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Apost. ESTRUTURAS METÁLICAS Parte 03

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CCE0182 - Estruturas de Aço 
 
Faculdades ESTÁCIO SC 54 
UNIDADE 3: TRAÇÃO 
 
3.1 INTRODUÇÃO 
 Peças tracionadas são aquelas sujeitas a solicitações axiais de tração, geralmente 
denominadas tração simples. As peças tracionadas podem ser empregadas em estruturas como: 
tirantes ou pendurais, contraventamentos de torres (estais), travejamentos de vigas ou colunas, 
geralmente com dois tirantes em forma de X, tirantes de vigas armadas, barras tracionadas de 
treliças (Fig. 3.1), etc. 
 As peças tracionadas são dimensionadas admitindo-se distribuição uniforme das 
tensões de tração na seção transversal considerada. Esta condição é obtida na maioria dos 
casos na prática, principalmente se a peça não apresentar mudanças bruscas na seção 
transversal. Admite-se que a carga de tração axial seja aplicada no centro de gravidade (CG) da 
seção. No dimensionamento analisam-se primeiramente as condições de resistência e, em 
seguida, as condições de estabilidade da barra. 
 
Figura 3.1 – Barras tracionadas em estruturas de aço (Fonte: Pfeil e Pfeil, 2009) 
 As seções transversais das barras tracionadas podem ser simples ou compostas como 
por exemplo: 
• Cabos de aço; 
• Barras redondas; 
• Barras chatas; 
• Perfis laminados (L, C, U, I); 
• Perfis compostos. 
CCE0182 - Estruturas de Aço 
Faculdades ESTÁCIO SC 55 
 
 
Figura 3.2 – Tipos de perfis em peças tracionada 
As ligações das extremidades das peças tracionadas com outras partes da estrutura são 
feitas por diversos meios como: soldagem, parafusos e rebites, rosca e porca para barras 
rosqueadas. 
 
Figura 3.3 - Nó de uma treliça, barras formadas por cantoneiras duplas ligadas a uma chapa Gusset. 
A seguir mostra-se o desenho de um nó de treliça (Fig. 3.3), cujas barras são formadas 
por associação de duas cantoneiras. As barras são ligadas a uma chapa de nó, denominada 
“gusset”, suja espessura “t” é igual ao espaçamento entre as cantoneiras. As ligações das barras 
com chapa “gusset” são feitas por meio de furos e conectores. 
Barras tracionadas com seção transversal uniforme não apresentam problemas quanto 
ao comportamento, podendo-se admitir que as tensões se distribuem uniformemente ao longo 
da seção transversal. Neste caso, uma barra solicitada à tração se comporta exatamente como 
um corpo de prova no ensaio a tração. Enquanto as tensões não atingem o limite de 
CCE0182 - Estruturas de Aço 
Faculdades ESTÁCIO SC 56 
proporcionalidade (zona elástica) o material tem um comportamento semelhante ao teórico 
estudado na Resistência dos Materiais. 
3.1 CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO 
3.1.1 Distribuição de Tensões Normais na Seção. 
Nos elementos com furos solicitados a esforços de tração, as tensões em regime elástico 
não são uniformes como dito pela teoria da Resistência dos Materiais, verificando-se tensões 
mais elevadas nas regiões próximas aos furos (Fig. 3.4). 
 
Figura 3.4 - Distribuição de tensões normais (tração axial), em uma peça com furo. 
Porém, quando a seção transversal varia de forma brusca, as tensões podem ter 
distribuição bastante variada. O caso mais comum é a presença de furos nas ligações, que 
provocam concentração de tensões. Observamos na Fig. 3.4a uma peça submetida a tração e 
as tensões em uma seção afastada do furo são uniformes. Na Fig. 3.4b pode-se observar as 
tensões que acontecem no furo, podendo notar: 
• Define-se que quando as tensões encontram-se na zona elástica, a distribuição de 
tensões são maiores nas fibras próximas ao furo; 
• Quando a fibra mais solicitada alcança a tensão de escoamento (início do escoamento) 
ela permanece sem aumento de tensão, porém as demais fibras vão aumentando até, 
também, chegarem à tensão de escoamento. Logo quando todas as fibras estiverem 
solicitadas na tensão de escoamento atinge-se o estado limite de plastificação, que se 
caracteriza por deformações grandes. 
É evidente que as seções cortadas pelo furo atingem plastificação antes das demais, mas 
o alongamento da peça como consequência desta plastificação prematura, é praticamente 
desprezível. 
Logo, podemos considerar que as tensões sejam uniformes na área líquida e aumentam 
até a ruptura ou estado limite de ruína. Como a ruptura deve ocorrer na seção mais frágil da 
peça, os furos têm que ser levados em conta. 
 
CCE0182 - Estruturas de Aço 
Faculdades ESTÁCIO SC 57 
Quando a tensão é maior a aquela correspondente à zona elástica diz-se que o elemento 
começa a plastificar. Quando as deformações atingem o valor limite (εy) diz-se que foi atingido o 
estado limite de plastificação, e se supõe que toda a seção esteja solicitada por tensões de 
escoamento. 
A resistência de cálculo de um elemento solicitado a tração (esforço axial) pode ser 
determinada pela ruptura da seção líquida (provocando colapso), ou pelo escoamento 
generalizado da seção bruta (que provoca deformações exageradas). 
3.2 DIMENSIONAMENTO NO ESTADO LIMITE ÚLTIMO (ELU) E RESISTÊNCIA DE 
PROJETOS 
As barras prismáticas submetidas à força axial de tração, seguem a relação: 
𝑁𝑡,𝑆𝑑 ≤ 𝑁𝑡,𝑅𝑑 Eq. 3.1 
 
Onde: 
Nt,Sd → força axial de tração solicitante de cálculo; 
Nt,Rd → força axial de tração resistente de cálculo. 
Segundo a ABNT NBR8800/08, a resistência de uma peça sujeita à força axial de tração 
resistente de cálculo, Nt,Rd, a ser usada no dimensionamento, exceto para barras redondas com 
extremidades rosqueadas e barras ligadas por pinos, é o menor dos valores obtidos, 
considerando-se os estados limites últimos de escoamentos da seção bruta e ruptura da seção 
líquida. 
a) Escoamento da seção bruta, isto é, o escoamento generalizado da peça ao longo de seu 
comprimento. No estado limite último de escoamento da seção bruta supõe-se que toda a 
seção esteja solicitada por tensões de escoamento: 
𝑁𝑡,𝑅𝑑 = 
𝐴𝑔 . 𝑓𝑦
𝛾𝑎1
 Eq. 3.2 
 
b) Ruptura da seção líquida efetiva (seção com furos), o escoamento da seção com furos (seção 
líquida) não constitui um estado limite último, pois conduz a um pequeno alongamento da 
peça: 
𝑁𝑡,𝑅𝑑 = 
𝐴𝑒 . 𝑓𝑢
𝛾𝑎2
 Eq. 3.3 
Onde: 
Ag → área bruta da seção transversal da barra; 
Ae → área líquida efetiva da seção transversal da barra, determinada conforme (NBR 8800/08 – item 5.2.3); 
fy → resistência ao escoamento do aço; 
fu → resistência à ruptura do aço 
CCE0182 - Estruturas de Aço 
Faculdades ESTÁCIO SC 58 
3.3 ÁREAS DE CÁLCULO 
3.3.1 Área Bruta (Ag) 
A área bruta de uma seção deve ser calculada pela soma dos produtos da espessura pela 
largura bruta do elemento (Fig. 3.5), medida em direção normal ao eixo da barra. 
 
Figura 3.5 - Área bruta de emenda de duas chapas. 
 
Ag = b . t Eq. 3.4 
Para cantoneiras, a largura bruta é a soma das abas subtraída de sua espessura (Fig. 
3.6). 
Ag = ℓ . t Eq. 3.5 
 
Figura 3.6 - Área bruta de Cantoneiras. 
sendo: 
ℓ = a + b - t Eq. 3.5 
3.3.2 Área Líquida: 
A área líquida de um elemento, numa seção qualquer, deve ser calculada substituindo-se 
a largura bruta pela largura líquida. 
A ruptura de uma placa de aço, quando apresenta vários furos que de alguma forma 
atuem em conjunto, e comprometam a placa, quando submetida a tração, pode ser difícil de ser 
determinada teoricamente. Existem várias maneiras de resolver o problema, de forma simples e 
confiável. A NB-14 (item 5.2.4.1 – “b”) descreve para o caso de análises de largura efetiva em 
elementos com furos em diagonal ou em zig-zag (Fig. 3.7), como sendo a “Relação de Cochrane” 
para ocálculo da área líquida: 
CCE0182 - Estruturas de Aço 
Faculdades ESTÁCIO SC 59 
𝑏𝑛 = 𝑏 − ∑ 𝑑𝑓 + ∑
𝑠2
4𝑔
 Eq. 3.6 
Onde: 
bn → largura líquida da seção; 
b → largura bruta da seção; 
s → distância entre furos consecutivos medida na direção do esforço; 
g → distância entre furos consecutivos medida ortogonalmente ao esforço. 
sendo: 
df = db + p + f Eq. 3.7 
Onde: 
db → diâmetro do parafuso ou barra redonda rosqueada; 
p → espessura da parede danificada (imperfeições) pela punção do furo (NBR 8800/08 - 
item 6.3.6.1- furo padrão – Tabela 12); 
f → folga entre o parafuso e o furo (f = 2,0 mm) (NBR 8800/08, item 5.2.4.1 - “a”). 
 
Figura 3.7 - Seção líquida de peças com furos. 
OBS: 
Considera-se que, quando trabalhamos com ligações parafusadas observa-se que a 
largura do furo da ligação é maior que o diâmetro do parafuso, isto se deve que é muito comum 
furar a peça por puncionamento, consequentemente o furo é obtido por rasgamento da peça, 
acarretando um orifício aproximadamente tronco-cônica, com paredes de superfície irregular. O 
material que circunda as paredes do furo apresentando algumas trincas (Fig. 3.8), o que faz com 
que seja considerada uma folga provocada pelas imperfeições que nela se criam, pelo processo 
de furação. 
Caso o furo seja perfurado com brocas, pode-se adotar “p = 0” e, para parafusos e furos 
ajustados, isto é, parafusos usinados e furos perfurados por brocas, podem reduzir a folga entre 
o furo e o fuste do conector. 
CCE0182 - Estruturas de Aço 
Faculdades ESTÁCIO SC 60 
 
Figura 3.8 - Imperfeições na peça, provocado pelo puncionamento do furo. 
3.3.3 Área Líquida Efetiva (Ae): 
Segundo a NBR 8800/08, ressalta que, quando a transmissão de carga for feita para 
apenas alguns elementos (mesa ou alma) da seção, a área líquida efetiva (Ae) deve ser calculada 
por: 
Ae = Ct . An Eq. 3.8 
 
Onde: 
Ct → coeficiente que depende da forma com é feita a ligação (item 5.2.5). 
 
Isto acontece, devido a que nem sempre a superfície de ruptura por tração é plana. Por 
uma simples razão, o fluxo de tensões que ocorre na região de transferência de esforços (furos, 
soldas, etc.). Assim, é que em alguns casos uma peça sem furos (onde a área bruta é igual à 
área líquida) ao ser tracionada rompe-se com tensões inferiores às tensões de ruptura (fu) do 
aço que a compõe. 
Já no caso de uma cantoneira tracionada, cuja ligação se faz por uma de suas abas, 
apenas pode romper por uma superfície tal que sua resistência seja inferior à resistência teórica 
da área líquida transversal ao eixo de aplicação do esforço. 
A área líquida efetiva é considerada igual à área líquida quando uma barra tracionada é 
solicitada na ligação em todos seus elementos (alma e mesas), pois se supõe que a tensão seja 
uniforme ao longo da seção transversal, que na realidade é a tensão média. Em outras palavras, 
transmitindo-se o esforço por todos os elementos da seção é razoável imaginar que ocorra uma 
distribuição quase uniforme de tensões na seção transversal, caso contrário haverá pontos com 
tensão normal acima da média. Sempre que se consegue distribuição uniforme (ou quase) de 
tensões na seção, pode-se considerar que a área líquida seja igual à efetiva. Quando isso não 
acontece, isto é, quando o detalhe da ligação não é adequado para se obter distribuição uniforme, 
usa-se uma área efetiva menor do que a líquida. 
Segundo NBR 8800/08 - item 5.2.5, alguns critérios para adoção do Ct: 
CCE0182 - Estruturas de Aço 
Faculdades ESTÁCIO SC 61 
a) Quando a força de tração for transmitida diretamente para cada um dos elementos da seção 
transversal da barra, por soldas ou parafusos: 
𝐶𝑡 = 1,00 Eq. 3.9 
b) Quando a força de tração for transmitida somente por soldas transversais: 
𝐶𝑡 = 
𝐴𝑐
𝐴𝑔
 Eq. 3.10 
Onde: 
Ac → é a área da seção transversal dos elementos conectados. 
Ag → é a área bruta da seção transversal da barra. 
 
 
 
 
a) Tensões distribuídas apenas nos flanges. 
Ct < 1,0 
 
 
 
 
 
 
 
b) Tensões distribuídas uniformemente em todos os 
elementos (Eq. 3.9). 
Ct = 1,0 
 
 
Ct < 1,0 
 
Figura 3.9 - Ligações com soldas transversais. 
c) Nas barras com seções transversais abertas, quando a força de tração for transmitida 
somente por parafusos ou somente por soldas longitudinais ou ainda por uma combinação 
de soldas longitudinais e transversais para alguns (não todos) elementos da seção 
transversal (devendo, no entanto, ser usado 0,90 como limite superior, e não se permitindo 
o uso de ligações que resultem em um valor inferior a 0,60): 
𝐶𝑡 = 1 − 
𝑒𝑐
ℓ𝑐
 Eq. 3.11 
onde: 
CCE0182 - Estruturas de Aço 
Faculdades ESTÁCIO SC 62 
ec → em que ec é a excentricidade da ligação, igual à distância do centro geométrico da seção da barra, 
G, ao plano de cisalhamento da ligação. No caso de perfis I ou U, ligados pelas mesas, que têm 
simetria em relação a um plano paralelo ao das chapas de ligação, deve-se fazer uma conexão 
simétrica e trata-se como duas barras fictícias tracionadas excentricamente de seção em forma de 
T, também simétricas, cada uma correspondente a um dos planos de cisalhamento. O valor de ec 
será a distância do centroide da seção T à face externa da mesa, isto é, ao plano de cisalhamento. 
No caso de ligação pela alma os perfis I serão divididos em duas seções fictícias em forma de U e 
Ct será a distância do centroide à superfície de cisalhamento. Alguns detalhes são mostrados na 
(Figura 3.10); 
ℓc → é o comprimento efetivo da ligação, igual ao comprimento das ligações soldadas, é igual ao 
comprimento da solda na direção da força axial; nas ligações parafusadas é igual a distância do 
primeiro ao último parafuso da linha de furação com maior número de parafusos, na direção da força 
axial); 
 
Figura 3.10 - Valores ec em seções abertas. 
d) Nas chapas planas, quando a força de tração for transmitida somente por soldas 
longitudinais ao longo de ambas as suas bordas, conforme a Figura 3.11 (item 6.2.6.2.3): 
𝐶𝑡 = 1,00 para ℓ𝑤 ≥ 2𝑏 
𝐶𝑡 = 0,87 para 2𝑏 > ℓ𝑤 ≥ 1,5𝑏 
𝐶𝑡 = 0,75 para 1,5𝑏 > ℓ𝑤 ≥ 𝑏 
onde: 
ℓw → é o comprimento dos cordões de solda; 
b → é a largura da chapa (distância entre as soldas situadas nas duas bordas); 
 
Figura 3.11 - Chapa plana com força de tração transmitida por solda longitudinal. 
CCE0182 - Estruturas de Aço 
Faculdades ESTÁCIO SC 63 
e) Nas barras com seções tubulares retangulares, quando a força de tração for transmitida por 
meio de uma chapa de ligação concêntrica ou por chapas de ligação em dois lados opostos 
da seção, desde que o comprimento da ligação, ℓc, não seja inferior a dimensão da seção 
na direção paralela às chapas de ligação, o valor ec será a distância do centroide do U fictício 
até o plano de cisalhamento, conforme mostrado na Figura 3.12. 
 
Figura 3.12 - Valor de ec em seção tubular retangular. 
 
𝐶𝑡 = 1 − 
𝑒𝑐
ℓ𝑐
 Eq. 3.11 
f) Nas barras com seções tubulares circulares, quando a força de tração for transmitida por 
meio de uma chapa de ligação concêntrica (Figura 3.13): 
• se o comprimento da ligação, ℓc, for superior ou igual a 1,30 do diâmetro externo da barra: 
Ct = 1,00; 
• como na alínea c), se o comprimento da ligação for superior ou igual ao diâmetro externo 
da barra e menor que 1,30 vez esse diâmetro; 
𝐶𝑡 = 1 − 
𝑒𝑐
ℓ𝑐
 Eq. 3.11 
 
 
Figura 3.13 - Valor de ec em seção tubular. 
Em todos os casos, quando as ligações foremparafusadas deve-se garantir que haja pelo 
menos dois parafusos por linha de furação, na direção das tensões normais. 
3.3.4 Peças com Extremidades Rosqueadas 
CCE0182 - Estruturas de Aço 
Faculdades ESTÁCIO SC 64 
A força axial de tração resistente de cálculo, Nt,Rd, das barras redondas com extremidades 
rosqueadas, é o menor dos valores considerando os estados-limites últimos de escoamento da 
seção bruta e de ruptura da parte rosqueada. Tais valores devem ser obtidos de acordo com os 
itens 5.2.2a e 6.3.3.1, respectivamente. 
As barras com extremidades rosqueadas, aqui consideradas, são barras com diâmetro 
igual ou superior a 12 mm (1/2"), nas quais o diâmetro externo da rosca é igual ao diâmetro 
nominal da barra. 
Para os tipos de rosca utilizados na indústria, a relação entre a área efetiva à tração na 
rosca (Aef) e a área bruta da barra redonda (Ag) varia dentro de uma faixa limitada (0,73 a 0,80). 
Assim, é possível calcular a resistência das barras redondas tracionadas em função da área bruta 
Ag, com um coeficiente médio de 0,75. Nessas condições, a resistência de projeto de barras 
rosqueadas pode ser obtida pela expressão: 
𝑅𝑑 = 
0,75 . 𝐴𝑔 . 𝑓𝑢
𝛾𝑎2
 ≤ 
𝐴𝑔 . 𝑓𝑦
𝛾𝑎1
 Eq. 3.12 
 
 
3.3.5 Peças ligadas por pinos 
Os pinos são conectores de grande diâmetro que trabalham isoladamente, sem comprimir 
transversalmente as chapas. Os pinos são utilizados em estruturas fixas desmontáveis ou em 
estruturas móveis. 
A força axial de tração resistente de cálculo de uma barra ligada por pino é o menor valor, 
considerando os seguintes estados-limites: 
a) Escoamento da seção bruta por tração, conforme 3.2a (apostila); 
b) Resistência à pressão de contato na área projetada do pino, conforme NBR 8800/08- item 6.6; 
c) Ruptura da seção líquida por tração. 
𝑁𝑡,𝑅𝑑 = 
2. 𝑡. 𝑏𝑒𝑓 . 𝑓𝑢
𝛾𝑎2
 Eq. 3.13 
 
d) Ruptura da seção líquida por cisalhamento. 
𝑁𝑡,𝑅𝑑 = 
0,60. 𝐴𝑠𝑓 . 𝑓𝑢
𝛾𝑎2
 Eq. 3.14 
sendo: 
 Asf = 2t (a + dp / 2) 
onde: 
CCE0182 - Estruturas de Aço 
Faculdades ESTÁCIO SC 65 
t → é a espessura da chapa ligada pelo pino; 
bef → é uma largura efetiva, igual a (2t + 16 mm), mas não mais que a distância real da borda do 
furo à borda mais próxima da peça medida na direção perpendicular à força axial atuante; 
a → é a menor distância da borda do furo à extremidade da barra medida na direção paralela à 
força axial atuante; 
dp → é o diâmetro do pino. 
Devem ser atendidos os seguintes requisitos (Figura 3.14): 
a) O furo do pino deve estar situado na meia distância entre as bordas da barra na direção normal 
à força axial atuante (isto é, deve haver simetria na região da ligação); 
b) Quando o pino tiver por função também permitir rotações relativas entre as partes conectadas, 
o diâmetro do furo, dh, pode ser no máximo 1,0 mm maior que o do pino, dp; 
c) O comprimento da chapa, além da borda do furo, não pode ser menor que (2bef + dp) e a 
distância a não pode ser menor que 1,33 bef (bef, dp e a definidos em NBR 8800/08 - item 
5.2.6.1); 
d) Os cantos da barra, além do furo de passagem do pino, podem ser cortados em ângulos de 
45º em relação ao eixo longitudinal, desde que a área líquida da seção entre a borda do furo 
e a borda cortada, num plano perpendicular ao corte, não seja inferior àquela necessária além 
da borda do furo, paralelamente ao eixo da peça. 
 
Figura 3.14 - Chapa ligada por pino – Fonte NBR 8800/08. 
O pino deve ser dimensionado como barra submetida a momento fletor e força cortante, 
conforme NBR 8800/08 – item 5.4. 
3.4 Esbeltez das Peças Tracionadas. 
Denomina-se índice de esbeltez (λ) de um elemento a relação entre seu comprimento e 
o raio de giração mínimo da seção transversal. A esbeltez em peça tracionadas não têm muita 
importância, uma vez que o esforço de tração tende a retificar a haste, reduzindo excentricidades 
construtivas iniciais, com a finalidade de reduzir efeitos vibratórios provocados por impactos, 
evitar a ressonância com vibrações induzidas por efeitos de vento, etc. Porém, a NBR 8800/08 - 
item 5.2.8), fixa limite do índice de esbeltez de peças tracionadas não supere 300, excetuando-
CCE0182 - Estruturas de Aço 
Faculdades ESTÁCIO SC 66 
se tirantes de barras redondas pre-tensionadas ou outras barras que tenham sido montadas com 
pre-tensão. 
λ = 
ℓe
r
 𝑟 = √ 
I
A
 
Onde: 
ℓe → comprimento entre os centros de ligação (apoios) da barra; 
r → raio de giração da seção; 
I → momento de inércia (o menor com relação aos eixos principais); 
A → área de seção transversal. 
Recomenda-se que perfis ou chapas, separados uns dos outros por uma distância igual 
à espessura de chapas espaçadoras, sejam interligados através dessas chapas espaçadoras, 
de modo que o maior índice de esbeltez de qualquer perfil ou chapa, entre essas ligações, não 
ultrapasse 300, conforme exemplifica a Figura 3.15. 
 
Figura 3.15 - Barra composta tracionada – Fonte NBR 8800/08. 
EXERCÍCIOS: 
1. Calcular a espessura necessária de uma chapa de 10cm de largura, sujeita a um esforço axial 
de 100 kN (10 tf). Resolver o problema para o aço MR250 utilizando o método das tensões admissíveis 
com σt = 0,6fy. 
 
2. Repetir o exemplo 1 fazendo o dimensionamento com o método dos estados limites e 
comparar os dois resultados. O esforço de tração seja provocado por uma carga variável de 
utilização. 
3. Para a emenda abaixo mostrada na figura, determinar a área líquida da chapa. 
CCE0182 - Estruturas de Aço 
Faculdades ESTÁCIO SC 67 
 
4. Duas chapas de 7/8“ x 30 cm (Fig. 3), são emendadas por transpasse, com 8 parafusos com 
∅ = 16 mm. Verificar se as dimensões das chapas são satisfatórias, admitindo-se aço A-36. 
 
5. Seja a cantoneira indicada ASTM A-36, determinar a resistência de cálculo do elemento. 
 
6. Uma chapa de 1 ½ x 5" (1,27x12,7cm) de aço A36 (MR250) é solicitada à tração conforme 
indicado na figura abaixo. Ela está conectada à uma chapa Gusset por quatro parafusos de 
diâmetro 5/8"(15,875mm). Sendo os coeficientes de ponderação para o método das tensões 
admissíveis de 0,9 para fy e de 0,75 para fu, pergunta-se: 
a) Determinar o esforço de tração resistente pelo método das tensões admissíveis para fu e 
para fy; 
b) Determinar o esforço de tração resistente pelo método dos estados limites. 
 
# Gusset 
∅P = 5/8” 
P 
# 1 ½ x 5” 
∅F 
# ½” 
Seção 
CCE0182 - Estruturas de Aço 
Faculdades ESTÁCIO SC 68 
 
7. Calcular o diâmetro do tirante capaz de suportar uma carga permanente especial axial de 150kN de 
um equipamento, sabendo-se que a transmissão de carga será feita por um sistema de roscas e porcas. 
Admitindo-se aço MR250 (ASTM A36). 
8. Duas chapas de 22x300 mm são emendadas por meio de talas com 2x8 parafusos de diâmetro 
7/8"(aproximadamente 22,2 mm). Verificar se as dimensões das chapas são satisfatórias, admitindo-
se aço MR250 (ASTM A36), força permanente de 300kN (equipamentos) tracionando as chapas e B = 
300 mm. 
 
9. Na treliça abaixo, dimensione a barra AB para o aço A-36. Para as cargas P e Q que são: 
• P = 200 kN (GV); 
• Q = 20 kN (vento). 
• P = 230 kN. 
 
 
 
 
 
 
 
10. Na treliça da figura a carga P é de 126 kN o aço usado na sua construção é o MR 250. Pede-
se dimensionar: 
a) As diagonais, usando cantoneiras duplas de abas iguais. Os parafusos da ligação têm 
diâmetro igual a ∅ = 3/4"; 
b) A corda inferior, usando perfis C duplos. A ligação da corda inferior à chapa do nóé feita 
por meio de solda. 
 
CCE0182 - Estruturas de Aço 
Faculdades ESTÁCIO SC 69 
 
 
11. Uma cantoneira L 3 ½” x 3 ½” x 3/8” está conectada a uma chapa Gusset por parafusos de 
7/8” como mostra a figura abaixo. Sendo o tipo do aço A36, a carga permanente de 
equipamentos aplicada de 115,67 kN e a carga variável de uso de 66,72 kN, determine se o 
elemento e capaz de resistir às solicitações impostas. Assumir que Ct = 0; 85 e Ag = 16,0 
cm2. 
 
 
 
Seção 
L 3 ½” x 3 ½” x 3/8” 
CCE0182 - Estruturas de Aço 
Faculdades ESTÁCIO SC 70 
12. Uma cantoneira com furos para parafusos de (7/8)" em ambas as pernas é representada a seguir. 
Sendo esta de aço MR 250 têm Ag = 43,87cm2, a cantoneira tipo L 8x6x1/2". Determinar a força axial 
de tração resistente de cálculo. 
 
 
 
13. Para o perfil U381 (15") x 50,4 kg/m, de aço ASTM A36, indicado na figura. Calcular o esforço de 
tração resistente de cálculo. Os conectores possuem um diâmetro de 22 mm e Ag = 64,2 cm2. 
 
14. Calcular o esforço de tração resistente de cálculo do perfil representado abaixo, o mesmo do 
exercício 13 sendo a ligação por solda.

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