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Lacunas do Direito

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LACUNAS DO DIREITO
Introdução
O direito busca regular as condutas humanas a fim de pacificar o convívio em sociedade. Com isso, se há um fato para o qual o ordenamento não dá tratamento, pode-se dizer que se está configurada uma deficiência normativa.
A ideia de omissão, de falha traz embutido um juízo de valor. Saber se o direito haveria de regular certo fato, implica uma estimativa acerca da relevância deste acontecimento para a realização das finalidades do direito.
Apenas quando surge a preocupação com uma reflexão científica sobre o direito, vale dizer, somente quando o direito e sua linguagem passam a ser objeto de elaborações que se põem no plano de uma produção linguística problematizadora, é que se tem lançadas as condições para a compreensão das lacunas. 
O que é lacuna?
Lacuna da lei é a ausência da norma legal; ausência de uma regra determinada para regular um caso concreto em um determinado sistema jurídico. Ao se tratar de lacuna, entende-se que o direito não oferece, a princípio, uma solução para o desate de uma questão jurídica.
A problemática da identificação da existência de lacunas
As chamadas lacunas são apenas identificáveis quando há contato com a realidade. Assim, inicialmente, nenhum sistema é incompleto. 
A sua insuficiência surge no processo de aplicação da norma. Dessa forma, como a lacuna surge apenas após a intersecção de sistemas jurídicos e sociais, também após essa intersecção revela-se meios para resolvê-las. Nesse sentido, o momento da aplicação da norma seria também um momento de criação da sua criação, consentida pela permeabilidade do sistema.
Os Meios de Integração do Direito
Para não deixar o jurisdicionado sem uma resposta diante de uma situação lacunosa, o ordenamento jurídico preceitua a utilização dos Meios de Integração do Direito.
No Brasil, tais meios estão previstos no Artigo 4 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) e consistem em:
Analogia 
Analogia é a operação lógica, em virtude da qual o intérprete estende o dispositivo da lei a casos por ela não previstos. Define-se, também, como “aplicação de um princípio jurídico que a lei põe para certo fato a outro não regulado, mas semelhante, sob o aspecto jurídico, ao primeiro.
A partir destes conceitos é possível verificar que o senso comum dos juristas identifica, na noção de analogia, pelo menos dois elementos: a semelhança entre a hipótese legal e aquela não regulada e a necessidade da aplicação de um raciocínio lógico para que se possa verificar esta relação.
O argumento por analogia limita-se à inferência do provável. Embora desenvolvido sob um aspecto lógico, não está preocupado com a verdade de suas conclusões, mas somente com a verossimilhança. Assim, quanto maior a probabilidade de aceitação de suas conclusões, maior será a sua carga retórica, bem como a possibilidade de legitimação da tese desenvolvida.
Costumes
Costumes são meios institucionais de integração normativa que não recorrem à aparência lógica. 
Os costumes se destinam a completar ou interpretar o direito escrito, por isso, eles são aplicados quando a lei for omissa e não for possível a utilização da analogia.
A validade dos costumes, sua existência ou obrigatoriedade, não está ligada, pois, à ideia de competência, mas sim à ideia de imperatividade. Dessa forma, o costume é direito, tem força de coagir à obediência os particulares e deve ser aplicado pelo juiz.
Princípios Gerais do Direito
Princípio é a estrutura do sistema jurídico que responde pela organização das diversas cadeias normativas, garantindo a ideia de unidade e completude. Isto explica a convivência de normas de conteúdo contraditório e mesmo a validade dos costumes contra legem. Trata-se de uma pauta de aplicação das normas que serve como critério de decisão.
BIBLIOGRAFIA
SOUZA, Luiz Sérgio Fernandes de. Teoria Geral e Filosofia do Direito. Disponível em: <https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/159/edicao-1/lacunas-no-direito>. Acesso em: 20 jun. 2018.
GOMES, Magno Federici; FREITAS, Frederico Oliveira. Lacunas no Direito. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7291>. Acesso em: 20 jun. 2018.

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