa). O juiz criminal não pode, ele mesmo, julgar a questão, devendo suspender o processo e remetê-lo para ser julgado pelo juiz competente. Ocorre naquelas causas que se referem ao estado civil das pessoas (art. 92, CPP). Ex: nulidade de casamento ou de filiação, reconhecimento de filiação, etc. Facultativa ( ou devolutiva relativa): é aquela em que a suspensão do processo é apenas facultativa, ou seja, o juiz da causa principal poderá optar entre suspender o processo e remeter a questão prejudicial CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 17 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br para ser julgada por um outro juiz ou, ao contrário, poderá resolver que ele mesmo irá julgar a questão. Ocorre naqueles casos que não se referem ao estado civil das pessoas (art. 93, CPP). Ex: discussão quanto à propriedade ou não do bem no crime de furto. 9 Observação: caberá o recurso em sentido estrito (RESE) da decisão que suspender o processo em razão de questão prejudicial (art. 581, XVI, CPP). 2) Processos Incidentes 2.1) Exceções (art. 95, CPP) Podemos destacar as seguintes exceções: • Suspeição/impedimento; • Ilegitimidade da parte; retardam o andamento do processo (dilatórias) • Incompetência do juízo; • Litispendência • De coisa julgada; extinguem o processo (peremptórias) Conceito: As exceções constituem meios de defesa indiretos que acarretam a extinção do processo ou apenas retardam o seu andamento. Classificam- se em dilatórias (apenas retardam o andamento do processo) e peremptórias (extinguem o processo). CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 18 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br a) Exceção de suspeição Visa a afastar do processo aquele juiz que é tido como parcial. Não se trata de deslocar o processo de foro, mas apenas ataca a pessoa física do magistrado em razão de vício de suspeição. Nos termos do art. 96 do CPP, a exceção de suspeição precederá a qualquer outra, salvo se fundada em motivo superveniente. Procedimento: • Se o juiz espontaneamente reconhecer a sua suspeição deverá remeter o processo ao seu substituto legal. Essa decisão é irrecorrível. • Suspeição arguida pelas partes: se o juiz concordar com a arguição de suspeição deverá remeter os autos ao seu substituto legal (art. 99). Caso o juiz discorde da arguição de suspeição mandará autuá- la em apartado (forma-se novos autos) e terá 3 dias para oferecer resposta, podendo juntar documentos e arrolar testemunhas (art. 100). Depois disso os autos serão enviados, dentro de 24 horas, ao tribunal a quem competir o julgamento: i) caso o tribunal julgue procedente a exceção (determina que o juiz é suspeito), afastará o juiz e remeterá o processo ao seu substituto legal. Se verificado que o erro do juiz foi inescusável, o tribunal poderá condená-lo a pagar as custas do processo; ii) caso julgada improcedente a exceção, o processo será devolvido ao juiz e, se verificado que a parte agiu de má-fé, o tribunal poderá impor-lhe uma multa. CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 19 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br 9 Observação: a regra geral é que a exceção de suspeição não suspende o processo, salvo se a parte contrária, reconhecendo a procedência do pedido, assim o requerer (art. 102, CPP). b) Exceção de incompetência É aquela que deve ser ajuizada nos casos de incompetência territorial (casos de incompetência relativa do juízo). Será ajuizada dentro do prazo da resposta do réu (art. 396-A, CPP). 9 Observação: Caso a exceção de incompetência não seja ajuizada no prazo legal, por se tratar de incompetência relativa, ocorrerá a prorrogaçãoda competência e o juiz que era incompetente passará a ser competente. Ademais, a exceção de incompetência correrá em apartado e não suspende o andamento do processo. c) Exceção de ilegitimidade da parte Será cabível nos casos em que a parte for ilegítima (cabível tanto nos casos de ilegitimidade ad causam quanto na ilegitimidade ad processum). Deve ser arguida pelo acusado e seguirá o mesmo rito da exceção de incompetência, com a diferença que pode ser arguida a qualquer tempo, já que o vício tem natureza absoluta. O juiz pode, de ofício, declarar a ilegitimidade da parte. Em regra, essa exceção, caso seja julgada procedente, anula o processo. Entretanto, nos casos de ilegitimidade ad processum, admite-se o reinício do processo, desde que sanado o vício. Ex: queixa oferecida por menor de dezoito anos (causa de ilegitimidade ad processum). Admite-se a ratificação desse ato processual pelo seu representante legal (art. 568, CPP). CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 20 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br d) Exceção da litispendência Ocorrerá a litispendência quando tivermos duas ou mais ações idênticas em andamento. A ação em que por último tiver sido citado o réu deverá ser extinta. Trata-se de exceção peremptória que põe fim a processo. e) Exceção de coisa julgada Ocorrerá quando tivermos duas ou mais ações idênticas, sendo que uma delas já transitou em julgado. Aquela ação que já tiver transitado em julgado será preservada e as outras devem ser extintas. Também é exceção peremptória. 9 Observação: da decisão que julgar procedente as exceções, salvo a de suspeição, caberá o Recurso em sentido estrito (art. 581, III). 2.2) Incidente de Falsidade Documental (arts. 145 a 148) Encontra-se prevista nos arts. 145 a 148 do CPP. Esse incidente será cabível quando surgirem dúvidas acerca da autenticidade de determinado documento. Essa falsidade pode ser reconhecida de ofício pelo juiz ou arguida pelas partes. Procedimento: • Se a falsificação for grosseira dispensa-se a instauração do incidente, devendo o juiz determinar o desentranhamento do documento e remessa ao MP, a fim de que se verifique se houve ou não a falsificação, o que ensejará a respectiva ação penal; CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 21 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br • Caso a falsificação não seja grosseira deve-se instaurar o incidente de falsidade, ficando o processo suspenso. A parte contrária terá 48 horas para se manifestar e, depois disso, cada uma das partes terá 3 dias para produzir provas. Serão feitas perícias no documento e o juiz decidirá se o documento é ou não falso. Caso se reconheça que o documento é verdadeiro, deverá ser mantido nos autos. Nada obstante, reconhecendo a falsidade do documento deverá o juiz determinará o desentranhamento do referido documento e remessa ao MP, a fim de que se apure a responsabilidade pela falsificação. Observações: a) Da decisão que julgar o incidente de falsidade caberá o recurso em sentido estrito (art. 581, XVIII); b) A decisão no incidente de falsidade não vincula a decisão na futura ação pelo crime de falsidade, ou seja, ainda que se reconheça a falsidade do documento, nada impede que o agente seja absolvido pelo delito de falsificação. 2.3) Conflitos de Jurisdição e de Atribuição Conflito de Jurisdição (art. 113 ao 117): Ocorre quando dois ou mais juízes se dizem competentes (conflito positivo), ou se dizem incompetentes (conflito negativo) para julgar determinada infração penal. Ocorre também nos casos de reunião de processos, salvo se um deles já tiver transitado em julgado (súmula 59 CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 22 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br STJ). A doutrina dominante prefere a expressão “conflito de competência” e não “conflito de jurisdição”, pois a jurisdição é una e indivisível. O referido conflito pode ser requerido pela parte interessada, pelo MP ou pelos próprios juízes ou tribunais envolvidos (nesse último caso, a arguição é feito mediante ofício). Competência para julgar o conflito: a) STF (art. 102 CF/88) – julga os conflitos entre o STJ e qualquer tribunal; entre tribunais superiores; entre tribunais superiores e qualquer outro tribunal. b) STJ (art. 105 CF/88) – julga os conflitos entre tribunais, ressalvadas as competências do Supremo; entre tribunal e juiz a ele não vinculado; ou entre juízes vinculados a tribunais diferentes. c) TRE – é competente para julgar o conflito entre juízes eleitorais do mesmo estado da federação. d) TSE – julga o conflito entre juízes eleitorais de estados diferentes e entre os TREs. e) TRF – é competente para julgar os conflitos entre juízes federais a ele vinculados, bem como o conflito entre juiz federal e juiz estadual no exercício da competência federal (Súmula 03 do STJ). f) TJ – é competente para julgar o conflito entre juízes estaduais a ele vinculados, bem como o conflito entre juiz estadual e juiz militar da justiça local (Súmula 555 do STF). Registre-se que não há que se falar em conflito entre juiz e o tribunal ao qual ele pertença, pois, em razão da hierarquia, predomina a manifestação do tribunal. CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 23 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br Conflito de Atribuições: a) Entre duas autoridades administrativas: será resolvido no próprio âmbito administrativo sem intervenção do judiciário. b) Entre uma autoridade judiciária e outra administrativa: será resolvido pelo STJ (maioria dos autores). 9 Obs: O conflito de atribuições entre dois promotores de justiça será resolvido pelo Procurador-Geral (se se tratar de promotores de um mesmo Estado); 9 Obs: A competência para resolver o conflito de atribuições entre Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual é do STF (vide Informativo STF nº 458, de 5 a 9 de março de 2007 - Pet. 3.528/BA). 2.4) Restituição de Coisas Apreendidas (arts. 118 a 124) Durante o inquérito ou processo determinadas coisas (instrumentos do crime e coisas que constituam prova da infração penal) podem ser apreendidas. Algumas delas, uma vez apreendidas, não serão mais devolvidas, uma vez que estão sujeitas ao confisco (art. 91 CP). Ex: drogas. Outras coisas, por sua vez, ficarão apreendidas apenas enquanto interessarem ao processo, podendo posteriormente ser restituídas. Nos termos do art. 118 do CPP, as coisas apreendidas só poderão ser restituídas após o trânsito em julgado da sentença ou quando não mais interessarem ao processo (art. 118, CPP). CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 24 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br Procedimento: a) Restituição determinada pela autoridade policial (requisitos): Para que a autoridade policial possa determinar a restituição da coisa apreendida, exige-se que: i) a coisa seja restituível (não sujeita ao confisco); ii) a apreensão da coisa não pode mais interessar ao inquérito ou processo e iii) não pode haver dúvida quanto à propriedade da coisa.Havendo dúvida quanto a quem pertence a coisa, a autoridade policial deverá remetê-la ao juiz a fim de que se descubra o verdadeiro dono. b) Determinada pelo juiz: Ocorre durante a fase do processo ou quando a autoridade policial estiver com dúvidas quanto à propriedade da coisa. Se o juiz não tiver dúvida quanto a quem pertence à coisa, determinará a restituição mediante simples termo nos autos; Caso o juiz esteja em dúvida quanto a quem pertence à coisa, determinará a instauração do incidente de restituição, que correrá em apartado. O requerente terá 5 dias para produzir prova. O juiz então, após ouvir o MP, decidirá: a) se convencido da propriedade do bem, determinará a sua restituição; b) se o juiz não se convence quanto a quem pertence a coisa remeterá as partes para o juízo civil, determinando o depósito do bem ou seu leilão se houver risco de deterioração. CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 25 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br 2.5) Incidente de Insanidade Mental (arts.149 a 154) Será cabível quando surgirem dúvidas acerca da saúde mental do indicado ou acusado (art. 149, CPP). Esse incidente será cabível em qualquer fase do inquérito ou do processo, mas sempre deverá ser instaurado perante o juiz. O juiz pode instaurá-lo de ofício, mediante requerimento do MP, representação da autoridade policial ou mediante requisição do cônjuge, ascendente, descendente, irmão, defensor ou curador. Esse incidente correrá em apartado, mas depois de apresentado o laudo ocorrerá o seu apensamento (art. 153, CPP). Contra a decisão que determina a instauração do incidente de insanidade mental não cabe recurso. Procedimento: • Instaurado o incidente, o juiz nomeará um curador para o indiciado ou acusado, bem como perito para elaboração do laudo; • Se o incidente de insanidade for instaurado durante o processo, este ficará suspenso (a prescrição, no entanto, corre). Se, no entanto, esse incidente for instaurado durante o inquérito policial esse continuará correndo, pois não há qualquer previsão legal de suspensão; • O laudo pericial deve ser elaborado no prazo máximo de 45 dias, podendo esse prazo ser prorrogado (art. 150, § 1º, CPP); • A sentença poderá concluir que o agente é: a) inimputável: nesse caso, ficará sujeito à medida de segurança; CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 26 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br b) imputável: receberá uma pena; c) semi-imputável: pena reduzida de um a dois terços; • Nos casos em que a doença mental sobrevém ao delito, o processo deverá ser suspenso até o restabelecimento do réu (art. 152 do CPP). A prescrição, entretanto, corre normalmente, por falta de previsão de sua suspensão; • Caso a incapacidade sobrevenha durante a fase de execução da pena, o juiz deverá determinar sua remoção para casa de custódia e tratamento. Ocorrendo a cura, ele retornará para o presídio. Caso, entretanto, a doença seja considerada irreversível poderá o juiz substituir a pena por medida de segurança. 2.6) Medidas Assecuratórias (arts. 125 a 144) As medidas assecuratórias são medidas de caráter cautelar e natureza processual que visam a ressarcir a vítima dos prejuízos causados pelo cometimento do delito. Podemos elencar três medidas: i) sequestro; ii) arresto e iii) hipoteca legal. Abaixo coloco um quadro comparativo entre as três: Sequestro Arresto Hipoteca legal Recai sobre bens determinados, de origem ilícita; Recaem sobre bens indeterminados de origem lícita (são bens legítimos do acusado que servem como garantia); Recaem sobre bens indeterminados de origem lícita (são bens legítimos do acusado que servem como garantia); CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 27 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br Pode ser móvel ou imóvel (desde que tenham origem ilícita – art. 126); Para bens móveis; Só para bens imóveis; Visam a garantir o ressarcimento da vítima e impedir que o criminoso obtenha benefícios com a prática da infração; Visam a garantir o ressarcimento da vítima; Visam a garantir o ressarcimento da vítima. Destina-se ainda ao pagamento das despesas processuais e penas pecuniárias (art. 140); Sequestro Será cabível durante o inquérito policial ou processo, mas só o juiz é que pode decretá-lo, de ofício ou mediante requerimento do MP ou ofendido ou mediante representação da autoridade policial (art. 127). O sequestro fica apensado aos autos principais e o recurso cabível é a apelação. Ademais, caso o sequestro recaía sobre bens imóveis, exige-se o seu registro no cartório de registro de imóveis. Finalmente, o sequestro perderá a sua eficácia nas hipóteses do art. 131: Art. 131 - O sequestro será levantado: I - se a ação penal não for intentada no prazo de 60 (sessenta) dias, contado da data em que ficar concluída a diligência; II - se o terceiro, a quem tiverem sido transferidos os bens, prestar caução que assegure a aplicação do disposto no art. 74, II, b, segunda parte, do Código Penal; III - se for julgada extinta a punibilidade ou absolvido o réu, por sentença transitada em julgado. CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 28 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br Hipoteca legal Só é cabível durante o processo. Deve ser registrada no cartório de registro de imóveis e será requerida pelo ofendido, seu representante legal, ou herdeiros, ou pelo MP (desde que a vítima seja pobre ou haja interesse da Fazenda Pública - art. 142). A hipoteca será cancelada se o acusado for absolvido ou for extinta a sua punibilidade. Ademais, Condenado o acusado e transitada em julgado a sentença, os autos da hipoteca serão remetidos ao juízo cível para execução (art.143). Arresto É medida cautelar que se encontra prevista no art. 137 do CPP. Recai sobre bens móveis do acusado, adquiridos legitimamente (sua finalidade é garantir eventual indenização pelo cometimento do delito). Para a decretação do arresto exige-se prova do crime e indícios de autoria. É ainda medida subsidiária e complementar, pois a prioridade é da hipoteca legal. Assim, só caberá o arresto se o acusado não possuir bens imóveis suficientes para garantir a indenização pelos prejuízos do crime. Bem, senhores, concluímos as regras relativas às provas, questões e processos incidentes e exceções. Vejamos então algumas questões para treinar nosso aprendizado. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1) (CESPE/AGU – Procurador Federal/2004) Julgue o item abaixo: CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 29 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br Considera-se prova ilegítima o depoimento de testemunha obrigada a guardar sigilo por dever funcional. Comentário: Item CORRETO. A doutrina tradicional diferencia a prova ilícita da ilegítima. A primeira seria aquela produzida com violação a regras de direito material (ex: confissão mediante tortura), ao passo que as provas ilegítimas seriam aquelas produzidas em desrespeitoa regras de direito processual. Ex: as pessoas elencadas no art. 207 do CPP estão proibidas de depor. Tal dispositivo trata daqueles que, em razão do cargo, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo quanto às informações que receberem. Assim, caso o juiz obrigue a testemunha que deva guardar sigilo por dever funcional a depor, estaremos diante de uma prova ilegítima. 2) (CESPE/AGU – Procurador Federal/2004) Julgue o item abaixo: Desaparecidos os vestígios da infração penal, o juiz considerará suprida a falta do exame de corpo de delito pela confissão do acusado ou prova testemunhal. Comentário: Item ERRADO. O exame de corpo de delito será obrigatório sempre que o crime deixar vestígios. A sua falta não poderá ser suprida pela confissão do acusado. Isso significa dizer que, ainda que o agente confesse a prática da infração penal, a realização do exame de corpo de delito será obrigatória quando o crime deixar vestígios. Nada obstante, conforme o art. 167 do CPP, se os vestígios tiverem desaparecido, a falta do exame de corpo de delito poderá ser suprida pela prova testemunhal. Notem que a prova testemunhal pode suprir a não realização do exame de corpo de delito. Já a confissão do acusado não supre sua falta. CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 30 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br 3) (CESPE/PGE-ES – Procurador de Estado/2008) Julgue o item abaixo: Joaquim, indiciado em inquérito policial, em seu interrogatório na esfera policial, foi constrangido ilegalmente a indicar uma testemunha presencial do crime de que era acusado. A testemunha foi regularmente ouvida e em seu depoimento apontou Joaquim como autor do delito. Nessa situação, o depoimento da testemunha, apesar de lícito em si mesmo, é considerado ilícito por derivação, uma vez que foi produzido a partir de uma prova ilícita. Comentário: Item CORRETO. Na presente questão aplica-se a teoria dos frutos da árvore envenenada (“fruits of the poisonous tree”), segundo a qual a ilicitude de uma prova contamina todas aquelas que dela se originarem. Conforme o art. 157 do CPP, “são inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais”. Já o § 1º do referido artigo complementa: “são também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras”. Notem que Joaquim foi constrangido ilegalmente a indicar uma testemunha presencial do crime. Consequentemente, o depoimento da testemunha será considerado prova ilícita derivada. 4) (CESPE/Procurador do Banco Central/2009) Julgue o item abaixo: O direito processual regula os meios de prova, que são os instrumentos que trazem os elementos de convicção aos autos. A finalidade da prova é o convencimento do juiz, que é seu destinatário. CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 31 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br Comentário: Item CORRETO. As provas são todos aqueles elementos de convicção trazidos aos autos com o objetivo de melhor esclarecer determinados fatos, circunstâncias ou alegações. O destinatário da prova é o juiz, já que este proferirá a sentença final, condenando ou absolvendo o acusado. 5) (CESPE/Procurador do Banco Central/2009) Julgue o item abaixo: Na instrução processual, todos os fatos relevantes devem ser submetidos à atividade probatória. Comentário: Item ERRADO. Durante a instrução processual criminal, nem todos os fatos estarão sujeitos à prova. Assim, não serão objeto de prova: i) os fatos notórios (de conhecimento amplo e geral de todos); ii) os fatos inúteis (aqueles que nada acrescentarão ao esclarecimento dos fatos) e iii) os fatos axiomáticos (são os fatos evidentes. Ex: um corpo em estado de putrefação dispensa a prova do evento morte). Registre-se também que as presunções legais não dependem de prova. 6) (CESPE/Procurador do Banco Central/2009) Julgue o item abaixo: O direito também é objeto de prova, pois os juízes estaduais não são obrigados a conhecer o direito federal em caráter absoluto. Comentário: Item ERRADO. O direito pode sim ser objeto de prova. Ocorre, porém, que a legislação federal não depende de prova, uma vez que os juízes são obrigados a conhecer as leis federais (narra mihi factum, dabo tibi jus). Já a CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 32 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br legislação estadual, municipal e alienígena (estrangeira) será objeto de prova. 7) (CESPE/Procurador do Banco Central/2009) Julgue o item abaixo: A prova do direito estrangeiro só pode ser aceita quando submetida à apreciação do Tribunal Penal Internacional. Comentário: Item ERRADO. A prova do direito estrangeiro (alienígena) cabe a quem o invocar. Nos termos do art. 337 do CPC, aplicado analogicamente ao Processo Penal, “a parte, que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim, o determinar o juiz”. Não há qualquer interferência do Tribunal Penal Internacional. Este, por sua vez, foi criado pelo Tratado de Roma em 17 de julho de 1998 e encontra-se vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU). O Brasil assinou o pacto em 12.02.2000 e o ratificou em 12.06.2002, tornando-se o 69º Estado a reconhecer a jurisdição do TPI. A referida corte tem sede em Haia, na Holanda, e competência para julgamento dos crimes contra a humanidade, crimes de guerra, de genocídio e agressão. 8) (CESPE/Procurador do Banco Central/2009) Julgue o item abaixo: A materialidade da prova pode ser direta ou indireta, sendo a primeira colhida na flagrância da conduta delituosa, enquanto a última deriva do testemunho e da perícia. Comentário: CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 33 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br Item ERRADO. A presente questão trata da materialidade direta ou indireta de uma prova. De fato, o flagrante representa uma modalidade de materialidade direta da prova (o contato é direto, imediato, já que, no flagrante, temos a visibilidade do delito). A prova testemunhal, por outro lado, refere-se à materialidade indireta da prova (o contato com a prova não é direto, estabelecendo-se por meio dos sentidos de uma terceira pessoa). O erro da assertiva está em afirmar que a perícia é uma prova indireta. Na prova pericial temos o contato direto com a prova, sendo, assim, um exemplo de prova direta. 9) (CESPE/PC-PA/Delegado de Polícia/2009) Julgue o item abaixo: A autoridade judicial, por estar submetida ao princípio da inércia, não terá iniciativa probatória. No processo penal, as perícias deverão ser realizadas por dois peritos oficiais. Comentário: Item ERRADO. A presente questão possui dois erros. Em primeiro lugar, a autoridade judicial possui sim iniciativa probatória, nos termos do art. 156, II, do CPP. Nada obstante, deve o juiz deixar que primeiro as partes se desincumbam do ônus probatório, para só então determinar a produção da prova. O segundo equívoco estána parte final da questão. Após o advento da Lei nº 11.690/2008, para realização das perícias, exige-se um perito oficial, ou na sua falta, dois não-oficiais. 10) (CESPE/DPE-MG/Defensor Público/2009) Julgue o item abaixo: Testemunha de beatificação é aquela que presta informação apenas em relação aos antecedentes. CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 34 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br Comentário: Item CORRETO. A testemunha de beatificação, também conhecida como abonatória ou de antecedentes, se limita a discorrer sobre os dados do réu, enaltecendo sua vida pregressa. Não depõe sobre os fatos em si imputados ao mesmo. Seu objetivo, principalmente, é permitir a redução da pena do acusado. 11) (CESPE/DPE-ES/Defensor Público/2009) Julgue o item abaixo: Quando for necessário fazer o reconhecimento judicial do acusado, não é obrigatório que ele seja colocado ao lado de outras pessoas que com ele guardem semelhança. Comentário: Item CORRETO. Conforme o art. 226 do CPP, no reconhecimento de pessoas será observado o seguinte: “I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa que deva ser reconhecida; II - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá- la; III - se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para que esta não veja aquela; IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais”. Notem que, somente quando possível, a pessoa que tiver que ser reconhecida será colocada ao lado de outras que com ela guardem qualquer semelhança. CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 35 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br 12) (CESPE/PC-PA/Delegado de Polícia/2009) Julgue o item abaixo: O depoimento da testemunha será prestado oralmente, sendo permitido trazê-lo por escrito. Comentário: Item ERRADO. Uma das características da prova testemunhal é a oralidade, ou seja, a testemunha deve prestar seu depoimento oralmente, sendo vedado trazê-lo por escrito (art. 204, CPP). Admite-se, porém, a consulta a breves apontamentos. 13) (CESPE/TRF 5 Região/Juiz Federal/2009) Julgue o item abaixo: A recente reforma processual penal consagrou o entendimento, já consolidado na doutrina, de que se deve distinguir provas ilícitas e ilegítimas, consideradas estas as que violem normas processuais, e ilícitas, as que violem normas de direito material. Comentário: Item ERRADO. A Lei 11.690/2008 alterou a redação do art. 157 do CPP estabelecendo que “são inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais”. Como se pode perceber, a reforma processual não consagrou o entendimento já consolidado na doutrina que distingue as provas ilícitas das ilegítimas. A diferenciação entre uma e outra existe apenas no plano doutrinário. Segundo essa visão, as provas ilícitas são aquelas produzidas em violação a regras de direito material, ao passo que as provas ilegítimas são produzidas em violação a regras de direito processual. CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 36 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br 14) (CESPE/MPE-RN/Promotor de Justiça/2009) Julgue o item abaixo: As exceções serão processadas e julgadas em autos apartados e, em regra, suspendem o andamento da ação penal. Comentário: Item ERRADO. Embora corram em autos apartados, as exceções, em regra, não suspendem o andamento da ação penal. Esse é o teor do art. 111 do CPP, “as exceções serão processadas em autos apartados e não suspenderão, em regra, o andamento da ação penal”. 15) (CESPE/MPE-RN/Promotor de Justiça/2009) Julgue o item abaixo: Autoridades policiais exercem atividade meramente administrativa, razão pela qual não podem declarar-se suspeitas. Comentário: Item ERRADO. O inquérito policial é um procedimento ou expediente de caráter administrativo que visa a reunir provas de uma certa infração penal. Não se confunde com o processo. Processo e inquérito são duas fases distintas. Consequentemente, os vícios de impedimento e suspeição do juiz não se aplicam a autoridade policial (art. 107, CPP). Nada obstante, nos termos do referido artigo, deverão elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal. 16) (CESPE/MPE-RN/Promotor de Justiça/2009) Julgue o item abaixo: As exceções de suspeição do juiz e do membro do MP devem ser julgadas pelo tribunal recursal competente. CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 37 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br Comentário: Item ERRADO. A exceção de suspeição do juiz será dirigida ao próprio juiz de 1ª instância, e não ao tribunal recursal competente. Se reconhecer a suspeição, o juiz, por despacho, se declarará suspeito, ordenando a remessa dos autos ao substituto. Não aceitando a suspeição, o juiz mandará autuar em apartado a petição, remetendo os autos da exceção, dentro de 24 horas, ao tribunal competente (arts. 99 e 100, CPP). Já a suspeição do órgão do Ministério Público seguirá o procedimento do art. 104 do CPP: “se for arguida a suspeição do órgão do Ministério Público, o juiz, depois de ouvi-lo, decidirá, sem recurso, podendo antes admitir a produção de provas no prazo de três dias”. 17) (CESPE/MPE-RO/Promotor de Justiça/2009) Julgue o item abaixo: Antes de transitar em julgado a sentença final, as coisas apreendidas não poderão ser restituídas enquanto interessarem ao processo. Comentário: Item CORRETO. Trata-se de cópia literal do art. 118 do CPP. Com efeito, as coisas apreendidas só poderão ser restituídas quando não mais interessarem ao processo ou após o trânsito em julgado da sentença. 18) (CESPE/MPE-RO/Promotor de Justiça/2008) Julgue o item abaixo: O incidente de falsidade de documento constante dos autos poderá ser requerido por quaisquer das partes, mas o juiz não poderá, de ofício, proceder à verificação da falsidade. Reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível, o juiz mandará desentranhar o documento e remetê-lo-á, com CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 38 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br os autos do processo incidente, ao MP, fazendo essa decisão coisa julgada em relação a ulterior processo penal ou civil. Comentário: Item ERRADO. Será cabível o incidente de falsidade quando surgirem dúvidas acerca da autenticidade de determinado documento. Essa falsidade pode ser reconhecida de ofício pelo juiz ou arguida pelas partes. Nota-se, assim, que o juiz pode, de ofício, proceder à verificação da falsidade (art. 147, CPP). O segundo erro da questão consiste em afirmar que a decisão que reconhecea falsidade faz coisa julgada em relação a ulterior processo penal ou civil. Com efeito, o art. 148 do CPP estabelece que “qualquer que seja a decisão, não fará coisa julgada em prejuízo de ulterior processo penal ou civil”. Assim, a decisão no incidente de falsidade não vincula a decisão na futura ação pelo crime de falsidade, ou seja, ainda que se reconheça a falsidade do documento, nada impede que o agente seja absolvido pelo delito de falsificação. 19) (CESPE/MPE-RO/Promotor de Justiça/2008) Julgue o item abaixo: Com relação ao Pedido de restituição de coisa apreendida, em caso de dúvida sobre quem seja o verdadeiro dono, o juiz remeterá as partes para o juízo cível, ordenando o depósito das coisas em mãos de depositário ou do próprio terceiro que as detinha, se for pessoa idônea. Comentário: Item CORRETO. No incidente de restituição de coisas apreendidas, se o juiz não se convencer quanto a quem pertence a coisa, remeterá as partes para o juízo cível, determinando o depósito do bem, ou seu leilão, se houver risco de deteriorização. Conforme o § 4º do art. 120 do CPP, “em caso de dúvida sobre quem seja o verdadeiro dono, o juiz remeterá as partes para o juízo CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 39 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br cível, ordenando o depósito das coisas em mãos de depositário ou do próprio terceiro que as detinha, se for pessoa idônea”. 20) (IESES/TJMA/Analista Judiciário/2009) Julgue o item abaixo: Os impedimentos e suspeições previstas ao Juiz, aplicam-se também aos Jurados, ao representante do Ministério Público, bem como aos Peritos, Interpretes e funcionários da Justiça. Comentário: Item CORRETO. Os impedimentos e suspeições dos magistrados estão previstos nos arts. 252 e 254 do CPP. Tais impedimentos e suspeições se aplicam também ao membro do Ministério Público (art. 258, CPP), jurados (art. 448, § 2º, CPP), bem como aos peritos, intérpretes e funcionários da Justiça (arts. 274, 280 e 281 do CPP). 21) (CESPE/MPE-RO/Promotor de Justiça/2008) Julgue o item abaixo: De acordo com o CPP, caberá o sequestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com os proventos da infração, ainda que já tenham sido transferidos a terceiro, bastando, para isso, a existência de indícios veementes da proveniência ilícita dos bens. Poderá o sequestro ser decretado pelo juiz, de ofício, a requerimento do MP ou do ofendido, ou mediante representação da autoridade policial, em qualquer fase do processo ou mesmo antes de oferecida a denúncia ou queixa. (Cespe/MPE- RO/Promotor/2008/Questão 8/assertiva A) Comentário: Item CORRETO. O sequestro é uma medida assecuratória, de natureza cautelar, e que visa a ressarcir a vítima dos prejuízos causados pelo CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 40 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br cometimento do delito. Ele recai sobre bens determinados de origem ilícita, pouco importando se o bem é móvel ou imóvel, e ainda que já tenham sido transferidos a terceiros. Para a decretação do sequestro basta a existência de indícios veementes da proveniência ilícita dos bens (arts. 125 e 126, CPP). Finalmente, segundo o art. 127 do CPP: “o juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou do ofendido, ou mediante representação da autoridade policial, poderá ordenar o sequestro, em qualquer fase do processo ou ainda antes de oferecida a denúncia ou queixa.” QUESTÕES DA AULA: 1) (CESPE/AGU – Procurador Federal/2004) Julgue o item abaixo: Considera-se prova ilegítima o depoimento de testemunha obrigada a guardar sigilo por dever funcional. GABARITO: CORRETO. 2) (CESPE/AGU – Procurador Federal/2004) Julgue o item abaixo: Desaparecidos os vestígios da infração penal, o juiz considerará suprida a falta do exame de corpo de delito pela confissão do acusado ou prova testemunhal. GABARITO: ERRADO. 3) (CESPE/PGE-ES – Procurador de Estado/2008) Julgue o item abaixo: Joaquim, indiciado em inquérito policial, em seu interrogatório na esfera policial, foi constrangido ilegalmente a indicar uma testemunha presencial do crime de que era acusado. A testemunha foi regularmente ouvida e em seu depoimento apontou Joaquim como autor do delito. Nessa situação, o CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 41 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br depoimento da testemunha, apesar de lícito em si mesmo, é considerado ilícito por derivação, uma vez que foi produzido a partir de uma prova ilícita. GABARITO: CORRETO. 4 (CESPE/Procurador do Banco Central/2009) Com relação à prova, assinale a opção correta: a) O direito processual regula os meios de prova, que são os instrumentos que trazem os elementos de convicção aos autos. A finalidade da prova é o convencimento do juiz, que é seu destinatário. b) A materialidade da prova pode ser direta ou indireta, sendo a primeira colhida na flagrância da conduta delituosa, enquanto a última deriva do testemunho e da perícia. c) Na instrução processual, todos os fatos relevantes devem ser submetidos à atividade probatória. d) O direito também é objeto de prova, pois os juízes estaduais não são obrigados a conhecer o direito federal em caráter absoluto. e) A prova do direito estrangeiro só pode ser aceita quando submetida à apreciação do Tribunal Penal Internacional. 5) (CESPE/PC-PA/Delegado de Polícia/2009) Julgue o item abaixo: A autoridade judicial, por estar submetida ao princípio da inércia, não terá iniciativa probatória. No processo penal, as perícias deverão ser realizadas por dois peritos oficiais. GABARITO: ERRADO. 6) (CESPE/DPE-MG/Defensor Público/2009) Julgue o item abaixo: CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 42 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br Testemunha de beatificação é aquela que presta informação apenas em relação aos antecedentes. GABARITO: CORRETO. 7) (CESPE/DPE-ES/Defensor Público/2009) Julgue o item abaixo: Quando for necessário fazer o reconhecimento judicial do acusado, não é obrigatório que ele seja colocado ao lado de outras pessoas que com ele guardem semelhança. GABARITO: CORRETO. 8) (CESPE/PC-PA/Delegado de Polícia/2009) Julgue o item abaixo: O depoimento da testemunha será prestado oralmente, sendo permitido trazê-lo por escrito. GABARITO: ERRADO. 9) (CESPE/TRF 5 Região/Juiz Federal/2009) Julgue o item abaixo: A recente reforma processual penal consagrou o entendimento, já consolidado na doutrina, de que se deve distinguir provas ilícitas e ilegítimas, consideradas estas as que violem normas processuais, e ilícitas, as que violem normas de direito material. GABARITO: ERRADO. 10) (CESPE/MPE-RN/Promotor de Justiça/2009) Julgue o item abaixo: As exceções serão processadas e julgadas em autos apartados e, em regra, suspendem o andamento da ação penal. GABARITO: ERRADO. 11) (CESPE/MPE-RN/Promotor de Justiça/2009) Julgue o item abaixo: Autoridades policiais exercem atividade meramente administrativa, razão pela qual não podem declarar-se suspeitas. CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVARJR. 43 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br 12) (CESPE/MPE-RN/Promotor de Justiça/2009) Julgue o item abaixo: As exceções de suspeição do juiz e do membro do MP devem ser julgadas pelo tribunal recursal competente. GABARITO: ERRADO. 13) (CESPE/MPE-RO/Promotor de Justiça/2008) Julgue o item abaixo: Antes de transitar em julgado a sentença final, as coisas apreendidas não poderão ser restituídas enquanto interessarem ao processo. GABARITO: CORRETO. 14) (CESPE/MPE-RO/Promotor de Justiça/2008) Julgue o item abaixo: O incidente de falsidade de documento constante dos autos poderá ser requerido por quaisquer das partes, mas o juiz não poderá, de ofício, proceder à verificação da falsidade. Reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível, o juiz mandará desentranhar o documento e remetê-lo-á, com os autos do processo incidente, ao MP, fazendo essa decisão coisa julgada em relação a ulterior processo penal ou civil. GABARITO: ERRADO. 15) (CESPE/MPE-RO/Promotor de Justiça/2008) Julgue o item abaixo: Com relação ao Pedido de restituição de coisa apreendida, em caso de dúvida sobre quem seja o verdadeiro dono, o juiz remeterá as partes para o juízo cível, ordenando o depósito das coisas em mãos de depositário ou do próprio terceiro que as detinha, se for pessoa idônea. GABARITO: CORRETO. 16) (IESES/TJMA/Analista Judicário/2009) Julgue o item abaixo: CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 44 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br Os impedimentos e suspeições previstas ao Juiz, aplicam-se também aos Jurados, ao representante do Ministério Público, bem como aos Peritos, Interpretes e funcionários da Justiça. GABARITO: CORRETO. 17) (CESPE/MPE-RO/Promotor de Justiça/2008) Julgue o item abaixo: De acordo com o CPP, caberá o sequestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com os proventos da infração, ainda que já tenham sido transferidos a terceiro, bastando, para isso, a existência de indícios veementes da proveniência ilícita dos bens. Poderá o sequestro ser decretado pelo juiz, de ofício, a requerimento do MP ou do ofendido, ou mediante representação da autoridade policial, em qualquer fase do processo ou mesmo antes de oferecida a denúncia ou queixa. GABARITO: CORRETO. Questões extraídas das seguintes provas: a) Analista Judiciário do STF - Área Judiciária (Cespe/2008): questão 131; b) Analista Judiciário do TSE - Área Judiciária (Cespe/2007): questão 64, item “c”; c) Procurador Federal (Cespe/AGU/2004): questões 284, 287; d) Procurador do Espírito Santo (Cespe/PGE-ES/2008): questão 141; e) Procurador do Banco Central (Cespe/2009): questão 84, assertivas “a”, “b”, “c”, “d” e “e”; f) Delegado de Polícia do Pará (Cespe/2009): questão 30, assertiva “a” e questão 31, assertiva “b”; CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 45 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br g) Defensor Público (Cespe/DPE-MG/2009): questão 39, assertiva “e”; h) Defensor Público (Cespe/DPE-ES/2009): questão 58; i) Juiz Federal (Cespe/TRF 5 Região/2009): questão 23, assertiva “d”; j) Promotor de Justiça (Cespe/MPE-RN/2009): questão 60, assertivas “a”, “b” e “c”; k) Promotor de Justiça (Cespe/MPE-RO/2009): questão 8, assertivas “a”, “b”, “d” e “e”; l) Analista Judiciário do TJMA (Ieses/2009): questão 73, item I; Com isso, meus amigos, concluímos nossa aula sobre de hoje sobre as Provas, Questões e Processos Incidentes e as Exceções. Nossa próxima aula será sobre as Citações e Intimações; Atos das partes, dos juízes, dos auxiliares da justiça e de terceiros; Sujeitos Processuais e Prazos. Vejo vocês em breve. Grande abraço, Prof. Bivar.