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Complexos: Manifestações Inconscientes

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Complexo
Os complexos são uma manifestação inconsciente e incontrolável, compostos por um conjunto de ideias e imagens que apresentam um grande valor emocional e que se desenvolvem em torno de um ou mais arquétipos. O surgimento dos complexos se dá a partir das experiências pessoais que se enraízam no inconsciente e desenvolvem grande valor emocional.
Discordando de Freud, Jung referia-se aos complexos como “a via régia para o inconsciente”, que além de serem responsáveis pelos sonhos também influenciam algumas atitudes do dia-a-dia. [1: Carl G. Jung, Sobre a energia psíquica e a essência dos sonhos (1948).]
Segundo Jung, os complexos podem ter graus de independência e se manifestarem das mais diversas formas. O complexo do “eu”, mesmo sendo apenas mais um complexo, forma o centro da nossa psique e por vezes se associa a outro complexo levando-o a luz da consciência e tornando-o passível de solução. Por outro lado, outros complexos podem enraizar-se no inconsciente e se desenvolverem de tal forma que acabam por se separar dos demais e agirem por conta própria como se fosse um corpo estranho. Por conta disso, Jung diz: “Hoje todo mundo sabe que temos complexos, mas poucos sabem que os complexos nos têm”.[2: Carl G. Jung, A Energia psíquica (1987).][3: Ibid.]
Complexos que desassociam-se dos demais podem gerar uma completa desordem e proporcionar uma desintegração psíquica e mental. Complexos autônomos podem ter uma existência inteira no inconsciente e por vezes desenvolverem uma voz própria, eles obedecem suas próprias leis e manifestam-se de diversas formas, como em visões, alucinações e delírios. Uma caracterização extrema dessa dissociação são os casos de possessões da idade média ou até mesmo o fenômeno de dupla personalidade.[4: Ibid.]
Os complexos não autônomos podem apresentar quatro fases: existência inconsciente, identificação, projeção e confrontação, sendo esta última a única maneira de se tratar um complexo. “A resolução de um complexo e seu processamento emocional, ou seja, sua conscientização, acarretam sempre uma redistribuição de energia psíquica. Pois a energia psíquica até então represada no complexo pode fluir, ocupar novos conteúdos e, assim, produzir uma nova situação, mais propícia ao equilíbrio psíquico”.[5: Jolande Jacobi, Complexo, arquétipo e símbolo na psicologia de C. G. Jung (1957).]
“Sofrimento não é doença, mas a antítese normal da felicidade. Um complexo se torna doentio apenas quando achamos que não o temos”. Ao contrário de Freud, Jung não vê os complexos apenas como algo ruim, para Jung, os complexos são coisas não digeridas, são informações não processadas, inaceitáveis e conflituosas. Os complexos podem ter duas raízes: Eventos ou conflitos na infância ou na atualidade, também podem ter dois tipos de natureza: Manifestação doente ou saudável.[6: Ibid.][7: Ibid.]

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