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Importância da Anatomia Vegetal na análise de drogas - Célula Vegetal. Disciplina: Farmacobotânica – CCS – UFRJ Docente: Juliana Villela Paulino E-mail: jvillelapaulino@pharma.ufrj.br 2016.2 Por que usar a ferramenta histologia vegetal nas Ciências Farmacêuticas? Atributos diagnósticos: Morfologia externa e interna Compreender a estrutura e/ou ultraestrutura das partes produtoras de substâncias de interesse para as Ciências Farmacêuticas ? Exemplo!!! Lippia citriodora H.B.K. é uma planta aromática, cultivada e comercializada, devido a produção de odor nas suas folhas e flores. Lippia citriodora H.B.K. Type E trichomes. (A) Light micrograph. (B) and (C) Scanning electron micrographs of a four and an eight cell head.. (A) Light fluorescent micrograph of a transverse section of a leaf treated with aluminium trichloride. The blue bodies in the vacuoles (arrows) are flavonoids. (B) Mesophyll cells storing tannins in their vacuoles traced with potassium dichromate. The arrows show lightly stained areas within the tannin bodies. ad, adaxial epidermis. (A) flavonoids; (B) terpenoids; (C) lipids; (D) phenolics; (E) carbohydrates; (F) terpenoids; (G) flavonoids; (H) carbohydrates; (I) lipids; (J) flavonoids; (K) terpenoids; (L) phenolics; (M) phenolics; (N) tannins; (O) terpenoids; (P) lipids; (Q) lipids; (R) phenolics; (S) polysaccharides; (T) lipids; (U) lipids; (V) alkaloids. Os cientistas têm estudado a morfologia e a ultraestrutura dos tricomas glandulares por dois motivos principais: 1. Valor comercial de seus produtos naturais - farmacêutico - nutritivo - pesticida natural - sabores - fragrâncias 2. importância na sistemática do grupo (controle de qualidade) A presença de óleos essenciais e compostos fenólicos, principalmente flavonoides agliconas indicam que tais tricomas tem função similar aos tricomas de Lamiaceae, ou seja produção de óleos essenciais. Fragrância Técnicas histológicas A maioria das preparações de materiais vegetais que se deseja observar à microscopia, deve obedecer às seguintes etapas: Coleta Fixação Inclusão Microtomia Coloração ou Contrastação Observação em microscopia Coleta Material fresco Material fixado Coleta Preservação do material para estudos anatômicos: –Fixador: preservar o material o mais próximo de sua condição in vivo; –Vidros de coleta: armazenamento do material; –Luvas de látex – proteção ao fixador e substâncias produzidas pela planta; –Gilete, pinça: corte e manuseamento do material; –Etiquetas: identificação dos vidros. Material fixado Coleta Material herborizado Coleta Material herborizado Coleta A maioria das preparações de materiais vegetais que se deseja observar à microscopia, deve obedecer às seguintes etapas: Coleta Fixação Microtomia Coleta Microtomia Preparação temporária ou semipermanente Cortes à mão livre Etapas de preparação do corte a mão livre. Colorações dos cortes a mão livre. Criostato Tecidos ricos em água são endurecidos por congelamento. Seções são coradas e examinadas com um microscópio de luz. Vantagem da técnica é a rapidez na obtenção dos cortes. Além disso, os criocortes também pode ser usado em histoquímica e imuno- histoquímica pois o congelamento dos tecidos altera ou mascara a sua composição química. Coleta Fixação Fixação Passo mais importante! –Bloqueia instantaneamente o metabolismo das células de modo a conservá-las em um estado mais parecido aos que tinham quando estavam vivas. –Qualidades do fixador: •Rápido poder de penetração: O tempo depende do tipo de fixador, das dimensões das peças e sua resistência à penetração do fixador. •Não deve enrugar ou encolher tecidos, nem escurecê-los ou deixá-los quebradiços; •Deve dar dureza suficiente para permitir uma resistência a todas as manipulações dos tecidos sem deformá-los. Fixação Misturas –FAA (Formaldeído – Ácido acético – Álcool etílico) Alguns corantes não penetram nas células vivas: torna-se, necessárias que sejam mortas por fixador para então serem coradas. Para que as células vivas se corem, sem previa fixação, faz-se necessário o emprego de corantes chamados “vitais”; tais como, azul de metileno, vermelho neutro, etc. Preparação temporária ou semi-permanente Coleta Fixação Microtomia Coleta Fixação Microtomia Preparação permanente Inclusão Etapas: 1) Fixação 2) Infiltração 3) Amolecimento (quando necessário) 4) Emblocamento 5) Microtomia 6) Coloração Infiltração 1) Desidratação 2) Diafanização 3) Inclusão Meios: - parafina; - paraplast; - historresina; - araldite. Emblocamento Microtomia Coloração Observação Microscópio de Luz Medidas e escalas Microscopia de Luz Microscopia Eletrônica de Transmissão 1 mm = 1000 µm 1 µm = 1000 nm 1 2 1 2 Unidade de medida Símbolo Valor Micrômetro μm 0,001 mm (milésima parte do milímetro) Nanômetro nm 0,001μm (milésima parte do micrômetro) Planos de corte a) Transversal: Perpendicular ao maior eixo do órgão. b) Longitudinal: Paralelo ao maior eixo do órgão. Quando o órgão cilíndrico, o corte longitudinal pode ser tangencial, tangente ao raio cilindro, ou radial, passando pelo diâmetro ou raio. c) Paradérmico: Paralelo à superfície do órgão. Utilizado principalmente em estudos dos tecidos de revestimento. Órgãos cilíndricos Paradérmico Órgãos planos Célula Vegetal Célula Robert Hooke (1665) Plano de estudo – Morfologia e Anatomia Vegetal CÉLULA TECIDO ÓRGÃO INDIVÍDUO • estruturas vegetativas: raiz, caule, folha • estruturas reprodutivas: flor, fruto, semente Histórico • 1665 - Robert Hooke: microscópio. “Célula = unidade estrutural e funcional das plantas” wikimedia.org Histórico • 1671 – Nehemiah Grew: descreveu os tecidos vegetais. flickriver.com wikimedia.org Histórico • 1831 – Robert Brown: descobriu o núcleo brianjford.com wikimedia.org Histórico • 1838 – Matthias Schleiden: “todos os tecidos vegetais são formados por células” dipity.com wikimedia.org A Célula Teoria celular em sua versão atual: •Unidade estrutural da qual os organismos são formados; • Local de ocorrência das reações químicas; • Células originam-se de outras células; • Informações hereditárias parede celular + protoplasto citoplasma núcleo 3bscientific.co.uk Características típicas das células vegetais • Célula Vegetal: parede celular, vacúolo, plastídio Célula Vegetal: parede celular, vacúolo, plastídio 4 - Núcleo Parede celular Vacúolo Cloroplasto Parede Celular Célula meristemática Célula do xilema Parede Celular • Composição química: polissacarídeos • Outras substâncias lipídios Polímeros fenólicos • Estrutura primária secundária celulose hemicelulose pectina cera cutina suberina lignina S1 S2 S3 Lamela média - pectina Parede primária – arranjo entrelaçado das microfibrilas; 65% água, 35% polissacarídeos(celulose, hemicelulose e pectina) e proteínas (extensina e expansina) Parede secundária – arranjo ordenado das microfibrilas; 65% celulose e hemicelulose, 35% lignina Campo primário de pontoação Pontoação Protoplasma •Citoplasma Citossol (matriz citoplasmática) Organelas ribossomos citoesqueleto •Núcleo (entidades envolvidas por membranas) (estruturas não membranosas) (sistemas de membranas) Vacúolo Vacúolo Função dos vacúolos • Pressão de turgor devido ao acúmulo de solutos • Manutenção do pH • Autofagia • Armazenamento: - Dinâmico (íons, metabólitos, pigmentos) - Acumulativo (met. secundários, inclusões, pigmentos) Cristais Antocianinas Compostos Fenólicos Plastídios http://www.herbario.com.br/cie/univers Cloroplastos Tilacóides são originados da membrana interna, são sacos achatados. Pilhas de tilacóide = granum Conjunto de granum = grana Variações: 500 nm Até 25 cm ~ 5 µm Tamanho: Formatos: Tipos celulares EPIDÉRMICA ESTOMÁTICA CONDUTORA DO XILEMA CONDUTORA DO FLOEMA MERISTEMÁTICA PARENQUIMÁTICA COLENQUIMÁTICA ESCLERENQUIMÁTICA SECRETORA MERISTEMÁTICA SECRETORA Inclusões celulares ou.. Substâncias ergásticas Definição: Substâncias que são produzidas e estocadas no interior das células, resultantes do metabolismo celular, especialmente as que assumem forma visível no interior das células, e que não entram novamente no metabolismo celular. Possuem grande importância analítica em farmacognosia INCLUSÕES CELULARES ORGÂNICAS • Grãos de aleurona • Inulina • Taninos • Óleos fixos, gorduras e óleos voláteis • Amidos e féculas • Mucilagem INCLUSÕES CELULARES INORGÂNICAS • Oxalato de Cálcio • Carbonato de Cálcio INCLUSÕES CELULARES ORGÂNICAS 1) Grãos de aleurona: • Proteínas sólidas armazenadas no interior de vacúolos Camada aleurônica, comum nos cereais F – fragmentos do endosperma com células poligonais contendo gotas de óleo e grãos de aleurona com 1-2 drusas de oxalato de cálcio. Figura 2 – Aspectos microscópicos do fruto de Pimpinella anisum L. em pó. Figura 3 - Aspectos microscópicos em pó Illicium verum Hook. f. H - células do endosperma com glóbulos lipídicos e grãos de aleurona. • Presente em inúmeras drogas da Farmacopeia Brasileira (sena, erva-doce, anis-estrelado, cardamomo) 2) Inulina: • Polissacarídeo resultante da polimerização de n moléculas de frutose + glicose terminal • Substânica de reseva em raízes de Asteraceae, (p.ex. Arctium lappa L. , Cichorium intybus L.) • Por não ser digerida pelo intestino humano, é considerada como fibra alimentar insolúvel 3) Tanino: • Um grupo heterogêneo de substâncias fenólicas; • É um metabólito secundário importante; • Nenhum tecido parece não possuir tanino completamente; • Sabor adstringente; • Taninos são armazenados nos vacúolos, mas aparentemente se originam no RE • Abundantes em folhas de várias plantas,nos frutos frutos verdes e em cascas de sementes 3) Óleos fixos, gorduras e óleos voláteis : • Amplamente distribuídos nas células vegetais, ocorrendo em todas as partes da planta; • Podem aparecer como corpos sólidos ou como gotículas líquidas Óleos fixos x Óleos essenciais Óleos fixos e gorduras Óleos essenciais/voláteis • Diversas funções; • Localizados em estruturas secretoras especializadas; • Constituídos por uma complexa mistura de substâncias, a maioria de natureza terpênica; EX.: Cravo, canela, hortelã, capim-limão, etc... • Apresentam diversas atividades biológicas Caracterização - Histoquímica: SUDAM III ou IV, Reagente de NADI - Evaporam em temperatura ambiente - Não deixam manchas gordurosas em papeis e tecidos Grãos de amido • Produto resultante da polimerização de glicose; • Ao lado da celulose, é o carboidrato mais abundante no mundo vegetal; • Composição: amilose e amilopctina • É assimilado e formado nos cloroplastos • Armazenado em todos os tecidos parenquimáticos, principalmente em órgãos de reserva. Usos - Na Farmácia: manipulação para preparar comprimidos e como diluente de pós oficiais; - Na indústria química: condensado com formol para a preparação de amilofórmio; - Matéria prima para obtenção de glicose, preparação de dextrinas e álcool etílico; - Na indústria alimentícia: féculas Fécula: amido extraído de tubérculos e raízes (batata, mandioca etc.), sob a forma de farinha. FIGURE 7.16 Types of starch granules. (a) Simple starch granules of Zingiber officinale root with an excentric hilum (transverse section); (b) simple starch granules of Zingiber officinale root (polarized light, compensator first order; transverse section); (c) simple starch granules of Zingiber officinale root stained with iodine (transverse section); (d) asymmetrical pointed starch granules of Stephania tetrandra root with central hilum (transverse section); (e) compound starch granules of Aesculus hippocastanum seed (transverse section); (f) starch granule of Solanum spp. showing Maltese cross (polarized light). INCLUSÕES CELULARES INORGÂNICAS Cristais de oxalato de cálcio Cristais de carbonato de cálcio Testes Histoquímicos Obrigada!
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