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Contratos no CDC revista dos tribunais

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CONTEÚDO EXTRAÍDO DA OBRA 
CONTRATOS NO CÓDIGO DE 
DEFESA DO CONSUMIDOR
CLAUDIA LIMA MARQUES
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Boa leitura!
SUMÁRIO
Conclusão da parte I 04
www.legalone.com.br 
CONCLUSÃO DA PARTE I
Na nova concepção social do Direito dos Contra-
tos, a sua função principal é procurar o reequilí-
brio da relação contratual, a chamada justiça ou 
equidade contratual, que só poderá ser atingida 
com uma mudança na ação do Direito, evoluindo 
de uma posição passiva e supletiva para uma ação 
cogente e determinadora de condutas também na 
área contratual.
Ao Direito coube, portanto, a tarefa de procurar o 
reequilíbrio da relação contratual, a chamada justi-
ça ou equidade do contrato (Vertragsgerechtigkeit), 
criando uma concepção mais social do Direito do 
Contrato, voltado menos para a vontade do indiví-
duo e mais para os reflexos e expectativas que esses 
contratos de consumo criam na sociedade atual.
A posição desigual dos parceiros contratuais na 
sociedade de hoje, o incremento dos métodos de 
contratação em massa, multiplicou a presença de 
cláusulas abusivas nos contratos de consumo, que 
afastam os eventuais direitos e expectativas legíti-
mos dos consumidores em relação ao vínculo con-
tratual, e demonstrou que os métodos tradicionais 
de controle formal oferecidos pelo Direito não con-
duziam mais a resultados satisfatórios, pois a teóri-
ca liberdade de um era a prisão do outro.
Era mister evoluir, conjugar o chamado direito-obs 
táculo com os anseios de uma maior equidade 
contratual, criando um sistema de disciplina que 
assegurasse o reequilíbrio das relações contratu-
ais, resolvendo os problemas existentes, negando 
eficácia às cláusulas abusivas, instituindo deveres 
cogentes, como o de informação e de redação clara 
dos contratos pré-elaborados, e criando novas ga-
rantias legais para proteger algumas expectativas 
básicas dos consumidores, como a de adequação 
do produto adquirido e a de proteção da saúde e 
da incolumidade física do consumidor e dos seus 
familiares expostos à ação do produto ou serviço 
comercializado.
www.legalone.com.br 
CONCLUSÃO DA PARTE I
05
CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Se o regime dos contratos entre fornecedores e 
consumidores mereceu a atenção da doutrina, me-
receu também a atenção dos legisladores de vá-
rios países, cada um editando leis específicas, que 
procuravam dar melhor solução para o problema, 
limitando o espaço para a autonomia de vontade, 
ditando ou não o conteúdo mínimo dos contratos, 
controlando de maneira prévia ou não os contratos 
do mercado. A procura do regime legal ideal para 
evitar a frustração da confiança e da boa-fé do con-
sumidor nos contratos de consumo representa uma 
evolução muito rica no direito comparado, que re-
percutiu forte no Direito brasileiro, tendo em vista a 
entrada em vigor do CDC. 
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CONCLUSÃO DA PARTE I
06
1. A expressão é de Ludwig Raiser, que já na década de 30 
(1935) visualizava a nova função do direito dos contratos como 
garante da justiça contratual – assim Zweigert/Kötz, p. 8. 
2. Veja, confirmando tais afirmativas, Alpa, Les nouvelles 
frontières, p. 1015 ss. 
3. Leis específicas de proteção do consumidor foram 
criadas na Suécia (1971), Dinamarca, Venezuela (1974), 
Alemanha, México (1976), Inglaterra (1977), França (1978), 
Áustria (1979), Irlanda (1980), Colômbia, Noruega (1981), 
Luxemburgo (1983), Espanha (1984), Portugal (1985) – 
veja detalhes em Bourgoignie, Éléments, p. 21.W
CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
No Brasil, a intervenção estatal nas relações de 
consumo deu-se justamente através da imposi-
ção, pelo Código de Defesa do Consumidor, de nor-
mas imperativas. Essas normas cogentes (art. 1.º 
do CDC), em matéria contratual, limitam o espa-
ço antes reservado para a autonomia da vontade, 
impondo deveres aos elaboradores dos contratos, 
criando novos direitos para os consumidores e tute-
lando determinadas expectativas dos contratantes, 
oriundas da sua confiança no vínculo contratual.
Note-se que o contrato, negócio jurídico por exce-
lência, continua a ser um ato de autorregulamen-
tação dos interesses das partes e, portanto, um ato 
de autonomia privada; mas este ato só pode ser re-
alizado nas condições agora permitidas pela lei.
O Código de Defesa do Consumidor é reflexo de uma 
nova concepção mais social do contrato, em que a 
vontade das partes não é a única fonte das obriga-
ções contratuais, em que a posição dominante pas-
sa a ser a da lei, que dota ou não de eficácia jurídica 
aquele contrato de consumo. O status ou o papel 
de consumidor, sujeito de direitos vulnerável que 
mereceu a proteção constitucional, é agora o fator 
central a determinar, se diante de um fornecedor, 
qual o conjunto normativo e em que ordem serão 
aplicadas em diálogo essas leis de direito privado, 
inclusive o Código Civil brasileiro de 2002.
O princípio clássico da autonomia da vontade vai 
ser relativizado por preocupações de ordem social. 
Tentando harmonizar os interesses envolvidos em 
uma relação de consumo, as novas normas de tu-
tela valorizam tanto a vontade como a boa-fé, a 
segurança e o equilíbrio das relações contratuais. 
O Direito passa a ser o orientador do conteúdo dos 
contratos, o realizador da equitativa distribuição 
de obrigações e direitos nas relações contratuais, e 
não só o garante da livre manifestação da vontade.
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CONCLUSÃO DA PARTE I
07
CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Em princípio, estão submetidos às regras do Có-
digo os contratos firmados entre o fornecedor e o 
consumidor não profissional, comportando a regra 
exceções previstas nas próprias normas do CDC e 
em seus princípios gerais, como a da vulnerabilida-
de. Em face da experiência no Direito Comparado, a 
escolha do legislador brasileiro do critério da desti-
nação final, permitindo exceções com base em uma 
interpretação teleológica, parece ser uma escolha 
sensata. Os novos desenvolvimentos de um finalis-
mo aprofundado e da noção de hipervulnerabilida-
de devem ser saudados e significam a consolidação 
dos avanços de uma proteção dos consumidores 
cuidada e eficaz.
Nesses 25 anos de vigência, a noção de consumidor 
evoluiu muito. Se nos primeiros dez anos de vigên-
cia do CDC ficara demonstrada certa tendência de 
expansão do campo de aplicação – já amplo – da 
lei protetiva, assim como algumas manifestações 
pela autonomia dogmática do direito do consumi-
dor, nos últimos 12 anos, com a entrada em vigor 
do Código Civil brasileiro, de 10 de janeiro de 2002, 
essas tendências passaram a evoluir de forma dife-
renciada e tendem a se reverter com a consolidação 
do finalismo aprofundado. 
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CONCLUSÃO DA PARTE I
08
4. Assim Orlando Gomes, Contratos, p. 42, referindo-se às 
doutrinas italianas modernas sobre negócio jurídico. 
5. Assim conclui também Koendgen, p. 132.
CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Se o primeiro fenômeno expansionista (ou maxi-
malista) nasceu da necessidade dos práticos de 
adaptarem os instrumentos existentes no Direito 
Civil tradicional às exigências de nossa complexa 
sociedade atual, massificada e já apresentando fe-
nômenos pós-modernos, como o aqui comentado 
comércio eletrônico, agora o Código Civil de 2002 
unificou as obrigações civis e comerciais e protege 
os empresários em suas relações intercomerciais 
de forma eficiente. Este CC/2002 também tem 
como base os princípios de boa-fé e da equidade 
contratual, não sendo mais necessária a geral utili-
zação do CDC a relações de direito comercial para 
ser alcançada a justiça no caso concreto, que ficará 
restrita a casos e distinções específicas. 
Efetivamente,o CDC continua a ter um enorme po-
tencial rejuvenescedor e equitativo no direito priva-
do, e realizou essa “atualização” do direito privado 
brasileiro durante seus 25 anos de vigência, catali-
zando as atenções, mas não nos parece a sua apli-
cação prática a todos os casos no mercado, o me-
lhor caminho. A força e a efetividade demonstradas 
pelo novo Código residem justamente na correção 
ética de proteger os mais vulneráveis no mercado 
e, dogmaticamente, em seu papel oxigenador de 
um ordenamento jurídico antes individualista em 
excesso, agora renovado também pelo CC/2002. 
O mandamento de boa-fé objetiva positivado no 
CDC, os novos princípios reequilibradores das re-
lações jurídicas, suas cláusulas gerais; estes, sim, 
podem continuar a repercutir – como já ocorre – no 
ordenamento jurídico brasileiro como um todo, ao 
lado, e em diálogo, com o Código Civil de 2002. 
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CONCLUSÃO DA PARTE I
09
CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Em resumo, não pode haver retrocesso – por man-
damento constitucional, direito fundamental pro-
tegido por cláusula pétrea – em matéria de direitos 
do consumidor já assegurados no CDC. A atualiza-
ção planejada do CDC deve ficar limitada a alguns 
temas novos e a colmatar eventuais lacunas. Obra 
legislativa visionária e inigualável, a preocupação 
constante deve ser a de preservar o microssistema 
do CDC, atualizando-o em temas novos, como o 
superendividamento e o comércio eletrônico; so-
bretudo, porém, dando-lhe novo fôlego temporal 
(de lex posterior, speciales et superior) diante das 
inúmeras leis especiais que regulam contratos com 
consumidores, como o consórcio, planos de saú-
de etc. Nesse sentido, pode ser altamente positi-
va uma pontual e sistemática atualização do CDC, 
pois se o diálogo das fontes é instrumento suficien-
te e útil nestes casos, por vezes mister frisar que a 
integração das lacunas, a interpretação e a própria 
aplicação de várias leis ao caso devem ser sempre a 
favor do consumidor. Em outras palavras, cabe es-
clarecer mais fortemente que a hermenêutica con-
forme a Constituição e o próprio CDC (arts. 1.º e 7.º) 
exige um diálogo das fontes a favor do consumidor, 
sujeito vulnerável constitucionalmente escolhido 
para uma ação positiva e tutelar de todo o Estado, 
Administração Pública e Poder Judiciário. 
Conclui-se, portanto, que o Código de Defesa do 
Consumidor, Lei 8.078/1990, em vigor no Brasil 
desde 11.03.1991, representa e representou uma 
considerável atualização no ordenamento jurídico 
brasileiro; tem e teve profundos reflexos nas rela-
ções entre os profissionais, fornecedores de bens e 
serviços, e o seu público consumidor; e tende a con-
tinuar a ser uma das leis mais importantes do País, 
ainda mais se atualizado pelos PLS 281 e 283/2012.
Dedicaremos os Capítulos 3 e 4 desta obra ao es-
tudo desses reflexos, que denominaremos aqui de 
novo regime legal do contrato de consumo.
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CONCLUSÃO DA PARTE I
10
CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
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