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EQO475 - Processos Orgânicos FONTES DE MATÉRIAS-PRIMAS ProfªProfª Maria José GuimarãesMaria José Guimarães mjg@eq.ufrj.brmjg@eq.ufrj.br Sumário 1. Carvão – Carboquímica (Processos de beneficiamento; Planta SASOL) 2. Gás Natural – Características/beneficiamento/UPGNs 3. Petróleo – Petroquímica – Aspectos gerais, composição, classificação, refino) 4. Petroquímicos básicos – Cadeia produtiva 5. Indústria Petroquímica – 2ª Geração 6. Uso Intensivo de derivados de Petróleo – efeito estufa, protocolo de kyoto, mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL), crédito de carbono. 7. Futuro do refino 8. Fontes Renováveis – bio-refinaria, plataformas da Química Verde, petroquímicos verdes FósseisFósseis RenováveisRenováveis Carvão - Carboquímica Gás Natural Petróleo - Petroquímica Biomassa Variadas Fontes de Matérias Primas CARVÃO MINERAL Composto Macromolecular; Massa Molecular de até 100.000 g/mol; Predominância de estruturas aromáticas, interligadas por pontes metilênicas; Presença de compostos heterocíclicos contendo S, O; Relação H/C de 0,85:1 Exemplo de Estrutura Química do Carvão Carvão No Brasil 90% das reservas de carvão mineral estão nos Estados do Sul: Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e São Paulo. O principal uso é para a siderurgia, processo de coqueifação: 79% vai para o processo de redução para produção de aço carbono rico em Fe, Al e Mg. Processos de BeneficiamentoProcessos de Beneficiamento COQUEIFAÇÃO LIQUEFAÇÃO GASEIFICAÇÃO Carvão - Beneficiamento Extração, transporte e manuseio difíceis, demandando altos investimentos; Planta cara devido aos altos custos dos equipamentos (reatores/fornos), de manutenção e de utilidades. PROCESSO NÃO ECONÔMICO EM RELAÇÃO AO PETRÓLEO LIQUEFAÇÃO Processo Catalisador Condições Características Bergius ou IG Óxido de ferro 465ºC; 200atm H2 no reator Pott-Broche Piritas do próprio carvão 415ºC ; 100 atm Uso de tetralina como solvente Solvent Refined Coal (Gulf Oil Piritas do próprio carvão 450ºC ; 140atm H2 no reator H-Coal CoO-M0O /Al2O3 450ºC; 200atm H2 no reator EDS-EXXON CoO-M0O 450ºC; 140atm Uso de tetralina como solvente Extração Supercrítica National Coal Board - 350-450ºC 140 atm Extração com solvente gasoso Ruhrkohle-Veba Oil Óxido de ferro 485ºC; 300atm H2 no reator Planta SASOL II África do Sul South African Synthetic Oil & Gas Corporation Processo Fischer – Tropsch Planta SASOL II Gaseificação do Carvão Processo Lurgi Winkler- Basf Kopper Totzek Tipo de Reator Leito Fixo Leito Fluidizado Transporte Tamanho do Carvão 10 a 30 mm 1 a 10 mm < 0,1 mm Vapor d’água/O2 9:1 a 5:1 2,5:1 a 1:1 0,5:1 a 0,02:1 T(ºC) / P(atm) 1000/30 900/1 1800/1 Composição do Gas (% Vol) CH4 H2 CO CO2 12 37 18 32 3 42 36 18 - 34 51 12 Subprodutos Orgânicos Alcatrão(1), fenóis(2), gasolina nenhum nenhum 11-- 20 a 30 Kg/20 a 30 Kg/TonTon carvão; 2carvão; 2-- 3 a 10 Kg/3 a 10 Kg/tonton carvãocarvão Gás NaturalGás Natural Classificação Gás não associado – é o que não tem contato com quantidades significativas de petróleo. Gás associado – é o GN livre em contato com petróleo no reservatório. Gás dissolvido – é o GN que está dissolvido no petróleo do reservatório. Gás Natural Não-Convencional 1. Gás alocado em reservatórios profundos (deep gas); 2. Gás alocado em reservatórios em águas profundas (deep water); 3. Gás alocado em formações de baixa permeabilidade (tight gas); 4. Gás de Folhelho (shale gas); 5. Gás de Carvão (coalbed methane); 6. Hidratos de Metano (methane hydrates). Shale Gas Presente em depósitos de xisto, um tipo de rocha sedimentar . O xisto é constituído por camadas paralelas facilmente friáveis que podem conter gás natural confinado no espaço entre elas. A extração também é mais complexa e mais cara, se comparada à do gás convencional. Estados Unidos - grandes quantidades de shale gas Processo de Extração do Shale Gas Fonte: Revista Veja, Nov/2012 FraturamentoFraturamento HidráulicoHidráulico (Impacto ambiental)(Impacto ambiental) Gás NaturalGás Natural O gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos gasosos, cujo principal componente é o metano, contendo ainda em menores proporções etano, propano, butano e outros hidrocarbonetos mais pesados (> C5) GN: ComposiçãoGN: Composição Componentes do GN Gás Natural liberado do óleo Nitrogênio traços-15% traços-10% CO2 traços-15% traços-4% Hélio traços-5% Não H2S traços-3% traços-6% Metano 70-80% 45-92% Etano 1-10% 4-21% Propano traços-5% 1-15% Butanos traços-2% 0,5-2% Pentanos traços-1% traços-3% Hexanos traços-0,5% traços-2% Heptanos + traços-0,5% traços-1,5% Gás SecoGás Seco Gás Úmido Gás Úmido –– contem mais HC pesados (condensáveis)contem mais HC pesados (condensáveis) Composição Shale Gas Unidades de Processamento de Gás Natural (UPGNs) 1. Purificação Desidratação (evitar os hidratos), Remoção de composto de enxofre e de CO2 2. Liquefação – processos de refrigeração ou turbo expansão 3. Fracionamento 4. Especificação Produção Brasileira: 83,2 MMm³/d Produtos do Gas Natural Fonte: Fonte: FigueiroFigueiro, 2013, 2013 Processamento - Liquefação REFRIGERAÇÃO TURBO EXPANSÃO O processo turbo-expansão é o mais eficiente processo termodinâmico atualmente utilizado em unidades de processamento de gás natural. Possui excelente rendimento na recuperação do propano, sendo capaz de praticamente zerar o teor desse componente no gás processado. Também é o único processo capaz de separar etano petroquímico, tendo um alto rendimento na recuperação desse componente, de forma que o gás processado gerado é constituído basicamente por metano. Produção de Gás Natural Fonte: ANP 2017 Produção de Gás Natural por Bacia Fonte: ANP 2017 Petróleo: Aspectos GeraisPetróleo: Aspectos Gerais 65% das reservas mundiais estão nos desertos do oriente médio; Os dez maiores produtores são: Arábia Saudita, Rússia, Estados Unidos, China, Canadá, Irã, Emirados Árabes, Kuwait, Iraque, México; O Brasil é o 13° produtor mundial (2.623 Mbarris/d). Além da Petrobrás outras empresas trabalham na exploração das bacias petrolíferas; A maior bacia petrolífera fica no litoral norte do Rio de Janeiro, a qual produz cerca de 80% do petróleo brasileiro; Fonte: ANP (07/2017)Fonte: ANP (07/2017) Produção de Petróleo por Bacia Fonte: ANP (2017) Produção de Petróleo Fonte: ANP (2017) Petróleo: Aspectos GeraisPetróleo: Aspectos Gerais A maior parte das refinarias brasileiras não é adequada para o óleo pesado, que é o tipo mais produzido no país. O Brasil exporta parte do óleo pesado, e importa GLP, óleo diesel e óleo bruto leve mais adequado ao parque de refino brasileiro O Brasil está em 15° no ranking mundial de reservas de petróleo, com 15,3 bilhões de barris de petróleo. A produção do pré-sal foi de 1293 Mbbl/d de petróleo e 51 MMm³/d de gás natural, totalizando 1.613 Mboe/d Fonte: ANP (Julho/2017) Libra, uma das bacias do pré-sal, na área de Santos, é a mais importante reserva petrolífera já descoberta no Brasil e a estimativa da Agência Nacional do Petróleo (ANP) é que possa produzir em dez anos até 1,4 milhão de barris de petróleo por dia – mais de metade de toda a produção atual brasileira. Produção Pré-Sal Composição do Petróleo TIPO % Parafinas lineares 14 Parafinas ramificadas 16 Naftênicos 30 Aromáticos 30 Resinas e Asfaltenos 10 1. HIDROCARBONETOS 2. COMPOSTOS DE S, N e O 3. COMPOSTOSORGANO-METÁLICOS (Sais de ácidos naftênicos) SARASARASARASARA P O N AP O N A S - Saturados A- Aromáticos R - Resinas A – Asfaltenos P - Parafinas O- Olefinas N - Naftenicos A - Aromáticos Classificação: Hidrocarbonetos Moléculas de Asfaltenos Classificação do Petróleo Classe Parafínica (75% parafina); Classe Parafínico-Naftênica (50-70% parafinas e naftênicos > 20%); Classe Naftênica (> 70% naftênicos); Classe Aromática (> 50% de aromáticos); Classe Aromático-Naftênica (naftênicos > 35%); Classe Aromática-Asfáltica (asfaltenos e resinas > 35%) Classificação do °API Tipo °API Exemplo Extraleve > 40 Urucu Leve < 40 - > 33 Baiano, Árabe Leve Médio < 33 e > 27 Bacia de Campos Pesado < 27 e > 19 Albacora, MARLIM Extrapesado < 19 e > 15 Venezuela Ultrapesado < 15 Venezuela, SIRI (BR) 5,131/5,141 6,15/6,150 CCdAPI DocesDoces (sweet) - teor de enxofre inferior a 0,5% (m/m), Azedos/ácidosAzedos/ácidos (sour) - teor de enxofre superior a 2,5% (m/m). A faixa intermediária compreende os óleos “semidoces” e “semiazedos” Boa parte das correntes processadas pelo refino mundial está na faixa de 1,0 a 2,0%. Marlim : 0,65% de S, Média das demais correntes brasileiras (53) :0,53% TAN – Total Acid Number Índice que mede a acidez naftênica do petróleo. Acima de 1,0 mg KOH/g é considerado ALTO. Média dos óleos brasileiros: 1,09 mgKOH/g Classificação: Acidez Teor de Enxofre Acidez Total Refino de Petróleo Frações do Petróleo Fração T (°C) Composição aproximada Gás residual - C1 – C2 GLP (gás liquefeito do petróleo Até 20 C3 – C4 Nafta 20-220 C5 – C10 Querosene 159-300 C11 – C12 Gasóleo Leve 200-300 C13 – C17 Gasóleo Pesado (vácuo) 300-400 C18 – C25 Lubrificantes 400-510 C26 – C38 Resíduo Acima de 510 C38+ Pólos Petroquímicos Centrais de Matérias-Primas Nome Estado Matéria-Prima Braskem Bahia Nafta/gasóleo/ GN Petroquímica União São Paulo Nafta/GN* Copesul Rio Grande do Sul Nafta/GN RioPol (Braskem) Rio de Janeiro GN COMPERJ (Complexo petroquímico do RJ)** Rio de Janeiro Petróleo Marlim * GN = Gás Natural, ** Previsão para 2015* GN = Gás Natural, ** Previsão para 2015 Integração Refino - Petroquímica Processos e Produtos Petroquímicos de 1ª Geração Processo Produto Reforma a vapor Gás de Síntese Oxidação parcial/gaseificação Gás de Síntese Craqueamento /pirólise Olefinas Reforma Catalítica Aromáticos Uso Intensivo de Derivados de Petróleo Intensificação do “Efeito Estufa” provocado pela grande concentração de gases de efeito estufa (GEE). GEE: COGEE: CO22 (76%), CH(76%), CH44 (13%), N(13%), N22O (6%), CFCS(5%)O (6%), CFCS(5%) Protocolo de Kyoto Protocolo de Kyoto –– Estabeleceu metas de redução de GEE pelos países.Estabeleceu metas de redução de GEE pelos países. MDL MDL –– Mecanismo de Desenvolvimento LimpoMecanismo de Desenvolvimento Limpo InvestimentoInvestimento emem tecnologiastecnologias pelospelos paísespaíses ricos,ricos, queque possibilitepossibilite aa reduçãoredução dada emissãoemissão dede GEE,GEE, feitofeito porpor meiomeio dede projetosprojetos comcom paísespaíses emem desenvolvimentodesenvolvimento parapara obtençãoobtenção dede CréditoCrédito dede CarbonoCarbono.. O crédito de carbono do MDL é denominado Redução Certificada de Emissão (RCE) Crédito de Carbono É uma espécie de moeda ambiental, que pode ser conseguida por meio de projetos de MDL: Projetos de reflorestamento; Redução das emissões provenientes da queima de combustíveis fósseis; Substituição de combustíveis fósseis por energia limpa e renovável, como eólica, solar, biomassa, PCH (Pequena Central Hidrelétrica), etc; Aproveitamento das emissões que seriam de qualquer forma descarregadas na atmosfera (metano de aterros sanitários), para a produção de energia. O Brasil tem grande potencial para a geração de "créditos de carbono". O porte do setor florestal é inigualável, a matriz energética é peculiar e não faltam fatores físicos, geográficos e climáticos favoráveis ao desenvolvimento de fontes energéticas e ambientalmente sadias. GEE e os Créditos de Carbono 1 tonelada de CO1 tonelada de CO22 equivalente corresponde a um crédito de carbonoequivalente corresponde a um crédito de carbono O CO2 equivalente é o resultado da multiplicação das toneladas emitidas do GEE pelo seu potencial de aquecimento global. Potencial de aquecimento global dos GEE: CO2 – Dióxido de Carbono= 1 CH4 - Metano = 21 N2O – Óxido Nitroso= 310 HFCs -Hidrofluorcarbonetos = 140 ~ 11700 PFCs - Perfluorcarbonetos = 6500 ~ 9200 SF6 – Hexafluoreto de Enxofre= 23900 Bolsas de Crédito de Carbono Exemplos: CCX - Bolsa do Clima de Chicago CCFE - Chicago Climate Exchange Futures - Subsidiária da CCX ECX - Bolsa do Clima Européia NordPoll (Noruega) EXAA - Bolsa de Energia da Áustria BM&FBM&F Bovespa Bovespa -- Bolsa de Mercadorias e Fundos Bolsa de Mercadorias e Fundos -- (Trabalha apenas com o leilão de créditos de carbono)(Trabalha apenas com o leilão de créditos de carbono) Crédito de carbono: Validade: em revisão , 12/2012 Busca da Sustentabilidade Integração Refino de Petróleo e Biomassa Economia TRADICIONAL Baseada em Carboquímica e Petroquímica Desenvolvimento econômico e social com ação deletéria e predatória do MEIO AMBIENTE! Economia VERDE Caracterizada pela preocupação e cuidado com o ECOSSISTEMA, e em ter um desenvolvimento econômico e social sustentáveis. Uso de biomassa e fontes renováveis Brasil: 6ª Economia, IDH 79ª posição Brasil: 6ª Economia, IDH 79ª posição Química Verde Química Verde –– 12 Princípios12 Princípios Plataformas da Química Verde Biomassa – Bio-refinaria Cana de Açúcar (alcoolquímica, sucroquímica). Celulose/lignocelulose (etanol de 2٥ geração); Oleoquímica (biocombustíveis de 1º e 2º geração); Gliceroquímica Fitoquímica (plantas medicinais, fitoterápicos, pesticidas, fragrâncias e aromas, etc.,); Conversão de CO2 Fontes Renováveis de Energia (solar, eólica, H2 ) CGEE (2010) Gliceroquímica Fonte: C&EN (2009) BIO-REFINARIA: Fontes Renováveis BIOMASSABIOMASSA - Processos Biotecnológicos Obtenção de uma grande variedade de produtos BIO-REFINARIA Rotas: Bioquímicas X TermoquímicRotas: Bioquímicas X Termoquímicas 2. CANA DE AÇÚCAR CANA DE AÇÚCAR – uso alimentício e químico Alcoolquímica – etanol e derivados Sucroquímica – obtenção de intermediários químicos para produção de novos produtos de maior valor agregado. Ex: Obtenção de sorbitol e derivados. 3. ÓLEOS VEGETAIS ÓLEOS VEGETAIS – Oleoquímica – obtenção de biocombustíveis (biodíesel e H-Bio ); desenvolvimentos de novos produtos para o setor de química fina. GliceroquímicaGliceroquímica 4. OUTRAS4. OUTRAS – Beneficiamento e extração de produtos oriundos de diversas espécies vegetais ExsudatosExsudatos dede plantasplantas ((PinusPinus)) – goma do pinheiro (obtenção de terebintina (fonte de terpenos usados no setor de alimentos, na produção de cosméticos, fármacos, etc.,) e ácidos abiéticos; látex de seringueira (hevea brasilienses), etc. LCCLCC – líquido da casca de castanha de caju – líquido rico em fenóis (cardanol) que são utilizados na produção de resinas fenólicas e outros derivados químicos de maior valor agregado. Futuro do refino Os especialista afirmam que o futuro do refino está na GASEIFICAÇÃOGASEIFICAÇÃO Aumento da produção de óleos não- convencionais Tecnologias GTL (gas to liquid); BTL (biomass to liquid); CTL (coal to liquid) Bibliografia 1.Brasil, N. I., Araújo, M. A. S., Souza,E. C. M., Processamento de Petróleo e Gás, Gen LTC, (2011). 2.Fahim, M. A., Al-Sahhaf, Elkilani, A. S., Introdução ao Refino de Petróleo. Elsevier Editora, (2012). 3.Szklo, A., Uller, V. C., Fundamentos do Refino de Petróleo, 2ª ed., editora Interciência (2008).
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