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APOSTILA OTC - 2014 2S

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ORGANIZAÇÃO
E
TÉCNICAS
COMERCIAIS
Unidade I – A Empresa
1.1.	Pessoas
1.1.1. Conceito Jurídico
	Pessoa é todo ente dotado de personalidade (jurídica) para o direito, isto é, da aptidão para ser titular de direitos subjetivos. Um direito pressupõe um titular. 
As pessoas, como sujeitos de direito, são reconhecidas as faculdades ou direitos subjetivos. Todo ser humano é pessoa. Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. Não somente as pessoas naturais (física) participam da vida jurídica; certas criações sociais, que são as pessoas jurídicas ou pessoas coletivas, podem ser também sujeitos de direito.
Do conceito jurídico de pessoa, podemos extrair três elementos considerados fundamentais na formação de uma empresa, quais sejam:
Personalidade Jurídica
	É a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações. Ideia ligada à de pessoa, é reconhecida atualmente a todo ser humano e independe da consciência ou vontade do indivíduo: recém-nascidos, loucos e doentes inconscientes possuem, todos, personalidade jurídica. Esta é, portanto, um atributo inseparável da pessoa, à qual o direito reconhece a possibilidade de ser titular de direitos e obrigações.
Também é atribuída a entes morais, constituídos por agrupamentos de indivíduos que se associam para determinado fim (associações e afins) ou por um patrimônio que é destinado a uma finalidade específica: as chamadas pessoas jurídicas (ou morais), por oposição aos indivíduos, pessoas naturais (ou físicas).
Pessoa Física 
Em Direito, pessoa física, ou pessoa natural, é o ser humano, tal como percebido por meio dos sentidos e sujeito às leis da natureza. Distingue-se da pessoa jurídica, que é um ente abstrato tratado pela lei, para alguns propósitos, como sujeito de direito distinto das pessoas naturais que o componham.
Diversos direitos, nomeadamente os chamados direitos de personalidade, são garantidos apenas às pessoas naturais — assim o direito à liberdade, à integridade física, à saúde e outros, compatíveis apenas com a natureza do ser humano.
Pessoa Jurídica 
A pessoa jurídica é um sujeito de direito personalizado, assim como as pessoas físicas, em contraposição aos sujeitos de direito despersonalizados, como o nascituro, a massa falida, etc. Desse modo, a pessoa jurídica tem a autorização genérica para a prática de atos jurídicos bem como de qualquer ato, exceto o expressamente proibido.
São requisitos para a existência da pessoa jurídica:
a organização de pessoas ou bens;
a licitude de propósitos; e
a capacidade reconhecida por norma.
	Desse modo, a pessoa jurídica consiste num conjunto de pessoas ou bens, dotado de personalidade jurídica própria e constituído na forma da lei.
Conforme o art. 40 do Novo Código Civil, as pessoas jurídicas (admitidas pelo Direito brasileiro) são de: Direito Público (interno ou externo); e Direito Privado.
1.1.2. Pessoa Jurídica de Direito Público
1.1.2.1. Pessoa Jurídica de Direito Público Interno
Conforme o art. 41 do NCC, são pessoas jurídicas de Direito Público Interno:
A União;
Os Estados;
O Distrito Federal; 
Os Municípios;
As Autarquias, inclusive as associações públicas; e
As demais entidades de caráter público criadas por lei (por exemplo, fundações públicas como as universidades federais ou estaduais).
A União
A União é a pessoa jurídica de Direito Público representante do Governo Federal no âmbito interno e da República Federativa do Brasil, no âmbito externo.
Por sua vez, o Governo Federal é o poder executivo no âmbito da União. No Brasil é sediado em Brasília e é o responsável pelos interesses da Administração Federal em todo território nacional. Tem como mandatário o Presidente da República.
Os Estados
Um Estado Federado, comumente referido simplesmente como um Estado, é uma comunidade territorial e constitucional formando parte de uma União. Um Estado federado tem competência administrativa sobre um território geográfico definido e é uma forma de governo regional.
O Distrito Federal
O Distrito Federal é uma das 27 unidades federativas do Brasil, onde se localiza a capital federal Brasília, é uma entidade autônoma que geralmente goza de status diferenciado das demais unidades administrativas (Estados).
Os Municípios
Município é o conjunto das áreas urbanas, suburbanas e rurais pertencentes ao controle de uma cidade (sede da administração municipal). Por este motivo, os dois termos são largamente utilizados como sinônimos, embora tecnicamente a cidade seja a parte urbana de um município, onde está situada a sede deste. Atualmente, o Brasil possui 5.565 municípios.
As Autarquias
São pessoas jurídicas de direito público criadas por lei específica (Art. 37, XIX, da Constituição Federal), que dispõem de patrimônio próprio e realizam atividades típicas de Estado de forma descentralizada. Exemplos: Banco Central do Brasil e INSS.
1.1.2.2. Pessoa Jurídica de Direito Público Externo
São os Estados estrangeiros, e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público, além de organismos internacionais (ONU, OEA, União Européia, Mercosul, etc) são pessoas jurídicas supraestaduais.
Eles se constituem e se extinguem geralmente mediante fatos históricos (guerras, revoluções, etc).
1.1.3. Pessoa Jurídica de Direito Privado
Dividem-se em duas categorias:
Estatais; e
Particulares. 
Para essa classificação interessa a origem dos recursos empregados na constituição da pessoa. 
1.1.3.1. Pessoa Jurídica de Direito Privado Estatal
São aquelas para cujo capital houve contribuição do Poder Público. Dividem-se em:
Sociedades de Economia Mista; e
Empresas Públicas.
Sociedade de Economia Mista
A sociedade de economia mista é uma pessoa jurídica de direito privado e não se beneficia de isenções fiscais ou de foro privilegiado.
É uma sociedade na qual há colaboração entre o Estado e particulares, ambos reunindo recursos para a realização de uma finalidade, sempre de objetivo econômico.
O Estado poderá ter uma participação majoritária ou minoritária; entretanto, mais da metade das ações com direito a voto devem pertencer ao Estado.
A sociedade de economia mista é uma sociedade anônima, e seus funcionários são regidos pela CLT. Frequentemente têm suas ações negociadas em Bolsa de Valores, como por exemplo: Banco do Brasil, Petrobrás, Eletrobrás e Banco do Nordeste.
Empresa Pública
É a pessoa jurídica de capital público, instituído por um Ente estatal, com a finalidade prevista em Lei. A finalidade pode ser de atividade econômica ou de prestação de serviços públicos. 
A Empresa Pública é dotada de personalidade de direito privado, mas submetida a certas regras decorrente da finalidade pública constituídas sob qualquer das formas admitidas em direito (sociedade anônima, empresária limitada, por exemplo), cujo capital seja formado unicamente por recursos públicos. Pode ser federal, estadual ou municipal.
A empresa pública tanto pode ser criada, originariamente, pelo Estado, como ser objeto de transformação de autarquia ou de empresa privada, mas a criação e extinção dependem de autorização específica, sendo organizada e controlada pelo poder público. São exemplos de empresa pública: Caixa Econômica Federal, Correios, Infraero, BNDES, Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro – EMOP.
1.1.3.2. Pessoa Jurídica de Direito Privado Particular
São constituídas apenas com recursos particulares. A pessoa jurídica de direito privado particular pode se revestir da seguinte forma:
Fundação;
Associação;
Organização religiosa;
Partidos políticos; e
As Sociedades. 
Fundação
É uma instituição caracterizada como pessoa jurídica, composta pela organização de um patrimônio, mas que não tem proprietário, nem titular, nem sócios. São constituídas para atender determinada finalidade econômica não distributiva, sem fins lucrativos. São exemplos de fundação: Fundação Roberto Marinho, Fundação Abrinq, Fundação Grupo Boticário, Fundação Gol de Letra.
Associação
É uma organização resultante da reunião legal entre duas ou mais pessoas, comou sem personalidade jurídica, para a realização de um objetivo comum. São exemplos de associações: Associação dos Funcionários do Banco do Brasil - AABB, Associação dos Funcionários do Banco Central do Brasil – ASBAC, Associação Atlética Ponte Preta, Associação Cultural Ilha de Palmares.
Organização Religiosa
É um tipo de pessoa jurídica destinada a abrigar as instituições de cunho religioso. Normalmente arrecadam contribuições para manutenção dos templos e de seus entes participativos e para caridade. Costumam ser associações sem fins lucrativos e isentas de impostos. São exemplos de organizações religiosas: Igreja Católica, Igreja Adventista do Sétimo Dia, Igreja Universal.
Partido Político
É um grupo organizado formal e legalmente constituído, com base em formas voluntárias de participação, em uma associação orientada para influenciar ou ocupar o poder político em um país determinado. São exemplos de partidos políticos: PMDB, PTB, PT, PSDB, etc.
1.2. As sociedades (ou empresas propriamente ditas)
1.2.1. Conceito de empresa
	Uma empresa é um conjunto organizado de meios com vista a exercer uma atividade econômica, que produz e oferece bens e/ou serviços, com o objetivo de atender a alguma necessidade humana.
1.2.2. Classificação das empresas
As empresas podem ser classificadas da seguinte forma:
Pelo setor econômico 
Pelo número de proprietários
Pela natureza jurídica
Pelo tamanho
Pelo fim
1.2.2.1. Pelo setor econômico
Dependendo da atividade da empresa, têm-se as seguintes categorias:
Setor primário;
Setor secundário;
Setor terciário;
Setor quaternário; e
Setor quinário. 
Setor primário
	Esse setor econômico está vinculado às atividades da agricultura, pecuária e extrativismo (vegetal, animal e mineral). Esse setor em geral produz matéria-prima para o abastecimento das indústrias. No Brasil, o setor primário responde por aproximadamente 1/3 do Produto Interno Bruto (PIB) direto, quase metade das exportações totais e uma grande parcela dos empregos diretos. Além disso, o país é um dos principais fornecedores do mercado mundial de alimentos.
O Brasil é um dos líderes mundiais na produção e exportação de vários produtos agropecuários. Lidera o ranking na produção e exportação de café, açúcar, álcool a partir da cana-de-açúcar e suco de laranja. Também está em primeiro lugar das vendas externas de complexo de soja (farelo; óleo e grão), carne bovina, carne de frango. É destaque na produção de milho, arroz, suínos e pescados.
Setor secundário
	Esse setor atua no sistema industrial, enquadrando a produção de máquinas e equipamentos, produção de bens de consumo, construção civil e geração de energia. Nesse caso, o setor em questão atua no processamento da produção do setor primário, além de promover a distribuição dos produtos em forma de atacado. 
	A atividade industrial pode ser artesanal, manufatureira ou fabril, de acordo com a tecnologia utilizada na produção.
Entende-se como atividade artesanal aquela realizada sem o uso de maquinas e tecnologias, é o trabalho manual.
A atividade manufatureira é aquela utilizada na produção de bens em série, usa maquinas simples, tem divisão do trabalho, salário, etc.
Já a atividade fabril é aquela utilizada na transformação de matéria-prima em bens de consumo, com grande investimento de capital e emprego de tecnologias avançadas.
Setor terciário
Esse setor está diretamente ligado a prestação de serviços (nesses estão professores, advogados contadores e profissionais liberais em geral) e o comércio em geral. É um dos principais responsáveis pela economia nacional.
	No caso do setor terciário, o consumo está diretamente relacionado ao comércio varejista. 
Hoje, o setor de comércio e serviços responde por mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Por essa razão, é ainda o setor que mais gera postos de trabalho, com quase 75% dos empregos do país.
Setor quaternário
	O setor quaternário inclui os serviços altamente intelectuais tais como investigação, desenvolvimento e inovação.
	Tradicionalmente se considera como uma parte do setor terciário, mas sua importância cada vez mais crescente e diferencial tem feito que alguns autores destaquem sua consideração como um setor aparte dos outros.
Inclui a indústria de alta tecnologia, de tecnologias da informação e das telecomunicações e algumas formas de investigação cientifica, assim como a educação, a consultoria e a indústria da informação. Pode ser visto como o setor no qual as companhias investem com a perspectiva de assegurar futuras expansões.
	A investigação está orientada para a redução dos custos, expansão de mercados, produção de ideias inovadoras, novos métodos de produção e manufatura, entre outros. 
Setor quinário
	O setor quinário é um setor econômico, de acordo com alguns economistas, que inclui os serviços sem animo de lucro como a saúde, a educação, a cultura, a investigação (não remunerada), a policia, os bombeiros, e outras instituições não governamentais ou mais conhecidas como ONG’s. 
O setor quinário também inclui atividades domésticas como as realizadas pelas empregadas domésticas e pelas babás. Estas atividades são imensuráveis em quantias econômicas pelo diverso, abrangente e impossibilidade de registro, mas fazem uma importante, senão vital contribuição para a economia. 
1.2.2.2. Pelo número de proprietários
	O proprietário da empresa pode ser apenas uma pessoa, no caso das empresas individuais, como pode ser mais de uma, formando uma sociedade (empresas coletivas). 
1.2.2.3. Pela natureza jurídica
	Com a entrada em vigor do Novo Código Civil (Lei nº 10.406, de 2002), fica revogada a primeira parte do antigo Código Comercial de 1850 ("Do Comércio em Geral"), que tratava das sociedades comerciais.
	O Direito Comercial disciplinava apenas as empresas que praticavam os chamados atos de comércio (interposição habitual na troca, com o fim de lucro). Seguindo a orientação jurisprudencial, foi substituído pelo conceito mais amplo e atual de Direito Empresarial, que regulamenta as empresas que praticam qualquer atividade econômica organizada, exceto a intelectual, para a produção ou a circulação de bens ou serviços.
Dessa forma, no Novo Código Civil (NCC), o Livro II – Do Direito de Empresa, está assim dividido:
Título I: Do Empresário 
Título II: Da Sociedade
1.2.2.3.1. Do Empresário (individual)
	Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços (art. 966).
	Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa (parágrafo único). 
É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade (art. 967). A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento que contenha (art. 968):
I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de bens;
II - a firma, com a respectiva assinatura autógrafa;
III - o capital; e
IV - o objeto e a sede da empresa. 
Pelos princípios da novidade e veracidade teremos, sempre, o nome da própria pessoa natural como nome empresarial do empresário individual. Isto é óbvio, porque o empresário individual é a própria pessoa natural. 
	Logo, se a pessoa se chama Pedro Pereira da Silva Júnior, a sua empresa individual terá como nome empresarial: Pedro Pereira da Silva Júnior (princípio da veracidade) ou, caso haja outro Pedro Pereira da Silva Júnior, que já se tenha registrado como empresário individual no Registro Público de Empresas Mercantis poderá/deverá (princípio da novidade) agregar algo mais ao seu nome, para diferenciar do já inscrito, ou utilizar-se de abreviaturas (mas nunca poderá abreviar o último sobrenome). Exemplos:
	Pedro Pereira da Silva Júnior Consultor Técnico;
	P. P. da Silva Júnior;
	P. Pereira da Silva Júnior;Pedro Pereira da Silva Júnior Advogado. 
O empresário individual responderá com seu patrimônio pessoal, capaz de execução, pelas dívidas contraídas, vez que o Direito brasileiro não admite a figura do empresário individual com responsabilidade limitada e, consequentemente, não admite, também, a distinção entre o patrimônio empresarial (o patrimônio do empresário individual afetado ao exercício de sua empresa) e o patrimônio particular da pessoa física (natural – fora da atividade empresarial). 
	Caso venha a admitir sócios, o empresário individual poderá solicitar ao Registro Público de Empresas Mercantis a transformação de seu registro de empresário para registro de sociedade empresária (§ 3º, art. 968). 
Microempreendedor Individual (MEI)
Segundo o Portal do Empreendedor, o Microempreendedor Individual (MEI) é a pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário. Para ser um microempreendedor individual, é necessário faturar no máximo até R$ 60.000,00 por ano e não ter participação em outra empresa como sócio ou titular. O MEI também pode ter um empregado contratado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria.
A Lei Complementar nº 128, de 19 de dezembro de 2008, criou condições especiais para que o trabalhador conhecido como informal possa se tornar um MEI legalizado.
Entre as vantagens oferecidas por essa lei está o registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), o que facilita a abertura de conta bancária, o pedido de empréstimos e a emissão de notas fiscais.
Além disso, o MEI será enquadrado no Simples Nacional e ficará isento dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL). Assim, pagará apenas o valor fixo mensal de R$ 37,20 (comércio ou indústria), R$ 41,20 (prestação de serviços) ou R$ 42,20 (comércio e serviços), que será destinado à Previdência Social e ao ICMS ou ao ISS. Essas quantias serão atualizadas anualmente, de acordo com o salário mínimo.
Com essas contribuições, o Microempreendedor Individual tem acesso a benefícios como auxílio maternidade, auxílio doença, aposentadoria, entre outros. 
Nova lei permite criação de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI)
	Com a publicação da Lei nº 12.441, que altera a Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (NCC), a partir de 2012 o empresário brasileiro não precisará mais ter um sócio para abrir uma empresa, nem terá seus bens comprometidos para, por exemplo, pagar dívidas tributárias, como ocorre hoje com o modelo de empresa individual.
De acordo com a nova lei, “a empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 vezes o maior salário-mínimo vigente no País".
O nome empresarial deverá necessariamente conter a expressão Eireli - constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social - do mesmo modo que ocorre hoje com as sociedades limitadas (Ltda.) e as anônimas (S.A.).
Pela lei, o empresário poderá constituir e participar apenas de uma empresa dessa modalidade. A Eireli poderá resultar também da concentração de quotas de outra modalidade societária num único sócio, não importando os motivos que levaram a essa concentração.
1.2.2.3.2. Da sociedade
Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados (art. 981). A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados (parágrafo único). 
Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais (art. 982). 
	A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos (art. 985). 
As sociedades se dividem em:
Sociedade Não Personificada; e
Sociedade Personificada
1.2.2.3.3. Sociedade não personificada
Em se tratando de direito societário existe uma regra geral, onde encontramos uma personalidade jurídica distinta da sociedade em relação à personalidade de seus sócios, decorrendo de um efeito em relação à responsabilidade desses.
	Não obtendo tal regra geral, o direito sempre admite a existência de sociedade desprovida de personalidade jurídica própria, que são as chamadas sociedades não personificadas. 
A sociedade não personificada desenvolve atividades econômicas, entretanto não possui registros formais dos órgãos fiscais e controle, como por exemplo, junta comercial, cartório de registro de pessoa jurídica, receita federal, previdência social, Estado, Municípios, Órgão de classe (OAB).
	As sociedades não personificadas são divididas em: 
sociedade em comum; e
sociedade em conta de participação. 
Sociedade em Comum (art. 986 a 990) 
	Ocorre quando duas ou mais pessoas se unem informalmente para desenvolver uma atividade econômica sem se preocupar com registros em órgão de controle de fiscalização bem como não se preocupam com os recolhimentos fiscais, trabalhistas e previdenciários. 
	Por ser uma sociedade de fato, os bens e dívidas sociais constituem um patrimônio especial, dos quais os sócios são titulares em comum e assim respondem de forma solidária e ilimitada pelas obrigações sociais.
Sociedade em Conta de Participação (art. 991 a 996)
	A Sociedade em Conta de Participação possui duas espécies de sócios, o Ostensivo e o Participante ou Oculto.
	O sócio ostensivo realiza todas as operações sociais em seu nome ou denominação social, obrigando-se perante terceiros, ou seja, exerce a atividade mercantil e responde ilimitadamente pelas obrigações que em nome próprio assume para o desenvolvimento do negócio. 
	O sócio oculto obriga-se somente perante o sócio ostensivo, nos termos do contrato de constituição da sociedade, não mantendo qualquer relação jurídica com os credores por obrigações assumidas em decorrência do negócio. 
A Sociedade em Conta de Participação não possui denominação social própria, muito menos sede social e capital social definidos, uma vez que aparece sob a denominação social do sócio ostensivo, sendo o único que se obriga perante terceiros. Seus sócios podem convencionar um local para servir de sede e também foro nas ações judiciais.
	Sua constituição não está sujeita as formalidades legais exigidas no caso de formação de outras sociedades, como por exemplo, o registro na Junta Comercial, podendo ser provada sua existência por todo gênero de provas admitidas nos contratos comerciais, como por exemplo: 
O art. 122 do Código Comercial, estabelece que os Contratos Comerciais podem provar-se: por escrituras públicas; por escritos particulares; pelas notas dos corretores, e por certidões extraídas dos seus protocolos; por correspondência epistolar; pelos livros dos comerciantes; e por testemunhas.
Já o art. 136 do Código Civil, dispõe que os atos jurídicos, a que se não impõe forma especial, podem provar-se mediante: confissão; atos processados em juízo; documentos públicos ou particulares; testemunhas; presunção; exames e vistorias; arbitramento.
A prova de existência da Sociedade em Conta de Participação é muito importante para que a mesma não seja confundida com sociedades irregulares ou mesmo de fato. Isso ocorrendo, a falência poderá ser declarada e a responsabilidade dos sócios será solidária e ilimitada.
	Esse tipo de sociedade não pode ser declarada falida e nem pleitear concordata. Se isso ocorrer, recairá exclusivamente sobre o sócio ostensivo. Deve-se atentar para o fato que o contrato entre o sócio ostensivo e o sócio oculto não pode ser levado ao registro. Uma vez o fazendo, ela tornar-se-á sociedade em nome coletivo resultando em responsabilidade solitária e ilimitada entre todos os sócios, inclusive os ocultos. 
A sua dissolução dar-se-á, normalmente, quando do término do negócio empreendido, através de uma prestação de contas do sócio ostensivoaos demais sócios.
	As Sociedades em Conta de Participação são equiparadas às pessoas jurídicas, para os efeitos do Imposto de Renda, sendo que na apuração dos resultados, assim como na tributação dos lucros apurados e dos distribuídos, serão observadas as normas atinentes às pessoas jurídicas em geral (arts. 148 e 149 do Decreto nº 3.000, de 26.3.1999). 
1.2.2.3.4. Sociedade personificada
As sociedades personificadas são sociedades que tem a sua constituição e desenvolvimento da atividade empresarial dentro de uma formalidade legal, distinguindo a personalidade jurídica da empresa da pessoa dos seus sócios.
	As sociedades personificadas estão divididas em:
sociedade simples; e 
sociedade empresaria 
Sociedade Simples (art. 966 e 981) 
	  A sociedade simples é a pessoa jurídica que realiza atividade intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda que com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa (parágrafo único do artigo 966).
	Exemplo típico de sociedade econômica não empresária é aquela constituída por profissionais do mesmo ramo como, por exemplo, a dos advogados, médicos ou engenheiros, cujo contrato social é inscrito no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, salvo quando se tratar de sociedade de advogados que se inscreve apenas na OAB (art. 16 da Lei nº 8.906, de 1994). 
Diversamente, o Novo Código Civil considera empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção e circulação de bens ou de serviços.
            Dessa forma, o indivíduo que trabalha por conta própria, mesmo com a ajuda de colaboradores e de outros profissionais do mesmo ramo, como ocorre em um consultório médico, um escritório de contabilidade ou advocacia (sociedades de profissionais), enquadra-se no conceito de sociedade simples, enquanto o hospital, a empresa de contabilidade e a empresa do ramo imobiliário (atividade organizada) caracterizam como sociedades empresariais. 
Sociedade Empresaria 
	São aquelas que se enquadram no conceito de empresa, devendo ter inscrição no Registro Público das Empresas Mercantis (Junta Comercial) do Estado em que se encontra estabelecida.
         Do texto do art. 966 do Novo Código Civil, constata-se que são quatro os elementos para a caracterização de empresário e, conseqüentemente, da sociedade empresária:
Profissionalismo: Relaciona-se com a habitualidade do desenvolvimento da atividade.
Exercício de atividade econômica: Deve existir o exercício de uma atividade que tenha por fim a criação ou circulação de riquezas.
 Organização: Para a produção de bens e serviços pela empresa, o capital e o trabalho devem ser utilizados de forma coordenada, é a conjugação desses fatores que constitui a atividade considerada organizada.
Escopo de produção ou circulação de bens e serviços: Aqui está, em especial, a característica do empresário que o diferencia do comerciante, trazendo uma figura mais ampla. A ideia de empresário abrange a intermediação e circulação do bem e atinge também todos aqueles que estão envolvidos com o processo de produção. Assim, engloba-se em uma só figura e se dá igual tratamento àqueles que participam do processo de criação e produção e àqueles que têm o papel de intermediário.
	A sociedade empresaria pode ser classificadas da seguinte forma (natureza jurídica):
Sociedade em nome coletivo
Sociedade em comandita simples
Sociedade limitada
Sociedade anônima
Sociedade em comandita por ações
Sociedade cooperativa    
Sociedade em nome coletivo (art. 1039 a 1044) 
	Tipo societário pouquíssimo utilizado, pois exige que os sócios sejam pessoas físicas, com responsabilidade solidária e ilimitada por todas as dívidas da empresa, podendo o credor executar os bens particulares dos sócios, mesmo sem ordem judicial. 
	Sem prejuízo de responsabilidade perante terceiros, os sócios podem limitar entre si a responsabilidade de cada um. 
	A razão social (nome da empresa) deve ser composta pelo nome dos sócios, podendo ser acrescentado a expressão “& Cia” ao final (ex. José e Maria ou José, Maria & Cia).            
Sociedade em comandita simples (art. 1045 a 1051) 
	Tipo societário também pouco utilizado. A sociedade é formada por sócios comanditados (participam com capital e trabalho, tendo responsabilidade solidária e ilimitada pelas obrigações sociais) e comanditários (participam apenas com capital, possuindo responsabilidade limitada ao capital empregado e não participando da gestão dos negócios). Aos comanditados cabem os mesmos direitos e obrigações dos sócios da sociedade em nome coletivo 
	Na razão social deve figurar apenas os sócios comanditados, sob pena de responsabilidade solidária ilimitada do sócio que constar na razão social.  
Sociedade limitada (art. 1052 a 1087) 
	Mais de 90% das empresas no Brasil possuem esse tipo societário, onde a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.
	O contrato social da sociedade limitada poderá prever a regência supletiva pelas normas da sociedade anônima (obrigatório no caso das instituições financeiras).
	Nome: denominação ou nome fantasia, firma ou razão social, acrescida da expressão “Ltda”.    
	Capital social: divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio. 
	Casos omissos: aplicam-se as normas referentes às Sociedades Simples. Como alternativa, podem adotar as normas das sociedades anônimas, desde que expresso no contrato social (é somente nesta hipótese em que surge a obrigatoriedade da publicação dos atos, como prevê o art. 289 da Lei nº 6.404/76).
	Majoração do capital social: possível quando já integralizado todo o capital subscrito, tendo os sócios preferência sobre as novas quotas, mas existe a possibilidade de aquisição por terceiros, desde que não haja oposição de mais de ¼ do capital social.
	Redução do capital social: permitido somente em dois casos, ou seja, quando houver perdas irreparáveis (prejuízos subsequentes, corroendo o capital da empresa) ou quando se considerar que o capital é excessivo em relação ao negócio da empresa (capital alto demais para a atividade da empresa). Se algum credor se sentir prejudicado poderá se opor em até 30 dias da publicação na imprensa (obrigatória) da ata da assembleia em que se decidir pela redução.
	Administração: o diretor não é mais chamado de sócio-gerente, mas de administrador. Se o contrato social permitir administradores não-sócios, a designação deles dependerá de aprovação unânime dos sócios (nos casos de capital não totalmente integralizado) ou de 2/3 do capital social (após efetuada a integralização). Para destituição do cargo de administrador, também é necessário 2/3 do capital social (entretanto o NCC exige ¾ do capital social para modificar o contrato social).
	 Conselho Fiscal: novidade, consiste na faculdade das Limitadas, assim como ocorre nas sociedades anônimas, instituírem o referido conselho (no contrato social), composto por 3 membros (eleitos anualmente entre os sócios ou terceiros), cuja função é analisar as demonstrações financeiras da empresa, apresentadas pelo administrador. Os sócios minoritários que representem pelo menos 1/5 do capital social, tem o direito de indicar um dos 3 membros desse conselho .
	Reuniões e Assembleias: outra novidade é a obrigatoriedade da realização de assembleia para sociedades com mais de 10 sócios (salvo nos casos em que todos os sócios chegarem a um acordo, por escrito e assinado, sobre o assunto debatido), convocada por meio do Diário Oficial e de um jornal de grande circulação (publicação por 3 vezes). Nas empresas com até 10 sócios, pode ser feita uma reunião comum, com regras estipuladas no contrato social (na omissão do contrato, vigora a obrigatoriedade da assembleia).
	 Deliberações: quórum mínimo de presença representando ¾ do capital social (primeira convocação) ou com qualquer número de sócios (segunda convocação). Ao contrárioda legislação anterior (que exigia maioria simples do capital), hoje são necessários:
mais de ¾ do capital social para modificar o contrato social (inclusive incorporação, fusão e dissolução da sociedade);
mais da metade do capital para pedido de concordata, designação, remuneração e destituição de administradores (na nomeação de administrador não sócio, 2/3 ou a unanimidade caso o capital não estiver totalmente integralizado); e
maioria dos votos dos presentes, nos demais casos (salvo estipulação diversa em contrato).	
Responsabilidade dos sócios: apesar de limitada ao capital social, a responsabilidade dos sócios poderá ser tornar ilimitada nos casos de desvio de finalidade da empresa, confusão patrimonial entre a empresa e os sócios, ilegalidade ou abuso dos administradores, casos em que haverá a desconsideração da pessoa jurídica, respondendo os sócios com seus bens particulares. Mesmo em se tratando de transferência de cotas, até 2 anos após oficializada essa transferência, o sócio responde, juntamente com o beneficiário, pelas dívidas contraídas pela empresa quando ele ainda fazia parte da sociedade.
	Exclusão de sócio: desde que a maioria dos sócios (representando mais da metade do capital social) entenda que o sócio a ser expulso está pondo em risco a continuidade da empresa e que haja previsão de exclusão por justa causa no contrato social, podem eles tomar a cota do sócio expulso para si ou repassá-la a terceiros, devendo o sócio excluído receber o valor que houver integralizado de sua quota, descontadas eventuais despesas (ex: juros pelo atraso na integralização). Deve ser realizada a exclusão em assembleia convocada exclusivamente para essa finalidade, respeitada a obrigatoriedade da ciência do acusado em tempo hábil para comparecer e se defender.
Sociedade Anônima 
As sociedades anônimas ou companhias são reguladas pela Lei nº 6.404, de 1976 (Lei das S/A), com as alterações dadas pela Lei nº 9.457, de 1997. De acordo com o art. 1º deste diploma legal "A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço da emissão das ações subscritas ou adquiridas".
	Em relação a sua natureza jurídica, podemos afirmar que a Sociedade Anônima constitui pessoa jurídica de direito privado, nos termos do art. 16, II, do Código Civil atual, mesmo que constituída com capitais públicos, em todo ou em parte (Sociedades de Economia Mista), e qualquer que seja o seu objeto, ela será sempre mercantil e se regerá pelas leis do comércio. 
Principais características da Sociedade Anônima:
a) 	é uma sociedade de capitais. Nelas o que importa é a aglutinação de capitais, e não a pessoa dos acionistas, inexistindo o chamado "intuito personae" característico das sociedades de pessoas;
b) 	divisão do capital em partes iguais, em regra, de igual valor nominal – ações. É na ação que se materializa a participação do acionista;
c) 	responsabilidade do acionista limitada apenas ao preço das ações subscritas ou adquiridas. Isso significa dizer que uma vez integralizada a ação o acionista não terá mais nenhuma responsabilidade adicional, nem mesmo em caso de falência, quando somente será atingido o patrimônio da companhia;
d) 	livre cessibilidade das ações. As ações, em regra, podem ser livremente cedidas, o que gera uma constante mutação no quadro de acionistas. Entretanto, poderá o Estatuto trazer restrições à cessão, desde que não impeça jamais a negociação (art. 36 da Lei nº 6.404/76).; Desta forma, as ações são títulos circuláveis, tal como os títulos de crédito;
e) 	possibilidade de subscrição do capital social mediante apelo ao público;
f) 	uso exclusivo de denominação social ou nome de fantasia;
g) 	finalmente, pode ser Companhia ABERTA ou FECHADA. Na Companhia ou Sociedade ABERTA os valores mobiliários de sua emissão são admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários (art. 4º. da Lei nº 6.404/76). Na FECHADA, não. Há necessidade de que a Sociedade registre a emissão pública de ações no órgão competente – Comissão de Valores Mobiliários (Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976). 
Companhia ou Sociedade Anônima pode ser constituída por SUBSCRIÇÃO PÚBLICA (quando dependerá de prévio registro da emissão na Comissão de Valores Mobiliários e haverá a intermediação obrigatória de instituição financeira – art. 82 da Lei nº 6.404/76) ou por SUBSCRIÇÃO PARTICULAR (quando poderá fazer-se por deliberação dos subscritores em assembleia geral ou por escritura pública – art. 88 da Lei nº 6.404/76).
	Por fim, a Sociedade Anônima deverá ter uma estrutura organizacional composta de: ASSEMBLÉIA GERAL, CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO (facultativo em caso de Companhia Fechada), DIRETORIA e CONSELHO FISCAL, que terão, além das atribuições fixadas na Lei 6.404/76, aquelas determinadas no ESTATUTO SOCIAL. 
A sociedade em comandita por ações tem o capital dividido em ações, regendo-se pelas normas relativas à sociedade anônima, e opera sob firma ou denominação.
	Somente o acionista tem qualidade para administrar a sociedade e, como diretor, responde subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade. Se houver mais de um diretor, serão solidariamente responsáveis, depois de esgotados os bens sociais.
	Os diretores serão nomeados no ato constitutivo da sociedade, sem limitação de tempo, e somente poderão ser destituídos por deliberação de acionistas que representem no mínimo dois terços do capital social. O diretor destituído ou exonerado continua, durante dois anos, responsável pelas obrigações sociais contraídas sob sua administração.	     
Sociedade Cooperativa 
As sociedades cooperativas estão reguladas pela Lei no 5.764, de 1971 que definiu a Política Nacional de Cooperativismo e instituiu o regime jurídico das cooperativas.
	São sociedades de pessoas de natureza civil, com forma jurídica própria, não sujeitas à falência, constituídas para prestar serviços aos associados e que se distinguem das demais sociedades pelas seguintes características (Lei no 5.764, de 1971, art. 4o):
adesão voluntária, com número ilimitado de associados, salvo impossibilidade técnica de prestação de serviços; 
variabilidade do capital social, representado por cotas-partes; 
limitação do número de cotas-partes para cada associado, facultado, porém, o estabelecimento de critérios de proporcionalidade;     
inacessibilidade das quotas partes do capital à terceiros, estranhos à sociedade; 
retorno das sobras liquidas do exercício, proporcionalmente às operações realizadas pelo associado, salvo deliberação em contrário da assembleia geral; 
quorum para o funcionamento e deliberação da assembleia geral baseado no número de associados e não no capital; 
indivisibilidade do fundos de reserva e de assistência técnica educacional e social; 
neutralidade política e indiscriminação religiosa, racial e social; 
prestação de assistência aos associados, e, quando previsto nos estatutos, ao empregados da cooperativa; 
área de admissão de associados limitada às possibilidades de reunião, controle, operações e prestação de serviços.    
	A sociedade cooperativa deverá também (Princípios Cooperativos):
ser constituída pelo número mínimo de associados, conforme previsto no art. 6o da Lei no 5.764, de 1971, ressaltando-se que as cooperativas singulares não podem ser constituídas exclusivamente por pessoas jurídicas, nem, tampouco, por pessoa jurídica com fins lucrativos ou com objeto diverso das atividades econômicas da pessoa física; 
não distribuir qualquer espécie de benefício às quotas-partes do capital ou estabelecer outras vantagens ou privilégios, financeiros ou não, em favor de quaisquer associados ou terceiros, excetuados os juros ao capital; 
permitir o livre ingresso a todos os que desejarem utilizar os serviços prestados pela sociedade, exceto aos comerciantes e empresários que operam no mesmo campo econômico da sociedade, cujo ingresso é vedado (Lei no 5.764, de 1971, art. 29 e §§); 
permitir a cada associado, nas assembléias gerais, odireito a um voto, qualquer que seja o número de suas quotas-partes (Lei no 5.764, de 1971, art. 42).    
Nos termos do art. 6o da Lei no 5.764, de 1971, as sociedades cooperativas são consideradas:
singulares, as constituídas pelo número mínimo de 20 (vinte) pessoas físicas, sendo excepcionalmente permitida a admissão de pessoas jurídicas que tenham por objeto as mesmas ou correlatas atividades econômicas das pessoas físicas ou, ainda, aquelas sem fins lucrativos; 
cooperativas centrais ou federações de cooperativas, as constituídas de, no mínimo, 3 (três) singulares, podendo, excepcionalmente, admitir associados individuais; 
confederações de cooperativas, as constituídas, pelo menos, de 3 (três) federações de cooperativas ou cooperativas centrais, da mesma ou de diferentes modalidades. 
ADMINISTRAÇÃO: A sociedade cooperativa será administrada por uma diretoria ou conselho de administração ou ainda outros órgãos necessários à administração previstos no estatuto, composto exclusivamente de associados eleitos pela assembleia geral, com mandato nunca superior a quatro anos sendo obrigatória a renovação de, no mínimo, 1/3 do conselho de administração (Lei no 5.764, de 1971, art. 47).
FISCALIZAÇÃO: A administração da sociedade cooperativa será fiscalizada, assídua e minuciosamente, por um conselho fiscal, constituído de três membros efetivos e igual número de suplentes, todos associados eleitos anualmente pela assembleia Geral, sendo permitida apenas a reeleição de 1/3 dos seus componentes (Lei no 5.764, de 1971, art. 56). 
DENOMINAÇÃO SOCIAL: Neste tipo societário será sempre obrigatória a adoção da expressão “Cooperativa” na denominação, sendo vedada a utilização da expressão “Banco”.
TIPOS DE COOPERATIVAS: Existe atualmente 11 tipos de cooperativas segundo seu campo de ação, ou seja, o tipo de atividade em que as cooperativas operam, conforme a necessidade dos cooperados a que atendem. Há outras denominações genéricas para o que chamamos de tipos de cooperativa, como ramos ou segmentos cooperativistas, que significam a mesma coisa.
Os tipo de cooperativas são: AGROPECUÁRIO; CONSUMO; CRÉDITO; EDUCACIONAL; HABITACIONAL; TRABALHO; MINERAL; PRODUÇÃO; SAÚDE; SERVIÇOS; ESPECIAL.
1.2.2.4. Pelo tamanho
	A empresa pode ser ainda categorizada pelo seu tamanho, de acordo com um ou uma série de critérios, como o número de empregados, volume de negócios, etc. Uma forma rápida para traduzir genericamente este compêndio de critérios é dizer que a empresa pode ser: Microempresa; Empresa de Pequeno Porte; Empresa de Médio Porte; Empresa de Grande Porte.
Microempresa
	Uma microempresa (ME) é uma empresa com faturamento anual reduzido, cujo pagamento de impostos pode ser realizado de forma simplificada. 
	No Estatuto da Micro e Pequena Empresa, de 1999, o critério adotado para conceituar microempresa é a receita bruta anual, cujos valores foram atualizados pelo Decreto nº 5.028/2004, de 31 de março de 2004: receita bruta anual igual ou inferior a R$ 433.755,14. 
	É importante ressaltar que o regime simplificado de tributação – SIMPLES NACIONAL, que é uma lei de cunho estritamente tributário, adota um critério diferente para enquadrar microempresa. O limite é: receita bruta anual igual ou inferior a R$ 360.000,00.
Empresa de Pequeno Porte
	Uma empresa de pequeno porte (EPP), da mesma forma que uma microempresa, é uma pessoa jurídica com faturamento reduzido. No Estatuto da Micro e Pequena Empresa, de 1999, o critério adotado para conceituar empresa de pequeno porte é o mesmo da microempresa, ou seja, a receita bruta anual, cujos valores, atualizados pelo Decreto nº 5.028/2004, são: receita bruta anual superior a R$ 433.755,14 e igual ou inferior a R$ 2.133.222,00. 
	No caso do SIMPLES, o limite é: receita bruta anual superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00.
Empresa de Médio Porte
	As pequenas e médias empresas são agentes com lógicas, culturas, interesses e espírito empreendedor próprios, cuja maior vantagem é a capacidade para mudar rapidamente a sua estrutura produtiva em reação às necessidades do mercado, o que é muito mais difícil numa grande empresa, com um grande número de empregados e grandes somas de capital investido. 
	No Brasil, uma empresa de médio porte, segundo o IBGE, é caracterizada pela quantidade de funcionários que ela possui. Se for indústria, é considerada como média, empresas com 100 a 499 empregados. Caso ela seja uma empresa comercial ou de serviços, ela poderá ter de 50 a 99 empregados para ser considerado uma empresa média. Ela também poderá ser considerada média se tiver mais de R$ 3.600.000,00 de receita bruta anual.
Empresa de Grande Porte
	Empresa de grande porte ou Grande empresa é uma empresa que recebe tratamento diferenciado por alguns governos por possuírem uma estrutura de maior capacidade de produção. Geralmente a diferença é baseada pela quantidade de empregados ou faturamento. O tratamento diferenciado pode ser caracterizado por cobrança de mais impostos ou incentivos fiscais específicos.
	Existem várias leis que buscam especificar o que é uma empresa de grande porte. A Lei N° 10.165, de 27 de dezembro de 2000, no artigo 17-D, estabelece que: III – empresa de grande porte, a pessoa jurídica que tiver receita bruta anual superior a R$ 12.000.000,00. 
	Já a lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007 no artigo art. 3°, estabelece que: Considera-se de grande porte, para os fins exclusivos desta Lei, a sociedade ou conjunto de sociedades sob controle comum que tiver, no exercício social anterior, ativo total superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) ou receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais). 
	Segundo o IBGE para Indústria a empresa é considerada de grande porte se tiver mais de 500 empregados. Se for Comércio ou Serviços, mais de 100 empregados. Mas não existe fundamentação legal sobre a classificação por quantidade de empregados.
1.2.2.5. Pelo fim
Segundo a finalidade, uma empresa pode ter:
 fim lucrativo 
fim não lucrativo 
	Essa divisão, parte da antiga conceituação de Empresa, uma associação organizada ou empreendimento ou ainda uma firma ou pessoa jurídica que explora uma determinada atividade com objetivo de lucro.
	
Exercícios
Complete as cruzadas até formar o conceito jurídico que expressa a aptidão genérica das pessoas para adquirir direitos e obrigações:
Sociedade de economia mista que atua na exploração e produção, refino, comercialização e transporte de óleo e gás natural.
Tipo de sociedade constituída por pelo menos três federações de cooperativas ou cooperativas centrais, da mesma ou de diferentes modalidades.
Nome do Sistema de cooperativas de crédito com predominância no sul do País.
Dividem-se em físicas e jurídicas.
Reunião coletiva de pessoas que celebram contrato e se obrigam, reciprocamente, a contribuir com bens e serviços para o exercício de atividade econômica.
Empresa pública responsável pela administração dos aeroportos brasileiros.
Pessoa jurídica de direito público, criada por lei específica, que dispõe de patrimônio próprio e realiza atividades típicas de Estado, de forma descentralizada.
Tipo de sociedade empresária, cujo capital social, subscrito pelos sócios, divide-se em quotas.
Setor econômico vinculado as atividades da agricultura, pecuária e o extrativismo.
Pessoa jurídica composta pela organização de um patrimônio, mas que não tem proprietário, nem titular, nem sócios.
Tipo de sociedade empresária, que pode ser constituída na forma aberta ou fechada.
 Órgão responsável pela gestão de uma empresa, cujos membros são escolhidos pelo Conselho de Administração.
Tipo societário, constituído por pessoas que desenvolvem atividade intelectual, de natureza científica, literária ou artística.
Órgão de comércio responsável pelo registro de atividades ligadas às sociedades empresariais.
 Segundo o fim, uma empresa pode ser?
Tipo de empresa com faturamento anual reduzido, cujo pagamento de impostos pode ser realizadode forma simplificada.
Tipo de pessoa, sujeita às leis da natureza, com direito à liberdade, à integridade física, à saúde e a outros direitos de personalidade.
Pessoa jurídica de direito público interno, que geralmente goza de status diferenciado das demais unidades administrativas.
Responsabilidade do empresário individual pelas dívidas contraídas no âmbito de suas atividades.
Sociedade de pessoas, de natureza civil, não sujeita à falência.
Tipo de classificação das empresas, que leva em consideração o número de empregados e o volume de negócios.
Unidade II – Legalização de uma empresa
Trabalho de pesquisa relacionado ao tema “Processo de legalização de empresas”.
Objetivo: Cada grupo deverá elaborar um ato de constituição de uma determinada empresa que deverá ser entregue como material escrito, além disso, deverão fazer uma apresentação sobre o processo de legalização dessa empresa, especificando os tramites legais, estimativa de prazo e custos.
GRUPO 1 
Natureza jurídica: Empresário Individual
Número de proprietários: 01
Setor de atuação: Setor Terciário
Objeto social (atividades): Representante Comercial
Tamanho: Microempresa
Capital inicial: R$ 3.000,00
GRUPO 2 
Natureza jurídica: EIRELI
Número de proprietários: 01
Setor de atuação: Setor Terciário
Objeto social (atividades): Comércio Varejista de Calçados
Tamanho: Microempresa
Capital inicial: R$ 100.000,00
GRUPO 3 
Natureza jurídica: Sociedade Simples
Número de proprietários: 2 pessoas
Tipo societário: Sociedade Limitada (Ltda.)
Setor de atuação: Setor Terciário
Objeto social (atividades): Consultório Médico
Tamanho: Microempresa
Capital inicial: R$ 10.000,00
GRUPO 4
Natureza jurídica: Sociedade “Empresária” Limitada
Número de proprietários: quantidade de pessoas de grupo
Tipo societário: Sociedade Limitada (Ltda.)
Setor de atuação: Setor Terciário
Objeto social (atividades): Clínica Médica
Tamanho: Empresa de Pequeno Porte
Capital inicial: 10.000 quotas de R$ 1,00 cada uma X número de sócios
GRUPO 5
Natureza jurídica: Sociedade “Empresária” Limitada
Número de proprietários: quantidade de pessoas de grupo
Tipo societário: Sociedade Limitada (Ltda.)
Setor de atuação: Setor Secundário
Objeto social (atividades): Construção Civil (serviços de construção e reforma)
Tamanho: Empresa de Médio Porte
Capital inicial: 20.000 quotas de R$ 1,00 cada uma X número de sócios
GRUPO 6
Natureza jurídica: Sociedade Anônima (sem ações negociadas na bolsa, apenas registro na CVM)
Número de proprietários: quantidade de pessoas de grupo
Tipo societário: Sociedade Anônima (S/A ou Cia)
Setor de atuação: Setor Secundário
Objeto social (atividades): Fabricação de Computadores. 
Tamanho: Empresa de Grande Porte
Capital inicial: R$ 15.000.000,00 divido em 15.000.000 de ações ordinárias nominativas, sem valor nominal, de R$ 1,00 cada uma (dividir as ações e o capital entre os acionistas)
GRUPO 7
Natureza jurídica: Sociedade Cooperativa (ramo: serviços)
Número de proprietários: 20 pessoas
Tipo societário: Sociedade Limitada (Ltda.)
Setor de atuação: Setor Terciário
Objeto social (atividades): Cooperativa de Serviços de Transporte 
Capital inicial: R$ 10.000,00, divido em 20 quotas-partes, de R$ 500,00, cada uma
Unidade III – Títulos de crédito
3.1. Conceito de títulos de crédito
	De maneira geral, denominam-se títulos de crédito os papéis representativos de uma obrigação e emitidos em conformidade com a legislação específica de cada tipo ou espécie. A definição mais corrente para título de crédito é "documento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, nele mencionado" (Vivante).
	Os elementos fundamentais para se configurar o crédito decorrem da noção de confiança e tempo. A confiança é necessária, pois o crédito se assegura numa promessa de pagamento, e o tempo também, pois o sentido do crédito é, justamente, o pagamento futuro combinado, pois se fosse à vista, perderia a ideia de utilização para devolução posterior.
	A classificação mais importante dos títulos de crédito é feita quanto a sua circulação, da seguinte maneira:
Títulos ao portador, que são aqueles que não expressam o nome da pessoa beneficiada. Tem como característica a facilidade de circulação, pois se processa com a simples tradição.
Títulos nominativos, que são os que possuem o nome do beneficiário. Portanto, tem por característica o endosso em preto
Títulos à ordem, que são emitidos em favor de pessoa determinada, transferindo–se pelo endosso.
3.2. Principais elementos dos títulos de créditos
Sacador 
É aquele que dá a ordem de pagamento ex: determina que uma quantia seja paga de uma pessoa a outra.
Sacado 
É a pessoa a quem a ordem é dirigida, o destinatário da ordem que deverá dentro das condições estabelecidas, realizar o pagamento ordenado.
Tomador 
É o beneficiário da ordem de pagamento, em favor de quem fez dita a ordem.
Aceite
Consiste no ato pelo qual uma pessoa se vincula a uma obrigação, colocando sua assinatura no título contra ela sacado. O momento do aceite será qualquer data anterior à do vencimento do título. O aceitante é o devedor principal do título; caso haja recusa ao aceite, ocorre o vencimento antecipado do título, podendo o beneficiário cobrar diretamente do sacador.
Aval
Aval é a obrigação que uma pessoa assume por outra, a fim de garantir o pagamento de um título de crédito, aquele que concede o aval se denomina avalista, e a pessoa em favor de quem é concedido se chama avalizado.
	A simples assinatura na parte da frente do título é considerado aval, desde que não se trate das assinaturas do sacado e sacador.
O aval também pode ser escrito no verso do título, ou em folha anexa, devendo se exprimir pelos termos "bom para aval" ou qualquer outra equivalente e assinado pelo avalista.
	Na concessão do aval deve ser indicado quem é o avalizado, se houver omissão considerar-se-á que o aval foi dado em favor do sacador.
	O avalista é responsável pelo pagamento do título da mesma forma que o avalizado, isto posto, o credor, na época do vencimento, poderá optar por cobrar diretamente do avalista o seu crédito.
Mesmo sendo nula a obrigação do avalizado, continua valendo a do avalista, a exceção dessa regra ocorre apenas se houver vício na formação do título.
	Exceto no regime de separação absoluta, nenhum dos cônjuges poderá sem autorização do outro, prestar aval, essa regra é estabelecida no Código Civil no artigo 1647, inciso III. 
	Na hipótese do avalista quitar o débito, poderá cobrar o que pagou do avalizado, ou daqueles que anteriormente ao aval haviam se obrigado pelo pagamento do título.
Diferenças entre o Aval e a Fiança
O aval e a fiança apesar de terem pontos em comum são distintos, a seguir citamos as diferenças entre ambos:
1. A fiança é um contrato previsto no Código Civil nos artigos 818 e seguintes. O aval é uma forma de garantia própria dos títulos de crédito, a qual ocorre por meio de uma simples declaração de vontade do avalista.
2. O aval, como regra geral, deve ser lançado diretamente no título e continua valendo mesmo sendo nula a obrigação do avalizado, exceto se houver vício de forma, já a fiança é um contrato acessório que depende para sua existência do contrato principal, desse modo, sendo nula a obrigação do afiançado, se extingue também a obrigação do fiador.
3. O avalista se equipara ao avalizado, assim sendo o credor tem a opção de cobrar a dívida diretamente do avalista, enquanto que na fiança há o benefício de ordem, ou seja, o fiador pode exigir no caso de não cumprimento da obrigação, que o credor cobre primeiro o afiançado.
Endosso
Dentre as características dos títulos de crédito está a circulabilidade, isto é, a possibilidade dele circular, trocando de credor. 
	Sendo o título ao portador a transferência se faz pela tradição, que é a entrega do título por seu detentor a outra pessoa, que por sua vez passará a ser o novo credor. 
	Quando no título estiver prevista a cláusula "à ordem", como por exemplo, "Paguese ao Fulano ou à sua ordem", o credor somente poderá transferir o título pelo endosso.
Geralmente o endosso ocorre pela simples assinatura do credor no verso do título, e neste caso não é necessário colocar o nome do endossatário, ou seja, se faz o endosso em branco, porém o endosso pode ser também lançado na frente ou em folha ligada ao título, nessas duas últimas hipóteses o endosso deve ser nominativo ou em preto, isto é, precisa informar o nome do endossatário, como por exemplo, "Pague-se ao Mário ou à sua ordem". 
Assim sendo endosso é o ato jurídico pelo qual se transfere um título de crédito à ordem, o credor do título quando o transfere pelo endosso é denominado de endossante, e aquele que recebe o título pelo endosso se chama endossatário. 
	Em suma, nos principais títulos de crédito o endossante é responsável pela dívida, salvo disposição em contrário.
O novo Boleto de Pagamento (Febraban)
Por meio da Circular nº 3.598, de 2012, do Banco Central do Brasil, os boletos de cobrança bancária estão mudando. Com uma linguagem mais simples e em duas versões, para pagamento de uma compra e para divulgação de produtos e serviços, clientes e emissores se beneficiam da maior clareza e segurança dos novos modelos.
A Circular nº 3.598 padroniza a forma de emissão de boleto, estabelecendo regras para sua emissão e implementa uma nova sistemática de liquidação interbancária. As principais são:
Institui o boleto de pagamento, que a partir de agora passa a ter dois tipos: o boleto de cobrança e o boleto de proposta, com funcionalidades e regras de emissão específicas e distintas uma da outra; 
Altera as nomenclaturas de cedente e sacado, que passam a ser chamadas como beneficiário e pagador, respectivamente;
Extingue os conceitos de data de vencimento “a vista” ou “contra apresentação”, estabelecendo que todos os boletos tenham como informação obrigatória a “data de vencimento” e o seu respectivo “valor”;
Obriga que todos os boletos de pagamento contenham o CPF ou CNPJ, endereço e nome do beneficiário; e
Obriga que os boletos de valor igual ou maior que o VR (valor de referência) – Boleto, hoje em R$ 250 mil, sejam liquidados por meio do Sistema de Transferência de Reservas do Bacen – STR entre as instituições recebedora e beneficiária.
O objetivo é padronizar a forma de emissão dos boletos de pagamento, especialmente em relação ao boleto de proposta vinculado à oferta de produto ou serviço de qualquer natureza, dando maior transparência e segurança aos envolvidos no processo de emissão e pagamento dos boletos, quer sejam pessoas ou empresas. 
Vale ressaltar que a emissão de um boleto de pagamento somente pode ser feita por instituições financeiras. Os beneficiários (empresas), porém, são empresas de diversos segmentos de mercados, como editoras, escolas, jornais, seguradoras, e-commerce, etc. 
Qual a diferença entre o boleto de cobrança e o boleto de proposta? O boleto de cobrança está vinculado à existência de uma transação comercial, de qualquer natureza, pela qual o pagador tem a obrigação de quitar um determinando valor ao beneficiário. Já o boleto de proposta não tem qualquer vinculação comercial. Não há, portanto, obrigatoriedade de pagamento. Se o consumidor decidir pagar, ele estará manifestando a vontade de adquirir o produto ou serviço ofertado. 
Principais características de um boleto de proposta:
Ser emitido com a autorização expressa do pagador;
Informar com destaque que se trata de um boleto de proposta; 
O pagamento é facultativo e a falta de pagamento do boleto de oferta não acarreta protestos, cobranças judiciais ou extrajudiciais ou a inclusão do nome do pagador em cadastros de restrição ao crédito;
O pagamento do boleto de proposta constitui obrigação do beneficiário em cumprir a oferta efetuada ao pagador.
As mudanças para empresas 
O beneficiário pode obter a autorização do pagador por telefone, por carta, por e-mail, ou outro mecanismo manual ou eletrônico, desde que consiga provar, em caso de questionamento, a sua veracidade, notadamente no que tange a apresentação prévia dos detalhes do produto ou serviço oferecidos.
Impactos das mudanças para os clientes dos bancos, sejam beneficiário ou pagador
	Para os beneficiários será importante observar a obrigatoriedade de constar nos boletos de pagamento, independentemente de ser um boleto de cobrança ou boleto de proposta, os seus dados (CPF ou CNPJ, Nome e Endereço), notadamente quando o boleto for acima de R$250 mil. Isso porque, a informação do CPF e CNPJ do beneficiário deverá ser informada pelo pagador no momento da liquidação do boleto.
	Já para os pagadores, além da regulamentação do boleto de proposta viabilizando as alterações mencionadas, outra alteração é a mudança na liquidação nos boletos de pagamento de valor igual ou superior a R$250 mil. A liquidação estará condicionada ao horário limite de 17hs (dependendo de cada instituição financeira), devendo, ainda, obrigatoriamente, ser informado o CPF ou CNPJ tanto do pagador quanto do beneficiário.
	Além disso, o boleto de pagamento deverá ter impresso no campo “data de vencimento”, a data correspondente ao vencimento da obrigação assumida pelo pagador, ou no caso de boleto de proposta, a data máxima para o aceite da oferta. 
	Os clientes que utilizam a sistemática de pagamento de boletos por meio de arquivo eletrônico deverão ajustar seus sistemas para que, no caso de pagamento de boleto de valor igual ou maior que R$250 mil, sejam informados o CPF e CNPJ do próprio pagador e do beneficiário. Entretanto, se no momento em que for realizado o pagamento de um boleto de valor igual ou maior que R$ 250 mil não for informado o CPF ou CNPJ do beneficiário ou pagador, a liquidação do boleto não será processada. 
Agora, se no boleto de pagamento não constar a informação do CNPJ ou CPF do beneficiário ou do próprio pagador, o pagador deve entrar em contato com o beneficiário para que ele informe os dados de seu CPF ou CNPJ. Quanto aos dados do pagador, informar os próprios dados da empresa para a qual o boleto foi emitido.
No caso de boletos de pagamento apresentados por bancos correspondentes, devem conter sempre o CNPJ do fornecedor da mercadoria ou da prestação de serviço que constar da nota fiscal ou da duplicata que deu origem à obrigação do pagamento. No caso de boletos de pagamento apresentados por “terceiros”, factoring, por exemplo, também deve ser informado o CNPJ do fornecedor da mercadoria ou da prestação de serviço, de acordo com o contido na nota fiscal ou duplicata que deu origem à obrigação do pagamento.
O termo “sacador/avalista” continua existindo e serve para informar ao pagador quem foi o emitente original da nota fiscal ou duplicata que deu origem à obrigação de pagamento. Essa informação é normalmente utilizada por “terceiros”, que constam como beneficiários em boleto de pagamento.
Os boletos apresentados ao pagador por meio do DDA – Débito Direto Autorizado, além de oferecer total segurança quanto aos dados apresentados ao pagador, permite que a IF recebedora capture os dados legítimos do beneficiário e do pagador, reduzindo o processo operacional de pagamento.
Se houver devolução do pagamento pela IF destinatária no dia seguinte ao vencimento do boleto, como previsto na Circular 3.598, o pagador deverá procurar a IF destinatária para efetuar o seu pagamento, pois é expressamente proibido o pagamento de boleto vencido em outra instituição que não a própria emitente, exceto no caso de boletos apresentados por meio do DDA. Caso o boleto não esteja vencido, o novo pagamento poderá ocorrer em qualquer instituição financeira.
3.3. Espécies de títulos de crédito
	Os tipos de títulos de créditos utilizados nos Brasil são:
 Letra de Câmbio
 Nota Promissória
 Duplicata
 Debêntures
 Cheque 
3.4. Letra de Câmbio
	A letra de câmbio é uma ordem de pagamento, sua criação ocorre por meio de um ato chamado saque. Nela são necessárias três partes, a primeira é o sacador que faz o saque criando assim a letra, a outra é o sacado o qual deveráefetuar o pagamento, e o terceiro é o tomador ou beneficiário, que por sua vez receberá o pagamento.
	Para exemplificar a formação de uma letra de câmbio, citamos a seguinte hipótese:
“Pedro, dentro de vinte dias precisará efetuar o pagamento de R$ 500,00 (quinhentos reais) referente ao aluguel de sua casa ao locador Mário, porém na data do vencimento estará fora da cidade, bem como, no mesmo dia, tem a receber de Benedito aquela quantia pelos serviços de pedreiro que lhe prestou, assim sendo, considerando seu crédito futuro faz o saque de uma Letra de Câmbio de R$ 500,00 (quinhentos reais), com vencimento para daqui a vinte dias, tendo como sacado o Benedito e como beneficiário o Mário, ou seja, por meio da letra de câmbio Pedro deu ordem ao Benedito, para que efetue na data combinada o pagamento diretamente ao Mário.”
	O ato do Benedito (sacado) que demonstra sua concordância com a ordem se denomina "aceite", e após ter sido concedido, o Mário (beneficiário) deverá cobrar diretamente do Benedito seu crédito.
	Uma das características dos títulos de crédito é a circulabilidade, ou seja, pode ser transmitido a outro, o qual passará a ser o credor do título. A transferência da letra de câmbio para terceiro se faz pelo endosso, quem transmite o título por meio de endosso é denominado de endossante, e o que recebe o título é chamado de endossatário.
	Dando seqüência no exemplo citado, o Mário que é o beneficiário da letra pode transferi-la por meio de endosso a terceiro, e assim sucessivamente.
	É possível que a letra de câmbio seja garantida por aval, isso ocorrendo, o avalista passa a ser responsável pelo pagamento da mesma forma que o avalizado.
	Não sendo pago o título no seu vencimento, poderá ser efetuado o protesto e a cobrança judicial do crédito, que se dá por meio da ação cambial, que é executiva, porém para que o credor possa agir em juízo é necessário que esteja representado por advogado.
	A letra de câmbio deve obrigatoriamente conter os seguintes requisitos:
A palavra "letra" escrita no próprio título.
A ordem de pagar uma quantia em dinheiro.
O nome daquele que deve pagar (sacado).
A época do pagamento.
A indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento.
O nome da pessoa a quem, ou a ordem de quem deve ser paga.
A indicação da data em que, e do lugar onde a letra é paga.
A assinatura de quem passa a letra (sacador). 
	A letra de câmbio não é um título de larga utilização no Brasil, pois nas operações comerciais entre vendedor e comprador, o único título de crédito que pode ser sacado é a duplicata.
3.5. Nota Promissória
	A nota promissória é uma promessa de pagamento, para seu nascimento são necessárias duas partes, o emitente ou subscritor, criador da promissória no mundo jurídico, e o beneficiário ou tomador que é o credor do título.
	Para exemplificar a constituição de uma nota promissória citamos a seguinte hipótese, Pedro empresta R$ 1.000,00 (mil reais) ao seu amigo José, que por sua vez se compromete a efetuar o pagamento do empréstimo em trinta dias, assim sendo, emite uma nota promissória no valor do empréstimo onde o beneficiário é o Pedro, com vencimento para trinta dias da data.
	Como nos demais títulos de crédito a nota promissória pode ser transferida a terceiro por endosso, bem como nela é possível a garantia do aval. 
	Caso a nota promissória não seja paga em seu vencimento poderá ser protestada, como ainda será possível ao beneficiário efetuar a cobrança judicial, a qual ocorre por meio da ação cambial que é executiva, no entanto a parte só pode agir em juízo se estiver representada por advogado legalmente habilitado.
	A nota promissória é prevista no decreto 2044 de 31 de dezembro de 1908 e na Lei Uniforme de Genebra, seus requisitos são os seguintes:
A denominação "nota promissória" lançada no texto do título.
A promessa de pagar uma quantia determinada. 
A época do pagamento, caso não seja determinada, o vencimento será considerado à vista.
A indicação do lugar do pagamento, em sua falta será considerado o domicílio do subscritor (emitente). 
O nome da pessoa a quem, ou a ordem de quem deve ser paga a promissória.
A indicação da data em que, e do lugar onde a promissória é passada, em caso de omissão do lugar será considerado o designado ao lado do nome do subscritor.
A assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor).
3.6. Duplicata
	A duplicata é disciplinada pela Lei nº 5.474/68, nessa legislação é determinado que nas vendas efetuadas dentro do território nacional, com prazo não inferior a trinta dias, o vendedor extrairá a respectiva fatura para apresentação ao comprador.
	A fatura por sua vez, é a relação das mercadorias vendidas discriminadas pelo tipo, quantidade e valor.
	Da fatura poderá ser extraída uma duplicata para circulação com efeito comercial, não sendo admitido qualquer outro título de crédito para efetuar o saque do vendedor pela importância faturada ao comprador.
	Desde 1970 as Secretarias Estaduais da Fazenda autorizaram a emissão de um documento único denominado nota fiscal-fatura, o qual possui efeito tributário e comercial, assim sendo, da nota fiscal-fatura é emitida a duplicata que é um título de crédito representativo de uma operação comercial.
	Ao contrário da letra de câmbio, da nota promissória e do cheque, a duplicata é classificada como sendo um título de crédito causal, pois sempre está vinculada a uma causa que é um negócio comercial. 
	O comerciante que emite duplicatas é obrigado a efetuar o registro das mesmas em livro próprio, e cada duplicata emitida não pode corresponder a mais de uma fatura. 
	Não obstante a definição legal dos requisitos necessários à confecção da duplicata, seu modelo foi padronizado por resolução do conselho monetário nacional.
	A duplicata deverá ser aceita pelo comprador, podendo se recusar em dar o aceite desde que:
Haja avaria ou não recebimento das mercadorias, quando estás não forem enviadas ou entregues por conta e risco do próprio comprador.
Haja defeitos e diferenças na qualidade, ou quantidade das mercadorias.
Haja divergências nos prazos ou preços ajustados.
	Como nos demais títulos de crédito, a duplicata pode ser transferida por endosso, bem como nela é cabível a garantia do aval. 
	Os requisitos da duplicata são os seguintes: 
A denominação "duplicata", a data da sua emissão e o número de ordem.
O número da fatura.
A data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista.
O nome e domicílio do vendedor (sacador) e do comprador (sacado).
A importância a pagar em algarismos e por extenso.
A praça de pagamento.
A cláusula à ordem.
A declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, devendo ser assinada pelo comprador como aceite cambial.
	A duplicata pode ser protestada por falta de aceite, por falta de sua devolução pelo comprador quando tiver sido enviada para aceite, bem como por falta de pagamento. Na hipótese do sacado (comprador) reter o título, o protesto poderá ser efetuado por meio de triplicata, ou por simples indicação de seus dados pelo comprador.
	O lugar para efetuar o protesto é o da praça de pagamento que constar na duplicata.
	A duplicata é um título executivo, podendo ter cobrança judicial, efetuada por meio da Ação de Execução.
	Caso a duplicata não tenha sido aceita pelo sacado, a propositura da ação judicial dependerá cumulativamente dos seguintes requisitos:
O protesto da duplicata pela falta de pagamento. 
A recusa do sacado em dar o aceite, sem nenhum motivo autorizado pela lei.
Comprovação da efetiva entrega e recebimento da mercadoria.
3.7. Debêntures
	Debênture é um título de crédito representativo de empréstimo que uma companhia faz junto a terceiros e que assegura a seus detentores direito contra a emissora, nas condições constantes da escritura de emissão.
	Para emitir uma debênture uma empresa tem que ter uma escritura de emissão, onde estão descritos todos os direitos conferidos pelos títulos, suas garantias e demais cláusulas e condições da emissão e suascaracterísticas.
	São emitidos pelas sociedades anônimas, representativas de empréstimos contraídos pelas mesmas, cada título dando, ao debenturista, idênticos direitos de crédito contra as sociedades, estabelecidos na escritura de emissão.
	A captação de recursos pela sociedade através de debêntures gera um lançamento contábil em seu ativo (caixa) e outro em seu passivo (circulante e/ou exigível a longo prazo).
	A finalidade desse tipo de financiamento é a de satisfazer, de maneira mais econômica, as necessidades financeiras das sociedades por ações, evitando, com isso, os contra-tempos das constantes e caras operações de curto prazo, junto ao mercado financeiro.
	Dessa forma, as sociedades por ações têm à sua disposição as facilidades necessárias para captação de recursos junto ao público, a prazos longos e juros mais baixos, com atualização monetária e resgates a prazo fixo ou mediante sorteio, conforme suas necessidades para melhor adequar o seu fluxo de caixa.
	Assim, uma vez identificada a necessidade de captação de recursos financeiros de terceiros, para concretização de investimentos e para o cumprimento de obrigações assumidas anteriormente, a administração da empresa levará ao Conselho de Administração ou à Assembleia Geral proposta para que seja contraído empréstimo público, normalmente a longo prazo, mediante a emissão de debêntures.
	O Conselho ou a Assembleia, obedecendo ao que dispuserem os estatutos, estabelecerá as características do empréstimo, fixando as condições de emissão, tais como: montante, número de debêntures, prazo, data de emissão, juros, deságio, amortizações ou resgates programados, conversibilidade ou não em ações, atualização monetária, e tudo o mais que se fizer necessário, deliberando a respeito.
	Uma vez aprovada a emissão de debêntures, cabe à administração da sociedade praticar todos os atos necessários para a efetivação do empréstimo, mediante a colocação dos títulos junto ao público, de forma a satisfazer as suas necessidades de recursos.
	Os debenturistas têm proteção legal por meio da escritura de emissão e do agente fiduciário.
	A escritura de emissão é um documento legal que especifica as condições sob as quais a debênture foi emitida, os direitos dos possuidores e os deveres da emitente. Trata-se de documento extenso contendo cláusulas padronizadas, restritivas e referentes à garantia. Da escritura constam, entre outras, as seguintes condições: montante da emissão; quantidade de títulos e o valor nominal unitário; forma; condições de conversibilidade; espécie; data de emissão; data de vencimento; remuneração; juros; prêmio; cláusula de aquisição facultativa e/ou resgate antecipado facultativo; condições de amortização.
	O agente fiduciário é uma terceira parte envolvida na escritura de emissão, tendo como responsabilidade assegurar que a emitente cumpra as cláusulas contratuais.
3.8. Cheque
	O cheque é um título de crédito que representa uma ordem de pagamento à vista, para sua existência deve haver três partes, a primeira é o sacador (correntista) que por meio do saque cria o cheque, a segunda é o sacado, o qual recebe a ordem de pagamento e necessariamente deverá ser um banco, o terceiro é o tomador ou beneficiário, esse é o credor que deverá receber o pagamento.
	Para que o banco sacado efetue o pagamento do cheque, se faz necessário que o sacador seja correntista e em sua conta exista suficiente provisão de fundos.
	Tanto o cheque como a letra de câmbio são títulos de créditos pelos quais se efetua ordem de pagamento, no entanto, o cheque é uma ordem de pagamento à vista, que sempre deverá ter como sacado uma instituição bancária e nele é proibido o aceite, enquanto que a letra de câmbio pode ser com vencimento futuro, não é necessário que o sacado seja um banco e é cabível o aceite.
	O cheque deverá conter os seguintes requisitos: a denominação "cheque" inscrita no contexto do título; a ordem incondicional de pagar quantia determinada; o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado); a indicação do lugar do pagamento, se esse não constar será considerado o lugar designado junto ao nome do sacado; a indicação da data e do lugar da emissão, caso não conste, se considera emitido o cheque no lugar indicado junto ao nome do emitente; a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes especiais. 
	É cabível a garantia do aval no cheque, o avalista passa a se responsabilizar pelo pagamento da mesma forma que seu avalizado.
	Como nos demais títulos de crédito, o cheque também pode ser transmitido a terceiro por endosso, sendo ao portador, a transmissão pode ocorrer por meio da tradição, que é a entrega do cheque a outra pessoa que passará a ser o novo credor.
	O cheque da mesma praça deve ser apresentado ao banco sacado para pagamento no prazo de até 30 dias da data de sua emissão, e em até 60 dias caso seja de outro lugar.
	Não havendo compensação do cheque poderá ser efetuado o protesto e sua cobrança judicial, a qual se dá por meio da ação cambial. 
	A Lei nº 7.357, de 2 de setembro de 1985, dispõe sobre o cheque, nela vem previsto as seguintes espécies de cheques: cheque visado; cheque administrativo; cheque cruzado; cheque para ser creditado em conta.
Cheque visado
	No cheque visado o banco coloca no verso do título, a pedido do emitente ou legítimo portador, declaração de que naquele momento existem fundos suficientes na conta corrente para o pagamento do cheque. 
	Entendemos que o fato do cheque ter sido visado não obriga o banco sacado ao pagamento do título, tal entendimento vem se firmando em nossa jurisprudência.
Cheque administrativo
	É sacado pelo próprio banco a pedido do correntista, e em favor de terceiro. Normalmente o banco cobra uma taxa para efetuar esse serviço.
Cheque cruzado
	O objetivo do cheque cruzado é tornar possível a identificação daquele que irá receber o crédito. O cheque poderá ser cruzado pelo emitente ou pelo portador, o cruzamento pode ser em branco, que é representado por dois traços transversais na frente do cheque, ou especial, também denominado em preto, que ocorre quando entre os traços é designado o nome de uma instituição bancária. 
	O cheque cruzado em branco será pago mediante o crédito em conta, e o cheque com cruzamento especial é pago pelo sacado (banco do correntista) ao banco indicado no cruzamento, ou se esse for o próprio sacado, o pagamento poderá ser efetuado a seu cliente mediante o crédito em conta.
Cheque para ser creditado em conta
	A finalidade desta modalidade é a mesma do cheque cruzado, isto é, identificar quem recebeu o crédito, para tanto, deverá ser escrito transversalmente no anverso do cheque a expressão "para ser creditado em conta", ou outra equivalente.
3.9. Protesto
	O protesto de título é atualmente regulamentado pela Lei nº 9.492/97, que em seu artigo 1° o conceitua como sendo "o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência da obrigação originada em títulos e outros documentos de crédito." 
	Ato formal ou solene é aquele cujo procedimento de sua prática vem minuciosamente estipulado pela lei. Existem três modalidades de protestos, o efetuado pela falta de pagamento, por falta de aceite e pela retenção indevida do título.
	A nota promissória e o cheque só podem ser protestados por falta de pagamento, em sendo o título uma letra de câmbio o protesto pode ser lavrado não apenas pela falta de pagamento como também por falta de aceite, já a duplicata poderá ser protestada por falta de pagamento, de aceite e de devolução do título.
	Portanto, através do protesto, se faz prova de que o título não foi pago, não recebeu o aceite ou não foi devolvido. 
	O protesto se classifica em necessário e facultativo, é facultativo quando a intenção do credor for apenas comprovar a inadimplência no pagamento, ou dependendo do título a falta de aceite e de devolução, será necessário o protesto que tiver por fim resguardar direitos do credor na cobrança de seu crédito de certas pessoas que colocaram suas assinaturas no título.

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