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APOSTILAS EAD 3 SEM 2015

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http://blogdapedagogiaunopar.blogspot.com.br/ 3º SEMESTRE 
1 
 
 
Pedagogia - Pedagogia em Espaços 
Escolares e Não Escolares (webs 1 e 2) 
 
WEBAULA 1 
Conceituando o trabalho do pedagogo nas 
instituições de ensino escolar 
Olá pessoal! Falar sobre as atribuições do Pedagogo favorece a 
ampliação de discussões sobre a importância de participação desse 
profissional na organização do trabalho pedagógico, em espaços 
educativos. Essa discussão deve favorecer o entendimento de que 
diretor, pedagogos, professores, funcionários, alunos, 
pais/responsáveis pelo aluno e representantes da comunidade, 
imbuídos de um mesmo propósito, devam valorizar a participação de 
todos nas atividades escolares. 
Essa Unidade de estudo possibilita o entendimento sobre a 
importância da Pedagogia, diante do contexto educacional, bem como 
a contribuição das diferentes áreas do conhecimento para formação 
do Pedagogo. Historicamente, podemos reconhecer, considerando 
inclusive a legislação que as ampara, especificidades, avanços e 
retrocessos indicados à educação formal e não formal. 
Para iniciar nossa reflexão, sugiro pesquisarmos sobre os Princípios 
da gestão colegiada no espaço escolar. 
Pensar na gestão democrática da escola pública implica na 
possibilidade de organicamente entendê-la como espaço de 
contradições, pois ao mesmo tempo em que reproduz a 
ideologia do capital fundamentada nas relações sociais, 
políticas, econômicas e culturais, procura oferecer condições 
de emancipação humana. Prais (1994) argumenta que a 
escola, ao ser entendida como instituição social, espaço de 
mediação entre sujeito e sociedade, apresenta como função a 
democratização dos conhecimentos produzidos historicamente 
pela humanidade. Tal princípio possibilita o entendimento do 
conhecimento como fonte para efetivação de um processo de 
emancipação humana e, por conseguinte – transformação 
social. 
A política da Gestão Democrática, implantada no sistema de ensino 
com a Constituição de 1988, reforçou o caráter público e 
democrático da escola como uma instância viva de participação da 
http://blogdapedagogiaunopar.blogspot.com.br/ 3º SEMESTRE 
2 
 
comunidade nas decisões. Desse modo, com a aprovação da LDB 
9394/96, concretizou-se legalmente a tentativa de implementação 
de um trabalho pedagógico articulado, com o objetivo de tornar 
possível a elaboração de um projeto educacional que vincule as ações 
dos profissionais da educação a um projeto educativo mais amplo que 
vislumbra pela educação a emancipação social e política de todos. 
A nova proposta estabelecida na Lei 9394/96 traz, em seus escritos, 
o incentivo à participação da comunidade na administração pública. 
Na educação, dentre outras metas, segundo Bartnik (2003), busca-
se, além da melhoria da qualidade do ensino, a redução dos índices 
de evasão e repetência, maior valorização dos profissionais do 
magistério, estruturas e condições adequadas ao desenvolvimento do 
trabalho docente. Ainda é considerada a ampliação da compreensão 
das diferentes relações de poder que permeiam a organização da 
ação educativa e a transmissão e reelaboração significativa dos 
conhecimentos. 
A escola, levada ao cumprimento do dever, circunstanciada pelo 
conjunto de reformas educacionais, é compelida a efetivar a 
implantação de instâncias colegiadas, tais como o Conselho 
Escolar, Associação de Pais, Mestres e Funcionários e Grêmio 
Estudantil. Nesta perspectiva, a gestão na escola torna-se o 
processo que rege o funcionamento da escola, compreendendo 
tomadas de decisão conjunta no planejamento, execução, 
acompanhamento e avaliação das questões administrativas e 
pedagógicas. 
A proposta ainda enfatiza o estabelecimento de uma prática pautada 
no diálogo, para a participação da comunidade escolar na elaboração 
de Projeto Político Pedagógico, Proposta Curricular e Plano de Ação 
para o trabalho da escola e do professor. Estes também são 
entendidos como elementos fundamentais para a construção da 
gestão da escola, de sua autonomia pedagógica e administrativa, 
visando a busca de valorização da produção efetiva de um trabalho 
conjunto e comprometido que procure articular as atividades da 
escola com o órgão colegiado e demais órgãos complementares 
presentes na escola. 
Analisando o que consideramos até aqui, podemos questionar: 
Como as relações de poder se apresentam na escola atualmente? 
São observáveis, veladas ou não se apresentam mais como 
antigamente? 
Para que a escola contribua na construção da cidadania por meio da 
transmissão significativa dos conhecimentos historicamente 
construídos, Bartnik (2003, p.34) analisa quese faz necessário 
repensar as relações de poder, romper com a burocracia que 
permeia a organização do trabalho pedagógico no espaço 
http://blogdapedagogiaunopar.blogspot.com.br/ 3º SEMESTRE 
3 
 
escolar, buscar a compreensão da natureza e especificidade 
do trabalho educativo. 
Nesta nova concepção, a democratização do conhecimento e da 
gestão é enfatizada constantemente com o intuito de garantir, além 
do acesso, a entrada e permanência do aluno no espaço escolar. 
Também merece destaque a questão da melhoria na qualidade do 
ensino: os profissionais da educação, entendendo a educação no 
sentido amplo de formação para a cidadania, são provocados a 
buscar o entendimento de suas reais atribuições no interior das 
instituições de ensino. 
O trabalho com o conhecimento científico não pode se dar sem 
observância de normas de conduta, de organização e de 
sistematização. Segundo Bartnik (2003), é preciso ter clareza de 
que o trabalho pedagógico desenvolvido na escola não é um processo 
natural, espontâneo e muito menos ocasional. O trabalho 
pedagógico deve ser entendido como um processo intencional, 
organizado, dosado, sequenciado que deve ser construído de 
forma a oportunizar a participação de todos. A valorização da 
participação, de forma coletiva, deve se fazer presente nos processos 
de tomada de decisão e no estabelecimento de diretrizes, sem perder 
de vista o objetivo maior da instituição educativa, ou seja, a 
transmissão e reelaboração dos conhecimentos sistematizados pelas 
gerações anteriores. 
A escola, segundo Prais (1994), torna-se um espaço de mediação 
entre sujeito e sociedade.O conhecimento torna-se fonte para 
efetivação de um processo de emancipação humana visando a 
transformação social. O papel político da escola é atrelado ao 
pedagógico. Aos que compõe a equipe diretiva e pedagógica da 
instituição, cabe agora dimensionar a prática pedagógica, no que diz 
respeito à intencionalidade, coerência, compromisso político com o 
processo de ensino e aprendizagem. Respeito ao outro, à organização 
participativa, planejamento e tomada de decisão. Supostamente, 
cabe observar que as ações definidas agora de forma coletiva passam 
a instigar mudanças diante das velhas relações de poder autoritárias 
e centralizadoras. Cabe agora uma mudança de postura diante 
da antiga fragmentação do trabalho, haja vista que a 
participação deve ser entendida como prática política, 
processo coletivo de decisões e ações interligadas com o 
projeto de educação, de sociedade e de homem. Cada sujeito do 
processo educativo com suas funções específicas participam no 
planejamento e na implementação das ações a serem definidas de 
forma coletiva. 
Se a gestão implica na efetivação de novos processos de 
organização fundamentados em uma dinâmica que favoreça o 
empenho de esforços coletivos e participação de decisão, 
http://blogdapedagogiaunopar.blogspot.com.br/ 3º SEMESTRE 
4 
 
questiona-se: quem é o Pedagogo no contexto da gestão dos 
espaços educativos? 
Se a pedagogia propicia o estudo das práticas educativas e o trabalho 
pedagógico expressa a intencionalidade e direcionamento da ação, de 
acordo com Libâneo (2004), o pedagogoé aquele que responde 
pela mediação, organização, integração e articulação do 
trabalho pedagógico. Tais afirmativas sugerem a compreensão de 
que o pedagogo deva ter domínio sistemático e intencional dos 
métodos através dos quais irá auxiliar na realização do processo de 
formação cultural. Saviani (1985, p. 85) ainda defende que a esse 
profissional, ou seja, ao pedagogo, não cabe mais a lógica 
economicista que vigorou até por volta dos anos de 1980, quando se 
reproduzia a fragmentação das relações de trabalho e a “dualização” 
da profissão em supervisão (o que controlava o trabalho dos 
professores) eorientação (assistencialismo aos alunos e suas 
famílias). Atualmente, como especialistas em pedagogia escolar, 
cabe ao pedagogo a função de mediador/articulador do 
trabalho pedagógico, agindo em todos os espaços de 
contradição e conflito, visando a transformação da prática 
escolar, auxiliando na emancipação das classes populares. O 
pedagogo não fica indiferente à realidade; deve procurar intervir e 
aprender com ela. Porém, o enfrentamento de problemas de 
indisciplina, acompanhamento de entrada e saída de alunos, entre 
outros, devem ser planejados pelo coletivo da instituição, ao mesmo 
tempo em que se organiza um projeto de escola que articule a 
concepção de educação com as relações e determinações políticas, 
sociais, culturais e históricas. 
Quais são então as atribuições do pedagogo diante da 
organização do trabalho pedagógico em espaços educativos? 
Podemos considerar, em primeiro momento, como atribuições do 
pedagogo diante da organização do trabalho pedagógico, a 
articulação entre todos membros da comunidade escolar, visando 
a estruturação do Projeto Político Pedagógico e Regimento 
Escolar(documentos que dão vida à dinâmica escolar). 
Devem compor tais documentos: a organização do Calendário 
Escolar e da Hora Atividade do professor, a observação dos 
recursos e espaços pedagógicos e as alternativas de Inclusão 
propiciadas pela escola. Tais atribuições exigem 
Planejamento, para que os Planos de Ação que norteiam a 
educação, propostos pela esfera Federal, Estadual e Municipal, 
não se frustrem. A mesma análise pode ser considerada quando se 
trata do planejamento das ações do pedagogo ou de suas orientações 
com relação ao Plano de Trabalho dos Docentes diante das diferentes 
disciplinas. 
http://blogdapedagogiaunopar.blogspot.com.br/ 3º SEMESTRE 
5 
 
É interessante fundamentarmos sempre as nossas dúvidas em 
autores que fazem discussão sobre o tema. Assim, busquei em 
Azanha (1993) respostas para algumas perguntas. 
O que posso entender por Planejamento? 
Para Azanha (1993, p. 70), o significado do termo Planejamento 
compreende a ideia de que, sem um mínimo de conhecimento 
das condições existentes numa determinada situação e sem 
um esforço de previsão das alterações possíveis da situação, 
nenhuma mudança será eficaz, ainda que haja clareza dos 
objetivos. O planejador deve procurar antecipar ou produzir 
intenções ou ações, tendo em vista as possibilidades futuras. Assim, 
o planejamento envolve processo de análise crítica, buscando 
ampliação da consciência em relação aos problemas pedagógicos que 
permeiam o cotidiano. O Plano de Ação pode ser entendido como 
formalização das ações, apresentação sistematizada e 
justificada das decisões tomadas. Documento em que se 
registra o que se pensa fazer, como fazer, quando fazer, com 
que fazer e com quem fazer. Podemos considerar como exemplo o 
PNE - Plano Nacional de Educação, PDE - Plano de Desenvolvimento 
da Educação. O “PDE inclui metas de qualidade para a educação 
básica, as quais contribuem para que as escolas e secretarias de 
Educação se organizem no atendimento aos alunos. Também cria 
uma base sobre a qual as famílias podem se apoiar para exigir uma 
educação de maior qualidade. O plano prevê, ainda, 
acompanhamento e assessoria aos municípios com baixos indicadores 
de ensino." 
WEBAULA 2 
O papel do Pedagogo na gestão dos Recursos e 
Espaços pedagógicos 
Com relação à Organização dos Recursos e Espaços Pedagógicos, 
cabe ao Pedagogo: 
• acompanhar as atividades desenvolvidas nos Laboratórios de 
Química, Física, Biologia e de Informática; 
• participar da organização pedagógica da biblioteca do 
estabelecimento de ensino, assim como do processo de 
aquisição de livros, revistas, 
fomentando ações e projetos de incentivo à leitura; 
• orientar e acompanhar a distribuição, conservação e utilização 
dos livros e demais materiais pedagógicos no estabelecimento 
de ensino, fornecidos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento 
da Educação/MEC – FNDE; 
• coordenar a elaboração de critérios para aquisição, empréstimo 
e seleção de materiais, equipamentos e/ou livros de uso 
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didático-pedagógico, a partir do Projeto Político-Pedagógico do 
estabelecimento de ensino. (SEED, 2009) 
Também compete ao pedagogo a organização da Hora-Atividade 
A hora-atividade, instituída por Lei nº 13807/02, pode ser 
entendida como o período de 20% da jornada de trabalho 
reservado ao professor, na escola, para estudos, 
planejamento, participação em reunião pedagógica, 
atendimento à comunidade escolar, preparação de aulas, 
avaliação dos alunos, dentre outras situações. A organização da 
Hora-Atividade pelo pedagogo pode favorecer o trabalho coletivo por 
área do conhecimento, visando a troca de experiência e planejamento 
dos docentes, seguindo as diferentes modalidades e níveis de ensino. 
No que diz respeito à organização do Calendário Escolar, 
compete ao pedagogo (seguindo normas da SEED) planejar o início e 
término das atividades escolares a serem realizadas diariamente e 
durante o ano letivo nos espaços educativos. Tais atividades devem 
contemplar início e término das aulas, de projetos a serem 
desenvolvidos, de atividades extra-classe, formação continuada dos 
professores, planejamento, período de férias e recessos para alunos e 
professores, perfazendo um total de 200 dias letivos e 800 horas de 
efetivo trabalho. 
Destacamos, a seguir, um dos principais elementos de análise, 
no qual a contribuição do pedagogo se faz necessária, com 
vistas a possibilitar a participação de todos no espaço 
educativo. 
A Inclusão Educacional e o Pedagogo 
Atenção, atenção..... 
É preciso ampliar o conceito de Inclusão Educacional. 
O conceito de inclusão se torna muito mais abrangente quando 
englobamos junto aos alunos que apresentam algum tipo de 
necessidade especial aqueles que, de certa forma, são discriminados 
ou excluídos da sociedade, pela cultura, por doenças, pela condição 
sócio-econômica, pela situação de risco, por serem membros de 
família com problemas diversos, por apresentarem baixo rendimento 
escolar, quadro de reprovação, evasão, entre outros. 
Pautada em princípios que visam a aceitação das diferenças 
individuais, a inclusão educacional constitui-se uma das práticas 
mais recentes no processo de universalização da educação. 
Ao pedagogo cabe aqui buscar formas de despertar nos demais a 
importância de se valorizar e aceitar a contribuição de cada pessoa, 
para a realização do trabalho coletivo nos espaços educativos. 
http://blogdapedagogiaunopar.blogspot.com.br/ 3º SEMESTRE 
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Dessa forma, o papel da escola consiste em favorecer que cada um, 
de forma livre e autônoma, reconheça nos demais a mesma esfera de 
direito que exige para si. Neste âmbito, a prática da inclusão 
social baseia-se em princípios diferentes do convencional: 
consideração das diferenças individuais, valorização de cada pessoa, 
convivência dentro da diversidade humana e aprendizagem por meio 
da cooperação. 
Atualmente, no discurso que diz respeito à diversidade, surgem 
questionamentos sobre os conteúdos negados nas práticas escolares, 
contrapondo “integraçãoe exclusão”: conteúdos que tentam 
resgatar a autoestima daqueles que já chegam estigmatizados aos 
bancos escolares, marcados pela situação de miséria, pobreza, 
trabalho rural, sexo/homossexuais/lésbicas, reforçados ainda pelas 
matrizes étnicas em suas diferentes manifestações e ações: índios, 
caboclos, quilombolas, negros, meio rural e urbano, diferenças de 
escrita de oralidade, comportamento, crenças, costumes, organização 
social e familiar. Os diferentes significados que nos são apresentados 
nessa perspectiva de observação de uma cultura para outra, ainda 
deixa implícitas situações ligadas ao racismo, preconceito, 
discriminação, fracasso escolar, reprovação, classificação, disciplina, 
comportamento, violência. 
Qual o sentido que damos às representações do mundo real? 
Identidade na diversidade 
Outra questão que podemos analisar a partir da perspectiva proposta 
está em problematizar uma das facetas da identidade de crianças e 
jovens escolares na diversidade. Suas identidades são geradas ou 
fabricadas pela mídia, como também associadas ao consumismo 
desenfreado de bens, mercadorias e imagens, que se esfacelam 
muitas vezes diante da insegurança que assola seu próprio eu-
interior. Muitas vezes, o sofrimento dessas crianças e adolescentes, 
na escola, se faz presente através de um pedido de socorro, nem 
sempre bem interpretado pelo professor em sala de aula. Decorrem 
daí os primeiros traços de discriminação, que chegam através do 
olhar, da agressão verbal, entre outros. 
Muitas pessoas, ainda de maneira automática e silenciosa, se 
adaptam a algumas circunstâncias, “deixando-se levar pelas 
aparências”. 
Educar na diversidade, educar a partir da inclusão. De qual 
inclusão estamos falando? 
Inclusão e diversidade são expressões presentes nas discussões da 
área educacional nos últimos anos. Embora haja estreita relação 
entre as temáticas, não significa que, ao se discutir a inclusão na 
educação, essa seja realizada na sociedade. Debates existem sobre a 
http://blogdapedagogiaunopar.blogspot.com.br/ 3º SEMESTRE 
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diversidade de grupos que se encontram a margem do processo 
social, expropriados dos direitos que lhe são garantidos por lei, 
independente de suas diferenças individuais. A definição que se faz 
sobre inclusão, referenciando-a ao processo direcionado aos alunos 
com necessidades educacionais especiais, hà muito é fruto da 
desinformação e da superficialidade das análises. Somente os 
alunos com necessidades especiais seriam alvos das políticas 
de inclusão como se apenas esses estivessem à margem do 
sistema educacional e apresentando problemas de 
aprendizagem? 
Uma vez que o aluno estiver matriculado em salas de aula de 
ensino regular, estaria garantida sua inclusão educacional e 
social? As políticas e práticas de inclusão nem sempre têm 
significado único e consensual. Elas são determinadas por múltiplos 
fatores. Esses fatores incluem uma ampla rede de significações que 
se dão no entrecruzamento de diferentes olhares e formas de se 
efetivar esse processo; é na inter-relação de como eu, os outros e as 
instituições sociais definem e praticam a inclusão que ela pode 
tornar-se realidade. 
Diante de alguns embates presenciados no espaço escolar, 
podemos constatar que não será o afastamento do 
adolescente da escola que resolverá o problema camuflado da 
exclusão física ou simbólica. 
São as diferenças que constituem os seres humanos; 
crescemos a partir das diferenças. 
Em primeiro momento, pactuando com o que observamos e 
criticamos no espaço de contradições em que vivemos, surge a 
reflexão: Conseguimos perceber, entender e valorizar a 
diversidade na escola de que forma? 
Perguntamos porque, logo em seguida a um fato, muitas 
vezes, agimos de acordo com o coletivo, sem refletir 
individualmente sobre nossa postura ética e profissional? 
Entendemos que a constituição da identidade de crianças e 
jovens como estudantes e como sujeitos, tanto na diversidade 
como no currículo, dá-se no entrelaçamento de várias redes de 
poder, na qual participamos sem enxergar. 
O aluno, quando chega à escola, já foi sujeito, dentro de um conjunto 
de discursos, que produziram no mesmo diferentes posturas que hoje 
o constituem como aluno ideal x aluno real. Porém, como 
profissionais, não nos percebemos nesse contexto. Avaliamos, 
criticamos o tempo todo – o outro. E avaliamos de acordo com o que 
nos convém, embora estejamos inseridos em redes discursivas que 
nos antecedem e ultrapassam. 
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9 
 
Buscamos em NOVAES, Regina (2004), argumentos para analisar os 
“diferentes olhares sobre o trabalho docente e a questão da 
diversidade”. 
A autora, ao tratar a diversidade presente na sociedade, a princípio 
questiona: como o adolescente deve ingressar no mundo adulto 
onde maioria dos adultos não querem viver? Onde encontrar 
segurança? O que o adolescente deve esperar então? 
Diferentes olhares sobre o trabalho docente: ver, olhar e 
enxergar 
Cada época elege um período da vida para simbolizar ideais de 
perfeição; qual a lei, moral ou natural, deve determinar os critérios 
de maturação humana; os padrões de longevidade; o limite para o 
que podemos exigir ou desfrutar de nosso corpo. Se ainda não se 
sabe do que a máquina humana, feita de apetites e de linguagem, é 
capaz, por que o poder da cultura, do dinheiro, do cinema e da 
televisão não pode congelar várias gerações num estado de 
juventude perpétua? Nossas identidades são criadas e reinventadas 
todos os dias; desnudamos como atores sociais que somos. 
Objetos fetiches em todas as classes sociais ajudam na difícil tarefa 
de reinscrever novo corpo na fase de transição entre infância e vida 
adulta: sutiã, barbeador, shopping, camelô, acessórios compõem 
uma máscara, boné, MP9, tênis, chapinha, regime, anorexia, silicone, 
cyber, lanchonete, baile funk, skate, bombeta, moletom, mega shows 
de rua, velocidade da moto, potência do som, resistência do carro, 
cerveja, cigarro, corpo malhado na academia, gíria, vídeo game 
japonês transformado em polêmica - cards (cartas representando 
imagens de demônios orientais – heróis e vilões), rapper, emos, 
grafitar muros, depredação. Ainda para os meninos, o sonho de ser 
um jogador de futebol mobiliza desejo e sonhos, induzindo escolhas, 
decisões e modelando comportamentos. Milhões de meninas entre 
três e dez anos aprendem com a boneca Barbie lições de como ser 
uma mulher bem sucedida. Segundo alguns críticos sobre 
consumismo, futilidade e competição, a boneca torna-se um 
brinquedo perigoso, pelo valor que dissemina e pelo inegável sucesso 
em promover a identificação das meninas com seu universo 
existencial. Ricos e pobres, brancos e negros, espertos e otários etc. 
A autora cita que no Rio de Janeiro os adolescentes não estão 
tentando enganar os bandidos: estão se identificando com eles, de 
fato, não necessariamente com os criminosos, mas com os 
marginalizados. Segundo ela, há um aspecto político nessa atitude. 
“É melhor ser amigo dos caras do que passar por otário porque mais 
tarde eles vão assaltar”. Há força das corporações empresariais na 
modelagem e ampliação dos maus hábitos alimentares. Ex: batata 
frita, hambúrger, catchup e refrigerante, alimentos preferidos da 
população jovem. Aumenta também a população de obesos 
http://blogdapedagogiaunopar.blogspot.com.br/ 3º SEMESTRE 
10 
 
incentivados pelas campanhas promocionais, com brinquedos e 
botons. 
O mundo fora da família tem sido apresentado como mundo do 
perigo: só que torna-se impossível viver indefinidamente sob a 
proteção dos pais. – Sejamos perigosos. O que é preocupante não é 
a identificação dos meninos da elite com a estética dos excluídos, 
mas a identificação com a violência. A autora questiona: seria a 
influência de filmes?a cultura da malandragem entre os adolescentes é uma resposta à 
cultura da malandragem que se propaga de forma mais disfarçada 
entre os adultos. Os pais de família de classe média temem as más 
influências dos maloqueiros do bairro sobre seus filhos, mas não 
percebem que os piores exemplos também são encontrados nas 
classes mais abastadas, acostumada a conviver com uma série de 
práticas ilegais, de maior ou menor gravidade, inclusive a classe 
dirigente brasileira. Os espertos e os privilegiados sabem como se 
colocar acima ou à margem da lei, sempre levando vantagem. Esses 
pais estão ensinando que o dinheiro compra o que não tem preço: a 
educação. 
Os jovens também inventam seus próprios ritos. Muitas vezes, o uso 
de drogas e bebidas funciona como prova ou desafio para decidir a 
entrada dos novatos em certos grupos. 
As mães de meninas adolescentes, na faixa de treze ou quatorze 
anos, pertencem a uma geração que derrubou alguns tabus no que 
se refere, tanto à virgindade das mulheres quanto ao aborto, como 
solução considerada legítima para os casos de gravidez indesejada. 
Assim, os filhos das gerações rebeldes dos anos de 1970 herdaram os 
direitos e as liberdades conquistadas por seus pais. Herdaram de 
seus pais o imperativo de desfrutar a vida, o dever da felicidade e a 
obrigação da liberdade. 
Para alguns, a maternidade precoce é solução ofertada pela natureza 
diante dos riscos e impasses que não se sabe ainda como enfrentar. 
Porém, muitas mães meninas de hoje são filhas de uma geração que, 
depois de uma série de desilusões políticas, fez da família a última 
esperança, o signo vazio de um futuro melhor diante da implacável 
lógica do mercado. A maternidade precoce não é o problema mais 
difícil a ser enfrentado pelos nossos adolescentes. O mais difícil é 
crescer e fazer projetos para a vida numa sociedade de valores 
individualistas. 
A leitura imediata do fenômeno na classe média apresenta 
adolescentes grávidas ostentando suas barrigas como troféus que 
atestam a impunidade, sem responsabilidade de manter e sustentar a 
criança ou a si mesma, liberadas provisoriamente da obrigação de 
estudar e projetar um futuro profissional. Apresenta o bandono dos 
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11 
 
filhos, pais que saem, deixando sob a responsabilidade do filho maior 
o cuidado dos irmãos menores. 
O problema da “turminha” é que, quando a sociedade não estabelece 
regras, limites claros, para a turma, essa pode se transformar em 
gangue, e os testes de liberdade amparados pela cumplicidade dos 
amigos podem descambar para a autorização aos atos de 
delinquência. O destino da turma depende da existência de 
perspectivas coletivas, sobretudo políticas, para que as pequenas 
transgressões realizem sua potência de agir sobre o espaço público e 
alterar as condições da vida em sociedade. 
Como podemos entender a delinquência juvenil? O adolescente “sem 
lei” ou à margem da lei é efeito de uma sociedade na qual ninguém 
quer ocupar o lugar do adulto, cuja principal função é ser 
representante da lei diante das novas gerações. – “A vaga de adulto 
em nossa cultura está desocupada”. Ninguém quer estar do lado de 
lá, do conflito de gerações. Mães e pais dançam rock, funk, usam 
roupas dos filhos emprestadas, fazem comentários cúmplices sobre 
sexo e drogas, posicionam-se do lado da transgressão nos conflitos 
com a escola. TÔ NEM AÍ. Poderia ser uma atitude saudável se, em 
vez de tolerância e compreensão, não revelasse uma grande omissão 
em oferecer parâmetros mínimos para orientar o crescimento dos 
filhos. 
Os adolescentes buscam encontrar na vida dos mais velhos alguma 
perspectiva de futuro, mas encontram um espelho deformado de si 
próprios. 
Quando os adultos se espelham em ideais teens, os adolescentes 
ficam sem parâmetros para pensar. Como ingressar no mundo adulto 
onde nenhum adulto quer viver? O que os espera então? 
As professoras estão preparadas para educar a adolescência do 
século XXI? 
Nesse cenário, Marisa Vorraber da ULBRA ( 2004) afirma surgir uma 
questão que não quer calar e que tem sido uma afirmativa da 
sociedade: As professoras estão preparadas para educar a 
adolescência do século XXI? Dá-se a impressão de que muitos 
professores continuam ingênuos, dependentes, imaturos e com 
necessidade de proteção – enquanto afirmam “no meu tempo não era 
assim”. Suas salas de aula estão repletas de crianças do século XXI, 
cada vez mais independentes, desconcertantes, erotizadas, 
acostumadas com a instabilidade, a incerteza e a insegurança, 
acostumadas com a internet, blogs, indústria cultural e 
“descartabilidade”, algo que altera a rotina e as práticas cotidianas no 
interior de instituições consagradas, como é o caso da família e da 
escola. 
Inúmeros artefatos da cultura contemporânea, especialmente da 
cultura midiática, moldada, como sabemos, por forças políticas, 
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12 
 
econômicas, sociais e culturais, têm não só invadido a escola como 
disputado com ela o espaço pedagógico. A indústria do 
entretenimento não se restringe a fazer circular mercadorias, 
ela protagoniza uma pedagogia cultural, regida por dinâmicas 
comerciais, assentadas sobre estética e prazer, que se 
impõem sobre a vida pública e privada de crianças e adultos. 
Diversidade na escola: 
A educação é expressão do social e da cultura que caracteriza 
universalmente todos os seres humanos. Uma expressão que, por ser 
histórica, transforma-se. 
Diferenças e diferentes na escola implicam em prática pedagógica 
que ultrapasse os antigos padrões didático-metodológicos, que 
alcancem principalmente as diferenças cognitivas. A sensibilidade 
pode estar no olhar, nos diferentes olhares que o professor permite 
do seu próprio trabalho e à abertura que ele dá na busca de 
entendimento dessa diversidade da qual ele faz parte e que, 
dependendo dos diferentes contextos sociais, ele mesmo critica. O 
olhar do professor deve estar focado em trabalhar com as diferenças, 
de modo a conhecê-las e valorizá-las; deve buscar formas de quebrar 
a cultura do silêncio, para que esses alunos possam falar e ser 
ouvidos, estabelecer diálogos pedagógicos que permitam reflexão e 
menos exclusão, aquele que não se adequa ao que está posto. 
O educador, ao pensar a sua prática em sala de aula, deve, 
como intelectual, compreender o universo da vida de seus 
alunos, para que desde o início da relação com seus alunos ele 
possa refletir sobre sua prática no ambiente escolar. A 
complexa realidade do aluno deve ser o ponto de partida para seu 
planejamento, suas discussões em sala, devendo o professor ser 
capaz de fazer a dialética entre os saberes experimentados pelos 
alunos e o conhecimento universal historicamente acumulado pela 
humanidade. 
Escola, reflexo do sistema. Fala-se da crise da escola como se ela 
existisse desgarrada do contexto histórico-social, econômico, político 
da sociedade concreta onde atuamos; como se ela pudesse ser 
decifrada sem a inteligência de como o poder e a sociedade vêm se 
constituindo, a serviço de quem e desservindo a quem, em favor do 
que e contra quê. 
Aceitar as diferenças e enriquecer-se com elas continua a ser 
um problema que ninguém sabe resolver porque supõe o 
reconhecimento do outro, a aceitação do outro com relação as 
suas diferenças. 
WEBAULA 1 
Conceituação de Currículo 
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13 
 
Buscando contextualizar a forma como a escola concebe atualmente 
sua função social, a organização curricular e seu Projeto Político 
Pedagógico, têm-se o entendimento, segundo Arroyo (2007), de 
que o currículo expressa a centralidade das políticas 
educacionais, manifestadas através das intenções, tensões 
e/ou contradições sociais, ideológicas, econômicas,entre 
outras. O currículo torna-se a expressão da concepção de homem, 
de mundo, de ensino e aprendizagem, de método e de educação, das 
aspirações sobre a escola e seu papel social, das práticas 
pedagógicas e das relações nela vividas. Enfim, o currículo 
expressa as tensões e contradições que acabam por compor a 
ação humana intencional, realizada a partir do trabalho, 
produto da cultura, organizado em saberes que auxiliarão na 
formação dos sujeitos. 
Tem-se como consequência disto a seleção intencional de 
conteúdos, saberes e conhecimentos, os quais devem ser 
democratizados para toda população, uma vez que são requisitos 
mínimos para a participação consciente em uma sociedade cada vez 
mais excludente, seletiva e contraditória. 
Torna-se necessário admitir que o conhecimento, fruto da realidade 
social, concreta e historicamente condicionada, não se efetiva se não 
houver a transposição para além das aparências e da fragmentação. 
A compreensão do conhecimento, suas representações e sua 
totalidade também implicam o entendimento de sua especificidade, 
ao ser trabalhado nas diferentes disciplinas de forma contextualizada 
e dialética. 
Observemos os Desafios Educacionais propostos à escola 
atualmente: 
São apresentadas à ESCOLA, como desafios educacionais resultantes 
de acordos firmados entre países e organizações multilaterais, as 
questões sociais, econômicas, raciais, e ambientais. Essas nos são 
apresentadas com o sentido de auxiliar na defesa e Combate 
ao Racismo, à Discriminação Racial, e no respeito à 
diversidade. Os movimentos culturais, ou seja, a produção humana, 
dentre outras intenções, busca redefinir a identidade feminina, negra, 
indígena, do campo, ao mesmo tempo em que expressa e organiza os 
saberes que circunstanciam as práticas escolares e a formação dos 
sujeitos de forma intencional. 
Outros desafios indicados à escola, na perspectiva de currículo, 
conhecimento e conteúdo, são apresentados pela SEED/Pr. (2008, p. 
12), na qual se assegura a obrigatoriedade do ensino de História 
e cultura afro- brasileira e africana, através da Lei 10639/03, 
do ensino de História e cultura afrobrasileira, africana e 
indígena, Lei11648/08, Estatuto da Criança e do Adolescente 
e Estatuto do Idoso e educação para a paz. 
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14 
 
O currículo, ao apresentar uma seleção intencional de conteúdo, 
saberes e conhecimentos, revela-se no Projeto Político Pedagógico e 
na Proposta Pedagógica Curricular, ao expressar, em meio a uma 
sociedade seletiva e contraditória, a centralidade das práticas 
educacionais pautada nas intenções sociais e ideológicas que a escola 
apresenta. 
A reflexão e os questionamentos sobre currículo, de acordo com 
Arroyo (2007), têm merecido destaque junto aos sujeitos da ação 
educativa. Iniciada pela ressignificação de sua própria identidade 
profissional, a reflexão segue permeada pela postura crítica sobre as 
concepções que orientam sua prática e suas escolhas. Assim, a 
organização do trabalho é condicionada pela organização escolar, 
inseparável da organização curricular. Arroyo (2007) argumenta que 
o currículo, os conteúdos, seu ordenamento e sequenciação, suas 
hierarquias e cargas horárias são o núcleo fundante e estruturante do 
cotidiano da escola, do tempo e espaço, das relações entre 
professores e alunos e da diversificação que se estabelece entre os 
professores. 
Em síntese, a seleção de conteúdos e a concepção de 
conhecimentos escolares, relevantes, que incentivam 
mudanças individuais e sociais, implicam uma compreensão 
que vá além das aparências, não perpassado pelo imediatismo 
ingênuo das discussões, mas sim, valorizando a 
contextualização e a dialética, como condição para a 
compreensão do conhecimento em suas múltiplas 
manifestações. 
O Pedagogo e a Proposta Pedagógica na escola. 
Ao buscar contextualizar as alternativas atuais para a organização e 
efetivação do trabalho pedagógico, ligado ao processo da gestão 
democrática na escola pública, é notória a atribuição de 
responsabilidade ao pedagogo. A especificidade de sua função 
diante do processo educativo exige intencionalidade e 
comprometimento como garantia à efetivação de um projeto 
de escola que cumpra com sua função política, pedagógica e 
social. A especificidade do trabalho se faz no sentido de fortalecer 
elos entre as ações e os sujeitos que se propõem realizá-las, com 
interesse maior centrado na contextualização do processo de ensino e 
aprendizagem, na articulação do ato de ensinar e aprender. 
Segundo Gadotti (2004), pedagogia é prática teórica, traduzida em 
elaboração de instrumentos que privilegiem a ação social. 
Especificamente diante da realidade, o pedagogo não fica indiferente; 
procura intervir e aprender. A coordenação pedagógica, segundo 
Rangel (2004, p. 150), passa a ser entendida no sentido de 
organização em comum e a articulação do trabalho torna-se 
uma das especificidades da função do pedagogo na escola 
pública. 
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15 
 
Articulando a concepção de educação às relações e determinações 
políticas, sociais, culturais e históricas, em consonância com a 
legislação, cabe ao pedagogo buscar formas de contemplar os 
interesses da maioria da população diante da construção 
coletiva do Projeto Político-Pedagógico, da Proposta 
Pedagógica Curricular, da implantação e implementação das 
Diretrizes Curriculares definidas no Projeto Político-
Pedagógico. 
Assim, o Projeto Político Pedagógico torna-se a expressão da 
intencionalidade do conjunto da comunidade escolar a 
respeito da sociedade idealizada. Nessa, deve se privilegiar uma 
formação que não reproduza as condições históricas de dominação e 
alienação. A Proposta Pedagógica Curricular, por sua vez, 
construída de forma coletiva pelos professores da disciplina, 
vem solidificar o trabalho, sob forma de expressão de uma 
determinada concepção de educação e de sociedade, pensada 
filosófica, histórica e culturalmente no Projeto político 
pedagógico. Por outro lado, o Plano de Trabalho Docente pode 
ser entendido como o Currículo em ação; torna-se a 
representação do planejamento do professor. Nele, deve existir 
a clareza do que o aluno deve aprender (conteúdos), por que deve 
aprender tal conteúdo (intenção, objetivos), como trabalhá-los em 
sala de aula (encaminhamento metodológico), e como serão 
avaliados (critérios e instrumentos de avaliação). 
Diante desse trabalho, ao pedagogo cabe assumir uma posição social 
de liderança, de mediação e articulação com vistas a estimular o 
grupo à compreensão, contextualizada e crítica, de suas ações. Silva 
Júnior (2004) argumenta que ocorrerá pouco avanço se houver 
transposição apenas do plano das práticas isoladas e conflitantes para 
o plano das práticas articuladas. O que realmente assegura a 
articulação entre as práticas é a reflexão; é a elaboração do sentido 
do trabalho coletivo que implica, necessariamente, na reelaboração 
da relação entre a teoria e a prática. 
Nessa perspectiva, é sugerida como nova característica ao 
pedagogo o olhar problematizador, diante da disposição deste 
em desenvolver atividades no âmbito do processo de ensino e 
aprendizagem, ou seja, ao estabelecer relações com 
professores, alunos, conteúdos, métodos e contexto de 
ensino. Dessa forma, tenta-se garantir às camadas populares a 
prática social, através da aprendizagem do conhecimento crítico-
social. Conhecimento entendido como a própria substância do 
currículo com todos seus intervenientes, sua constituição, suas 
normas, disciplinas, conteúdos, sua prática, sua avaliação na escola. 
WEBAULA 2 
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16 
 
A Relação entre o Pedagogo e o Docente – 
Regente de Sala 
Pensar a relação entre Pedagogo e Regentede sala de aula 
implica pensar a prática cotidiana da escola. E a prática 
cotidiana da escola está intimamente ligada à presença do professor 
regente de classe, profissional que regula e administra, diretamente 
com os alunos, o trabalho didático-pedagógico em sala de aula. 
É no entendimento da forma de tratamento dada pelo professor aos 
diferentes conteúdos e das condições de existência dos alunos que o 
Pedagogo sistematiza o seu trabalho no interior da escola. O trabalho 
do professor dá sentido ao trabalho do Pedagogo no interior da 
escola. 
Segundo as Diretrizes Curriculares, o ensino pode realmente ser 
aprimorado se houver a democratização do processo de 
decisões na escola, incluindo a opinião dos docentes, haja vista 
que, por muito tempo, as decisões foram tomadas pelos órgãos 
superiores e aos docentes coube apenas aceitá-las, executá-las, sem 
grandes questionamentos. 
O pensamento atual caminha para a transformação, e nesse se 
permite a participação também dos professores nas decisões a serem 
tomadas na instituição escolar. Diante do exposto, cabe a 
seguinte indagação: Seria a participação do professor 
centrada especificamente nos trabalhos realizados em sala de 
aula? Ou essa participação e decisão devem estar presentes em 
outros espaços que vão além da sala de aula? 
Cabe, nesse sentido, uma reflexão acerca de como vem acontecendo essa participação.
A reestruturação da escola com a perspectiva de ouvir o que o 
professor tem a dizer é, de fato, um ganho qualitativo para o ensino, 
pois as escolas, segundo alguns estudos e observação da realidade, 
estão ainda em defasagem quanto à própria natureza. Faltam 
equipamentos adequados e materiais que contribuam e possibilitem 
um ensino de qualidade. 
Essa questão parece ser básica quando se sabe que há um 
desenvolvimento de programas de aperfeiçoamento, ainda precário, 
para professores, pois na maioria das vezes são restritos ao 
suprimento de lacunas da própria formação docente, causada 
também pela má qualidade do ensino. 
A metodologia do professor deve estimular o aluno a buscar 
novos desafios, novas formas de estruturar, reestruturar ou 
transformar o conhecimento. O professor, ao ministrar suas 
aulas, deve evitar pactuar com o discurso de que o aluno não 
está interessado, que não se esforça em aprender, não realiza 
tarefas, entre outros; o aluno deve encontrar no docente, no 
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17 
 
educador, incentivo e estímulo para a realização do que lhe foi 
proposto como atividade. 
Para tanto, o ideal estaria na preparação eficiente dos professores em 
formação, tratando a questão de causa, ou seja, oferecendo 
possibilidades reais de mudança no ensino. A busca por novas 
metodologias melhorariam significativamente o processo educativo. 
Tal significação acontece a partir do momento em que a incorporação 
dos saberes se traduz naquilo que é vivenciado pelo aluno em seu dia 
a dia, transitando do senso comum ao conhecimento elaborado 
cientificamente. 
A problemática apontada, vista numa abordagem participativa do 
professor na escola, se torna um instrumento poderoso para 
impulsionar o processo de mudança e melhoria do ensino. Estudos 
apontam que a organização escolar influencia no ensino e 
aprendizagem. Confirma que a participação dos professores no 
contexto escolar, ao compartilhar diferentes situações e problemas 
com a equipe diretiva, é altamente positiva, favorecendo, inclusive 
por meio da descentralização do poder de decisão, a autonomia do 
professor e da própria escola pela gestão democrática. 
Outro aspecto que a gestão escolar pode possibilitar é a 
motivação, não apenas do professor, mas também da 
comunidade escolar, visando o desenvolvimento e atuação de 
todos no processo de gestão, no qual pretende-se melhorar a 
qualidade, não só do ensino e aprendizagem, mas das questões 
estruturais e administrativas que envolvem condições de trabalho, 
preparação profissional e valorização do ambiente escolar pela 
comunidade que dela participa. 
Diante da análise realizada até aqui podemos apresentar como 
Considerações Finais o entendimento de que: 
É possível partir do pressuposto de que: para que haja a melhoria 
efetiva no ensino, torna-se necessário que a gestão escolar seja 
apropriada também pela direção, pedagogos, docentes licenciados e 
comunidade escolar, a fim de que a escola seja um espaço 
democrático de fato. 
Analisando a ação do pedagogo com relação ao trabalho do professor 
no ambiente escolar, Costa (2006) compreende que a dinâmica do 
trabalho deve se configurar numa parceria na qual ambos, 
politicamente, apresentem identidade e posições definidas, a partir 
das quais reflitam, critiquem e indaguem a respeito de seu 
desempenho como profissionais que, trabalhando na escola, também 
tornam-se sujeitos que ensinam e aprendem. 
A ação do pedagogo nessa perspectiva pode ser entendida como 
possibilidade de assessoria ao professor na relação entre teoria e 
prática e entre prática e realidade concreta. Desse pensamento, 
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atualmente, surge ainda certo descontentamento diante 
daqueles que ainda possuem a visão da ação supervisora 
pedagógica centrada no controle puro e simples do trabalho 
do professor, ligada ainda às questões burocráticas, e não às 
questões ligadas ao ensino e aprendizagem e ao orientador 
educacional visto como profissional que presta certo 
assistencialismo aos alunos e suas famílias. 
Outras intervenções do pedagogo a serem destacadas é sua 
participação nas reuniões pedagógicas, conselho de classe e 
cursos de capacitação. Essas intervenções podem significar uma 
mediação comprometida com a prática transformadora para ambos, 
equipe pedagógica e docente. O aprimoramento de metodologias com 
vistas à melhoria do ensino e aprendizagem deve romper com a 
avaliação quantificada sob forma de tabulação de dados.O pedagogo 
deve desmotivar ações que priorizem a competição e o mérito, 
que acabam por provocar a evasão, exclusão e repetência. 
Deve sim, valorizar o compromisso do professor com a educação, 
com a formação do sujeito, a responsabilidade para com seu próprio 
trabalho e com a instituição da qual faz parte. 
O licenciado deve buscar na equipe pedagógica auxílio que vislumbre 
a possibilidade de transformação da sociedade. “A utopia de que a 
prática educativa “humanizante” não pode deixar de estar 
impregnada deve ser uma constante.” (Freire, 1996, p.130). Quanto 
mais o docente tem consciência dessas necessidades, mais aprende 
com sua prática. A escola necessita, hoje, de um licenciado que 
esteja preparado para trabalhar com tecnologias da informação, 
prevenção do uso de drogas, questões de ética na sociedade, 
preservação do meio ambiente, possuindo também a disposição de 
substituir a educação familiar em muitas questões. 
A escola necessita de professores compromissados no sentido de 
apresentarem possibilidade de ensino e aprendizagem eficientes, 
libertadores, à população estudantil cada vez mais diversa 
culturalmente. Necessita de um professor que apresente a educação 
como caminho para o entendimento do mundo globalizado, das 
questões éticas da ciência, da busca do entendimento das diferenças, 
da participação política de forma crítica. Um professor 
compromissado diante da necessidade de entender as contribuições 
ligadas à construção do conhecimento que os alunos trazem para a 
sala de aula, associando-o à mobilização de saberes, atitudes, ética e 
valores que devem ser próprios de cada um e do coletivo. 
Paulo Freire, em Pedagogia do Oprimido (1987), permite a reflexão 
sobre o opressor, o oprimido e o ingênuo. Incita a pensar que se 
sentir oprimido não é o pior; na verdade, o ruim é se sentir o 
ingênuo, que não se sente oprimido e oprime semsaber, estando a 
mando ingenuamente dos opressores. 
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Educação, Cidadania e Diversidade: 
Relações Étnico-raciais webs 1 e 2) 
 
Web-aula 1 
Educação e Diversidade: relações étnico-
raciais 
Preconceito e inclusão 
Nesta unidade você terá a oportunidade de trabalhar com o conceito 
de representações simbólicas através de um exemplo visual, retirado 
do mundo da publicidade. As mesmas representações que circulam 
na sociedade, revelam-se nas escolas. O objetivo é treinar seu olhar 
para perceber essas representações. Além disso, você percorrerá 
uma reflexão a respeito da inclusão nas escolas. 
 
A Diferença: o que a gente vê? 
Seja bem vindo à nossa disciplina. Minha intenção é possibilitar a 
você conceitos e idéias que permitam uma leitura do mundo. Mas 
uma leitura em particular. O objetivo é que você seja capaz de ver a 
diversidade humana. Mais do que isto, desejo que você veja como a 
diversidade humana é importante e benéfica para a nossa espécie. 
Você já deve ter percebido que cada profissão tem uma forma de ver 
o mundo. Os médicos não enxergam as coisas da mesma maneira 
que um padre, por exemplo. Para compreender isto é só pensar no 
seguinte exemplo: imagine um acidente de trânsito. Para o bombeiro 
um acidente representa uma vítima a ser socorrida, para a 
seguradora significa um pagamento a ser feito, para o funileiro talvez 
represente mais serviço. 
Você, futuro pedagogo e pedagoga, deve treinar o seu "olhar" 
pedagógico. Como uma das funções do educador é garantir o acesso 
de todos à cidadania plena, saber descobrir o significado das 
múltiplas representações sociais te auxiliará na intervenção 
educativa. 
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20 
 
UM POUCO SOBRE MIM 
Sou um curitibano que mora em Londrina desde 1987. Graduei-me 
em Administração de Empresas na Universidade Estadual de 
Londrina, onde também concluí o curso de História. Como ninguém 
pode ficar sem estudar nos dias de hoje, fiz Especialização em 
Filosofia, Mestrado e Doutorado em História. Leciono há 11 anos. 
Trabalho com educação básica e superior. Já trabalhei em diversas 
escolas e já lecionei várias disciplinas. 
Vamos aos estudos!! 
Observe a seguinte imagem: 
 
Esta imagem faz parte de uma campanha da empresa Benetton, uma 
indústria de roupas, famosa pelas polêmicas imagens que utiliza em 
suas campanhas publicitárias. 
A intenção do publicitário é clara. Ele nos quer fazer pensar sobre o 
preconceito. Ele imaginou que a primeira ideia que nos viria à mente 
era que o homem branco seria o policial e o negro o bandido, mesmo 
que não exista, na foto, qualquer indício desse fato. Mas como o 
publicitário acredita que grande parte das pessoas são 
preconceituosas, ele faz uma provocação. 
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21 
 
E é bem possível que esta seja, realmente, a primeira reação de 
muita gente, mesmo que neguem. O que faz uma pessoa ver um 
policial ou um bandido na figura são as representações que 
possuímos. 
1. O que são representações? 
Representações são estruturas mentais que nos permitem ler o 
mundo. Vamos dar um exemplo: você está andando pela rua e ouve 
uma sirene. Você começa a procurar de onde vem o som. Você vê, 
então, uma ambulância passar. Você pensa que alguém deve estar 
muito doente ou machucado e está indo para o hospital. 
O som da ambulância é uma representação. Concretamente é apenas 
um som emitido por um aparelho cuja função é somente esta. Mas 
você interpreta o som: é uma ambulância, logo alguém está sendo 
socorrido. 
Nós, seres humanos, somos seres simbólicos. Assim, nada é apenas o 
que é. Na cultura, tudo ganha um sentido. Por isso, na figura, o 
homem branco e o homem negro não são apenas isso, eles 
representam algo. Caso contrário, a imagem não tem sentido algum. 
2. O que as diferenças representam 
Devemos estar cientes, portanto, que os preconceitos são frutos 
dessas representações sociais. Nós, seres humanos, é que damos 
importância a determinados aspectos e não a outros. A cor da pele, 
por exemplo, nos interessa. Mas ninguém é discriminado pelo tipo de 
lóbulo que tem na orelha. 
Um exemplo para ilustrar: logo após os atentados de 11 de 
setembro, houve um verdadeiro pânico nos Estados Unidos. Era o 
momento propício aos preconceitos. Pessoas com medo tendem a ser 
menos racionais. Muitos indianos que moram nos Estados Unidos 
foram agredidos porque usavam turbantes. No imaginário popular, 
pessoas que usam turbante são muçulmanas e inimigas. Então, o 
turbante representava algo para aqueles norte-americanos, não era 
simplesmente um pedaço de tecido na cabeça. 
3. Na escola 
É quase impossível não fazer um juízo de valor de nossos alunos. É 
da "natureza humana" fazer isso. Mas o professor deve esforçar-se 
por garantir dentro de si, uma mentalidade aberta, capaz de 
reconhecer quais as representações equivocadas que possui e 
trabalhar para mudá-las. 
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22 
 
Nas conversas de professores é comum ouvirmos expressões como 
essas: "aquele aluno gordinho", "o aluno é tão bonito, pena que é 
burro", "não que eu tenha algo contra, mas olha só a cor". Coisas 
como essas não deveriam sair da boca de educadores, mas, 
infelizmente, os professores também têm as suas representações. 
O pedagogo deverá promover a inclusão verdadeira das diferenças, 
inclusive entre os professores, não permitindo que o preconceito 
continue a ser transmitido. 
WEB-AULA 2 
A inclusão inclui? 
Palavras transformam-se em modismos e aparecem na boca de 
todos. A palavra do momento na educação brasileira é o verbo incluir. 
Fala-se que a escola pública no Brasil sempre foi praticante da 
exclusão e que o atual governo (seja qual for) está corrigindo esta 
injustiça (isto para aqueles que acreditam na boa vontade dos 
governos...). E estratégia para esta tal inclusão são bem conhecidas: 
criação de ciclos, a não reprovação, o abandono das notas, as 
correções de fluxo, entre outras. 
Para sustentar a necessidade destas medidas, seus defensores 
apresentam estatísticas nas quais o país aparece com péssimos 
indicadores nesta área: muita reprovação, muito analfabetismo. E 
afirmam que tal situação está mudando, afirmação na qual muitos 
professores acreditam, pois gostariam, no íntimo de suas almas, que 
fosse verdade. 
Mas, o que significa inclusão? Incluir os alunos aonde? Se for certo 
que a educação no Brasil sempre foi deficiente e, em geral, as 
políticas educacionais não estão resolvendo o problema e, muito 
provavelmente, estão contribuindo para agravá-lo. Isto porque o 
diagnóstico errado não foi pensado através de uma filosofia liberal, 
mas um liberalismo mesclado de tradições patrimonialistas 
incorporadas à cultura nacional há séculos, capaz de seduzir até 
aqueles que se dizem antiliberais. 
Dessa forma, muitos acreditam que inclusão resume-se em colocar 
crianças e jovens dentro de uma sala de aula. Feito isso, tudo está 
resolvido: pode-se dormir tranquilo, o Brasil está salvo. Uma vinheta 
da Rede Globo sobre a educação demonstra bem isto: uma senhora 
encontra um menino pedindo esmola, ela pega o garoto com a 
sombrinha e joga-o dentro de uma escola. Magicamente, o menino 
surge uniformizado dentro de uma sala de aula. Esta é a visão que se 
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23 
 
tem da inclusão, "jogam-se" os excluídos na sala de aula e espera-se 
que tudo esteja resolvido. 
A inclusão no mercado de trabalho em geral: não necessário nos 
preocuparmos muito. Se incluir significar somente preparar o aluno 
para que ele "ganhe a vida", sem se importar como, então a escola 
não tem muita importância. Os homense mulheres vivem no mundo 
há milhões de anos sem escola e continuaram vivendo, seja lá qual 
for a educação que recebam. É claro que, mesmo assim, a escola é 
reprodutora de mão-de-obra. Entretanto, bastará acrescentar um 
pouco de informática e pronto, já estaremos preparando nossos 
alunos da escola pública para enfrentar o novo milênio... Não é 
preciso dizer que não concordamos com esta ideia. 
Porém, se eu penso em inclusão, como capacitar os alunos a 
competirem no mercado de trabalho por bons empregos e bons 
salários, em especial os novos empregos da sociedade da informação, 
nossos alunos não estão sendo incluídos. O aluno da escola pública 
que não reprovou, mesmo não sabendo que passou somente porque 
compareceu a 75% das aulas (aulas, que aulas?), que participou do 
milagre da correção de fluxo, este não está preparado para competir 
em um ambiente sem paternalismo. 
Nosso aluno sai da escola sem condições de interpretar um texto, 
sem saber realizar as operações matemáticas elementares e sem a 
disciplina necessária, porque, na escola, podia fazer o que queria, 
sem consequências. Ou seja, o mundo que a escola está mostrando 
para seus alunos não existe. Esta ideia é importante, a escola deve, 
sem dúvida, proporcionar a transformação da realidade, mas não 
deve perder os vínculos com ela, se o fizer, não cumpre seu dever. 
A ideia de inclusão a que mais agrada é muito mais ampla que 
mercado de trabalho, envolve a cidadania. Inclusão contempla, 
certamente, a possibilidade de o aluno competir por um bom 
emprego e salário, que favoreça a mobilidade social e que dê 
esperanças aos alunos. Mas não é somente isto. Incluir significa 
fornecer aos indivíduos as condições de serem livres, de serem 
cidadãos reais. Cidadão capaz de ler uma notícia no jornal sobre os 
conflitos no Oriente Médio e saber onde fica esta região, as causas e 
as consequências do conflito. Cidadão capaz de analisar a situação 
política atual a partir dos conceitos e fatos aprendidos em História e 
Sociologia. Cidadão capaz de entender a explicação do médico porque 
sabe onde ficam os órgãos do corpo e suas funções, e que pode 
questionar o médico porque aprendeu química. Cidadão capaz de 
apreciar um bom livro ou uma obra de arte porque aprendeu a ler. 
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24 
 
Neste caso, a escola pública não está incluindo. Não incluía antes 
nem o faz agora. Na verdade, somente agrava-se a exclusão, pois, 
ter o certificado de conclusão do Ensino Médio pode ser bom para as 
estatísticas do governo e sua propaganda eleitoral mas, para o 
indivíduo real, de nada serve se não representar conhecimento 
verdadeiro. 
Se apenas considerássemos o número de alunos na escola, já 
teríamos resolvido o problema. Mas a escola pública na qual estão 
todos estes jovens brasileiros é aquela que não se reprova, a qual 
não é preciso saber para avançar, porque para os governantes tanto 
faz: o aluno é apenas um número em seus gráficos e, quanto menos 
tempo ficar na escola, menos gasto representará e melhores índices 
surgirão. 
As verdadeiras causas da reprovação não aparecem nos discursos 
oficiais. É como se as criança já nascesse na escola, não tivesse pai e 
mãe, não pertencesse a uma classe e como se a escola não fosse 
uma escola real, de paredes e de professores. A linguagem empolada 
utilizada nos documentos oficiais e reproduzida nas escolas (em 
especial nas avaliações) contribui para dar ares de seriedade e 
autoridade a conceitos e ideias discutíveis. 
Se realmente pretendessem resolver o problema da educação no 
Brasil, o problema da reprovação, do analfabetismo, da avaliação, os 
governantes deveriam investir no professor (isto quer dizer salário 
mesmo, não se vive só de esperança) e investir na estrutura: menos 
alunos em sala, menos alunos por professor, menor carga horária de 
trabalho. Já seria um grande passo. 
Agora, imaginem que a educação é uma corrida de Fórmula 1. 
Deram-nos um fusquinha e, como não estamos conseguindo vencer, 
os teóricos e técnicos na educação resolveram alterar a estratégia da 
corrida, afirmando que nós, professores, é que não sabemos dirigir 
direito... . E tem professor que acredita nisto... . Isto ocorre porque 
os técnicos e teóricos da educação não enxergam o fusquinha e fica 
mais fácil e barato culpar o motorista, ou seja, o professor, do que 
comprar um carro novo. Aqueles alunos diferentes, de culturas 
diferentes, não estão sendo incluídos em coisa alguma. 
WEB-AULA 1 
Educação e Diversidade: relações étnico-
raciais 
Inclusão da diferença: entre a teoria e a prática 
http://blogdapedagogiaunopar.blogspot.com.br/ 3º SEMESTRE 
25 
 
Nesta unidade você poderá ler a respeito de casos de inclusão de 
alunos com necessidades especiais. Poderemos ponderar se a 
realidade da inclusão desses cidadãos está sendo efetiva ou, como diz 
o título do artigo, é apenas uma inclusão improvisada. Também terá 
a oportunidade de pensar sobre a importância da comunicação na 
construção de uma escola onde o comportamento respeitoso permita 
a existência da diferença. 
Necessidades Especiais: escolas nada 
especiais 
No primeiro ano que lecionei, havia um aluno cadeirante, ensino 
médio. A escola havia sido inaugurada naquele ano, 1998, salas, 
banheiros, tudo novinho. Mas a escola não foi projetada para alunos 
com necessidades especiais. Na porta das salas, um pequeno degrau 
dificultava a movimentação da cadeira de roda. Para ir ao banheiro, 
um colega sempre o acompanhava para ajudá-lo: o banheiro também 
não era apropriado. Você pode imaginar o constrangimento de um 
adolescente que precisa da ajuda de um amigo para levá-lo ao 
banheiro? Mas a escola não foi construída pensando nele, e a escola 
nem é tão antiga assim. Infelizmente, até hoje, esta escola 
permanece do mesmo jeito. 
Entre o discurso da inclusão e a prática há um enorme abismo. 
Mesmo os alunos com dificuldade de aprendizagem não têm 
atendimento adequado. As escolas não têm, em seus quadros, 
vpessoas capazes de atender as diversas necessidades. Parece que o 
problema não é apenas naquela escola onde lecionei por dez anos... 
Leia o texto a seguir: 
"Inclusão improvisada, alunos com deficiência abandonados. 
Crianças portadoras de necessidades especiais não têm 
atenção adequada." 
 
Flávia Martins Y Miguel 
No plano das ideias, dos discursos de gestores e, principalmente no 
papel, a inclusão dos alunos com deficiência no sistema público de 
ensino é uma política impecável. Na prática, porém, o modelo de 
educação especial inclusiva desenhado com régua e compasso pelo 
Ministério da Educação, (MEC) em 2003, apresenta obstáculos 
enormes, que passam pelo despreparo dos professores, falta de 
acessibilidade nas escolas e nenhum projeto pedagógico específico. O 
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26 
 
resultado dessas distorções pode ser facilmente identificado dentro 
das salas de aula. Como é o caso da pequena Jordânia Sarafim, 12, 
que nasceu com paralisia cerebral e está matriculada em uma escola 
pública no bairro Novo Progresso, em Contagem, região 
metropolitana de Belo Horizonte. A mãe, Maria Solidade Silva, se viu 
obrigada a assistir às aulas ao lado da filha para tentar driblar a falta 
de atenção dada à aprendizagem da criança. "Eles nos obrigam a 
colocar as crianças na escola regular, mas os professores não sabem 
educar, não têm os cursos para isso. Eu fico muito desmotivada. 
Não quero que ela fique largada. Eu quero que ela aprenda. A minha 
menina é uma gracinha, ela tem potencial", desabafou Maria. Na sala 
ao lado de Jordânia, um garotinho com má formação física e 
deficiência visual estava sentado em cima de uma almofada, a poucos 
centímetros da lousa, copiando as palavras. A professora contou que 
o pequeno de 11 anos, com estatura de umacriança de 6, chegou de 
casa chorando naquele dia. O motivo: ele não sabia ler. "Temos 
alunos que precisam de um trabalho diferenciado. Não temos 
orientação nenhuma de como tratar as várias deficiências que temos 
nessa escola. Ninguém aqui nunca teve preparo para isso", disse 
Gorete Foscolo, supervisora da escola municipal. É na boa vontade 
dos profissionais e na sorte que a política de inclusão tenta se 
equilibrar, enquanto as ações dos gestores não se mostram eficazes. 
Em Contagem, são 1.400 alunos com deficiências variadas na rede 
pública, de um total de 81 mil estudantes. No entanto, a Secretaria 
Municipal de Educação e Cultura não soube informar quantos dos 
mais de 4.200 professores do município foram capacitados para 
trabalhar com a educação especial. O secretário da pasta, Lindomar 
Diamantino Segundo, admitiu que a inclusão está longe do ideal. De 
acordo com ele, o tema é um desafio para a sociedade. 
"A escola brasileira, na sua história, não foi pensada para incluir. Mas 
já fizemos investimentos na formação dos professores, com vários 
cursos de inclusão. A nossa obrigação é sempre melhorar", disse. O 
garoto Luiz Felipe Wenceslau, 7, portador de paralisa cerebral, contou 
com o privilégio de ter passado pelas mãos de uma psicopedagoga, 
em uma escola pública no bairro Inconfidentes, em Contagem, no 
ano passado. Mesmo assim, a mãe teve que batalhar pela presença 
de um auxiliar em sala de aula para cuidar do filho. "Sem estagiário, 
a professora tinha que deixar as 25 crianças para trocar a fralda dele. 
E ainda tive sorte porque ela tinha experiência na área", disse a 
comerciante Deyse Wenceslau. A professora do menino, Maria 
Eugênia Aleixo, relembrou com carinho da experiência de ensinar o 
aluno especial. Porém, disse que são poucos os colegas que 
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conseguem sucesso. "Luiz Felipe foi um privilégio. Mas ainda acho 
que a lei no papel é uma coisa e no cotidiano da escola, o que se vê 
são alunos matando o tempo. Tudo é tratado como formalidade para 
matar o tempo." 
Censo Escolar 
Mudanças. Em 2004, passaram a ser coletados os dados sobre a série 
ou o ciclo escolar dos alunos atendidos pela educação especial, 
possibilitando a criação de indicadores sobre a qualidade da educação 
no país. 
 
Web-aula 2 
Diferença e escola 
A sociedade é heterogênea, formada por pessoas com interesses e 
identidades diferentes. Diferenças físicas, psicológicas, sociais e 
culturais. Apesar desse fato, só muito recentemente, começamos a 
percebê-lo como um problema. Em geral, estávamos acomodados. 
A sociedade (ou seja, nós) padroniza a beleza, o comportamento, a 
inteligência. Como grande parte da população não consegue 
enquadrar-se nesses padrões, surge o preconceito e a discriminação. 
O preconceito não é racional, sua origem está nas emoções. Mas 
podemos racionalizar, ou melhor, podemos inventar razões para ele. 
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28 
 
Nesse processo de construção de estereótipos, criamos rótulos: 
gordo, balofo, magricela, feio, bonito, aleijado, etc. 
Esse sentimento nasce da nossa admiração por nós mesmos. 
Amamos o nosso jeito de ser, adoramos nossa maneira de pensar. 
Por isso rejeitamos aqueles que são diferentes. 
Mas, não basta reconhecer que existe diversidade. Devemos 
promover a interação das diferenças, enriquecendo a sociedade. Esse 
processo exige comunicação. Comunicar implica participação, pois é 
tornar comum alguma coisa. Para que a comunicação seja efetiva, 
deve-se respeitar a diversidade. 
A questão não é fazer com que as pessoas pensem ou se comportem 
exatamente iguais, mas que consigam respeitar o jeito do "outro". A 
comunicação tem essa função, tornar conhecido esse "outro", 
procurando diminuir o desconhecimento, que é fonte de boa parte do 
preconceito. 
A escola deve se tornar a escola da diversidade, da inclusão e da 
valorização do "eu" e do "nós". A escola (ou seja, nós) deve 
promover o respeito nos relacionamentos sociais, para que a 
diversidade humana seja respeitada e valorizada. 
Fala-se muito que o direito a ser diferente é uma questão de 
cidadania. Aliás, palavra mais utilizada do que compreendida. 
Cidadania é o direito de participar da cidade, ser cidadão. 
A escola é que tem o dever de capacitar o indivíduo para que ele se 
torne um cidadão. Na antiguidade, acreditava-se que poucos tinham 
o direito de cidadania. Hoje, pensamos que TODOS devem ter esse 
direito. Assim, todos os seres humanos, independente de suas 
características, têm direito de "participar da cidade", ou seja, ser 
cidadão. 
Todos nós conhecemos o discurso de que todos os homens são iguais 
em direitos e deveres. No cotidiano, porém, a liberdade e a igualdade 
somente são garantidas através do exercício diário de auto-
conhecimento e tolerância. 
Diante da grande diversidade humana, emerge, muitas vezes 
escondido, o preconceito. Esse é o maior desafio daquele que quer 
ser livre. Pois, ao expor a própria diversidade, é também fazer valer o 
direito do outro de ser autêntico. Ter o direito de ser diferente e dar 
ao outro o direito de sê-lo igualmente. 
Uma escola que se preocupa com essa questão garante esses 
direitos. Cria um ambiente saudável, que favorece a compreensão 
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29 
 
entre os indivíduos e que constrói um espaço de respeito entre as 
pessoas. 
É preciso compreender que frequentar a escola é expandir as 
possibilidades de contato, possibilitando a consciência do 
pertencimento a uma realidade maior. Isso significa fornecer aos 
alunos, todos os alunos, um processo de socialização mais amplo do 
que aquele que o individuo já vivenciava no ambiente doméstico. 
O desenvolvimento físico e intelectual dos alunos acontece 
paralelamente ao desenvolvimento social. A aprendizagem é 
resultado da articulação de diversas práticas e conhecimentos que 
devem ser trabalhados na escola, para proporcionar o máximo de 
sabedoria às crianças. 
Apesar do consenso teórico em torno da diversidade, tratar desse 
assunto é como revirar um baú antigo, pois traz à tona sentimentos 
empoeirados como racismo, preconceito e egoísmo. 
O crescimento acelerado dos meios de comunicação de massa coloca 
à disposição da população uma grande quantidade de informação. 
Mas, pouca reflexão se faz a partir dessas informações. Na escola, 
isso não é diferente. O estudante é bombardeado com informações a 
todo o momento. 
A dificuldade de se lidar com essa questão na escola é que existe 
pouco espaço para a interação dos alunos as informações que lhes 
são oferecidas. A falta de reflexão e troca de conhecimentos sobre as 
informações despejadas nos alunos cria, ainda, mais conflitos no 
ambiente escolar. 
Os estudantes deveriam exercitar o pensamento crítico, comunicar-se 
e interagir com os dados apresentados. Caso contrário, a 
 unilateralidade de pensamentos favorece o preconceito e 
desfavorece a diversidade. 
Um bom exemplo é o bullying. É um problema que sempre existiu, 
mas tem aparecido na mídia recentemente. O bullying é o termo 
inglês que caracteriza os atos de intimidação, atormentação e 
escárnio ocorridos na escola. É comum encontrarmos nas escolas a 
"brincadeira" dos alunos com o colega que tem alguma coisa de 
diferente. Os apelidos, a provocação, o desprezo, são exemplos de 
bullying. 
Essa prática é constituída por pequenos atos como: apelidos, 
chacotas sobre aparência, jeito de falar, se vestir, ou qualquer outro 
aspecto que dissocie uma criança da outra. Existem casos que se 
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30 
 
chega a agressões físicas entre os estudantes. Quando não 
identificado, o bullying pode tomar dimensões de difícil controle.Wa1 - Pedagogia - Educação e Tecnologias 
 
WEB-AULA 1 
Introduzindo a tecnologia na educação 
1. INTRODUÇÃO 
 
Caro aluno, Por essa razão eu convido você a navegar nesse oceano 
de possibilidades tecnológicas e a discutir o seu uso no espaço 
escolar. Espero que gostem do tema e que ele seja de grande 
importância também em sua formação. 
Bom, agora que eu já me apresentei, é a sua vez. Gostaria de 
conhecer um pouco sobre você. Para isso vamos usar o fórum de 
discussões disponível no ambiente Colaborar. Peço que vá até o 
fórum e registre uma apresentação pessoal e como tem sido a sua 
relação com as tecnologias. 
2. TECNOLOGIA VERSUS PARADIGMAS 
Conforme já discutimos na tele aula, a 
tecnologia não é apenas aquilo que se liga na tomada, ou seja, um 
instrumento, ferramenta ou equipamento tangível, que pode ser 
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31 
 
tocado, apalpado, mas o conceito de tecnologia deve ser entendido 
de maneira mais ampla, também como um processo. 
A invenção da escola pode ser considerada uma 
tecnologia. Imaginem como seria o processo educacional se não 
tivessem inventado a escola? Além de caro porque seria baseado em 
aulas particulares, ou ainda por preceptores, não seria viável para a 
maior parte da população mundial. Dessa forma entendemos a escola 
como uma tecnologia criada para dinamizar e democratizar o acesso 
a educação. 
Para refletir: A tecnologia pode favorecer ou atrapalhar o 
processo de ensino e aprendizagem? Pense em como? 
Embora a tecnologia não seja uma invenção recente ainda é possível 
observarmos muita resistência ao seu uso. Principalmente em 
educação observamos uma série de paradigmas que impedem o seu 
uso de forma eficaz. 
Para ampliarmos nosso conhecimento acerca dessa questão leia o 
texto: PARADIGMAS DO CONHECIMENTO: OS PERCURSOS E 
DESCAMINHOS DA EDUCAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA, da autora 
Lenir Luft Schmitz que está disponível em: 
http://www.scribd.com/doc/12891624/Paradigm-As-Do-
ConhecimentoLenir 
Após a leitura do texto faça uma reflexão e elabore uma definição 
para:· 
• Paradigma ontológico do saber; 
• Paradigma da modernidade; 
• Paradigma da neomodernidade. 
Não se esqueça de ir até o fórum e postar as suas considerações 
sobre essa atividade. 
3. PARADIGMAS EDUCACIONAIS 
Um novo aluno tem surgido meio a tantas modificações. E esse novo 
aluno requer daqueles envolvidos com a educação uma nova postura. 
Assista o vídeo “Rafinha” que circula na internet, no youtube.com e 
perceba como ele traduz o perfil do aluno que está surgindo. 
https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=UI2m5knVrvg 
 
A descrição fornecida por esse vídeo nos faz refletir sobre várias 
questões, a primeira delas são os constantes avanços tecnológicos 
que se fazem, atualmente, rápidos e tão envolventes que nem 
sempre a sociedade percebe o que está ocorrendo. A introdução dos 
recursos tecnológicos proporcionados pela internet na educação 
provocou uma série de mudanças. Diante disso, surge a necessidade 
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de romper com velhos paradigmas educacionais muitas vezes 
centrados em currículos fragmentados, de memorização e 
transmissão de informações. 
Realize a leitura do texto abaixo descrito por Platão e a seguir reflita 
fazendo um paralelo entre a Alegoria da Caverna e os paradigmas 
educacionais. 
O MITO DA CAVERNA 
De Platão 
Imaginemos uma caverna 
subterrânea onde, desde a infância, geração após geração, seres 
humanos estão aprisionados. Suas pernas e seus pescoços estão 
algemados de tal modo que são forçados a permanecer sempre no 
mesmo lugar e a olhar apenas a frente, não podendo girar a cabaça 
nem para trás nem para os lados. A entrada da caverna permite que 
alguma luz exterior ali penetre, de modo que se possa, na semi-
obscuridade, enxergar o que se passa no interior. 
A luz que ali entra provém de uma imensa a alta fogueira externa. 
Entre ele e os prisioneiros - no exterior, portanto - há um caminho 
ascendente ao longo do qual foi erguida uma mureta, como se fosse 
a parte fronteira de um palco de marionetes. Ao longo dessa mureta-
palco, homens transportam estatuetas de todo tipo, com figuras de 
seres humanos, animais e todas as coisas. 
Por causa da luz da fogueira e da posição ocupada por ela os 
prisioneiros enxergam na parede no fundo da caverna as sombras 
das estatuetas transportadas, mas sem poderem ver as próprias 
estatuetas, nem os homens que as transportam. Como jamais viram 
outra coisa, os prisioneiros imaginavam que as sombras vistas são as 
próprias coisas. Ou seja, não podem saber que são sombras, nem 
podem saber que são imagens (estatuetas de coisas), nem que há 
outros seres humanos reais fora da caverna. Também não podem 
saber que enxergam porque há a fogueira e a luz no exterior e 
imaginam que toda a luminosidade possível é a que reina na caverna. 
Que aconteceria, indaga Platão, se alguém libertasse os prisioneiros? 
Que faria um prisioneiro libertado? Em primeiro lugar, olharia toda a 
caverna, veria os outros seres humanos, a mureta, as estatuetas e a 
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fogueira. Embora dolorido pelos anos de imobilidade, começaria a 
caminhar, dirigindo-se à entrada da caverna e, deparando com o 
caminho ascendente, nele adentraria. 
Num primeiro momento ficaria completamente cego, pois a fogueira 
na verdade é a luz do sol e ele ficaria inteiramente ofuscado por ela. 
Depois, acostumando-se com a claridade, veria os homens que 
transportam as estatuetas e, prosseguindo no caminho, enxergaria as 
próprias coisas, descobrindo que, durante toda a sua vida, não vira 
senão sombra de imagens (as sombras das estatuetas projetadas no 
fundo da caverna) e que somente agora está contemplando a própria 
realidade. 
Libertado e conhecedor do mundo, o prisioneiro regressaria à 
caverna, ficaria desnorteado pela escuridão, contaria aos outros o 
que viu e tentaria libertá-los. Que lhe aconteceria nesse retorno? Os 
demais prisioneiros zombariam dele, não acreditariam em suas 
palavras e, se não conseguissem silenciá-lo com suas caçoadas, 
tentariam fazê-lo espancando-o e, se mesmo assim, ele teimasse em 
afirmar o que viu e os convidasse a sair da caverna, certamente 
acabariam por matá-lo. 
Mas, quem sabe alguns poderiam ouvi-lo e, contra a vontade dos 
demais, também decidissem sair da caverna rumo à realidade. O que 
é a caverna? Que são as sombras das estatuetas? Quem é o 
prisioneiro que se liberta e sai da caverna? O que é a luz exterior do 
sol? 
O que é o mundo exterior? Qual o instrumento que liberta o filósofo e 
com o qual ele deseja libertar os outros prisioneiros? O que é a visão 
do mundo real iluminado? 
Para refletir: O que é um paradigma educacional? 
Como modificá-lo? 
 
4. PRODUZINDO CONHECIMENTO ATRAVÉS DAS TECNOLOGIAS 
O artigo “Dado, informação, conhecimento e competência” de 
Valdemar W. Setzer nos traz definições importantes que elucidam 
como se dá a construção do conhecimento. Vá até o endereço 
indicado e realize a leitura do mesmo, a seguir reflita fazendo um 
paralelo sobre os conceitos de dado, informação e conhecimento, e a 
produção de conhecimento na escola. 
Para ampliar o seu conhecimento acerca desse assunto realize a 
leitura do livro Pedagogia da Autonomia disponível na Biblioteca Paulo 
Freire pelo link: http://www.ime.usp.br/~vwsetzer/dado-info.html e 
elabore uma dissertação com mínimo de 3 laudas relacionando o 
conteúdo do livro com o uso das tecnologias. 
 
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WEB-AULA 2 
O computador a serviço da educação 
1. INTRODUÇÃO 
A disseminação da informática na sociedade em que vivemos traz a 
necessidade de

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