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87 Nogueira, M. R.; Peracchi, A.L. & Moratelli, R. Capítulo 05 - Subfamília Phyllostominae (EISENBERG & REDFORD, 1999), e REID (1997) chega a descrevê-las como brancas. Phyllostomus elongatus também pode apresentar as pontas das asas muito claras, conforme descrito por VIEIRA (1942). A maioria dos autores classifica P. stenops como espécie onívora (e.g., LaVAL & FITCH, 1977; SIMMONS, & VOSS, 1998). Trabalhando na Costa Rica, LaVAL (1977) relatou que uma fê- mea defecou sementes grandes de uma Anonácea, enquanto, em cativeiro, ingeriu banana, avidamen- te, e bebeu água açucarada. KALKO et al. (1996) reportaram especialização em frutos de Cucurbitaceae, e BROSSET & CHARLES- DOMINIQUE (1990) encontraram escamas de um pequeno réptil nas fezes um espécime. Na Colômbia, RIVAS-PAVA et al. (1996) incluíram P. stenops em duas categorias tróficas: a dos frugívoros sedentários (utilizaram frutos de produção contí- nua ao longo do ano) e dos insetívoros catadores (consumiram coleópteros). No Brasil, há registro do consumo de larvas e pupas retiradas de um ni- nho de vespas (JEANNE, 1970), além de coleópteros e frutos de espécies de Passiflora (BERNARD, 2002). A fêmea capturada por LaVAL (1977), no mês de fevereiro, estava grávida e continha um único embrião grande. MARINHO-FILHO & SAZIMA (1998) assinalaram esse morcego para três dos cinco prin- cipais biomas brasileiros (Amazônia, Mata Atlân- tica e Cerrado), e há ainda registro para o Pantanal (PULCHÉRIO-LEITE et al., 1998). Segundo HANDLEY-JR (1976), é uma espécie fortemente associada a florestas tropicais, mas é bastante to- lerante a clareiras abertas pelo homem. Tem sido capturada em formações primárias e secundárias (SIMMONS, & VOSS, 1998; ESBÉRARD & FARIA, 2006), pomares, pastos e áreas peridomiciliares (HANDLEY-JR, 1976). Redes distendidas sobre ou próximas a cursos d’água pa- recem efetivas para captura dessa espécie (HANDLEY-JR, 1976; ESBÉRARD & FARIA, 2006). É um morcego pouco comum ao longo de sua distribuição, estando usualmente representa- do em inventários locais por um reduzido número de indi- víduos (SIMMONS, & VOSS, 1998; MEDELLÍN et al. , 2000; ESBÉRARD & FARIA, 2006). Emprega cavernas e bueiros como refúgio e prova- velmente se abriga solitário ou em pequenas colônias (TRAJANO & GIMENEZ, 1998; BREDT et al., 1999; HICE et al., 2004; ESBÉRARD et al., 2005). Encontra-se classifi- cada em baixo risco de extinção (IUCN, 2006). Phylloderma stenops (Foto: Marco A. R. Mello - www.casadosmorcegos.org).