Buscar

Direito AdministrativoAula 08

Prévia do material em texto

AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
1 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
Olá, concurseiros! Vamos à nossa aula 08 para Auditor Fiscal e 
Analista Tributário da Receita Federal e Auditor Fiscal do Trabalho. Hoje 
falaremos sobre serviços públicos. 
1. Introdução 
O conceito de serviço público pode ser formulado sob diferentes 
critérios. Segundo o critério subjetivo ou orgânico, serviço público é 
toda atividade realizada pelo Estado ou seus delegados (como os 
concessionários de serviços públicos). Sob a ótica material, é toda 
atividade destinada à satisfação das necessidades coletivas de uma 
sociedade. Por fim, segundo o critério formal, serviço público é a 
atividade desenvolvida sob regime de direito público, conforme o 
estabelecido em lei. 
É preciso lembrar que o serviço público deve ser visto, antes de 
tudo, como uma das espécies de atividade administrativa, ao lado da 
polícia administrativa, do fomento, da intervenção (atividades-fim 
administrativas) e das atividades-meio da Administração Pública 
(gestão do pessoal e do patrimônio públicos). Assim, apenas os serviços 
abrangidos pela função administrativa do Estado são objeto do Direito 
Administrativo. Isso deixa de fora a legislação, objeto do Direito 
Constitucional, e a jurisdição, tema do Direito Processua 
Segundo o art. 175 da CF/88, incumbe ao Poder Público, na 
forma da lei, a prestação de serviços públicos. Conforme o dispositivo, 
essa prestação pode se dar diretamente, por meio dos órgãos da 
Administração Direta ou das entidades da Administração Indireta, ou 
indiretamente, por particulares que recebem o serviço por delegação, 
sob regime de concessão ou permissão, neste caso sempre através 
de licitação. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
2 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
Portanto, cabe à lei definir o que é e o que não é serviço público 
em nosso país. Uma atividade de caráter econômico (que produz lucro) 
pode ser deixada livre à iniciativa privada (ex.: agricultura, indústria, 
construção civil e outras) ou ser reservada ao Estado (ex.: telefonia fixa 
e celular, energia elétrica, manutenção de estradas etc.). Assim, é a lei 
que determina se uma atividade é atividade econômica (livre à iniciativa 
privada) ou serviço público (privativo do Estado), razão pela qual 
impera em nosso país o conceito formal de serviço público. 
O ideal é que a lei defina como serviço público apenas atividades 
que materialmente também o sejam, porém isso nem sempre 
acontece. Por exemplo, no Brasil, as loterias oficiais são consideradas 
serviço público por expressa previsão legal, embora materialmente (em 
sua essência) não o sejam, pois não se destinam a satisfazer as 
necessidades coletivas da população (no máximo, satisfazem as 
necessidades do ganhador, não é?). 
Segundo o par. único do art. 175 da CF/88, a lei disporá sobre: 
- o regime das empresas concessionárias e permissionárias de 
serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua 
prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e 
rescisão da concessão ou permissão; 
- os direitos dos usuários; 
- política tarifária; 
- a obrigação de manter serviço adequado. 
Veremos à frente que o art. 175 da Carta Magna foi 
regulamentado pela Lei 8.987/1995. 
2. Competência para a Prestação de Serviços Públicos 
A Constituição diz que incumbe ao Poder Público a prestação de 
serviços públicos, mas é preciso definir a que esfera de poder o serviço 
será atribuído, ou seja, saber se determinada atividade é de 
competência federal, estadual ou municipa É a própria CF/88 que 
faz isso, nos seus artigos 21 a 24. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
3 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
O critério de repartição de competências adotado pela 
Constituição é o da predominância do interesse, segundo o qual à 
União cabem as matérias de interesse geral, nacional, aos Estados, as 
de interesse regional e aos Municípios, os temas de interesse loca 
O artigo 21 da Carta Magna, por exemplo, dispõe que compete à 
União (competência exclusiva desse ente), entre outras atribuições: 
manter o serviço postal e o correio aéreo nacional (inc. X); explorar, 
diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: os 
serviços de telecomunicações (inc. XI); os serviços de radiodifusão 
sonora, e de sons e imagens (inc. XII, a); os serviços e instalações de 
energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água (inc. 
XII, b); a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura 
aeroportuária (inc. XII, c); os serviços de transporte ferroviário e 
aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que 
transponham os limites de Estado ou Território (inc. XII, d); os serviços 
de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros 
(inc. XII, e); os portos marítimos, fluviais e lacustres (inc. XII, f); e 
organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, 
geologia e cartografia de âmbito nacional (inc. XV). 
O art. 30 da CF/88 dispõe que compete aos Municípios, entre 
outros serviços: organizar e prestar, diretamente ou sob regime de 
concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído 
o de transporte coletivo (urbano), que tem caráter essencial (inc. V); 
manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, 
programas de educação infantil e de ensino fundamental (inc. VI); 
prestar, também com a cooperação técnica e financeira da União e do 
Estado, serviços de atendimento à saúde da população (inc. VII); 
promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante 
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo 
urbano (inc. VIII); e promover a proteção do patrimônio histórico-
cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e 
estadual (inc. IX). 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
4 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
Já o art. 25, § 1.º, da Lei Maior estabelece que são reservadas 
aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas pela 
Constituição (competência remanescente dos Estados). Todavia, o § 
2.º desse artigo prevê como competência dos Estados explorar 
diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás 
canalizado. 
Por fim, o art. 23 da CF/88 prevê como competências comuns
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, por 
exemplo: cuidar da saúde e assistência pública e da proteção e garantia 
das pessoas portadoras de deficiência (inc. II); proteger os 
documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e 
cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios 
arqueológicos (inc. III); proporcionar os meios de acesso à cultura, à 
educação e à ciência (inc. V); proteger o meio ambiente e combater a 
poluição em qualquer de suas formas (inc. VI); preservar as florestas, a 
fauna e a flora (inc. VII); e promover programas de construção de 
moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento 
básico (inc. IX). 
Veja que a CF/88 enumera (competência enumerada) as 
competências materiais exclusivas da União e as competências comuns 
da União, dos Estados e do Distrito Federal e apenas indica 
(competência indicada) as competências dos Municípios (por 
exemplo, não especifica com precisão quais seriam os serviços de 
interesse local, salvo o de transporte coletivo urbano). Além disso, a 
Carta Magna reserva aos Estados as competências que não lhe sejam 
por ela vedadas (competência reservada, remanescente ou 
residual). Ou seja, se determinada atividadenão é expressamente 
atribuída à União ou aos Municípios, ela será de competência estadua 
A exceção fica por conta do serviço local de gás canalizado, que é 
atribuído expressamente aos Estados. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
5 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
Um exemplo de competência residual dos Estados é a prestação 
do serviço de transporte rodoviário intermunicipal (entre Municípios) 
de passageiros. O transporte rodoviário interestadual e internacional
de passageiros é de competência da União (art. 21, XII, e, CF/88); o 
transporte intramunicipal (dentro da municipalidade), de competência 
do município (art. 30, V). Quem prestará o transporte de passageiros 
intermunicipal? Resposta: os Estados. 
Vale anotar ainda que a Lei Maior atribui ao Distrito Federal (DF) 
as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios (art. 
32, § 1.º). Segundo entendimento predominante, essa regra alcança 
também as competências materiais (administrativas). Por exemplo, 
compete ao DF tanto a prestação do serviço transporte coletivo urbano 
(competência municipal) como a do serviço local de gás canalizado 
(competência estadual). 
3. Classificação dos Serviços Públicos 
Os serviços públicos podem ser classificados de acordo com 
diferentes critérios. Vejamos os mais citados pela doutrina (e, portanto, 
os mais cobrados nas provas). 
Quanto à essencialidade, os serviços podem ser públicos
(propriamente ditos) ou de utilidade pública. Os primeiros são 
aqueles essenciais à própria sobrevivência dos membros da sociedade, 
considerados de suprema importância e que, por isso, devem ser 
garantidos pelo Estado, ainda que não haja interesse da iniciativa 
privada em prestá-los. São exemplos os serviços de saúde, água e 
esgoto, energia elétrica e outros. Os segundos são os serviços que, 
embora não sejam essenciais, são úteis, convenientes à sociedade, 
proporcionando maior bem-estar ao cidadão, como os de telefonia 
celular e gás encanado. 
Destaque-se que a essencialidade de determinado serviço pode 
variar conforme a época em que se analisa a atividade (e até conforme 
a opinião de cada doutrinador). Por exemplo, há 50 anos, o serviço de 
energia elétrica poderia não ser considerado essencia Hoje, não há 
mais como negar a sua essencialidade para a sociedade em gera 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
6 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
Quanto à adequação, os serviços públicos podem ser próprios e 
impróprios. Os primeiros são os que o Estado assume (por meio de 
previsão constitucional ou legal) como de sua competência privativa 
(não obstante possa delegá-los a particulares), a exemplo dos serviços 
de energia elétrica, telecomunicações, portos, transporte de passageiros 
etc. Os segundos, aqueles que não são assumidos nem executados pelo 
Estado, mas apenas por ele autorizados, regulamentados e fiscalizados. 
Na verdade, os serviços impróprios (denominados também por 
alguns autores de serviços públicos autorizados), são atividades 
privadas, não serviços públicos (já que a lei não os define como 
incumbência do Estado), mas recebem essa denominação por 
atenderem a necessidades de interesse coletivo. São exemplos os 
serviços de táxi, despachante e segurança particular. 
Quanto aos destinatários, os serviços públicos podem ser gerais 
(uti universi) ou individuais (uti singuli). Os primeiros são prestados a 
usuários indeterminados, atendendo à coletividade como um todo, 
como os serviços de segurança e iluminação públicas. São serviços 
indivisíveis, não mensuráveis na sua utilização por parte de cada 
indivíduo. São mantidos por impostos, e não por taxa ou tarifa, formas 
de remuneração utilizadas para os serviços divisíveis. Já os serviços 
individuais são os que possuem usuários determinados e utilização 
individualizada e mensurável por cada destinatário, como telefone, água 
e energia domiciliar. São remunerados por taxa, quando forem de 
utilização obrigatória (ex.: segurança contra incêndio), ou por tarifa, 
quando sua utilização for facultativa (ex.: telefone, luz, TV a cabo). 
Quanto à finalidade (ou ao objeto), os serviços públicos são 
classificados em administrativos, comerciais (ou industriais) e 
sociais. Os primeiros são os que a Administração executa para atender 
a suas necessidades internas ou preparar outros serviços que serão 
prestados ao público, tais como os da imprensa oficial, das estações 
experimentais e outros de cunho interno. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
7 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
Serviços comerciais ou industriais são aqueles que a 
Administração Pública executa para atender às necessidades coletivas 
de ordem econômica, como água, esgoto, energia elétrica, telefonia etc. 
São atividades que, embora tenham natureza econômica, foram 
definidas pelo ordenamento jurídico como serviços públicos, de 
competência do Estado. 
Serviços públicos sociais são os que atendem às necessidades 
coletivas de caráter social, em que a atuação do Estado é fundamenta 
Normalmente, tais atividades convivem com a iniciativa privada, tal 
como os serviços de saúde, educação, previdência social, cultura e meio 
ambiente. 
Quanto à exclusividade, os serviços públicos podem ser 
exclusivos ou não exclusivos do Estado. Os primeiros são de 
competência privativa do Poder Público e só podem ser prestados 
por particulares se regularmente delegados pela Administração. São 
exemplos os serviços de telecomunicações, radiodifusão, energia 
elétrica e transportes. Os segundos são livres à iniciativa privada, 
mediante simples autorização do Poder Público, como a saúde, a 
educação e a previdência social privada. 
Vale notar que os serviços não exclusivos, quando prestados pelo 
próprio Estado, são considerados serviços públicos próprios. Por 
outro lado, quando prestados por particulares, podem ser vistos como 
serviços impróprios, já que, neste caso, ficam sujeitos a autorização 
e controle do Estado, com base em seu poder de polícia. 
4. Princípios dos Serviços Públicos 
Além dos princípios administrativos em geral, outros princípios 
específicos regem a prestação de serviços públicos. Eles estão definidos 
no art. 6.º da Lei 8.987/1995 (Lei Geral de Concessões e Permissões de 
Serviços Públicos), que dispõe que serviço público adequado é o que 
satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, 
segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e 
modicidade das tarifas. Essas condições representam os princípios 
dos serviços públicos. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
8 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
A regularidade consiste na prestação do serviço sempre com o 
mesmo padrão de qualidade. O serviço não deve ora ser de boa 
qualidade, ora de péssimo níve O padrão da atividade deve ser sempre 
o mesmo e suficiente para atender adequadamente aos usuários. 
A continuidade (ou permanência) significa a prestação 
ininterrupta do serviço. É um requisito tempora Não deve haver 
interrupções da prestação do serviço ao longo dos dias, semanas, 
meses etc. Por exemplo, a falta de luz constante em determinado 
bairro, com a energia indo e voltando, ofende esse princípio. Destaque-
se, porém, que a lei estabelece que não caracteriza descontinuidade do 
serviço a sua interrupção em situação de emergência, nem, após 
prévio aviso, por razões de ordem técnica ou de segurança das 
instalações ou por inadimplemento do usuário 
Mas, neste último caso (inadimplência), atenção: deve ser 
considerado o interesse da coletividade. Por exemplo, já entendeuo 
Superior Tribunal de Justiça (STJ) que o corte de energia da iluminação 
pública, por inadimplência do Município fere a continuidade, pois, neste 
caso, o interesse da coletividade deve prevalecer. A prestadora deverá 
continuar a fornecer a energia e cobrar a dívida judicialmente. Imagine 
ainda um hospital que tivesse a força cortada por falta de pagamento? 
Os pacientes que respiram por equipamentos simplesmente morreriam! 
Neste caso, também prevalece o interesse da coletividade. 
A eficiência é a execução do serviço com a melhor relação entre 
custo e benefício, de maneira que não se corra o risco de interrupção do 
serviço por sua má gestão. O Estado deve garantir a boa gestão da 
atividade, para evitar desequilíbrios financeiros que possam causar 
interrupção ou má prestação do serviço. 
A segurança exige que o serviço seja prestado sem riscos para 
os usuários. Os administrados devem poder utilizar o serviço sem 
colocarem em risco sua saúde ou integridade física. A instalação de 
equipamentos de segurança em veículos públicos, por exemplo, atende 
a esse princípio. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
9 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do 
equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a 
melhoria e a expansão do serviço. Compreende, assim, o constante 
esforço em busca da atualização tecnológica dos equipamentos e 
técnicas empregadas, bem como o treinamento do pessoal envolvido. 
A generalidade é a imposição de serviço igual para todos, sem 
distinção entre os usuários. Os serviços públicos devem estar 
disponíveis para a população em geral, e não apenas para um 
determinado segmento privilegiado. 
A cortesia na prestação do serviço traduz-se no bom tratamento 
do público atendido pelo serviço. É fundamental conscientizar o pessoal 
envolvido na realização da atividade para a importância de bem atender 
o cidadão cliente. Trata-se de importante princípio, nem sempre 
lembrado pelas prestadoras. 
Finalmente, a modicidade pressupõe tarifas em patamares 
razoáveis para os administrados, de modo que todos possam ter acesso 
ao serviço, evitando, assim, ferir o princípio da generalidade. Quanto 
mais essencial for um serviço público, mais módica deve ser a sua 
tarifa, podendo, inclusive, a prestação chegar a ser gratuita. 
5. Titularidade do Serviço: Outorga e Delegação 
Como visto, os serviços públicos podem ser prestados 
diretamente pelo Poder Público, seja pelos órgãos da Administração 
direta (ex.: serviço de educação prestado por escolas públicas que 
sejam órgãos da Secretaria de Educação de um Município), seja pelas 
entidades da Administração indireta (ex.: serviço de correios prestado 
pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT). Podem 
também ser prestados indiretamente, por particulares (ex.: serviço de 
telefonia celular prestado por empresas concessionárias, como TIM, 
Claro, Oi etc.). 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
10 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
Note que os serviços prestados por entidades da Administração 
indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e 
sociedades de economia mista) e os prestados por empresas 
particulares têm em comum o fato de serem realizados por pessoa 
jurídica distinta do Estado (ente federativo). Temos, portanto, nesses 
casos, prestação descentralizada do serviço, conforme a figura 
abaixo. 
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS 
Prestação 
direta 
Prestação centralizada
Órgãos da Administração 
direta 
Prestação 
direta 
Prestação 
descentralizada 
Entidades da Administração 
indireta 
Prestação 
indireta 
Prestação 
descentralizada 
Empresas privadas 
A prestação descentralizada feita por entidades da Administração 
indireta é chamada de outorga. Essa forma de descentralização 
depende de lei, razão pela qual é chamada também de delegação 
lega Segundo o art. 37, XIX, da CF/88, é necessária uma lei 
específica que crie ou autorize a criação da entidade administrativa: 
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e 
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de 
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, 
neste último caso, definir as áreas de sua atuação; 
Já a prestação descentralizada feita por empresas privadas é 
denominada de delegação. Neste caso, a Constituição exige que seja 
realizada prévia licitação para escolher a empresa que prestará o 
serviço, a qual celebrará um contrato administrativo (negócio jurídico) 
com o Poder Público. Por esse motivo, essa forma de descentralização é 
conhecida também como delegação negocial ou contratua Dessa 
maneira temos: 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
11 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
PRESTAÇÃO DESCENTRALIZADA DE SERVIÇOS PÚBLICOS 
Prestação direta 
Entidades da 
Administração 
indireta 
Outorga 
(delegação legal) 
Prestação indireta Empresas privadas 
Delegação 
(delegação negocial) 
Além disso, na outorga, o serviço é atribuído por lei à entidade 
da Administração indireta. Desse modo, não só a execução, mas a 
própria titularidade do serviço é transferida à entidade 
administrativa. Já na delegação, o serviço é prestado pela empresa 
privada por força de contrato, mas a lei (ou a própria CF/88) continua 
prevendo o serviço como de titularidade da entidade federativa. 
Apenas a execução da atividade fica a cargo da concessionária ou 
permissionária de serviço público. 
Em razão disso, entende-se que, em caso de acidente na 
prestação de serviço público por um particular (delegação negocial), o 
usuário pode se voltar contra o próprio Estado, caso a empresa não 
tenha força financeira para indenizar a vítima. Isso porque o Poder 
Público, como titular do serviço, tem responsabilidade subsidiária
pela adequada prestação do serviço. Isso não acontece na outorga, em 
que o Estado delega não só a execução, mas a própria titularidade do 
serviço à entidade administrativa. 
Vale destacar, finalmente, que a concessão ou permissão de 
serviço público pode ser feita tanto a um particular, como a uma 
empresa estatal de outra esfera de governo (por exemplo, a União 
concede serviço de energia elétrica a concessionária estadual). Em 
qualquer caso, a concessão deve ser feita por contrato, após regular 
procedimento de licitação. Desse modo, embora o concessionário 
possa ser uma entidade da Administração indireta, a delegação, neste 
caso, será do tipo negocia 
6. Concessão e Permissão de Serviço Público 
6.1. Conceitos Iniciais 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
12 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
A delegação contratual (ou simplesmente delegação) de serviços 
públicos, feita a particulares, pode ocorrer sob a forma de concessão
ou de permissão de serviço público. Ambas são feitas por contrato 
administrativo, após prévia seleção do particular por licitação, 
conforme exige o art. 175 da Constituição. 
Neste caso, o particular tem interesse nos lucros que pode auferir 
pela exploração do serviço, por meio da cobrança da tarifa do usuário 
(ex.: a conta de luz ou de telefone que pagamos todos os meses, o 
pedágio nas estradas, a assinatura da TV a cabo). Por sua vez, o Estado 
se desonera da prestação da atividade, ao mesmo tempo em que 
fiscaliza a execução do serviço, para garantir a sua qualidade para o 
usuário. Veja assim que o Estado não arcará com os custos da 
prestação do serviço, que serão bancados pelo próprio usuário, por 
meio do pagamento de tarifa diretamente à empresa concessionáriaou 
permissionária. 
O diploma que trata do assunto é a Lei 8.987/1995, já citada 
anteriormente. Vejamos as definições legais dos institutos (art. 2.º da 
Lei), para, a seguir, apontar as diferenças entre eles: 
Art. 2.º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se: 
I – poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o 
Município, em cuja competência se encontre o serviço público, 
precedido ou não da execução de obra pública, objeto de 
concessão ou permissão; 
II – concessão de serviço público: a delegação de sua 
prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na 
modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de 
empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por 
sua conta e risco e por prazo determinado; 
III – concessão de serviço público precedida da execução 
de obra pública: a construção, total ou parcial, conservação, 
reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de 
interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante 
licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou 
consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua 
realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da 
concessionária seja remunerado e amortizado mediante a 
exploração do serviço ou da obra por prazo determinado; 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
13 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
IV – permissão de serviço público: a delegação, a título 
precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, 
feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que 
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e 
risco. 
Nota-se, assim, que poder concedente é a entidade 
federativa titular do serviço público, conforme o disposto na Carta 
Magna ou nas leis. A concessão de serviço público é o contrato 
administrativo que transfere a execução do serviço a pessoa jurídica 
ou consórcio de empresas, após prévia licitação na modalidade 
concorrência. O serviço deve ser prestado por conta e risco da 
concessionária, por prazo determinado. Veja que existem dois tipos 
de concessão de serviço público: a concessão pura e simples e a 
concessão precedida de obra pública (esta também chamada de 
concessão de obra pública). Nesta, antes de explorar a atividade, a 
concessionária deve realizar uma obra, para assegurar a adequada 
prestação do serviço (ex.: obra de recuperação de rodovia, antes de 
explorar o serviço público de manutenção da estrada, por meio da 
cobrança do pedágio). 
E a permissão de serviço público? É o contrato administrativo 
que transfere a execução do serviço a pessoa física ou jurídica, após 
prévia licitação (sem especificação da modalidade). O serviço também 
deve ser prestado por conta e risco da permissionária. 
Pergunta-se: a permissão pode ser celebrada por tempo 
indeterminado, já que nada é dito no art. 2.º, IV? A resposta é 
negativa. O art. 5.º da Lei esclarece que o poder concedente deverá 
publicar, previamente ao edital de licitação, ato justificando a 
conveniência da outorga de concessão ou permissão, caracterizando 
seu objeto, área e prazo. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
14 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
DELEGAÇÃO CONTRATUAL DE SERVIÇOS PÚBLICOS 
CONTRATO DE 
DELEGAÇÃO 
DELEGADO LICITAÇÃO 
CONDIÇÕES 
DE EXECUÇÃO
Concessão de 
serviço público 
Pessoa jurídica 
ou consórcio de 
empresas 
Concorrência 
Por conta e risco 
da 
concessionária e 
por prazo certo 
Concessão de 
serviço público 
precedida de obra 
pública 
(concessão de 
obra pública) 
Permissão de 
serviço público 
Pessoa física ou 
jurídica 
Qualquer 
modalidade 
cabível 
Por conta e risco 
da 
permissionária e 
por prazo certo 
O art. 2.º da Lei 9.074/1995 dispõe que é vedado aos entes 
federativos executarem obras e serviços públicos por meio de 
concessão e permissão de serviço público, sem lei autorizativa, que 
lhes fixe os termos. No entanto, é dispensada tal lei nos casos de 
saneamento básico e limpeza urbana e nos casos já referidos na 
Constituição Federal, nas Constituições Estaduais ou nas Leis Orgânicas 
do Distrito Federal ou Municípios, conforme o caso. 
6.2. Licitação nas Concessões e Permissões 
A licitação para escolha do futuro concessionário ou 
permissionário seguirá, no que couber, as regras da Lei 8.666/1993 (Lei 
Geral de Licitações), conforme o art. 124 dessa Lei. Todavia, no 
julgamento da licitação, será considerado um dos seguintes critérios 
(art. 15 da Lei 8.987/1995): menor tarifa cobrada do usuário; maior 
oferta pela outorga (a lei fala em “outorga”, mas vimos que o termo 
doutrinariamente correto é “delegação”); melhor proposta técnica, 
com preço fixado no edital; maior oferta, após qualificação de 
propostas técnicas; e combinação, dois a dois, dos critérios 
anteriores. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
15 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
A licitação da concessão ou permissão poderá ocorre com a 
inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento. Neste 
caso, encerrada a classificação das propostas ou o oferecimento dos 
lances (se houver), será aberto o invólucro com os documentos de 
habilitação do licitante mais bem classificado, para verificação do 
atendimento das condições fixadas no edita Se sua documentação 
estiver conforme as regras previstas, ele será declarado vencedor. Caso 
seja inabilitado, serão analisados os documentos do próximo licitante, 
na ordem de classificação, e assim sucessivamente, até que um deles 
atenda às condições fixadas no edita Proclamado o resultado final, o 
objeto será adjudicado ao vencedor, nas condições técnicas e 
econômicas por ele ofertadas. 
6.3. Equilíbrio Econômico-Financeiro 
Em relação ao equilíbrio econômico-financeiro, a Lei 8.987/1995 
estabelece que, ressalvados os impostos sobre a renda, a criação, 
alteração ou extinção de quaisquer tributos ou encargos legais, após a 
apresentação da proposta, quando comprovado seu impacto, implicará 
a revisão da tarifa cobrada do usuário, para mais ou para menos, 
conforme o caso. Veja que, aqui, a modificação dos impostos sobre a 
renda não dá ensejo à revisão contratual, ao contrário do que ocorre 
nos contratos administrativos em geral regidos pela Lei 8.666/1993. 
6.4. Intervenção 
A Lei 8.987/1995 prevê a possibilidade de intervenção do poder 
concedente na concessão ou permissão de serviço público, com o fim de 
assegurar a adequação na prestação do serviço e o fiel cumprimento 
das normas contratuais, regulamentares e legais pertinentes. A 
intervenção far-se-á por decreto do poder concedente, que conterá a 
designação do interventor, o prazo da intervenção e os objetivos 
e limites da medida. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
16 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
Declarada a intervenção, o poder concedente deverá, no prazo de 
trinta dias, instaurar procedimento administrativo para comprovar 
as causas determinantes da medida e apurar responsabilidades, 
assegurado o direito de ampla defesa. O procedimento administrativo 
deverá ser concluído no prazo de até 180 dias, sob pena de considerar-
se inválida a intervenção. Além disso, se ficar comprovado que a 
intervenção não observou os pressupostos legais e regulamentares, 
será declarada sua nulidade, devendo o serviço ser imediatamente 
devolvido à concessionária ou permissionária, sem prejuízo de seu 
direito à indenização. 
Cessada a intervenção, se não for extinta a concessão, a 
administração do serviço será devolvida à concessionária, precedida deprestação de contas pelo interventor, que responderá pelos atos 
praticados durante a sua gestão. 
6.5. Extinção das Concessões e Permissões 
O contrato de concessão ou permissão poderá ser extinto pelos 
seguintes motivos: advento do termo contratual (reversão); 
encampação; caducidade; rescisão; anulação; e falência, 
extinção, morte ou incapacidade do titular da concessão ou 
permissão, conforme o caso. 
Extinta a concessão, retornam ao poder concedente todos os bens 
reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao concessionário 
conforme previsto no edital e estabelecido no contrato, havendo, ainda 
a imediata assunção do serviço pelo poder concedente, com a ocupação 
das instalações e a utilização de todos os bens reversíveis, até que seja 
feita nova delegação do serviço. 
A reversão, no advento do termo contratual, ocorrerá com a 
indenização das parcelas dos investimentos vinculados a bens 
reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tenham sido 
realizados pelo concessionário ou permissionário, com o objetivo de 
garantir a continuidade e a atualidade do serviço concedido. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
17 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder 
concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse 
público, mediante lei autorizativa específica e após prévio 
pagamento da indenização, na forma do artigo anterior. 
A caducidade poderá ser declarada, a critério do poder 
concedente, no caso de inexecução total ou parcial do contrato por 
parte do contratado. A declaração deverá ser precedida da verificação 
da inadimplência do contratado em processo administrativo, 
assegurado o direito de ampla defesa. O processo só será instaurado 
após a comunicação prévia à concessionária dos descumprimentos 
contratuais ocorridos, dando-lhe um prazo para corrigir as falhas e 
transgressões apontadas. 
Instaurado o processo administrativo e comprovada a 
inadimplência, a caducidade será declarada por decreto do poder 
concedente, independentemente de indenização prévia, calculada no 
decurso do processo. A indenização será paga descontando-se o valor 
das multas contratuais e dos danos causados pela concessionária. 
Declarada a caducidade, não resultará para o poder concedente 
qualquer espécie de responsabilidade em relação aos encargos, ônus, 
obrigações ou compromissos com terceiros ou com empregados da 
concessionária. 
A rescisão ocorrerá por iniciativa da concessionária, no caso de 
descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, 
mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim. Neste 
caso, tendo em vista o princípio da continuidade, os serviços prestados 
não poderão ser interrompidos ou paralisados pela concessionária, até 
a decisão judicial transitada em julgado. 
7. Autorização de Serviço Público 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
18 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
A Constituição cita, no artigo 21, XI e XII, uma terceira 
modalidade de delegação de serviço público, ao lado da permissão e da 
concessão: a autorização de serviço público. A doutrina a define 
como o ato administrativo (não é contrato) unilateral e discricionário, 
pelo qual o Poder Público delega ao particular a exploração de um 
serviço público, no seu próprio interesse, a título precário. Neste caso, 
não se trata de delegação de serviço público prestado à coletividade, 
mas de prestação de serviço no interesse exclusivo do 
autorizatário. Por exemplo, a autorização de exploração de serviço de 
telecomunicação, com uso de frequência de rádio, entre os caminhões 
de uma transportadora do autorizatário. 
Pode-se falar em serviços autorizados, ainda, quando o Poder 
Público, por autorização, consente na execução do serviço público por 
particular, para atender a situações transitórias de emergência. Por 
fim, é possível a autorização quando se tratar de serviços públicos 
impróprios, isto é, de atividades que não são verdadeiramente 
serviços públicos, por não serem de incumbência do Estado, mas, por 
serem de interesse público, devem ser por este autorizadas e 
fiscalizadas. São exemplos os serviços de táxi, despachante e vigilância 
particular de estabelecimentos. 
Fora dos casos acima, a delegação deve ser feita mediante 
permissão ou concessão, para não fraudar o princípio constitucional de 
obrigatoriedade de licitação (art. 175 da CF/88). Vale dizer ainda que 
os serviços autorizados, por sua precariedade, são sujeitos a 
modificação ou supressão sumária do Poder Público, em caso de 
situações irregulares, dadas a discricionariedade e a precariedade
da autorização. 
8. O Usuário dos Serviços Públicos 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
19 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
Os direitos do usuário do serviço público são hoje 
amplamente reconhecidos na sociedade. O cidadão, legítimo 
destinatário do serviço, tem o poder de exigir judicialmente a adequada 
prestação do serviço, ou a indenização por prejuízos decorrentes de sua 
má prestação, caso o Estado ou seus delegados não realizem a 
atividade da maneira prevista. No caso de concessionária ou 
permissionária, a empresa fica sujeita não só às fiscalizações e 
exigências do poder concedente, mas às do próprio usuário, que deve 
ser visto como cliente do serviço público. 
O art. 7.º da Lei 8.987/1995 expressamente se refere à Lei 
8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor – CDC), como 
diploma aplicável à prestação do serviço público. Dispõe a Lei 
8.987/1995 que são direitos do usuário: receber serviço adequado; 
receber do poder concedente e da concessionária informações para a 
defesa de interesses individuais ou coletivos; e obter e utilizar o serviço, 
com liberdade de escolha entre vários prestadores de serviços, quando 
for o caso, observadas as normas do poder concedente. 
Já o CDC reza que a Política Nacional das Relações de Consumo 
tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o 
respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus 
interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como 
a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos, entre 
outros, o princípio da racionalização e melhoria dos serviços 
públicos (art. 4.º, VII), prevendo ainda como direito básico do 
consumidor a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos 
em geral (art. 6.º, X). 
Além disso, o art. 22 do CDC estabelece que os órgãos públicos, 
por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob 
qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer 
serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos 
essenciais, contínuos. Havendo descumprimento, total ou parcial, 
dessas obrigações, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e 
a reparar os danos causados, na forma prevista no Código 
Consumerista. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
20 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
Em caso de danos ao usuário, a responsabilidade civil da 
prestadora de serviço público, seja pública ou privada, é objetiva, nos 
termos do art. 37, § 6.º, da Constituição. Em outras palavras, a 
responsabilidade do Estado ou da empresa independe da comprovação 
de dolo ou culpa, que serão verificados apenas para efeito de regresso 
da prestadora contra o agente público responsável pela ocorrência do 
dano. Esta é mais uma garantia conferida ao usuário do serviço, que 
não precisa provar em juízo o dolo ou a culpa da pessoa causadora do 
prejuízo que sofreu, para obter sua indenização. 
O STF entendehoje (RE 591.874/MS) que a responsabilidade civil 
das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é 
objetiva relativamente a terceiros usuários e não usuários do 
serviço. Havendo o nexo de causalidade entre o ato administrativo e o 
dano causado a terceiro, usuário ou não, há que se estabelecer a 
responsabilidade objetiva da pessoa jurídica de direito privado. Tal 
posição da Corte Suprema, adotada em 2009, reformou seu antigo 
entendimento de que os particulares prestadores de serviço público 
respondiam objetivamente apenas perante os usuários e 
subjetivamente em relação aos não usuários. 
9. Parcerias Público-Privadas 
A Lei 11.079/2004 institui normas gerais para licitação e 
contratação de parceria público-privada (PPP) no âmbito da 
Administração Pública. Trata-se de uma nova modalidade de 
concessão de serviço público, instituída para atrair a iniciativa 
privada para a prestação de serviços públicos que, sob a forma de 
concessão comum, não atrairiam o interesse das empresas, seja por 
serem de pouca viabilidade econômica, seja por possuírem longo prazo 
de retorno. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
21 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
O artigo 2.º da Lei define a PPP como o contrato administrativo de 
concessão, na modalidade patrocinada ou administrativa. Concessão 
patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas 
de que trata a Lei 8.987/95, quando envolver, adicionalmente à tarifa 
cobrada dos usuários, contraprestação pecuniária do parceiro público ao 
parceiro privado. Já concessão administrativa é o contrato de 
prestação de serviços de que a Administração Pública seja a usuária 
direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento 
e instalação de bens. O § 3.º do artigo 2.º esclarece ainda que não 
constitui PPP a concessão comum, assim entendida a concessão de 
serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei 8.987/95, 
quando não envolver contraprestação pecuniária do parceiro público ao 
parceiro privado. 
Assim, atualmente, há três tipos de concessão de serviços 
públicos: a concessão comum, a concessão patrocinada e a 
concessão administrativa, sendo essas duas últimas espécies do 
gênero PPP. 
Perceba que, mesmo na concessão administrativa, há 
contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado, pois 
este é remunerado pela tarifa paga pela Administração, que é a usuária 
do serviço. 
O Poder Público optou por instituir a PPP, principalmente na 
modalidade patrocinada, no intuito de que o serviço fosse efetivamente 
prestado à população, julgando ser menos dispendioso para o Estado 
efetuar a contraprestação pecuniária ao parceiro privado do que prestar 
o serviço diretamente ou, o que seria pior, não prestar o serviço, o que 
acarretaria também um alto custo socia 
A prévia licitação para os contratos de PPP deve ocorrer na 
modalidade concorrência, conforme previsto no artigo 10 da Lei 
11.079/04. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
22 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
Segundo o artigo 5.º, I, da Lei, o prazo de vigência da PPP não 
será inferior a 5 anos, nem superior a 35 anos, incluindo eventual 
prorrogação. Já o artigo 2.º, § 4.º, reza que são vedados contratos de 
PPP cujo valor seja inferior a vinte milhões de reais ou que tenham 
como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o 
fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de 
obra pública. 
O art. 6.º dispõe que a contraprestação da Administração 
Pública nos contratos de PPP poderá ser feita por: ordem bancária; 
cessão de créditos não tributários; outorga de direitos em face 
da Administração Pública; outorga de direitos sobre bens 
públicos dominicais; ou outros meios admitidos em lei. O par. 
único desse artigo reza que o contrato de PPP poderá prever o 
pagamento ao parceiro privado de remuneração variável vinculada ao 
seu desempenho, conforme metas e padrões de qualidade e 
disponibilidade definidos no contrato. Com isso, a lei visa garantir que o 
serviço seja prestado de forma adequada, segundo padrões 
preestabelecidos, necessários ao efetivo atendimento das necessidades 
dos usuários. 
Nos termos do art. 7.º, a contraprestação da Administração 
Pública será obrigatoriamente precedida da disponibilização do 
serviço objeto do contrato de PPP, sendo facultado à Administração, 
nos termos do ajuste, efetuar o pagamento da contraprestação 
relativamente apenas à parcela fruível (disponível) do serviço para o 
usuário. 
O pagamento da contraprestação pecuniária do parceiro privado 
deve atender às regras da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). 
Além disso, as concessões patrocinadas em que mais de 70% da 
remuneração do parceiro privado for paga pela Administração Pública 
dependerão de autorização legislativa específica (art. 10, § 3.º). 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
23 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
O artigo 9.º da Lei prevê que, antes da celebração do contrato, 
deverá ser constituída sociedade de propósito específico, incumbida 
de implantar e gerir o objeto da parceria. A sociedade poderá assumir a 
forma de companhia aberta, com valores mobiliários admitidos a 
negociação no mercado, e deverá obedecer a padrões de governança 
corporativa e adotar contabilidade e demonstrações financeiras 
padronizadas, conforme regulamento. Diz o dispositivo também que é 
vedado à Administração Pública ser titular da maioria do capital votante 
da sociedade de propósito específico, salvo a aquisição da maioria do 
seu capital votante por instituição financeira controlada pelo Poder 
Público em caso de inadimplemento de contratos de financiamento. 
Muito bem! Vista a teoria, vamos agora aos exercícios 
comentados da nossa gloriosa Esaf! Tentem resolver a lista seca, ao 
final, antes de lerem os comentários! 
10. Exercícios 
1) (Esaf/Receita Federal/AFRFB/2009) “Incumbe ao Poder Público, na 
forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, 
sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos”. 
Esta é a previsão do caput do art. 175 da Constituição Federa Sobre os 
serviços públicos, no ordenamento jurídico brasileiro, analise as 
assertivas abaixo e assinale a opção correspondente. 
( ) Sob o critério formal, serviço público é aquele disciplinado por 
regime de direito público. 
( ) Segundo o critério material, serviço público é aquele que tem por 
objeto a satisfação de necessidades coletivas. 
( ) O critério orgânico ou subjetivo classifica o serviço como público pela 
pessoa responsável por sua prestação, qual seja, o Estado. 
( ) A concessão e a permissão transferem a titularidade de um serviço 
público a quem aceitar prestá-lo, mediante licitação. 
( ) Enquanto a permissão de serviço público, diante de sua 
precariedade, ocorre necessariamente por prazo determinado, a 
concessão pode ocorrer por prazo indeterminado. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
24 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
a) V, F, V, F, F 
b) F, V, F, F, V 
c) F, F, V, V, F 
d) V, V, V, F, V 
e) V, V, V, F, F 
1.ª assertiva: verdadeira, pois o critério formal considera uma 
atividade como serviço público quando ela é submetida, por lei, ao 
regime jurídico de direito público. 
2.ª assertiva: correta, pois, pelo critério material, uma atividade é 
serviço público em razão da sua natureza de satisfazer as necessidades 
coletivas. 
3.ª assertiva: certa, porque o critério orgânico ou subjetivo considera 
o órgão ou o sujeito que presta o serviço para considerá-lo público, 
quando a atividadefor prestada pelo Estado ou por seus delegados. 
4.ª assertiva: errada, pois a concessão e a permissão transferem 
apenas a execução do serviço, ficando a titularidade com o Estado. 
5.ª assertiva: falsa, pois a concessão também deve ocorrer por prazo 
determinado, conforme consta do art. 2.º da Lei 8.987/1995. 
Gabarito: letra E. 
2) (Esaf/Sefaz-SP/APO/2009) Acerca dos serviços públicos, assinale a 
opção correta. 
a) Vários são os conceitos encontrados na doutrina para serviços 
públicos, podendo-se destacar como toda atividade material que a lei 
atribui ao Estado para que a exerça diretamente ou por meio de outras 
pessoas (delegados), com o objetivo de satisfazer às necessidades 
coletivas, respeitando-se, em todo caso, o regime jurídico inteiramente 
público. 
b) Pode-se dizer que toda atividade de interesse público é serviço 
público. 
c) A legislação do serviço público tem avançado, apresentando modelos 
mais modernos de prestação, em que se destaca, por exemplo, a 
parceria público-privada, com duas previsões legais: patrocinada ou 
administrativa. 
d) São princípios relacionados ao serviço público: continuidade do 
serviço público, imutabilidade do regime jurídico e o da igualdade dos 
usuários. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
25 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
e) Para que seja encarada a atividade do Estado como serviço público, 
deve-se respeitar a gratuidade quando de sua aquisição pelo usuário. 
Letra A: falsa, pois o regime jurídico do serviço público pode ser apenas 
parcialmente público, como no caso dos serviços prestados por 
concessionárias, pessoas da iniciativa privada que recebem o serviço 
por delegação. 
Letra B: errada, pois há atividades privadas que são consideradas de 
interesse público e, por isso, reguladas pelo Estado, como os serviços 
de táxi, os de despachantes, de segurança particular etc. São chamadas 
de serviços públicos apenas em sentido impróprio. 
Letra C: correta (gabarito), nos termos da Lei 11.079/2004, que criou a 
figura das PPPs em nosso ordenamento, sob duas modalidades: 
concessão patrocinada e concessão administrativa. 
Letra D: incorreta, porque a imutabilidade do regime jurídico não é 
princípio do serviço público. Aliás, admite-se que um serviço antes 
prestado pelo Estado sob regime inteiramente público passe a ser 
prestado sob regime misto, público e privado, por meio de delegação a 
particulares. 
Letra E: falsa, pois não é necessário que o serviço público seja gratuito 
para ser considerado como ta Tanto é que nós, usuários, pagamos 
cotidianamente várias tarifas de serviços públicos, como luz, água, 
telefone, gás etc. 
3) (Esaf/TCU/ACE/2006) De acordo com a Constituição Federal, a 
prestação de serviços públicos dar-se-á diretamente pelo Poder Público 
ou mediante concessão ou permissão. O texto constitucional prevê, 
ainda, lei que regrará esta prestação. 
Assinale, no rol abaixo, o instituto que não está mencionado na norma 
constitucional como diretriz para esta mencionada lei. 
a) Direitos dos usuários. 
b) Política tarifária. 
c) Obrigação de manter serviço adequado. 
d) Condições de caducidade e rescisão da concessão ou permissão. 
e) Critérios de licitação para a escolha dos concessionários ou 
permissionários. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
26 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
Segundo o art. 175, par. único, da CF/88, a lei disporá sobre: 
- o regime das empresas concessionárias e permissionárias de 
serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua 
prorrogação, bem como as condições de caducidade, 
fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; (letra D) 
- os direitos dos usuários; (letra A) 
- política tarifária; (letra B) 
- a obrigação de manter serviço adequado. (letra C) 
Desse modo, o gabarito é a letra E, já que os critérios de licitação para 
a escolha dos concessionários ou permissionários não estão previstos na 
Constituição como diretriz da lei que deve tratar sobre serviços 
públicos. 
4) (Esaf/MTE/AFT/2006) Quanto ao serviço público, assinale a 
afirmativa verdadeira. 
a) Pela Constituição Federal, no Brasil, só é possível a prestação de 
serviços públicos de forma indireta. 
b) A permissão e a autorização para a prestação de serviços públicos 
depende de prévia licitação. 
c) Os serviços públicos, no Brasil, são prestados sob regime jurídico 
especial, distinto do comum, seja exercido pelo Estado ou por empresas 
privadas. 
d) Os serviços públicos, quando prestados pelo Poder Público, só podem 
ser executados por entidades ou órgãos de direito público. 
e) A fórmula do denominado “serviço adequado” não foi positivada pelo 
direito brasileiro. 
Letra A: errada, pois o art. 175 da CF/88 reza que o Poder Público pode 
prestar os serviços públicos diretamente ou sob regime de concessão ou 
permissão (forma indireta), neste caso, sempre através de licitação. 
Letra B: falsa, porque a Constituição exige prévia licitação para a 
realização de concessão ou permissão, não de autorização de serviços 
públicos. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
27 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
Letra C: verdadeira, sendo o gabarito. O regime jurídico da prestação 
dos serviços públicos sempre é público (regime especial), ainda que 
apenas parcialmente. Ou seja, nunca um serviço público será regido 
somente pelo Direito comum (Direito Privado), já que se trata de 
incumbência do Estado, pessoa jurídica de Direito Público. 
Letra D: incorreta, pois o Poder Público pode prestar o serviço público 
diretamente, embora descentralizado, por meio de pessoas jurídicas de 
Direito Privado, as empresas públicas e as sociedades de economia 
mista, que fazem parte da Administração Pública. 
Letra E: errada, pois o conceito de serviço adequado é previsto no art. 
175, par. único, da Carta Magna e foi regulamentado pelo art. 6.º da Lei 
8.987/1995. 
5) (Esaf/MPOG/APO/2008) O serviço público, modernamente, busca 
melhorar e aperfeiçoar o atendimento ao público. Analise os itens a 
seguir: 
I. considera-se concessão de serviço público a delegação de sua 
prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na 
modalidade concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas; 
II. considera-se permissão de serviço público a delegação, a título 
precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita 
pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica ou consórcio de 
empresas; 
III. toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço 
adequado que satisfaça as condições de atualidade compreendendo a 
modernidade das instalações e a sua conservação; 
IV. as concessionárias de serviços públicos de direito privado, nos 
Estados, são obrigadas a oferecer ao usuário, dentro do mês de 
vencimento, o mínimo de seis datas opcionais para escolherem os dias 
de vencimento de seus débitos. 
Assinale a opção correta. 
a) Apenas o item I está correto. 
b) Apenas o item III está correto. 
c) Todos os itens estão corretos. 
d) Apenas o item IV está incorreto. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
28 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
e) Apenas o item II está incorreto. 
Item I: verdadeiro, nos termos do art. 2.º, II, da Lei 8.987/1995. 
Item II: falso, pois não se admite a permissão de serviço público a 
consórcio de empresas, conforme o art. 2.º, IV, da Lei 8.987/1995. 
Item III: correto, segundo o art. 6.º, caput e §§ 1.º e 2.º, da Lei 
8.987/1995. 
Item IV: certo, nos termos do art. 7.º-A da Lei 8.987/1995. 
Gabarito: letra E. 
6) (Esaf/PGDF/Procurador/2007.2) Analise os itens a seguir:I. É essencial, para que se caracterize a concessão de obra pública, o 
fato de a remuneração do concessionário não ser feita pelo poder 
concedente, pois, se assim fosse, ter-se-ia simples contrato de 
empreitada; 
II. Incumbe ao poder público, na forma da lei, indiretamente ou sob 
regime de concessão ou permissão, sempre por meio de licitação, a 
prestação de serviços públicos; 
III. Permissão de serviço público consiste na delegação, a título 
precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita 
pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre 
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco; 
IV. Compete privativamente ao Distrito Federal disciplinar por meio de 
lei complementar os consórcios públicos e os convênios de cooperação 
entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços 
públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, 
serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços 
transferidos; 
V. Considera-se rescisão a retomada do serviço pelo poder concedente 
durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, 
mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da 
indenização, nos termos da Lei n. 8987/95. E 
A quantidade de itens incorretos é igual a: 
a) 3 b) 2 c) 1 d) 4 e) 5 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
29 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
Item I: correto, pois é característica do contrato de concessão de obra 
público (concessão de serviço público precedido de obra pública) a 
remuneração do concessionário diretamente pelo usuário, por meio do 
pagamento de tarifa. O investimento da concessionária será 
remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra, 
conforme consta, aliás, do art. 2.º, III, da Lei 8.987/1995. 
Item II: errado, porque o art. 175 da CF/88 dispõe que incumbe ao 
poder público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de 
concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de 
serviços públicos. 
Item III: correto, nos termos do art. 2.º, IV, da Lei 8.987/1995. 
Item IV: falso, pois o art. 241 da Carta Magna dispõe que não só o 
Distrito Federal, mas todos os entes federativos (União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios) disciplinarão por meio de lei (que não 
precisa ser complementar) os consórcios públicos e os convênios de 
cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada 
de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de 
encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos 
serviços transferidos. 
Item V: errado, pois o conceito refere-se à encampação (art. 37 da Lei 
8.987/1995). Rescisão da concessão, por sua vez, é a extinção do 
contrato por iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento 
das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial 
especialmente intentada para esse fim (art. 39 da Lei). 
Gabarito: letra A. 
7) (Esaf/Susep/Analista Técnico/2010) Conforme a legislação atual, a 
reversão de bens, uma vez extinta uma concessão de serviço público: 
a) não é mais admitida. 
b) é admitida em todas as modalidades de extinção da concessão. 
c) é aceita apenas na hipótese de advento do termo final de vigência do 
contrato respectivo. 
d) é admitida somente nas hipóteses de rescisão. 
e) é aceita apenas na hipótese de ocorrência de encampação. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
30 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
Conforme o § 1.º do art. 35 da Lei 8.987/1995, extinta a concessão, 
retornam ao poder concedente todos os bens reversíveis, direitos e 
privilégios transferidos ao concessionário, conforme previsto no edital e 
estabelecido no contrato. Não há restrição à reversão de bens em 
função da modalidade de extinção do contrato (encampação, rescisão, 
caducidade, anulação etc.). Assim, o gabarito é a letra B. 
8) (Esaf/MTE/AFT/2010) Naquilo que diz respeito à extinção do 
contrato de concessão de serviço público, correlacione as colunas 
abaixo e assinale a opção que contemple a correlação correta. 
(1) Retomada do serviço, por motivo de interesse público. 
(2) Retomada do serviço, por inexecução total ou parcial do contrato 
por parte da concessionária. 
(3) Extinção do contrato, por descumprimento de normas contratuais 
pelo concedente. 
( ) caducidade; 
( ) encampação; 
( ) rescisão. 
a) 3 / 1 / 2 
b) 2 / 3 / 1 
c) 1 / 2 / 3 
d) 2 / 1 / 3 
e) 3 / 2 / 1 
A retomada do serviço concedido por motivo de interesse público 
denomina-se encampação (art. 37 da Lei 8.987/1995). A retomada do 
serviço por inexecução do contrato por parte da concessionária é a 
chamada caducidade (art. 38 da Lei). Já a extinção do contrato por 
descumprimento de normas contratuais pelo concedente é a rescisão 
(art. 39). Gabarito: letra D. 
9) (Esaf/Receita Federal/ATRFB/2009) Em se tratando de permissão e 
concessão da prestação de serviço público, ante o disposto na Lei n. 
8.987/95, marque a opção incorreta. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
31 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
a) Ocorrerá a caducidade da concessão caso a concessionária não 
cumpra as penalidades impostas por infrações, nos devidos prazos. 
b) Caracteriza-se como descontinuidade do serviço a sua interrupção 
em situação de emergência ou após prévio aviso quando por 
inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. 
c) O poder concedente poderá intervir na concessão, com o fim de 
assegurar a adequação na prestação do serviço. 
d) Sempre que forem atendidas as condições do contrato, considera-se 
mantido seu equilíbrio econômico-financeiro. 
e) Extinta a concessão, haverá a imediata assunção do serviço pelo 
poder concedente que ocupará as instalações e utilizará todos os bens 
reversíveis. 
Letra A: verdadeira. Essa hipótese de caducidade está prevista no art. 
38, § 1.º, V, da Lei 8.987/1995. 
Letra B: errada (gabarito), pois, de acordo com o art. 6.º, § 3.º, II, da 
Lei 8.987/1995, não se caracteriza como descontinuidade do serviço a 
sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, 
quando por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da 
coletividade. 
Letra C: certa. A intervenção do poder concedente no contrato de 
concessão está prevista nos artigos 32 a 34 da Lei 8.987/1995. 
Letra D: correta, conforme o art. 10 da Lei 8.987/1995. 
Letra E: verdadeira, nos termos dos §§ 2.º e 3.º do art. 35 da Lei 
8.987/1995. 
10) (Esaf/CGU/AFC/2006) A concessão de serviço público, pela qual o 
Estado delega a terceiros a sua execução e/ou exploração, procedida de 
regulamentação das condições do seu funcionamento, organização e 
modo de prestação, uma vez selecionado o concessionário, ela se ultima 
e formaliza mediante 
a) ato concessivo unilateral vinculado. 
b) ato unilateral discricionário. 
c) ato unilateral precário. 
d) ato discricionário e precário. 
e) contrato bilateral, oneroso, comutativo e realizado intuitu personae. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
32 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
A concessão se formaliza por meio de contrato administrativo (ato 
bilateral, que depende da concordância do contratado – o 
concessionário), e não por mero ato administrativo (ato unilateral). A 
concessão não é precária, pois tem prazo determinado e sua rescisão 
antes do período ajustado gera direito do concessionário a indenização. 
O contrato de concessão é bilateral também por gerar obrigações para 
ambas as partes; é oneroso, pois acarreta vantagens para ambas as 
partes; é comutativo, pois as obrigações ajustadas entre as partessão 
certas e determinadas; e é intuitu personae (de caráter pessoal), 
porque as características da pessoa da concessionária são importantes 
para a sua contratação. Gabarito: letra E. 
11) (Esaf/CGU/AFC/2006) Não integra a natureza legal do instituto da 
permissão de serviço público: 
a) precedida de licitação pública. 
b) formalizada mediante contrato de adesão. 
c) precariedade de seu objeto. 
d) revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente. 
e) objeto limitado à prestação de serviços públicos não complexos. 
O art. 2.º, IV, da Lei 8.987/1995 prevê que a permissão de serviço 
público é a delegação, a título precário, mediante licitação (letra A), da 
prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa 
física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por 
sua conta e risco. Já o art. 40 da Lei reza que a permissão de serviço 
público será formalizada mediante contrato de adesão (letra B), que 
observará os termos dessa Lei, das demais normas pertinentes e do 
edital de licitação, inclusive quanto à precariedade (letra C) e à 
revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente (letra D). 
Não consta da Lei, como característica da permissão, o objeto limitado 
à prestação de serviços públicos não complexos. Assim, o gabarito é a 
letra E. 
12) (Esaf/Receita Federal/AFRF/2005) Na concessão de serviço público, 
considera-se encargo da concessionária 
a) arcar com as indenizações de desapropriações promovidas pelo Poder 
Público de bens necessários à execução do serviço concedido. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
33 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
b) permitir acesso da fiscalização do poder concedente e dos usuários 
aos seus registros contábeis. 
c) captar recursos financeiros, junto ao poder concedente, necessários à 
prestação do serviço. 
d) dar publicidade periódica de seus resultados financeiros aos usuários, 
nos termos contratuais. 
e) constituir servidões administrativas autorizadas pelo poder 
concedente, conforme previsto no edital e no contrato. 
Os encargos da concessionária estão no art. 31 da Lei 8.987/1995. Já 
os do poder concedente são previstos no art. 29. Analisemos as 
alternativas. 
Letra A: errada, pois o art. 29, VIII, prevê que a concessionária terá 
responsabilidade pelas indenizações de desapropriações de bens 
necessários à execução do serviço público apenas quando ela própria 
realizar a desapropriação, por meio de outorga de poderes pelo poder 
concedente. 
Letra B: falsa, pois o art. 31, V, elenca como encargo da concessionária 
permitir o livre acesso a seus registros contábeis apenas aos 
encarregados da fiscalização (não aos usuários). 
Letra C: incorreta. O art. 31, VIII, prevê que incumbe à concessionária 
captar, aplicar e gerir os recursos financeiros necessários à prestação 
do serviço, mas essa captação não é feita junto ao poder concedente, 
que não tem obrigação de financiar o serviço concedido. Pelo contrário, 
o objetivo do Estado é se desonerar dos custos da execução do serviço 
público. 
Letra D: errada, pois não há previsão de tal obrigação como encargo da 
concessionária no art. 31 da Lei 8.987/1995. Não obstante, o art. 23, 
XIV, da Lei prevê como cláusula essencial do contrato de concessão a 
relativa à exigência da publicação de demonstrações financeiras 
periódicas da concessionária. 
Letra E: correta (gabarito), conforme o art. 31, VI, da Lei. 
13) (Esaf/TCE-PR/Auditor/2003) A Lei Federal nº 9.074/95 
expressamente dispensa a necessidade de prévia lei autorizativa para a 
concessão ou permissão, pelo Poder Público a particular, de serviço de: 
a) fornecimento de energia elétrica. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
34 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
b) radiodifusão. 
c) transporte coletivo de passageiros intermunicipa 
d) limpeza urbana. 
e) transporte aéreo de cargas. 
De acordo com o art. 2.º da Lei 9.074/1995, é vedado à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios executarem obras e 
serviços públicos por meio de concessão e permissão de serviço público, 
sem lei que lhes autorize e fixe os termos. No entanto, o dispositivo 
dispensa a lei autorizativa nos casos de saneamento básico e 
limpeza urbana e nos já referidos na Constituição Federal, nas 
Constituições Estaduais e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e 
Municípios, observado, em qualquer caso, os termos da Lei 8.987/1995. 
Gabarito: letra D. 
14) (Esaf/SMF-RJ/Fiscal de Rendas/2010) Sobre a Parceria Público-
Privada (PPP), assinale a opção correta. 
a) São modalidades de PPP a concessão patrocinada e a concessão de 
uso. 
b) É possível que o objeto do contrato de PPP seja atividade regulatória. 
c) A modalidade de licitação para a PPP é a concorrência, não se 
admitindo, portanto, a realização de lances em viva voz no processo 
licitatório. 
d) O prazo de vigência do contrato de PPP pode ser de até quarenta 
anos. 
e) Antes da celebração do contrato de PPP, deverá ser constituída 
sociedade de propósito específico, incumbida de implantar e gerir o 
objeto da parceria. 
Letra A: errada, porque, segundo o art. 2.º da Lei 11.079/2004, 
parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na 
modalidade de concessão patrocinada ou administrativa, e não de 
concessão de uso. 
Letra B: incorreta, pois o art. 4.º, III, da Lei 11.079/2004 dispõe que, 
na contratação de PPP, será observada a diretriz de indelegabilidade
das funções de regulação, jurisdicional, do exercício do poder de 
polícia e de outras atividades exclusivas do Estado. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
35 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
Letra C: falsa. O art. 10 da Lei 11.079/2004 reza que a contratação de 
PPP será precedida de licitação na modalidade de concorrência, mas, 
segundo o art. 12, III, o edital definirá a forma de apresentação das 
propostas econômicas, admitindo-se: propostas escritas em envelopes 
lacrados; ou propostas escritas, seguidas de lances em viva voz. 
Letra D: errada. O art. 5.º, I, da Lei das PPPs estabelece que o prazo de 
vigência do contrato não será inferior a 5 anos, nem superior a 35 anos, 
incluindo eventual prorrogação. 
Letra E: correta (gabarito), nos termos do art. 9.º da Lei 11.079/2004. 
15) (Esaf/PGDF/Procurador/2007.2) A respeito da Lei n. 11.079/04, que 
instituiu normas gerais para licitação e contratação de parceria público-
privada no âmbito da administração pública, assinale a opção correta. 
a) Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, 
apenas na modalidade patrocinada. 
b) A contraprestação da Administração Pública nos Contratos de 
parceria público-privada poderá ser feita somente pelos meios 
admitidos na Lei n. 11.079/04, sendo vedada a criação de novos 
instrumentos. 
c) Na contratação de parceria público-privada serão observadas, entre 
outras, as diretrizes: de indelegabilidade das funções de regulação, 
jurisdicional, exercício do poder de polícia e de outras atividades 
exclusivas do Estado. 
d) A contraprestação da Administração Pública dispensa disponibilização 
precedida do serviço objeto do contrato de parceria público-privada. 
e) As cláusulas contratuais de atualização automática de valores 
baseadas em índices e fórmulas matemáticas, quando houver, serão 
aplicadas desde que haja homologação pela Administração Pública. 
Letra A: errada, porque, segundo o art. 2.º da Lei 11.079/2004, 
parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na 
modalidade de concessão patrocinada ou administrativa. 
Letra B: falsa, pois o art. 6.º da Lei das PPPs reza que a 
contraprestação da Administração Pública nos contratosde PPP poderá 
ser feita por ordem bancária, cessão de créditos não tributários, outorga 
de direitos em face da Administração Pública, outorga de direitos sobre 
bens públicos dominicais ou outros meios admitidos em lei. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
36 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
Letra C: verdadeira, conforme o art. 4.º, III, da Lei 11.079/2004. É o 
gabarito. 
Letra D: incorreta, pois o art. 7.º da Lei prevê que a contraprestação da 
Administração Pública será obrigatoriamente precedida da 
disponibilização do serviço objeto do contrato de PPP. 
Letra E: errada. O art. 5.º, § 1.º, da Lei 11.079/2004 estabelece que as 
cláusulas contratuais de atualização automática de valores baseadas em 
índices e fórmulas matemáticas, quando houver, serão aplicadas sem 
necessidade de homologação pela Administração Pública, exceto se 
esta publicar, na imprensa oficial, onde houver, até o prazo de 15 dias 
após apresentação da fatura, razões fundamentadas nessa Lei ou no 
contrato para a rejeição da atualização. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
37 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
LISTA DE QUESTÕES DESTA AULA 
1) (Esaf/Receita Federal/AFRFB/2009) “Incumbe ao Poder Público, na 
forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, 
sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos”. 
Esta é a previsão do caput do art. 175 da Constituição Federa Sobre os 
serviços públicos, no ordenamento jurídico brasileiro, analise as 
assertivas abaixo e assinale a opção correspondente. 
( ) Sob o critério formal, serviço público é aquele disciplinado por 
regime de direito público. 
( ) Segundo o critério material, serviço público é aquele que tem por 
objeto a satisfação de necessidades coletivas. 
( ) O critério orgânico ou subjetivo classifica o serviço como público pela 
pessoa responsável por sua prestação, qual seja, o Estado. 
( ) A concessão e a permissão transferem a titularidade de um serviço 
público a quem aceitar prestá-lo, mediante licitação. 
( ) Enquanto a permissão de serviço público, diante de sua 
precariedade, ocorre necessariamente por prazo determinado, a 
concessão pode ocorrer por prazo indeterminado. 
a) V, F, V, F, F 
b) F, V, F, F, V 
c) F, F, V, V, F 
d) V, V, V, F, V 
e) V, V, V, F, F 
2) (Esaf/Sefaz-SP/APO/2009) Acerca dos serviços públicos, assinale a 
opção correta. 
a) Vários são os conceitos encontrados na doutrina para serviços 
públicos, podendo-se destacar como toda atividade material que a lei 
atribui ao Estado para que a exerça diretamente ou por meio de outras 
pessoas (delegados), com o objetivo de satisfazer às necessidades 
coletivas, respeitando-se, em todo caso, o regime jurídico inteiramente 
público. 
b) Pode-se dizer que toda atividade de interesse público é serviço 
público. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
38 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
c) A legislação do serviço público tem avançado, apresentando modelos 
mais modernos de prestação, em que se destaca, por exemplo, a 
parceria público-privada, com duas previsões legais: patrocinada ou 
administrativa. 
d) São princípios relacionados ao serviço público: continuidade do 
serviço público, imutabilidade do regime jurídico e o da igualdade dos 
usuários. 
e) Para que seja encarada a atividade do Estado como serviço público, 
deve-se respeitar a gratuidade quando de sua aquisição pelo usuário. 
3) (Esaf/TCU/ACE/2006) De acordo com a Constituição Federal, a 
prestação de serviços públicos dar-se-á diretamente pelo Poder Público 
ou mediante concessão ou permissão. O texto constitucional prevê, 
ainda, lei que regrará esta prestação. 
Assinale, no rol abaixo, o instituto que não está mencionado na norma 
constitucional como diretriz para esta mencionada lei. 
a) Direitos dos usuários. 
b) Política tarifária. 
c) Obrigação de manter serviço adequado. 
d) Condições de caducidade e rescisão da concessão ou permissão. 
e) Critérios de licitação para a escolha dos concessionários ou 
permissionários. 
4) (Esaf/MTE/AFT/2006) Quanto ao serviço público, assinale a 
afirmativa verdadeira. 
a) Pela Constituição Federal, no Brasil, só é possível a prestação de 
serviços públicos de forma indireta. 
b) A permissão e a autorização para a prestação de serviços públicos 
depende de prévia licitação. 
c) Os serviços públicos, no Brasil, são prestados sob regime jurídico 
especial, distinto do comum, seja exercido pelo Estado ou por empresas 
privadas. 
d) Os serviços públicos, quando prestados pelo Poder Público, só podem 
ser executados por entidades ou órgãos de direito público. 
e) A fórmula do denominado “serviço adequado” não foi positivada pelo 
direito brasileiro. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
39 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
5) (Esaf/MPOG/APO/2008) O serviço público, modernamente, busca 
melhorar e aperfeiçoar o atendimento ao público. Analise os itens a 
seguir: 
I. considera-se concessão de serviço público a delegação de sua 
prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na 
modalidade concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas; 
II. considera-se permissão de serviço público a delegação, a título 
precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita 
pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica ou consórcio de 
empresas; 
III. toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço 
adequado que satisfaça as condições de atualidade compreendendo a 
modernidade das instalações e a sua conservação; 
IV. as concessionárias de serviços públicos de direito privado, nos 
Estados, são obrigadas a oferecer ao usuário, dentro do mês de 
vencimento, o mínimo de seis datas opcionais para escolherem os dias 
de vencimento de seus débitos. 
Assinale a opção correta. 
a) Apenas o item I está correto. 
b) Apenas o item III está correto. 
c) Todos os itens estão corretos. 
d) Apenas o item IV está incorreto. 
e) Apenas o item II está incorreto. 
6) (Esaf/PGDF/Procurador/2007.2) Analise os itens a seguir: 
I. É essencial, para que se caracterize a concessão de obra pública, o 
fato de a remuneração do concessionário não ser feita pelo poder 
concedente, pois, se assim fosse, ter-se-ia simples contrato de 
empreitada; 
II. Incumbe ao poder público, na forma da lei, indiretamente ou sob 
regime de concessão ou permissão, sempre por meio de licitação, a 
prestação de serviços públicos; 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 08 
40 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
III. Permissão de serviço público consiste na delegação, a título 
precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita 
pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre 
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco; 
IV. Compete privativamente ao Distrito Federal disciplinar por meio de 
lei complementar os consórcios públicos e os convênios de cooperação 
entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços 
públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, 
serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços 
transferidos; 
V. Considera-se rescisão a retomada do serviço pelo poder concedente 
durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, 
mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da 
indenização, nos termos da Lei n. 8987/95. 
A quantidade de itens incorretos é igual a: 
a) 3 b) 2 c) 1 d) 4 e) 5 
7) (Esaf/Susep/Analista Técnico/2010) Conforme a legislação

Continue navegando