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Direito Previdenciário APOSTILA

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INTRODUÇÃO 
Esta apostila, preparada com base na lei, jurisprudência e 
doutrina, tem por escopo auxiliar os alunos para acompanhamento das aulas 
ministradas por seu autor. Não prescinde, portanto, do acompanhamento das 
aulas, onde outras informações são complementadas, e, em muitos casos, o 
próprio conteúdo da apostila é melhor compreendido. Por este motivo, a 
presente apostila não dispensa o estudo de uma doutrina mais aprofundada, e, 
tampouco, a leitura da jurisprudência. 
A apostila, basicamente, dispõe sobre a Seguridade Social, 
com ênfase no plano de benefícios da Previdência Social, além do benefício de 
prestação continuada (assistencial). O plano de custeio é tratado na medida no 
necessário para que se compreenda e se aplique o plano de benefícios. 
CAPÍTULO 1 
Seguridade Social 
O art. 194 caput da Constituição Federal define o conceito de 
seguridade. 
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de 
ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas 
a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à 
assistência social. 
(...) 
Trata-se de um direito de 2ª geração (direito social), 
necessitando de custeio ($). 
A Seguridade Social é gênero, que contempla três espécies: 
Saúde Social; Assistência Social e Previdência Social. 
Cada espécie possui sua fonte legislativa: 
▪ Saúde: lei 8080/90 
▪ Assistência: lei 8742/93 
▪ Previdência: lei 8213/91 
▪ Custeio: lei 8212/91 
Além disso, a CF (arts 194 e seguintes) regula a matéria. 
No âmbito previdenciário, o decreto 3048/99 regulamenta a lei 
8212/91 e 8213/91. 
Muito importante! Saúde e assistência – caráter não 
contributivo do beneficiário; previdência – caráter contributivo do beneficiário. 
Princípios da Seguridade Social (art. 194, parágrafo único, 
Constituição Federal) 
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de 
ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas 
a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à 
assistência social. 
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, 
organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: 
I - universalidade da cobertura e do atendimento; 
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às 
populações urbanas e rurais; 
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e 
serviços; 
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; 
V - eqüidade na forma de participação no custeio; 
VI - diversidade da base de financiamento; 
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, 
mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, 
dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos 
colegiados. 
I – Universalidade da cobertura e do atendimento ! todos 
aqueles que sofrerem uma contingência devem ser cobertas pela proteção da 
seguridade. 
II – Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às 
populações urbanas e rurais ! antes da CF/1988 havia sistemas distintos para 
rural e urbano. A CF equiparou e criou um regime único para ambos. 
III – Seletividade e distributividade na prestação dos serviços e 
benefícios ! impõe ao legislador que selecione aquilo que será coberto pela 
seguridade, constituindo-se limitação ao princípio da universalidade, da 
cobertura e atendimento. 
IV – Irredutibilidade do valor do benefício ! é a preservação do 
valor real do beneficio. O STF deu uma interpretação estrita, dizendo que a 
preservação do valor real está assegurada nos termos do que a lei disciplinar. 
Deste modo, o índice de correção a ser aplicado é o definido em lei, não se 
ingressando no mérito sobre ser o índice efetivamente reparador da inflação do 
período. 
V – Equidade na forma de participação no custeio ! trata-se 
da aplicação do princípio da capacidade contributiva à matéria previdenciária. 
VI – Diversidade da base de financiamento ! toda a sociedade 
financia indiretamente na medida em que há repasses orçamentários . As 1
contribuições sociais específicas para financiamento da seguridade estão no 
art. 195, CF. 
VII – Caráter democrático e descentralizado da administração, 
mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, 
empregados, aposentados e governo. 
 Lei n. 8.212/91. Art. 10. A Seguridade Social será financiada por toda sociedade, de forma 1
direta e indireta, nos termos do art. 195 da Constituição Federal e desta Lei, mediante 
recursos provenientes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de 
contribuições sociais.
CAPÍTULO II 
Assistência Social 
Benefício de Prestação Continuada (BCP – LOAS) 
O Benefício de Prestação Continuada está previsto na 
Constituição Federal: 
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, 
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por 
objetivos: 
(...) 
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à 
pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não 
possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la 
provida por sua família, conforme dispuser a lei. 
O benefício é regulamentado no plano infraconstitucional pela 
Lei 8742/93 (artigo 20 e seguintes) com as alterações posteriores, e pelo 
Decreto 6949/09 – que promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos 
das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova 
York. 
Lei n. 8724/93: 
Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um 
salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 
(sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios 
de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família. 
(Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011). 
§ 1o Para os efeitos do disposto no caput, a família é composta pelo 
requerente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausência de um 
deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e 
enteados solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o 
mesmo teto. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011). 
§ 2o Para efeito de concessão do benefício de prestação 
continuada, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem 
impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou 
sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode 
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade 
de condições com as demais pessoas. (Redação dada pela Lei nº 
13.146, de 2015) (Vigência). 
§ 3o Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com 
deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja 
inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo. (Redação dada pela Lei 
nº 12.435, de 2011). 
§ 4o O benefício de que trata este artigo não pode ser acumulado 
pelo beneficiário com qualquer outro no âmbito da seguridade social 
ou de outro regime, salvo os da assistência médica e da pensão 
especial de natureza indenizatória. (Redação dada pela Lei nº 
12.435, de 2011). 
§ 5o A condição de acolhimento em instituições de longa 
permanência não prejudica o direito do idoso ou da pessoa com 
deficiência ao benefício de prestação continuada. (Redação dada 
pela Lei nº 12.435, de 2011) 
§ 6º A concessão do benefício ficará sujeita à avaliação da 
deficiência e do grau de impedimento de que trata o § 2o, composta 
por avaliação médica e avaliação social realizadas por médicos 
peritos e por assistentes sociais do Instituto Nacional de Seguro 
Social - INSS. (Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011). 
§ 7o Na hipótese de não existirem serviços no município de 
residência do beneficiário, fica assegurado, na forma prevista em 
regulamento, o seu encaminhamento ao município mais próximo que 
contar com tal estrutura. (Incluídopela Lei nº 9.720, de 30.11.1998). 
§ 8o A renda familiar mensal a que se refere o § 3o deverá ser 
declarada pelo requerente ou seu representante legal, sujeitando-se 
aos demais procedimentos previstos no regulamento para o 
deferimento do pedido.(Incluído pela Lei nº 9.720, de 30.11.1998). 
§ 9o Os rendimentos decorrentes de estágio supervisionado e de 
aprendizagem não serão computados para os fins de cálculo da 
renda familiar per capita a que se refere o § 3o deste artigo. 
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
 § 10. Considera-se impedimento de longo prazo, para os fins do § 
2o deste artigo, aquele que produza efeitos pelo prazo mínimo de 2 
(dois) anos. (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011). 
§ 11. Para concessão do benefício de que trata o caput deste artigo, 
poderão ser utilizados outros elementos probatórios da condição de 
miserabilidade do grupo familiar e da situação de vulnerabilidade, 
conforme regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015). 
 Art. 21. O benefício de prestação continuada deve ser revisto a cada 
2 (dois) anos para avaliação da continuidade das condições que lhe 
deram origem. (Vide Lei nº 9.720, de 30.11.1998). 
§ 1º O pagamento do benefício cessa no momento em que forem 
superadas as condições referidas no caput, ou em caso de morte do 
beneficiário. 
§ 2º O benefício será cancelado quando se constatar irregularidade 
na sua concessão ou utilização. 
§ 3o O desenvolvimento das capacidades cognitivas, motoras ou 
educacionais e a realização de atividades não remuneradas de 
habilitação e reabilitação, entre outras, não constituem motivo de 
suspensão ou cessação do benefício da pessoa com deficiência. 
(Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011). 
§ 4º A cessação do benefício de prestação continuada concedido à 
pessoa com deficiência não impede nova concessão do benefício, 
desde que atendidos os requisitos definidos em regulamento. 
(Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011) 
Art. 21-A. O benefício de prestação continuada será suspenso pelo 
órgão concedente quando a pessoa com deficiência exercer 
atividade remunerada, inclusive na condição de microempreendedor 
individual. (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011). 
§ 1o Extinta a relação trabalhista ou a atividade empreendedora de 
que trata o caput deste artigo e, quando for o caso, encerrado o 
prazo de pagamento do seguro-desemprego e não tendo o 
beneficiário adquirido direito a qualquer benefício previdenciário, 
poderá ser requerida a continuidade do pagamento do benefício 
suspenso, sem necessidade de realização de perícia médica ou 
reavaliação da deficiência e do grau de incapacidade para esse fim, 
respeitado o período de revisão previsto no caput do art. 21. (Incluído 
pela Lei nº 12.470, de 2011). 
§ 2o A contratação de pessoa com deficiência como aprendiz não 
acarreta a suspensão do benefício de prestação continuada, limitado 
a 2 (dois) anos o recebimento concomitante da remuneração e do 
benefício. (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011). 
O Benefício de Prestação Continuada possui natureza 
assistencial: não depende de contribuição (e, por isso, não tem carência). 
Características: 
• renda mensal de 1 salário mínimo; 
• não tem abono anual (13º salário); 
• não gera direito a pensão por morte para os 
dependentes do beneficiário; 
• temporário; 
• inacumulável com qualquer outro benefício, exceto 
serviços de saúde e pensão especial de natureza 
indenizatória. 
O termo inicial do pagamento do benefício de prestação 
continuada devido é: data da entrada do requerimento (DER). 
1. Beneficiários: 
Podem ser idosos ou deficientes, nacionais ou estrangeiros 
que residam no País. O Decreto 6.214/07 diz que é devido ao brasileiro nato ou 
não. O STF vai julgar a constitucionalidade da norma (RE 587 970), no que se 
refere ao estrangeiro. 
Idoso: pessoa com mais de 65 anos. A prova se faz por 
documento de identificação válido. 
Pessoa com deficiência: conceito dado pela Lei 13.146/15 
(Estatuto do Deficiente) que define, com base na Convenção de Nova Iorque, a 
deficiência de modo mais abrangente que o conceito de incapacidade para o 
trabalho (muito tempo utilizado na prática). 
Lei 13.146/15. Art. 2o Considera-se pessoa com deficiência 
aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, 
mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma 
ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e 
efetiva na sociedade em igualdade de condições com as 
demais pessoas. 
Segundo a lei, os impedimentos precisam ser de no mínimo 2 
anos (longo prazo). 
A prova da deficiência é realizada por perícia médica e 
multidisciplinar a cargo do INSS (ou juízo, se em ação judicial). 
2. Hipossuficiência ou miserabilidade: 
É o estado que se encontra o deficiente e/ou idoso que não 
pode se manter ou ser mantido pela família. 
Segundo a lei, a família é considerada miserável quando a 
renda “per capita” familiar seja inferior a ¼ do salário mínimo. 
Segundo a lei, considera-se família: o grupo composto pelo 
requerente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausência de um deles, 
a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados 
solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto. 
Evolução jurisprudencial do conceito de miserabilidade: 
A ADIN n 1232 disse que o critério de ¼ salário mínimo é 
constitucional, em controle concentrado de constitucionalidade, com efeitos 
erga omnes e vinculantes: 
CONSTITUCIONAL. IMPUGNA DISPOSITIVO DE LEI 
FEDERAL QUE ESTABELECE O CRITÉRIO PARA RECEBER 
O BENEFÍCIO DO INCISO V DO ART. 203, DA CF. INEXISTE 
A RESTRIÇÃO ALEGADA EM FACE AO PRÓPRIO 
DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL QUE REPORTA À LEI 
PARA FIXAR OS CRITÉRIOS DE GARANTIA DO BENEFÍCIO 
DE SALÁRIO MÍNIMO À PESSOA PORTADORA DE 
DEFICIÊNCIA FÍSICA E AO IDOSO. ESTA LEI TRAZ 
HIPÓTESE OBJETIVA DE PRESTAÇÃO ASSISTENCIAL DO 
ESTADO. AÇÃO JULGADA IMPROCEDENTE. (ADI 1232 DF –
Relator(a): MIN. ILMAR GALVÃO - Julgamento: 27/08/1998 - 
Órgão Julgador: Tribunal Pleno - Publicação: DJ 01-06-2001 
PP-00075 EMENT VOL-02033-01 PP-00095) 
O Estatuto do Idoso (10.741/03) diz que o BCP concedido a 
qualquer membro da família não será computado para fins de cálculo da renda 
familiar do idoso que requerer. 
Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não 
possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida 
por sua família, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-
mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social – Loas. 
Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da 
família nos termos do caput não será computado para os fins do 
cálculo da renda familiar per capita a que se refere a Loas. 
O INSS, por ser uma Autarquia Federal, vinculado ao princípio 
da Legalidade, obedece o comando da ADIN 1232 e o Estatuto do Idoso, até 
os dias atuais. 
O Poder Judiciário, no entanto, deu outras interpretações ao 
longo do tempo. Mesmo com a ADIN 1232, o Judiciário Federal acabou 
entendendo que a adoção de um critério objetivo de renda per capita familiar 
inferior a ¼ do salário-mínimo não impedia uma análise subjetiva do caso, 
quando o cálculo excedesse o critério objetivo. Assim, o Judiciário Federal 
designou perícias sociais para avaliar se, no caso concreto, ainda que a renda 
per capita familiar seja superior a ¼ do salário-mínimo, o requerente não teria 
direito, dada sua situação concreta de miserabilidade. 
Num primeiro momento, o STF entendeu que esta 
interpretação do Judiciário Federal violava o julgamento da ADIN 1232, mas, 
após análise de pedido liminar na Reclamação 4734, o STF admitiu critério 
subjetivo, nos termos do entendimento firmado pelo Min. Gilmar Mendes. 
E assim, por muitos anos, os critérios objetivo e subjetivoconviveram nos julgamentos judiciais. O Poder Judiciário, inclusive, dava 
interpretação mais ampla ao Estatuto do Idoso, determinando não se 
considerasse no cálculo da renda per capita familiar qualquer benefício no 
valor de 1 salário mínimo recebido por outro membro da família (e não somente 
o BPC), bem como estendeu a aplicação da norma também ao requerente 
deficiente. 
Em 2013, porém, o STF resolveu revistar o tema, e nos 
Recursos Extraordinários 567 985 e 580963 declarou a inconstitucionalidade 
do requisito de ¼ do salário mínimo e a regra do Estatuto do Idoso, com 
repercussão geral. Desta forma, no âmbito judicial, atualmente somente 
subsiste o critério subjetivo como forma de análise da presença do requisito da 
miserabilidade. 
CAPÍTULO III 
Prática de Benefícios 
BCP/LOAS 
Introdução. 
Em que pese o benefício de prestação continuada seja um 
benefício assistencial, sua administração, concessão e pagamento foram 
delegados por lei ao INSS, que fica responsável, então, pelo benefício. 
Uma vez que, neste momento, já é possível compreender o 
benefício, podemos exemplificar como se dá sua concessão na prática, sendo 
que, em muitos aspectos, a concessão do BPC segue o mesmo rito de 
qualquer concessão de benefício previdenciário. 
Concessão na Via Administrativa 
Decreto 6214/07 com as alterações recentes do Decreto 8805/16 
Portaria Conjunta SPS/INSS/SNAS Nº 2 DE 19/09/2014 
▪ Agendar atendimento pelo telefone 135 (também é assim 
com qualquer benefício previdenciário). 
▪ No atendimento levar documentos pessoais (também é 
assim com qualquer benefício previdenciário). 
▪ O benefício é de cunho declaratório, ou seja, o requerente 
declarará sua composição familiar e renda, sob pena de crime de falsidade. 
▪ O INSS pode fazer pesquisas para certificar-se se é 
verdade (também é assim com qualquer benefício previdenciário). 
▪ Para o deficiente será imprescindível a realização de 
perícia médica, a cargo do INSS. 
▪ A análise da conclusão dar-se-á pelo critério objetivo de ¼ 
do salário mínimo. 
▪ Se o benefício for deferido, ele será pago desde a DER 
(Data da Entrada do Requerimento). 
Concessão na Via Judicial 
▪ Prévio ingresso no âmbito administrativo é necessário nos 
termos da jurisprudência do STF (também é assim com qualquer benefício 2
previdenciário). 
▪ A competência é da Justiça Federal, na forma do artigo 109 
da CF, inclusive sendo viável a delegação do parag. 3º (em que pese o 
benefício seja assistencial). 
▪ Réu e o INSS. 
▪ A causa de pedir gira em torno da comprovação dos 
requisitos para concessão do benefício. 
▪ A prova da incapacidade é feita por perícia médica 
multidisciplinar. 
 Ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. PRÉVIO REQUERIMENTO 2
ADMINISTRATIVO E INTERESSE EM AGIR. 1. A instituição de condições para o regular exercício 
do direito de ação é compatível com o art. 5º, XXXV, da Constituição. Para se caracterizar a 
presença de interesse em agir, é preciso haver necessidade de ir a juízo. 2. A concessão de 
benefícios previdenciários depende de requerimento do interessado, não se caracterizando 
ameaça ou lesão a direito antes de sua apreciação e indeferimento pelo INSS, ou se excedido 
o prazo legal para sua análise. É bem de ver, no entanto, que a exigência de prévio 
requerimento não se confunde com o exaurimento das vias administrativas. 3. A exigência de 
prévio requerimento administrativo não deve prevalecer quando o entendimento da 
Administração for notória e reiteradamente contrário à postulação do segurado. 4. Na 
hipótese de pretensão de revisão, restabelecimento ou manutenção de benefício 
anteriormente concedido, considerando que o INSS tem o dever legal de conceder a prestação 
mais vantajosa possível, o pedido poderá ser formulado diretamente em juízo – salvo se 
depender da análise de matéria de fato ainda não levada ao conhecimento da Administração 
–, uma vez que, nesses casos, a conduta do INSS já configura o não acolhimento ao menos 
tácito da pretensão. 5. Tendo em vista a prolongada oscilação jurisprudencial na matéria, 
inclusive no Supremo Tribunal Federal, deve-se estabelecer uma fórmula de transição para 
lidar com as ações em curso, nos termos a seguir expostos. 6. Quanto às ações ajuizadas até a 
conclusão do presente julgamento (03.09.2014), sem que tenha havido prévio requerimento 
administrativo nas hipóteses em que exigível, será observado o seguinte: (i) caso a ação tenha 
sido ajuizada no âmbito de Juizado Itinerante, a ausência de anterior pedido administrativo 
não deverá implicar a extinção do feito; (ii) caso o INSS já tenha apresentado contestação de 
mérito, está caracterizado o interesse em agir pela resistência à pretensão; (iii) as demais 
ações que não se enquadrem nos itens (i) e (ii) ficarão sobrestadas, observando-se a 
sistemática a seguir. 7. Nas ações sobrestadas, o autor será intimado a dar entrada no pedido 
administrativo em 30 dias, sob pena de extinção do processo. Comprovada a postulação 
administrativa, o INSS será intimado a se manifestar acerca do pedido em até 90 dias, prazo 
dentro do qual a Autarquia deverá colher todas as provas eventualmente necessárias e 
proferir decisão. Se o pedido for acolhido administrativamente ou não puder ter o seu mérito 
analisado devido a razões imputáveis ao próprio requerente, extingue-se a ação. Do 
contrário, estará caracterizado o interesse em agir e o feito deverá prosseguir. 8. Em todos os 
casos acima – itens (i), (ii) e (iii) –, tanto a análise administrativa quanto a judicial deverão 
levar em conta a data do início da ação como data de entrada do requerimento, para todos os 
efeitos legais. 9. Recurso extraordinário a que se dá parcial provimento, reformando-se o 
acórdão recorrido para determinar a baixa dos autos ao juiz de primeiro grau, o qual deverá 
intimar a autora – que alega ser trabalhadora rural informal – a dar entrada no pedido 
administrativo em 30 dias, sob pena de extinção. Comprovada a postulação administrativa, o 
INSS será intimado para que, em 90 dias, colha as provas necessárias e profira decisão 
administrativa, considerando como data de entrada do requerimento a data do início da ação, 
para todos os efeitos legais. O resultado será comunicado ao juiz, que apreciará a 
subsistência ou não do interesse em agir. (RE 631240, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, 
Tribunal Pleno, julgado em 03/09/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO 
DJe-220 DIVULG 07-11-2014 PUBLIC 10-11-2014)
▪ A prova da miserabilidade é feita por perícia social. 
▪ A ação pode suportar pedido de tutela antecipada para 
pagamento das futuras parcelas do benefício (os atrasados não podem ser 
pagos por tutela). 
▪ O pedido final será para concessão do BCP desde a DER, 
com juros e correção dos atrasados. 
▪ O valor da causa é igual a todo o valor dos atrasados 
desde a DER, mais 12 prestações vencidas. 
Prática Judicial 
Competência – 109, I CF 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa 
pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, 
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de 
trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; 
(...) 
§ 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do 
domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem 
parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a 
comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa 
condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também 
processadas e julgadas pela justiça estadual. 
Petição Inicial – Endereçamento: 
Exmo. Sr. Dr. Juiz Federal da “X” Vara Federal da Subseção de 
São José dos Campos – SP. 
ou 
Exmo.Sr. Dr. Juiz Federal da “X” Vara Gabinete do Juizado 
Especial Federal da Subseção de São José dos Campos – SP. 
Qualificação: 
Fulano (qualificação), por meio de seu advogado (procuração 
anexa com endereço onde recebe intimação), vem perante V. Exa. propor Ação 
para Concessão de BCP-LOAS em face do Instituto Nacional do Seguro Social 
– autarquia federal, representada pela Procuradoria Geral Federal, com 
endereço nesta cidade (endereço), pelos fundamentos que passo a expor. 
Dos Fatos (exemplo hipotético): 
O autor ingressou em 01.01.2014 (DER) com requerimento de 
concessão de BCP/LOAS, que foi indeferido por ausência de miserabilidade 
(NB 000.000.000-0). 
O autor é idoso, contando com 68 anos na DER. 
O autor encontra-se em uma situação econômica precária. 
Vive sob mesmo teto com sua esposa e um filho maior, solteiro. 
Sua esposa não possui renda, sue filho há muito está desempregado. A família 
vive da ajuda de terceiros e dos poucos trabalhos eventuais (“bicos”) do filho 
como encanador. 
Do Direito (exemplo hipotético): 
O BCP é devido nos caos do art. 203, V da CF ao idoso e 
deficiente que não puderem se manter ou serem mantidos pela família nos 
termos da lei. 
No caso, a lei regulamentadora (lei 8742/93), prevê que se 
considera idoso quem com mais de 65 anos. O autor cumpre esse requisito. 
Quanto à impossibilidade de prover sua própria subsistência, ela deriva de 
ausência de renda familiar. 
O INSS, para avaliar esta impossibilidade, utiliza-se do critério 
da renda per capita familiar, inferior a ¼ de salário mínimo. Porém a verdade é 
que o STF declarou inconstitucional seu requisito no julgamento do RExt. 
567985 e 580963. 
Assim, o autor comprovará por perícia social que não pode se 
manter ou ser mantido por sua família. 
Da Tutela Antecipada (exemplo hipotético): 
A tutela antecipada está prevista no artigo 300, CPC/2015, 
desde que a parte, comprovando verossimilhança em suas alegações , não 
possa aguardar o final da demanda sob risco de sofrer prejuízo irreparável. 
No caso, o risco de dano irreparável à vida do autor é evidente, 
na medida em que ele não possui qualquer renda para se manter. 
Quanto a verossimilhança das alegações, o autor é idoso e não 
possui renda familiar, de modo que cumpre os requisitos legais para concessão 
do BCP. Assim, faz jus à concessão imediata do benefício. 
Do Pedido (exemplo hipotético): 
Isto posto, requer: 
a. Seja recebida a inicial, citado o réu para 
contestação, e ao final julgada procedente o pedido para conceder BCP-
LOAS ao autor no valor de 1 salário mínimo mensal desde a DER. 
b. Seja o réu condenado ao pagamento dos valores 
desde a DER, com juros e atualização. 
c. Seja concedida tutela antecipada para imediata 
implantação do benefício. 
d. Protesto por todos os meios de prova e desde já 
requer produção de prova pericial. 
Dá-se à causa o valor de R$. 
(Obs: no JEF a prova necessária já deve ser requerida na 
incial.) 
CAPÍTULO IV 
Previdência Social 
A Previdência Social Brasileira está estruturada em três 
regimes comuns obrigatórios, além de regimes complementares, em regra, 
facultativos. 
O presente estudo exporá as linhas mestras destes regimes, 
mas a ênfase do curso é apenas o Regime Geral da Previdência Social, posto 
que os demais regimes comuns são estudados pelo Direito Administrativo. 
Regimes Comuns: 
? Regime Geral da Previdência Social – RGPS 
? Regime Próprio da Previdência dos Servidores – RPPS 
? Regime da Previdência dos Militares – RPM 
Regimes Complementares: 
? Regime Previdenciário Complementar do Servidor – RPCSP 
? Regime Privado: 
 - Aberto 
 - Fechado 
01. RPPS (servidor) 
O Art. 40 da CF permite a criação do chamado “Regime Próprio 
de Previdência do Servidor”. 
É destinado aos exercentes de cargo efetivo, onde foi criado o 
Regime. 
Vínculo Regra Geral Observação:
S e r v i d o r 
estatutário
Estatuto 8112/90 RPPS S e n ã o e x i s t i r 
R P P S , s e r á 
v i n c u l a d o a o 
RGPS.
F u n c i o n á r i o 
público (emprego)
CLT RGPS
T r a b a l h o 
temporário
8745/93 RGPS
Depois da EC 41/03 o regime não contempla mais a 
“integralidade” da aposentadoria. Igualmente esta emenda acabou com a 
“paridade” entre ativos e inativos. Mas regras de transição foram criadas. 
O grande diferencial deste regime é a ausência do “teto 
previdenciário” (limite máximo do valor do salário de contribuição e do 
benefício), tanto na contribuição quanto no benefício. 
O art. 40 contempla os seguintes benefícios para o RPPS: 
? Aposentadoria por invalidez (sendo os proventos 
proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em 
serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na 
forma da lei). 
? Aposentadoria compulsória (com 75 anos de idade, nos 
termos da Lei Complementar 152/2015) e com proventos proporcionais ao 
tempo de contribuição. 
? Aposentadoria por tempo de contribuição (com proventos 
integrais): 
▪ H ! 60 anos + 35 anos de contribuição = 95 
▪ M ! 55 anos + 30 anos de contribuição = 85 
Em ambos exige 10 anos de serviço público + 5 anos no cargo. 
? Aposentadoria por idade (com proventos proporcionais ao 
tempo de serviço): 
▪ H ! 65 anos 
▪ M ! 60 anos 
Em ambos exige 10 anos de serviço público + 5 anos no cargo. 
? Aposentadoria do professor (com proventos integrais): 
C a r g o e m 
c o m i s s ã o 
(qualquer pessoa)
Livre nomeação e 
exoneração
RGPS Se já foi servidor 
e s t a t u t á r i o 
p e r m a n e c e r á 
RPPS
E x e r c e n t e d e 
mandato eletivo
Político RGPS Se já foi servidor 
e s t a t u t á r i o 
permanecerá no 
RPPS.
Igual a aposentadoria por tempo de contribuição, mas com 5 
anos a menos no tempo de contribuição e na idade exigidos. 
? Aposentadoria especial: 
Súmula vinculante 33 STF: aplicável nos casos de atividades 
nocivas. 
? Licença a gestante. 
? Salário-família. 
? Abono de permanência (EC 41/03). 
Para os dependentes: pensão por morte e auxílio-reclusão. 
RPCSP (complementar): Lei 12.618/12 que regulamentou o 
tema. 
Neste sistema, a responsabilidade da União fica limitada ao 
teto do RGPS e a diferença fica a cargo do regime complementar. 
Só é obrigatório para quem ingressa no serviço público depois 
da lei. 
Lei n. 12.618/12 
Art. 1o É instituído, nos termos desta Lei, o regime de previdência 
complementar a que se referem os §§ 14, 15 e 16 do art. 40 da 
Constituição Federal para os servidores públicos titulares de cargo 
efetivo da União, suas autarquias e fundações, inclusive para os 
membros do Poder Judiciário, do Ministério Público da União e do 
Tribunal de Contas da União. 
(...) 
 Art. 3o Aplica-se o limite máximo estabelecido para os benefícios 
do regime geral de previdência social às aposentadorias e pensões a 
serem concedidas pelo regime de previdência da União de que trata 
o art. 40 da Constituição Federal, observado o disposto na Lei no 
10.887, de 18 de junho de 2004, aos servidores e membros referidos 
no caput do art. 1o desta Lei que tiverem ingressado no serviço 
público: 
I - a partir do início da vigência do regime de previdência 
complementar de que trata o art. 1o desta Lei, independentemente 
de sua adesão ao plano de benefícios; e 
II - até a data anterior ao início da vigência do regime de previdência 
complementar de que trata o art. 1o desta Lei, e nele tenham 
permanecido sem perda do vínculo efetivo, e que exerçam a opção 
prevista no § 16 do art. 40 da Constituição Federal. 
(...) 
Art. 12. Os planos de benefícios da Funpresp-Exe, da Funpresp-Leg 
e da Funpresp-Jud serão estruturados na modalidade de 
contribuiçãodefinida, nos termos da regulamentação estabelecida 
pelo órgão regulador das entidades fechadas de previdência 
complementar, e financiados de acordo com os planos de custeio 
definidos nos termos do art. 18 da Lei Complementar nº 109, de 29 
de maio de 2001, observadas as demais disposições da Lei 
Complementar nº 108, de 29 de maio de 2001. 
(...) 
Art. 16. As contribuições do patrocinador e do participante incidirão 
sobre a parcela da base de contribuição que exceder o limite máximo 
a que se refere o art. 3o desta Lei, observado o disposto no inciso XI 
do art. 37 da Constituição Federal. 
§ 1o Para efeitos desta Lei, considera-se base de contribuição 
aquela definida pelo § 1o do art. 4o da Lei no 10.887, de 18 de junho 
de 2004, podendo o participante optar pela inclusão de parcelas 
remuneratórias percebidas em decorrência do local de trabalho e do 
exercício de cargo em comissão ou função de confiança. 
§ 2o A alíquota da contribuição do participante será por ele definida 
anualmente, observado o disposto no regulamento do plano de 
benefícios. 
§ 3o A alíquota da contribuição do patrocinador será igual à do 
participante, observado o disposto no regulamento do plano de 
benefícios, e não poderá exceder o percentual de 8,5% (oito inteiros 
e cinco décimos por cento). 
§ 4o Além da contribuição normal, o participante poderá contribuir 
facultativamente, sem contrapartida do patrocinador, na forma do 
regulamento do plano. 
§ 5o A remuneração do servidor, quando devida durante 
afastamentos considerados por lei como de efetivo exercício, será 
integralmente coberta pelo ente público, continuando a incidir a 
contribuição para o regime instituído por esta Lei. 
Regime Previdenciário Militar - RPM 
Em sua redação original, a CF distinguia servidores públicos 
civis e servidores militares. Atualmente, a CF fala em militares, distinguindo-os 
dos servidores públicos. 
Entre os militares distinguem-se duas espécies: 
1. Militares dos Estados e DF (e territórios), disciplinados no 
art. 42 da CF. 
2. Membros das Forças Armadas disciplinados no art. 142 da 
CF. 
Desde a EC 18/98 e 20/98, houve desconstitucionalização das 
normas previdenciárias dos militares. Lei Federal disciplina o regime dos 
membros das Forças Armadas (Lei 6880/80 – estatuto dos militares). Quanto 
aos militares estaduais, a disciplina será feita por lei estadual. 
Constituição Federal: 
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros 
Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e 
disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 
1998) 
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do 
art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei 
estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso 
X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos 
governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 
15/12/98) 
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica do 
respectivo ente estatal. (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 41, 19.12.2003). 
(...) 
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo 
Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes 
e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob 
a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à 
defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por 
iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. 
§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem 
adotadas na organização, no preparo e no emprego das Forças 
Armadas. 
§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares 
militares. 
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, 
aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as 
seguintes disposições: 
(...) 
X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de 
idade, a estabilidade e outras condições de transferência do militar 
para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as 
prerrogativas e outras situações especiais dos militares, 
consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas 
cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) 
Lei n. 6.880/80: 
Art. 94. A exclusão do serviço ativo das Forças Armadas e o 
conseqüente desligamento da organização a que estiver vinculado o 
militar decorrem dos seguintes motivos: 
I - transferência para a reserva remunerada; 
II - reforma; 
III - demissão; 
IV - perda de posto e patente; 
V - licenciamento; 
VI - anulação de incorporação; 
VII - desincorporação; 
VIII - a bem da disciplina; 
IX - deserção; 
X - falecimento; e 
XI - extravio. 
Lei n.3765/60 
Art. 7o A pensão militar é deferida em processo de habilitação, 
tomando-se por base a declaração de beneficiários preenchida em 
vida pelo contribuinte, na ordem de prioridade e condições a seguir: 
(Redação dada pela Medida provisória nº 2215-10, de 31.8.2001) 
I - primeira ordem de prioridade: (Redação dada pela Medida 
provisória nº 2215-10, de 31.8.2001) 
a) cônjuge; (Incluída pela Medida provisória nº 2215-10, de 
31.8.2001) 
b) companheiro ou companheira designada ou que comprove união 
estável como entidade familiar; (Incluída pela Medida provisória nº 
2215-10, de 31.8.2001) 
c) pessoa desquitada, separada judicialmente, divorciada do 
instituidor ou a ex-convivente, desde que percebam pensão 
alimentícia; (Incluída pela Medida provisória nº 2215-10, de 
31.8.2001) 
d) filhos ou enteados até vinte e um anos de idade ou até vinte e 
quatro anos de idade, se estudantes universitários ou, se inválidos, 
enquanto durar a invalidez; e (Incluída pela Medida provisória nº 
2215-10, de 31.8.2001) 
e) menor sob guarda ou tutela até vinte e um anos de idade ou, se 
estudante universitário, até vinte e quatro anos de idade ou, se 
inválido, enquanto durar a invalidez. (Incluída pela Medida provisória 
nº 2215-10, de 31.8.2001) 
II - segunda ordem de prioridade, a mãe e o pai que comprovem 
dependência econômica do militar; (Redação dada pela Medida 
provisória nº 2215-10, de 31.8.2001) 
III - terceira ordem de prioridade: (Redação dada pela Medida 
provisória nº 2215-10, de 31.8.2001) 
a) o irmão órfão, até vinte e um anos de idade ou, se estudante 
universitário, até vinte e quatro anos de idade, e o inválido, enquanto 
durar a invalidez, comprovada a dependência econômica do militar; 
(Incluída pela Medida provisória nº 2215-10, de 31.8.2001) 
b) a pessoa designada, até vinte e um anos de idade, se inválida, 
enquanto durar a invalidez, ou maior de sessenta anos de idade, que 
vivam na dependência econômica do militar. (Incluída pela Medida 
provisória nº 2215-10, de 31.8.2001) 
§ 1o A concessão da pensão aos beneficiários de que tratam o 
inciso I, alíneas "a", "b", "c" e "d", exclui desse direito os beneficiários 
referidos nos incisos II e III. (Incluído pela Medida provisória nº 
2215-10, de 31.8.2001) 
§ 2o A pensão será concedida integralmente aos beneficiários do 
inciso I, alíneas "a" e "b", ou distribuída em partes iguais entre os 
beneficiários daquele inciso, alíneas "a" e "c" ou "b" e "c", legalmente 
habilitados, exceto se existirem beneficiários previstos nas suas 
alíneas "d" e "e". (Incluído pela Medida provisória nº 2215-10, de 
31.8.2001) 
§ 3o Ocorrendo a exceção do § 2o, metade do valor caberá aos 
beneficiários do inciso I, alíneas "a" e "c" ou "b" e "c", sendo a outra 
metade do valor da pensão rateada, em partes iguais, entre os 
beneficiários do inciso I, alíneas "d"e "e". (Incluído pela Medida 
provisória nº 2215-10, de 31.8.2001) 
Regime Previdenciário Complementar 
A disciplina deste regime está na lei complementar 109/01. 
Segundo ela, é um regime autônomo e facultativo. 
A lei prevê o regime complementar aberto e o fechado. 
Aberto é acessível a qualquer pessoa (exemplo: previdência 
privada do BB, Porto Seguro, etc.). 
Fechada são patrocinadas por empregadores para seus 
empregados (exemplo: GMPrevi, Petros, etc.) 
Lei Complementar 109/01 
Art. 1o O regime de previdência privada, de caráter complementar e 
organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de 
previdência social, é facultativo, baseado na constituição de reservas 
que garantam o benefício, nos termos do caput do art. 202 da 
Constituição Federal, observado o disposto nesta Lei Complementar. 
Art. 2o O regime de previdência complementar é operado por 
entidades de previdência complementar que têm por objetivo 
principal instituir e executar planos de benefícios de caráter 
previdenciário, na forma desta Lei Complementar. 
(...) 
Art. 31. As entidades fechadas são aquelas acessíveis, na forma 
regulamentada pelo órgão regulador e fiscalizador, exclusivamente: 
I - aos empregados de uma empresa ou grupo de empresas e aos 
servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, entes denominados patrocinadores; e 
II - aos associados ou membros de pessoas jurídicas de caráter 
profissional, classista ou setorial, denominadas instituidores. 
§ 1o As entidades fechadas organizar-se-ão sob a forma de 
fundação ou sociedade civil, sem fins lucrativos. 
§ 2o As entidades fechadas constituídas por instituidores referidos no 
inciso II do caput deste artigo deverão, cumulativamente: 
I - terceirizar a gestão dos recursos garantidores das reservas 
técnicas e provisões mediante a contratação de instituição 
especializada autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil ou 
outro órgão competente; 
II - ofertar exclusivamente planos de benefícios na modalidade 
contribuição definida, na forma do parágrafo único do art. 7o desta 
Lei Complementar. 
§ 3o Os responsáveis pela gestão dos recursos de que trata o inciso 
I do parágrafo anterior deverão manter segregados e totalmente 
isolados o seu patrimônio dos patrimônios do instituidor e da 
entidade fechada. 
§ 4o Na regulamentação de que trata o caput, o órgão regulador e 
fiscalizador estabelecerá o tempo mínimo de existência do instituidor 
e o seu número mínimo de associados. 
(...) 
Art. 36. As entidades abertas são constituídas unicamente sob a 
forma de sociedades anônimas e têm por objetivo instituir e operar 
planos de benefícios de caráter previdenciário concedidos em forma 
de renda continuada ou pagamento único, acessíveis a quaisquer 
pessoas físicas. 
Parágrafo único. As sociedades seguradoras autorizadas a operar 
exclusivamente no ramo vida poderão ser autorizadas a operar os 
planos de benefícios a que se refere o caput, a elas se aplicando as 
disposições desta Lei Complementar. 
Regime Geral da Previdência Social – RGPS 
O RGPS será estudado mais profundamente. 
Capítulo V 
Regime Geral da Previdência Social - RGPS 
No Brasil, a previdência surgiu com a Lei Eloy Chaves em 
1923, que criou as Caixas de Aposentadorias e Pensões para ferroviários. 
Na década de 30, as Caixas e outros institutos foram criados e 
ampliados para abranger mais setores. 
Porém, somente em 1960 houve unificação em regime único, 
pela lei 3807/60 – LOPS, dando ensejo à futura criação do INPS, precursor da 
Seguridade e do atual INSS. 
Relação Jurídica Previdenciária – Art. 1º da Lei 8213/91 ? A 
previdência social, mediante contribuição tem por fim assegurar aos seus 
beneficiários meios indispensáveis de manutenção por motivo de desemprego 
involuntário, incapacidade, idade avançada, tempo de serviço, encargos, 
familiares, prisão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente. 
Art. 1º A Previdência Social, mediante contribuição, tem por fim 
assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de 
manutenção, por motivo de incapacidade, desemprego involuntário, 
idade avançada, tempo de serviço, encargos familiares e prisão ou 
morte daqueles de quem dependiam economicamente. 
O modelo RGPS é de um seguro (não contratual) definido em 
lei e compulsório em razão do “exercício de atividade remunerada” (fato 
gerador da contribuição). 
Por não ser um sistema contratual, as alterações legais 
influenciam nos direitos previstos. Não se fala em ato jurídico perfeito. Mas, o 
direito adquirido deve ser respeitado. 
O STF já afirmou que não há direito adquirido a regime jurídico, 
mas somente direito adquirido quando preenchidos os requisitos para gozo do 
benefício. 
1. Filiação e inscrição 
A relação jurídica do segurado com o INSS decorre 
automaticamente do exercício de atividade remunerada. Chama-se “filiação” o 
vínculo jurídico que une o segurado ao RGPS e que decorre automaticamente 
e compulsoriamente do exercício de atividade remunerada. 
Com a filiação, o segurado passa a ter direito aos benefícios e 
serviços, por um lado, e por outro lado implica no surgimento da obrigação de 
contribuir para a seguridade. O vínculo é dúplice (direito e dever). 
A inscrição é o ato formal de mero cadastramento do segurado 
filiado. 
Empregado é inscrito pelo empregador, por meio da GFIP e do 
PIS. 
Trabalhador avulso é inscrito pelo sindicato ou órgão gestor de 
mão-de-obra. 
O contribuinte individual deve se cadastrar no CNIS, 
geralmente por meio do PIS. 
Segurado especial deve se cadastrar no CNIS. 
Empregado doméstico é cadastrado pelo empregador. 
Facultativo é um ato de vontade e deverá ele mesmo 
cadastrar-se. 
2. Segurados 
Existem 5 categorias de segurados obrigatórios, e mais o 
segurado facultativo. A classificação é legal. 
Segurados: 
▪ Segurados obrigatórios 
o Empregado 
o Trabalhador avulso 
o Empregado doméstico 
o Contribuinte individual 
o Seguridade especial 
▪ Segurado facultativo 
O art. 11 da Lei n. 8213/91 define cada segurado, assim como 
o art. 12 da Lei n. 8.212/91 (lembrem-se que o segurado é a um tempo só, 
beneficiário e contribuinte). 
Lei n. 8.213/91: 
Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as 
seguintes pessoas físicas: 
I - como empregado: 
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, 
em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante 
remuneração, inclusive como diretor empregado; 
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, 
definida em legislação específica, presta serviço para atender a 
necessidade transitória de substituição de pessoal regular e 
permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras 
empresas; 
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil 
para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa 
nacional no exterior; 
d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a 
repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas 
subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, 
excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o 
brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da 
respectiva missão diplomática ou repartição consular; 
e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em 
organismos oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil 
seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se 
segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio; 
f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para 
trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja 
maioria do capital votante pertença a empresa brasileira de capital 
nacional; 
g) o servidor público ocupantede cargo em comissão, sem vínculo 
efetivo com a União, Autarquias, inclusive em regime especial, e 
Fundações Públicas Federais. (Incluída pela Lei nº 8.647, de 1993) 
h) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, 
desde que não vinculado a regime próprio de previdência social; 
(Incluída pela Lei nº 9.506, de 1997) 
i) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em 
funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de 
previdência social; (Incluída pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 
j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, 
desde que não vinculado a regime próprio de previdência social; 
(Incluído pela Lei nº 10.887, de 2004) 
II - como empregado doméstico: aquele que presta serviço de 
natureza contínua a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, 
em atividades sem fins lucrativos; 
III - (Revogado pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999) 
IV - (Revogado pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999) 
a) (Revogado pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999) 
b) (Revogado pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999) 
V - como contribuinte individual: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 
26.11.99) 
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade 
agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou 
temporário, em área superior a 4 (quatro) módulos fiscais; ou, 
quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou 
atividade pesqueira, com auxílio de empregados ou por intermédio 
de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 9o e 10 deste artigo; 
(Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008) 
b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de 
extração mineral - garimpo, em caráter permanente ou temporário, 
diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de 
empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não 
contínua; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 
c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida 
consagrada, de congregação ou de ordem religiosa; (Redação dada 
pela Lei nº 10.403, de 8.1.2002) 
d) (Revogado pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999) 
e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial 
internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá 
domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de 
previdência social; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 
f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não 
empregado e o membro de conselho de administração de sociedade 
anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o sócio gerente e o 
sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho 
em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de 
direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer 
natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito 
para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam 
remuneração; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 
g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter 
eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; 
(Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 
h) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica 
de natureza urbana, com fins lucrativos ou não; (Incluído pela Lei nº 
9.876, de 26.11.99) 
VI - como trabalhador avulso: quem presta, a diversas empresas, 
sem vínculo empregatício, serviço de natureza urbana ou rural 
definidos no Regulamento; 
VII – como segurado especial: a pessoa física residente no imóvel 
rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, 
individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o 
auxílio eventual de terceiros, na condição de: (Redação dada pela 
Lei nº 11.718, de 2008) 
a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, 
parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, 
que explore atividade: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) 
1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; 
(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) 
2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades 
nos termos do inciso XII do caput do art. 2o da Lei no 9.985, de 18 
de julho de 2000, e faça dessas atividades o principal meio de vida; 
(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) 
b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pesca 
profissão habitual ou principal meio de vida; e (Incluído pela Lei nº 
11.718, de 2008) 
c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) 
anos de idade ou a este equiparado, do segurado de que tratam as 
alíneas a e b deste inciso, que, comprovadamente, trabalhem com o 
grupo familiar respectivo. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) 
§ 1o Entende-se como regime de economia familiar a atividade em 
que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria 
subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo 
familiar e é exercido em condições de mútua dependência e 
colaboração, sem a utilização de empregados permanentes. 
(Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008) 
§ 2º Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de uma 
atividade remunerada sujeita ao Regime Geral de Previdência Social 
é obrigatoriamente filiado em relação a cada uma delas. 
§ 3º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social–RGPS 
que estiver exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida 
por este Regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade, 
ficando sujeito às contribuições de que trata a Lei nº 8.212, de 24 de 
julho de 1991, para fins de custeio da Seguridade Social. (Incluído 
pela Lei nº 9.032, de 1995) 
§ 4º O dirigente sindical mantém, durante o exercício do mandato 
eletivo, o mesmo enquadramento no Regime Geral de Previdência 
Social-RGPS de antes da investidura. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 
1997) 
§ 5o Aplica-se o disposto na alínea g do inciso I do caput ao 
ocupante de cargo de Ministro de Estado, de Secretário Estadual, 
Distrital ou Municipal, sem vínculo efetivo com a União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, ainda que em regime 
especial, e fundações. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 
§ 6o Para serem considerados segurados especiais, o cônjuge ou 
companheiro e os filhos maiores de 16 (dezesseis) anos ou os a 
estes equiparados deverão ter participação ativa nas atividades 
rurais do grupo familiar. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) 
§ 7o O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados contratados 
por prazo determinado ou de trabalhador de que trata a alínea g do 
inciso V do caput, à razão de no máximo 120 (cento e vinte) pessoas 
por dia no ano civil, em períodos corridos ou intercalados ou, ainda, 
por tempo equivalente em horas de trabalho, não sendo computado 
nesse prazo o período de afastamento em decorrência da percepção 
de auxílio-doença. (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013) 
§ 8o Não descaracteriza a condição de segurado especial: (Incluído 
pela Lei nº 11.718, de 2008) 
I – a outorga, por meio de contrato escrito de parceria, meação ou 
comodato, de até 50% (cinqüenta por cento) de imóvel rural cuja 
área total não seja superior a 4 (quatro) módulos fiscais, desde que 
outorgante e outorgado continuem a exercer a respectiva atividade, 
individualmente ou em regime de economia familiar; (Incluído pela 
Lei nº 11.718, de 2008) 
II – a exploração da atividade turística da propriedade rural, inclusive 
com hospedagem, por não mais de 120 (cento e vinte) dias ao ano; 
(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) 
III – a participação em plano de previdência complementar instituído 
por entidade classista a que seja associado em razão da condição de 
trabalhador rural ou de produtor rural em regime de economia 
familiar; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) 
IV – ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiarque tem algum 
componente que seja beneficiário de programa assistencial oficial de 
governo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) 
V – a utilização pelo próprio grupo familiar, na exploração da 
atividade, de processo de beneficiamento ou industrialização 
artesanal, na forma do § 11 do art. 25 da Lei no 8.212, de 24 de julho 
de 1991; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) 
VI - a associação em cooperativa agropecuária ou de crédito rural; e 
(Redação dada pela Lei nº 13.183, de 2015) 
VII - a incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados - IPI 
sobre o produto das atividades desenvolvidas nos termos do § 12. 
(Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) 
§ 9o Não é segurado especial o membro de grupo familiar que 
possuir outra fonte de rendimento, exceto se decorrente de: (Incluído 
pela Lei nº 11.718, de 2008) 
 I – benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-
reclusão, cujo valor não supere o do menor benefício de prestação 
continuada da Previdência Social; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 
2008) 
 II – benefício previdenciário pela participação em plano de 
previdência complementar instituído nos termos do inciso IV do § 8o 
deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) 
 III - exercício de atividade remunerada em período não superior a 
120 (cento e vinte) dias, corridos ou intercalados, no ano civil, 
observado o disposto no § 13 do art. 12 da Lei nº 8.212, de 24 de 
julho de 1991; (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013) 
IV – exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de 
organização da categoria de trabalhadores rurais; (Incluído pela Lei 
nº 11.718, de 2008) 
V – exercício de mandato de vereador do Município em que 
desenvolve a atividade rural ou de dirigente de cooperativa rural 
constituída, exclusivamente, por segurados especiais, observado o 
disposto no § 13 do art. 12 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991; 
(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) 
VI – parceria ou meação outorgada na forma e condições 
estabelecidas no inciso I do § 8o deste artigo; (Incluído pela Lei nº 
11.718, de 2008) 
VII – atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima produzida 
pelo respectivo grupo familiar, podendo ser utilizada matéria-prima 
de outra origem, desde que a renda mensal obtida na atividade não 
exceda ao menor benefício de prestação continuada da Previdência 
Social; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) 
 VIII – atividade artística, desde que em valor mensal inferior ao 
menor benefício de prestação continuada da Previdência Social. 
(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) 
 § 10. O segurado especial fica excluído dessa categoria: (Incluído 
pela Lei nº 11.718, de 2008) 
I – a contar do primeiro dia do mês em que: (Incluído pela Lei nº 
11.718, de 2008) 
a) deixar de satisfazer as condições estabelecidas no inciso VII do 
caput deste artigo, sem prejuízo do disposto no art. 15 desta Lei, ou 
exceder qualquer dos limites estabelecidos no inciso I do § 8o deste 
artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) 
b) enquadrar-se em qualquer outra categoria de segurado obrigatório 
do Regime Geral de Previdência Social, ressalvado o disposto nos 
incisos III, V, VII e VIII do § 9o e no § 12, sem prejuízo do disposto no 
art. 15; (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013) 
c) tornar-se segurado obrigatório de outro regime previdenciário; e 
(Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013) 
d) participar de sociedade empresária, de sociedade simples, como 
empresário individual ou como titular de empresa individual de 
responsabilidade limitada em desacordo com as limitações impostas 
pelo § 12; (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) 
II – a contar do primeiro dia do mês subseqüente ao da ocorrência, 
quando o grupo familiar a que pertence exceder o limite de: (Incluído 
pela Lei nº 11.718, de 2008) 
a) utilização de terceiros na exploração da atividade a que se refere 
o § 7o deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) 
b) dias em atividade remunerada estabelecidos no inciso III do § 9o 
deste artigo; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) 
c) dias de hospedagem a que se refere o inciso II do § 8o deste 
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) 
§ 11. Aplica-se o disposto na alínea a do inciso V do caput deste 
artigo ao cônjuge ou companheiro do produtor que participe da 
atividade rural por este explorada. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 
2008) 
§ 12. A participação do segurado especial em sociedade empresária, 
em sociedade simples, como empresário individual ou como titular de 
empresa individual de responsabilidade limitada de objeto ou âmbito 
agrícola, agroindustrial ou agroturístico, considerada microempresa 
nos termos da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 
2006, não o exclui de tal categoria previdenciária, desde que, 
mantido o exercício da sua atividade rural na forma do inciso VII do 
caput e do § 1o, a pessoa jurídica componha-se apenas de 
segurados de igual natureza e sedie-se no mesmo Município ou em 
Município limítrofe àquele em que eles desenvolvam suas atividades. 
(Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) 
§ 13. (VETADO). 
Art. 12. O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar da 
União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, bem 
como o das respectivas autarquias e fundações, são excluídos do 
Regime Geral de Previdência Social consubstanciado nesta Lei, 
desde que amparados por regime próprio de previdência social. 
(Redação dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 
§ 1o Caso o servidor ou o mil i tar venham a exercer, 
concomitantemente, uma ou mais atividades abrangidas pelo 
Regime Geral de Previdência Social, tornar-se-ão segurados 
obrigatórios em relação a essas atividades. (Incluído pela Lei nº 
9.876, de 26.11.99) 
§ 2o Caso o servidor ou o militar, amparados por regime próprio de 
previdência social, sejam requisitados para outro órgão ou entidade 
cujo regime previdenciário não permita a filiação, nessa condição, 
permanecerão vinculados ao regime de origem, obedecidas as 
regras que cada ente estabeleça acerca de sua contribuição. 
(Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 
2.1. Segurado Empregado 
a. Aquele que presta serviço de natureza urbana ou 
rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e 
mediante remuneração. 
b. Aquele que contratado por empresa de trabalho 
temporário, definido na lei 6019/74, presta serviço para atender a 
necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente 
ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras empresas. 
Art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a 
uma empresa, para atender à necessidade transitória de substituição 
de seu pessoal regular e permanente ou à acréscimo extraordinário 
de serviços. 
c. O brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado 
no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de 
empresa nacional no exterior. 
d. Aquele que presta serviço no Brasil a missão 
diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a 
elas subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, 
excluído o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o 
brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva 
missão diplomática ou repartição consular. 
e. Brasileiro civil que trabalha no exterior, em 
organismos oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja 
membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se 
segurado na forma da legislação vigente no país de domicílio (figura do 
auxiliar local previsto na Lei n. 11440/06 – art. 56 e 57). 
Art. 56. Auxiliar Local é o brasileiro ou o estrangeiro admitido para 
prestar serviços ou desempenhar atividades de apoio que exijam 
familiaridade com as condições de vida, os usos e os costumes do 
país onde esteja sediado o posto. 
 Parágrafoúnico. Os requisitos da admissão de Auxiliar Local serão 
especificados em regulamento, atendidas as seguintes exigências: 
 I - possuir escolaridade compatível com as tarefas que lhe caibam; e 
II - ter domínio do idioma local ou estrangeiro de uso corrente no 
país, sendo que, no caso de admissão de Auxiliar Local estrangeiro, 
dar-se-á preferência a quem possuir melhores conhecimentos da 
língua portuguesa. 
Art. 57. As relações trabalhistas e previdenciárias concernentes aos 
Auxiliares Locais serão regidas pela legislação vigente no país em 
que estiver sediada a repartição. 
§ 1o Serão segurados da previdência social brasileira os Auxiliares 
Locais de nacionalidade brasileira que, em razão de proibição legal, 
não possam filiar-se ao sistema previdenciário do país de domicílio. 
§ 2o O disposto neste artigo aplica-se aos Auxiliares civis que 
prestam serviços aos órgãos de representação das Forças Armadas 
brasileiras no exterior. 
f. Brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no 
Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no 
exterior, cuja maioria do capital votante pertença a empresa brasileira de 
capital nacional. 
g. O servidor público ocupante de cargo em comissão, 
sem vínculo efetivo com a União, Autarquias, inclusive em regime 
especial, e Fundações Públicas Federais. 
h. O exercente de mandato eletivo federal, estadual ou 
municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência 
social (incluído pela lei 9.506/97); 
i. O empregado de organismo oficial internacional ou 
estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por 
regime próprio de previdência social; 
j. O exercente de mandato eletivo federal, estadual ou 
municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência 
social; 
2.2. Empregado Doméstico 
Aquele que presta serviço de natureza contínua a pessoa ou 
família, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos. 
2.3. Trabalhador Avulso 
Quem presta a diversas empresas, sem vínculo empregatício, 
serviço de natureza urbana ou rural definidos no Regulamento. 
O Regulamento (Decreto n. 3048/99), por seu turno, no art. 9º 
VI, dispõe: 
VI - como trabalhador avulso - aquele que, sindicalizado ou não, 
presta serviço de natureza urbana ou rural, a diversas empresas, 
sem vínculo empregatício, com a intermediação obrigatória do órgão 
gestor de mão-de-obra, nos termos da Lei nº 8.630, de 25 de 
fevereiro de 1993, ou do sindicato da categoria, assim considerados: 
a) o trabalhador que exerce atividade portuária de capatazia, estiva, 
conferência e conserto de carga, vigilância de embarcação e bloco; 
b) o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer natureza, 
inclusive carvão e minério; 
c) o trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e descarga 
de navios); 
d) o amarrador de embarcação; 
e) o ensacador de café, cacau, sal e similares; 
f) o trabalhador na indústria de extração de sal; 
g) o carregador de bagagem em porto; 
h) o prático de barra em porto; 
i) o guindasteiro; e 
j) o classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias 
em portos; 
Em suma, trata-se de atividades de movimentação de 
mercadorias. 
2.4. Segurado Especial 
É, resumidamente, o pequeno produtor rural que trabalha em 
regime de economia familiar, em pequena área, para fins de subsistência, sem 
empregados fixos. 
O pescador artesanal também é um segurado especial. O 
garimpeiro foi excluído do rol pela Emenda Constitucional n. 20/98. 
O produtor rural pode possuir as terras onde trabalha a 
qualquer título (proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro, 
meeiro, comandatário, arrendatário). 
A área não pode ultrapassar 4 módulos fiscais em tamanho 
(ver instrução especial n. 20, do INCRA). 
O regime é de subsistência. A atividade é exercida 
individualmente ou com a ajuda da família (todos são segurados). 
Pode haver ajuda eventual, ou empregado na proporção de 1 
para 120 dias, mas não pode haver empregados permanentes. 
O art. 11, parág. 8º e 9º da lei 8213/91 traz diversas hipóteses 
de atividades que descaracterizam, ou não, o segurado especial (turismo, 
exercício de atividade remunerada na entressafra). 
2.5. Contribuinte individual 
Categoria residual. Quem não se enquadra nas demais e 
exercer atividade remunerada, enquadra-se aqui. 
Art. 11 da lei 8.213/91 (inc V), em especial: 
a. Aquele que não se enquadra como segurado 
especial ou empregado rural. 
b. Garimpeiro. 
c. Ministro de confissão religiosa. 
d. Empresário. 
e. Autônomo e profissional liberal. 
2.6. Segurado Facultativo 
Facultativo é aquele segurado que não exerce nenhuma 
atividade que o tornaria segurado obrigatório, mas que, ainda assim, deseja 
cobertura previdenciária. 
O facultativo deve ser maior do que 16 anos de idade, pois a 
CF veda o trabalho ao menor (assim, se não pode sequer ser obrigatório, não 
poderia ser facultativo). 
O maior de 14 anos que trabalhe como aprendiz enquadra-se 
como empregado. 
O segurado obrigatório não pode ser facultativo. A única 
exceção é o segurado especial. O segurado especial é obrigatório e pode ser 
facultativo ao mesmo tempo, porque seu regime de benefícios não dá a ele 
direito a benefícios acima de um salário mínimo, a não ser que recolha como 
facultativo. 
Servidor vinculado a RPPS não pode ser facultativo. 
São exemplos de facultativo. 
▪ Dona de casa; 
▪ Estudante; 
▪ Estagiário; 
▪ Etc. 
2.7.Casos Especiais 
▪ Preso: não é segurado obrigatório. Somente será 
segurado se inscrever-se como facultativo ou também, se em regime semi-
aberto ou aberto, trabalhar fora do presídio (neste caso, filia-se de acordo 
com o tipo de trabalho). 
▪ Trabalho do menor: é vedado o trabalho do menor 
de 16 anos, salvo como aprendiz, a partir dos 14 anos. Mas e se ele 
trabalhar? A jurisprudência entende que haverá cobertura previdenciária, 
mesmo sendo o trabalho ilegal, porque a regra é para sua proteção e não 
para agravar sua situação. 
▪ Aposentado: se, depois de aposentado, voltar a 
trabalhar em atividade que o sujeite a filiação obrigatória, volta a contribuir, 
mas só terá direito ao salário-família e reabilitação profissional (sendo que 
o Decreto também informa que o aposentado tem direito a salário-
maternidade). Não terá direito a nova aposentadoria. 
▪ Dupla contribuição ao RGPS: somente dá direito a 
um benefício. 
Capítulo VI 
Noções de Custeio da Seguridade pelos Segurados do RGPS 
1. Introdução 
O custeio da seguridade é regido pelo art. 195 da CF, e, em 
uma parte, regulamentado pela lei 8.212/91. Trata-se de matéria tributária. 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, 
de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos 
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na 
forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 1998) 
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou 
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, 
mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 1998) 
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 20, de 1998) 
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, 
não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas 
pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei 
a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 
19.12.2003) 
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
destinadas à seguridade social constarão dos respectivos 
orçamentos, não integrando o orçamento da União. 
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada 
de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, 
previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e 
prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, 
assegurada a cada área a gestão de seus recursos. 
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, 
como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público 
nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. 
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a 
manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o 
disposto no art. 154, I. 
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser 
criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de 
custeio total. 
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser 
exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei 
que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o 
disposto no art. 150, III, "b". 
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as 
entidades beneficentes de assistência social que atendam às 
exigências estabelecidas em lei. 
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o 
pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que 
exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem 
empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social 
mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da 
comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos 
da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste 
artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em 
razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-
deobra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado 
de trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 
2005) 
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o 
sistema único de saúde e ações de assistência social da União para 
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os 
Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições 
sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos 
em montante superior ao fixado em lei complementar. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais 
as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, 
serão não-cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, 
de 19.12.2003) 
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de 
substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na 
forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
Para os limites de nosso curso importa estudar as 
contribuições a cargo do segurado. 
2. Salário de Contribuição (SC) 
O SC é a base de cálculo da contribuição previdenciária (sobre 
seu valor é que incide a alíquota devida). A regra é que o SC é o valor da 
remuneração para os segurados empregados, empregados domésticos, 
avulsos e contribuinte individual. Para o facultativo, será o valor por ele 
escolhido entre o mínimo e o máximo permitido. 
Para o segurado especial não se aplica o conceito de SC, 
porque sua contribuição, quando existente, é calculada com base no valor da 
venda da produção. 
Há limites ao SC: 
- mínimo: piso da categoria profissional e, se não houver, o 
salário mínimo. 
- máximo: atualizado anualmente. Para o ano de 2017 é R$ 
5.531,31. A título de exemplo, nos últimos anos, o salário de contribuição foi: 
2011 3.691,74
2012 3.916,20
2013 4.159,00
2014 4.390,24
Havendo mais de uma atividade remunerada, o limite será 
aplicado na soma de todas as remunerações. As parcelas que integram o SC 
estão no art. 28 da lei 8.212/91. Em geral, parcelas de natureza não 
remunerativa não integram o SC (são chamadas de parcelas indenizatórias). 
Lei n. 8212/91: 
Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição: 
I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida 
em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos 
rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante 
o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua 
forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de 
utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer 
pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição 
do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do 
contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou 
sentença normativa; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) 
II - para o empregado doméstico: a remuneração registrada na 
Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas as normas a 
serem estabelecidas em regulamento para comprovação do vínculo 
empregatício e do valor da remuneração; 
III - para o contribuinte individual: a remuneração auferida em uma 
ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta 
própria, durante o mês, observado o limite máximo a que se refere o 
§ 5o; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). 
IV - para o segurado facultativo: o valor por ele declarado, observado 
o limite máximo a que se refere o § 5o. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 
1999). 
§ 1º Quando a admissão, a dispensa, o afastamento ou a falta do 
empregado ocorrer no curso do mês, o salário-de-contribuição será 
proporcional ao número de dias de trabalho efetivo, na forma 
estabelecida em regulamento. 
§ 2º O salário-maternidade é considerado salário-de-contribuição. 
§ 3º O limite mínimo do salário-de-contribuição corresponde ao piso 
salarial, legal ou normativo, da categoria ou, inexistindo este, ao 
salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, 
conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês. 
(Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) 
§ 4º O limite mínimo do salário-de-contribuição do menor aprendiz 
corresponde à sua remuneração mínima definida em lei. 
§ 5º O limite máximo do salário-de-contribuição é de Cr$ 170.000,00 
(cento e setenta mil cruzeiros), reajustado a partir da data da entrada 
em vigor desta Lei, na mesma época e com os mesmos índices que 
os do reajustamento dos benefícios de prestação continuada da 
Previdência Social. 
2015 4.663,75
2016 5.189,82
2017 5.531,31
§ 6º No prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data de 
publicação desta Lei, o Poder Executivo encaminhará ao Congresso 
Nacional projeto de lei estabelecendo a previdência complementar, 
pública e privada, em especial para os que possam contribuir acima 
do limite máximo estipulado no parágrafo anterior deste artigo. 
§ 7º O décimo-terceiro salário (gratificação natalina) integra o salário-
de-contribuição, exceto para o cálculo de benefício, na forma 
estabelecida em regulamento. (Redação dada pela Lei n° 8.870, de 
15.4.94) 
§ 8º Integram o salário-de-contribuição pelo seu valor total: (Redação 
dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). (Vide Lei nº 13.189, de 2015) 
a) o total das diárias pagas, quando excedente a cinqüenta por cento 
da remuneração mensal; (Alínea acrescentada pela Lei nº 9.528,

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