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1 101 QUESTÕES DO CESPE LÍNGUA PORTUGUESA 1 A história eleitoral do Brasil é uma das mais ricas do mundo. Durante o período colonial, a população das vilas e cidades elegia os representantes dos conselhos municipais. As primeiras eleições gerais para escolha 5 dos representantes à Corte de Lisboa ocorreram em 1821. No ano seguinte, foi promulgada a primeira lei eleitoral brasileira, que regulou as eleições dos repre- sentantes da Constituinte de 1823. Desde 1824, quando aconteceu a primeira eleição pós-independência, foram 10 eleitas cinquenta e uma legislaturas para a Câmara dos Deputados. Somente durante o Estado Novo (1937- 1945), as eleições para a Câmara foram suspensas. � Hoje, os eleitores escolhem os representantes para os principais postos de poder (presidente, 15 senador, deputado federal, governador, deputado esta- dual, prefeito e vereador) e pouca gente duvida da legiti- midade do processo eleitoral brasileiro. As fraudes foram praticamente eliminadas. A urna eletrônica permite que os resultados sejam proclamados poucas horas depois 20 do pleito. As eleições são competitivas, com enorme oferta de candidatos e partidos (uma média de trinta par- tidos por eleição). Quatro em cada cinco adultos com- pareceram às últimas eleições para votar. O sufrágio é universal, pois já não existem restrições significativas 25 que impeçam qualquer cidadão com pelo menos dezesseis anos de idade de ser eleitor. Hoje, o Brasil tem o terceiro maior eleitorado do planeta, perdendo apenas para a Índia e os Estados Unidos da América. Jairo Marconi Nicolau. História do voto no Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 2002, p. 7-8 (com adaptações). Em relação ao texto acima, julgue os seguintes itens. 1. Seriam mantidos o sentido original e a correção gra- matical do texto se o período “No ano seguinte (...) Constituinte de 1823” (l. 6-8) fosse assim reescrito: Promulgou-se, um ano depois, a primeira lei referente às eleições no país, a qual estabeleceu o pleito para a escolha dos representantes da Assembleia Constituin- te de 1823. 2. Os termos “eleitores” (l.13), “gente” (l. 16), “fraudes” (l. 17), “restrições” (l. 24) e “Brasil” (l. 26) são núcleos do sujeito da oração em que se inserem. 3. Nesse texto, o autor louva o processo eleitoral no Bra- sil, onde, segundo ele, a tecnologia e a inexistência de fraudes concorrem para o reconhecimento da legitimi- dade desse processo. 4. Conclui-se da leitura do texto que a magnitude numé- rica do eleitorado brasileiro, o “terceiro maior” do pla- neta, decorre da disposição de 80% dos brasileiros de comparecer às eleições. 5. No primeiro parágrafo, quatro períodos são iniciados por elemento adverbial, o que justifica a colocação de vírgula logo após “colonial” (l. 2), “seguinte” (l. 6), “1824” (l. 8) e “(1937-1945)” (l. 12-13). � A atividade policial pode ser verificada em quase todas as organizações políticas que conhecemos, des- de as cidades-estado gregas até os Estados atuais. En- tretanto, o seu sentido e a forma como é realizada têm 5 variado ao longo do tempo. A ideia de polícia que temos hoje é produto de fatores estruturais e organizacionais que moldaram seu processo histórico de transformação. � A palavra “polícia” deriva do termo grego polis, usado para descrever a constituição e organização 10 da autoridade coletiva. Tem a mesma origem da palavra “política”, relativa ao exercício dessa autori- dade coletiva. Assim, podemos perceber que a ideia de polícia está intimamente ligada à noção de polí- tica. Não há como dissociá-las. A atividade de polícia 15 é, portanto, política, uma vez que diz respeito à forma como a autoridade coletiva exerce seu poder. Arthur T. M. Costa. Polícia, controle social e democracia. In: Entre a lei e a ordem. Rio de Janeiro: FGV,2004, p. 93. Internet: <www.necvu.ifcs. ufrj.br> (com adaptações). Considerando os sentidos e aspectos linguísticos do texto acima, julgue os itens a seguir. 6. A informação a respeito da etimologia dos vocábulos “polícia” (l. 8) e “política” (l. 11) fundamenta a conclu- são do autor, introduzida pela palavra “Assim” (l. 12). 7. O trecho “Não há como dissociá-las” (l. 14) poderia ser corretamente reescrito de diferentes maneiras, a exemplo das seguintes: É impossível separá-las; Não há forma de as dissociar; Não separam-se. 8. Da leitura do texto conclui-se que a ação da polícia de- pende diretamente da ação dos ocupantes de cargos políticos na sociedade, os responsáveis pelos “fatores estruturais e organizacionais” (l. 6) que definem a ati- vidade policial. 2 9. A substituição de “cidades-estado” (l. 3) por cidades- -estados não prejudicaria a correção gramatical do texto. 10. No primeiro parágrafo, o pronome relativo “que” exer- ce, nas duas primeiras ocorrências, a função de com- plemento verbal e, na terceira, a de sujeito da oração em que se insere. � A democracia já não se reduz a uma esperança, não é mais uma questão, não é apenas um direito, não é somente o apanágio de uma cidade ilustrada como Atenas, ou de um grande povo como o romano: 5 é mais, é tudo nas sociedades modernas. De mera previsão, converteu-se em fato; de opinião contro- versa, transformou-se em realidade viva; deixou de ser puro direito para ser direito e força; passou de simples fenômeno local a lei universal e onipotente. 10 Enquanto alguns discutem ainda se ela deve ser, já ela é. Como o crescer silencioso, mas inces- sante, do fluxo do oceano, sobe e espraia-se calada, mas continuamente. Cada onda que se aproxima, e recua depois, estende os limites do poderoso 15 elemento. Os espíritos que não veem muito deixam- -se dormir, entretanto, recostados indolentemente à margem que as águas não tardarão em invadir, porque a enchente cresce linha a linha sem que a per- cebam, e, como a onda retrocede sempre, parece-lhes 20 que, retrocedendo, perdeu todo o terreno vencido. Embora alguma onda mais impetuosa, como que os advertindo, jogue de longe sobre eles a espuma. � Riem dela, porque a veem retrair-se logo após; per- suadidos de que têm subjugado o oceano quando 25 mandam pelos seus serviçais antepor-lhe a cautela de algum quebra-mar que dure pela vida de uma ou duas gerações. Cuidam ter desse modo segurado a sua casa e o futuro dos filhos. Mas o frágil anteparo, minado pela ação imperceptível das águas, esboroa-se um bom dia, 30 malogrando-lhes os cálculos, quando não mais que isso. � A aristocracia teve a sua época e passou. A rea- leza teve a sua, e extinguiu-se também. Chegou a vez da democracia, e esta permanecerá para sempre. Por quê? Porque a aristocracia era a sujeição de todos a 35 poucos, era o privilégio, a hereditariedade, que, na pro- priedade individual, é legítima, por ser consequência do trabalho, mas que, em política, é absurda, porque exclui do governo a vontade dos governados e submete o merecimento à incapacidade. A realeza também era 40 o privilégio, ainda mais restrito, mais concentrado, per- sonificado em um indivíduo, circunscrito a uma família. � A democracia, essa é a negação das castas, das exclusões arbitrárias, e a consagração do direito: por isso, 45 não morre. Rui Barbosa. Obras completas de Rui Barbosa.Vol. I (1865-1871), tomo I, p. 19-20. Internet: <www.casaruibarbosa.gov.br> (com adaptações). Julgue os itens de 11 a 16, relativos às ideias e a as- pectos linguísticos do texto acima. 11. Respeitando-se as regras gramaticais, as ideias de- senvolvidas no último parágrafo do texto podem ser assim sintetizadas: O respeito a igualdade de todos perante a lei é fonte da superioridade da democracia frente à outros sistemas políticos, o que garante-lhe sua perenidade. 12. A linguagem empregada no texto é adequada à corres- pondência oficial, com exceção da utilizada no segun- do parágrafo, em que predomina a conotação. 13. Seriam mantidas a correção gramatical e a coerência do texto caso as palavras “apanágio” (l. 3), “esboroa- -se” (l. 29) e “castas” (l. 42) fossemsubstituídas, res- pectivamente, por privilégio, desmorona e rígidas es- tratificações sociais. 14. Conservando-se a coerência e correção gramatical do texto, o primeiro período do primeiro parágrafo poderia ser assim reescrito: A democracia deixou de ser ape- nas uma esperança, uma questão, um direito; abdicou de seu papel de mero apanágio de uma cidade ador- nada como Atenas ou de um povo admirável como os romanos: hoje, para as sociedades modernas, ela é mais, é tudo. 15. Evidencia-se, no texto, o entusiasmo do autor por um regime político e econômico que garantisse a todos os cidadãos iguais oportunidades de representação polí- tica e de acesso aos bens existentes na comunidade. 16. Utilizando-se de metáforas, o autor constrói texto ar- gumentativo em que a democracia é retratada como o oceano e suas ondas, e os que nela não creem, re- presentados como os “espíritos que não veem muito” (l. 13). Julgue os itens subsequentes, relativos ao diálogo entre os personagens Calvin e sua professora, Dona Doroteia, apresentado na tirinha acima. 17. No terceiro quadrinho, a expressão “Sendo assim” po- deria, sem prejuízo para a correção e a coerência do texto, ser substituída por qualquer um dos seguintes conectores: Portanto, Por conseguinte, Conquanto. 18. São elementos de humor na tirinha o uso, por uma criança, de linguagem técnica própria de adultos e o emprego da palavra “ditadura” para designar a obriga- ção do aluno de permanecer em sala de aula. 3 19. No segundo quadrinho, a fala de Calvin é introduzida por uma oração condicional, ponto de partida para o raciocínio de Calvin, que pode ser assim esquematiza- do: Se A, então B. 20. No segundo quadrinho, a retirada da vírgula logo após “felicidade” modificaria a relação semântica e sintática entre essa palavra e o trecho “a qual é meu direito ina- lienável” e afetaria a coerência da argumentação. � � No momento em que se completa o cinquentená- rio do golpe de 1964, as condições são propícias para análises menos afetadas pelo calor dos acontecimen- tos. A distância no tempo favorece um olhar mais 5 analítico e menos passional, ainda que interessado politicamente e compromissado com o repúdio à vio- lência e ao autoritarismo. (...) � É importante pesquisar a ditadura, assim como divulgar o conhecimento produzido e enfrentar as 10 polêmicas que ele inexoravelmente provoca. Além de disputas inerentes à lógica do conhecimento por si, está em jogo a formação política dos cidadãos brasi- leiros. Tal aspecto da questão é, em particular, signifi- cativo entre nós porque, no Brasil, é muito numeroso o 15 grupo de pessoas que desconhece o passado recente. � Ao contrário do que muitos têm apregoado, o melhor não é “virar a página” no que se refere ao período da ditadura. Escolha mais adequada é em- preender uma apropriação crítica desse passado polí 20 tico recente, tanto para consolidar nossa frágil cidada- nia quanto para entender a realidade em que vivemos. Para tanto, é fundamental estudar a ditadura, a fim de compreender a atualidade do seu legado e, assim, criar condições de superá-lo. Rodrigo Patto Sá Motta, Daniel Aarão Reis e Marcelo Ridenti. A ditadura que mudou o Brasil: 50 anos do golpe de 1964. Rio de Janeiro: Zahar, 2014 (com adaptações). Em relação ao texto acima, julgue os itens de 21 a 27. 21. O texto é apresentado como uma resposta aos que desejam o esquecimento do passado de ditadura no Brasil, como evidencia o trecho “o melhor não é ‘vi- rar a página’ no que se refere ao período da ditadura” (l. 16-18), em que o emprego das aspas indica que a expressão ‘virar a página’ provém de discurso alheio. 22. Depreende-se do texto que os autores estão compro- metidos com uma análise dos acontecimentos base- ada na objetividade científica, que, segundo eles, é caracterizada pela neutralidade. 23. Na linha 8, o verbo ser está conjugado na terceira pessoa do singular — “É” — por compor oração sem sujeito. 24. Estariam mantidas a coerência e a correção gramatical do texto caso o trecho “Além de disputas (...) passado recente” (l. 10-15) fosse reescrito da seguinte forma: Para além de questões características à própria lógica do conhecimento, é da formação política dos brasilei- ros de que ocupamo-nos, aspecto de relevância parti- cular no nosso caso, haja visto o enorme contingente que não têm conhecimento do passado recente. 25. No trecho “entender a realidade em que vivemos” (l. 22), a supressão da preposição não prejudica a correção gramatical do texto, ainda que interfira na relação sin- tático-semântica entre seus elementos. 26. No último parágrafo, para a redução das ocorrências de “que”, estaria correta, em termos gramaticais, a substituição de “no que se refere” (l. 17) por no to- cante a. 27. Por sua natureza adverbial, o termo “inexoravelmente” (l. 10), empregado como sinônimo de implacavelmen- te, poderia ser deslocado para o início do período, logo após a forma verbal “É” (l. 8), sem prejuízo para a coe- rência e a correção gramatical do texto. Com base nas regras de redação de correspondências oficiais, julgue os itens que se seguem. 28. Nos avisos, o fecho adequado é Atenciosamente, visto que tal documento é emitido por ministros para autoridade de mesma hierarquia. 29. A linguagem desse tipo de texto deve ser formal, im- pessoal, clara e concisa, características decorrentes da submissão dos documentos oficiais aos princípios da administração pública. 30. Em ofícios ou memorandos, o local e a data do docu- mento devem ser informados logo abaixo da indicação do nome e do endereço do destinatário. � As palavras estampadas na bandeira nacional poderiam receber o complemento de um adjetivo, diante do arcabouço de ideias e discussões que tra- tam do futuro do planeta. A depender da contribuição 5 de especialistas em desenvolvimento sustentável da Universidade de Brasília, o lema de 1889, inspirado nos conceitos positivistas do francês Augusto Comte, teria a seguinte redação: “Ordem e um Novo Pro- gresso”. Essa renovação de ideias, entretanto, precisa 10 do apoio das novas gerações, pois o cenário mundial atual, e do Brasil em particular, é muito diferente do registrado há duas décadas, por exemplo. Na confi- guração geopolítica do século XXI, a supremacia dos Estados Unidos da América e da Europa é confrontada 15 pelo dinamismo econômico de nações como a China, Índia, África do Sul e o próprio Brasil. O sobe e desce 4 na disputa por espaço em debates estratégicos em nível internacional deu maior peso à palavra de países em desenvolvimento nas questões da sustentabilidade. João Campos. Uma nova educação para um novo progresso. In: Revista Darcy, jun.2012 (com adaptações). Acerca dos aspectos estruturais e interpretativos do texto acima, julgue os itens a seguir. 31. Sem prejuízo da correção gramatical do texto, o termo “entretanto” (l. 9) e o trecho “e do Brasil em particular” (l. 11), bem como as vírgulas que os isolam, poderiam ser excluídos do período a que pertencem. 32. O período “Na configuração (...) próprio Brasil” (l. 12-16) poderia, sem prejuízo do sentido e da correção grama- tical do texto, ser assim reescrito: O dinamismo eco- nômico de nações como a China, Índia, África do Sul e o próprio Brasil confronta a supremacia dos Estados Unidos da América e da Europa na configuração geo- política do século XXI. 33. Na linha 3, o elemento “que” tem a função de restringir o sentido das expressões que o antecedem, a saber, “ideias” e “discussões”. 34. Na linha 4, a substituição da expressão “A depender” por Se dependesse não comprometeria nem a sinta- xe nem o sentido do período de que faz parte. 35. A mesma regra de acentuação gráfica se aplica aos vocábulos “Brasília”, “cenário” e “próprio”. 36. A ideia principal do texto é defender a revisão do lema estampado na bandeira nacional brasileira. 37. Na linha 9, a substituição do vocábulo “entretanto” pelo vocábulo portanto não acarretaria mudançade signifi- cado no período em questão. � Na Vila Telebrasília, onde mora, poucos conhe- cem Abiesel Alves Cavalcanti pelo nome completo. Lá ele é Bisa, o pescador. Há 35 anos, o pernambucano veio atrás do progresso na capital. Acompanhado pelo 5 irmão, trouxe algumas roupas e a tarrafa, sua ferra- menta de trabalho. “Eu falei para o mano: se lá tem água, tem peixe. De fome a gente não morre”, lembra Bisa. O Lago Paranoá alimentou toda a sua famí- lia, composta de mulher e dez filhos. No começo, 10 quando a pesca com tarrafa era proibida, Bisa saía na madrugada em uma canoa e trabalhava escon- dido. Depois, quando a captura com malha foi auto- rizada, ele se destacou entre os colegas. Chegava a voltar com até 300 quilos de peixe na embarcação. 15 Hoje, o lago já não é tão abundante quanto há uma década e meia, mas ele ainda chega com o barco cheio. Entre tilápias, tucunarés, carpas e traíras, soma 250 quilos de peixe por semana e perto de dois mil reais por mês. Bisa rema quase sete horas 20 para chegar até a altura da Ermida Dom Bosco e, às vezes, dorme na mata e retorna para casa só na manhã seguinte. “É uma vida de muito trabalho, mas necessidade eu nunca passei”, diz o pescador. Lilian Tahan. Vivendo de pescaria. In: Veja Brasília, 02.10.2013 (com adaptações). Julgue os próximos itens, relativos às ideias e às estru- turas linguísticas do texto acima. 38. Na oração “ele se destacou entre os colegas” (l. 13), é obrigatório o uso do pronome “se” em posição pré- -verbal, devido ao fator atrativo exercido pelo elemento que o antecede. 39. Com a devida alteração de maiúscula e minúscula, o ponto final imediatamente após a palavra “colegas” (l. 13) poderia ser substituído por vírgula, seguida do elemento articulador visto que. 40. O vocábulo “mas” (l. 16) é um elemento coesivo que introduz relação de conclusão entre a informação ex- pressa no período de que faz parte e a informação ex- pressa no período que o antecede. 41. O complemento da forma verbal “passei” (l. 23) não está explicitamente expresso no texto, devendo ser inferido pelo leitor. � O ABCerrado e a Matomática (“matemática do mato”), metodologias criadas por um professor da UnB, apoiam-se em dois princípios: o da elevação da autoes- tima de alunos e professores e o do envolvimento com 5 o meio ambiente para a construção, de forma lúdica e interdisciplinar, da cidadania e do respeito mútuo. “Faze- mos a aproximação por meio de elementos do contexto onde as crianças estão inseridas. As atividades de lei- tura, interpretação e escrita associam-se ao tema do 10 cerrado na forma de poesias, música, desenho, pintura e jogos”, explica uma professora da Faculdade de Edu- cação da UnB. Atualmente, a universidade trabalha para expandir a aplicação do ABCerrado na rede de ensino do DF. “Ainda prevalece uma visão conservadora sobre 15 o que é educação”, conta a professora. “A natureza possui uma dimensão formadora. Isso subverte a forma de se tratar a relação entre o ser humano e o meio ambiente no cerne de um processo educativo. Não se trata de educar o ser humano para o domínio e a 20 apropriação da natureza, mas de educar a humani- dade para ser capaz de trocar e de aprender com ela”, completa. João Campos. O ABC do cerrado. In: Revista Darcy, jun.2012 (com adaptações). Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto acima, julgue os itens subsequentes. 42. O termo “Isso” (l. 16) refere-se à expressão “visão con- servadora” (l. 14). 5 43. Na linha 8, a substituição do vocábulo “onde” pela ex- pressão no qual não comprometeria nem a sintaxe nem a significação do período de que o referido vocá- bulo faz parte. 44. Na linha 18, o pronome átono “se”’, em “não se trata”, poderia, opcionalmente, ocorrer após o verbo, escre- vendo-se não trata-se, sem comprometer a fidelida- de do texto à norma da língua na modalidade escrita formal. 45. Sem prejuízo da correção gramatical do texto, o perío- do “As atividades (...) jogos” (l. 8-11) poderia ser rees- crito da seguinte maneira: Às atividades de leitura, in- terpretação e escrita associa-se o tema do cerrado na forma de poesias, música, desenho, pintura e jogos. Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal, Comunico a Vossa Excelência o envio das Men- sagens SM n. 106 e 110, de 2013, nas quais informo a promulgação dos Decretos Legislativos n. 27 e 29, 2012, relativos à exploração de petróleo no litoral brasileiro. Brasília, 28 de março de 2013. Considerando o documento apresentado acima, julgue os itens a seguir, com base no Manual de Redação da Presidência da República. 46. Caso o emissor do documento fosse um senador da República, um possível fecho adequado seria: Renovo meus protestos da mais alta estima e consideração. 47. Considerando-se que o emissor do documento acima seja o presidente da República, é correto afirmar que não há necessidade de identificação do signatário. 48. Se o emissor do texto acima fosse um ministro de Es- tado, o documento poderia ser enviado na forma de memorando. 49. Por ser o receptor do texto o presidente do Senado Fe- deral, o termo “Vossa Excelência” foi adequadamente empregado. � De acordo com uma lista da International Union for the Conservation of Nature, o Brasil é o país com o maior número de espécies de aves ameaçadas de ex- tinção, com um total de 123 espécies sofrendo risco 5 real de desaparecer da natureza em um futuro não tão distante. A Mata Atlântica concentra cerca de 80% de todas as aves ameaçadas no país, fato que resulta de muitos anos de exploração e desmatamentos. Atual- mente, restam apenas cerca de 10% da floresta original, 10 não sendo homogênea essa proporção de floresta remanescente ao longo de toda a Mata Atlântica. A situ- ação é mais séria na região Nordeste, especialmente nos estados de Alagoas e Pernambuco, onde a maior parte da floresta original foi substituída por plantações 15 de cana-de-açúcar. É nessa região que ainda podem ser encontrados os últimos exemplares das aves mais raras em todo o país, como o criticamente ameaçado limpa- -folha-do-nordeste (Philydor novaesi). Essa pequena ave de dezoito centímetros vive no estrato médio e 20 dossel de florestas bem conservadas e ricas em bromélias, onde procura artrópodes dos quais se alimenta. Atualmente, as duas únicas localidades onde a espécie pode ser encontrada são a Estação Ecológica de Murici, em Alagoas, e a Serra do Urubu, em Pernambuco. Pedro F. Develey et al. O Brasil e suas aves. In: Scientific American Brasil, 2013 (com adaptações). Julgue os itens seguintes, relativos às ideias e aos as- pectos estruturais do texto acima. 50. A correção gramatical e o sentido original do texto se- riam preservados caso o vocábulo “onde”, nas linhas 13 e 21 fosse substituído pela expressão em que. 51. A inserção de vírgula logo após o vocábulo “encontra- da” (l. 23), além de preservar a correção gramatical do texto, daria ênfase à informação contida no trecho “as duas únicas localidades onde a espécie pode ser encontrada” (l. 22-23). 52. Nas sequências “toda a Mata Atlântica” (l. 11) e “todo o país” (l. 17), os artigos definidos “a” e “o” são opcio- nais, podendo ser suprimidos sem que haja prejuízo à correção gramatical e à significação dos períodos de que fazem parte. 53. A mesma regra de acentuação gráfica se aplica aos vocábulos “homogênea” (l. 10), “médio” (l. 19) e “bro- mélias” (l. 20-21). 54. O vocábulo “remanescente” (l. 11) poderia ser substi- tuído por ameaçada, sem alteração do sentido original do texto. � Construímos coisas o tempo todo, mas como sa- beremos quanto tempo vão durar? Se construirmos depósitos para resíduos nucleares, precisaremos ter certeza de que os contêineres vão resistir até que o 5 material dentro deles não mais seja perigoso. E, se não quisermos encher o planeta de lixo, é bom sabermos quanto tempo leva para que plásticos e outros materiais se decomponham. A única forma de termos certezaé submetendo esses materiais a testes de estresse por 10 cerca de 100 mil anos para ver como reagem. Então, poderíamos aprender a construir coisas que realmente duram — ou que se decompõem de uma forma “verde”. Experimentos submeteriam materiais ao desgaste e a ataques químicos, como variações de alcalinidade, 6 15 e, ainda, alterariam a temperatura ambiente para simular os ciclos de dia e noite e das estações. Com as técnicas de simulação em laboratórios de que dispomos atualmente, por exemplo, não se pode prever como será o desempenho da bateria de um carro elétrico 20 nos próximos quinze anos. As simulações de com- putador podem, por fim, tornar-se sofisticadas a ponto de substituir experimentos de longo prazo. Enquanto isso, no entanto, precisamos adotar cau- tela extra ao construirmos coisas que precisam durar. Kristin Persson. Como os materiais se decompõem? In: Scientific American Brasil, s/d, 2013 (com adaptações). Acerca de aspectos estruturais do texto acima e das ideias nele contidas, julgue os itens a seguir. 55. A expressão “no entanto” (l. 23) poderia ser substituída pelo vocábulo entretanto, sem que houvesse prejuízo à correção gramatical e ao sentido do texto. 56. Em “se decompõem” (l. 11) e “se pode” (l. 16), o pro- nome “se” poderia ser posposto à forma verbal — decompõem-se e pode-se —, sem prejuízo para a correção gramatical do texto. 57. O texto permaneceria gramaticalmente correto caso as formas verbais infinitivas “ver” (l. 10), “aprender” (l. 11) e “substituir” (l. 22) fossem substituídas pelas formas flexionadas vermos, aprendermos e substituírem, respectivamente. � Se a Dinamarca tivesse seguido a corrente rodovi- ária dominante desde a década de 60 do século passa- do, nunca viraria um modelo de planejamento urbano. Em uma época em que parecia fazer mais sentido 5 priorizar o trânsito de carros, Copenhague apostou na criação da primeira rua para pedestres do país. Antes de se tornar o maior calçadão da Europa, com um quilômetro de extensão, a Strøget era uma rua comercial dominada por automóveis, assim como todo o centro da cidade. 10 O arquiteto por trás da iniciativa, Jan Gehl, acreditava que os espaços urbanos deveriam servir para a intera- ção social. Na época, foi criticado pela imprensa e por comerciantes, que ponderavam que as pessoas não passariam muito tempo ao ar livre em uma capital gélida. 15 Erraram. As vendas triplicaram, e a rua de pedestres foi ocupada pelos moradores. A experiência reforçou as convicções de Gehl, que defende o planejamento das cidades para o usufruto e o conforto das pessoas. Camilo Gomide. Cidades prazerosas. In: Planeta, fev.2014 (com adaptações). Julgue os itens de 59 a 60, referentes às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima. 58. É objetivo do texto defender a ideia de que comercian- tes do mundo inteiro podem triplicar seu faturamento caso seja adotado o modelo de planejamento urbano da Dinamarca. 59. As sequências “primeira rua para pedestres do país” (l. 6), “o maior calçadão da Europa” (l. 7) e “uma rua comercial dominada por automóveis” (l. 8-9) identificam um mesmo referente: a rua Strøget. 60. Nas sequências “acreditava que os espaços urbanos” (l. 10-11) e “ponderavam que as pessoas não passa- riam” (l. 13), o “que” introduz complementos oracionais para as formas verbais “acreditava” e “ponderavam”. � O ofício de catador conquistou espaço em âmbito público em 2010, com a sanção da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Após vinte anos de tramitação, a nova lei regula a destinação dos produtos com ciclo 5 de vida durável, integrando o poder público, as empre- sas e a população na gestão dos resíduos. Os estados e municípios deverão adotar os novos parâmetros até agosto de 2014, caso contrário, não receberão recursos da União. Nesse contexto, a lei propõe incentivos dos 10 municípios para a organização desses trabalhadores em cooperativas, em detrimento do trabalho autônomo dos catadores de rua. A maioria dos catadores autôno- mos, entretanto, é moradora de rua ou desempregada, sem acesso ao mercado de trabalho formal. Em muitos 15 casos, são dependentes químicos ou alcoólatras, e não têm horários estabelecidos para o trabalho. Entre as razões para preferir a informalidade, estão a liberdade para estabelecer horários, a desconfiança da hierarquia das cooperativas, o pagamento semanal em vez de 20 diário e a incompatibilidade com a forma da organização. Emily Almeida. Emancipação dos catadores. In: Revista Darcy, set.-out.2013 (com adaptações). A respeito dos aspectos estruturais e interpretativos do texto acima, julgue os seguintes itens. 61. Na linha 14, caso se substituísse o trecho “ao mercado de trabalho formal” por às benesses das leis traba- lhistas, a correção gramatical do período seria manti- da, visto que o elemento “acesso” rege complemento com a preposição a e “benesses” está especificado pelo artigo as. 62. O elemento coesivo sentencial “entretanto” (l. 13) tem a finalidade semântica de introduzir uma relação de adversidade entre a informação expressa no período de que faz parte e a informação expressa nos períodos que o antecedem. 63. Sem prejuízo para o sentido original e para a correção gramatical do texto, o período “Em muitos casos (...) trabalho” (l. 14-16) poderia ser reescrito da seguinte forma: Em muitos casos, o catador é dependente quí- mico ou alcoólatra, e não tem horários estabelecidos para o trabalho. 64. O período “Os estados e municípios (...) recursos da União” (l. 6-9) poderia ser reescrito, sem que houvesse prejuízo para a sua gramática e significação, da se- 7 guinte maneira: A menos que adotem os novos parâ- metros até agosto de 2014, os estados e municípios receberão recursos da União. Em resposta aos recorrentes pedidos, tratando de solicitação de materiais para uso interno, informamos que a Sessão de Compras e Materiais disponibiliza formulá- rios para preenchimento das demandas de cada setor, com as respectivas justificativas para compras de mate- rial para uso interno. Cordialmente, Maria Silva Supervisora da Sessão de Compras e Materiais Considerando esse texto e as normas do Manual de Redação da Presidência da República, julgue os itens subsequentes. 65. Caso fosse parte de um ofício, ou fosse um memo- rando, o texto acima deveria apresentar os seguintes elementos pré-textuais: a) tipo e número do expedien- te, seguido da sigla do órgão que o expede; b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinha- mento à direita; c) assunto; d) destinatário. 66. Se o texto acima participasse da composição de um memorando, os despachos deveriam ser dados no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação. 67. Caso o texto de Maria Silva fosse enviado por meio de correio eletrônico, estaria correto constar da mensa- gem um pedido de confirmação de recebimento. 68. O texto assinado por Maria Silva segue os princípios da redação oficial, quais sejam: impessoalidade, clare- za, uniformidade, concisão e uso de linguagem formal. � Nos últimos cinquenta anos, um dos fatos mais marcantes ocorrido na sociedade brasileira foi a in- serção crescente das mulheres na força de trabalho. Esse contínuo crescimento da participação feminina 5 é explicado por uma combinação de fatores econômi- cos e culturais. Primeiro, o avanço da industrialização transformou a estrutura produtiva, e a queda das taxas de fecundidade proporcionou o aumento das possibili- dades de as mulheres encontrarem postos de trabalho 10 na sociedade. Segundo, a rebelião feminina do final dos anos 60 do século passado, nos Estados Unidos da América e na Europa, chegou às nossas terras e fez ressurgir o movimento feminista nacional, aumen- tando a visibilidade política das mulheres na sociedade 15 brasileira. Esse sucesso influenciou o comporta- mento e os valores sociais das mulheres, visto que proporcionou alterações na formação da identidadefeminina. A redefinição dos papéis femininos aconte- ceu em todas as classes sociais e elevou a taxa de 20 participação feminina no mundo do trabalho e da política. Internet: <www.mte.gov.br> (com adaptações). No que se refere ao texto acima, julgue os próximos itens. 69. Estaria mantida a correção gramatical e o sentido origi- nal do primeiro período do texto se ele fosse reescrito da seguinte forma: Há cinquenta anos, um dos fatos mais marcantes ocorreram na sociedade brasileira: in- serção crescente das mulheres na força de trabalho. 70. Os termos “Nos últimos cinquenta anos” (l. 1), “Primei- ro” (l. 6) e “Segundo” (l. 10) contribuem para a progres- são das ideias no texto. 71. O trecho “Esse sucesso influenciou o comportamento e os valores sociais das mulheres” (l. 15-16) poderia ser corretamente reescrito da seguinte forma: Esse sucesso influenciou no comportamento e nos valores sociais das mulheres. 72. Depreende-se do texto que a participação das mulhe- res na sociedade brasileira deve-se exclusivamente a fatores culturais e à formação da identidade feminina. 73. O texto pode ser classificado como narrativo, por apre- sentar a história da inserção das mulheres na força de trabalho. � É importante fazer uma diferenciação das expres- sões relação de trabalho e relação de emprego. A ex- pressão relação de trabalho representa o gênero, do qual a relação de emprego é uma espécie. Podemos 5 dizer que o gênero “relação de trabalho” engloba, além da relação de emprego, outras formas de prestação/ realização de trabalho como o trabalho voluntário, o trabalho autônomo, o trabalho portuário avulso, o traba- lho eventual, o trabalho institucional e o trabalho 10 realizado pelo estagiário. Assim, toda relação de emprego (espécie) é uma relação de trabalho, mas nem toda relação de trabalho é uma relação de emprego. � Para compreendermos o alcance das ex- pressões relação de trabalho e relação de em- 15 prego, é importante termos claro o alcance de alguns termos utilizados no nosso cotidiano. � Por exemplo, a carteira de trabalho e previdência social (CTPS) está ligada à relação de trabalho su- bordinado que corresponde ao vínculo de emprego. 20 Nem todos os tipos de relações de trabalho são registrados na CTPS, mas todos os tipos de relação de emprego são registrados no referido documento. Ricardo Jahn. Relação de emprego e de trabalho - diferenciação. In: O Sul, set.2010 (com adaptações). Acerca dos aspectos linguísticos e das ideias do texto acima, julgue os itens a seguir. 8 74. As expressões “outras formas de prestação/realiza- ção de trabalho” (l. 6-7) e “o alcance das expressões relação de trabalho e relação de emprego” (l. 13-15) desempenham a mesma função sintática nos períodos em que ocorrem. 75. No trecho “está ligada à relação de trabalho subordina- do que corresponde ao vínculo de emprego” (l. 18-19), seria mantida a correção gramatical caso se substitu- ísse o elemento “que” por a que, embora as relações entre os termos da oração fossem alteradas. 76. Os termos “como” (l. 7) e “Por exemplo” (l. 17) são usa- dos com a mesma finalidade no texto: ilustrar o que se disse anteriormente. 77. Caso se substituísse o conectivo “mas” (l. 11) por no entanto, seriam mantidos a correção gramatical e o sentido do texto. 78. Depreende-se do texto que os termos “relação de tra- balho” e “relação de emprego” são antônimos. � Durante os primeiros minutos, Honório não pensou nada; foi andando, andando, andando, até o Largo da Carioca.No Largo parou alguns instantes, enfiou depois 5 pela Rua da Carioca, mas voltou logo, e entrou na Rua Uruguaiana. Sem saber como, achou-se daí a pouco no Largo de S. Francisco de Paula; e ainda, sem saber como, entrou em um Café. Pediu alguma cousa e encostou-se à parede, olhando para fora. Tinha medo 10 de abrir a carteira; podia não achar nada, apenas papéis e sem valor para ele. Ao mesmo tempo, e esta era a causa principal das reflexões, a consciência pergun- tava-lhe se podia utilizar-se do dinheiro que achasse. Não lhe perguntava com o ar de quem não sabe, mas 15 antes com uma expressão irônica e de censura. Podia lançar mão do dinheiro, e ir pagar com ele a dívida? Eis o ponto. A consciência acabou por lhe dizer que não podia, que devia levar a carteira à polícia, ou anunciá- -la; mas tão depressa acabava de lhe dizer isto, vinham 20 os apuros da ocasião, e puxavam por ele, e convida- vam-no a ir pagar a cocheira. Chegavam mesmo a dizer-lhe que, se fosse ele que a tivesse perdido, nin- guém iria entregar-lha; insinuação que lhe deu ânimo. Machado de Assis. A carteira. In: Obra completa de Machado de Assis, vol. II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. Julgue os itens subsequentes, referentes às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima. 79. Na linha 15, a forma pronominal “la”, em “anunciá-la’’ refere-se a “polícia’’. 80. Infere-se do trecho acima que o personagem está an- gustiado pelo fato de ter encontrado uma carteira e pelo dilema de usar ou não o dinheiro, que por acaso pudesse encontrar dentro dela. 81. Por tratar de um conflito interior acerca da ética e da moral, o trecho acima é predominantemente disserta- tivo. 82. O termo “se”, na linha 7 e na linha 10, pertence à mes- ma classe gramatical. 83. A expressão “lançar mão do dinheiro” (l. 13), no contexto em que é utilizada, significa pegar o dinheiro para si. Machado, chefe de setor do MTE, encaminhou uma mensagem de correio eletrônico a Alencar, chefe de patri- mônio do mesmo ministério, solicitando-lhe o envio, com urgência, de material de expediente para a sua seção, con- forme lista anexa à mensagem. Machado não acrescentou ao e-mail certificação digital nem utilizou o recurso “confir- mação de leitura”, apesar de disponível. Com base na situação hipotética acima e no que dis- põe o Manual de Redação da Presidência da Repú- blica, julgue os seguintes itens. 84. Na mensagem eletrônica enviada, para facilitar a orga- nização documental, Machado deveria ter dado infor- mações detalhadas acerca do arquivo anexado, e tê-lo encaminhado preferencialmente no formato pdf. 85. O e-mail encaminhado por Machado, além de estar inadequado quanto ao recurso “confirmação de leitu- ra”, não pode ser aceito como documento original. 86. O expediente oficial e-mail apresenta flexibilidade tan- to na forma quanto na linguagem, o que tornaria ade- quada à situação em análise a seguinte mensagem: “Prezado Alencar, mande rápido, por favor, os materiais descritos na lista anexa. Cordialmente, Machado”. � “Passe lá no RH!”. Não são poucas as vezes em que os colaboradores de uma empresa recebem essa orientação.Não são poucos os chefes que não sabem 5 como tratar um tema que envolve seus subordinados, ou não têm coragem de fazê-lo, e empurram a res- ponsabilidade para seus colegas da área de recur- sos humanos. Promover ou comunicar um aumento de salário é com o chefe mesmo; resolver conflitos, 10 comunicar uma demissão, selecionar pessoas, iden- tificar necessidades de treinamento é “lá com o RH”. Em pleno século XXI, ainda existem empre- sas cujos executivos não sabem quem são os reais responsáveis pela gestão de seu capital humano. 9 15 Os responsáveis pela gestão de pessoas em uma organização são os gestores, e não a área de RH. Gente é o ativo mais importante nas organizações: é o propulsor que as move e lhes dá vida. Portanto, os aspectos que envolvem a gestão de pessoas 20 têm de ser tratados como parte de uma política de valorização desse ativo, na qual gestores e RH são vasos comunicantes, trabalhando em conjunto, cada um desempenhando seu papel de forma adequada. José Luiz Bichuetti. Gestão de pessoas não é com o RH! In: Harvard Business Review Brasil. (com adaptações). Acerca dos aspectos estruturais e interpretativos do texto acima, julgue os itens a seguir. 87. No trecho “Não são poucos os chefes que não sabem como tratar um tema que envolve seus subordinados” (l.3-4), há duas orações de natureza restritiva, uma referente a “os chefes” e outra a “um tema”. 88. O vocábulo “Portanto” (l. 15) poderia ser substituído pela expressão Não obstante, sem prejuízo do sentido original do texto. 89. Na linha 17, a expressão “na qual” poderia ser substi- tuída pela expressão em que, sem prejuízo da corre- ção gramatical do texto. 90. Não haveria prejuízo para a correção gramatical do texto nem alteração de seu sentido original caso o período “Os responsáveis (...) de RH” (l. 12-13) fosse reescrito da seguinte forma: A responsabilidade pela gestão de pessoas em uma organização não cabe aos gestores, mas à área de RH. 91. A forma pronominal “lo”, em “fazê-lo” (l. 4), refere-se a “tema” (l. 3), e as formas “as” e “lhes” (l. 14) referem-se a “organizações” (l. 14). � � A possibilidade de ter renda permanente, pos- suir uma vida confortável e não ser escravo do salá- rio ainda é uma realidade apenas para uma pequena parcela da população brasileira. Com maior acesso ao 5 crédito e aos bens de consumo, a maioria das pes- soas, mesmo com maior permanência no emprego, ainda gasta muito mais do que ganha e, eventual- mente, contrai dívidas que arruínam qualquer possi- bilidade de estabilidade financeira. Desde que se tenha 10 disposição para promover algumas mudanças de com- portamento, que, inicialmente, podem parecer compli- cadas, será possível construir um novo cenário e passar � definitivamente de devedor para investidor. O pri- meiro passo é o pagamento das dívidas mais 15 caras, com juros mais altos, como, por exemplo, as dívidas contraídas no cartão de crédito. � Pagar as contas do cotidiano no prazo correto também colabora para o equilíbrio financeiro. Há ainda outros mitos que fazem parte do comportamento 20 do brasileiro. Entre eles, destacam-se o conceito de que, para ser investidor, é preciso ter muito dinheiro disponível e a ideia de que os produtos existen- tes no mercado financeiro são muito complexos. Mauro Calil. Deixe de ser devedor. Internet:<www.exame.com> (com adaptações). Julgue os itens subsequentes, referentes às ideias e aos aspectos linguísticos do texto acima. 92. Seriam mantidas a coerência textual e a correção gra- matical se o período “Desde que (...) para investidor” (l. 9-13) fosse reescrito da seguinte forma: A menos que se tenha disposição para promover algumas mu- danças de comportamento, que, inicialmente, podem parecer complicadas, não será possível construir um novo cenário e passar definitivamente de devedor para investidor. 93. A forma verbal “Há” (l. 16) poderia ser substituída por Existe sem que houvesse prejuízo para a correção gramatical do período. 94. Uma das ideias defendidas pelo texto é a de que qual- quer cidadão pode vir a tornar-se um investidor. � Saiu finalmente a conta da contribuição da nova classe média brasileira — aquela que, na última dé- cada, ascendeu ao mercado de consumo, como uma avalanche de quase 110 milhões de cidadãos. Uma 5 pesquisa do Serasa Experian mostrou que o pelotão formado por essa turma, que se convencionou chamar de classe C, estaria no grupo das 20 maiores nações no consumo mundial, caso fosse classificado como um país. Juntos, os milhares de neocompradores 10 movimentam quase R$ 1,2 trilhão ao ano. Isso é mais do que consome a população inteira de uma Holanda ou uma Suíça, para ficar em exemplos do primeiro mundo. Não por menos, tal massa de compradores se converteu na locomotiva da economia brasileira e em 15 alvo preferido das empresas. Com mais crédito e pro- gramas sociais, em especial o Bolsa Família, os emer- gentes daqui saíram às lojas e estão gradativamente se tornando mais e mais criteriosos em suas aquisições. Carlos José Marques. A classe C é G20.Internet: <www.istoedinheiro. com.br> (com adaptações). No que se refere aos aspectos linguísticos e às ideias do texto acima, julgue os próximos itens. 95. O vocábulo “aquela” (l. 2) refere-se à expressão “nova classe média brasileira” (l. 1-2). 96. Na linha 13, o pronome “se” poderia ser deslocado para imediatamente após a forma verbal “converteu”, escrevendo-se converteu-se, sem prejuízo da corre- ção gramatical do texto. 10 97. O emprego do sinal indicativo de crase em “às lojas” (l. 17) é facultativo, de modo que sua supressão não prejudicaria a correção gramatical do período. 98. O vocábulo “finalmente” (l. 1) poderia ser corretamente empregado entre vírgulas. Com base nos preceitos do Manual de Redação da Presidência da República, julgue os itens a seguir. 99. No âmbito da administração pública, arquiva-se, se ne- cessário, a cópia xérox do fax, meio de comunicação utilizado para transmissão de mensagens urgentes e para o envio de documentos que não possam ser en- caminhados por meio eletrônico. 100. A mensagem e o ofício possuem praticamente a mes- ma estrutura, mas suas finalidades são diferentes: a mensagem é usada para comunicação entre autorida- des de mesma hierarquia, sendo dispensada a assina- tura do seu signatário; o ofício é utilizado para comu- nicação com o público, sendo obrigatória a assinatura do seu signatário. 101. Em comunicações entre chefes de poder, empregam- -se o vocativo Excelentíssimo Senhor, seguido do respectivo cargo, e o fecho Atenciosamente. G A B A R I T O 57. E 58. E 59. C 60. C 61. C 62. C 63. C 64. E 65. C 66. C 67. C 68. E 69. E 70. C 71. C 72. E 73. E 74. C 75. E 76. C 77. C 78. E 79. E 80. C 81. E 82. E 83. C 84. E 85. C 86. E 87. C 88. E 89. C 90. E 91. E 92. C 93. E 94. C 95. C 96. C 97. E 98. C 99. C 100. E 101. E 1. E 2. C 3. E 4. E 5. C 6. C 7. E 8. E 9. C 10. C 11. E 12. E 13. C 14. E 15. E 16. C 17. E 18. C 19. C 20. C 21. C 22. E 23. E 24. E 25. C 26. E 27. E 28. C 29. C 30. E 31. C 32. C 33. C 34. C 35. C 36. E 37. E 38. E 39. C 40. E 41. E 42. E 43. C 44. E 45. C 46. E 47. C 48. E 49. C 50. C 51. E 52. E 53. C 54. E 55. C 56. E
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