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TREINAMENTO MUSCULAR RESPIRATÓRIO EM PACIENTES COM DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE: UMA REVISÃO DE LITERATURA RESPIRATORY MUSCLE TRAINING IN PATIENTS WITH DUCHENNE MUSCULAR DYSTROPHY: A LITERATURE REVIEW Aline Fontoura de Oliveira1; Marcelly Martinez de Lima1; Paloma Daniele da Silva1; Silvia Ramos Fróes Bassini2; Laila Moussa3; Márcia Regina Pinez Mendes4 RESUMO Introdução: A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) é uma doença degenerativa que ocorre por conta da ausência de distrofina no cromossomo X, que manifestam somente em crianças do gene masculino. A característica central da Duchenne é a fraqueza progressiva da musculatura esquelética que com o passar do tempo limita o paciente de andar, também possui complicações respiratórias, sendo a principal causa do paciente vir a óbito. É classificada em cinco fases onde são denominadas em: fase um, pré- sintomático; fase dois, deambulação precoce; fase três, deambulação tardia; fase quatro, não deambulação precoce; fase cinco, não deambulação tardia. A procura de novos tratamentos tem sido constante, com o objetivo de tratar a parte motora e respiratória destes, visando melhorar a qualidade de vida e diminuir a mortalidade da doença. Objetivo Geral: Revisar na literatura os efeitos do Treinamento Muscular Respiratório em pacientes com Distrofia Muscular de Duchenne. Método: O estudo foi realizado através de uma revisão sistemática da literatura. A elaboração teve como ferramenta principal, material publicado sobre o tema; livros, artigos científicos, publicações periódicas e materiais na Internet disponíveis nos seguintes bancos de dados: SCIELO, BIREME, PubMed, Medline, LILACS. Utilizando-se como limite publicações entre os anos de 2004 a 2017 nos idiomas português e inglês. Resultados: Os pesquisadores dão ênfase na importância do treinamento muscular respiratório em pacientes com DMD contribuindo com a redução das complicações respiratórias devido a progressão da doença. Considerações Finais: Com base nos dados encontrados na literatura considerou-se que o treinamento muscular respiratório com Threshold tem sido o mais ultilizado entre os outros treinamentos. Porém não há consenso sobre os potenciais realizados na DMD. Palavras Chave: Distrofia Muscular de Duchenne, Treinamento Muscular Respiratório, Fisioterapia. ABSTRACT Introduction: Duchenne Muscular Dystrophy (DMD) is a degenerative disease that occurs because of the absence of dystrophin on the X chromosome, which manifest only in children of the male genre. The central characteristic of Duchenne is the progressive weakness of the skeletal muscles that, in the course of time, limits the patient to walk. It also causes respiratory complications that is the main reason of death of these patients. It is classified into five phases where they are denominated in: phase one, pre- symptomatic; phase two, early ambulation; phase three, late deambulation; phase four, not precocious ambulation; phase five, not delayed walking. The search for new treatments have been constant, with the purpose of treat the motor and respiratory part of these, aiming to improve the quality of life and decrease the morbidity of the disease. Objective: To review in the literature the effects of Respiratory Muscular Training in patients with Duchenne Muscular Dystrophy. Method: The study was carried out through a systematic review of the literature. The elaboration had as main tool, material published on the subject; Books, scientific articles, periodicals and materials on the Internet available in the following databases: SCIELO, BIREME, PubMed, Medline, LILACS. Using as limit publications between 2004 and 2017 in Portuguese and English. Results: The nine searched references give emphasis to the importance of the Respiratory muscle training on patients with DMD contributing to the reduction of respiratory complications due the disease progression. Final Considerations: Based on the information found on the literature it is noticed that the Threshold training is being more effective than other used trainings. However, there is no consensus about the potentials performed in DMD. Key words: Duchenne Muscular Dystrophy, Respiratory Training, Physiotherapy. 1. INTRODUÇÃO A Distrofia Muscular Progressiva (DMP) é definida como um grupo de doenças genéticas de natureza progressiva, degenerativa e irreversível, sem qualquer anormalidade do neurônio motor.1 2 3 Tem como característica a fraqueza muscular. Em alguns casos o indivíduo vive normalmente enquanto os sintomas desenvolvem de forma lenta, porém existem casos de evolução 1 Graduandas do Curso de Fisioterapia da Universidade Braz Cubas. Mogi das Cruzes. São Paulo. Brasil. 2 Fisioterapeuta. Mestre em Semiótica. Docente do Curso de Fisioterapia da Universidade Braz Cubas. Mogi das Cruzes. São Paulo. Brasil 3 Fisioterapeuta. Mestre em Ciências do Movimento. Docente do Curso de Fisioterapia na Universidade Braz Cubas. Mogi das Cruzes. São Paulo. Brasil. 4 Fisioterapeuta. Mestre em Educação e Desenvolvimento Humano. Coordenadora do Curso de Fisioterapia na Universidade Braz Cubas. Mogi das Cruzes. São Paulo. Brasil. Pesquisa e Ação V3 N2: Dezembro de 2017 ISSN 2447-0627 127 rápida e severa, podendo levar a incapacidade motora e ventilatória grave, com alto potencial de morbidade e mortalidade. 2, 4 A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) é a forma mais grave das distrofias musculares por ocorrer uma mutação no cromossomo Xp21 herdado da mãe, nele é produzido a proteína distrofina, que sua função é de envolver e estabilizar a membrana muscular, com a sua disfunção às fibras musculares ficam enfraquecidas causando rompimentos no seu sarcolema, deixando cada vez mais os músculos atrofiados. 1, 3, 4, 5, 6 A DMD, tem uma incidência de um caso entre 3.500 nascidos vivos do gênero masculino. 1, 2, 3, 4, 5, 7 No Brasil, ocorrem por ano, cerca de 700 novos casos da doença. 1 Para realizar o diagnóstico da Duchenne um médico inicia pela HMP (História da Moléstia Pregressa), HMA (História da Moléstia Atual) e histórico familiar. Em seguida se baseia nos exames clínicos e exames complementares, um deles é o exame de sangue especial chamado sérico da enzima creatinofosfoquinase (CK), quando os níveis se encontram dez vezes acima em relação ao seu valor normal indicam que o músculo está sendo destruído por algum processo anormal, como uma DMD ou inflamação. 1, 2, 3, 5, 7, 8 Outro exame, como a biópsia muscular é efetivado pelas técnicas imunohistoquímicas e Western Blot, demostram a ausência da distrofina no tecido muscular, sendo comprovado o diagnóstico. 2, 7, 8 Acomete os meninos por conta do gene afetado ser o cromossomo X. O gênero feminino não desenvolve pelo fato de possuírem dois genes sexuais XX, sendo assim um compensará a falta de distrofina do outro, já no masculino não existe essa possibilidade por terem cromossomos diferentes XY. A mulher quando afetada passa a ser portadora da doença e se tiver um filho do gênero masculino, existe grande possibilidade de ser acometido pela doença. 1, 9 As crianças com DMD possuem atraso em seu desenvolvimento motor, falta de equilíbrio com quedas frequentes e dificuldade de subir escadas. Ao longo da evolução da doença o paciente começa a apresentar sinal de Gower’s e marcha anserina, também pode ser observado o tendão calcâneo e do bíceps femoral em retrações, dificultando ainda mais a sua locomoção. Além das disfunções motoras o paciente apresentará complicações cardíaca, respiratória e gastrointestinal. A partir dos dez anos de idade a 128 locomoção será realizada com uso de cadeira de rodas, podendo causar alterações posturais em sua coluna vertebral.2, 4, 5, 7, 10, 11, 12 As alterações na coluna pela evolução da distrofia causam deformidades na caixa torácica comprometendo a sua complacência dinâmica e má ventilação e perfusão. Pacientes diagnosticados com DMD podem adquirir Bronquiectasia devido às alterações bulbares e fraqueza na musculatura glossofaríngea, que induz o fechamento inadequado da glote provocando aspirações traqueobrônquicas que causam danos nas vias aéreas, como infecções e inflamações crônicas causando lesão também ao parênquima pulmonar. A progressão da insuficiência respiratória ocorre quando o paciente faz uso da cadeira de rodas para sua locomoção, aumentando ainda mais a incapacidade de respirar, exigindo que faça uso de ventilação mecânica até ir à óbito por suas complicações respiratórias. 5, 8, 9 Devido a fraqueza dos músculos da parede torácica e do diafragma o paciente apresentará complicações ventilatórias, tendo dificuldades em absorver o oxigênio (O2) expelir o gás carbônico (CO2) levando a uma insuficiência respiratória, favorecendo uma hipoventilação, com a baixa do O2 o indivíduo terá um quadro de hipoxemia, consequentemente um aumento de CO2 gerando uma hipercapnia, apresentada inicialmente durante o sono. 4, 5, 8, 10 A fraqueza dos músculos respiratórios além de comprometer a ventilação do indivíduo, leva uma insuficiência para tossir, impossibilitando o paciente de expelir as secreções, causando congestão pulmonar e possíveis sinais de dispneia. 2, 5 Na DMD classificam-se em cinco fases as alterações principais ao longo da vida do paciente. São elas: a fase um, pré-sintomático: de zero a dois anos, tem um atraso no início da marcha e a capacidade respiratória é normal; fase dois, deambulação precoce: de três a quatro anos, sinal de Gower’s presente, ainda sobe escadas e apresenta baixo risco de complicação respiratória; fase três, deambulação tardia: de cinco a oito anos, não sobe escadas, não levanta do chão e não tem marcha comunitária, sendo indicado uso de cadeira de rodas para longas distâncias e apresenta baixo risco de complicação respiratória, porém é fundamental a avaliação e execução de exames continuado de no mínimo uma vez ao ano; fase quatro, não deambulação precoce: de nove a onze anos, realiza algumas atividades diárias (AVD’s), tem desequilíbrio muscular de pelve e coluna, já se torna um cadeirante com aumento do risco de complicação respiratória, 129 com monitorização da função cardiorrespiratória realizada em intervalos menores, e qualquer deterioração é tratada rapidamente; fase cinco, não deambulação tardia: acima de 12 anos, dependência total, alto risco de complicação respiratória, com exames e avaliações realizados frequentemente, caso haja anormalidades as intervenções necessitam ser instaladas. 6 Estima-se que 55% a 90% dos casos de DMD morrem por insuficiência respiratória entre 16 e 19 anos, e raramente após os 25 anos de idade. A infecção pulmonar e/ou insuficiência respiratória são as causas mais frequentes de óbito, ocorrendo em 75% de pessoas com a distrofia. O óbito acontece entre a segunda e terceira década de vida, frequentemente antes dos 21 anos. 5 Os pacientes com DMD apresentam tiragens intercostais durante a inspiração, e com a fraqueza muscular respiratória, ocorre uma projeção interna do tórax e uma projeção externa do abdômen ao inspirar, é uma anormalidade chamada de padrão respiratório “paradoxal”, neste caso têm um aumento do trabalho respiratório e uma expansibilidade diminuída, causando fadiga muscular respiratória, hipoventilação progressiva e potencial falência respiratória. 5, 11 Em casos de fraqueza severa apresentam sons pulmonares diminuídos ou abolidos em base, podendo identificar uma Atelectasia ou Pneumonia pulmonar. Podem apresentar também dificuldade de suspirar, provocando redução na elasticidade pulmonar, aumento do trabalho respiratório, formação de micro atelectasias e diminuição de reserva respiratória. 5, 9, 10 O teste de função pulmonar é um instrumento para avaliar o grau de prejuízo respiratório. Os parâmetros que devem ser observados são: medida da capacidade vital forçada, pressões inspiratórias e expiratórias máximas e pressão de fluxo de tosse, podem ser mensuradas com espirômetro e por outros equipamentos de função pulmonar básico. Entre as intervenções fisioterapêuticas estão a respiração glossofaríngea, air stacking, assistência manual a tosse, inspiração e expiração mecânica, cough assist e ventilação não invasiva. O treinamento da musculatura respiratória ainda é um ponto de debate na literatura. 8 A Distrofia não tem cura, porém existem tratamentos medicamentosos e fisioterapêuticos utilizados para que se delongue a expectativa de vida e proporcione aos afetados uma melhor qualidade de vida. Prolongando a independência funcional, 130 minimizando a progressão da doença e preservando a função respiratória e cardíaca o maior tempo possível. 1, 2, 9 A Fisioterapia respiratória e motora deve ser utilizada desde o diagnóstico, tendo como finalidade: domínio do equilíbrio e coordenação geral; controle da fraqueza da musculatura da cintura pélvica e escapular; ajuste do alinhamento postural; impedimento da fadiga; desenvolvimento da força contrátil dos músculos respiratórios e domínio da respiração pelo uso correto do diafragma; precavimento do encurtamento muscular precoce para evitar as complicações; oferecer uma adequada qualidade de vida. O treino muscular respiratório é importante, porém tem risco de falência e fadiga se não for ajustada uma carga de acordo com as condições do paciente. 5, 6, 9, 10, 11, 12 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo Geral Revisar na Literatura os efeitos do Treinamento Muscular Respiratório em pacientes com Distrofia Muscular de Duchenne. 2.2. Objetivos Específicos Descrever os tipos de Treinamento Muscular Respiratório encontrados na literatura em pacientes com Distrofia Muscular de Duchenne; Analisar os efeitos do Treinamento Muscular Respiratório em pacientes com Distrofia Muscular de Duchenne. 3. METODOLOGIA O estudo foi realizado através de uma revisão sistemática da literatura, considerando a relevância do tema, buscando conhecer, por meio do olhar de alguns autores, as complicações respiratórias causadas pela DMD e os tipos de treinamentos musculares para estes pacientes. A elaboração da pesquisa teve como ferramenta principal, material publicado sobre o tema; livros, artigos científicos, publicações 131 periódicas e materiais na Internet disponíveis nos seguintes bancos de dados: SCIELO (Scientific Electronic Library Online), BIREME (Biblioteca Regional de Medicina), PubMed (Public Medline or Publisher Medline), Medline (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde). Foram utilizados unitermos: Distrofia Muscular de Duchenne, Treinamento Muscular Respiratório, Fisioterapia. Utilizando-se como limite publicações entre os anos de 2004 a 2017 nos idiomas português e inglês. Foram descartados os artigos que continham: publicações antes do período estabelecido, revisão de literatura e fora do tema. Foram encontrados 115 artigos, e após a análise dos critérios de inclusão justificaram para a discussão nove artigos. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com os artigos referentes a treinamento muscular respiratório em pacientes com DMD que se enquadraram nos critérios para o perfil desta pesquisa, a literaturaapresenta a utilização das técnicas de empilhamento de ar e compressão torácica, além do uso do aparelho Threshold. Também é descrito a utilização de outras técnicas fisioterapêuticas como: hidroterapia, hidroterapia associada a ventilação mecânica não invasiva (VMNI) e ioga. Das análises realizadas observa-se gráfico e tabela com artigos encontrados referentes a pesquisa. Gráfico 1 - Artigos e temas encontrados para a pesquisa. N=9 tipos de treinamento muscular respiratório. Hidroterapia; 2; 22,22% Ioga; 1; 11,11% Threshold; 5; 55,56% Empilhamento de Ar e Com- pressão To- rácica; 1; 11,11% 132 A Tabela 01 aborda os respectivos estudos com seus objetivos, metodologia e resultados. Tabela 01 - Artigos encontrados para a pesquisa. AUTOR/ANO OBJETIVOS METODOLOGIA RESULTADOS Sales I, Clebis NK, Stabille SR. 2004. 13 Analisar os efeitos dos exercícios respiratórios realizados na piscina em pacientes com DMD. Amostra: 01, seis anos, fase três. Instrumentos para avaliação: Espirometria e Cirtometria. Protocolo: Exercícios na piscina, uma vez por semana, 30 minutos, durante 24 semanas. Constatou-se melhoras na ventilação dinâmica e manteve a capacidade vital, com um declínio na frequência respiratória. Gallas D, Winkelmann ER, Eickhoff HM. 2006. 10 Analisar o efeito do TMR inspiratório em um indivíduo com DMD. Amostra: 01, 13 anos, fase cinco. Instrumentos para avaliação: Espirometria, Cirtometria, Manovacuômetro, Avaliação da Força muscular esquelética e ADM dos MMSS e MMII. Protocolo: TMR, Threshold 20%, sete vezes por semana, 10 minutos, durante 12 semanas. Sem perda da ADM e força muscular inspiratória. Notou-se aumento após a inspiração e expiração nos níveis xifoidiano e abdominal. Aumento das pressões respiratórias a partir da segunda semana. Ramos FAB et al. 2008. 14 Avaliar a força dos músculos respiratórios em pacientes com DMD que são submetidos a VMNI e a hidroterapia. Amostra: 06, 13 a 19anos, fase cinco. Instrumentos para avaliação: Peak-Flow e Manovacuômetro. Protocolo: Grupo controle: hidroterapia, Grupo experimental: hidroterapia associado a VMNI. Ambos realizados duas vezes por semana, 30 minutos, durante 10 semanas. Observou-se melhoras significativas após a décima sessão na PEmáx do grupo experimental e declínio após a vigésima sessão. Nas três avaliações o PF do grupo experimental foi menor em relação ao controle. Brito MF, Moreira GA, Pradella- Avaliar a eficiência da tosse usando duas técnicas de tosse Amostra: 28, acima de 10 anos, fase quatro e cinco. Instrumentos para Observou-se que as técnicas foram eficazes no aumento do Pico de 133 Hallinan M, Tufik S. 2009. 16 assistida manualmente em pacientes com DMD em VMNI. avaliação: Testes de função pulmonar e Espirometria. Protocolo: Três medições do Pico de Fluxo de tosse, nas formas: basal, durante a compressão torácica, após o empilhamento de ar com um saco de reanimação manual e as duas técnicas associadas. Uma sessão de 50 minutos. Fluxo da Tosse, porém a associação das duas teve um efeito adicional significativo. Bezzerra PP et al. 2010. 9 Avaliar força muscular respiratória e capacidades pulmonares de pacientes com DMD submetidos a um programa de reabilitação dos músculos respiratórios. Amostra: 06, idade média de 10,5, fases quatro e cinco. Instrumentos para avaliação: Espirometria, Manovacuômetro, Peak-Flow. Protocolo: TMR, Threshold com 30% da PImax, realizado três vezes semanais, 60 minutos, durante 24 semanas. Obteve-se aumento da PImáx e PEmáx, e manutenção da CVFE e do PF. Melo APF, Carvalho FA. 2011. 7 Analisar o efeito do TMR em um paciente com DMD. Amostra: 01, nove anos, fase quatro. Instrumentos para avaliação: Espirometria, Cirtometria, Manovacuômetro e Peak Flow. Protocolo: TMR, Threshold 18% a 30% e dissociação da cintura escapular, realizado duas vezes semanais, 30 minutos, durante 20 semanas. Constatou-se melhoras da PImáx, PEmáx, cirtometria de tórax, região axilar, mamilar e xifoide, mobilidade tóraco-abdominal, PE, CVF e VEF1. Rodrigues MR et al. 2014. 15 Analisar os efeitos de exercícios de ioga em pacientes com DMD. Amostra: 76, 06 a 14 anos, fases três, quatro e cinco. Instrumentos para avaliação: Espirometria. Protocolo: Exercícios respiratórios de Kapalabhat, Uddiyana e Agnisara, três vezes ao dia, 15 minutos, durante 40 semanas. Observou-se aumento da VEF e CVF. 134 Nascimento LP et al. 2015. 11 Avaliar os efeitos do TMR inspiratório em pacientes com DMD. Amostra: 05, idade média de 11,4, fases quatro e cinco. Instrumentos para avaliação: Manovacuômetro e Peak Flow. Protocolo: TMR Inspiratório, Threshold com 30% da PImáx, três vezes por semana, 15 minutos, durante quatro semanas. Notou-se melhoras da PImáx, PEmáx e PFE. Silva MM, Santos, E, Sardelich PL. 2016. 12 Avaliar se o TMR é eficaz na melhora da função pulmonar e força muscular respiratória em pacientes com DMD. Amostra: 01, 19 anos de idade, fase cinco. Instrumentos para avaliação: Espirometria e Manovacuômetro. Protocolo: TMR, Threshold 30%, duas vezes por semana, 30 minutos, durante 12 semanas. Melhoras na força muscular respiratória principalmente nos músculos expiratórios. A PEmáx teve maior significância de resultados. Legenda: CVF - Capacidade Vital Forçada; ADM - Amplitude de Movimento; FM - Força Muscular; MMSS - Membros Superiores; MMII - Membros Inferiores; VMNI - Ventilação Mecânica não invasiva; PFE - Pico de Fluxo Expiratório; PImáx - Pressão Inspiratória máxima; PEmáx - Pressão Expiratória máxima; VEF1 - Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo. A fraqueza muscular respiratória é uma complicação que os pacientes com DMD apresentam no decorrer da progressão da doença. O programa de treinamento deve ser iniciado nos estágios precoces da doença, quando ainda há uma quantidade substancial de tecido muscular contrátil que responde ao treinamento, utilização de baixas cargas pressóricas linear tem efeito positivo nos músculos respiratórios, melhorando a força e endurance, por se tratar de uma doença onde suas complicações tendem a evoluir rápido e em pouco tempo recomenda-se o treinamento da musculatura respiratória o quanto antes. A utilização do aparelho Threshold para treino da musculatura inspiratória e expiratória, tem um grande espaço na literatura e no meio da reabilitação, pois proporciona resultados satisfatórios em relação a PImáx e PEmáx, sua utilização leva a melhora dos níveis de pressão respiratória, favorecendo uma melhor ventilação pulmonar mantendo as capacidades dos pacientes que apresentam DMD, através do fortalecimento da musculatura respiratória, sendo assim a forma mais eficácia. Bezerra 135 et al 9, Nascimento et al 11 e Silva et al 12 utilizaram o aparelho Threshold com carga pressórica de 30%, Mello et al 7 realizaram o treino com 18% a 30% de carga e Gallas et al 10 com 20%. Em todos os casos obteve-se resultados positivos, levando em conta o tempo de treino e idade dos indivíduos,pois trata-se se uma doença progressiva. Sales et al13 e Ramos et al14 montaram um relato de caso com o uso da Hidroterapia, um estudo foi realizado atividades físicas na piscina e o outro os participantes foram submetidos a alongamento passivo. Em ambos foram utilizados a hidroterapia como tratamento com o objetivo da manutenção e estimulação da função respiratória dos pacientes, além de manter a força muscular, amplitudes articulares e evitar encurtamentos musculares, porém eles se encontravam em fases diferentes da doença, isso interfere nos resultados do treino. A liberdade de movimento proporcionada pela água gera alegria e satisfação àquelas que praticam, pois são capazes de realizar atividades que podem não ser possíveis no solo devido a ação da gravidade e condições físicas apresentadas por conta da DMD. Recentemente foi planejado um estudo por Rodrigues et al 15 onde foi ensinada as técnicas de exercícios de ioga Kapalabhati, Uddiynna e Agnisara. A utilização das técnicas como forma de tratamento para os pacientes é nova sendo necessários mais estudos, porém por meio da publicação é possível observar que a escolha das técnicas teve relevância com os movimentos e musculatura da inspiração e expiração, levando aos resultados positivos. Brito et al 16 elaboraram um estudo de caso associado a utilização de VMNI, por meio de compressão torácica, empilhamento de ar com um saco de reanimação manual e com as duas técnicas associadas. Foi observado um aumento da eficiência da tosse após a utilização das técnicas associadas. Embora não haja outras publicações a realização é simples, com facilidade na execução e eficaz para o tratamento ambulatorial de doenças neurodegenerativas, proporcionando troca gasosa e estímulo do trabalho ventilatório do paciente. A Tabela 02 compara os respectivos estudos com relação ao tipo de treino, número de sessões e tempo do tratamento. 136 Tabela 02 - Comparação de método de artigos encontrados. AUTOR/ANO TIPO DE TREINO NÚMERO DE SESSÕES TEMPO DO TRATAMENTO Sales I, Clebis NK, Stabille SR. 2004. 13 Hidroterapia 24 24 semanas Gallas, D, Winkelmann ER, Eickhoff HM. 2006. 10 Threshold com carga pressórica de 20% 84 12 semanas Ramos FAB et al. 2008. 14 Hidroterapia associada a VMNI 20 10 semanas Brito MF, Moreira GA, Pradella-Hallinan M, Tufik S. 2009. 16 Técnicas de compressão torácica e empilhamento de ar com bolsa de reanimação manual 01 01 dia Bezzerra PP et al. 2010. 9 Threshold com carga pressórica de 30% 72 24 semanas Melo APF, Carvalho FA.2011. 7 Threshold com carga pressórica de 18% a 30% 40 20 semanas Rodrigues RM et al.2014. 15 Exercícios de ioga 900 40 semanas Nascimento LP et al. 2015. 11 Threshold com carga pressórica de 30% 10 04 semanas Silva MM, Santos E, Sardelich PL. 2016. 12 Threshold com carga pressórica de 30% 24 12 semanas 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se que os distintos tipos de TMR para pacientes com DMD apontam para uma melhora na condição respiratória, considerando que se trata de uma doença de caráter progressivo. Com base nos dados coletados no presente estudo observou-se uma característica relevante sobre o treino e a utilização do aparelho Threshold com carga 137 pressórica de 18 a 30% da PImáx e PEmáx, sendo a forma de tratamento predominante nas publicações encontradas. Embora a DMD seja uma doença progressiva degenerativa há necessidade de programas de reabilitação funcional que incluam também exercícios respiratórios, já que ocorre perda progressiva das suas capacidades e forças respiratórias. Os estudos apontam para resultados satisfatórios quando expostos ao TMR e que o método Threshold é o principal citado e exposto na literatura, porém há descrição na hidroterapia, empilhamento de ar com bolsa de ar e compressão torácica e ioga. Contudo há ausência de consenso no protelar da evolução da doença e suas complicações. A Fisioterapia Respiratória é mais uma proposta na qualidade funcional destes pacientes. Os dados apresentados foram frutos de um processo de leitura e pesquisa sobre o assunto. Este trabalho, portanto, abre uma proposta de conhecimento e novas pesquisas para o entendimento sobre os efeitos dos TMRs na DMD. 6. REFERÊNCIAS 1 - Moraes FM, Fernandes RC, Medina-Acosta E. Distrofia Muscular de Duchenne: Relato de caso. 2011; Rev. Cientifica da FMC. 6(2): 11-15. 2 - Santos NM, et al. Perfil clínico e funcional dos pacientes com Distrofia Muscular de Duchenne assistidos na Associação Brasileira de Distrofia Muscular (ABDIM). 2006; Rev. Neurociências. 14(1): 15-22. 3 - Caromano FA. Características do portador de Distrofia Muscular de Duchenne (DMD): revisão. 1999; Arq Ciênc. Saúde Unipar, 3(3):211-218. 4 - Souza IER, Valle KF, Ramos MHC, Moreira WMQ. Distrofia Muscular de Duchenne: Complicações e tratamentos. 2015; Rev. Fafibe On-line. 8(1):178-187. 5 - Fonseca JG, Machado MJF, Ferraz CLMS. Distrofia Muscular de Duchenne: complicações respiratórias e seu tratamento. 2007; Rev. Ciênc, Med. Campinas. 16(2):109-120. 6 - Langer AL. Guia para Diagnóstico e Manejo Terapêutico da Distrofia Muscular de Duchenne. 1ª Edição. São Paulo: Book Express; 2014. 7 - Melo APF, Carvalho FA. Efeitos da Fisioterapia respiratória em pacientes com Distrofia Muscular de Duchenne - Relato de caso. 2011; Rev. Neurocienc. 19(4):686- 693. 138 8 - Faria ICB, Dalmonch RM. Função respiratória e mecanismo da tosse na Distrofia Muscular de Duchenne – Artigo de revisão. 2009; RBPS. 22(2): 113-119. 9 - Bezerra PP, Borges APO, Brunherotti MAA. Treino muscular respiratório em pacientes com Distrofia Muscular de Duchenne. Relato de caso. 2010, Rev. Neurocienc. 18(4): 491-497. 10 - Gallas D, Winkelmann ER, Eickhoff HM. Treinamento muscular respiratório em indivíduo portador de Distrofia Muscular de Duchenne. 2006; Rev. contexto & saúde. 5(10): 55-64. 11 - Nascimento LP, et al. Treinamento muscular respiratório em Distrofia Muscular de Duchenne: série de casos. 2015; Rev.Neurocienc. 23(1):9-15. 12 - Silva MM, Santos E, Sardelich PL. Distrofia Muscular de Duchenne: repercussões pós-treinamento muscular respiratório – Relato de caso. 2016; Rev.UNILUS Ensino e Pesquisa. 13(32): 84-91. 13 - Sales I, Clebis NK, Stabille SR. Efeitos de exercícios físicos em piscina sobre a função pulmonar do portador de Distrofia Muscular de Duchenne. Um relato de caso. 2004; Arq. Ciênc. Saúde Unipar. 8(1): 67-72. 14 - Ramos FAB, Ordonho MC, Pinto TCVR, Lima CA, Vasconcelos CR, Silva DAL. Avaliação da força muscular respiratória e do peak flow em pacientes com distrofia muscular do tipo Duchenne submetidos à ventilação não invasiva e à hidroterapia. 2008; Pulmão RJ. 17(2-4): 81-86. 15 - Rodrigues MR, Carvalho CRF, Santella DF, Lorenzi-Filho G, Marie SKN. Efeitos de exercícios respiratórios de ioga na função pulmonar de pacientes com distrofia muscular de Duchenne: Uma análise exploratória. 2014; J Bras Pneumol. 40(2): 128- 133. 16 - Brito MF, Moreira GA, Pradella-Hallinan M, Tufik S. Air stacking and chest compression increase peak cough flow in patients with Duchenne muscular dystrophy. 2009; J Bras Pneumol. 35(10): 973-979. 1. INTRODUÇÃO 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo Geral 2.2. Objetivos Específicos 3. METODOLOGIA
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