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Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 2 Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 3 Editor Eric Bairrão Ruivo Beauval Zoo 41110 Saint Aignan sur Cher France Tel. +33 254 757 435 eric@zoobeauval.com Contribuições Eric Bairrão Ruivo1 ZooParc de Beauval – 41110 Saint Aignan – France eric@zoobeauval.com Hannah M. Buchanan-Smith² University of Stirling – Stirling FK9 4LA, Scotland – United Kingdom h.m.buchanan-smith@stirling.ac.uk Morgane Byrne3 Zoo d’Asson – 6 chemin du Brouquet, 64800 Asson – France morgane.byrne@laposte.net J. Bryan Carroll4 Bristol Conservation and Science Foundation & Bristol Zoo Gardens – Clifton, Bristol BS8 3HA – United Kingdom bcarroll@bristolzoo.org.uk Aude Desmoulins5 ZooParc de Beauval – 41110 Saint Aignan – France aude.desmoulins@zoobeauval.com Yedra Feltrer6 Zoological Society of London – Regent’s Park NW1 4RY – United Kingdom yedra.feltrer@zsl.org Peter Galbusera7 Royal Zoological Society of Antwerp – Konigin Astridplein 26, B-2018 Antwerpen – Belgium peter.galbusera@kmda.org Tine Griede8 Hogeschool van Hall Larenstein – Postbus 1528, 8901 BV Leeuwarden – The Netherlands tine.griede@wur.nl Pierre Grothmann9 Zoologischer Garten Magdeburg – Zooallee 1, D-39124 Magdeburg – Germany grothmann@zoo-magdeburg.de mailto:eric@zoobeauval.com mailto:eric@zoobeauval.com mailto:h.m.buchanan-smith@stirling.ac.uk mailto:morgane.byrne@laposte.net mailto:bcarroll@bristolzoo.org.uk mailto:aude.desmoulins@zoobeauval.com http://webmail.ovh.net/squirrelmail/src/compose.php?send_to=yedra.feltrer%40zsl.org mailto:peter.galbusera@kmda.org mailto:tine.griede@wur.nl Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 4 Warner Jens10 Apenheul Primate Park – PO Box 97 7300 AB Apeldoorn – The Netherlands w.jens@apenheul.nl Kristin Leus11 CBSG Europe – Copenhagen Zoo & EAZA – p/a Annuntiatenstraat 6, 2170 Merksem – Belgium kristin@cbsgeurope.eu & kristin.leus@eaza.net Nick Lindsay12 Zoological Society of London – Regent’s Park NW1 4RY – United Kingdom nick.lindsay@zsl.org Agustin Lopez Goya13 Faunia Zoo – 28 Avenida Comunidades, 28032 Centro, Madrid – Spanish algoya@faunia.es Luc Lorca14 Zoo d’Asson – 6 Chemin du Brouquet, 64800 Asson – France info@zoo-asson.org Stewart Muir15 Newquay Zoo – Trenance Park Newquay, Cornwall TR7 2LZ – United Kingdom stewart.muir@newquayzoo.org.uk Thierry Petit16 Zoo de la Palmyre – 17570 Les Mathes – France veto@zoo-palmyre.fr Anthony B. Rylands17 Conservation International – 2011 Crystal Drive, Arlington 22202, VA – United States a.rylands@conservation.org Christoph Schwitzer18 Bristol Conservation and Science Foundation – Bristol Zoo Gardens, Clifton, Bristol BS8 3HA – United Kingdom cschwitzer@bristolzoo.org.uk Tai Strike19 Zoological Society of London – Regent’s Park NW1 4RY – United Kingdom Tai.Strike@zsl.org Dominic Wormell20 Durrell Wildlife Conservation Trust – Les Augres Manor, Trinity, Jersey JE3 5BP, Channel Islands – United Kingdom Dominic.Wormell@durrell.org Melissa Yaxley21 Animal Centre – Reaseheath College, Nantwich, Cheshire CW5 6DF – United Kingdom melissay@reaseheath.ac.uk mailto:w.jens@apenheul.nl mailto:kristin@cbsgeurope.eu mailto:kristin.leus@eaza.net mailto:nick.lindsay@zsl.org mailto:algoya@faunia.es mailto:info@zoo-asson.org mailto:stewart.muir@newquayzoo.org.uk mailto:veto@zoo-palmyre.fr mailto:a.rylands@conservation.org mailto:cschwitzer@bristolzoo.org.uk mailto:Tai.Strike@zsl.org mailto:Dominic.Wormell@durrell.org mailto:melissay@reaseheath.ac.uk Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 5 Tradução para Português por cortesia do Zoológico de São Paulo com a colaboração de: João Baptista da Cruz Médico Veterinário, pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, RJ, 1973; Mestre em Medicina Veterinária pela UFF, em 1977; Ph.D. em Patologia Veterinária pela Texas A & M University, Texas, EUA, em 1983; Professor Titular de Anatomia Patológica Veterinária da UFF, em1986; Membro da Academia Brasileira de Medicina Veterinária desde 2005 Diretor Técnico Científico da Fundação Parque Zoológico de São Paulo, Atual Vice Presidente da ALPZA 2009-2011 e 2011-2013; Presidente da Sociedade Paulista de Zoológicos (SPZ). Mara Cristina Marques Graduada em Ciências Biológicas, pela Universidade São Paulo,1989 Bióloga do Departamento Técnico da Fundação Parque Zoológico de São Paulo, Atual Curadora do Setor de Mamíferos da Fundação Parque Zoológico de São Paulo (2006-2010) Curadora Geral da Divisão de Ciências Biológicas da Fundação Parque Zoológico de São Paulo (2009- 2010) ISIS/ZIMS Registradora Secretária da Sociedade Paulista de Zoológicos (SPZ) Agradecimentos Os autores agradecem a Dr. Ken Glod e Dr. Gabor Gosi pela contribuição da 1ª edição deste guia de maneio. Os autores também agradecem a Dr. Eluned Price pela revisão deste documento, que foi consideravelmente reforçado como resultado do seu esforço. O editor agradece à Aude Desmoulins e Laure Pelletier pela ajuda na edição deste guia de maneio. Ilustração e mapas de Distribuição Todos os desenhos e mapas de distribuição usados neste guia de maneio (incluindo a capa) foram doados por Stephen Nash, o qual permitiu o seu uso nesta publicação. Todos os direitos autorais desses desenhos e mapas pertencem a Stephen Nash e não podem ser utilizados ou reproduzidos sem a sua autorização. Stephen Nash’s e-mail : snash@ms.cc.sunysb.edu mailto:snash@ms.cc.sunysb.edu Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 6 Capa e design Mafalda Simões MAF Design 6, rue Constant Ragot, 41110 Saint Aignan sur Cher – France mafalda.simoes71@gmail.com Direitos autorais Direitos autorais (Setembro 2010) do Escritório executivo da EAZA, Amsterdam. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida em papel, formas de leitura óptica ou outros sem autorização prévia por escrito da Associação Europeia de Zoológicos e Aquários (EAZA). Membros da Associação Europeia de Zoos e Aquários (EAZA) podem copiar essas informações para seu próprio uso, se necessário. As informações contidas neste guia de maneio foram obtidas de várias fontes consideradas confiáveis. A EAZA ea EAZA Calitriquideos TAG fazem um esforço diligente para fornecer uma representação completa e precisa dos dados nos seus relatórios, publicações e serviços. No entanto, a EAZA não garante a exatidão, adequação ou a totalidade de quaisquer informações. A EAZA isenta de qualquer responsabilidade por erros ou omissões que possam existir e não será responsável por quaisquer danos acidentais, consequentes ou outros (seja resultante de negligência ou não), incluindo, sem limitação, danos exemplares ou lucros cessantes decorrentes ou em conexão com o uso desta publicação. Por conta das informações técnicas fornecidas, o guia de maneio pode ser facilmente interpretado ou mal interpretado se não for analizado devidamente. A EAZA recomenda que os usuários destas informações consultem os editores em todos os assuntos relacionados à análise e interpretação dos dados. Publicação Publicado pelo Zoo de Beauval em 2010 Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 7 Guia de Maneio para Calitriquídeos da EAZA Preâmbulo para o Guia de maneio da EAZA Desde o início tem sido uma preocupação da EAZA e do EE P encorajar e promover os mais elevados padrões de criação de animais de zoológicos. Por esta razão, muito cedo, a EAZA desenvolveu os "Padrões Mínimos para o alojamento e cuidados dos animais em jardins zoológicos e aquários". Estas normas estabelecem os princípios gerais de manutenção animal, ao qual os membros da EAZA se sentem comprometidos. Acimae, além disso, alguns países definiram padrões mínimos regulamentares para a manutenção de espécies individuais em relação ao tamanho e mobiliário dos recintos, etc., que, na opinião dos autores, devem ser definitivamente cumpridas antes de permitir que tais animais possam ser mantidos dentro das área de jurisdição desses países. Esses padrões mínimos tem o objetivo de determinar a fronteira de bem- estar animal aceitável. Não é permitido ficar aquém destas normas. Entretanto, édifícil determinar os padrõesdevido ao fato de que as normas mínimas variam de país para país. Acima e além disso, especialistas do EEP e TAGs empreenderam a tarefa considerável de estabelecer as orientações para manter espécies animais individuais. Embora alguns aspectos da criação relatada nas orientações definem as normas mínimas, em geral, estas orientações não devem ser entendidas como requisitos mínimos, que representam as melhores práticas. Como tal, o guia de maneio para a manutenação de animais da EAZA / EEP pretende descrever os designs desejáveis para recintos e pré-requisitos para manutenção dos animais que são, de acordo com o estado atual do conhecimento, considerados como sendo ótima para cada espécie. Pretendemos, acima de tudo indicar como os recintos devem ser concebidos e que condições devem ser cumpridas para os melhores cuidados individuais da espécie. Introdução Bem-vindo à esta Segunda Edição do Guia de Maneio para Calitriquídeos da EAZA. A primeira edição foi publicada em 2002. A revisão que levou à esta segunda edição foi iniciada em 2008 e concluída em 2010. Em alguns lugares as mudanças da primeira edição são consideráveis. Isso inclui uma estrutura modificada, para refletir o padrão EAZA no formato do guia introduzido em 2008. Tem havido uma revisão considerável da Seção 1, Biologia e Dados de Campo, que resulta em mudanças de ambas na taxonomia e na descoberta de um número de novas espécies ao longo da última década. Mudanças na Seção 2 refletem os avanços na criação e nossa maior compreensão das dietas, cuidados da saúde e comportamento social. O Plano de Coleção Regional da EAZA para Calitriquídeos destaca a necessidade da criação de uma população saudável, a fim de manter a nossa população de calitriquídeos em cativeiro. Algumas espécies exigem um maneio considerável. Devido ao pequeno tamanho populacional e dificuldades no estabelecimento de reprodução de várias gerações. Alguns programas são essenciais por razões de conservação, como os saguis e os micos-leões. Além disso, a nossa experiência ao longo dos anos nos diz que precisamos constantemente buscar avanços no cuidado e no bem-estar dos animais em nossos programas de reprodução. Esta segunda edição do guia de maneio foi escrita por especialistas em maneio e fornece diretrizes na criação, taxonomia, comportamento social, nutrição e saúde animal e reflete o que vemos como a melhor prática para os nossos animais. Esperamos que seja útil não apenas para zoológicos da EAZA, mas também para jardins zoológicos de outras regiões. Em particular, esperamos que estas orientações sejam úteis para os jardins zoológicos da Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 8 América Latina, em países que têm a sorte de ter calitriquídeos selvagens. A maioria das espécies de primatas estão diminuindo em número assim como seu habitat e os zoológicos têm uma parte cada vez maior a desempenhar na ajuda para as espécies na natureza. As melhores práticas de maneio, em todos os seus aspectos, é fundamental para cumprir esse papel. Finalmente, se você sentir que alguns aspectos não estão claros, ou talvez em falta, ou mesmo se você tiver experiências que sejam úteis para incluir, por favor nos avise para que possamos melhorar futuras edições do guia. Dr J Bryan Carroll Presidente durante o período que este documento foi produzido). EAZA Callitrichidae Taxon Advisory Group. Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 9 Membros do TAG da EAZA Presidente: Eric Bairrão Ruivo, Beauval – eric@zoobeauval.com Vice-presidente: Dominic Wormell, Jersey – Dominic.Wormell@durrell.org Coordenadores do programa Aude Desmoulins, Beauval – aude.desmoulins@zoobeauval.com Peter Galbusera, Antwerp – peter.galbusera@kmda.org Pierre Grothmann, Magdeburg – grothmann@zoo-magdeburg.de Bernard Holdijk, Wissel – bernardholdijk@zodiaczoos.nl Andrew Hope, Belfast – HopeA@BelfastCity.gov.uk Nick Lindsay, Whipsnade – nick.lindsay@zsl.org Agustín López Goya, Faunia – algoya@faunia.es Luc Lorca, Asson – asson.zoo@voila.fr Tracey Moore, Shaldon – tracey@shaldonwildlifetrust.fsnet.co.uk Patricia Vilarinho, Lisbon – pvilarinho@zoolisboa.pt Dominic Wormell, Jersey – Dominic.Wormell@durrell.org Conselheiros Conservação Anthony Rylands, Conservation International – a.rylands@conservation.org Educação Tine Griede, Van Hall Larenstein – tine.griede@freeler.nl Geral Sabine Boucherie, Zodiac – sabineboucherie@zodiaczoos.nl J. Bryan Carroll, Bristol – bcarroll@bristolzoo.org.uk Mark Challis, Belfast – challism@belfastcity.gov.uk David Field, London – David.Field@zsl.org Warner Jens, Apeldoorn – w.jens@apenheul.nl Stewart Muir, Newquay – stewart.muir@newquayzoo.org.uk Nutrição Christoph Schwitzer, Bristol – cschwitzer@bristolzoo.org.uk Maneio Populacional Kristin Leus, Antwerp – Kristin@cbsgeurope.eu Veterinaria Thierry Petit, La Palmyre – veto@zoo-palmyre.fr mailto:grothmann@zoo-magdeburg.de mailto:pvilarinho@zoolisboa.pt mailto:sabineboucherie@zodiaczoos.nl mailto:cschwitzer@bristolzoo.org.uk Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 10 Conteúdo Agradecimentos e direitos 3 Introdução 7 Lista dos membros do TAG 9 Capítulo 1: Biologia e Dados de Campo 15 Biologia 15 1.1 Taxomonia 15 1.2 Morfologia 17 1.3 Fisiologia 17 1.4 Longevidade 18 Dados de Campo 18 1.5 Status de Conservação/Distribuição/Ecologia 18 1.6 Dieta e comportamento alimentar 18 1.6.1 Ecologia alimentar 18 1.6.2 Comportamento de forrageio 22 1.7 Reprodução 25 1.8 Comportamento 26 1.9 Espécies consideradas27 Gênero Callibella 27 Gênero Callimico 28 Gênero Callithrix 29 Gênero Cebuella 35 Gênero Leontopithecus 36 Gênero Mico 40 Gênero Saguinus 54 Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 11 Seção 2: Maneio em Zoológicos 72 2.1 Instalações e exibição de Calitriquídeos 72 2.1.1 Tamanho de recinto 72 2.1.2 Desenho de portas e túneis 73 2.1.3 Materiais de construção 74 2.1.4 Barreiras 74 2.1.5 Orientação e localização dos recintos 75 2.1.6 Limpeza e substrato 76 2.1.7 Mobiliário 76 2.1.8 Iluminação e fotoperíodo 79 2.1.9 Temperatura e umidade 79 2.1.10 Instalações de livre circulação 80 2.2 Alimentação 80 2.2.1 Dieta básica: componentes alimentares e regime alimentar 80 2.2.2 Requerimentos nutricionais 82 2.2.3 Recomendações de dietas 87 2.2.4 Método de alimentação: extraindo comportamento de forrageamento natural 91 2.2.5 Outras considerações 93 2.2.6 Exemplos de dietas de instituições experientes 94 2.3 Estrutura social e comportamento 111 2.3.1 Estrutura do grupo 111 2.3.2 Repertório geral do comportamento e comunicação 112 2.3.3 Grupo em cativeiro 113 2.3.4 Exibições de espécies mistas 115 2.3.4.1 Métodos de introdução 117 2.3.4.2 Tabelas de espécies mistas 117 2.4 Reprodução 119 2.4.1 Gêmeos 120 2.4.2 Estratégias reprodutivas 121 2.4.3 Supressão reprodutiva 121 2.4.4 Padrões de cuidados parentais entre Calitriquídeos 122 Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 12 2.4.5 Implicações para o maneio em cativeiro 122 2.4.6 Criação artificial (criação á mão) 123 2.4.6.1 Necessidade de criar a mão 123 2.4.6.2 Condições físicas do filhote 124 2.4.6.3 Regime alimentar 124 2.4.6.4 Monitorando o progresso 125 2.4.6.5 Reintrodução 126 2.4.7 População e controle reprodutivo 126 2.4.7.1 Introdução 126 2.4.7.2 Opções atuais para o controle populacional 127 2.4.7.2.1 Grupos familiares 128 2.4.7.2.2 Grupos unisex 128 2.4.7.2.3 Contraceptivo químico 128 2.4.7.2.4 Imunocontracepção 134 2.4.7.2.5 Dispositivos intrauterinos (IUD) 135 2.4.7.2.6 Finalização da gestação….mediante a injeção regular de prostaglandinas 135 2.4.7.2.7 Métodos contraceptivos cirúrgicos 135 2.4.7.2.8 Eutanásia 136 2.4.7.3 Resumo 136 2.4.7.4 APPENDIX Possíveis argumentos a favor e contra a eutanásia 138 2.5 Enriquecimento ambiental 140 2.5.1 Introdução 140 2.5.2 O que é o enriquecimento? 140 2.5.3 Qual o objetivo do enriquecimento? 140 2.5.4 Porque o enriquecimento é importante? 141 2.5.5 Se não fizermos o enrequecimento? 142 2.5.6 Cuidados 142 2.5.7 Ecologia e comportamento de forrageio dos calitriquídeos 142 2.5.8 Um ambiente enriquecido 143 2.5.9 Dispositivos artificiais 144 2.5.10 Outras formas de enriquecimento 146 Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 13 2.5.11 Coisas a evitar 147 2.6 Captura, maneio e transporte 147 2.6.1 Princípios gerais 147 2.6.2 Métodos de captura 148 2.6.3 Maneio 152 2.6.4 Transporte 152 2.6.5 Segurança 154 2.7 Considerações médico veterinárias para saúde e bem estar 155 2.7.1 Introdução 155 2.7.2 Observações de rotina 155 2.7.3 Exame clínico 156 2.7.4 Tratamento 156 2.7.5 Quarentena 157 2.7.6 Exames pos-morte 157 2.7.7 Anestesia 158 2.7.8 Contracepção 158 2.7.9 Medidas preventiva 159 2.7.10 Vacinação 159 2.7.11 Zoonoses 159 2.7.12 Desordens comuns (breve descrição, tratamento e profilaxia) 160 2.7.12.1 Sistema digestivo 160 2.7.12.2 Sistema respiratório 162 2.7.12.3 Sistema urinário 163 2.7.12.4 Sistema reprodutivo 163 2.7.12.5 Sistema locomotor 163 2.1.12.6 Sistema nervoso 164 2.1.12.7 Pele e mucosas 165 2.1.12.8 Sistema cardiovascular 165 2.1.12.9 Condição corporal geral 166 2.1.12.10 Doenças metabólicas 167 2.7.13 Apêndice 167 2.8 Questões especiais 174 Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 14 2.8.1 Notas 174 2.8.2 Sagui-de-cara-nua (Saguinus bicolor) 175 2.8.2.1 Introdução 175 2.8.2.2 Síndrome do emagrecimento progressivo 175 2.8.2.2.1 Sinais comportamentais da síndrome 175 2.8.2.2.2 Sinais físicos da síndrome 175 2.8.2.2.3 Monitoramento 176 2.8.2.2.4 Tratamento para a síndrome 177 2.8.2.3 Evitando o stress 178 2.8.2.4 Necessidades nutricionais e acesso á luz UV 178 2.9 Recomendado (e planejado) pesquisa ex situ 180 2.9.1 Medicina veterinária 181 2.9.2 Genética 181 2.9.3 Estudos hormonais 181 2.9.4 Pesquisa comportamental/enriquecimento 182 2.9.5 Nutrição 182 Seção 3: Referências 184 Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 15 Seção 1-Biologia e Dados de Campo Autores: Eric Bairrão Ruivo1, J. Bryan Carroll4, Aude Desmoulins5 and Anthony B. Rylands17 (exceto seção 1.6)) Capitulo 1.(Dieta e Comportamento Alimentar): : Christoph Schwitzer18, Kristin Leus11, Luc Lorca14 and Melissa Yaxley21 Biologia 1.1 Taxonomia A taxonomia dos sagüis e micos mudou consideravelmente desde que foi proposto por Hershkovitz (1977, 1979, 1982). Hershkovitz reconhecia duas famílias: Callimiconidae (Callimico) e Callitrichidae (Cebuella, Callithrix, Saguinus e Leontopithecus), distinguindo-osdos gêneros platyrrhine restantes, que foram agrupados na Cebidae. Foram os estudos morfológicos de Rosenberger (1980, 1981;. Ver também Rosenberger et al, 1990) que iniciaram uma grande mudança no pensamento sobre a maior taxonomia deste grupo. Sua tese consistia em colocar os sagüis, micos e Callimico em uma subfamília (Callitrichinae) em um Cebidae redefinido, que de outra forma inclui os mico-de-cheiro (Saimiri) e macacos-prego (Cebus),ambos compõem o Cebinae. Este arranjo e pequenas variações do mesmo foram subsequentemente reforçados amplamente e justificado por inúmeros estudos genéticos (por exemplo, Schneider et al, 1993, 1996;. Harada et al, 1995;. Nagamachi et al, 1996, 1999;. Schneider e Rosenberger, , 1996). A classificação platyrrhine estabelecida hoje é aceita por todos na afinidade do Cebus, Saimiri e os sagüis, micos e callimico. Alguns autores os colocam em famílias separadas (Rylands et al., 2000) e outros como duas subfamílias da Cebidae (Groves, 1993, 2001, 2005). Neste documento, colocamos macaco de Goeldi e todos os sagüis e micos-leões na Família Callitrichidae. Cronin e Sarich (1978), Seuánez et al. (1989), Pastorini et al. (1998), Chaves et al. (1999), Canavez et al. (1999a, 1999b) e Neusser et al. (2001) têm demonstrado que todos os Callithrix (Groves sensu, 2001) e Callimico são mais estreitamente relacionados entre si do que Callithrix é para os Saguinus ou Leontopithecus (para revisão ver Pastorini et al., 1998). Colocando Callimico em uma família separada ou em subfamília não é válida em função desta conclusão, a menos que Saguinus e Leontopithecus sejam também separados no nível de família ou de subfamília; (ver Groves, 2004). A taxonomia no nível de gêneros, espécies e subespécies também mudou desde a síntese Hershkovitz de 1977; ele reconheceu 46 táxons em cinco gêneros-Callimico, Cebuella, Callithrix, Saguinus e Leontopithecus. Onze novos táxons foram descritos, um deles em um novo gênero (Callibella), uma das subespécies de saddleback tamarin reconhecida por Hershkovitz (1977) tenha sido reduzido como um sinônimo (acrensis Carvalho, 1957) (ver Peres et al, 1996. ); nós agora reconhecemos a validade de três sagüis (Callithrix kuhlii Coimbra-Filho, 1985, Mico emiliae [Thomas, 1920] e Cebuella pygmaea niveiventris Lönnberg, 1940) o qual Hershkovitz não reconhece; e muitos dos táxons considerados como subespécies por Hershkovitz (1977) são agora consideradas como espécies. Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 16 Talvez a divergência mais profunda do arranjo de Hershkovitz decorre da conclusão de estudos morfológicos e genéticos onde o sagüi pigmeu (Cebuella) é mais estreitamente relacionado com os sagüis da Amazônia do que os sagüis amazônicos são com os sagüis da Mata Atlântica (Tagliaro et al., 1997 , 2001; Chaves et al 1999).O mesmo parece que é verdade para o sagüi-anão (Callibella Van Roosmalen et al, 1998;. Ver Van Roosmalen e Van Roosmalen, 2003). Para evitar parafilia, portanto, existem apenas duas opções relativas à separação genérica dos sagüis (ver Groves, 2004): 1) Todos pertencem a um gênero (Callithrix) uma classificação adotada pelo Groves (2001, 2005); ou 2) todas são colocadas em gêneros distintos, com uma separação genérica dos sagüis da Amazônia (o Grupo de Argentata de Hershkovitz), por um lado, as brasileiras orientais (não-amazônicas) forma (Grupo de Jacchus de Hershkovitz), por outro, distinto gênero. Mico Lesson, 1840, é o nome disponível para os sagüis amazônicos Grupo Argentata. Esta segunda classificação, com os sagüis da Amazônia que está sendo atribuído ao gênero Mico é seguido por Rylands et al. (2000, 2008, 2009; Rylands e Mittermeier, 2008). Tabela 1.1.1. Espécies e subespécies de calitriquídeos descrita desde 1983. Callibella humilis (Van Roosmalen, Van Roosmalen, Mittermeier and Fonseca, 1998) Sagui-anão Callithrix kuhlii (Coimbra-Filho, 1985) Sagui-de-wiedi Mico nigriceps (Ferrari and Lopes, 1992) Sagui-de-orelha- preta Mico mauesi (Mittermeier, Ayres and Schwarz, 1992) Sagui-de-maués Mico marcai (Alperin, 1993) Sagui-de-marca Mico saterei (Sousa e Silva Jr and Noronha, 1998) Sagui-de-satarém Mico manicorensis (Van Roosmalen, Van Roosmalen, Mittermeier and Rylands, 2000) Sagui-de-manicoré Mico acariensis (Van Roosmalen, Van Roosmalen, Mittermeier and Rylands, 2000) Sagui-do-rio-acarí Mico rondoni (Ferrari, Sena, Schneider and Silva Jr., 2010) Sagui-de- rondon Saguinus fuscicollis mura (Röhe, Silva Jr., Sampaio and Rylands, 2009) Sagui-de-cara-suja Leontopithecus caissara (Lorini and Persson, 1990) Mico-leão-de-cara-preta Enfatizamos que as diferenças entre as taxonomias de Groves (2001, 2005) e Rylands et al. (2000, 2008, 2009; Rylands e Mittermeier, 2008) são em grande parte limitada à sua colocação na família Callitrichidae (Rylands et al.) ou na subfamília Callitrichinae (Groves), e para a separação de sagüis em gêneros distintos (Rylands et al .) ao invés de combiná-las em um gênero, mas distinguindo grupos da mesma espécie "no nível subgenerico (Groves)”. Assim, por exemplo, Groves chama o sagüi pigmeu Callithrix (Cebuella) pygmaea, enquanto Rylands et al. Referem-se a ele como Cebuella pygmaea. Da mesma forma, Groves (2001) chama o sagui prateado Callithrix (Mico) argentata, enquanto Rylands et al. referem a ele como Mico argentatus. Duas Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 17 outras diferenças são: 1) Groves (2001) enumera o sagui-de-bigode como espécie unica, Saguinus pileatus, enquanto Rylands et al. seguem ainda Hershkovitz considerando-o uma subespécie de S. mystax e 2) Groves considera o sagui-de-manto-preto Graells como uma unica espécie, Saguinus graellsi, enquanto Rylands et al, como Hershkovitz (1982), lista-a como uma subespécie. de S. nigricollis. A taxonomia de ambos Groves (2001, 2005) e Rylands et al. (2000, 2008, 2009; Rylands e Mittermeier, 2008) são de outra maneira totalmente concordantes, eles reconhecem a própria diversidade da mesma taxa. Assim, neste documento, como no Plano de Coleção Regional, nós usamos Callithrix para os sagüis da Mata Atlântica (o gênero agora endêmico para o Brasil) e Mico para os sagüis amazônicos. Reconhecemos também Callibella Van Roosmalen e Van Roosmalen, de 2003, o sagüi-anão, como um gênero distinto (ver Aguiar e Lacher, 2009). Listamos 61 espécies e subespécies da família Calitrichidae-22 sagüis (Cebuella, Callibella, Mico e Callithrix), 34 micos (Saguinus), quatro micos-leões (Leontopithecus), e macaco Goeldi (Callimico) (ver Rylands et al., 2000 , 2006, 2008, 2009; Groves, 2001, 2005; Rylands e Mittermeier, 2008; Rohe et al, 2009).Estes 61 calitriquídeos representam cerca de 30% dos primatas do Novo Mundo existentes. Julga-se, de modo geral, que os Calitriquídeos são anões filogenéticos, ou seja, evoluíram a partir de um ancestral maior. Durante este processo de redução de tamanho (dwarfing), os sagüis e micos distinguiram- se a partir dos típicos primatas símios de várias maneiras. Eles adquiriram unhas em forma de garras, ao inve da unha achatada típica dos primatas. Eles perderam a oponibilidade total do polegar, embora o dedo grande do pé ser ainda é totalmente oponível. Todas as espécies, à exceção do Callimico goeldii, perderam o terceiro molar, e todas, à exceção de uma, Callimico, ganharam a capacidade de ter nascimentos multiplos, sendo gêmeos a regra em vez da exceção. 1.2 Morfologia Os sagüis e micos são diferenciados principalmente pelos incisivos inferiores alongados nos sagüis, uma adaptação para comer exudados de plantas (consumidores de goma). Os incisivos inferiores alongados são do mesmo comprimento que os caninos inferiores, que são, portanto, menos proeminente nos sagüis do que os micos. Os micos são, portanto, por vezes referidos como de presas longas, enquanto que os sagüis são referidos como presas curtas. Sagüis têm geralmente umceco mais complexo do que os micos, provavelmente como uma adaptação ao aumentou de exudados na alimentação entre os primeiros. Sagüis também têm genitália grande e visualmente óbvia que são exibidas como parte de comportamentos ritualizados de ameaça. Calitriquídeos são primatas pequenos, e incluem o menor símio, o sagüi pigmeu Cebuella pygmaea. O sagüi pigmeu adulto pesa cerca de 120g, enquanto o maior mico-leão pesa até 750g. A maioria dos Callithrix adultos pesam em torno de 400-450g, enquanto os Saguinus adultos são ligeiramente maiores pesando em torno de 450-550g. Adaptações morfológicas resultantes da redução de tamanho (nanismo) são descritos acima (Taxonomia Seção 1.1). 1.3 Fisiologia Informações sobre a fisiologia de calitriquídeos vem de estudos em cativeiro.Como resultado do uso de primatas em laboratório, há um considerável corpo de literatura sobre sua fisiologia. Aspectos relevantes da fisiologia são tratados em capítulos posteriores. Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 18 1.4 Longevidade Há poucos estudos que registram mortes com a idade conhecida dos calitriquídeos na natureza. Em catveiro os calitriquídeos raramente sobrevivem mais de 20 anos, e aqueles que o fazem, normalmente apresentam sinais de enfermidade associada à idade avançada (JB Carroll, pers. Obs.). No entanto, há um número crescente de amostras de sobreviventes com mais de 20 anos e até mesmo de reprodução nessa idade. Assumimos que a longevidade na natureza é significativamente menor. Dados de Campo 1.5 Estado de Conservação/Distribuição/Ecologia Os Calitriquideos são encontrados apenas na região neotropical da América do Sul. As espécies mais setentrionais, sagui-de-cara-branca (Saguinus geoffroyi), se extende para o sul do Panamá, mas a família não é encontrada de outra forma na América Central. Eles ocorrem nas florestas do Caribe no norte da Colômbia e sul do Panamá (Saguinus), nas florestas do leste dos Andes e Amazônia (Callimico, Callibella, Cebuella, Mico e Saguinus), nos cerrados (savana tropical) do Brasil Central (Callithrix), na caatinga (matagal deserto e floresta decídua seca) do Nordeste do Brasil (Callithrix) do Pantanal e Chaco da Bolívia, Brasil e Paraguai (Mico), e da Mata Atlântica do leste e sudeste do Brasil (Leontopithecus e Callithrix). Ocorrem em floresta primárias ou secundárias, e são mais abundantes em floresta secundárias ou alteradas. São arborícolas, geralmente habitam os patamares médios e inferiores da floresta. 1.6 Dieta e Comportamento alimentar 1.6.1 Ecologia alimentar Em geral, o Callitrichidae possa ser melhor descrito como frugívoro-insetívoro, alimentando-se de uma ampla variedade de frutos, artrópodes e exsudatos e um menor grau de brotos, flores, néctar, fungos, caracóis, pequenos vertebrados (principalmente lagartos e sapos) e provavelmente também ovos de aves e pequenos pássaros. No entanto, a proporção de cada um desses itens alimentares na dieta difere entre espécies e dentro das espécies entre as estações. Da mesma forma, a maneira pela qual os alimentos são adquiridos difere entre as espécies. O grupo dos calitriquídeos como um todo, e dentro dos diferentes gêneros e espécies, desenvolveram adaptações anatômicas e comportamentais para fazer o melhor uso dessas técnicas de forrageamento e alimentação. Afinal, cada um desses macacos ocupa o seu nicho de alimentação própria dentro de seu ambiente (Sussman e Kinzey, 1984; Ford e Davis, 1992; Garber, 1992; Rosenberger, 1992). Sagui pigmeu - Cebuella pygmaea Embora haja casos documentados da alimentação de exsudato para cada gênero da Callitrichidae, Cebuella pygmaea, Callibella humilis e alguns membros do gênero Callithrix estão entre os mais exudativos primatas (Power, 1996; Poder e Oftedal, 1996; Van Roosmalen e Van Roosmalen , 2003). Callithrix, Callibella e Cebuella são os únicos calitriquídeos do gênero com adaptações dentárias para o comportamento de perfurar as árvores: os incisivos superiores estão ancorados em uma posição fixa enquanto relativamente grande (quase tão longo quanto os caninos), como um formão, os incisivos inferiores em forma de copo , escavam a casca com a mandíbula (Coimbra-Filho e Mittermeier, 1973; Garber, 1992; Rylands e de Faria, 1993; Power, 1996). Lambem, então, o fluxo de exsudato resultante ou escavam com os dentes. Nenhum dos outros gêneros de calitriquídeos (Saguinus, Leontopithecus e Callimico) tem essas adaptações para consumir a goma. Este último Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 19 pode, portanto, apenas de forma oportunista se alimentar de exsudatos, por exemplo, lesões locais em árvores (como resultado da abrasão ou tempestades de vento ou perfurações de insetos), furos vazados por esquilos ou outros animais ou, no caso do Saguinus fuscicollis buracos que foram arrancados por Cebuella (Soini, 1987; Snowdon e Soini, 1988). O sagüi pigmeu, Cebuella pygmaea, parece ser um especialista verdadeiro em exudado e pode ser classificado como um insetívoro alimentador de exudado (Soini, 1982, 1988, 1993; Power, 1996). Alimentação de exsudato é uma atividade importante de sua vida cotidiana. Em média, 32% do seu tempo total diário de atividade e 67% do seu tempo de alimentação mensal é dedicado à alimentação em exsudatos de plantas (Ramirez et al, 1977;. Soini, 1982). Exsudatos são ainda disponíveis e consumidos durante todo o ano. A porção de exsudato da dieta é principalmente complementada por insetos e aranhas enquanto as frutas, brotos, flores, néctar e vertebrados constituem apenas uma parte pequena da dieta (Soini, 1982, 1988, 1993). Townsend (1999), no entanto, observou um sagüi pigmeu capturado da natureza, pegar e matar um pássaro. Os insetos são boas fontes de proteínas e lipídios, mas são pobres em cálcio e baixo na proporção calcio:fósforo (Oftedal e Allen, 1996; Allen e Oftedal, 1996). Eles, portanto, parecem formar um bom complemento com o exsudato que são ricos em complexos de polissacarídeos e muitas vezes contêm quantidades significativas de minerais e especialmente o cálcio (Garber, 1992, 1993). (Ver também a tabela 1.6.1-1 em exsudatos e sua digestão.) Saguis, gênero Callithrix, Callibela e Mico Como indicado acima, os sagüis, como Cebuella, têm adaptações morfológicas necessárias para perfurar fazendo aberturas nas árvores, a fim de se alimentarem de exsudatos. Há, porém, uma pequena variação dentro dos sagüis, tanto quanto a importância de exsudatos na dieta no que diz respeito. Os agrupamentos nutricionais para os sagüis nos gêneros Callithrix, Callibella e Mico, talvez possam ser melhor descritos como segue (Rylands e de Faria, 1993): Grupo1:Espécies altamente exudívoras: C. jacchus, C. Penicillata Grupo 2: Espécies menos exudívoras que o grupo 1, mas melhor adaptadas para perfurar árvores que os grupos 3 e 4: C. kuhlii, C. geoffroyi Grupo 3: Espécies relativamente mal adaptadas para perfurar casca de árvores; a proporção de exsudatos na dieta, depende da disponibilidade: C. aurita, C. Flaviceps Grupo 4: Espécies altamente frugívoras, relativamente mal adaptadas para perfurar casca de árvores e apenas sazonalmente exudívoras: por exemplo, M. humeralifer, M. argentatus Para os animais do Grupo 1, que são habilmente adaptados tanto adquirir como digerir exsudatos sempre que necessário (ver Caixa 1.6.1-1), exsudatos formam um importante substituto para frutas em épocas e lugares, quando estes são raros. Porque, isso garante aos animais um fornecimento regular de carboidratos e alguns minerais (como cálcio) durante todo o ano, eles podem viver em pequenas áreas em fragmentos florestais com disponibilidade altamente sazonal de frutas e insetos (florestas alteradas e/ou climas secos e severos ) (Stevenson e Rylands, 1988;. Caton et al, 1996). Extrapolando a partir deste, a conclusão da hipótese de que os sagüis da Mata Atlântica com maisvegetação e umidade (C. kuhlii, C. aurita, C. flaviceps e C. geoffroyi) dependem menos do exudado do que o C. jacchus e C. penicillata, mas provavelmente mais do que os sagüis da Amazônia (Stevenson e Rylands, 1988). Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 20 Para os Grupos 2-4, alimentação de exsudato é, em maior ou menor extensão sazonal e principalmente correlacionada negativamente com a disponibilidade de frutas (Rylands e de Faria, 1993). Estes sagüis talvez possam ser melhor descritos como frugívoro-insetívoros. Todas as espécies de sagüi gastam uma parte considerável do seu dia forrageando por presa animal (24-30% de sua atividade diária, Stevenson e Rylands, 1988). Presa animal consiste principalmente de insetos e aranhas e, em menor grau, caracóis, rãs, lagartos, pequenas aves e ovos de aves. (Ver também a tabela 1.6.1-1 em exsudatos e sua digestão.) Saguis, gênero Saguinus A maior parte da dieta de todas as espécies de saguis estudados consistem de insetos e frutas (Snowdon e Soini, 1988). Os saguis em geral, podem ser considerados como insetívoros-frugívoros. Eles complementam sua dieta com menor (ou sazonal) quantidades de exsudatos (gomas e / ou seiva), néctar, caracóis, mel, flores, folhas, brotos, fungos, cascas e pequenos vertebrados. As proporções relativas dos diferentes itens alimentares dependem da disponibilidade. Saguis tendem a manter uma ingestão considerável de invertebrados, principalmente insetos ortópteros ao longo do ano (30-77% da alimentação total e tempo de forrageio) (Terborgh, 1983; Soini, 1987; Garber, 1993). Frutas formam a fonte de alimento de plantas mais importante do ano (cerca de 20-65% de frutos maduros do tempo total de alimentação) (Snowdon e Soini, 1988; Garber, 1993), mas o que acontece durante as épocas de pico de frutificação ou períodos de escassez de frutas depende da espécie e da localização. Por exemplo, a dieta do sagui-preto-de-mão-amarela Saguinus midas na Guiana Francesa contém, numa base anual, 47,1% de frutas e invertebrados 50,2%, tornando-se a espécie insetívora mais estudada até agora na Guiana Francesa. Mesmo durante a época de pico da frutificação, a espécie não aumenta o seu consumo de frutas, mas aproveita a disponibilidade de insetos concomitantemente e aumenta seu consumo de insetos, possivelmente como resultado da concorrência com grandes primatas simpátricos (Pack, 1999). Terborgh (1983) estudou o sagui-de-bigode Saguinus imperator e o sagui Saguinus fuscicollis em Cocha Pagos no Peru e constatou que S. imperator gastou 34% do seu tempo diário de alimentação, consumindo insetos e 16% de material vegetal. Para S. fuscicollis foi de 16% e 16% respectivamente (eles gastam muito mais tempo descansando do que S. imperator). Durante a estação chuvosa ambas as espécies passaram mais de 95% do tempo total de alimentação se alimentando de frutas. Durante a estação seca S. imperator só gastou 41% do tempo de alimentação em frutas, mas gastou 52% se alimentado de néctar. O tempo de alimentação de frutas para S. fuscicollis durante a estação seca caiu para 16% de vantagem com relação á alimentação de néctar (75%). Garber (1988b), estudando o S.mystax e o S. fuscicollis no nordeste do Peru, também descobriu que, para estas espécies o néctar, ao invés de exsudatos foi o substituto do principal das frutas durante os meses de estação seca (22-37% de forrageamento e tempo de alimentação) . Em contraste, o S.fuscicollis estudado por Soini (1987) em um local diferente no nordeste do Peru ligado em grande parte à alimentação por exsudato em vez de se alimentar de néctar durante a estação seca. Embora o fruto era quantitativamente o recurso vegetal alimentar mais importante durante a estação chuvosa, durante o pico da estação seca, 58% do tempo de alimentação foi gasto consumindo exsudatos (em comparação a 4% durante a estação chuvosa) (Soini, 1987). 45% das atividades diárias de alimentação consistia de forrageamento de insetos e 14% em recursos vegetais. Como mencionado acima (ver também Tabela 1.6.1-1), saguis não tem as adaptações anatômicas para perfurar árvores e para digerir grandes quantidades de goma. Eles se alimentam de goma e seiva oportunisticamente (em locais de lesão ou buracos de árvores arrancados por outros animais), mas na maioria das espécies a alimentação de exsudados é apenas um fenômeno sazonal e representa menos de 5% do tempo de alimentação total (Garber, 1993; Power, 1996; Poder e Oftedal, 1996). Os saguis parecem uma exceção à Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 21 regra, eles consomem gomas de forma mais consistente ao longo do ano e em níveis mais elevados do que outras espécies (12% do tempo de alimentação mensal com uma gama de 5-58%) (Terborgh, 1983; Soini , 1987; Garber, 1988a; Power, 1996). Por conta dos saguinus em cativeiro, melhorarem a sua capacidade de digerir a goma quanto mais recebem (embora nunca tenham atingindo a eficiência dos calitriquídeos) é possível que quanto mais constante seja a ingestão de goma pelos saguis, lhe permita manter uma maior digestibilidade deste produto do que outros saguis. Os saguis também são altamente insetívoros e, portanto, é possível que para eles a seiva sirva, fundamentalmente, como uma fonte de mineral (cálcio) ao invés de uma fonte de energia (Power, 1996). Mico -leão, gênero Leontopithecus Os micos-leões podem ser classificados como frugívoros-insetívoros, com frutas (de preferência suave, doce e macia) e insetos que compõem a maior parte de sua dieta, complementada por pequenas quantidades de outros invertebrados, flores, exsudatos, néctar, fungos e pequenos vertebrados tais como sapos, lagartos e pequenas cobras e filhotes de passaros (Coimbra-Filho e Mittermeier, 1973; Kleiman et al, 1988;. Rylands, 1993;. Dietz et al, 1997). Exclusivo para o mico-leão a maior parte do forrageio por presas ocorre em epífitas, principalmente bromélias epífitas (ver secção: comportamento de forrageamento). Por exemplo, do seu tempo total da atividade diária, o L. chrysomelas gasta 24% consumindo alimentos de origem vegetal, 13% de forrageamento por presa animal e 3% de presas animais pelo qual quase metade das presas de animais de forrageamento ocorre em bromélias (Rylands, 1989 ). Micos-leões também têm sido observados comendo as bases das folhas e a base da pétala da flor de bromélias pequenas (Lorini e Persson, 1994;.. Prado, pers comm). Durante a estação seca, quando os frutos são raros, micos-leões-dourados L. rosalia, micos-leões-cara-dourada L. chrysomelas e micos-leões-preto L. chrysopygus têm sido observados alimentando-se de néctar em uma quantidade pequena, mas significativa de exsudatos (Peres, 1989; Rylands, 1993; Dietz et al, 1997). A alimentação de exsudato até agora não foi observado no mico-leão-de-cara-preta L. caissara, mas isso pode ser devido ao fato de que a maioria das observações foram feitas durante a estação chuvosa quando as frutas eram abundantes (Valladares,-Pádua e Prado, 1996). Assim como os saguis, nos micos-leões há falta de adaptações morfológicas para perfurar árvores e tendem a se alimentar de exsudato oportunisticamente (Peres, 1989; Rylands, 1989, 1993). No entanto, L. rosalia também tem sido observado provocando fluxo de exsudato ativamente mordendo a base de certas lianas (Peres, 1989). Macaco-de goeldi - Callimico goeldii Pouco se conhece sobre os hábitos alimentares do Callimico na natureza (Pook e Pook, 1981; Heltne et al, 1981). Callimico parece ser principalmente frugívoro. Durante a estação chuvosa eles exibem uma preferência por frutos macios e doces. Da fração de invertebrados, são consumidos insetos e aranhas. Ocasionalmente, os animais também se alimentam de brotos, folhas jovens, frutos de epífitas baixas, formigas, etc. Durante a estação seca, quando as frutas se tornam mais escassas, é consumida a goma das vagens da árvore Piptadenia e Parkiavelutina (Pook e Pook, 1981; Porter et al., 2009). Curiosamente, Callimico tem sido observado consumindo fungos em uma taxa maior do que qualquer outro primata, especialmente durante a estação seca (Hanson, et al, 2003;. Hanson, et al, 2006;.. Porter et al, 2009). Os esporocarpos que são consumidos por estes macacos tem sido encontrados principalmente nas estruturas que compreendem os carboidratos, com uma pequena quantidade de açúcar e gordura que proveria energia para os animais(Hanson, et al., 2006). Sagüis, como uma adaptação para exudação, reduziram o seu intestino delgado e alargaram o ceco de forma compartimentada, o que permite a fermentação dos carboidratos estruturais da goma (Lambert, 1998). Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 22 Hanson et al. (2006) sugerem que, devido ao Callimico filogeneticamente ser mais próximo ao sagüis, eles teriam uma morfologia intestinal similar, permitindo a digestão dos fungos. Em seu estudo de campo de nove meses,com um grupo de Callimico no norte da Bolívia, Porter et al. (2009) encontraram os animais explorando fungos durante 42 ± 9% de observações de alimentação. Frutos maduros responderam por 27 ± 5%, artrópodes para 14 ± 2%, exsudatos por 12 ± 3%, e a raiz do tronco e exsudatos de 1 ± 0% da alimentação. Considerando que o tempo gasto consumindo artrópodes permaneceu relativamente constante ao longo do ano o uso de outros alimentos variados (Porter et al., 2009),os autores propõem que o Callimico usa o exudado como reserva durante a escassez de frutas. 1.6.2 Comportamento de Forrageio Goma Árvores que apresentam exsudato são frequentemente visitadas por várias vezes por longos períodos de tempo (Stevenson e Rylands, 1988). As perfurações de exudado são também marcações odoríferas. No caso de Cebuella pygmaea, um grupo geralmente tem uma árvore como fonte principal de exudato para o casal dominante e para o filhote (Soini, 1982). Os filhotes mais velhos têm um acesso mais restrito a esta árvore e para eles as árvores secundárias à do casal dominante e filhote são as fontes principais de exsudato. Para Cebuella pygmaea, Callithrix jacchus e C. penicillata, e em menor medida os outros sagüis, a goma é uma parte essencial de sua dieta em estado selvagem (particularmente nos momentos em que outros alimentos são escassos) a alimentação de exsudato e a abertura de fendas nas árvores para os extrair, ocupam uma grande proporção de suas atividades diárias. Cebuella pygmaea e as espécies de Callithrix são capazes de arrancar árvores verdadeiramente (veja acima). Para as outras espécies de calitriquídeos o exudado são de uma importância limitada e mais sazonal. Alguns saguis foram observados extraindo goma de fendas estreitas, passando a mão por estas fendas e lambendo o exsudado dos dedos (Snowdon e Soini, 1988). Quando alimentam-se de gomas das vagens da árvore Piptadenia,o Callimico foi observado de cabeça para baixo por sua patas traseiras no galho. Eles, então, alcançam as vagens e as puxam por meio da haste flexível (Pook e Pook, 1981). Heymann (1999) observaram S. mystax na natureza e constatou que a maioria da alimentação por goma ocorre no período da tarde. Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 23 Box 1.6.2-1: Exudados e digestão de goma. Existem quatro tipos principais de exudados estruturais, quimica e nutricionalmente distintos uns dos outros (Stevenson and Rylands, 1988; Lambert, 1998). - Resinas: Produzidas nos canais de resina pelas coníferas e algumas angiospermas tropicais. São derivadas de fenóis e terpenos, metabolitos de plantas. Insolúveis em água. Seu consumo por qualquer outra espéice de primata é desconhecido. - Goma: Possui uma fração solúvel em água e são ricas em carboidratos complexos compostos de polissacarídeos multiramificados e sem amido. As gomas não contêm gordura nem vitaminas, mas algumas gomas possuem uma pequena fração de proteína (0.5%-35% por peso) e contém com frequencia quantidades significativas de minerais nutricionalmente importantes, como o cálcio, o magnésio e o potássio (Gaber, 1993. Muitas famílias de angiospermas tropicais produzem gomas. Algumas gomas coagulam e formam uma massa gelatinosa ou sólida. São prontamente consumidas pelos calitriquídeos e alguns outros primatas. - Seivas: Exudado de xilema e floema (por esta razão todas as árvores produzem seiva). São solúveis em água e ricas em carboidratos simples e relativamente fáceis de digerir. - Latex: Similar á goma, mas branco-leitoso, amarelo ou vermelho. Contem terpenos, taninos e elementos resinosos, bem como pequenas quantidades de proteínas e açucares não redutores. Raramente é consumida por primatas. O látex torna-se semelhante à borracha ou sólido quando exposto ao ar. Durantes a abertura de orifícios à procura de gomas, ou em resultado de danos numa árvore, a goma muitas vezes mistura-se com a seiva. Todos os calithriquídeos, em uma maior ou menor extensão, consomem, por esta razão, gomas e seivas. Apenas os Callithrix e Cebuella se alimentam excepcionalmente de latex (Stevenso e Rylands, 1988; Garber, 1993). As gomas são polissacarídeos multiramificados, com ß-ligações, e são resistentes às enzimas digestivas dos mamíferos. Isto significa que a fermentação microbiana é necessária de forma que o animal consiga retirar energia destes carboidratos (Power, 1996; Power e Ofetedal, 1996; Caton et al.,1996). O mesmo parece ser verdade para seu conteúdo mineral (Power, 1996). Pode, por isso, ser posta a hipótese de que os animais que se alimentam de goma tem adaptações anatômicas e fisiológicas para os ajudarem a aumentar o tempo de permanência dentro dessas zonas do trato digestivo onde a fermentação poderia ocorrer (Ferrari a Martins, 1992; Power e Oftedal, 1996). De fato, o ceco e o cólon representam uma porção do trato gastro-intestinal nos saguis do que em outros calitriquídeos (Ferrari and Martins, 1992; Power, 1996). O ceco mantém o mesmo calibre ao longo de todo o seu comprimento com a porção final e terminação em forma de U (Ferrari e Martins, 1992; Caton et.al;1996). Devido as gomas terem uma fração solúvel em água, pode se esperar que transportem componentes líquidos resultantes da digestão. Estudos do tempo de trânsito levados a cabo no C. jacchus por Caton et al. (1996) demonstram que, nesta espécie, os fluidos digestivos são seletivamente retidos no grande ceco. Os estudos sugerem, portanto, que o sagui comum emprega uma estratégia digestiva dividida em duas partes (Caton et al., 1996) 1) Rápida digestão no estômago e ao longo do intestino delgado de alimentos de alta qualidade, tais como, as frutas e insetos, para a exigência de energia imediata necessária ás atividades diárias. 2) Retenção seletiva e fermentação no ceco dos polissacarídeos complexos solúveis dos exudatos, bem como partículas muito pequenas de exoesqueletos de insetos. Os exoesqueletos são primariamente feitos de quitina, um polissacarídeo rijo que pode ser fragmentado pela fermentação microbiana (Lambert, 1998). Esta fermentação no ceco permite uma mais lenta, mas constante produção secundária de energia. Um estudo comparativo do tempo de trânsito e digestibilidade (Power, 1996; Power and Oftedal, 1996) nos Cebuella pygmaea, Callithrix jacchus, Saguinus fuscicollis, Saguinus oedipus e Leontopithecus rosalia revelou que quando alimentados com uma dieta contendo goma-arábica, o tempo de trânsito para os Callithrix tendem a aumentar (apesar de não ser significativo em termos estatísticos) enquanto a sua eficiência digestiva não é afetada. Nos saguis e mico-leão- dourado, o tempo de trânsito não foi afetado pela goma, mas a eficiência digestiva foi reduzida, confirmando que os saguis e os micos-leões são anatomicamente e fisiologicamente menos bem adaptados à ingestão e digestão de gomas. Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 24 Presa animalO consumo de presa animal para os calitriquídeos pode ser classificado em pelo menos três diferentes categorias (adaptados da classificação para Saguinus de Garber (1993)). Padrão 1: Energético: Forrageio em ramos finos e flexíveis Os animais sobem energéticamente, agarram e saltam sobre ramos finos e flexíveis de arbustos baixos e emaranhados (0-5 m acima do solo). A presas são capturadas lançando rapidamente os membros anteriores, enquanto os membros posteriores se mantem firmemente agarrados na vegetação de suporte (por exemplo, Saguinus geoffroyi). Padrão 2: Técnica de ataque furtivo e captura rápida ou técnica de “apanhar folhas” A locomoção envolve ataques de deslocação furtiva, enquanto permanece continuamente em alerta nos arredores imediatos. Os animais rastejam ao longo de ramos na parte inferior da copa e nas camadas inferiores da floresta, frequentemente colocando a cabeça perto dos ramos e folhagem, enquanto olham, imóveis, ao longo dos ramos e folhas, provavelmente à procura da silhueta de insetos camuflados. A captura envolve ataque furtivo, e agarrar rapidamente a presa (por exemplo, entre duas mãos fechadas em forma de concha). Caça de presas expostas, visíveis (mas muitas vezes camufladas) e capazes de fuga rápida (por exemplo, Cebuella pygmaea, Callithrix spp., Mico spp., Saguinus mystax, Saguinus labiatus, Saguinus imperator, Saguinus midas possivelmente). Animais desta categoria, ocasionalmente, também forrageiam por manipulação (padrão 3). Padrão 3: Local especifico de manipulação e forrageio. Caracterizada por locomoção do tipo “agarrar e saltar” e posturas verticais de fixação em suportes moderados a grandes, tais como troncos ou grandes ramos. A partir de uma posição estável, microhabitats específicos tais como nós de madeira, fendas, casca de árvores e de outras regiões do tronco são exploradas. Para micos-leões, especificamente, os locais de exploração de microhabitat mais importantes que são epífitas especialmente as bromeliaceas epífitas. Os animais se alimentam principalmente de presas imóveis e escondidas,cuja consideralvel maioria é localizada pelo tato, em vez da visão. As mãos e dedos compridos e esguios dos micos-leões são perfeitamente adaptados para este tipo de forrageamento {exemplo, S. fuscicollis (possivelmente também S. nigricollis e S. bicolor) e Leontopithecus sp}. Pouco se sabe sobre os hábitos de forrageamento do Callimico na natureza, e ainda não está claro qual, se há algum, padrão de forrageamento de insetos e a espécie que pertence. Os animais foram repetidamente vistos saltando para o chão e imediatamente saltando de volta para cima, segurando um grande gafanhoto na boca (Pook e Pook, 1981). Seu estilo de locomoção do tipo “ agarrar e saltar” numa altura preferencialmente de 2-3m acima do solo, pode ajuda-lo nesta técnica de captura da pressa. Fruta Os métodos para forrageamento de frutas são bastante semelhantes entre os calitriquídeos (Rylands, 1981; Snowdon e Soini, 1988; Stevenson e Rylands, 1988). A maioria das frutas consumidas são pequenas e são puxadas ou mordidas fora da árvore e são realizadas com ambas as mãos, enquantosão comidos. Frutos maiores são comidos enquanto ainda ligados às árvores. C. jacchus foi observado pendurado de cabeça para baixo apoiado com as pernas traseiras para se alimentar de frutos pendentes (Stevenson e Rylands, 1988). Com frutos maiores do que os animais, eles se seguram na superfície externa do fruto e fazem buracos em direção ao seu interior. Para a maioria dos calitriquídeos, a maior parte da dieta indigerível consiste basicamente de sementes que são engolidas inteiras e passam através do trato digestivo praticamente inalteradas (Heymann, 1992; Power, 1996;. Dietz et al, 1997). Os calitriquídeos, portanto, parecem desempenhar um papel como dispersores de sementes na floresta tropical (eg, Passos, 1997). Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 25 Table 1.6.2-1: RESUMO DA ECOLOGIA ALIMENTAR DOS CALITRIQUÍDEOS (Tabela de NRC, 2003; para referencias, consultar © National Academy of Sciences) Dieta dominada por frutas e insetos. Gomas de importância sazonal Callithrix Dieta: 27%( 24-30%) da atividade de forrageio dedicado à busca de insetos, portanto o tempo de forrageio gasto em busca de insetos é de 56%(50-63%) frutas 33%(26- 37%) e exudatos (goma 11%-5-16%) quando há escassez de frutas. Comportamento: diurno a maioria arbóreo, grupos de multi-machos e multi-fêmeas de 3-20 indivíduos. Peso: 190-320g fêmeas, 357-450g machos; C. nigriceps (370g machos; 390g fêmeas) Referências: Ferrari, 1993; Ferrari & Ferrari, 1989; Ferrari & Rylands, 1994; Ford & Davis 1992, Harrison & Tardif, 1994; Koenig, 1995; Muskin, 1984; Rylands, 1993; Stevenson & Rylands 1988. Espécies: C. argentata (Sagüi-branco); C. aurita (Sagüi-da-serra), C. geoffroyi (Sagüi-de-cara-branca), C. humeralifera (Sagüi-de-santarém), C. kuhlii, C. mauesi, C. nigriceps. Dieta dominada por frutas e insetos e Gomas de importância sazonal Leontopithecus Dieta: frutas maduras 53% (32-78%), forrageio por insetos 25% (14-50%) do tempo da alimentação, fruta madura 6-7%, exudatos (gomas) 9% (1-20%), e néctar 7%(0-43%). Comportamento: diurnos, a maioria arbóreos,,pares de multi-machos/multi-fêmeas de 2-3 adultos/grupo 2-16 total Peso: 361g-794g fêmeas /437-710g machos Espécies: L. caissara (Mico-leão-cara-preta); L .chrysomelas (Mico-leão-cara-dourada); L. chrysopygus (Mico-leão-preto); L. rosalia (Mico-leão-dourado). Referências: Abernaz, 1997; Butynski, 1982; Dietz et.al, 1997; Ferrari & Ferrari, 1889; Ford & Davis, 1992; Rylands, 1993; Tardif et.al, 1993. Dieta dominada por gomas, insetos, frutas pode depender da localidade. Callithrix Dieta: exudatos (gomas) 45% (24-70%), frutas 16% (14-30%) forrageio de insetos 39% (30-70%), néctar na estação seca; C. pygmea, exudatos (goma) 60% (30-77%), frutas 8% (0-10%), insetos 30% (20-33%). Comportamento: diurnos, a maioria arbóreos, multi-machos/multi-fêmeas em grupos de 1-15; C. pygmaea, famílias monogâmicas até 4 camadas vivendo juntas. Peso: 182-354g fêmeas, 225-406g machos; C pygmaea 112-140g fêmeas, 99-160g machos Espécies: C.jacchus (Sagüi-de-tufo-branco),C.flaviceps (Sagüi-da-serra-escuro) ;C .penicillata (Sagüi-de-tufo-preto); C. pymaea (Sagüi-pigmeu) (gênero Cebuella). Referência: Coimbra-Filho & Mittermeir, 1978; Ferrari & Ferrari, 1989; Ferrari & Rylands, 1994; Ford & Davis, 1992; Ramirez, 1985; Rylands & de Faria, 1993; Silva & Downing, 1996; Soini, 1982, 1988 e1983. Dieta dominada por frutas e insetos, gomas e néctar de importância sazonal Callimico Dieta: os insetos são o alimento preferido, também frutas suaves e doces da estação úmida, folhas jovens, dieta similar a Saguinus spp.algumas vezes vivem com grupos mistos. Comportamento: diurnos a maioria arbóreos, pares monogâmicos, grupos de 2-8 indivíduos. Peso: 400-535g Referências: Ford & Davis, 1992; Heltne et al, 1981; Mittermeier & Coimbra-Filho, 1997; Pook & Pook, 1981, 1982. Espécie: Callimico goeldi Saguinus Dieta: insetos 45% (30-77%), frutas 35% (13-74%), exudatos 10% (0-37%), néctar 7% (0-35%), folhas jovens 35%, sementes 34-8% das atividades totais de forrageio por insetos , 17% plantas. Comportamento: diurnos arbóreos, grupos multi-machos/multi-fêmeas 2-16 indivíduos, S. imperator e S. midas (multi-machos/multi-fêmeas, porém, somente uma fêmea reproduz. Espécies: S .bicolor (Sagüi-de-cara-nua), S .fuscicollis, S. geoffroyi (Sagüi-de-cara-branca), S. imperator (Sagüi-de-bigode), S. inustus ,S .labiatus ( Sagüi-de-boca-branca), S .leucopus, S .midas (Sagüi-preto-de-mão-amarela), S. mystax ( Sagüi-de-boca-branca), S .nigricolis ,S .tripartitus Peso: 272-600g fêmeas, 242-633g machos Referências: Crandlemire-Sacco, 1988; Egler, 1992, Ferrari & Ferrari, 1989; Ford & Davis, 1992; Garber, 1984, 1988, 1993ª e.b; Harrison & Tardif, 1994; Lopes & Ferrari, 1994;Packet at al, 1999, Peres, 1993a; Ramirez, 1985 a e b; Skimer, 1985; Silva & Downing, 1995; Soini, 1987; Terborgh, 1983 1.7 Reprodução Pensava-se que os calitriquídeos fossem monogâmicos e a maioria dos grupos sociais de calitriquídeos tivessem somente uma única fêmea reprodutora. Diversos estudos de campo observaram no entanto, que há múltiplos machos reprodutores, e menos freqüentemente, mais de uma fêmea reprodutora. Em cativeiro, pelo menos, a reprodução de fêmeas subordinadas, na maioria dos grupos ena maioria das espécies, é Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 26 aparentemente suprimida fisiologicamente. Fêmeas subordinadas não apresentam ciclos estrais. A exceção a isso é o mico-leão, em que fêmeas subordinadas exibem ciclos ovulatórios. Pensa-se que a supressão da reprodução dessas espécies seja por meio comportamental. Com a exceção do Callimico, todos os Calitriquídeos normalmente têm nascimentos de gêmeos. O nascimento de um único filhote e trigêmeos não são, no entanto, incomum. Nascimento de quadruplos ocorrem raramente. Em Callimico, nascimentos de gêmeos são excepcionalmente raros em cativeiro, enquanto trigêmeos e quadrigêmeos nunca foram reportados. Todos os calitriquídeos mostram cuidados com o filhote de forma compartilhada, e todos os membros do grupo participam na realização do transporte e limpeza dos filhotes. Às vezes a mãe somente segura os filhotes, a fim de alimentá-los. Todos os membros do grupo costumam dividir a comida sólida com o filhote desmamado. Mais informações na sessão 2.3 e 2.4. 1.8 Comportamento Todos os Calitriquídeos vivem em grupos sociais, dentro do qual pode haver uma hierarquia de dominância, mas nem sempre é evidente. A composição dos grupos é muito variável, mas geralmente contêm vários adultos de ambos os sexos. A maioria contém uma única fêmea reprodutora. Esta fêmea pode coabitar com vários machos reprodutores, e o grupo pode também incluir filhos de várias idades, algumas de idade adulta. Raramente, os grupos foram observados com mais de uma fêmea reprodutora em estado selvagem. Tais grupos são raramente estáveis a longo prazo em cativeiro. Calitriquídeos mostram uma gama típica de comportamentos sociais de primatas. Em cativeiro a agressão entre os membros do grupo familiar é raro. Uma gama ampla de vocalizações é aparente. Expressões faciais são mais limitadas, mas são vistas. Marcação de cheiro é um meio comum de comunicação.Existem três glândulas de cheiro, esternal, suprapúbica e circumgenital. A aparência da glândula de cheiro varia de acordo com gênero e espécie. O quanto a glândula de cheiro é usada também varia com a espécie e gênero. Acredita- se que informações como identidade, idade e condição sexual pode ser transmitida através de marcas de cheiro. Marcas de cheiro também têm uma função territorial, as fronteiras territóriais são marcadas com freqüência Os Calitriquídeos são arborícolas e viajam geralmente por locomoção quadrúpedal. Algumas espécies utilizam a posição vertical agarrando-se e pulando entre poleiros verticais para viajar, enquanto também podem, por vezes, ir para o chão para viajar de árvore em árvore. São diurnos, emergindo dos locais de dormida pouco depois do amanhecer e, geralmente, se retiram para dormir no final da tarde antes que o sol começa a se por. Membros do grupo geralmente dormem em contato ou na proximidade de uma cavidade da árvore ou em um emaranhado de videira.Algumas espécies formam associações com outras espécies e viajam ou forrageiam em grupos mistos, e defendem um território comum. Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 27 Espécies listadas: Asespécies estão listadas abaixo em ordem alfabética dentro dos gêneros pelo nome específico. A classificação do estado de conservação segue a Lista Vermelha da IUCN de espécies ameaçadas (IUCN, 2009). Callibella humilis (Van Roosmalen, Van Roosmalen, Fonseca and Mittermeier, 1998) Nome comum: Lista vermelha IUCN: Vulnerável (VU) CITES: Apêndice 2 Plano de Coleção Regional: Não há recomendação Taxonomia: Este sagüi foi descoberto e descrito em 1998. Foi descrito pela primeira vez no gênero Callithrix. Van Roosmalen e Van Roosmalen (2003) o colocou em seu próprio gênero, Callibella. Geneticamente esse sagüi é base para todos os clados da Amazônia e sua morfologia craniana é diferente de todos os outros sagüis (Aguiar e Lacher, 2003; Van Roosmalen e Van Roosmalen, 2003) Habitat & Distribuição: Callibella humilis vive em floresta secundária, ao sul do Rio Madeira, ao longo da margem oeste do Rio Aripuanã. Os rios Mariepauá e Arauá podem formar o limite ao sul da sua área,mas sua extenção não é conhecida. É simpátrico com o Mico manicorensi o qual é maior. Morfologia: Com 150-185 g e de corpo e cabeça 160-170 mm, Callibella humilis é maior que o Sagüi pigmeu Cebuella. Sua coloração na parte superior é castanho- oliva, amarelo-alaranjado a dourado para o amarelo-acinzentado na superfície ventral, e facilmente distinguido de Callithrix com base em tamanho. Reprodução: Não há informação disponível sobre sua história de vida. Dieta: Acredita-se que se alimenta de frutas, exsudatos, presas de animais e insetos. Ele passa muito tempo abrindo fendas nas cascas das árvores. Comportamento: Pouco se sabe no momento, mas muitas vezes assume uma postura vertical como um esquilo em troncos verticais. Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 28 Callimico goeldii (Thomas, 1904) Nome comum: Macaco de Goeldi, Callimico Lista vermelha IUCN Vulnerável (VU) CITES: Apêndice 1 Plano de Coleção Regional EEP Taxonomia: Até o momento, Callimico é um género monotípico, embora persista a especulação sobre a possibilidade de haver mais de uma espécie ou subespécie. Vasarhelyi (2002) A estrutura genética foi examinada com a população fundadora de callimicos cativa e conclui-se que mais de uma subespécie ou espécie críptica pode ser representada. Habitat e distribuição: O macaco de Goeldi vive em floresta tropical mista com vegetação rasteira e bambu. Seu habitat se estende por toda a bacia ocidental da Amazônia , no Brasil, Bolívia, Peru e Colômbia. Nunca foi descrito no Equador. Morfologia: Esta espécie cresce em média até 222 mm eo comprimento da cauda varia 255-324 mm. Pesam entre 400 e 535 g. A pelagem é negra, por vezes mesclada com cinza ou marrom. O pelo é longo e eriçado às vezes resultando em uma aparência "descabelada". A coroa anterior da cabeça tem pelo caracaterístico levantantado. Têm uma glândula de cheiro esternal claramente definida e visualmente óbvia . Os adultos têm 36 dentes, mantiveram o M3, o qual foi perdido em outros Calitriquídeos Reprodução: Macacos de Goeldi têm uma estrutura social variavel na natureza. Podem variar de pares monogâmicos para multiplos machos/grupos multiplos de fêmeas com um par reprodutivo e, por vezes, ha mais de uma fêmea reprodutora. O desmame do filhote ocorre com cerca de 65 dias. Ambos os sexos geralmente atingem a maturidade em cerca de 13 meses, embora uma fêmea tenha sido relatada concebendo com 8,5 meses de idade. A duração do ciclo estral é de 24 dias e a gestação é cerca de 154 dias (intervalo 144-165). As fêmeas podem dar à luz a sua primeira cria em cerca de 16 meses de idade. O estro pós-parto geralmente ocorre de 5 a 10 dias. Ao contrário de todas os outros Calitriquídeos uma única cria é a normal, e o padrão de cuidados com o filhote é diferente do que tipicamente observado em calitriquídeos. A fêmea carrega a prole por cerca das três primeiras semanas. Os machos e os outros membros do grupo, dividem a tarefa de carregar o filhote, até que esteja independente. Com cerca de 42 dias, os filhotes começam a viajar de forma independente. Dieta: Macacos de Goeldi se alimentamde frutas e presa animal. Os fungos são também agora conhecidos por ser uma importante fonte de alimento. Preferem forrageirar abaixo de 5 m, mas eles também se alimentam na copa de árvores altas quando estão frutificando. Comportamento: A coesão do grupo é muito forte e o tamanho do varia entre 2 e 8 indivíduos. São diurnos e arbóreos, preferindo viagens inferiores a 5 m. A locomoção é geralmente quadrupedal embora tenham sido vistos se locomovendo agarrados verticalmente e pulando até 4 m. Usam emaranhados abaixo de 15 m como locais para dormir. O macaco de Goeldi faz marcações de cheiro com sua cauda enrolando-a entre as patas traseiras e esfregando-s contra os órgãos genitais ea glândula de cheiro esternais.Tem sete tipos diferentes de vocalizações, incluindo uma chamada de longa distância estridente. Micos (Saguinus) muitas vezes respondem às suas chamadas. Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 29 Callithrix aurita (É. Geoffroy, 1812) Nome comum: Sagui-da-serra Lista vermelha da IUCN Vulnerável (VU) CITES: Apêndice 1 Plano de Coleção Regional: Não há recomendação. Taxonomia: Anteriormente considerada subespécie do Callithrix jacchus (ver Hershkovitz, 1977 Habitat e Distribuição: Callithrix aurita vive em terras altas e floresta semi-decídua, acima de 400-500 m, nas florestas montanhosas do sul de Minas Gerais, Rio de Janeiro, e no leste e nordeste de São Paulo no sudeste do Brasil. Morfologia: O Sagüi-da-serra tem a pele do corpo negra com manchas ruivas, uma listra branca na testa, uma coroa ruiva e tufos nas orelhas de cor amarelada. Pesa em torno de 400-450 g. Reprodução: Não há informações disponíveis sobre história da vida na natureza. Dieta: Callithrix aurita alimenta-se de frutas, presa animal, exudato e fungos. Comportamento: Pouco se sabe sobre a estrutura social. Ao contrário dos outros saguis, esta espécie tem incisivos inferiores mal adaptados para as árvores gomíferas que produzem seiva. Como resultado, o exsudato consumido é normalmente resultado dos danos causados por insetos de madeira. Também é relatado a utilização dos dentes inferiores da frente para remover cascas de árvores e comer cupins e insetos de madeira. Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 30 Callithrix flaviceps (Thomas, 1903) Nome comum: Sagui-da-serra-escuro Lista vermelha da IUCN Em Perigo (EN) CITES: Apêndice 1 Plano Regional de Coleção Não há recomendação Taxonomia: Anteriormente considerado como subespécie do Callithrix jacchus (ver. Hershovitz, 1977) Habitat e Distribuição: Sagüis-da-serra vivem nas montanhas verdes e florestas semi-decíduas acima de 400 m na Serra da Mantiqueira no sul do Espírito Santo, sul do Rio Doce na fronteira do estado com o Rio de Janeiro, á oeste para leste de Minas Gerais no Rio Manhuaçu, bacia no sudeste do Brasil. Morfologia: Estes animais são chamados de Buffy-headed por causa da cabeça amarelo- claro com tufos curtos da orelha amarelados. Eles alcançam em média de 231mm a 322 mm de cauda e pesam cerca de 406 g. Reprodução: Pouco se sabe sobre a espécie em relação a sua história de vida, exceto que as fêmeas podem reproduzir em um intervalo de 6 meses. Dieta: Callithrix flaviceps alimenta-se de goma, presa animal, frutas e sementes. Comportamento: Tamanho do grupo é de cerca de 9 indivíduos, variando entre 5 e 15. Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 31 Callithrix geoffroyi (Humboldt, 1812) Nome comum: Sagui-de-cara-branca Lista vermelha de IUCN Menos preocupante (LC) CITES: Apêndice 2 Plano Regional de Coleção: EEP Taxomonia: Anteriromente considerado como subespécie do Callithrix jacchus (veja Hershkovitz,1977) Habitat e Distribuição: Vivem nas terras baixas secundárias e florestas semi-decíduas, na borda da floresta até 500 m. Preferem florestas alteradas a florestas maduras. Ocorrem no Espírito Santo e no leste e nordeste de Minas Gerais, sul e leste do rio Jequitinhonha e no leste do Araçuaí no Brasil. Morfologia: O sagüi-de-cara-branca tem a face e testa branca estendendo-se para trás sobre a coroa. As orelhas têm tufos pretos. O corpo é negro / marrom com padrão tigrado distinto das partes inferiores de marrom escuro. A cauda é anelada. Um adulto mede em torno de 198 mm e o comprimento de cauda de 290mm e pesa até 350 g. Reprodução: Ha pouca informação disponível sobre a história de vida. O macho enrola sua cauda como uma exibição sexual durante a cópula. Comportamento: O Sagüi-de-cara-branca foi observado seguindo enxames e exércitos de formigas para capturar insetos liberados e escondidos pelas formigas. Este sagüi ocasionalmente se alimenta com o Callicebus personatus. Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 32 Callithrix jacchus (Linnaeus, 1758) Nome comum: Sagui-de-tufo-branco Lista vermelha da IUCN Pouco Preocupante (LC) CITES: Apêndice 2 Plano de Coleção Regional: Monitorado pelo TAG Taxonomia: Esta espécie incluia C. aurita, C. flaviceps, C. geoffroyi, C. kuhlii e C. penicillata; agora todos são considerados como espécies distintas. Habitat e Distribuição: Vivem em matagais, pântanos e plantações de árvores, áreas com uma grande variedade de árvores que produzem exudato no Nordeste do Brasil, ao sul até o Rio Grande e São Francisco, à oeste até a margem oeste do Rio Parnaíba. Foram introduzidos em florestas no nordeste do Brasil, ao sul do Rio São Francisco, Sudeste e Sul do Brasil. Morfologia: Têm grandes tufos brancos nas orelhas. A cauda tem faixas largas escuras e faixas claras estreitas. Crescem até 188 mm de comprimento com a cauda de 280mm, e pesam até 356 g. O ceco é especializado para a digestão do exsudato. Reprodução: O desmame do filhote ocorre com cerca de 2 meses. Podem atingir a maturidade sexual aos 12 meses (fêmeas) e 16 meses (machos). O ciclo estral é de 28 dias e a gestação é de 148 dias. As fêmeas dão à luz a sua primeira cria com 20-24 meses e a reprodução pode ocorrer com um intervalo de 5-6 meses. Normalmente têm gêmeos, mas um filhote, três ou até quatro podem resultar da gravidez. O cio ocorre no pós-parto dentro de 9- 10 dias após o nascimento. O comportamento proceptivo da fêmea é de olhar firmemente para o macho e agitar a sua língua de dentro e fora. Durante o acasalamento, a fêmea olha para trás sobre o ombro e abre a boca. Dieta: Alimenta-se de frutas, goma e presa animal. Comportamento: São mais ativos no início da manhã e no final da tarde. O resto do dia é gasto dormindo e fazendo catação. O tamanho do grupo é geralmente em torno de 8 indivíduos, variando entre 3 e 15, mas às vezes até 20. Esta espécie foi importada para algumas regiões e adaptadas às condições locais com sucesso. Vocalizações são, mais comum, um "Phee", um twitter, um "TsIK" e um guincho. Os filhotes tem vocalizações para brincadeiras. Guia de Maneio da EAZA para Calitriquídeos-2nd edição-2010 33 Callithrix kuhlii Coimbra-Filho, 1985 Nome comum: Lista vermelha da IUCN Quase ameaçado (NT) CITES: Apêndice 2 Plano de Coleção Regional: Monitorado pelo TAG Taxonomia: Hershkovitz (1977) considerou C. kuhlii como um híbrido de C. jacchus penicillata × C. j. geoffroyi (veja Coimbra-Filho,
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