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aula 10- Historia

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05/11/2018 Disciplina Portal
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Teoria e história das cidades
Aula 10 - A nova ética da cidade sustentável
INTRODUÇÃO
O fenômeno da urbanização que, até boa parte do século XX, esteve ligado diretamente ao crescimento econômico das nações mais
industrializadas, agora acontece, com maior velocidade, nos países em desenvolvimento.
O fenômeno da cidade informal, que analisamos anteriormente a partir do caso especí�co do Brasil, já acontece em diversos países da
América Latina, da África e da Ásia.
A constituição de megacidades em países com pouca capacidade de acompanhar o crescimento das suas populações urbanas pode
gerar uma crise ambiental e humana sem precedentes da história da humanidade.
Por outro lado, o desa�o das mudanças climáticas alterou a maneira como alguns arquitetos e urbanistas pensam, projetam e praticam
sua pro�ssão. A sociedade civil está alterando diversos padrões de comportamento, enquanto a legislação vem se aperfeiçoando no
que se refere tanto à arquitetura bioclimática quanto aos impactos ambientais dos projetos de urbanismo.
Nesta aula, trataremos do tema da sustentabilidade e seu re�exo na formação de um novo pensamento urbanístico. A partir da
constatação de que os aglomerados humanos são grandes poluidores, diferentes inciativas tentam reverter este quadro.
Esta última aula pretende estimular você a pensar eticamente como arquiteto e urbanista a partir do binômio sustentabilidade social e
ambiental.
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OBJETIVOS
Analisar o fenômeno de deslocamento das megacidades;
Analisar o paradigma da sustentabilidade em Arquitetura e Urbanismo;
Reconhecer projetos de urbanismo sustentável.
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O FENÔMENO DE DESLOCAMENTO DAS MEGACIDADES
 
Em 1950, 60% da população urbana vivia em cidades localizadas em países desenvolvidos, enquanto 40% moravam em
cidades situadas nos países em desenvolvimento. Quarenta anos mais tarde, os percentuais se inverteram.
 
Estima-se que, hoje, 3 em cada 4 habitantes de grandes cidades estejam em países em desenvolvimento, proporção que
deve se aproximar de 80% em 2030.
 
Distribuição da população urbana mundial entre países em desenvolvimento e países desenvolvidos. 
Foto: Cididity Hat.
Por �m, algumas tendências também podem ser destacadas:
Fonte: John Lindsay-Smith / Shutterstock. Vista noturna de Mumbai, 2011. Megacidade indiana com mais de 20 milhões de habitantes.
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1
A Europa parece ter atingido um patamar médio de estagnação. Algumas cidades europeias crescem pouco,
enquanto outras encolhem;
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2
O único país desenvolvido em que as cidades continuam a crescer consideravelmente são os Estados Unidos;
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3
A América do Sul é o continente mais urbano, com 80% de sua população vivendo em cidades;
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4
A África é o continente menos urbanizado, com 40% da população em cidades, embora algumas de suas cidades
estejam entre as que mais crescem no mundo, como Kinshasa e Lagos;
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5
A Ásia tem as cidades que crescem mais rapidamente.
A informalidade nas cidades contemporâneas
A a�uência de pessoas para as cidades parece ser um fenômeno irreversível. O fato de que este fenômeno esteja acontecendo,
predominantemente, em países em desenvolvimento, só se torna um problema devido a dois motivos centrais: a baixa renda da
população e o pouco poder de investimento dos governos destes países.
Alejandro Aravena, o arquiteto chileno ganhador do Prêmio Pritzker de 2016, dividiu esta questão em três temas principais ou
“ameaças”:
Atenção
, O Prêmio Pritzker de Arquitetura é considerado a maior honraria que um arquiteto pode receber. O prêmio tem sido
concedido anualmente, desde 1979, pela Fundação Hyatt (comandada pela família Pritzker), para um arquiteto “que
tenha produzido contribuições consistentes e signi�cativas para a humanidade e para o ambiente construído por
meio da arte da Arquitetura”. (Fonte: Portal Pritzker Prize – tradução do autor)
De acordo com Aravena (2014):
Um terço dos 3 bilhões de pessoas que vivem nas cidades atualmente tem uma renda inferior à linha de pobreza.
Em 2030, serão 2 em cada 5 bilhões de pessoas abaixo desta mesma faixa de renda.
Ele sintetiza o ponto em uma simples equação: o mundo precisaria construir o equivalente a uma cidade de 1 milhão de pessoas a cada
semana pelos próximos 15 anos.
Multimídia
, Assista à palestra de Alejandro Aravena sobre habitação social e urbanismo participativo:, , My architectural
philosophy? Bring the community into the process, uma apresentação de Alejandro Aravena na série TED Talks de
2014. Disponível aqui (https://www.youtube.com/watch?v=o0I0Poe3qlg), ou com a possibilidade de incluir legendas
em português clicando aqui
(http://www.ted.com/talks/alejandro_aravena_my_architectural_philosophy_bring_the_community_into_the_process).
Mas a equação de Aravena pode ser considerada otimista. Algumas cidades crescem a taxas inimagináveis até o século passado:
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(Fonte: Gypsi Database)
A obra mais contundente sobre a informalidade das cidades, nos países em desenvolvimento, foi o livro Planeta favela, lançado em
2006, pelo professor do departamento de História, da Universidade da Califórnia, Mike Davis.
A con�rmar os dados de Aravena, Davis
(2006, p. 28 e 29) nos lembra de que
“desde 1970, o crescimento das favelas,
em todo o hemisfério sul, ultrapassou a
urbanização propriamente dita”. Na
maioria das cidades brasileiras, a
proporção entre as construções
informais e os bairros legalizados varia
de 20% a 50%. 
 
Lima, a capital do Peru, tem 70% de
ocupação informal. Situações
semelhantes acontecem na África e em
boa parte da Ásia.
Via principal de acesso à favela da Rocinha no Rio de Janeiro. 
Foto: Chensiyuan
O sudeste asiático merece destaque, neste contexto, pois ainda guarda alguma relação entre urbanização e crescimento econômico. Se
a China tem hoje 200 cidades com mais de 1 milhão de habitantes, ao menos a economia chinesa vem crescendo fortemente nas
últimas décadas. Como lembra um estudo da Universidade de Yale:
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De fato, a situação chinesa é bem mais confortável do que aquela de outros países da África e da América Latina, onde as cidades
crescem 5% ao ano, em média, mesmo em tempos de recessão econômica. E, mesmo no caso da China, nem todas as notícias são
boas. O estudo de Yale concluiu que “os benefícios desse crescimento acelerado não alcançaram igualmente todos os segmentos da
população. Nos últimos anos, à medida que a economia se expandiu, a desigualdade de riqueza na China também aumentou
dramaticamente” (YALE, 2013).
A primeira megalópole surgiu no país mais rico do mundo. Estima-se que ela abrigue hoje 50 milhões de habitantes entre as cidades de
Boston, Nova York, Filadél�a, Baltimore e Washington D. C., no nordeste dos Estados Unidos.
 
Já a maior conurbação pobre do planeta
deverá ser aquela que se desenvolve em
torno de Lagos,na Nigéria, que poderá
alcançar, em poucos anos, um total de
mais de 60 milhões de pessoas vivendo
em quatro países à beira do Golfo da
Guiné (DAVIS, 2006, p. 16). 
Vista panorâmica de Lagos, na
Nigéria (esquerda), e dia de mercado
em uma de suas ruas. 
Fotos: Igor Grochev / Shutterstock (esquerda) e
Zouzou Wisman (direita).
 
Assim, as cidades do futuro, em vez de feitas de vidro e aço, como fora previsto por gerações anteriores de urbanistas, serão
construídas, em grande parte, de tijolo aparente, palha, plástico reciclado, blocos de cimento e restos de madeira. Em vez das cidades
de luz arrojando-se aos céus, boa parte do mundo urbano do século XXI instala-se na miséria, cercada de poluição, excrementos e
deterioração. Na verdade, o bilhão de habitantes urbanos que moram nas favelas pós-modernas podem mesmo olhar com inveja as
ruínas das robustas casas de barro de Çatal Hüyük, na Anatólia, construídas no alvorecer da vida urbana há 9 mil anos. (DAVIS, 2006, p.
28-29)
O paradigma da sustentabilidade em Arquitetura e Urbanismo
A primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, ocorrida em Estocolmo, em 1972, colocou o conceito de
sustentabilidade no centro dos debates internacionais.
Em 1987, a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento produziu, sob a coordenação da então Primeira-ministra da
Noruega, Gro Harlem Brundtland, o documento intitulado Nosso futuro comum. O documento �cou conhecido também como Relatório
Brundtland e sua de�nição de sustentabilidade é a mais aceita até hoje.
CONCEITO
, Sustentabilidade é a capacidade de satisfazer as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das
gerações futuras de suprir suas próprias necessidades.
A Arquitetura nunca mais foi a mesma. A�nal, a construção de edifícios foi logo considerada como um dos fatores que comprometem
esta sustentabilidade em diversos aspectos:
Fonte: 4045 / Shutterstock. Per�l de Pudong, centro de Xangai, na China.
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Construções ocupam espaços antes vazios e, muita
vezes, verde.
 
 
Edifícios consomem energia.
 
 
Obras produzem entulho.
 
 
Todo o material utilizado consome algum tipo de
matéria-prima.
 
 
A Arquitetura trabalha com material industrializado.
 
 
O material tem que ser transportado desde a sua
origem.
 
 
Aquilo que não for aproveitado será descartado
como lixo.
 
O processo de decisão, em um projeto arquitetônico,
passou a incluir novas preocupações, tais como pesquisar
o ciclo de vida útil do material a ser utilizado, inclusive o
modo como ele é produzido e transportado, e incorporar
fontes de energia renovável para suprir as necessidades
das edi�cações. 
 
Nos países mais frios, faz-se necessário, cada vez mais,
isolar os ambientes internos para evitar a troca térmica
com o exterior, enquanto, nos países tropicais, a
conhecida preocupação com o conforto ambiental juntou-
se ao novo conceito de e�ciência energética. 
 
Demorou pouco, também, para que as cidades fossem
igualmente responsabilizadas pelo aumento da
temperatura do planeta. Grandes áreas urbanas, com sua
combinação nociva de edifícios feitos de concreto e ruas
revestidas por asfalto, formam o efeito conhecido como
ilha de calor.
O condomínio BedZED, na Inglaterra, foi pioneiro na tentativa de se tornar carbono zero. 
Foto: Tom Chance / commons.wikimedia.org
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Já as emissões de gases do efeito estufa, nas cidades,
têm origem nos transportes, na produção industrial,
assim como no uso de energia para a iluminação pública
e para o funcionamento de toda a infraestrutura urbana,
além da climatização de edifícios e dos aparelhos
elétricos ali utilizados. 
 
De acordo com dados do Banco Mundial, as cidades são
responsáveis por dois terços do consumo total de
energia do mundo e contribuem com uma estimativa de
70% dos gases do efeito estufa do mundo. 
 
Por isso, em 2013, o banco lançou o Programa de
Cidades Habitáveis de Baixo Carbono, que visa a
fomentar projetos e políticas de desenvolvimento
sustentável nas 300 maiores cidades do mundo, a �m de
diminuir as emissões de carbono ligadas aos setores de
energia, construção, transporte e resíduos sólidos e
líquidos. 
 
Pelos cálculos do programa, “se apenas 100 das maiores
cidades do mundo embarcarem em um caminho de
desenvolvimento de baixo carbono, as emissões globais
de gases de efeito estufa poderia diminuir em cerca de
10% ao ano” (WORLD BANK, 2014). 
 
A nova ética da sustentabilidade provocou um efeito paradoxal no campo do Urbanismo. Por um lado, ela vai ao encontro da agenda do
urbanismo pós-moderno, que analisamos na aula anterior, no que se refere a revitalizar bairros já consolidados da cidade existente, com
toda a infraestrutura instalada, e estimular:
usos mistos;
o transporte público;
a caminhabilidade;
as ciclovias;
e tudo o que represente uma menor utilização de combustíveis fósseis.
A cidade compacta tornou-se, assim, sinônimo de uma cidade mais
sustentável.
A cidade de Nova York, com sua alta densidade, foi considerada, por Le Corbusier, um desastre iminente. Hoje, é um
exemplo de cidade compacta. Além disso, diferentes medidas têm sido tomadas para devolver algumas ruas e
avenidas aos pedestres e reduzir a emissão de gás carbônico dos veículos motorizados. 
Por outro lado, o projeto de uma sociedade fundamentada, nas diferentes dimensões da sustentabilidade (ambiental
e territorial, social, política, cultural e econômica), resgatou, em muitos arquitetos e urbanistas, a ideia de criar
novamente uma cidade ideal.
Nova York. 
Foto: dibrova / Shutterstock.
Projeto de urbanismo sustentável
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Em 2006, o governo de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, contratou o escritório do arquiteto e urbanista inglês Norman Foster
para desenvolver o projeto da cidade de Masdar, um centro global para a indústria de tecnologia limpa, com 50.000 habitantes e nenhum
automóvel, que somaria 22 bilhões de investimentos em dez anos.
Hoje, a comunidade abriga o Instituto Masdar de Ciência e Tecnologia, onde estudam 2000 alunos, sendo que apenas 300 moram no
local gratuitamente, e pequenas �liais de empresas de energia como a General Electric e a Siemens, onde trabalha uma centena de
funcionários.
CURIOSIDADE
, Masdar foi projetada para ser uma cidade de emissão zero. Para isso, não há vias para automóveis convencionais.
Todos os caminhos são feitos a pé ou em pequenos veículos não tripulados.
 
Foto do veículo autônomo, principal meio de transporte da cidade de Masdar. 
Foto: Jan Seifert
No entanto, das cem estações de veículos autônomos previstas, foram construídas apenas duas. Estima-se que estejam concluídos
apenas 5% do projeto, que combina os princípios da arquitetura vernacular árabe com tecnologia de ponta.
Por tudo isso, o jornal britânico The Guardian declarou, recentemente, que a cidade de Masdar poderia se tornar a primeira cidade verde
fantasma no mundo (GOLDENBERG, 2016).
Mas, o aparente insucesso de ações como a cidade de Masdar não signi�ca que algumas iniciativas mundo afora não estejam
apontando um caminho na busca de cidades mais sustentáveis.
No início dos anos 1990, a cidade de Freiburg, no sudoeste da Alemanha, decidiu transformar um antigo quartel desativado em um
bairro sustentável para 5000 moradores.
O projeto de Vauban fundamentou-se na tríade:
Ligada ao centro da cidade por uma linha deVLT (Veículo Leve sobre Trilhos), a comunidade tem apenas duas ruas para veículos
motorizados, estacionamentos periféricos e um sistema de compartilhamento com 16 automóveis. São alguns atributos das
edi�cações de Vauban:
Baixo gabarito: construções até quatro pavimentos;
Telhados verdes;
Painéis solares fotovoltaicos;
Aquecimento solar de água;
Isolamento térmico;
Aproveitamento de água pluvial para vasos sanitários e jardins;
Cogeração de energia por biomassa;
Drenagem de esgoto a vácuo.
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A comunidade de Vauban, em Freiburg, na Alemanha, tem metas arrojadas para a redução de emissões de gás carbônico. 
Foto: Jörgens.mi.
As residências consomem 10% da energia de uma casa convencional, produzindo, em alguns casos, mais energia do que o próprio
consumo. As lojas exibem painéis eletrônicos que indicam a energia produzida e economizada. Calcula-se que, em 2050, as emissões
de gás carbônico, em Vauban, cheguem a 20% em relação a comunidades convencionais (DIAS, 2015).
No Brasil, uma tentativa similar está sendo desenvolvida no bairro da Pedra Branca, um loteamento com 250 hectares, construído no
terreno de uma antiga fazenda, localizado a dezoito quilômetros de Florianópolis, Santa Catarina.
O urbanismo verde tem transformado também as áreas centrais de cidades conhecidas internacionalmente. Em Amsterdã, algumas
áreas de expansão do centro histórico têm sido construídas a partir dos preceitos do novo urbanismo sustentável.
Com uma releitura da arquitetura dos antigos canais, o bairro de Borneo conta com uma rede de vias estreitas que privilegiam os
pedestres e as bicicletas em uma escala humana bastante agradável.
Mas o exemplo recente mais
emblemático aconteceu na cidade de
Nova York. Uma linha férrea desativada
foi transformada em um passeio público
suspenso com diferentes opções de
lazer, gastronomia e contemplação. 
Em 2009, foi inaugurada a High Line,
projeto do escritório nova-iorquino Diller
Sco�dio + Renfro, vencedor de um
concurso internacional. Todo o entorno
de sua milha e meia de extensão
transformou-se rapidamente em uma
das áreas mais valorizadas do sul da ilha
de Manhattan.
 
 
Diferentes aspectos da High Line, em Nova York. 
Fotos: acervo pessoal do autor.
Fonte: Bairro de Borneo, Amsterdã. Fotos: Fred Bigio (esquerda) e Blogs.lt.vt.edu (direita)
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Em maior ou menor escala, urbanistas do mundo inteiro trabalham para criar ambientes urbanos mais responsáveis do ponto de vista
ambiental. Mas estas inciativas fazem mais sentido à medida que elas venham acompanhadas das teorias mais recentes do
urbanismo.
A nova visão da cidade contemporânea pretende recolocar o ser humano no centro das estratégias do planejamento urbano e
preconizam que os espaços públicos retomem seu papel de promotores da convivência humana, além de estabelecerem uma relação
mais harmoniosa com a natureza.
Fonte: William Perugini / Shutterstock. The Shard, Londres.
Torre mais alta da Europa, o edifício The Shard, do arquiteto italiano Renzo Piano, localizado no centro de Londres, sintetiza algumas
ideias do urbanismo contemporâneo:
USO MISTO
Abriga apartamentos, escritórios, hotel e comércio;
CIDADE COMPACTA
A cidade cresce por dentro, ela não se espalha pelo território;
DIVERSIDADE
Edifícios novos e antigos;
VALORIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Estímulo ao pedestre em detrimento do automóvel;
SUSTENTABILIDADE
A forma propicia a circulação de ar natural e o melhor aproveitamento do Sol, como fonte de luz natural e
aquecimento.
ATIVIDADE
Analise, do ponto de vista da sustentabilidade, o imóvel em que você mora, seja uma casa ou um edifício. Veri�que e liste todas as
medidas que poderiam ser tomadas para melhorar o desempenho ambiental de sua residência. Para isso, inspire-se nos exemplos
apresentados nesta aula.
QUESTÃO 1
A população urbana do mundo vem crescendo com velocidade nos últimos três séculos. Mas, neste mesmo período, o fenômeno da
urbanização não tem ocorrido de maneira uniforme nas diferentes regiões do planeta. Com base nos dados apresentados, nesta aula, é
possível a�rmar que:
A população urbana mundial superou a população rural, e a América do Sul é o continente mais urbanizado, com 80% de sua população vivendo
em cidades.
As megacidades concentram-se nos continentes com mais riqueza e desenvolvimento, como os Estados Unidos e a Europa.
No Brasil, as regiões metropolitanas com mais de um milhão de habitantes estão todas localizadas nas regiões Sul e Sudeste.
Por estar entre as megacidades mundiais, São Paulo apresenta um índice de informalidade insigni�cante.
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Enquanto as cidades do Sudeste asiático crescem vertiginosamente, as metrópoles da África estagnaram devido à crise econômica mundial.
Justi�cativa
QUESTÃO 2
Um fenômeno que pode ser observado, em diferentes continentes, é a conurbação entre cidades que já têm uma população numerosa.
A megalópole do Nordeste dos Estados Unidos (que inclui Nova York e Washington D. C.) reúne 50 milhões de pessoas, tanto quanto as
cidades do delta do Rio das Pérolas, como Hong Kong e Macau. A megacidade do Golfo da Guiné, que se estende desde Lagos, na
Nigéria, até Acra, em Gana, deverá superar a marca dos 60 milhões em breve.
Considerando que a diferença do PIB dos Estados Unidos chega a ser 20 vezes maior do que a da Nigéria, como você analisa este
fenômeno do ponto de vista dos desa�os do Urbanismo contemporâneo?
Resposta Correta
QUESTÃO 3
De acordo com o conteúdo apresentado, nesta disciplina, indique, entre as alternativas abaixo listadas, aquela que corresponde à
evolução do conceito de sustentabilidade em Arquitetura e Urbanismo.
A legislação brasileira ainda não aborda a questão da cidade sustentável, nem os impactos ambientais das construções e dos projetos urbanos.
As cidades têm participação signi�cativa nas emissões de gás carbônico no ambiente.
As cidades compactas são consideradas mais nocivas ao meio ambiente do que as cidades mais dispersas.
A preocupação das Nações Unidas com a sustentabilidade socioambiental surgiu a partir do fenômeno das megacidades do século XXI.
Sustentabilidade em Arquitetura e Urbanismo é garantir o abastecimento de água e energia para todos os habitantes de uma cidade por uma
geração inteira.
Justi�cativa
QUESTÃO 4
Em relação ao conceito de sustentabilidade no Urbanismo, como ele foi apresentado nesta disciplina, e considerando as tendências
predominantes do projeto de cidades no século XXI, é correto a�rmar que:
Há um descompasso entre as teorias do Urbanismo contemporâneo e as diretrizes para um urbanismo mais sustentável especi�cadas
pelas Nações Unidas.
Estima-se que exista uma relação direta entre políticas urbanas de desenvolvimento de baixo carbono com a redução global de
emissões de gases de efeito estufa na atmosfera do planeta.
O transporte público deve ser estimulado, em uma cidade sustentável, porque isto representa uma menor utilização de combustíveis
fósseis, pela redução do uso de automóveis particulares.
Os projetos mais bem-sucedidos de cidades sustentáveis têm sido aqueles que estabeleceram uma ruptura total com as cidades
existentes.
A preocupação com a sustentabilidade de nossas cidades é uma questão puramente ética, com pouco re�exo no panorama global.
I e II
I e III
II e III
III e IV
I, II e IV
Justi�cativa
QUESTÃO 5
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Indique cinco elementos arquitetônicos que, sozinhos ou combinados, podem contribuir para a e�ciência ambiental de edi�cações e
cidades:
Resposta Correta
QUESTÃO 6
Elabore, com suas palavras, uma de�nição para uma cidade sustentável.
Resposta Correta
Glossário

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