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QUEIXA CRIME AULA 2

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EXCELÊNTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE NITEROI/RJ 
PEDRO, brasileiro, solteiro, engenheiro, portador do RG de nº, inscrito no CPF sob o nº, residente e domiciliado em, neste ato representado por seu procurador e advogada que esta subscreve vem perante Vossa Excelência, nos termos do artigo 100 § 2º do Código Penal, autuar:
Queixa Crime 
em face de HELENA, brasileira, solteira, profissão, portadora do RG de nº, inscrita no CPF sob o nº, residente e domiciliada em, em razão dos fatos e fundamentos que passa a expor
1) DOS FATOS
A) Da relação entre o Querelente e a Querelada: 
Aduz o Querelante que viveu relacionamento amoroso com a Querelada, que esta é sua vizinha e que a denomina como sua “ex-namorada”, uma vez que a relação entre os dois já tivera fim.
B) Da prática ilícita perpetrada pela Querelada:
No dia 19/04/2019, em um sábado, o Querelante estaria comemorando seu aniversário, e diante disto, no intuito de festejar a data, planejou uma reunião à noite com parentes e amigos em uma famosa churrascaria da cidade de Niterói, no Rio de Janeiro.
Na manhã de seu aniversário, o Querelante resolveu, então, enviar o convite da referida comemoração por meio de sua rede social, publicando postagem alusiva a reunião em seu perfil pessoal, para todos os convidados.
Ocorre que, a Querelada, também possuía perfil na referida rede social e estava adicionada nos contatos do Querelante, e por meio desta, soube da festa e do motivo da comemoração.
Diante do que havia lido na postagem de Pedro, a Querelada resolveu publicar por meio de seu computador pessoal, instalado em sua residência, um prédio na praia de Icaraí em Niterói, na rede social uma mensagem no perfil pessoal do Querelante, qual seja, “não sei o motivo da comemoração, já que Pedro não passa de um idiota, bêbado, porco, irresponsável e sem vergonha”, e com o propósito de denegrir mais ainda a reputação do Querelante acrescentou, ainda, “ele trabalha todo dia embriagado e vestindo saia! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo!”.
Imediatamente, o Querelante que estava em seu apartamento conectado à rede social por meio de seu tablet, recebeu a mensagem e visualizou a publicação com os comentários ofensivos acima narrados.
O Querelante ficou muito envergonhado e não sabia o que dizer aos amigos, especialmente Miguel e Manuel, que estavam ao seu lado naquele instante, e então tentou disfarçar o constrangimento sofrido, mas acabou perdendo todo o entusiasmo, deixando então de realizar a comemoração de seu aniversário.
No dia seguinte, o Querelante procurou a Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes Virtuais e narrou todo o ocorrido à autoridade policial, entregando o conteúdo impresso da mensagem ofensiva e a página da rede social na Internet, onde a postagem poderia ser visualizada.
II- DO DIREITO
Diante do acima exposto, evidencia-se que o Querelante teve sua dignidade ofendida e que lhe foi atribuído qualidade negativa à sua honra, uma vez que a Querelada, publicou de forma intencional em seu perfil pessoal na rede social fatos e xingamentos de caráter ofensivo e de má-fé, sendo configurada a conduta de INJÚRIA disposta no art. 140 do Código Penal, veja-se:
“Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
 Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.”
Na definição do ilustre autor Rogério Greco:
“...de todas as infrações penais tipificadas no Código Penal que visam proteger a honra, a injúria, na sua modalidade fundamental, é a considerada menos grave. Entretanto, por mais paradoxal que possa parecer, a injúria se transforma na mais grave infração Penal contra a honra quando consiste na utilização de elementos referente a raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência, sendo denominado aqui de injúria preconceituosa... (GRECO, Rogério, Direito Penal Parte Especial, v. p. 435)”
Além de ofender a dignidade do Querelante, a Querelada ao publicar os referidos comentários no perfil pessoal deste, imputou fato que ofendeu a sua reputação, uma vez que a página na internet é utilizada diariamente para entrar em contato com seus amigos, colegas de trabalho e para contatos profissionais, incidindo assim na conduta de DIFAMAÇÃO disposta no art. 139 do CP, veja-se:
“Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.”
Nesse sentido preleciona Nelson Hungria, in verbis:
“Consiste na imputação de fato que, embora sem revestir caráter criminoso, incide na reprovação ético-social e é, portanto, ofensivo à reputação da pessoa a quem se atribui. Segundo já foi acentuado, é estreita a sua afinidade com a Calúnia. Como está, é lesiva da honra objetiva (reputação, boa fama, valor social da pessoa) e por isto mesmo, supõe necessariamente a comunicação a terceiro. Ainda mais a Difamação, do mesmo modo que a Calúnia está subordinada a condição e que o fato atribuído seja determinado. Há, porém, diferenças essenciais entre uma e outra dessas modalidades de crime conta a honra: na Calúnia, o fato imputado é definido como crime e a imputação deve apresentar-se objetiva e subjetivamente falsa; enquanto na difamação o fato imputado incorre apenas na reprovação moral, e pouco importa que a imputação seja falsa ou verdadeira. (HUNGRIA, Nelson. Comentários ao Código Penal, v. VI, p. 84-85)”
A Querelada, munida de más intenções, ao utilizar-se da página de uma rede social na Internet que é considerada meio fácil de propagação, para a realização dos crimes acima narrados, enquadra-se na majoração disposta no Art. 141, III do Código Penal, devendo sua pena ser aumentada em um terço, veja-se:
“Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.”
A Querelada mediante uma só ação praticou os crimes de Injúria e Difamação de forma dolosa, com a intenção de atingir o Querelante com as duas condutas, sendo assim, é evidenciado o Concurso Formal Imperfeito de crimes, devendo as penas dos crimes concorrentes serem somadas por força do artigo 70 do Código Penal, veja-se:
“Art. 70 - ... As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos”
III- DO PEDIDO
	Isto Posto, requer a Vossa Excelência o seguinte:
a) O recebimento da presente peça de Queixa Crime;
b) A citação da Querelada para se defender nos termos da LEI;
c) Seja ao final reconhecida a pretensão punitiva em face da querelada, condenando Helena na pena prevista nos artigos 139 e 140 do Código Penal, com a majoração de um terço da pena nos moldes do artigo 141 do Código Penal, bem como o reconhecimento do concurso formal de crimes previsto no artigo 70 do Código Penal, uma vez que se encontra demonstrada autoria e materialidade;
d) Seja oficiado a delegacia especializada de crimes de informática, a fim de que a autoridade policial encaminhe as peças de inquérito que citem o fato ilícito;
e) A condenação da Querelada no valor mínimo a ser arbitrado por esse juízo;
f) A intimação das testemunhas a seguir arroladas para depor em audiência a ser determinada por este juízo.
IV- DAS PROVAS
Protesta ainda, por todas as provas em direito admitidas, inclusive a pericial, documental e testemunhal.
Nestes termos, pede deferimento,
 Local e Data
_____________________________________
PEDRO
______________________________________
ADVOGADA OAB/RJ

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