Buscar

aula 7- Teoria e História das Cidades

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

05/11/2018 Disciplina Portal
http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981649&topicId=2535756&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 1/12
Teoria e História do
Paisagismo
Aula 7 - O paisagismo no Brasil da época do
descobrimento até o século XIX
INTRODUÇÃO
Observaremos que os espaços livres de edi�cação nas cidades brasileiras, até o �nal do século XVIII, não possuíam vegetação
e as intervenções de ordenamento dos elementos vegetais aconteciam, de maneira tímida, no interior de casas particulares —
nos pomares e hortas — ou nos mosteiros religiosos com seus jardins internos.
05/11/2018 Disciplina Portal
http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981649&topicId=2535756&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 2/12
Somente com a vinda da família real portuguesa para o Brasil, os jardins passaram a ter importância para as cidades, sendo
entendidos como formas de embelezamento, salubridade e amenização do calor, aumentando a produção de espaços
paisagísticos públicos e privados.
Falaremos mais sobre esses assuntos, nesta aula.
Bons estudos!
OBJETIVOS
Conhecer as primeiras manifestações paisagísticas nas cidades brasileiras, relacionando-as com o período de conhecimento e
desbravamento do território original.
Analisar as modi�cações dos hábitos e costumes da sociedade brasileira após a chegada da corte portuguesa e as
transformações ocorridas nos espaços públicos a partir dessa época.
Diferenciar os jardins residenciais das praças e dos parques públicos surgidos a partir do �nal do século XIX e suas interações
com a forma de vida dos brasileiros.
05/11/2018 Disciplina Portal
http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981649&topicId=2535756&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 3/12
AS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES PAISAGÍSTICAS NO BRASIL
Fonte da Imagem:
Nas primeiras cidades brasileiras não existiam o que chamamos hoje de arquitetura da paisagem. O motivo para a ausência
desse tipo de construção é facilmente explicado se lembrarmos como era o nosso país nos primeiros séculos após o
descobrimento: um local cercado por uma cobertura vegetal exuberante, que di�cultava, inclusive, a �xação dos primeiros
povoados.
Fonte da Imagem:
A luta inicial dos colonizadores era de afastar a natureza dos limites das aldeias, pelo fato dela conter em si uma série de
perigos como animais peçonhentos, doenças desconhecidas, possibilidade de ataques de índios ou escravos foragidos etc.
Dessa maneira, seria um contrassenso retornar com o elemento vegetal para dentro dos novos limites de�nidos, uma vez que
ele representava uma ameaça.
Durante muitos anos, a �sionomia de nossas cidades não dispunha da presença de jardins construídos, pois a paisagem
natural ainda era uma presença constante imediatamente ao seu redor. Na realidade, as nossas matas eram frequentemente
destruídas, inicialmente com a exploração extrativista, e depois para o plantio de cana-de-açúcar e café. Somente com o início
do desenvolvimento urbano e, a consequente “expulsão” da �oresta para limites cada vez mais distantes, é que surgiu na
população o interesse de reintroduzir a natureza ordenada.
As praças existentes nas cidades brasileiras, até o �nal do século XVIII, situavam-se defronte aos principais edifícios o�ciais ou
religiosos, funcionando como prolongamento destes, onde aconteciam reuniões religiosas, cívicas e recreativas e atividades de
comércio, como feiras e mercados. Caracterizavam-se por serem grandes vazios destinados a aglomerações da população,
despidos de árvores ou de qualquer tipo de vegetação e com poucas melhorias urbanas. Seus formatos e limites eram poucos
de�nidos, devido à irregularidade presente na malha urbana e, esses vazios raramente, eram calçados. Quando havia
calçamento, este era feito de maneira tosca, com pedras �ncadas em alguns locais da praça.
 
Representação da Praça XV de Novembro em 1750 - Rio de Janeiro, feita por Carlos Gustavo Nunes Pereira (Guta). 
(Disponível em: http://urbanidades.arq.br/wp-content/uploads/2008/07/paisagem_rio_1750.jpg (glossário) Acesso em: 05 mai
2017).
05/11/2018 Disciplina Portal
http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981649&topicId=2535756&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 4/12
A pouca vegetação existente no interior dos terrenos privados era vista como fontes de problemas pois, além de abrigarem
uma fauna “perigosa”, projetavam grandes áreas de sombra. A copa das árvores di�cultava a entrada do sol, o que resultava em
locais muito encharcados, fazendo com que a pavimentação de terra das ruas não �casse seca. Os jardins eram limitados às
funções utilitárias, como pomares e hortas localizados nos fundos das residências, os quintais e, apenas algumas instituições
religiosas continham jardins de prazer para contemplação ou para o cultivo de �ores para serem colocadas nos altares.
Fonte: Daiquiri / Shutterstock
Os primeiros jardins no Brasil
Uma das primeiras referências de jardins planejados no Brasil diz respeito ao Parque de Friburgo, construído pelo príncipe
holandês Maurício de Nassau, no Recife do século XVII.
O jardim era povoado por espécies variadas de animais e plantas exóticas, porém, infelizmente, não foi conservado até os dias
atuais.
No �nal do século XVIII, as pesquisas relacionadas às ciências naturais ganharam novos impulsos, principalmente, com os
estudos do sueco Carl von Linné (1707-1778), conhecido como Carlos Lineu, que buscava conhecer a vegetação e explorava
suas possibilidades comerciais e cientí�cas das plantas.
Fonte: Planta do Palácio e do Parque de Friburgo, Recife - Pernambuco. (Disponível em: <http://i2.wp.com/jardinshistoricos.com.br/wp-
content/uploads/2014/07/friburgo.jpg?�t=928%2C738> Acesso em: 05 mai 2017).
05/11/2018 Disciplina Portal
http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981649&topicId=2535756&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 5/12
 
TabitaZn / Shutterstock
Projetado pelo artista brasileiro Valentim Fonseca e Silva, mais conhecido como Mestre Valentim, o Passeio Público do Rio de
Janeiro foi implantado em uma forma geométrica pouco utilizada em projetos urbanos daquela época, o trapézio, devido as
condições do arruamento local.
O Passeio Público tinha as características:
Cercado por muros com algumas aberturas gradeadas;
Portão de entrada em ferro; eixo de simetria perpendicular ao acesso principal;
Caminhos em saibro;
Canteiros geométricos onde eram cultivados jasmins, maracujás, gramados e �ores, além de diversos tipos de árvores e
arbustos.
Esse projeto foi bastante arrojado para sua época por seu traçado original, pelo emprego de obras de arte, pelos trabalhos de
engenharia para o aterramento da lagoa e construção de um terraço à beira-mar mas, principalmente, pela possibilidade de
oferecer à população carioca um jardim de prazer em terras brasileiras.
 
Aquarela do Passeio Público executada por J.C. Andrade, após a reforma de 1817. 
(Disponível em: http://2.bp.blogspot.com/--3_oFvAiM0w/UHrf09kqz5I/AAAAAAAACxI/aeSe1up9VYo/s1600/sec19-01.jpg
(glossário) Acesso em: 06 mai 2017).
05/11/2018 Disciplina Portal
http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981649&topicId=2535756&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 6/12
Nas cidades brasileiras, até o �nal do século XVIII, as intervenções de ordenamento da paisagem aconteciam, de maneira
tímida no interior de casas particulares ou nos mosteiros religiosos com seus jardins internos. Os poucos centros urbanos
constituíam-se pelo predomínio da massa edi�cada, com a presença de poucos vazios em sua trama.
Nos arredores, no entanto, era possível ter contato com a paisagem espontânea, propiciando aos habitantes da cidade, em
especial aos viajantes estrangeiros, o contato com a natureza que, naquele momento, passava a ser associada a emoçõesdiletantes e ao interesse por uma vida saudável.
A chegada da corte portuguesa e da missão artística francesa e as modi�cações nos hábitos da sociedade
A vinda da família real portuguesa, em 1808, para o Rio de Janeiro e a elevação da cidade à condição de capital do Reino Unido de Algarves
e Portugal promoveu transformações nunca antes vistas pela cidade.
A sociedade brasileira incorporou uma série de costumes europeus, principalmente franceses, ingleses e portugueses, entre eles o hábito
de utilizar os espaços públicos como locais de exibição.
A partir de então, as ruas, que antes funcionavam apenas como passagem, transformaram-se em imensas salas de visitas para toda a
população. As praças e os jardins passaram a ter importância para a cidade e as árvores urbanas eram entendidas como formas de
embelezamento, salubridade e amenização do calor.
05/11/2018 Disciplina Portal
http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981649&topicId=2535756&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 7/12
OS JARDINS DE AUGUSTE FRANÇOIS-MARIE GLAZIOU
Em 1860, o Passeio Público do Rio de Janeiro já não despertava interesse da população, sendo necessário fazer uma reforma
no local. O pro�ssional responsável por esse projeto foi o francês Auguste François-Marie Glaziou (glossário), que o concebeu
tendo como inspiração os jardins parisienses do século XIX, sobretudo os executados durante as obras empreendidas pelo
Barão Haussmann.
Glaziou criou o novo Passeio Público, utilizando árvores plantadas em forma de bosque nas extremidades dos canteiros, modelando o
terreno em aclives e declives, criando grandes áreas gramadas, transportando elementos que imitavam a natureza: pedras e troncos falsos,
lagos sinuosos e pontes.
Estudioso da �ora, Glaziou sempre que podia fazia diversas excursões em nossas matas com o objetivo de descobrir novas espécies de
plantas, para serem utilizadas em seus projetos paisagísticos. Várias plantas brasileiras foram utilizadas no Passeio Público, fazendo com
que a população carioca admirasse a beleza das espécies nativas, colocadas ao lado de espécies exóticas conhecidas.
Veja uma planta do Passeio Público do Rio de Janeiro após a reforma:
As casas dos representantes das classes dominantes começaram a ter jardins, onde eram plantadas espécies de clima temperado, que se
desenvolviam com di�culdade, mas criavam a ambiência de jardins europeus. As plantas tropicais que, teimosamente, insistiam em nascer
sem a permissão dos donos da casa, eram rapidamente removidas, para que o jardim não fosse invadido por espécies locais “inferiores”
que não faziam parte dessa natureza construída “civilizada”.
Vários problemas de saúde, como por exemplo a febre amarela, eram relacionados à ausência de vegetação que tinha a capacidade de
impedir os efeitos nocivos que emanavam dos subsolos. 
Assim, a partir da segunda metade do século XIX, a necessidade de jardins públicos nas cidades para resolver as questões de salubridade
e ausência de espaços livres públicos destinados ao ócio, �zeram com que o Ministério do Império passasse a se preocupar com a
construção desses espaços.
05/11/2018 Disciplina Portal
http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981649&topicId=2535756&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 8/12
 
Planta do Passeio Público do Rio de Janeiro, depois da reforma de Auguste Glaziou na segunda metade do século XIX. 
(Disponível em: http://2.bp.blogspot.com/-9i95QUXGFcE/UHri7zDI_1I/AAAAAAAACxo/6L-
EoJzGQsU/s1600/passeio_publico_lo.jpg (glossário) Acesso em: 06 mai 2017).
Saiba Mais
, Essa reforma foi inaugurada pelo Imperador D. Pedro II em 7 de setembro de 1862, ainda incompleta, pois o gradil de fechamento não
�cara pronto a tempo da festa programada. Tão satisfeito com as reformas empreendidas no Passeio Público �cou o Imperador, que criou
o cargo de Diretor de Parques e Jardins da Casa Imperial em 1869 e convidou o paisagista Auguste Glaziou para ocupá-lo, que permaneceu
neste cargo até sua aposentadoria em 1897.
Muitos projetos paisagísticos na cidade do Rio de Janeiro são atribuídos a Glaziou, entretanto, em poucos temos a
comprovação e�caz de sua autoria. O professor Carlos Terra (1993) organiza sua obra em três grupos:
Assista ao vídeo “ESPECIAL JARDINS CARIOCAS - PASSEIO PÚBLICO” para saber um pouco mais sobre o Passeio Público.
VÍDEO
Vamos re�etir um pouco mais sobre o paisagismo e a arquitetura do Passeio Público!
Já sabemos que o Passeio Público do Rio de Janeiro, executado entre os anos de 1779 e 1783 e concebido sob o risco do
artista brasileiro Valentim Fonseca e Silva, foi a primeira ação no espaço público planejado com vegetação na cidade. Em 1860,
o Passeio Público já não despertava interesse da população e foi necessário fazer uma reforma no local. O pro�ssional
responsável por esse projeto foi o francês Auguste François-Marie Glaziou.
Quais as principais diferenças entre esses dois projetos e quais as correntes paisagísticas que cada um deles seguia?
Resposta Correta
OS JARDINS RESIDENCIAIS URBANOS E AS PRAÇAS AJARDINADAS DO
SÉCULO XIX E INÍCIO XX
Paralelo à relevância das áreas ajardinadas nas áreas públicas, o jardim residencial também passou a ser fonte de prazer nas
casas urbanas das populações abastadas.
Robba e Macedo (2002) a�rmam que a edi�cação se soltou das divisas laterais do lote, inicialmente de um dos lados, surgindo
um recuo onde se construía um pequenino jardim. Mais tarde, descolou-se das divisas, permanecendo isolada no lote, envolta
por vastos jardins. Apareceram os palacetes emoldurados por jardins românticos e clássicos, onde o afastamento adotado em
relação ao alinhamento da rua passou a ser um sinônimo de status e de qualidade de moradia urbana.
05/11/2018 Disciplina Portal
http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981649&topicId=2535756&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 9/12
Exatamente como acontecia em algumas cidades europeias da mesma época, surgiu o hábito da jardinagem feita pelos
próprios moradores e a valorização dos espaços paisagísticos planejados para fruição e prazer, �cando o antigo costume
colonial dos pomares e quintais abandonado nos fundos das casas e seus cuidados feitos apenas pelos serviçais, assim como
o trabalho de jardinagem mais pesado.
 
Palacete do Conde de Itamaraty, construída em 1860, no Rio de Janeiro com afastamento frontal com a presença de jardim de
prazer. 
(Disponível em: https://2.bp.blogspot.com/-
aT16vlh9giU/WCmrf5DcCvI/AAAAAAAAEho/xwtVMBDggYMfmIMxfDVbLEysc9ZPCzcBwCLcB/s1600/Palacete%2BConde.JPG
(glossário) Acesso em: 06 mai 2017).
No período entre 1875 e 1930, algumas transformações ocorreram nas principais cidades brasileiras. São elas:
Robba e Macedo (2002) nos dizem que:
Foi nesse período de transição do modelo de urbanização colonial para o modelo de cidade - bela, higiênica e pitoresca - que
surgiu uma nova tipologia urbana: a praça ajardinada, resultado da união da praça colonial usada como mercado e áreas de
manifestações cívicas ou religiosas, com o jardim reservado para contemplação da natureza e descanso. Segundo os autores,
o surgimento da praça ajardinada foi um marco na história dos espaços livres urbanos brasileiros, pois alterou a função da
praça na cidade que passou a ser palco para as elites exportadoras brasileiras na virada do século XIX para o século XX. As
praças já não podiam ter as características dos largos coloniais, sem vegetação ou sem os elementos pitorescos da Belle
Époque.
Apenas as praças mais importantes de cada cidade ou de localização mais “nobre” receberam projetos ou foram reformadas,
ao passo que nos bairros mais pobres e distantes, os largos ou terreiros continuavam sem projeto ou qualquer cuidado
paisagístico. São exemplos desse momento histórico as Praças da República, das cidades de Niterói, Belém e São Paulo, a
Praça Santos Andrade em Curitiba,a Praça da Alfândega em Porto Alegre.
Fonte imagem 1: Praça da República na cidade Niterói, planejada de acordo com o paisagismo clássico: cruzamento
dos eixos ortogonais no centro do estar central, marcado verticalmente por um grande monumento. (Disponível em:
https://ogimg.infoglobo.com.br/in/10849218-57f-f20/FT631A/2013-627352950-Revitalizacao-do-Centro-de-
Niteroi_20130707.jpg (glossário) Acesso em: 06 mai 2017). 
Fonte imagem 2: Praça da República na cidade Belém, construída em 1904, com elementos do paisagismo romântico
e estrutura formal de�nida por uma tríade eclética clássica: traçado em cruz, estar central com ponto focal e passeio
05/11/2018 Disciplina Portal
http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981649&topicId=2535756&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f0… 10/12
periférico. (Disponível em: http://3.bp.blogspot.com/-
dztEctqj02I/TnI7g3359mI/AAAAAAAAAFI/GVk8B6ghx9U/s1600/republica1.png (glossário) Acesso em: 06 mai 2017). 
Fonte imagem 3: Praça da República na cidade São Paulo, construída em 1905, com elementos do paisagismo
romântico e traçados orgânicos nos caminhos e canteiros. (Disponível em:
http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/images/novas/Alexandre/Praa_Republica_121113_Foto_JoseCordeiro_022.jpg
(glossário) Acesso em: 06 mai 2017).
OS PARQUES URBANOS BRASILEIROS DO ECLETISMO
Em complementação à tipologia das praças ajardinadas surgiu, em algumas cidades brasileiras, o parque urbano como local de
exibição das elites emergentes. O hábito de caminhar sob áreas arborizadas introduzido pelos comerciantes ingleses - o
footing - assim como sentar para admirar a paisagem, fazer piqueniques, tornou-se moda entre a aristocracia brasileira.
Fonte:
Diferentemente do que acontecia nos seus congêneres europeus, o parque brasileiro era totalmente alheio às necessidades
sociais da massa urbana, que se divertia de maneira espontânea nas várzeas e terreiros, banhados e riachos.
Os parques representavam os ideais da burguesia e o desejo de “educar” a classe operária à luz de seus hábitos sociais, e esse
propósito �cava explícito na entrada dos parques com uma série de regras de utilização, conforme relatado por Segawa (1996,
p.107):
É vedada a entrada no Passeio a animais de qualquer natureza, às pessoas ébrias, loucas, descalças, vestidas indecentemente
e armadas, a escravos, ainda que decentemente vestidos, quando não acompanharem crianças de que sejam aias ou amas, a
crianças aparentemente menores de 10 anos, se não forem acompanhadas de quem as impeça e praticar malefícios, ou de
irem a lugares perigosos para sua idade. (Provável regulamentação de acesso a Passeio Público do Rio de Janeiro, na segunda
metade do século XIX).
À medida em que aumentava o contingente populacional nas cidades brasileiras, surgia a necessidade da criação de parques
para atendimento das demandas de lazer.
Concebidos, de maneira geral, com a união dos pensamentos paisagísticos desenvolvidos na Europa nos séculos anteriores
(renascimento, barroco e romântico), esses parques, também chamados de ecléticos, determinaram uma nova forma de
ocupação urbana.
Alguns parques dessa época são: o Passeio Público de Fortaleza (Praça dos Mártires) e de Curitiba (1886) e os Parques Emílio
Goeldi e Rodrigues Aves em Belém do Pará, o Parque Villon (1892), Dom Pedro II e o Parque Anhangabaú (1911) em São Paulo.
05/11/2018 Disciplina Portal
http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981649&topicId=2535756&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f0… 11/12
Fonte imagem 1: Passeio Público de Fortaleza, Ceará, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional –
IPHAN em 13 de abril de 1965. (Disponível em: https://imagesapt.apontador-assets.com/�t-
in/640x480/30f20d3f3b2540caa95b18c256ef094a/praca-dos-martires--passeio-p.jpg (glossário) Acesso em: 07 mai
2017). 
Fonte imagem 2: Passeio Público de Curitiba, Paraná, tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná em
1974 (Disponível em: http://www.temdicas.com/wp-content/uploads/2012/01/Principais-pontos-Turisticos-de-
Curitiba-Fotos4.jpg (glossário) Acesso em: 07 mai 2017).
Interessante observar a concepção dos parques, praças e áreas verdes na cidade de Belo Horizonte, concebida no período de
1894 a 1897, com as exigências urbanísticas de uma cidade moderna, tendo como referência as cidades europeias que
propunham um novo padrão de sociabilidade voltado para o espaço público, cosmopolita e urbano.
Espaços especí�cos para o lazer faziam parte do projeto da cidade, como:
Planta Geral da Cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, com os espaços de lazer ressaltados. 
(Disponível em: http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/images.do?evento=imagem&urlPlc=planta_cidade_de_minas.jpg
(glossário) Acesso em: 07 mai 2017).
Fonte:
O parque público, concebido como equipamento urbano no século XVIII nas cidades europeias, tornou-se importante nas
cidades brasileiras no �nal do século XIX e especialmente no início do século XX. Não só as principais capitais ostentavam
belos parques e passeio públicos, mas também cidades de médio e pequeno porte construíram esses logradouros,
consolidando o espaço público como local de lazer e socialização.
VAMOS FAZER UM EXERCÍCIO!
A praça ajardinada, resultado da união da praça colonial com o jardim reservado para contemplação da natureza e descanso,
surge nas cidades brasileiras no �nal do século XIX. Anteriormente a essa tipologia urbana, como se con�guravam as praças
brasileiras?
Diferenciavam-se dos jardins residenciais pela presença de calçamento apurado e muitas melhorias urbanas.
Situavam-se defronte aos principais edifícios residenciais, funcionando como prolongamento destes, onde aconteciam festas e
celebrações.
Distinguiam-se pela presença de árvores, bancos e chafarizes, ricamente elaboradas e decoradas, inspiradas na Belle Époque francesa.
Conformavam-se com limites bem de�nidos, devido à regularidade presente na malha urbana e, geralmente, eram calçadas com pedra
portuguesa.
Caracterizavam-se por serem grandes vazios urbanos destinados a aglomerações da população, despidos de qualquer tipo de
vegetação.
Justi�cativa
05/11/2018 Disciplina Portal
http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981649&topicId=2535756&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f0… 12/12
ATIVIDADE
1 - Identi�que em sua cidade uma praça, parque ou jardim público histórico e busque relacionar seu projeto com as referências
paisagísticas europeias dos períodos anteriores.
Resposta Correta
2 - Em complementação à tipologia das praças ajardinadas surgiu, em algumas cidades brasileiras, a necessidade da criação
de parques para atendimento das demandas de lazer. Concebidos, de maneira geral, com a união dos pensamentos
paisagísticos desenvolvidos na Europa nos séculos anteriores (renascimento, barroco e romântico), esses parques no Brasil
inicialmente eram destinados a que tipo de população?
Escravos.
Classe operária.
Elites emergentes.
Aristocracia europeia.
Crianças e damas de companhia.
Justi�cativa
Glossário

Continue navegando