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Cultura do Feijão ORIGEM E EVOLUÇÃO: •Autógama (autofecundação); •Diplóide (22 cromossomos •Anual (ciclo de 61 a 110 dias); •Família Leguminosae •Gênero Phaseolus (55 espécies) Feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L.); P. lunatus; P. coccineus; P. acutifolius; P. polyanthus Cultura do Feijão O feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L.) é a espécie mais cultivada entre as demais do gênero Phaseolus. No Brasil, o feijão é um dos componentes básicos da dieta alimentar da população e importante fonte de proteína para as classes economicamente menos favorecidas. O Brasil é o maior consumidor de feijão: 16 kg/hab/ano, na década de 70 o consumo girava em 24 kg/hab/ano. Norte e Nordeste a espécie (Vigna unguiculata), que inclui o feijão caupi ou feijão de corda que é uma variante de grãos brancos com hilo preto. Importância Econômica e Alimentar Exigência Climática Tem ampla adaptação edafoclimática o que permite seu cultivo durante todo ano em quase todos estados da federação; O gênero Phaseolus vulgaris L. é planta clima subtropical; Ciclo curto (60-120 dias), fotoneutra, germinação (6-12 dias); O feijoeiro caracteriza-se por ser uma leguminosa de metabolismo fotossintético C3, ou seja, mostra-se menos eficiente na fixação do CO2 em relação ao milho, que é uma gramínea e, apresenta metabolismo fotossintético C4; Nesse sistema, nota-se, uma competição entre a gramínea e a leguminosa, principalmente em relação à luz, já que a leguminosa apresenta porte bem mais baixo que a gramínea. Exigência Climática Em termos de quantidade de água, 200 a 300mm são suficientes para u m ciclo de 90 dias. O período vulnerável é o que vai da semeadura à floração (110 a 180 mm) critico até 15 dias antes da floração. O fator térmico : O crescimento é função de temperaturas noturnas; Temperaturas > de 35 C provoca abortamento de flores; A polinização em Phaseolus vulgaris é autogâmica e a fetilização ocorre 12 horas após antese. Tipos de Germinação Epígea de 6-12 dias Fenologia Fenologia Estádio V0 (Germinação): após a absorção de água pela semente, inicia-se o processo de germinação, caracterizado pelo aparecimento da radícula (geralmente pelo lado do hilo). O feijão possui grande sensibilidade à falta de água após a semeadura. Ainda, o feijoeiro não apresenta satisfatória tolerância à semeadura profunda. Temperaturas inferiores a 12oC reduzem significativamente a taxa e a velocidade de germinação das sementes. Temperatura próximos a 25oC, favorecem consideravelmente. Estádio V1 (Emergência): a emergência é caracterizada pela presença dos cotilédones acima da superfície do solo em processo de desdobramento da “alça” do hipocótilo. A seguir, o epicótilo alonga-se e as folhas primárias, que já se encontravam diferenciadas no embrião da semente, expandem-se. Estádio V2 (Desdobramento das folhas primárias): a rapidez do desdobramento, a conformação e o tamanho da folhas primárias são extremamente importantes para o estabelecimento da cultura no campo por representar a sede inicial de conversão de energia. Fenologia Estádio V3 (Emissão da primeira folha trifoliada): Nesse estádio, os cotilédones encontram-se em fase final de exaustão e, freqüentemente, já sofreram o processo de abscisão. Desta forma, a planta passa a depender diretamente dos nutrientes presentes no solo. O período compreendido entre os estádios V1 e V3, conferem à planta de feijão mais tolerância a estresses hídricos e baixas temperaturas, em níveis moderados. Estádio V4 (Emissão da terceira folha trifoliada): neste período, a terceira folha trifoliada está plenamente desdobrada e tem início o processo de ramificação da planta. O tipo de ramificação (principalmente o número e o tamanho dos ramos) depende de inúmeros fatores, tais como genótipo (características da variedade), condições ambientais, sistemas de produção adotados e densidade de semeadura, além de outros. Estádio R5 (Botões florais): esse estádio é caracterizado pelo aparecimento dos primeiros botões florais. Nas variedades de hábito de crescimento indeterminado (II, III e IV) o desenvolvimento vegetativo prossegue, mediante a emissão de novos nós, ramos e folhas. O genótipo, a temperatura, restrições hídricas e fotoperíodo constituem-se nos principais elementos determinantes do momento do aparecimento dos botões florais. Fenologia Estádio R6 (Florescimento): a abertura das primeiras flores define o presente estádio. Nas plantas de hábito de crescimento determinado (TIPO I), a floração tem início no último nó da haste principal e prossegue em sentido descendente. Nas plantas de hábito de crescimento indeterminado (TIPOS II, III e IV), a abertura das flores segue sentido ascendente. O estresses hídricos de uma semana por ocasião da floração podem acarretar queda de rendimento ao redor de 48%. Estádio R7 (Início da formação das vagens): É caracterizado pelo aparecimento das primeiras vagens. Deficiências hídricas nesse estádio proporcionam a diminuição da produção pela redução da fotossíntese e do metabolismo da planta, pela queda de vagens jovens (abortamento). Estádio R8 (Enchimento das vagens): No estádio R8 finaliza-se, normalmente, a emissão de novas folhas por parte das variedades com hábito de crescimento indeterminado, além de se observar o início do amarelecimento e queda das folhas inferiores da planta. Estádio R9 (Maturidade das vagens): o referido estádio é caracterizado pela mudança da cor das vagens (amarela ou pigmentada de acordo com a variedade) hábito de crescimento indeterminado, prostrado ou semiprostado Tipo I - Hábito de crescimento Arbustivo Determinado e porte da planta ereto. (Apresentam 4 a8 internódios, gemas apicais e laterais e altura de 50 cm); Tipo II – Hábito de crescimento indeterminado. Arbustivo, porte ereto e caule da planta pouco ramificado, com guia Curta (pequeno crescimento da gema apical); Tipo III – Hábito de crescimento indeterminado, prostrado ou semiprostado. (Ramas laterais desenvolvidas, abertas e hábito de crescimento indeterminado, prostrado ou semiprostada com ramificações numerosas); Tipo IV – Indeterminado com guia larga (variedades trepadoras ramas laterais. Hábito de Crescimento: O cultivo prévio de mucuna-preta nas densidades populacionais de 10, 25 ou 40 plantas m-2proporcionou rendimento de grãos de feijão nas áreas tratadas com herbicida semelhante a não tratada. A densidade populacional mínima desse adubo verde que proporcionou maior rendimento de grãos à cultura do feijão foi de 25 plantas por metro quadrado. Consórcio Entende-se por consórcio de culturas o sistema de cultivo em que a semeadura de duas ou mais espécies é realizada em uma mesma área, de modo que uma das culturas conviva com a outra, em todo ou em pelo menos por parte de seu ciclo; No cultivo consorciado, as espécies normalmente diferem em altura e em distribuição das folhas no espaço, características morfológicas, que podem levar as plantas a competir por energia luminosa, água e nutrientes. Consórcio É o preferido nos consórcios culturais pelas seguintes razões: é cultura de ciclo vegetativo curto e pouco competitiva; pode ser semeado em diferentes épocas; é cultura relativamente tolerante com a competição movida pela planta consorte; é um dos alimentos básicos do povo brasileiro; e seu preço geralmente alcança bons níveis. Plantio simultâneo ao milho (feijão das águas), nas mesmas linhas do milho ou entre elas. Neste modelo, o feijão é favorecido quando plantado de uma a duas semanas antes do milho. Plantado quando o milho está começando a secar (feijão da “seca”),conhecido como cultivo de substituição, geralmente distribuído entre os pés de milho, sem nenhum alinhamento, fechando todo o espaço. O consórcio de culturas é o cultivo de várias espécies numa mesma área, de modo que ocorra o desenvolvimento em todo ou em pelo menos parte do seu ciclo O feijão pode ser semeado simultaneamente com o milho, no início da estação chuvosa, ou quando o milho já está começando a secar. O feijão-caupi é preferido no consórcio com o milho por ter ciclo vegetativo curto e apresentar baixa habilidade competitiva; A grande desvantagem do consórcio é que impede a utilização em maior grau técnicas agrícolas para altos rendimentos; No plantio de fevereiro/março a leguminosa é distribuída entre os pés de milho sem nenhum alinhamento, fechando todo o espaço livre. No quadro-4 mostra o feijão plantado com o milho na mesma fileira em que o rendimento do milho não foi prejudicado. Adubação No Brasil é a carência generalizada de fósforo nos solos, cujos teores são extremamente baixos, e insuficientes para o pleno desenvolvimento das culturas tem limitado a produção (RAIJ, 1991). O feijoeiro é considerado uma planta exigente em nutrientes, para poder expressar todo o seu potencial produtivo. Época de Plantio Safra das Águas – Plantio agosto- novembro – Região Sul, produtividade média de 774 kg/ha. PR 15 de julho a 15 de novembro MG: Se concentra de 15 de fevereiro a 15 de março (solteira/consorciado) SC: Se estende de agosto a novembro Safra das Secas – Plantio Janeiro a março – Maioria estados produtores Safra de Inverno – Plantio de Junho a Julho – Concentrado nas Centro –Oeste e Sudeste . Uso de irrigação e produtividade média de 1200 kg/ha. Cultivares Um dos principais problemas dos melhoristas de feijão é fazer com que suas linhagens sejam efetivamente utiizadas pelos agricultores. Carioca - Grão tipo carioca; hábito de crescimento indeterminado - III; prostrado; ciclo normal; resistente ao mosaico-comum. Seleção em lavoura de produtor em São Paulo; origem: IAC. Rico 1735 – Grão preto; peso médio de 100 sementes 19-20g; hábito de crescimento indeterminado - III; porte prostrado; resistente ao mosaico. Meia-Noite - Grão preto; porte ereto. Linhagem 2248; origem: EPAMIG Jalo Precoce – Grão de cor amarela; hábito de crescimento indeterminado – II; porte semi-ereto; cor da flor rósea; Linhagem PR 923450 ou Goiano precoce SHI; resistente ao crestamento bacteriano e mancha angular; susceptível à antracnose, mosaico comum e mosaico dourado. Grupo comercial manteigão tipo jalo. BRS Embaixador - Apresenta ciclo precoce (75 a 85 dias) e boa resistência ao acamamento. É caracterizada pelo grão vermelho escuro, tipo Dark Red Kidney. Doenças Entre os principais patógenos causadores de doenças no feijoeiro, apenas o fungo Uromyces appendiculatus (agente causador da ferrugem) e o vírus do mosaico-dourado não são transmissíveis pela semente. A disseminação de patógenos, tanto dentro da lavoura como de uma lavoura para outra, pode ocorrer pela ação dos seguintes agentes: Vento, água de chuva ou irrigação, insetos, animais e homem. Sementes fiscalizadas ou certificadas, o controle atual é relativamente rígido, mas não há 100% de garantia de ela Antracnose, Colletotrichum lindemuthianum. Mancha angular, Phaeoisariopsis griseola. Crestamento bacteriano, Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli. Ferrugem, Uromyces appendiculatus. DOENÇAS DO FEIJÃO Mofo branco, Sclerotinia sclerotiorum. Podridão radicular de Rhizoctonia solani Podridão cinzenta da haste Macrophomina phaseolina. Podridão radicular seca, Fusarium solani f. sp.phaseoli. Colheita Deve ser efetuada em período seco, em estágio nunca posterior àquele recomendado como adequado de seca das plantas no campo. Após a colheita manual Colheita mecanizada diretamente com automotriz, dispensando-se as operações de arranquio e enleiramento, a umidade deve estar em torno de 16 e 25%, ajustando-se o cilindro para rotações em torno de 200 a 250 rpm respectivamente. A secagem dos grãos destinados ao armazenamento é de fundamental importância para o beneficiamento e a conservação do produto