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Direito AdministrativoAula 02

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AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 02 
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Olá, concurseiros! Vamos à nossa aula 02 para Auditor Fiscal e 
Analista Tributário da Receita Federal e Auditor Fiscal do Trabalho. Hoje 
falaremos da Administração Pública direta e indireta e das entidades 
paraestatais. 
1. Conceito de Administração Pública 
Vamos relembrar os conceitos de Administração Pública. Em sentido 
amplo (lato sensu), a expressão abrange tanto o conjunto de poderes e 
órgãos constitucionais que exercem a função política (isto é, o Governo), 
como os órgãos meramente administrativos, instrumentais, que exercem a 
função administrativa. Já em sentido estrito (stricto sensu), a 
Administração Pública constitui-se apenas dos órgãos administrativos. 
A função política compreende as funções estatais básicas, como a 
definição de objetivos sociais, de estratégias governamentais, de definição 
dos rumos do Estado. São exemplos de atos políticos: elaboração do 
orçamento público, sanção e veto presidencial, declaração de guerra e 
celebração de paz, concessão de indulto e celebração de tratados 
internacionais. 
A função administrativa é representada pelas atividades de 
execução do Estado, destinadas a implementar as ações definidas pelo 
Governo. As atividades administrativas não têm o cunho político das 
ações de governo. A administração Pública em sentido estrito promove o 
funcionamento do Estado e a satisfação das necessidades coletivas, 
praticando atos administrativos. São exemplos de atividades 
administrativas: a prestação de serviços públicos; a polícia 
administrativa; o fomento de atividades privadas de interesse público; e 
a intervenção do Estado na propriedade privada e no domínio econômico. 
CONCEITOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
SENTIDO AMPLO 
(Governo + Administração Pública stricto sensu) 
Subjetivo
Órgãos, entidades e 
agentes governamentais 
e administrativos. 
Objetivo 
Funções política e 
administrativa. 
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SENTIDO RESTRITO 
(apenas Administração Pública stricto sensu)
Subjetivo
Somente órgãos, 
entidades e agentes 
administrativos. 
Objetivo 
Somente função 
administrativa. 
2. Organização da Administração Pública 
Muito bem! Vamos estudar, a partir de agora, a Administração 
Pública em sentido estrito, que é a que nos interessa para o concurso. 
A Administração Pública brasileira subdivide-se em Administração 
Direta (centralizada) e Administração Indireta (descentralizada). A 
Administração Direta é composta pelos órgãos administrativos, 
existentes no bojo das pessoas políticas ou estatais (União, estados, 
Distrito Federal e municípios). Esses órgãos são parte das entidades 
estatais, ao lado dos órgãos legislativos e jurisdicionais. Já a Administração 
Indireta compõe-se de pessoas administrativas, vinculadas aos órgãos 
da Administração Direta, conforme veremos adiante. 
Atenção: não esqueça que também há órgãos administrativos no 
interior dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, assim como no 
Ministério Público e nos Tribunais de Contas. 
3. Descentralização e Desconcentração 
Órgãos Legislativos
Órgãos Jurisdicionais
Órgãos Administrativos
Administração Direta
ADMINISTRAÇÃO INDIRETAPESSOA ESTATAL
AUTARQUIAS
FUNDAÇÕES PÚBLICAS
EMPRESAS PÚBLICAS
SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
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Desconcentração é a distribuição interna das atividades públicas 
dentro da mesma pessoa jurídica, com a criação dos chamados órgãos 
públicos, centros de competência despersonalizados, que são partes da 
pessoa à qual pertencem. 
Quando um ente estatal, ou mesmo uma entidade da Administração 
Indireta, efetua a distribuição interna de suas atividades, temos a 
desconcentração. A desconcentração é promovida por meio da criação 
dos órgãos públicos, dentro da mesma pessoa jurídica, para o 
desempenho de parcela do poder estatal. 
Quando o serviço é prestado pela Administração Direta, esteja ele 
desconcentrado ou não, dizemos que ocorre a prestação centralizada do 
serviço. 
Já a descentralização é a delegação ou a outorga de atividades 
públicas a pessoas jurídicas diversas do ente originariamente 
responsável pela execução da atividade. A descentralização pode ser feita 
por lei a pessoas da Administração Pública, as chamadas pessoas 
administrativas, que compõem a Administração Indireta (veremos à 
frente), ou a particulares, por meio de contratos administrativos
(concessionários e permissionários de serviços públicos). 
A descentralização pode ocorrer por outorga ou delegação. Ocorre 
descentralização por outorga quando o ente estatal, por lei, cria ou 
autoriza a criação de uma entidade da Administração Indireta, outorgando-
lhe o desempenho de determinada atividade ou serviço. É chamada 
também de delegação legal. Já a descentralização por delegação surge 
quando serviços públicos são atribuídos a entidades particulares, por meio 
de contratos de concessão ou permissão. Neste caso, é chamada 
também de delegação negocial. Para esse tipo de descentralização, o art. 
175 da CF/88 exige prévia licitação. 
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DESCENTRALIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Descentralização por 
outorga (delegação legal) 
Criação de pessoas 
administrativas 
(Administração Indireta) 
Feita por meio de lei 
Descentralização por 
delegação (delegação 
negocial) 
Atribuição da atividade a 
pessoas da iniciativa 
privada (concessionários 
e permissionários) 
Feita por meio de negócio 
jurídico (contrato 
administrativo), após 
prévia licitação 
Atenção: poderia uma entidade administrativa receber uma 
atribuição estatal por delegação negocial? Sim, há uma hipótese: é quando 
uma entidade da Administração Indireta de outra entidade federativa 
participa da licitação para a outorga do serviço. 
Exemplo: a União resolve fazer uma licitação para descentralizar a 
prestação do serviço de energia elétrica e uma empresa pública estadual 
participa da licitação, concorrendo em pé de igualdade com empresas 
privadas que também querem prestar o serviço. Caso a empresa pública 
saia vencedora, ela se tornará concessionária de serviço público, embora 
não pertença à iniciativa privada. Assim, no dia da prova, fiquem atentos a 
essa especial situação, caso ela seja cobrada na questão. 
4. Órgãos Públicos 
Conforme dito acima, os órgãos públicos são centros de 
competência instituídos no âmbito da mesma pessoa jurídica para o 
desempenho das funções estatais. São desprovidos de personalidade 
jurídica e integram a estrutura da pessoa a que pertencem, a quem é 
imputada a responsabilidade pela atuação de seus órgãos. 
Embora despersonalizados, estabelecem relações com os 
administrados, mas sempre atuando em nome da pessoa jurídica a que 
pertencem. Os órgãos públicos surgem em razão do fenômeno da 
desconcentração. 
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Os órgãos possuem necessariamente funções, cargos e agentes. 
Os cargos são lugares criados na estrutura dos órgãos, providos pelos 
agentes públicos, pessoas físicas que desempenham as funções previstas 
para os cargos. Estes possuem, portanto, um conjunto de funções a ele 
vinculadas, desempenhadas pelos agentes que ocupam os cargos. 
A vontade do agente que executa determinadatarefa expressa a 
vontade do órgão, que é, em última instância, a vontade da pessoa jurídica 
à qual o órgão pertence. É o que se chama imputação da conduta do 
agente ao Estado, decorrente da teoria do órgão. 
4.1. Classificação dos Órgãos Públicos 
Existem várias classificações para os órgãos públicos. Veremos os 
principais critérios de classificação: quanto à posição estatal, quanto à 
estrutura e quanto à atuação funcional. 
Quanto à posição estatal, isto é, em relação à posição ocupada 
pelos órgãos na escala governamental ou administrativa, os órgãos se 
classificam em independentes, autônomos, superiores e subalternos. 
Órgãos independentes são os previstos constitucionalmente, 
representando os Poderes do Estado. Situam-se no ápice da pirâmide 
governamental, sem qualquer subordinação hierárquica ou funcional, 
sujeitos apenas ao controle constitucional de um poder sobre o outro. Ex: 
Congresso Nacional, Presidência da República, Supremo Tribunal Federal, 
Tribunal de Contas da União, Ministério Público da União etc. Os membros 
desses órgãos integram a categoria dos agentes políticos, não se 
confundindo com os servidores públicos que atuam nesses órgãos (a 
classificação dos agentes públicos será vista adiante). 
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Órgãos autônomos são os diretamente subordinados aos órgãos 
independentes. Possuem ampla autonomia administrativa, técnica e 
financeira, sendo órgãos diretivos, que coordenam e controlam a execução 
das ações governamentais definidas segundo diretrizes estabelecidas pelos 
órgãos independentes. Ex: Ministérios, Advocacia-Geral da União (AGU), 
Controladoria-Geral da União (CGU) etc. 
Órgãos superiores são os que detêm poder de direção e controle 
sobre assuntos de sua competência específica, mas sempre sujeitos ao 
controle hierárquico de uma chefia mais alta. Possuem autonomia técnica, 
mas não administrativa e financeira, característica dos órgãos 
independentes e autônomos. São responsáveis pela execução das funções 
exercidas pelos órgãos subalternos que chefiam. Ex: Secretarias, 
Procuradorias, Departamentos etc. 
Finalmente, órgãos subalternos são aqueles com reduzido poder 
decisório e predominância de funções de execução. Realizam serviços de 
rotina, cumprindo ordens e decisões superiores. Ex: protocolos, seções de 
expediente etc. 
Quanto à estrutura, os órgãos podem ser simples ou compostos. 
Simples são os órgãos constituídos por um único centro de 
competência. Não se subdividem internamente em outros órgãos. Ainda 
que possua vários cargos e agentes, um órgão será simples se não 
comportar outro órgão inserido em sua estrutura. Ex: a maioria dos órgãos 
subalternos (órgãos de “final de linha”). 
Compostos são os órgãos que se subdividem internamente em 
outros órgãos, com distribuição das competências do órgão englobante 
pelos diversos órgãos que o compõem. É estrutura decorrente da 
desconcentração administrativa (e não descentralização). Geralmente, o 
órgão composto tem poder de avocação sobre os atos dos órgãos que 
desempenham as funções desconcentradamente. 
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Já em relação à atuação funcional, os órgãos são classificados em 
singulares e colegiados. 
Órgãos singulares ou unipessoais são aqueles que atuam pela 
decisão de um único agente, que o chefia. Ainda que possuam vários 
agentes em seu bojo, o que os caracteriza é o fato de as decisões finais 
dependerem da manifestação de vontade de uma única pessoa. Ex: 
Presidência da República, Ministérios, Secretarias etc. 
Órgãos colegiados ou pluripessoais são os que atuam pela 
manifestação conjunta e majoritária de seus membros. Não prevalece a 
vontade individual de seu chefe, nem a de seus integrantes isoladamente. 
Para sua atuação, depende de votações, que só são iniciadas se existir um 
quórum mínimo de membros presentes. Ex: Senado Federal, Câmara dos 
Deputados, Superior Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas da União etc. 
5. Administração Indireta 
Muitas vezes, para um melhor desempenho das funções estatais, 
procede-se a uma descentralização de competências, outorgando-se 
funções específicas a pessoas jurídicas diversas do ente estatal, que 
permanecerão vinculadas a este (não subordinadas), para efeitos de 
controle e avaliação de desempenho. São as chamadas pessoas 
administrativas, pois não possuem poder político, como os entes estatais, 
desempenhando apenas funções administrativas, para uma melhor 
eficiência do aparelho do Estado. 
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Estas pessoas administrativas compõem a chamada Administração 
Indireta e podem ser de quatro tipos: autarquias, fundações públicas, 
empresas públicas e sociedades de economia mista. Conforme 
veremos, algumas delas possuem personalidade jurídica de direito público; 
outras, de direito privado. Independentemente disso, todas elas, por 
pertencerem à Administração Pública, devem observar certas normas de 
direito público, como a exigência de prévio concurso público para 
admissão de pessoal, a realização de licitações para a celebração de 
contratos, a prestação de contas ao Tribunal de Contas, o teto 
remuneratório constitucional para seu pessoal e a vedação à 
acumulação de cargos, empregos e funções públicas. 
As pessoas administrativas possuem autonomia administrativa e 
patrimônio próprio. Não há subordinação entre elas e o ente estatal, 
ao qual apenas se vinculam, para efeito do controle finalístico, por meio 
do qual a Administração Direta verifica o cumprimento das funções que 
lhes foram especialmente atribuídas (poder de tutela administrativa). Na 
esfera federal, esse controle é chamado de supervisão ministerial. 
Vigora para essas entidades o princípio da especialidade, que 
dispõe que elas devem se dedicar especificamente à atividade para a qual 
foram criadas. Um exemplo é a Fundação Nacional do Índio (Funai), 
entidade especializada na proteção dos direitos dos povos indígenas. 
5.1. Autarquias 
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público criadas 
para desempenhar descentralizadamente atividades típicas de Estado, 
outorgadas (e não delegadas) pelo ente estatal para seu melhor 
desempenho. São regidas pelo direito público justamente por 
desempenharem funções típicas de Estado, como saúde, educação, 
previdência social etc. 
As autarquias não visam ao lucro e são criadas diretamente por 
lei específica, não sendo necessário o registro de seus atos constitutivos 
em órgão de registro de pessoas jurídicas. 
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Por serem pessoas de direito público, possuem imunidade 
tributária em relação a impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, 
desde que vinculados às suas atividades essenciais, ou às delas 
decorrentes, e os mesmos privilégios processuais atribuídos aos entes 
políticos, como o reexame necessário das decisões judiciais de primeiro 
grau em seu desfavor (algumas vezes chamado de “recurso de ofício”), o 
prazo em dobro para recorrerem (de sentenças que lhes sejam 
desfavoráveis) e o prazo em quádruplo para contestarem (defenderem-se 
em ações judiciais em que sejam rés). Além disso, seus bens são 
considerados públicos, sendo impenhoráveis e imprescritíveis. 
As causas em que as autarquias federais são partes são julgadas 
pela Justiça Federal, exceto as de acidentes de trabalho (de competência 
da Justiça Estadual) e as sujeitas à JustiçaEleitoral e à Justiça do Trabalho 
(art. 109, I, CF/88). No caso de autarquias estaduais ou municipais, a 
competência para as causas comuns é da Justiça Estadual. 
O pessoal das autarquias deve ser, em regra, estatutário, sendo as 
relações de trabalho julgadas pela Justiça Federal (se for uma autarquia 
federal). Dizemos em regra, pois a CF/88 permitia a criação de empregos 
públicos (CLT) na administração direta, autárquica e fundacional, tendo em 
vista a possibilidade de adoção de mais de um regime jurídico de pessoal 
em cada entidade da Federação. No momento, porém, em função do 
decidido liminarmente pelo STF na ADI 2.135/00, voltou a vigorar o 
regime jurídico único (art. 39, caput, da CF/88), não sendo possível, pelo 
menos até a decisão final dessa ação, haver mais de um regime jurídico em 
cada unidade federativa. Na União, esse regime é o estatutário da Lei 
8.112/1990. 
5.1.1. Autarquias em Regime Especial 
Algumas autarquias são consideradas autarquias em regime 
especial. São autarquias a que a lei instituidora confere privilégios 
específicos e aumenta sua autonomia em relação às autarquias comuns. 
São exemplos as agências reguladoras. 
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As agências reguladoras são autarquias de regime especial criadas 
para regular certo setor da atividade econômica ou administrativa (ex: 
ANATEL, ANVISA, ANS etc.). Entre os privilégios conferidos às agências 
reguladoras, citamos o mandato fixo de seus dirigentes, que não podem 
ser exonerados antes do término do seu mandato, salvo falta grave, e o 
amplo poder normativo da agência. 
Outro exemplo de autarquias em regime especial são as 
universidades públicas, que possuem autonomia didático-científica 
(estabelecem sua própria política de ensino e pesquisa, elaboram seus 
cursos e respectivos currículos etc.); elaboram seus próprios estatutos e 
regimentos internos; indicam, dentre seus professores, aqueles que 
devem ser nomeados reitores, também por mandato fixo. 
5.2. Fundações Públicas 
As entidades públicas fundacionais são pessoas jurídicas criadas para 
o desempenho de atividades sociais, culturais, assistenciais etc. 
Representam a personificação de um patrimônio para o desempenho de 
um fim determinado, sem fins lucrativos. 
Antes da Emenda Constitucional (EC) 19/1998, as fundações públicas 
eram consideradas pessoas jurídicas de direito público, pois eram criadas 
diretamente pela lei. Após essa emenda, elas passaram a ter sua criação 
apenas autorizada por lei específica (art. 37, XIX, CF/88), devendo a 
Administração efetuar o arquivamento de seus atos constitutivos em órgão 
de registro de pessoas jurídicas, situação característica de pessoas jurídicas 
de direito privado. Entretanto, existem fundações públicas que foram 
criadas diretamente por lei, sendo consideradas de direito público. 
Desse modo, temos hoje dois tipos de fundações públicas: as de 
direito público (criadas diretamente pela lei) e as de direito privado
(cuja criação é autorizada por lei e efetivada pelo arquivamento de seus 
atos constitutivos, normalmente veiculados por decreto do Executivo, no 
registro competente). 
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Se forem de direito público, as fundações terão os mesmos 
privilégios tributários e processuais dos entes estatais e 
autárquicos, inclusive quanto ao foro de competência. Seus bens serão 
considerados públicos, sendo imprescritíveis e impenhoráveis. Seu regime 
de pessoal será idêntico ao das autarquias. Na verdade, segundo o STF, as 
fundações públicas de direito público são consideradas espécies de 
autarquias, sendo comum o emprego das expressões “fundação 
autárquica” ou “autarquia fundacional”. 
Já as fundações públicas de direito privado, como o nome diz, são 
regidas predominantemente pelo direito privado, embora a elas se 
apliquem diversas normas de direito público, conforme citado 
anteriormente. Suas específicas áreas de atuação serão definidas em lei 
complementar (art. 37, XIX, CF/88), norma ainda não existente na esfera 
federal. O seu pessoal deve ser regido pela legislação trabalhista (CLT). 
Todas as fundações públicas, sejam de direito público ou de direito 
privado, possuem imunidade tributária, no que se refere ao patrimônio, 
à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas 
decorrentes. Conforme o disposto no art. 150, § 2.º, da CF/88. 
5.3. Agências Executivas 
De acordo com o art. 51 da Lei 9.649/1998, poderão ser qualificadas 
pelo Poder Público como agências executivas as autarquias e 
fundações públicas que celebrem com ele contrato de gestão, obtendo 
assim maior autonomia administrativa e financeira, em troca do 
compromisso de atingir certas metas de desempenho e do aumento da 
responsabilidade de seus administradores. É necessário que a entidade 
administrativa possua em andamento um plano estratégico de 
reestruturação e de desenvolvimento institucional (mnemônico: 
perdi). 
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Desse modo, as agências executivas, assim como as agências 
reguladoras, não são um novo tipo de entidade da Administração Indireta. 
Trata-se apenas de autarquias ou fundações que receberam uma 
qualificação especial, para o melhor cumprimento de sua missão. 
Ressalte-se que não é o contrato de gestão que concede privilégios às 
agências executivas. Esses privilégios devem ser previstos em lei, em 
atendimento ao princípio da legalidade. O contrato de gestão apenas define 
quais entidades poderão ser enquadradas como agências executivas, 
usufruindo dos privilégios legais (ex.: art. 24, par. único, da Lei 
8.666/1993). 
5.4. Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista 
As empresas públicas e as sociedades de economia mista são 
espécies do gênero empresas estatais. Suas características comuns são o 
fato de serem pessoas jurídicas de direito privado, cuja criação é 
autorizada por lei específica, para a prestação de serviços públicos 
ou a execução de atividades econômicas de comercialização ou de 
produção de bens ou serviços. 
As empresas públicas e as sociedades de economia mista são 
controladas diretamente pela pessoa estatal a que se vinculam ou por uma 
entidade da Administração Indireta desta (neste caso, há o controle 
indireto da pessoa política). Por exemplo, a lei poderia autorizar a criação 
de uma sociedade de economia mista controlada por uma empresa pública 
vinculada diretamente à União. Neste caso, teríamos uma sociedade de 
economia mista de segundo grau, que também pertenceria à 
Administração Indireta federal. 
Admite-se ainda a participação de outros entes federativos ou de 
outras pessoas administrativas de qualquer esfera governamental no 
capital das empresas públicas e sociedades de economia mista, desde que 
o controle societário permaneça na respectiva esfera que deu origem à 
empresa estatal. 
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 No caso de execução de atividades econômicas, só será permitida 
a criação de empresas estatais quando isso for indispensável à segurança 
nacional ou a relevante interesse coletivo (art. 173, caput, CF/88). Em 
razão da natureza de suas atividades, essas estatais concorrem com a 
iniciativa privada, razão pela qual não se lhes permite a concessão de 
quaisquer privilégios tributários ou trabalhistas não extensíveis ao setor 
privado. 
Por outro lado, as empresas públicas e as sociedades deeconomia 
mista prestadoras de serviços públicos gozam de imunidade 
tributária em relação a impostos sobre patrimônio, renda ou serviços 
vinculados às suas atividades essenciais. É o caso dos Correios e da 
Infraero. Essa é a interpretação adotada pelo STF, embora esse benefício 
tenha sido atribuído expressamente pela CF/88 apenas às entidades de 
direito público. 
As empresas públicas e as sociedades de economia mista não estão 
sujeitas a falência (art. 2.º, I, da Lei 11.101/2005). 
Embora sejam pessoas jurídicas de direito privado, as estatais 
submetem-se a algumas normas de direito público, conforme visto acima. 
Não obstante a exigência de concurso público, o pessoal das empresas 
públicas e sociedades de economia mista é submetido ao regime 
trabalhista (Consolidação das Leis do Trabalho – CLT). 
Além disso, depende de autorização legislativa, em cada caso, a 
criação de subsidiárias de empresas públicas e sociedades de economia 
mista, assim como a participação de qualquer delas em empresas privadas. 
O STF já se pronunciou no sentido de que a autorização para a criação de 
subsidiárias pode ser dada na própria lei que permite a criação da empresa 
estatal controladora, não sendo necessária autorização legislativa específica 
para cada caso. 
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As subsidiárias não são previstas expressamente em lei como 
empresas públicas ou sociedades de economia mista, havendo, por isso, 
discussão doutrinária quanto a pertencerem ou não à Administração 
Indireta (tudo depende de se considerá-las, ou não, empresas públicas ou 
sociedades de economia mista). Não obstante, elas também são entidades 
de segundo grau, pois se vinculam apenas indiretamente à pessoa estatal. 
Destaque-se, por fim, que as empresas estatais englobam, além 
das empresas públicas e das sociedades de economia mista (de primeiro ou 
de segundo grau), todas as demais sociedades que estejam sobre controle 
direto ou indireto do respectivo ente federativo. Por exemplo, qualquer 
empresa que seja hoje controlada pela União, por ter tido, no passado, seu 
controle transferido ao ente estatal, embora não tenha sido criada por lei, 
será uma empresa estatal federal, ainda que não pertença à Administração 
Pública. 
5.4.1. Diferenças entre Empresas Públicas e Sociedades de 
Economia Mista 
Quanto às diferenças entre esses dois tipos de empresas estatais, 
temos que uma empresa pública é constituída com capital 
exclusivamente público, devendo a maioria do capital votante 
pertencer à entidade política que a criou ou a entidade de sua 
Administração Indireta. Admite-se, inclusive, que 100% do capital pertença 
ao ente estatal criador (sociedade unipessoal, como a Caixa Econômica 
Federal). Já a sociedade de economia mista possui a participação de 
capital privado, desde que o controle acionário permaneça com o ente 
estatal a que se vincula ou a entidade de sua Administração Indireta. 
Outra diferença é que a empresa pública pode assumir qualquer 
forma societária admitida em direito (sociedade anônima, sociedade 
limitada, sociedade em comandita, sociedade unipessoal etc.). Já a 
sociedade de economia mista deve obrigatoriamente revestir a condição de 
sociedade anônima. 
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Finalmente, o foro competente para julgar as causas em que 
empresa pública federal seja parte é a Justiça Federal, exceto as de 
acidentes de trabalho (Justiça Estadual) e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à 
Justiça do Trabalho (art. 109, I, CF/88). Quanto às empresas públicas 
estaduais e municipais, a justiça competente é a estadual. Já no caso de 
sociedade de economia mista, em qualquer caso o foro competente é o 
estadual. 
5.5. Consórcios Públicos 
Consórcios públicos são pessoas jurídicas formadas pela 
associação de entes federativos, que se unem para a realização de 
objetivos de interesse comum. Pode haver consórcio público formado pela 
União e alguns estados, só por estados, só por municípios, por um estado e 
seus municípios etc. Caso a União queira se consorciar com municípios, o 
respectivo estado deve participar da associação. Os consórcios públicos são 
regulados pela Lei 11.107/2005, a qual é regulamentada pelo Decreto 
6.017/2007. 
O consórcio público pode ser de direito público ou de direito 
privado. No primeiro caso, é uma espécie de autarquia, a chamada 
associação pública (art. 41, IV, Código Civil). O consórcio público de 
direito público, por ser formado pela participação de diversas entidades 
federativas, pertence à Administração Indireta de todos os entes 
consorciados (art. 6.º, § 1.º, Lei 11.107/2005). 
Já o consórcio público de direito privado observará as normas de 
direito público no que concerne à realização de licitação, celebração de 
contratos, prestação de contas e admissão de pessoal, que será 
regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) (art. 6.º, § 2.º, Lei 
11.107/2005). A lei não esclareceu se, neste caso, o consórcio integraria 
ou não a Administração Indireta dos entes consorciados, havendo 
divergência doutrinária quanto ao tema. 
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Frise-se que, segundo a lei, o consórcio público de direito público é 
uma espécie de autarquia, e não uma nova espécie de entidade da 
Administração Indireta. Já o consórcio público de direito privado ainda 
carece de melhor tratamento doutrinário e jurisprudencial, não se podendo 
nem mesmo afirmar, conforme citado acima, se pertence ou não à 
Administração Pública. 
6. Entidades Paraestatais 
As entidades paraestatais ou entes de cooperação não 
pertencem à Administração Pública, mas desempenham atividades de 
interesse do Estado, razão pela qual este incentiva suas atividades, muitas 
vezes com aportes orçamentários e cessão de pessoal. 
As entidades paraestatais compõem o chamado Terceiro Setor, 
constituído por entidades privadas que desempenham atividades sem 
fins lucrativos e de interesse público. Como espécies deste gênero, 
temos os serviços sociais autônomos, as organizações sociais e as 
organizações da sociedade civil de interesse público (Oscips). 
6.1. Serviços Sociais Autônomos 
Os serviços sociais autônomos são pessoas jurídicas de direito 
privado, instituídas mediante autorização de lei, para ministrar 
assistência ou ensino a certas categorias profissionais, sendo mantidos 
por dotações orçamentárias ou contribuições corporativas. Estão sujeitos a 
controle finalístico e devem prestar contas ao Tribunal de Contas dos 
recursos públicos recebidos. São exemplos as entidades do Sistema “S”: 
Sesi, Sesc, Senai, Sebrae e outras. 
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Segundo o TCU, os serviços sociais autônomos, por arrecadarem e 
gerirem recursos públicos (contribuições profissionais), estão sujeitos aos 
princípios da Administração Pública; devem realizar processo seletivo para 
contratação de pessoal (celetista), com impessoalidade, ampla publicidade 
e critérios objetivos de seleção; e promover licitações para celebração de 
contratos, neste caso, por meio de regulamento próprio, atendidos os 
preceitos da Lei 8.666/1993. 
6.2. Organizações Sociais 
As organizações sociais (OS) são reguladas, na esfera federal, pela 
Lei 9.637/1998. São entidades privadas sem fins lucrativos que 
desempenham atividades de interesse do Estado, dirigidas ao ensino, à 
pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, àproteção e 
preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde. 
As organizações sociais relacionam-se aos ideais de enxugamento do 
Estado, decorrentes das diretrizes da reforma gerencial do Estado iniciada 
em 1995, com a transferência paulatina de certas atividades não 
exclusivas de Estado para o setor privado. 
A Lei 9.637/1998 prevê que as OS devem ter um conselho de 
administração composto por membros representantes do Poder Público e 
da sociedade civil. 
As OS celebram com o ente estatal um contrato de gestão, por 
meio do qual recebem tal qualificação (organização social), ficando aptas a 
receberem recursos orçamentários, isenções fiscais, direitos de uso de bens 
públicos e até mesmo cessão de pessoal para o melhor desempenho de 
suas atividades. Ficam sujeitas, contudo, ao alcance de metas e a 
prestação de contas ao Estado. 
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De acordo com a Lei 9.637/1998, contrato de gestão o instrumento 
firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada como organização 
social, com vistas à formação de parceria entre as partes para fomento e 
execução de atividades relativas às áreas acima relacionadas (ensino, 
pesquisa científica etc.). 
O contrato de gestão deve ser elaborado de comum acordo entre o 
órgão ou entidade supervisora e a OS, discriminando as atribuições, 
responsabilidades e obrigações do Poder Público e da organização social. 
Após isso, ele deve ser submetido, após aprovação pelo Conselho de 
Administração da OS, ao Ministro de Estado ou autoridade supervisora da 
área correspondente à atividade fomentada. 
Na elaboração do contrato de gestão, devem ser observados os 
seguintes preceitos: 
- Especificação do programa de trabalho proposto pela OS; 
- Estipulação das metas a serem atingidas e dos respectivos prazos
de execução; 
- Previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de 
desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de qualidade 
e produtividade; 
- Estipulação dos limites e critérios para despesas com 
remuneração e vantagens de qualquer natureza a serem percebidas 
pelos dirigentes e empregados da OS, no exercício de suas funções. 
Além disso, os Ministros de Estado ou autoridades supervisoras da 
área devem definir as demais cláusulas dos contratos de gestão de que 
sejam signatários. 
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A execução do contrato de gestão será fiscalizada pelo órgão ou 
entidade supervisora da área de atuação correspondente à atividade 
fomentada. Os responsáveis pela fiscalização, se tomarem conhecimento 
de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens 
de origem pública pela OS, deverão dar ciência do fato ao Tribunal de 
Contas da União, sob pena de assumirem responsabilidade solidária pelo 
ocorrido. 
Vale destacar que o contrato de gestão não é um contrato, na 
acepção tradicional do termo, visto que não envolve interesses 
contraditórios. Trata-se mais de um acordo operacional (acordo-
programa), em que a Administração e a entidade privada definem um 
programa de trabalho, com fixação de metas, critérios para avaliação de 
desempenho e responsabilidades. 
Por fim, a OS poderá perder sua qualificação, quando for constatado 
o descumprimento das disposições contidas no contrato de gestão. A 
desqualificação será precedida de processo administrativo, assegurado o 
direito de ampla defesa. Os dirigentes da OS responderão pelos danos ou 
prejuízos decorrentes de sua ação ou omissão. 
6.3. Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips) 
As organizações da sociedade civil de interesse público 
(Oscips) são entidades privadas sem fins lucrativos, que desenvolvem 
atividades de interesse do Estado. Guardam semelhança com as 
organizações sociais. As Oscips recebem essa qualificação por ato 
vinculado do Ministério da Justiça e, após isso, celebram com o ente 
estatal um termo de parceria, que define direitos, obrigações e 
responsabilidades, passando a entidade a receber apoio do Governo, em 
troca do alcance de metas estabelecidas. São previstas na Lei 9.790/1999, 
a qual é regulamentada pelo Decreto 3.100/1999. 
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O termo de parceira em muito se assemelha ao contrato de gestão, 
sendo as diferenças principais entre eles o fato de o termo de parceria não 
prever a utilização de bens públicos, nem a cessão de servidores às 
entidades paraestatais. 
De acordo com a Lei 9.790/1999, termo de parceria é o instrumento 
passível de ser firmado entre o Poder Público e as Oscips e destinado à 
formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a 
execução das atividades de interesse público previstas na citada Lei. O 
termo de parceria discriminará os direitos, responsabilidades e obrigações 
das partes signatárias. Sua celebração deve ser precedida de consulta aos 
Conselhos de Políticas Públicas das áreas correspondentes de atuação 
existentes, nos respectivos níveis de governo. 
A execução do objeto do termo de parceria será acompanhada e 
fiscalizada por órgão do Poder Público da área de atuação correspondente à 
atividade fomentada e pelos citados Conselhos de Políticas Públicas. Os 
responsáveis pela fiscalização, ao tomarem conhecimento de qualquer 
irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de origem 
pública pela Oscip, darão imediata ciência do ocorrido ao Tribunal de 
Contas respectivo e ao Ministério Público, sob pena de responsabilidade 
solidária. 
Destaque-se que a qualificação da Oscip é anterior à celebração do 
termo de parceria, ao passo que a qualificação como OS ocorre pelo próprio 
contrato de gestão. Outra diferença é que a celebração de contrato de 
gestão é ato discricionário do Poder Público. Já a qualificação como Oscip 
deve ser obrigatoriamente concedida a todas as entidades que preencham 
os requisitos legais (ato vinculado). 
Muito bem! Vista a teoria, vamos aos nossos exercícios. Tentem 
resolver as questões antes de ler os comentários, OK? Bons estudos! 
7. Exercícios Comentados 
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1) (Esaf/SMF-RJ/Fiscal de Rendas/2010) Assinale a opção em que consta 
hipótese que não é aplicável simultaneamente à autarquia e à empresa 
pública. 
a) Observância do princípio do concurso público. 
b) Natureza pública dos bens da entidade. 
c) Componente da Administração Pública Indireta. 
d) Portadora de personalidade jurídica. 
e) Obediência à Constituição Federal. 
Todas as entidades da Administração indireta (autarquias, fundações 
públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista) possuem 
personalidade jurídica, devem obediência à Constituição Federal e precisam 
realizar concurso público para seleção de seu pessoal. Os bens das 
autarquias, por serem estas pessoas jurídicas de direito público, são 
considerados bens públicos. Já o patrimônio das empresas públicas e 
sociedades de economia mista possuem natureza privada, já que essas 
pessoas têm personalidade jurídica de direito privado. Assim, o gabarito é a 
letra B. 
2) (Esaf/Susep/Analista Técnico/2010) A SUSEP é uma autarquia, atua na 
regulação da atividade de seguros (entre outras), e está sob supervisão do 
Ministério da Fazenda. Logo, é incorreto dizer que ela: 
a) é integrante da chamada Administração Indireta. 
b) tem personalidade jurídica própria, de direito público. 
c) está hierarquicamente subordinada a talMinistério. 
d) executa atividade típica da Administração Pública. 
e) tem patrimônio próprio. 
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As autarquias possuem personalidade jurídica própria, de direito público, 
autonomia administrativa e patrimônio próprio (seus bens são de 
titularidade da própria autarquia). As autarquias são criadas para 
exercerem atividades típicas da Administração Pública, como regulação, 
pagamento de benefícios previdenciários, proteção ao meio ambiente, ao 
patrimônio histórico e cultural etc. As autarquias, assim como as demais 
entidades administrativas, não são subordinadas à Administração direta, 
mas apenas vinculadas ao respectivo Ministério supervisor, para efeito de 
controle finalístico. Portanto, o gabarito é a letra C. 
3) (Esaf/Susep/Analista Técnico/2010) Para que uma autarquia tenha 
existência regular, há a necessidade de observância dos seguintes 
procedimentos: 
a) criação diretamente por lei, com inscrição de seu ato constitutivo na 
serventia registral pertinente. 
b) criação diretamente por lei, sem necessidade de qualquer inscrição em 
serventias registrais. 
c) criação autorizada em lei, com inscrição de seu ato constitutivo na 
serventia registral pertinente. 
d) criação autorizada em lei, sem necessidade de qualquer inscrição em 
serventias registrais. 
e) criação diretamente por lei, ou respectiva autorização legal para sua 
criação, sendo necessária a inscrição de seu ato constitutivo em serventias 
registrais, apenas nesta última hipótese. 
Por ser a autarquia uma pessoa jurídica de direito público, sua criação é 
feita diretamente pela lei, sem necessidade de registro de seus atos 
constitutivos em cartório. Já a criação das pessoas administrativas de 
direito privado ocorre por meio de tal registro, após ter havido a prévia 
autorização legal. O gabarito é a letra B. 
4) (Esaf/MTE/AFT/2010) Tendo por base a organização administrativa 
brasileira, classifique as descrições abaixo como sendo fenômenos: (1) de 
descentralização; ou (2) de desconcentração. Após, assinale a opção 
correta. 
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( ) Criação da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE), para prestar serviços oficiais de estatística, geologia e cartografia 
de âmbito nacional; 
( ) Criação de delegacia regional do trabalho a ser instalada em 
municipalidade recém emancipada e em franco desenvolvimento industrial 
e no setor de serviços; 
( ) Concessão de serviço público para a exploração do serviço de 
manutenção e conservação de estradas; 
( ) Criação de novo território federal. 
a) 2 / 1 / 2 / 1 
b) 1/ 2 / 2 / 1 
c) 2/ 2 / 1 / 1 
d) 1/ 2 / 1 / 1 
e) 1/ 2 / 1 / 2 
A desconcentração é a distribuição de competências dentro da mesma 
pessoa jurídica. Já a descentralização é a delegação de atribuições a outra 
pessoa, seja ela já existente ou criada para essa finalidade pela 
Administração. Assim, a criação do IBGE, autarquia federal, representa 
descentralização. A criação de delegacia regional do trabalho, 
desconcentração, pois se trata de mero órgão público do Ministério do 
Trabalho e Emprego. A concessão de serviço público é forma de 
descentralização, pois entrega o serviço a pessoa jurídica da iniciativa 
privada. Por fim, a criação de território federal é, também, 
descentralização, pois uma nova pessoa jurídica (o território é uma 
autarquia territorial) é criada, com suas respectivas atribuições. Assim, a 
sequência correta é 1-2-1-1. Gabarito: letra D. 
5) (Esaf/Receita Federal/ATRFB/2009) Marque a opção incorreta. 
a) O contrato de gestão, quando celebrado com organizações sociais, 
restringe a sua autonomia. 
b) Quanto à estrutura das autarquias, estas podem ser fundacionais e 
corporativas. 
c) Os serviços sociais autônomos são entes paraestatais que não integram 
a Administração direta nem a indireta. 
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d) Organização social é a qualificação jurídica dada a pessoa jurídica de 
direito privado ou público, sem fins lucrativos, e que recebe delegação do 
Poder Público, mediante contrato de gestão, para desempenhar serviço 
público de natureza social. 
e) A Administração Pública, ao criar fundação de direito privado, submete-a 
ao direito comum em tudo aquilo que não for expressamente derrogado por 
normas de direito público. 
Letra A: certa, porque a entidade privada que celebra contrato de gestão e 
se torna uma organização social passa a ser regida parcialmente pelo 
direito público, ter que cumprir metas e prestar contas de sua atuação ao 
Poder Público, com o que sua autonomia é restringida. 
Letra B: correta. Segundo Di Pietro, quanto à estrutura, as autarquias 
podem ser corporativas ou fundacionais. A classificação tem por base a 
distinção que o Código Civil faz entre duas modalidades típicas de pessoas 
jurídicas privadas: de um lado, as associações e sociedades (as chamadas 
corporações), formadas por pessoas; de um lado, as fundações, 
formadas por um patrimônio. Nas autarquias corporativas, o essencial é a 
existência de determinados membros que se associam para atingir a certos 
fins, como os conselhos profissionais. Nas fundacionais, o elemento 
essencial é o patrimônio destinado à realização de certos fins. 
Correspondem às fundações de direito público, materializadas pela 
personificação do seu patrimônio. 
Letra C: verdadeira, porque os serviços sociais autônomos não integram a 
Administração Pública, pois pertencem ao Terceiro Setor. 
Letra D: falsa (gabarito), pois a organização social não pode ser uma 
pessoa jurídica de direito público. 
Letra E: correta, uma vez que as pessoas jurídicas de direito privado 
pertencentes à Administração Pública são regidas pelo Direito Privado, 
exceto quanto aos preceitos de Direito Público que devem observar, 
justamente por pertencerem à estrutura da Administração (ex.: realização 
de licitações e concursos públicos, obediência ao teto remuneratório 
constitucional, prestação de contas ao TCU etc.) 
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6) (Esaf/Receita Federal/AFRFB/2009) Quanto à organização 
administrativa brasileira, analise as assertivas abaixo e assinale a opção 
correta. 
I. A administração pública federal brasileira indireta é composta por 
autarquias, fundações, sociedades de economia mista, empresas públicas e 
entidades paraestatais. 
II. Diferentemente das pessoas jurídicas de direito privado, as entidades da 
administração pública indireta de personalidade jurídica de direito público 
são criadas por lei específica. 
III. Em regra, a execução judicial contra o Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA enquanto autarquia 
federal está sujeita ao regime de precatórios previsto no art. 100 da 
Constituição Federal, respeitadas as exceções. 
IV. A Caixa Econômica Federal enquanto empresa pública é exemplo do que 
se passou a chamar, pela doutrina do direito administrativo, de 
desconcentração da atividade estatal. 
V. O Instituto Nacional do Seguro Social – INSS enquanto autarquia 
vinculada ao Ministério da Previdência Social está subordinada à sua 
hierarquia e à sua supervisão. 
a) Apenas os itens I e II estão corretos. 
b) Apenas os itens II e III estão corretos. 
c) Apenas os itens III e IV estão corretos. 
d) Apenas os itens IV e V estão corretos. 
e) Apenas os itens II e V estão corretos. 
Item I: falso, pois as entidades paraestataispertencem ao Terceiro Setor, 
não integrando a Administração Pública. 
Item II: verdadeiro, a forma de criação das pessoas jurídicas 
administrativas de direito público é a publicação da lei, sem necessidade de 
atos adicionais de registro em cartório, como ocorre com as pessoas 
jurídicas de direito privado. 
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Item III: correto, pois o pagamento das dívidas das pessoas jurídicas de 
direito público é feita por meio da expedição de precatórios, salvo 
algumas exceções previstas no art. 100 da Constituição Federal, como os 
créditos abaixo de determinado valor. Os precatórios são requisições de 
pagamento, formalizadas por uma condenação judicial da Fazenda Pública. 
Constituído o crédito pelo precatório, a execução da dívida não será feita 
por penhora de bens, como ocorre com o particular devedor, mas por 
inclusão da dívida no orçamento público do ente devedor, para pagamento 
ao credor no exercício seguinte. 
Item IV: errado, pois a delegação de atividades a outra pessoa jurídica 
(como a Caixa Econômica Federal) representa descentralização, não 
desconcentração. 
Item V: falso, pois entre as pessoas administrativas (ente da Administração 
Indireta) e o respectivo ente estatal há apenas vinculação, não 
subordinação. Essa vinculação existe para efeito de controle finalístico da 
pessoa administrativa, feito por meio do órgão supervisor a que ela se 
vincula (Ministério ou Secretaria de Estado). 
Gabarito: letra B. 
7) (Esaf/MPOG/APO/2008) Modernamente, a Organização Administrativa 
do Estado Brasileiro adquiriu novos contornos com a edição da Lei n. 
11.107/2005. Nesse diapasão, analise os itens abaixo e marque a opção 
correta. 
I. O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra 
a administração indireta de todos os entes da Federação consorciados. 
II. No caso de se revestir de personalidade jurídica de direito privado, o 
consórcio público observará as normas de direito público quanto à 
celebração de contratos. 
III. Os consórcios públicos ou privados, na área de saúde, deverão 
obedecer aos princípios, diretrizes e normas que regulam o Sistema Único 
de Saúde – SUS. 
IV. Os entes da Federação consorciados, ou com eles conveniados, não 
poderão ceder-lhe servidores, na forma e condições da legislação de cada 
um ante a observância constitucional de exigência de concurso público. 
a) Apenas o item I está correto. 
b) Apenas o item II está correto. 
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c) Apenas os itens II e IV estão incorretos. 
d) Apenas os itens I e III estão incorretos. 
e) Apenas os itens III e IV estão incorretos. 
Item I: verdadeiro, conforme previsão do art. 6.º, § 1.º, da Lei 
11.107/2005. 
Item II: correto, nos termos do art. 6.º, § 1.º, da mesma Lei. 
Item III: falso, pois essa previsão existe apenas para os consórcios 
públicos, segundo o art. 1.º, § 3.º, da Lei 11.107/2005. 
Item IV: errado, porque o art. 4.º, § 4.º, da citada Lei permite essa cessão. 
Gabarito: letra E. 
8) (Esaf/STN/AFC/2008) O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal 
são, respectivamente, sociedade de economia mista e empresa pública, 
cujos capitais votantes majoritários pertencem à União. Quanto a estas 
espécies de instituições, analise os itens a seguir e marque com V se a 
assertiva for verdadeira e com F se for falsa. Ao final, assinale a opção 
correspondente. 
( ) A constituição de sociedades de economia mista e de empresas públicas 
decorre de um processo de descentralização do Estado que passa a exercer 
certas atividades por intermédio de outras entidades. 
( ) Apesar de serem constituídas como pessoas jurídicas de direito privado, 
as sociedades de economia mista e as empresas públicas estão submetidas 
hierarquicamente à pessoa política da federação que as tenha criado. 
( ) Somente por lei específica podem ser criadas sociedades de economia 
mista e empresas públicas, bem como necessária autorização legislativa, 
em cada caso, para a criação de suas subsidiárias. 
( ) As empresas públicas e as sociedades de economia mista exploradoras 
de atividade econômica sujeitam-se ao regime próprio das empresas 
privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, 
trabalhistas e tributários. 
( ) Quanto ao regime de compras, as empresas públicas e as sociedades de 
economia mista sujeitam-se aos princípios da administração pública e 
devem observar procedimento licitatório. 
a) V, V, F, V, F 
b) V, F, F, V, V 
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c) F, F, V, F, V 
d) F, V, V, F, F 
e) V, F, F, V, V 
Primeiro item: correto, pois a criação de pessoas da Administração Indireta 
é típico fenômeno de descentralização, isto é, de atribuição de atividades a 
pessoas jurídicas distintas do ente político. 
Segundo item: falso, porque não há subordinação, mas apenas vinculação, 
entre uma entidade administrativa e a pessoa estatal que a criou. 
Terceiro item: incorreto, porque as sociedades de economia mista e as 
empresas públicas, por serem pessoas jurídicas de direito privado, são 
criadas na forma da legislação civil, pelo arquivamento de seus atos 
constitutivos no respectivo registro. É necessária a prévia autorização legal 
para tanto, mas não é a lei específica que cria a entidade, ela apenas 
autoriza a sua criação. Já a criação de subsidiárias dessas entidades 
administrativas realmente depende de autorização legislativa, não 
necessariamente lei específica. Ver art. 37, XIX e XX, da CF/88. 
Quarto item: certo, nos termos do art. 173, § 1.º, II, da CF/88. 
Quinto item: verdadeiro, conforme o art. 37, caput e inciso XXI, da Carta 
Magna. 
Gabarito: letras B e E (a Esaf não anulou a questão, manteve ambas as 
alternativas como gabarito oficial). 
9) (Esaf/PGFN/PFN/2006) Sobre as pessoas jurídicas qualificadas como 
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, assinale a opção 
incorreta. 
a) Não podem ser fundações públicas. 
b) Prestam contas, na sistemática adotada para o controle externo pela 
Constituição Federal, de todos os bens e recursos que tenha recebido de 
terceiros. 
c) Devem possuir conselho fiscal ou órgão equivalente. 
d) O vínculo de cooperação com o Poder Público é estabelecido por meio de 
termo de parceria. 
e) Necessariamente não têm fins lucrativos. 
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Letras A e E: verdadeiras, pois somente pessoas jurídicas de direito privado 
sem fins lucrativos podem ser Oscips, conforme o art. 1.º da Lei 
9.790/1999. 
Letra B: errada (gabarito), porque apenas a prestação de contas dos 
recursos e bens de origem pública recebidos pelas Oscips devem 
obrigatoriamente adotar a sistemática adotada para o controle externo da 
Administração Pública, prevista no parágrafo único do art. 70 da 
Constituição Federal (art. 4.º, VII, “d”, da Lei 9.790/1999). 
Letra C: correta, nos termos do art. 4.º, III, da Lei 9.790/1999, que dispõe 
que o conselho fiscal será dotado de competência para opinar sobre os 
relatórios de desempenho financeiro e contábil e sobre as operações 
patrimoniais realizadas, emitindo pareceres para os organismos superiores 
da entidade. 
Letra D: verdadeira, segundo o art. 4.º da Lei 9.790/1999, que reza que 
termo de parceria é o instrumento passível de ser firmado entre o Poder 
Público e as Oscips, destinado à formação de vínculo de cooperação entre 
as partes, para o fomento e a execução das atividades de interesse públicoprevistas na citada Lei. 
10) (Esaf/MTE/AFT/2006) A doutrina sempre considerou muito complexa a 
figura das fundações no âmbito da Administração Pública brasileira. Em 
verdade, foi constante, ao longo dos anos, a evolução dessa espécie 
organizacional. No atual estágio, assinale o conceito correto a respeito das 
diversas categorias dessa entidade. 
a) A fundação pública de direito público tem natureza autárquica e integra 
a Administração Pública Direta. 
b) A fundação de apoio às instituições federais de ensino superior tem 
natureza de direito privado e integra a Administração Pública Indireta. 
c) A fundação pública de direito privado vincula-se ao regime jurídico-
administrativo e integra a Administração Pública Indireta. 
d) A fundação previdenciária tem personalidade jurídica de direito público e 
vincula-se ao regime jurídico-administrativo. 
e) A fundação pública de direito privado equipara-se, em sua natureza 
jurídica, à sociedade de economia mista. 
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Letra A: errada, pois as fundações públicas integram a Administração 
Indireta. 
Letra B: falsa, porque as fundações de apoio às instituições federais de 
ensino superior, entidades de direito privado previstas na Lei 8.958/1994 
(recomendo uma lidinha nesta lei!) não pertencem à Administração Pública. 
Lembrem-se sempre de que as entidades da Administração Indireta são 
apenas aquelas quatro: autarquias, fundações públicas, empresas públicas 
e sociedades de economia mista. 
Letra C: incorreta, pois a fundação pública de direito privado vincula-se 
prioritariamente ao regime de direito privado, derrogado parcialmente 
pelas regras do direito público (regime jurídico-administrativo). 
Letra D: falsa, porque as fundações previdenciárias são pessoas jurídicas 
de direito privado, regidas pelo Direito Civil. São exemplos as entidades 
fechadas de previdência complementar vinculadas a certos entes 
administrativos, estes chamados de patrocinadores daquelas. Ex.: Previ 
(Banco do Brasil), Funcef (Caixa Econômica Federal) e Previnorte 
(Eletronorte). As fundações previdenciárias são reguladas pelas Leis 
Complementares n.º 108 e n.º 109 (não precisam ler estas leis para nossa 
matéria, fiquem tranquilos!). 
Letra E: correta (gabarito), pois tanto a fundação pública de direito privado 
como a sociedade de economia mista possuem personalidade jurídica de 
direito privado. 
11) (Esaf/MPOG/EPPGG/2005) Sobre a organização administrativa do 
Estado brasileiro é incorreto afirmar: 
a) no plano federal, as fundações governamentais apresentam 
personalidade jurídica de direito público, com as mesmas características 
das autarquias. 
b) as sociedades de economia mista que exploram atividade econômica não 
se sujeitam à teoria da responsabilidade objetiva pelos atos de seus 
agentes. 
c) as autarquias territoriais são entidades conhecidas no direito brasileiro. 
d) as empresas públicas prestadoras de serviços públicos vinculam-se ao 
regime de direito privado, mas sujeitam- se, também, a regras do regime 
jurídico-administrativo. 
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e) as agências reguladoras podem-se organizar sob qualquer forma de 
direito público – órgão da administração direta, autarquia ou fundação. 
Letra A: correta. No plano federal, não há ainda fundações públicas de 
direito privado, pois estas dependem da edição de uma lei complementar 
que defina suas áreas de atuação (art. 37, XIX, parte final, da CF/88), lei 
inexistente na esfera federal. 
Letra B: verdadeira. As entidades sujeitas à responsabilidade objetiva 
(independente de dolo ou culpa) pelos atos que seus agentes causem a 
terceiros são as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado 
prestadoras de serviços públicos, conforme o art. 37, § 6.º, da CF/88. As 
estatais que exercem atividade econômica sujeitam-se à responsabilidade 
civil subjetiva, prevista no Código Civil. 
Letra C: certa. As autarquias territoriais (territórios), embora atualmente 
inexistentes no Brasil (antigamente havia os territórios de Roraima e 
Amapá, hoje convertidos em estados-membros), são conhecidas no direito 
brasileiro. O art. 33 da CF/88, entre outros dispositivos da Carta Magna, 
prevê expressamente a sua existência. 
Letra D: correta. As empresas públicas e sociedades de economia mista 
prestadoras de serviços públicos vinculam-se a um regime misto, de direito 
público (regime jurídico-administrativo), por pertencerem à Administração 
Pública, e de direito privado, por serem empresas, pessoas jurídicas de 
direito privado. 
Letra E: esta foi a alternativa considerada incorreta pela banca (gabarito). 
De fato, as agências reguladoras têm se organizado sob a forma de 
autarquias em regime especial, não de órgão da administração direta ou de 
fundação pública. No entanto, Maria Sylvia Zanella Di Pietro ensina que 
agência reguladora, em sentido amplo, seria, no direito brasileiro, qualquer 
órgão da Administração Direta ou entidade da Administração Indireta com 
função de regular a matéria específica que lhe está afeta e que, no Brasil, 
as agências reguladoras têm sido criadas como autarquias de regime 
especial. Desse modo, a alternativa poderia ser considerada verdadeira, 
pois, em tese, nada impediria que nossas leis criassem agências 
reguladoras sob a forma de órgão da Administração Direta, desde, é claro, 
que a lei assegurasse as condições de autonomia necessárias ao exercício 
da regulação. Assim, em minha opinião, a questão deveria ter sido anulada. 
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12) (Esaf/Receita Federal/AFRF/2005) Assinale, entre as seguintes 
definições, aquela que pode ser considerada correta como a de órgão 
público. 
a) Unidade personalizada, composta de agentes públicos, com 
competências específicas. 
b) Centro funcional, integrante da estrutura de uma entidade, com 
personalidade jurídica de direito público. 
c) Conjunto de agentes públicos hierarquicamente organizados. 
d) Centro de competências, com patrimônio, responsabilidades e agentes 
próprios, criado para uma determinada atividade. 
e) Unidade organizacional, composta de agentes e competências, sem 
personalidade jurídica. 
Órgãos públicos são centros de competência despersonalizados (sem 
personalidade jurídica), criados pelo fenômeno da desconcentração e 
localizados no bojo de certa entidade da Administração, seja a própria 
pessoa estatal (Administração Direta), seja uma entidade administrativa 
(Administração Indireta), que também pode desconcentrar-se internamente 
em órgãos. Sendo despersonalizados, os órgãos não possuem patrimônio 
próprio, cuja titularidade (propriedade) pertence à pessoa jurídica que 
engloba os órgãos. Desse modo, o gabarito é a letra E. 
13) (Esaf/Receita Federal/AFRF/2005) Em relação à organização 
administrativa da União Federal, assinale a afirmativa verdadeira. 
a) O contrato de gestão só pode ser celebrado entre a União Federal e as 
entidades descentralizadas. 
b) As fundações públicas de direito público estão impedidas de exercer 
poder de polícia administrativa. 
c) É possível, na esfera federal, uma empresa pública ser organizada sob a 
forma de sociedade anônima, sendo a União Federal a sua única acionista. 
d) As agências reguladoras podem, no âmbito da Administração Indireta, 
assumir a forma de autarquias, fundações ou empresas públicas. 
e) As denominadas fundações de apoio às instituições federais de ensino 
superior integram o rol da Administração Pública Indireta. 
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Letra A: errada, porque o contrato de gestão pode ser celebrado entre a 
União e seus próprios órgãos ou suas entidades da Administração Indireta 
(art. 37, § 8.º, CF/88), bem como entre a União e as entidades qualificadas 
como organizações sociais (Lei 9.637/1998). 
Letra B: falsa, pois as fundações públicas de direito público podem, sim, 
exercer poder de polícia administrativa, justamente por possuírem 
personalidade jurídica de direito público, isto é, por serem regidas pelo 
regime jurídico-administrativo e, assim, apresentarem a supremacia do 
interesse público no exercício de suas atividades. 
Letra C: correta (gabarito). A União é a entidade política competente para, 
privativamente, legislar sobre direito comercial (art. 22, I, CF/88). Desse 
modo, ela pode criar empresa estatal sob forma inédita, não prevista no 
Código Civil. Um exemplo é a Caixa Econômica Federal, empresa pública 
unipessoal, nos termos do art. 3.º do Decreto-Lei 759/1969. 
Letra D: incorreta. As agências reguladoras, por exercerem atividade típica 
de estado (regulação), devem assumir a forma de pessoa jurídica de direito 
público, com poder de império. No âmbito da Administração Indireta, 
podem ser criadas sob a forma de autarquia ou fundação pública de direito 
público, mas não como empresa pública, cuja personalidade jurídica é de 
direito privado, isto é, sem supremacia do interesse público em suas 
atividades. 
Letra E: errada, pois as fundações de apoio às instituições federais de 
ensino superior (Lei 8.958/1994) não pertencem à Administração Pública. 
Elas são fundações de direito privado, regidas pelo Código Civil. 
Muito bem, pessoal! Por hoje é só. Espero que tenham gostado. Até 
nossa próxima aula. 
Luciano Oliveira 
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LISTA DE QUESTÕES DA AULA 02 
1) (Esaf/SMF-RJ/Fiscal de Rendas/2010) Assinale a opção em que consta 
hipótese que não é aplicável simultaneamente à autarquia e à empresa 
pública. 
a) Observância do princípio do concurso público. 
b) Natureza pública dos bens da entidade. 
c) Componente da Administração Pública Indireta. 
d) Portadora de personalidade jurídica. 
e) Obediência à Constituição Federal. 
2) (Esaf/Susep/Analista Técnico/2010) A SUSEP é uma autarquia, atua na 
regulação da atividade de seguros (entre outras), e está sob supervisão do 
Ministério da Fazenda. Logo, é incorreto dizer que ela: 
a) é integrante da chamada Administração Indireta. 
b) tem personalidade jurídica própria, de direito público. 
c) está hierarquicamente subordinada a tal Ministério. 
d) executa atividade típica da Administração Pública. 
e) tem patrimônio próprio. 
3) (Esaf/Susep/Analista Técnico/2010) Para que uma autarquia tenha 
existência regular, há a necessidade de observância dos seguintes 
procedimentos: 
a) criação diretamente por lei, com inscrição de seu ato constitutivo na 
serventia registral pertinente. 
b) criação diretamente por lei, sem necessidade de qualquer inscrição em 
serventias registrais. 
c) criação autorizada em lei, com inscrição de seu ato constitutivo na 
serventia registral pertinente. 
d) criação autorizada em lei, sem necessidade de qualquer inscrição em 
serventias registrais. 
e) criação diretamente por lei, ou respectiva autorização legal para sua 
criação, sendo necessária a inscrição de seu ato constitutivo em serventias 
registrais, apenas nesta última hipótese. 
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4) (Esaf/MTE/AFT/2010) Tendo por base a organização administrativa 
brasileira, classifique as descrições abaixo como sendo fenômenos: (1) de 
descentralização; ou (2) de desconcentração. Após, assinale a opção 
correta. 
( ) Criação da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE), para prestar serviços oficiais de estatística, geologia e cartografia 
de âmbito nacional; 
( ) Criação de delegacia regional do trabalho a ser instalada em 
municipalidade recém emancipada e em franco desenvolvimento industrial 
e no setor de serviços; 
( ) Concessão de serviço público para a exploração do serviço de 
manutenção e conservação de estradas; 
( ) Criação de novo território federal. 
a) 2 / 1 / 2 / 1 
b) 1/ 2 / 2 / 1 
c) 2/ 2 / 1 / 1 
d) 1/ 2 / 1 / 1 
e) 1/ 2 / 1 / 2 
5) (Esaf/Receita Federal/ATRFB/2009) Marque a opção incorreta. 
a) O contrato de gestão, quando celebrado com organizações sociais, 
restringe a sua autonomia. 
b) Quanto à estrutura das autarquias, estas podem ser fundacionais e 
corporativas. 
c) Os serviços sociais autônomos são entes paraestatais que não integram 
a Administração direta nem a indireta. 
d) Organização social é a qualificação jurídica dada a pessoa jurídica de 
direito privado ou público, sem fins lucrativos, e que recebe delegação do 
Poder Público, mediante contrato de gestão, para desempenhar serviço 
público de natureza social. 
e) A Administração Pública, ao criar fundação de direito privado, submete-a 
ao direito comum em tudo aquilo que não for expressamente derrogado por 
normas de direito público. 
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6) (Esaf/Receita Federal/AFRFB/2009) Quanto à organização 
administrativa brasileira, analise as assertivas abaixo e assinale a opção 
correta. 
I. A administração pública federal brasileira indireta é composta por 
autarquias, fundações, sociedades de economia mista, empresas públicas e 
entidades paraestatais. 
II. Diferentemente das pessoas jurídicas de direito privado, as entidades da 
administração pública indireta de personalidade jurídica de direito público 
são criadas por lei específica. 
III. Em regra, a execução judicial contra o Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA enquanto autarquia 
federal está sujeita ao regime de precatórios previsto no art. 100 da 
Constituição Federal, respeitadas as exceções. 
IV. A Caixa Econômica Federal enquanto empresa pública é exemplo do que 
se passou a chamar, pela doutrina do direito administrativo, de 
desconcentração da atividade estatal. 
V. O Instituto Nacional do Seguro Social – INSS enquanto autarquia 
vinculada ao Ministério da Previdência Social está subordinada à sua 
hierarquia e à sua supervisão. 
a) Apenas os itens I e II estão corretos. 
b) Apenas os itens II e III estão corretos. 
c) Apenas os itens III e IV estão corretos. 
d) Apenas os itens IV e V estão corretos. 
e) Apenas os itens II e V estão corretos. 
7) (Esaf/MPOG/APO/2008) Modernamente, a Organização Administrativa 
do Estado Brasileiro adquiriu novos contornos com a edição da Lei n. 
11.107/2005. Nesse diapasão, analise os itens abaixo e marque a opção 
correta. 
I. O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra 
a administração indireta de todos os entes da Federação consorciados. 
II. No caso de se revestir de personalidade jurídica de direito privado, o 
consórcio público observará as normas de direito público quanto à 
celebração de contratos. 
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III. Os consórcios públicos ou privados, na área de saúde, deverão 
obedecer aos princípios, diretrizes e normas que regulam o Sistema Único 
de Saúde – SUS. 
IV. Os entes da Federação consorciados, ou com eles conveniados, não 
poderão ceder-lhe servidores, na forma e condições da legislação de cada 
um ante a observância constitucionalde exigência de concurso público. 
a) Apenas o item I está correto. 
b) Apenas o item II está correto. 
c) Apenas os itens II e IV estão incorretos. 
d) Apenas os itens I e III estão incorretos. 
e) Apenas os itens III e IV estão incorretos. 
8) (Esaf/STN/AFC/2008) O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal 
são, respectivamente, sociedade de economia mista e empresa pública, 
cujos capitais votantes majoritários pertencem à União. Quanto a estas 
espécies de instituições, analise os itens a seguir e marque com V se a 
assertiva for verdadeira e com F se for falsa. Ao final, assinale a opção 
correspondente. 
( ) A constituição de sociedades de economia mista e de empresas públicas 
decorre de um processo de descentralização do Estado que passa a exercer 
certas atividades por intermédio de outras entidades. 
( ) Apesar de serem constituídas como pessoas jurídicas de direito privado, 
as sociedades de economia mista e as empresas públicas estão submetidas 
hierarquicamente à pessoa política da federação que as tenha criado. 
( ) Somente por lei específica podem ser criadas sociedades de economia 
mista e empresas públicas, bem como necessária autorização legislativa, 
em cada caso, para a criação de suas subsidiárias. 
( ) As empresas públicas e as sociedades de economia mista exploradoras 
de atividade econômica sujeitam-se ao regime próprio das empresas 
privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, 
trabalhistas e tributários. 
( ) Quanto ao regime de compras, as empresas públicas e as sociedades de 
economia mista sujeitam-se aos princípios da administração pública e 
devem observar procedimento licitatório. 
a) V, V, F, V, F 
b) V, F, F, V, V 
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c) F, F, V, F, V 
d) F, V, V, F, F 
e) V, F, F, V, V 
9) (Esaf/PGFN/PFN/2006) Sobre as pessoas jurídicas qualificadas como 
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, assinale a opção 
incorreta. 
a) Não podem ser fundações públicas. 
b) Prestam contas, na sistemática adotada para o controle externo pela 
Constituição Federal, de todos os bens e recursos que tenha recebido de 
terceiros. 
c) Devem possuir conselho fiscal ou órgão equivalente. 
d) O vínculo de cooperação com o Poder Público é estabelecido por meio de 
termo de parceria. 
e) Necessariamente não têm fins lucrativos. 
10) (Esaf/MTE/AFT/2006) A doutrina sempre considerou muito complexa a 
figura das fundações no âmbito da Administração Pública brasileira. Em 
verdade, foi constante, ao longo dos anos, a evolução dessa espécie 
organizacional. No atual estágio, assinale o conceito correto a respeito das 
diversas categorias dessa entidade. 
a) A fundação pública de direito público tem natureza autárquica e integra 
a Administração Pública Direta. 
b) A fundação de apoio às instituições federais de ensino superior tem 
natureza de direito privado e integra a Administração Pública Indireta. 
c) A fundação pública de direito privado vincula-se ao regime jurídico-
administrativo e integra a Administração Pública Indireta. 
d) A fundação previdenciária tem personalidade jurídica de direito público e 
vincula-se ao regime jurídico-administrativo. 
e) A fundação pública de direito privado equipara-se, em sua natureza 
jurídica, à sociedade de economia mista. 
11) (Esaf/MPOG/EPPGG/2005) Sobre a organização administrativa do 
Estado brasileiro é incorreto afirmar: 
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a) no plano federal, as fundações governamentais apresentam 
personalidade jurídica de direito público, com as mesmas características 
das autarquias. 
b) as sociedades de economia mista que exploram atividade econômica não 
se sujeitam à teoria da responsabilidade objetiva pelos atos de seus 
agentes. 
c) as autarquias territoriais são entidades conhecidas no direito brasileiro. 
d) as empresas públicas prestadoras de serviços públicos vinculam-se ao 
regime de direito privado, mas sujeitam- se, também, a regras do regime 
jurídico-administrativo. 
e) as agências reguladoras podem-se organizar sob qualquer forma de 
direito público – órgão da administração direta, autarquia ou fundação. 
12) (Esaf/Receita Federal/AFRF/2005) Assinale, entre as seguintes 
definições, aquela que pode ser considerada correta como a de órgão 
público. 
a) Unidade personalizada, composta de agentes públicos, com 
competências específicas. 
b) Centro funcional, integrante da estrutura de uma entidade, com 
personalidade jurídica de direito público. 
c) Conjunto de agentes públicos hierarquicamente organizados. 
d) Centro de competências, com patrimônio, responsabilidades e agentes 
próprios, criado para uma determinada atividade. 
e) Unidade organizacional, composta de agentes e competências, sem 
personalidade jurídica. 
13) (Esaf/Receita Federal/AFRF/2005) Em relação à organização 
administrativa da União Federal, assinale a afirmativa verdadeira. 
a) O contrato de gestão só pode ser celebrado entre a União Federal e as 
entidades descentralizadas. 
b) As fundações públicas de direito público estão impedidas de exercer 
poder de polícia administrativa. 
c) É possível, na esfera federal, uma empresa pública ser organizada sob a 
forma de sociedade anônima, sendo a União Federal a sua única acionista. 
d) As agências reguladoras podem, no âmbito da Administração Indireta, 
assumir a forma de autarquias, fundações ou empresas públicas. 
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e) As denominadas fundações de apoio às instituições federais de ensino 
superior integram o rol da Administração Pública Indireta. 
Gabarito: 
1b 2c 3b 4d 5d 6b 7e 8b-e 9b 10e 11e 12e 13c

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