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Poemas Cacaso - Aquarela, Cartilha, Jogos Florais, Grupo Escolar

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Aquarela 
O corpo no cavalete 
é um pássaro que agoniza 
exausto do próprio grito. 
As vísceras vasculhadas 
principiam a contagem 
regressiva. 
No assoalho o sangue 
se decompõe em matizes 
que a brisa beija e balança: 
o verde – de nossas matas 
o amarelo – de nosso ouro 
o azul – de nosso céu 
o branco o negro o negro 
 
 
CARTILHA 
a 
Não quero meu poema apenas pedra 
nem seu avesso explicado 
nas mesas de operação. 
 
e 
Não quero os sóis que praticam 
as mil fotos do objeto, a noite sempre 
nascendo da noite em revelação. 
Preciso 
da palavra que me vista não 
 da memória do susto mas da véspera do trapezista. 
 
i 
A sede neste deserto 
não me conduz ao mirante, ou antes: 
 olho selvagem. 
A sede ultrapassa a sede onde 
renasce o objeto, sua 
 resposta miragem. 
 
o 
Há seres insuspeitados no gênio 
deste cavalo. 
A lucidez desta pedra oculta cada 
manhã seu cadáver delicado, este mistério 
que pulsa nos olhos da borboleta. 
 
u 
Quero meu poema apenas pedra: 
ou seu fantasma emergindo 
por onde dentros e foras 
 
Jogos florais 
I 
Minha terra tem palmeiras 
onde canta o tico-tico. 
Enquanto isso o sabiá 
vive comendo o meu fubá. 
 
Ficou moderno o Brasil 
ficou moderno o milagre: 
a água já não vira vinho, 
vira direto vinagre. 
 
II 
Minha terra tem Palmares 
memória cala-te já. 
Peço licença poética 
Belém capital Pará. 
 
Bem, meus prezados senhores 
dado o avançado da hora 
errata e efeitos do vinho 
o poeta sai de fininho. 
 
(será mesmo com 2 esses 
que se escreve paçarinho?) 
 
Grupo Escolar 
Sonhei com um general de ombros largos 
 que rangia 
e que no sonho me apontava a poesia 
enquanto um pássaro pensava suas penas 
e já sem resistência resistia. 
O general acordou e eu que sonhava 
face a face deslizei à dura via 
vi seus olhos que tremiam, ombros largos, 
vi seu queixo modelado a esquadria 
vi que o tempo galopando evaporava 
(deu pra ver qual a sua dinastia) 
mas em tempo fixei no firmamento 
esta imagem que rebenta em ponta fria: 
poesia, esta química perversa, 
este arco que desvela e me repõe 
 nestes tempos de alquimia.