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Morcegos do Brasil unlocked Parte84

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Morcegos do Brasil
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Bianconi, G. V. & Pedro, W. A. Capítulo 14 - Família Vespertilionidae
Capítulo 14
Família Vespertilionidae
Gledson Vigiano Bianconi
Doutorando em Ciências Biológicas em Zoologia
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP - Rio Claro-SP)
Wagner André Pedro
Professor Livre Docente
Laboratório de Chiroptera, Departamento de Apoio, Produção e Saúde Animal
Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” - (UNESP - Araçatuba-SP).
Vespertilionidae Gray, 1821 é a família
com maior diversidade e distribuição geográfica
entre os Chiroptera, incluindo atualmente 48 gê-
neros e 407 espécies nas regiões tropicais e tem-
peradas do globo (NOWAK, 1999; SIMMONS,
2005). SIMMONS (2005) reconheceu seis
subfamílias para essa família (Vespertilioninae,
Antrozoinae, Myotinae, Miniopterinae, Murininae
e Kerivoulinae), das quais apenas Vespertilioninae
(tribos Eptesicini, Lasiurini, Nycticeiini e
Vespertilionini) e Myotinae possuem representan-
tes no Brasil. Dados corológicos disponíveis para
o país indicam uma riqueza de 24 espécies perten-
centes a cinco gêneros (Eptesicus, Lasiurus, Rhogeessa,
Histiotus e Myotis), a maioria com ampla distribui-
ção (PERACCHI et al., 2006).
Caracterizam-se por olhos pequenos e au-
sência de folha nasal ou qualquer outro ornamen-
to facial (EISENBERG & REDFORD, 1999). As
orelhas variam bastante de forma e tamanho, sen-
do um bom parâmetro para a separação dos gêne-
ros. A cauda, bem desenvolvida, é contida no
uropatágio, raramente ultrapassando sua borda
distal em uma vértebra, formando um “V” bem
definido (GOODWIN & GREENHALL, 1961;
VIZOTTO & TADDEI, 1973). Os dentes incisi-
vos são pequenos e separados medianamente; os
molares apresentam um padrão de cúspides e sul-
cos em forma de “W” bem definida (NOWAK,
1994). O sistema dentário varia entre trinta e trin-
ta e oito dentes, e o crânio apresenta tamanhos e
formas diferentes, embora em alguns sejam encon-
trados numerosos caracteres em comum (ACOS-
TA Y LARA, 1950).
Todos os vespertilionídeos do Brasil se
alimentam de insetos, em geral capturando-os em
vôo (LaVAL & FITCH, 1977; BARCLAY &
BRIGHAM, 1991). O período de gestação varia
entre 40 e 90 dias (ou um pouco mais) e as fêmeas
dão à luz a um ou, ocasionalmente, dois a cinco
filhotes por evento reprodutivo (WILSON &
FINDLEY, 1970; KURTA & LEHR, 1995;
NEUWEILER, 2000). No Hemisfério Norte,
muitas espécies realizam movimentos migratóri-
	Morcegos do Brasil
	cap. 14 Família Vespertilionidae

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