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Queixa Crime 1ª Peça

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AO JUÍZO DO ... JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE SÃO PAULO - SP
Harry Poter, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da cédula de identidade RG nº ..., do CPF nº..., domiciliado na Rua n°..., na cidade de... , Estado..., por meio de seu advogado que esta subscreve (procuração com poderes específicos em anexo), vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, oferecer QUEIXA-CRIME, com fundamento no art. 30 e art. 41 do Código de Processo Penal, além do art. 100, §2° do Código Penal, em face de Gine Weasley, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da cédula de identidade RG nº... e do CPF nº..., domiciliado na Rua... , nº... , na cidade de... do Estado..., conforme os fatos a seguir expostos.
I - DOS FATOS
O Querelante, ex-namorado da querelada, é um renomado executivo de uma grande empresa, que possui perfil em rede sociais existentes na Internet e o utiliza diariamente para entrar em contato com seus amigos, parentes e colegas de trabalho, meio pelo qual foram proferidas ofensas a sua pessoa.
Próximo do seu aniversário ele planejou, para a ocasião, uma reunião à noite com parentes e amigos para festejar a data. Na manhã de seu aniversário, resolveu, então, enviar o convite por meio da rede social, publicando postagem alusiva à comemoração em seu perfil pessoal, para todos os seus contatos. 
A querelada, por motivos alheios e com a intenção de ofender o querelante, por meio de seu computador, instalado em sua residência, publicou a seguinte mensagem no perfil do querelante: “ele trabalha todo dia embriagado! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo”. 
O querelante, que estava em seu apartamento na companhia de seus amigos Ronald, Neville e Luna, conectado à rede social, abalou-se ao ver a referida mensagem altamente ofensiva postada em sua página da rede social e envergonhado, tentou disfarçar o constrangimento sofrido, mas perdeu todo o seu entusiasmo, e a festa comemorativa deixou de ser realizada.
Diante de tudo isso, por estes fatos criados pela querelada, causando consequências incalculáveis e por tamanho dano à sua honra, o querelante instaurou inquérito policial para maiores averiguações.
II - DO DIREITO 
Dispõe o artigo. 139º, caput, do Código Penal:
“Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo a sua reputação:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 ano, e multa.”
De acordo com o artigo acima, a simples imputação de fato, verídico ou não, que venha a causar danos em relação a honra do sujeito a quem o fato diz respeito, constitui crime de pequeno potencial ofensivo, ou seja, crimes em que a pena máxima, em abstrato, não ultrapasse 2 anos, estabelecendo-se, assim, o Juizado Especial Criminal competente para julgar esta ação, conforme disposto na Lei 9099/95 em seu artigo 61.
No caso em tela, não resta dúvidas de que a querelada, por meio de mensagem ofensiva enviada através da rede social, atingiu a honra e o respeito do querelante, acusando-lhe de ter praticado atos que desabonaram sua própria imagem.
O Código Penal dispõe, ainda, em seu artigo 141, inciso III:
“Art. 141 – As penas cominadas neste Capitulo aumentam-se de 1/3 (um terço), se qualquer dos crimes é cometido:
III – na presença de várias, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria;”
Nesse sentido, vale ressaltar que a querelada, além de cometer crime contra a honra, previsto no artigo 139, caput, o fez por intermédio de rede social de grande abrangência, causando, assim, maior divulgação da mensagem entre todos os contatos do querelante, razão pela qual deve incidir na causa de aumento de pena descrita no artigo 141, inciso III, do Código Penal.
Cabe ressaltar ainda que, em conformidade ao artigo 145 do Código Penal, este tipo penal somente se procede mediante Ação Penal Privada, eis o porquê do oferecimento da presente Queixa-Crime.
Contudo, é evidente o dolo específico da querelada, na clara intenção de denegrir a imagem do ex-namorado, ora querelante, que o difamou em meio de acesso a amigos e empregadores, tendo ciência que tal ato o prejudicaria. Assim sendo, a querelada cometeu o crime de difamação tipificado no artigo 139 do Código Penal, incidindo, ainda, na causa de aumento prevista no artigo 141, inciso III, do mesmo código.
Sendo assim, em aplicação dos dispositivos legais supracitados, o querelante não encontra alternativa a não ser a tomada de iniciativa do processo criminal para a apuração do delito do qual foi vítima, restando clara a demonstração da autoria e provas suficientes para caracterizar a materialidade.
III - DO PEDIDO
Por todo o exposto, tendo a Querelada cometido infração penal, requer a Vossa Excelência:
A procedência do pedido com a consequente condenação da querelada nas penas do art. 139 e art. 140, combinado com o art. 141, III, todos do Código Penal;
A citação da querelada;
A Oitiva das testemunhas arroladas;
A condenação da querelada ao pagamento das custas e demais despesas processuais;
A fixação de valor mínimo de indenização, art. 387, IV, do Código de processo Penal;
Postula-se, ademais e requer, outrossim, a produção de todas as provas admitidas em direito e a intimação das testemunhas do rol abaixo.
1. Ronald, (RG, CPF, ENDEREÇO);
2. Neville, (RG, CPF, ENDEREÇO);
3. Luna, (RG, CPF, ENDEREÇO);
IV - DO VALOR DA CAUSA
Um Salário mínimo para fins fiscais.
Nestes termos,
Pede Deferimento.
São Paulo - SP
22-02-2019
Advogado...
OAB...

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