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ISSN 2316-3682 | Endereço eletrônico: http://www.unioeste.br/eventos/conape/ | 503 A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DO CONHECIMENTO PARA A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA Marcos Willian da Silva Santos1 Jussieli Gregol Steinhorst 2 Área de conhecimento: Administração. Eixo Temático 2: Administração de Pessoas, Comportamento Organizacional, Gestão do Conhecimento; RESUMO O objetivo deste trabalho foi ressaltar a importância da gestão do conhecimento no ambiente organizacional e para a inovação tecnológica. A revisão teórica contextualiza a criação e conversão do conhecimento na organização, gestão do conhecimento, inovação tecnológica, destacando seus conceitos, importância e características. Apresenta reflexões sobre em que aspectos a gestão do conhecimento e inovação tecnológica impactam em vantagens competitivas no ambiente competitivo das organizações. Na busca das informações utilizou-se para o desenvolvimento do estudo a pesquisa bibliográfica. Com base no material bibliográfico, pode-se concluir que toda organização precisa estar envolvida na realização de práticas de gestão do conhecimento. O desenvolvimento das capacidades e das competências do capital intelectual da empresa impacta diretamente na inovação tecnológica. São com o conhecimento dos colaboradores que se realizam as inovações tecnológicas incrementais ou radicais, o bom gerenciamento desses recursos humanos proporciona vantagem competitiva. Palavras-chave: Criação e conversão do conhecimento. Gestão do conhecimento. Inovação Tecnológica. 1 INTRODUÇÃO Tendo em vista o progressivo crescimento do mercado, impulsionado pela globalização por fenômenos econômicos e sociais que são os maiores responsáveis pelas mudanças geradas no ambiente de negócios das empresas. Essas mudanças fizeram com que as empresas precisassem adequar sua forma atuação no intuito de se manterem competitivas no mercado através do desenvolvimento de novos produtos, bens e serviços. Para enfrentar esses desafios, a necessidade das empresas em adquirir e gerenciar o conhecimento humano torna-se um fator 1 Graduando em Licenciatura em Matemática na Faculdade de Ampére (FAMPER), bolsista do Programa Universidade para Todos (Prouni). E-mail: marcoswilian50@outlook.com 2 Mestranda em Gestão Organizacional e Desenvolvimento Regional pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE); Especialista em Docência no Ensino Superior pela Faculdade de Ampére (FAMPER); Graduação em Sistemas de Informação pela Universidade Paranaense (UNIPAR). E-mail: jussieli.gregol@gmail.com ISSN 2316-3682 | Endereço eletrônico: http://www.unioeste.br/eventos/conape/ | 504 importante na geração de inovação e diferencial competitivo no mercado em que atuam. Para isso a gestão do conhecimento desempenha um papel fundamental nas instituições, considerado como fonte de recurso estratégico e tomada de decisões, neste sentido surge à preocupação em gerenciar esse ativo, contudo, é essencial investigar a existência desse recurso. No entanto, Terra (2005) ressalta que no mundo empresarial a gestão do conhecimento tem sido tratada por muitos estudiosos, mais especificamente e originalmente por pesquisadores ligados ao estudo da inovação, administração de tecnologia e P&D. Dentre esses estudiosos destacam-se Nonaka e Tacheuchi, José Claudio Terra, Thomas Davenport e Prusak entre outros. O autor ainda explica que para a compreensão das práticas gerenciais relacionadas à gestão do conhecimento é fundamental levar em consideração os conceitos e teorias de criação e aprendizado, onde a criatividade individual e o “conhecimento” humano influenciam no processo de aprendizado, inovação e conhecimento organizacional. Analisando o cenário atual é notória a importância da gestão do conhecimento nas organizações, onde para se manterem competitivas as empresas precisam estar preparadas para enfrentar os desafios e oferecer produtos e serviços diferenciados dos seus demais concorrentes. Por essas questões, o presente trabalho busca responder a seguinte problemática: Qual a importância que a gestão do conhecimento desempenha para a inovação tecnológica? A partir daí estabeleceu-se como objetivo analisar como gestão do conhecimento contribui para o processo de inovação tecnológica nas organizações. A pesquisa bibliográfica foi utilizada como base teórica necessária para o entendimento e o desenvolvimento do estudo. A pesquisa bibliográfica, como o nome já pressupõe, é uma pesquisa que se utilizam um conjunto de fontes, principalmente de livros. A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas (GIL, 2009, p. 44). ISSN 2316-3682 | Endereço eletrônico: http://www.unioeste.br/eventos/conape/ | 505 Para a realização de uma pesquisa bibliográfica são utilizadas fontes, as quais são textos modelos sobre certo assunto, geralmente textos que geram uma leitura muito ampla, devido a sua importância na pesquisa. Esta pesquisa procura reconhecer reforços culturais ou científicos do passado. É realizada com o intuito de colher informações e conhecimentos prévios sobre o problema. Neste estudo, foram utilizadas como fontes de pesquisas bibliográficas as publicações que tratam do assunto de desenvolvimento da pesquisa como livros e artigos. 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 CRIAÇÃO E CONVERSÃO DO CONHECIMENTO NA ORGANIZAÇÃO Inicia-se o desenvolvimento deste estudo com uma breve abordagem sobre o conhecimento, seu conceito, os tipos de conhecimento, bem como a criação e a conversão do conhecimento organizacional sendo esse insumo de inovação e competitividade. Segundo Beal (2012, p.12) “o conhecimento também tem como origem a informação, quando a ela são agregados outros elementos”. Davenport e Prusak (1998) afirmam que conhecimento é “uma mistura fluida da experiência condensada, valores, informação contextual e insight experimentado, a qual proporciona uma estrutura para a avaliação e incorporação de novas experiências e informações”. Segundo Nonaka e Takeuchi (1997, p.65) “o conhecimento só é criado por indivíduos. Uma organização não pode criar conhecimento sem indivíduos”. Neste sentido uma organização deve ter o papel de promover e apoiar seus indivíduos criativos e lhes proporcionar contextos para a criação do conhecimento. Os autores Nonaka e Takeuchi (1997) ainda explicam que o conhecimento é formado a partir da interação do conhecimento tácito e conhecimento explícito, essa interação continua e dinâmica tem como resultado a criação do conhecimento organizacional. O conhecimento tácito é aquele que está diretamente ligado as emoções, “insights” intuições, valores, visão do mundo, experiências dos indivíduos, por esse ISSN 2316-3682 | Endereço eletrônico: http://www.unioeste.br/eventos/conape/ | 506 motivo é altamente difícil de ser capturado e aproveitado tornando sua comunicação e transmissão dificultosa. (NONAKA E TAKEUCHI, 1997). Por outro lado, o conhecimento explícito é facilmente de ser comunicado e compartilhado por estar formalizado em palavras, números, sons e fórmulas, pode ser transmitido rapidamente formal e sistematicamente em grande escala (TAKEUCHI E NONAKA, 2008). Deste modo, considerando que o conhecimento é criado por meio da interação entre os tipos de conhecimento tácitoe explícito, Nonaka e Takeuchi (1997), apresentam os quatro modos de conversão do conhecimento: (1) de conhecimento tácito para conhecimento tácito, denominado de socialização; (2) de conhecimento tácito para conhecimento explícito, ou externalização; (3) de conhecimento explícito para conhecimento explícito, também conhecido como combinação; e (4) de conhecimento explícito para conhecimento tácito, ou internalização: Figura 2. Quatro modos de conversão do conhecimento Conhecimento tácito em Conhecimento Explícito Conhecimento tácito do Conhecimento Explícito Fonte: Nonaka e Takeuchi (1997, p.69). A socialização é um processo de compartilhamento de experiências, e daí, a criação conhecimento tácito, que adquirido diretamente de outros indivíduos através de habilidades e técnicas compartilhadas. A externalização refere-se a um processo de articulação do conhecimento tácito em conceitos explícitos, expresso em metáforas, analogias, conceitos, hipóteses ou modelos, neste modo de conversão é provocada pelo diálogo ou pela reflexão coletiva. A combinação é o processo de sistematização de conceitos em um sistema de conhecimento. Para dividir e combinar seus conhecimentos os indivíduos fazem prática de reuniões, conversas ao telefone ou redes de comunicação e em forma de documentação. Por outro lado, a internalização consiste na incorporação do conhecimento explícito em conhecimento tácito, para que isso ocorra à expansão do escopo da experiência prática é essencial. Socialização Externalização Internalização Combinação ISSN 2316-3682 | Endereço eletrônico: http://www.unioeste.br/eventos/conape/ | 507 A organização não se limita apenas em processar informações, mas uma instituição que gera conhecimento por meio da ação e interação humana Von Krogh, Nonaka e Aben (2001). O conhecimento é um insumo de interação e transformação do ambiente organizacional, e influenciam a integração do conhecimento pelos indivíduos e coletivos (CHERMAN; ROCHA-PINTO, 2013). Portanto, o conhecimento é o que torna as instituições competitivas e inovadoras. A criação do conhecimento inicia com a socialização e passa através de quatro modos de conversão do conhecimento onde são compartilhados. (NONAKA E TAKEUCHI, 2008). 2.2 GESTÃO DO CONHECIMENTO Na gestão do conhecimento tratou-se da sua origem, conceito, importância. Primeiramente aborda a origem, o conceito de conhecimento e em seguida, trata- se do conceito, gestão do conhecimento e objetivo de sua adoção pelas organizações. Segundo Cruz (2002, p. 31) gestão do conhecimento “è um conjunto formado por metodologias e tecnologias que tem por finalidade criar condições para identificar, integrar, e capturar, recuperar e compartilhar conhecimento existente em qualquer tipo de organização”. De acordo com Daft (2002, p. 239) conhecimento “é a conclusão da interação entre informações pelos cérebros coletivos dos funcionários que se baseiam em conhecimento anterior”. Em somatória o autor Terra (2005), reforça que a gestão do conhecimento consiste na utilização de métodos e ferramentas, como mapeamentos de conhecimentos, gestão por competência, e também a utilização de novas tecnologias da informação e comunicação. Sendo essas inseridas com o objetivo de fomentar a capacidade das instituições em aprender, inovar, e utilizar suas habilidades para assegurar seus conhecimentos e ativos intangíveis estratégicos. Dentro o conjunto de metodologia e tecnologias da gestão do conhecimento, envolve práticas de gestão: Dessa forma, trata-se da definição das práticas organizacionais o papel que cada dimensão desempenha para a criação de inovação na organização. O autor Terra (2005) reforça que a gestão do conhecimento implica na adoção de práticas gerenciais compatíveis sobre os ISSN 2316-3682 | Endereço eletrônico: http://www.unioeste.br/eventos/conape/ | 508 processos de criação e aprendizado individual e de vários planos da pratica gerencial. Neste sentido, segundo Batista (2004, p. 8) pode-se definir como práticas de gestão do conhecimento as “práticas de gestão organizacional voltada para produção, retenção, disseminação, compartilhamento e aplicação do conhecimento dentro das organizações, bem como na relação dessas com o mundo exterior”. Essas práticas devem estar diretamente alinhadas à missão, visão de futuro e valores da organização. (BATISTA, 2004). De acordo com Batista (2004, p.15) consideram-se práticas de gestão do conhecimento atividades que reúnem as seguintes características: 1) são executadas regularmente; 2) sua finalidade é gerir a organização; 3) baseiam-se em padrões de trabalho; e 4) são voltadas para produção, retenção, disseminação, compartilhamento ou aplicação do conhecimento dentro das organizações. Dessa forma, essas iniciativas de gestão do conhecimento levam a produção de melhorias e novos métodos a ser aplicado nos demais processos organizacionais. Para auxiliar no processo de criação do conhecimento, a gestão do conhecimento pode ser entendida a partir de sete dimensões da prática gerencial. (TERRA, 2005). Ambiente externo (7) Figura 2. Planos e dimensões da prática gerencial Fonte: Terra (2005, p.86). De acordo com Terra (2005) as dimensões são definidas da seguinte forma: 1. Destaca o papel indispensável da alta administração em fomentar e definir campos de conhecimento, onde funcionários devem direcionar esforços de aprendizado as estratégias empresariais e metas desafiadoras. Empresa Nível Estratégico Nível Organizacional Infra – Estrutura 1 Visão e estratégia – alta administração 4 Políticas de recursos humanos 2 Cultura Organiza- cional 3 Estrutura Organiza- cional 5 Sistemas De Informação 6 Mensuração De Resultados Fornecedores Parceiros Universidades Clientes Concorrência Governo ISSN 2316-3682 | Endereço eletrônico: http://www.unioeste.br/eventos/conape/ | 509 2. O desenvolvimento de uma cultura organizacional voltada à inovação, experimentação, aprendizado contínuo, onde se tem a preocupação em aperfeiçoar todas as áreas e processos, comprometidas com resultados a longos prazos. 3. As novas estruturas organizacionais e práticas de organização do trabalho deverão estar baseadas em equipes multidisciplinares com alto grau de autonomia para superar os limites e barreiras de inovação. 4. As práticas e políticas de administração de recursos humanos têm como objetivo a geração e aquisição de conhecimento interno e externo como a difusão e armazenamento de conhecimento na instituição. 5. Os avanços na informática, nas tecnologias e nos sistemas de informação, estão afetando os processos de criação, difusão e armazenamento de conhecimento. Disponibilizar um ambiente de confiança, transparência e colaboração, são essenciais para os processos de aprendizado organizacional. 6. A mensuração de resultados sob varias perspectivas e sua comunicação deverão ser alcançados em toda a organização, pesquisas tem demonstrado preocupações em avaliar o capital intelectual. 7. À crescente necessidade das empresas em engajarem em processos de aprendizado, onde são alcançadas por meio de alianças com clientes e empresas. O Modelo proposto por Terra (2005) representa uma visão ampla da abordagem em analisar conceitos e práticas da gestão do conhecimento, reforçando ainda, quemaior parte das dimensões apresentadas está o reconhecimento do capital humano onde este é “mola propulsora” da geração de conhecimento e valor nas organizações. A tecnologia da informação torna-se uma importante ferramenta de auxílio no exercício de novas atividades empresariais, contudo para o sucesso e bom êxito de sua aplicação, faz-se necessário o estudo de remodelagens dos processos existentes e o emprego de softwares apoiados aos conceitos de qualidade. OLIVEIRA et al (2015). ISSN 2316-3682 | Endereço eletrônico: http://www.unioeste.br/eventos/conape/ | 510 Stewart (1998) reforça que a informação e o conhecimento são as armas competitivas de nossa era, aborda que o conhecimento é mais valioso que os recursos naturais e grandes contas bancárias. Segundo ele as organizações que tem as melhores informações e o controlam de forma eficaz são as mais bem sucedidas, não por serem mais ricas e possuírem mais ativos físicos e financeiros, mas porque tem capital intelectual. 2.3. INOVAÇÃO TECNOLÓGICA Considerando-se que para as organizações sobreviverem ao mercado atual e competitivo dependerá da capacidade que cada uma possui em inovar e oferecer serviços e produtos diferenciados, para entendermos melhor, apresenta-se nesse subcapitulo o conceito de inovação, inovação tecnológica e o papel que a inovação representa para a sobrevivência das organizações. Segundo Andreassi (2007, p. 1) Inovação “é uma variante e quer dizer renovado tornado novo”. Inovação não ocorre apenas com a introdução de novos produtos em sua linha produção, e sim de já existentes através de melhorias em seus processos de produção e serviços. Reis (2004, p.42) reforça que a Inovação tecnológica é como “uma nova idéia, um evento técnico descontínuo, que, após certo período de tempo, é desenvolvido até o momento em que se torna pratico e, então, usado com sucesso”. Andreassi (1997) corrobora que para que ocorra a inovação nos processos faz se necessário à introdução de novos processos produtivos, quando esses fazem o uso de tecnologias são chamadas de inovações tecnológicas. A capacidade das organizações em criar, difundir e utilizar o conhecimento os posiciona no mercado, os conceitos como habilidade em aprender, criatividade e flexibilidade promove as instituições um novo vigor e disposição em guiar indivíduos, organizações, nações e países. (REIS, 2004). Nonaka e Takeuchi (2008, p.39) enfatizam que as empresas bem sucedidas são “as que criam consistentemente novos conhecimentos, disseminam plenamente pela organização e o incorporam rapidamente novas tecnologias e produtos”. Moreira e Queiroz (2007) reforçam que adoção do conhecimento e das inovações tecnológicas pelas organizações são responsáveis pelo desenvolvimento ISSN 2316-3682 | Endereço eletrônico: http://www.unioeste.br/eventos/conape/ | 511 das nações e sua importância tem aumentado consideravelmente. Pesquisas demonstram que investimentos relacionados à produção do conhecimento “intangíveis” têm aumentado significativamente em relação dos recursos tangíveis. Segundo OECD (1997), inovação tecnológica pode ser de 2 tipos Inovação incremental: é a introdução de qualquer tipo de melhoria em um produto, processo ou organização da produção dentro de uma empresa, sem alteração na estrutura industrial; Inovação radical: É a introdução de qualquer tipo de melhoria em um produto, processo ou forma de organização da produção inteiramente nova. Esse tipo de inovação pode representar uma ruptura estrutural com o padrão tecnológico anterior, originando novas indústrias, setores ou mercados. De acordo com Moreira e Queiroz (2007) podemos visualizar as características relacionadas com as inovações radicais e incrementais. Figura 3. Continuum de inovações na cadeira de fornecimento Fonte: Mohr, Sengupta e Slater, 2005, p.19 Conforme o quadro acima, o autor Moreira e Queiroz (2007), destaca que inovações radicais envolvem aspectos relacionados com invenções ou resultados de pesquisas em prol de práticas empresariais que proporcionem maior lucratividade. Como exemplo, o autor cita a empresa farmacêutica Amgen, que realiza o desenvolvimento de seus produtos com base nos resultados científicos de destaque, buscando aplicação prática de seus novos produtos. Por outro lado, as inovações incrementais envolvem continuações de métodos e práticas existentes que visam RADICAIS INCREMENTAIS Tecnologia cria mercado novo Extensão do produto ou processo existente Invenção de P&D no laboratório Características de produtos Desempenho funcional superior bem definidas em relação á antiga tecnologia Vantagens competitivas em custos de Oportunidade de mercado produção baixos especifica ou novo modo de atender a necessidades antigas Sempre desenvolvida em resposta de mercado especifica “Lado da oferta”: technology push “ Lado da demanda”: customer pull ISSN 2316-3682 | Endereço eletrônico: http://www.unioeste.br/eventos/conape/ | 512 características evolucionárias, as características dos produtos são bem definidas, dessa forma, consumidores e fornecedores têm clara idéia do que são os produtos, assim a área de marketing é mais apta a conduzir os esforços mercadológicos que envolvem essas inovações. Ainda que seja um evento comum, a imitação simples, apesar de incoerente, é visualizada como um recurso ao desenvolvimento da competência inovadora, não se caracteriza como uma inovação, mas uma fase, na qual é utilizada para melhorar o processo de inovação na organização. PINHEIRO et al (2015). De Acordo com Bachmann e Destefani (2008, p. 4) a imitação consiste em um “esforço para olhar o ambiente externo na busca de melhorias”, uma vez que determinar-se-ia um exercício inovador. Quanto à inovação tecnológica no Brasil, Andreassi (2007) reforça que muito se cobra do governo ações em termos de programas e políticas que visam fomentar á inovação tecnológica, sem dúvidas de suma importância para o desenvolvimento econômico e social. O autor ainda coloca que apenas esperar ações do governo não é suficiente é preciso que as instituições estejam empenhadas em desenvolver internamente ações, políticas e programas que resultam em inovação. 2.4 GESTÃO DO CONHECIMENTO E INOVAÇÃO TECNOLOGICA PARA A CRIAÇÃO DE VANTAGEM COMPETITVA. Considerando os conceitos apresentados sobre conhecimento, criação do conhecimento, inovação e inovação tecnológica, abordamos nesse subcapitulo o papel importante que a gestão do conhecimento desempenha na obtenção de inovação tecnológica e vantagem competitiva pelas organizações. Percebe-se com clareza que nos dias de hoje a existência de uma nova sociedade do conhecimento empenhada em melhorar o ambiente de trabalho e o desempenho econômico. Essa é baseada no conhecimento, que constitui um eixo central sendo ele responsável pelo desempenho das regiões e organizações. Aprimorar tal competência é essencial para países que desejam acelerar o ritmo de seu desenvolvimento. (TERRA, 2005). Empresas que não introduzem inovações em seus empreendimentos possuem probabilidades elevadas de insucesso, nos níveis de empresa e ambiente empresarial. (DONATO, PINHO E VALENTE JUNIOR, 2011). ISSN 2316-3682 | Endereço eletrônico: http://www.unioeste.br/eventos/conape/ | 513 A partir do momento em que as MPEs inovam em seus processos, produtos e serviços, alcança uma vantagem competitiva em relação à concorrência, potencializandosuas probabilidades de sucesso e prolongando a existência de seus empreendimentos. (PEREIRA ET AL., 2009). As organizações que fundamentam a sua fonte de vantagem competitiva em satisfazer seus clientes em atender as necessidades do mercado, são mais suscetíveis a adaptarem-se as mudanças que o mercado lhes impõe, sendo nos hábitos de consumidores, estilo de vida e principalmente as rápidas modificações de produtos e serviços ofertados, dessa forma, sua estratégia de negocio deve estar alinhada a promoção de inovação de forma continua e antecipada. (TREACY; WIERSERMA, 1995; TIRONI, 2006). Na visão de Du Plessis (2007) o elo com a inovação reforça a significância da gestão do conhecimento, de modo que a inovação é avaliado como sustentação das organizações para retribuir as influencias competitivas da economia contemporânea. Os investimentos em inovações podem resultar em vantagens para organização como redução de custos de produção e ampliação dos mercados em que operam. KLEIS et al., 2012). Porter (1989, p.289) reforça que a “introdução de tecnologia nova é tanto causa como efeito de mudanças na estrutura da indústria e na fonte de vantagem competitiva”. Andreassi (1997) corrobora que a tecnologia desempenha um papel fundamental para o desenvolvimento, e deve ser considerada peça-chave na obtenção de competitividade de um país, uma oportunidade para mudanças nas estruturas comparativas e nos processos organizacionais. Terra (2000, p.85) ressalta que: A Gestão do Conhecimento está desta maneira, intrinsecamente ligada à capacidade das empresas em utilizarem e combinarem às várias fontes e tipos de conhecimento organizacional para desenvolverem competências específicas e capacidade inovadora, que se traduzem, permanentemente, em novos produtos, processos, sistemas gerenciais e liderança de mercado. Reis (2004, p. 2) ressalta que “O processo de inovação por intermédio do conhecimento é visto como um recurso-chave e uma fonte de vantagem competitiva entre as empresas em um ambiente crescentemente competitivo”. ISSN 2316-3682 | Endereço eletrônico: http://www.unioeste.br/eventos/conape/ | 514 Nonaka e Takeuchi (1997) relacionam a criação do conhecimento com a inovação contínua e a vantagem competitiva. Afirmam que a base do sucesso das empresas japonesas está diretamente ligada ao processo de criação do conhecimento organizacional que essas possuem, tendo esse como pilar de seu desenvolvimento, obtenção de vantagem competitiva e inovação. Compreendem que a organização que possui a capacidade de criar o conhecimento, disseminar-lo amplamente pela organização, incorporá-lo a produtos, serviços e sistemas, sendo o conhecimento base para a inovação contínua e em espiral que por sua vez permite a obtenção de vantagem competitiva. Como se ilustra na figura 3. Figura 4. Inovação e criação de conhecimento Fonte: Nonaka e Takeuchi (1997, p.5) Stewart (1998, p.XIII) relaciona a gestão do capital intelectual, como veiculo para a organização obter vantagem competitiva segundo o autor “o capital intelectual é a soma do conhecimento de todos em uma empresa, o que lhe proporciona vantagem competitiva”. Complementando essa idéia, Fialho (2006, p.52), destaca: “a obtenção de vantagens competitivas sustentáveis deriva do desenvolvimento e da exploração das capacidades e competências centrais que as empresas possuem, de modo a obter um diferencial competitivo que seja único”. Ao contrário dos ativos físicos e financeiros o capital intelectual é o conhecimento da força de trabalho, esforços oriundos de treinamentos e intuição do individuo para melhorar a eficácia do trabalho, o autor compara o capital intelectual como uma rede eletrônica que distribui informações a velocidade da luz, permitindo-lhe reagir ao mercado mais rápido que seus concorrentes obtendo assim vantagem competitiva. (STEWART, 1998). Criação de conhecimento Inovação continua Vantagem Competitiva ISSN 2316-3682 | Endereço eletrônico: http://www.unioeste.br/eventos/conape/ | 515 Segundo Theriou, Aggelidis e Theriou (2009) a visão baseada em conhecimento possui duas linhas fundamentais: (i) implica no conhecimento como fonte principal de vantagem competitiva; a (ii) implica que a vantagem competitiva advém da habilidade da organização em associar conhecimentos de diversas fontes. Sendo que a primeira linha é descrita por veias ricardianas, amparado em mecanismos de isolamento, estáticas e de curto prazo. Já a segunda linha é proveniente das veias schumpeterianas, sendo amparadas na renovação das fontes de renda, são dinâmicas e de longo prazo. Em mercados estáticos, o conhecimento possui mecanismos peculiares nos quais garantem vantagens competitivas. (GRANT, 1996b; PAIVA; GUTIERREZ; ROTH, 2012). Em mercados dinâmicos, empresas precisam ajustar-se e alterar seus processos e resistir às adversidades e variações do mercado. Sendo que essas capacidades organizacionais são procedimentos afeiçoados pelo conhecimento, e quanto mais elaborados são esses procedimentos, maior a precisão quantitativa e qualitativa de conhecimentos. (CURADO; BONTIS, 2006; GRANT, 1996b; LOPEZ; ESTEVES, 2013). 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante das afirmações que para organizações permanecerem competitivas e atuantes no mercado, a gestão do conhecimento torna-se um recurso estratégico valioso, Para isso, a implantação de processos de geração, armazenamento e disseminação do conhecimento, agregados a valorização dos recursos intangíveis e capital intelectual, torna-se indispensável na busca de geração de inovação, produtos e serviços diferenciados. Nesse sentido, o estudo desenvolvido por Terra (2005) propõe a adoção de sete práticas gerenciais voltados aos processos de criação, disseminação e aprendizado individual. Reforça a importância dessas estarem diretamente alinhadas à missão, visão de futuro e valores da organização. De acordo com o autor, é preciso o envolvimento de todos na organização nesse processo. As práticas envolvem o papel indispensável da alta administração em fomentar e definir campos de conhecimento; o desenvolvimento de uma cultura organizacional voltada à inovação e aprendizado contínuo; as novas estruturas organizacionais, voltadas ISSN 2316-3682 | Endereço eletrônico: http://www.unioeste.br/eventos/conape/ | 516 para superar os limites e barreiras de inovação; as práticas e políticas de administração de recursos humanos com objetivo a geração e aquisição, difusão e armazenamento de conhecimento de conhecimento na instituição; sistemas de informação voltados a disponibilizar um ambiente favorável para os processos de aprendizado organizacional; a mensuração de resultados e sua comunicação deverão ser alcançadas em toda a organização; á crescente necessidade das empresas em engajarem em processos de aprendizado, onde são alcançadas por meio de parcerias com clientes e empresas. Tais considerações acerca da informação e conhecimento constituem instrumento fundamental no enfrentamento do mercado competitivo. As empresas que almejam o sucesso perante o mercado competitivo precisam entender que a criação de novos conhecimentos e sua disseminação por toda a organização poderá ser incorporada em novas tecnologias e o desenvolvimento de novos produtos. Em conformidade com os conhecimentos dos recursos humanos da organização poderá ser realizada inovações radicais e incrementais. A organização que possuir capital intelectual poderá obter maior lucratividade, pois conseguirarealizar inovações revolucionarias proporcionando desenvolvimento econômico e social no país. As empresas estão na era da informação e do conhecimento, e foco na criação, gestão do conhecimento e inovação continua, significa a obtenção de vantagem competitiva, assim, os gestores precisam gerenciar desenvolver e explorar as capacidades e competências que as empresas possuem para obterem diferencial competitivo perante seus concorrentes. REFERÊNCIAS ANDREASSI. T. Gestão da inovação tecnológica. São Paulo: Thomson Learning: 2007. BACHMANN, D. L.; DESTEFANI, J. H. Metodologia para estimar o grau de inovação na MPE – Cultura do Empreendedorismo e Inovação. In: XVIII SEMINÁRIO NACIONAL DE PARQUES TECNOLÓGICOS E INCUBADORAS DE EMPRESAS, 18, 2008, Aracaju. Anais... Aracaju, 2008. BATISTA, F. F. Governo que aprende: gestão do conhecimento em organizações do executivo federal, 2004. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br> Acesso em: 15/10/2014. Texto para discussão nº. 1022. ISSN 2316-3682 | Endereço eletrônico: http://www.unioeste.br/eventos/conape/ | 517 BEAL. A. 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