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Alienação Parental - Conceito e Impactos

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TEMA
				ALIENAÇÃO PARENTAL 
 Conceito de alienação parental - AP
A Alienação Parental - AP é definida como um processo de “implantação de
novas memórias”,ou imposição de informações, geralmente falsas ou extravagantes, de modo a desmoralizar o genitor alienado, a fim de provocar sentimento de raiva e desprezo por parte dos filhos ao genitor ou o afastamento entre eles.
	
Alienação Parental é a rejeição do genitor que “ficou de fora” pelos seus
próprios filhos, fenômeno provocado normalmente pelo guardião que detêm
a exclusividade da guarda sobre eles (a conhecida guarda física
monoparental ou exclusiva). (...) A situação caracterizada quando a qualquer
preço, o genitor guardião que quer se vingar do ex-cônjuge, através da
condição de superioridade que detêm, faz com que o outro progenitor ou se
dobre as suas vontades, ou então se afaste dos filhos.	
Como ocorre a alienação parental
 O alienador e o alienado
Como já visto a Alienação Parental - AP desencadeada pelo sentimento de
revolta devido à separação ocorre quando um genitor programa uma criança para atingir o outro genitor, logo é necessária a constituição de três polos para que ela ocorra, estes polos são compostos por alienador, alienado e pela criança.
O alienador é aquele que tem o papel principal para a caraterização da AP,
pois será ele quem fará a “programação” da criança, através de gestos para
provocar o afastamento da criança, através de frases e da implantação de falsas memórias. Portanto, o alienador é a pessoa que pretende que o filho apresente restrições em relação a um dos genitores.
O alienado, será identificado como a “vítima” da situação, logo será ele que
sentirá dificuldade de conviver com a criança, sofrerá problemas quanto à guarda, as visitas e ao vínculo afetivo, ressaltando que sua imagem será denegrida e desfigurada para a criança.
Reportagem especial do fantástico
A mãe, com guarda compartilhada, percebe que o filho está sendo abusado sexualmente pelo pai e o denuncia na Justiça Criminal. É aberto um inquérito para investigar, mas, antes mesmo de ele ser concluído, o pai consegue uma decisão de reversão da guarda, na Vara de Família, ou seja, a criança fica sob a custódia justamente de quem é acusado de ser o seu abusador. Os pais pedófilos conseguem essa inversão da guarda amparados em uma lei que surgiu oito anos atrás e que autoridades do Judiciário afirmam que está tendo o seu objetivo desviado: a Lei de Alienação Parental.
Segundo a lei, são considerados exemplos de alienação parental: dificultar o contato da criança ou do adolescente com um dos genitores; fazer campanha para desqualificar o comportamento de um dos genitores, ou seja, jogar a criança contra o pai ou a mãe; apresentar falsa denúncia contra um dos genitores com a finalidade de dificultar a convivência da criança com o mesmo. E é este último ponto que mães questionam e divide autoridades do judiciário. Veja na reportagem especial do Fantástico.
Comenta-se a Lei n.° 12.318/10, que chega ao ordenamento brasileiro com sua publicação em 27 de
agosto de 2010, umas das mais importantes e impactantes leis dos últimos anos, principalmente por sua
aplicabilidade nas lides familistas que possuem a triste constatação, em grande parte, da presença da
Alienação Parental, definida em seu art. 2° como “a interferência na formação psicológica da criança ou
do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou
adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao
estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este”.
A conexão entre as duas ferramentas jurídicas tem em comum o afastamento da convivência entre pais e
filhos; ora no direito interno, ora no âmbito da cooperação inter-estatal, quando a obstrução àconvivência parental muitas vezes conta com continentes e oceanos como cúmplices.
A alienação parental é uma temática relativamente nova para o cotidiano jurídico, uma vez que a Lei nº 12.318 fora promulgada somente em 26 de agosto de 2010. Com as inovações na seara do direito de família, surgiram novos desafios nas lides envolvendo os direitos das crianças e adolescentes. Para compreender com melhor destreza, far-se-á uma análise das principais modalidades de famílias existentes atualmente no Brasil. 
Com as modificações no direito de família houve uma equiparação de direitos e deveres para pais e mães, não sendo mais possível aceitar que apenas o pai provenha o sustento da família e dos filhos enquanto à mãe cabe a educação dos mesmos. Esse modelo, apesar de cada vez mais raro, ainda é encontrado em diversos lares, não podendo mais ser visto de forma única: atualmente, os operadores do direito devem ter olhos abertos para as mais variadas formações de famílias. 
Ademais, houve um aumento relevante no número de divórcios– momento em que se iniciam com maior frequência os atos de alienação parental. Logo, neste contexto, o poder familiar passou a ser exercido conjuntamente, ainda que os pais encontrem-se separados. O direito das crianças e adolescentes é prioridade para o ordenamento jurídico, sendo inclusive objeto de diversas leis especificas. A alienação parental é um dos temas tratados especificamente em lei, prezando-se sempre pela garantia e efetividade do principio do melhor interesse da criança e do adolescente. 
Para tratar da alienação parental, é imprescindível diferenciá-la da síndrome da alienação parental. Não que haja algum problema em confundir os conceitos; porém, existem diferenças relevantes. Há uma discussão acerca de qual seria a nomenclatura correta; 
	concluindo-se que ambas são corretas, porém diferentes, optou-se no presente trabalho por “alienação parental”, em consonância com o utilizado na Lei nº 12.318/2010. 
Através da leitura e posterior análise de diversas doutrinas, assinadas por profissionais do ramo do direito, psicologia, serviço social, dentre outros; averiguar-se-á a as características do genitor alienante, bem como as consequências nas crianças alienadas. Conhecer os critérios de identificação da alienação parental tem grande relevância no meio jurídico, em especial para os amantes da área do direito de família, ou mais especificamente, dos direitos das crianças e adolescentes. 
A alienação parental tem sido objeto de ações para reivindicar os direitos do genitor alienado, o qual está perdendo – ou já perdeu, o contato com os filhos, bem como têm sido matéria de defesa nos casos de acusação de abuso sexual. Portanto, identificar e conhecer os atos de alienação parental é extremamente importante para que não se cometam equívocos, transformando agressores em vítimas ou mães preocupadas e denunciadoras como praticantes de alienação parental. Não obstante, serão abordados os principais movimentos que combatem os atos de alienação parental. 
Estes atos são difíceis de serem comprovados, uma vez que não deixam marcas físicas, apenas psicológicas em todos os membros da unidade familiar. Por isso, far-se-á uma abordagem sobre os aspectos processuais e a dificuldade de produzir provas, bem como uma leitura mais atenta de todos os dispositivos tratados nesta lei. A perícia multidisciplinar tem sido uma grande aliada do Poder Judiciário, tanto na averiguação dos atos de alienação parental como no tratamento de crianças e adolescentes prejudicadas por estes atos. 
Ainda, será feita uma abordagem sobre a guarda compartilhada, apontada como uma das formas de redução da alienação parental. A guarda compartilhada é prevista na Lei nº12318/2010; porém ainda é exceção se comparada com a guarda unilateral. Por fim, averiguar-se-á sobre a possibilidade de ocorrer a responsabilidade civil, em decorrência dos atos de alienação parental. 
FONTES:
 1-Revista Eletrônica Direito e Conhecimento, n. 2, v. 1, 2017, Jul./Dez./2017, Arapiraca/AL
Cesmac Faculdade do Agreste
 2- MARIA BERENICE DIAS
WWW.MBDIAS.COM.BR
 3-Reportagem especial do fantantico (tv globo)

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