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Morcegos do Brasil Parte30

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Peracchi, A.L. & Nogueira, M. R. Capítulo 02 - Família Emballonuridae
1990), cauda de 9 a 17 mm e antebraço de 41 a 50
mm. O peso varia de 6,8 a 11 g (SIMMONS &
VOSS, 1998), as fêmeas sendo ligeiramente mai-
ores que os machos. A pelagem é sedosa, de colo-
ração marrom-escura ou marrom-avermelhada no
dorso, mais clara na face ventral (BERNARD,
2003). A bolsa é longa e se situa no meio da mem-
brana antebraquial. A base da membrana
interfemural é quase nua, e as asas estão ligadas
aos pés, na base dos dedos.
Alimenta-se de pequenos insetos captura-
dos em vôo no sub-bosque das florestas. Há registro
do uso de ortópteros (RIVAS-PAVA et al., 1996).
Fêmeas grávidas foram encontradas no
Panamá em abril e maio (FLEMING et al., 1972).
Ocorre em mata primária e em clareiras
(REIS & PERACCHI, 1987; SIMMONS & VOSS,
1998), e se refugia em ocos de árvores e cavida-
des rasas na base de árvores viventes, bem como
sob o tronco de árvores caídas e sob pontes de
concreto (BERNARD, 2003). SIMMONS &
VOSS (1998) encontraram na Guiana Francesa um
pequeno grupo dessa espécie abrigado sob folha
não modificada de Phenakospermum guyannensis
(Strelitziaceae), mas
salientaram que esse
não seria um compor-
tamento habitual da
espécie. Nos refúgios
formam grupos peque-
nos de 2 a 5 indivídu-
os, mais freqüentemente
3 exemplares.
Gênero Cyttarops
Thomas, 1913
Cyttarops alecto
Thomas, 1913
Única espécie
do gênero, C. alecto tem como localidade-tipo
Mocajatuba, Pará, Brasil. É encontrada também
na Nicarágua, Costa Rica e Guiana, estando re-
presentada por menos de 20 exemplares, todos
capturados em áreas com até 300 m de altitude
(STARRETT, 1972).
Nessa espécie cabeça e corpo medem de
47 a 55 mm, cauda de 20 a 25 mm e antebraço de
45 a 47 mm. O peso varia de 6 a 7 g (REID, 1997).
São morcegos que apresentam olhos grandes e ore-
lhas curtas e arredondadas. O trago é uma carac-
terística importante dessa espécie, pois a metade
inferior da margem externa se apresenta como um
lóbulo grande, muito desenvolvido, único entre os
quirópteros (NOVAK, 1994). A pelagem é longa
e sedosa, de coloração cinza-enegrecida; as mem-
branas são negras. Não há bolsas nas asas nem na
membrana interfemural.
Espécie insetívora, como evidenciado por
STARRETT (1972) que encontrou fragmentos de
insetos no trato digestivo de oito indivíduos cap-
turados na Costa Rica.
Duas fêmeas e um macho capturados na
Cormura brevirostris (Foto: A. L. Peracchi)
	Morcegos do Brasil
	Cap. 02 Família Emballorunidae
	Gênero Cyttarops

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