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Farmacologia do Sistema Nervoso Autônomo e Sistema Somático acetilcolina 2017 – 2 - Claudia Martins - Continuação Algumas ações mediadas por receptores colinérgicos relevantes quando usamos fármacos que atuam nestes receptores SNA (M): •Redução da frequência cardíaca • Vasodilatação (via endotélio) • Secreção salivar • Contração bronquiolar • Contração da bexiga (músculo detrusor) e musculatura lisa intestinal • Contração da pupila (miose) SNSomático (Nm): Contração da musculatura esquelética Sistema nervoso autônomo S is te m a n e rv o s o a u tô n o m o Vago !! Dupla inervação em alguns órgãos. Ex: coração a u tô n o m o N e u ro tr a n s m is s o re s d o s is te m a n e rv o s o a u tô n o m o e s o m á ti c o a u tô n o m o N e u ro tr a n s m is s o re s d o s is te m a n e rv o s o a u tô n o m o e s o m á ti c o Neurotransmissão colinérgica Ca2+ acetilcolina muscarinanicotina Dale – 1914 – caracterização das ações colinérgicas (neurotransmissão) Amanita muscaria Nicotiana tabacum Receptores muscarínicos: acoplados à proteína G Receptor M1 e M3 (Gq): PLC, IP3 e DAG; Ca2+ e PKC Receptor M2 (Gi): AMPc M2: G Canal K+ Canal Ca2+ VOC IK-ACh Receptores muscarínicos: acoplados à proteína G (GPCR) Receptores colinérgicos acetilcolina Receptores metabotrópicos AMPc IP3/DAG Adaptado Goodman e Gilman, 12ª ed. Via IP3 e Ca 2+ Receptores metabotrópicos acoplados à Gq Receptores metabotrópicos acoplados à Gi AMPc SNA - ações muscarínicas da acetilcolina e dos fármacos parassimpaticomiméticos Coração: Subtipo: M2 ( AMPc; ativa IK(ACh)) SNA - ações muscarínicas da acetilcolina Taxa despolarização diastólica espontânea (redução da frequência cardíaca) Velocidade condução (NAV, Purkinje) Força contração atrial (e ventricular) Endotélio https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a6/Blausen_0051_Artery.png SNA - ações muscarínicas da acetilcolina (vascular) efeito vasodilatador indireto - Enzima NOS (eNOS) - efeito parácrino Furchgott e Zawadzki, 1980 (Nobel Prize in Physiology or Medicine 1998) Ex: ACh SNA - ações cardiovasculares da acetilcolina Ação muscarínica SNA - ações cardiovasculares da acetilcolina Ação muscarínica • Olho (M3) miose (contração músculo circular ou músculo constrictor da pupila) acomodação para visão próxima SNA - ações muscarínicas da acetilcolina músculo radial músculo circular • Olho (M3) Favorece drenagem do humor aquoso SNA - ações muscarínicas da acetilcolina • Olho (M3) Favorece drenagem do humor aquoso SNA - ações muscarínicas da acetilcolina High pressure damages the sensitive optic nerve and results in vision loss. • Pulmão (M3) broncoconstricção da secreção muco SNA - ações muscarínicas da acetilcolina M M M M M • Pulmão (M3) broncoconstricção da secreção muco SNA - ações muscarínicas da acetilcolina M M M M M SNA - ações muscarínicas da acetilcolina Vago SECREÇÕES Salivares (M3) SECREÇÕES MOTILIDADE CONTRAÇÃO BEXIGA (M2, M3) RELAXAMENTO ESFÍNCTER SECREÇÕES MOTILIDADE SNA - ações muscarínicas da acetilcolina SECREÇÕES MOTILIDADE F o rç a ( m N ) SECREÇÕES MOTILIDADE Efeito concentração-dependente do carbacol na força de contração do músculo intestinal Fármacos “parassimpáticomiméticos” • Diretos Agonistas muscarínicos • Indiretos Inibidores da acetilcolinesterase ( ACh na fenda) acetilcolina metacolina carbacol (carbamoilcolina) betanecol pilocarpina É s te re s d a c o lin a RM RN AChE +++ +++ +++ +++ + ++ ++ +++ - +++ - - ++ - - Agonistas Muscarínicos Ác. carbâmico acetilcolina metacolina carbacol (cabamoilcolina) betanecol pilocarpina É s te re s d a c o lin a RM RN AChE +++ +++ +++ +++ + ++ ++ +++ - +++ - - ++ - - Agonistas Muscarínicos Agonistas Muscarínicos Cevimelina (não no Brasil) M3 • Ésteres de colina: aminas quaternárias Absorção via oral: pequena Distribuição: restrita Sofrem hidrólise no TGI, metabolismo por esterases Excreção renal Vias: oral, tópico, subcutânea • Pilocarpina: amina terciária Boa absorção em todas as vias Excreção renal Uso tópico Obs: acetilcolinesterase vs pseudocolinesterase Agonistas Muscarínicos Usos clínicos: • Hipotonia do trato gastrointestinal e retenção urinária Betanecol • Xerostomia (ex: Síndrome de Sjögren, pós-irradiação) Pilocarpina • Glaucoma Pilocarpina, carbacol Agonistas Muscarínicos Efeitos adversos: Ativação de úlcera péptica Cólica abdominal Hipotensão Broncoespasmo Sudorese Agonistas Muscarínicos Contra-indicações: Obstrução do trato intestinal ou urinário Úlcera péptica Bradicardia Hipotensão hipertireoidismo Arritmia cardíaca Asma, DPOC Agonistas Muscarínicos Intoxicação: tratamento com antagonista muscarínico Antagonistas Colinérgicos - Antagonistas muscarínicos - Bloqueadores neuromusculares Atropa belladona Hyoscyamus niger Atropina e escopolamina (Solanacea) Antagonistas muscarínicos (atropina; dl-hiosciamina) Ác. trópico Base orgânica Atropa belladonna (beladona) Datura stramonium 1867 – Bezold e Bloebaum Antagonistas muscarínicos (competitivos; reversíveis; maioria não-seletivos) naturais semisintético sintéticos antag. M1, M4 atropina d,l-hyoscyamine escopolamina l-hyoscina homatropina pirenzepina ipratrópio tiotrópio tolterodina Outros antagonistas muscarínicos (competitivos; reversíveis; não-seletivos) oxibutinina darifenacina (M3) tropicamida ciclopentolato Ações farmacológicas Antagonistas muscarínicos Via subcutânea. Br J Pharmacol 1958, 13: 184 E pressão arterial? Principais fármacos e usos clínicos Homatropina Apresentação: colírio oftálmico Menor duração de ação em relação à atropina Usos clínicos: cicloplegia, midriático Antagonistas muscarínicos Tolterodina Maior ação sobre trato urinário (músculo detrusor da bexiga) Incontinência urinária: comum em idosos Fármaco com melhor relação custo-benefício na cognição de idosos Uso clínico: tratamento da incontinência urinária, enurese noturna em crianças Antagonistas muscarínicos Brometo de Ipratrópio (não seletivo; tiotrópio: M1 e M3) Apresentação: aerossol e solução para inalação 90% deglutido Início de ação: ~30 min; duração: 4 – 6 hs Usos clínicos: asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) Antagonistas muscarínicos Atropina e escopolamina (hioscina): Farmacocinética: boa absorção todas as vias Atravessam BHE e placentária Principais Usos clínicos: Antiespasmódico (biliar, intestinal, renal) e em associação com analgésico (ex: paracetamol ou dipirona) Anti-diarreico (ex: diverticulite, síndrome do cólon irritável) Midriático, cicloplegia Intoxicação com anti-AChE (carbamatos ou organofosforados) Antiemético (escopolamina) Antagonistas muscarínicos ESTÁ CONTRA-INDICADO EM PACIENTES PORTADORES DE GLAUCOMA DE ÂNGULO AGUDO OU HIPERTROFIA PROSTÁTICA. Contra-indicações dos antagonistas muscarínicos:Atenção com crianças (inibição da sudorese) Glaucoma Hiperplasia prostática benigna Retenção urinária/constipação intestinal Xerostomia Gravidez, lactação Atenção com idosos (memória recente) vs. medicamentos de venda livre Efeitos adversos: Boca seca, constipação intestinal, retenção urinária, redução da sudorese (hipertermia; atenção com crianças); agitação psicomotora; midríase OBS: alguns fármacos de outras classes farmacológicas também possuem afinidade por receptores muscarínicos causando estes efeitos adversos (ex: antidepressivos tricíclicos, antihistamínicos de 1ª geração) Tratamento em caso de intoxicação com antagonistas muscarínicos (ex: atropina): fisostigmina Bloqueadores neuromusculares (BNM) bloqueiam a neurotransmissão colinérgica https://en.wikipedia.org/wiki/Curare#History Claude Bernard (1856):demonstração do local de ação nas terminações nervosas do músculo ou próximo a elas 1906 – Langley (placa motora) 1935 – tubocurarina 1942 – uso em anestesiologia Histórico BNM: curare Acoplamento excitação-contração no músculo esquelético Potencial de placa motora: despolarização; em seguida potencial de ação muscular e aumento Ca2+ -> contração musculatura esquelética BNM - Bloqueio competitivo estruturas grandes e rígidas presença de N quaternário aumenta a potência reduz amplitude do sinal 1935 Pancurônio; AE BIQ Receptores nicotínicos X Bloqueio despolarizante Succinilcolina (suxametônio) agente classe Ação Início (min) Duração (min) eliminação succinilcolina Éster de colina Despolarizante curta duração; libera histamina 1-1,5 5-8 Colinesterase plasmática (OBS: cirrose hepática) d-tubocurarina BIQ Não despolarizante longo 4-6 80-120 Metabolismo hepático, eliminação renal atracúrio BIQ Não despolarizante Intermediário 2-4 30-60 Colinesterase plasmática pancurônio AE Não despolarizante longo bloqueio M2 4-6 120-180 Renal (outros da classe: metab. Hepático + elim. Renal) Classificação e farmacocinética dos bloqueadores neuromusculares “A colinesterase plasmática é enzima de grande importância em anestesiologia devido ao seu envolvimento com o metabolismo da succinilcolina e outros fármacos, como o mivacúrio” Pimenta, KB. Rev. 2005. Bras. Anestesiol. 55: 5: 552 - 557. Usos clínicos: Adjuvantes na anestesia cirúrgica para relaxamento da musc. esquelética Intubação traqueal, broncoscopia Procedimentos ortopédicos (ex: realinhamento de fratura) Efeitos adversos: Hipotensão Hipersensibilidade e Broncoespasmo Taquicardia (pancurônio) Reversão do efeito (não despolarizantes): Anticolinesterásicos Sugammadex (amônio esteroidal) Bibliografia: vide instruções da disciplina
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