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Direito Previdenciário - Verbo Jurídico - 2020

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
1 
 
 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
2 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. SEGURIDADE SOCIAL ........................................................................................................................ 03 
2. FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL .................................................................................... 15 
3. REGIMES DA PREVIDÊNCIA SOCIAL ................................................................................................. 31 
4. REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL ........................................................................................ 32 
5. ESPÉCIES DE PRESTAÇÕES ................................................................................................................ 50 
6. BENEFÍCIOS DOS SEGURADOS ......................................................................................................... 53 
7. BENEFÍCIOS DOS DEPENDENTES ...................................................................................................... 78 
8. DOS SERVIÇOS .................................................................................................................................. 85 
9. CONTAGEM RECÍPROCA DO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO ............................................................... 88 
10. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL PARA O TRABALHADOR PORTUÁRIO AVULSO ................................... 90 
11. SEGURO DESEMPREGO .................................................................................................................. 92 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
3 
 
 
 
SEGURIDADE SOCIAL 
 
 
 
Seguridade social é um conjunto de princípios, normas, regras e instituições, formando um sis-
tema de proteção social contra determinadas circunstâncias que impedem as pessoas de prover as 
suas necessidades (e de suas famílias), garantindo-lhes direito à saúde, assistência social e previ-
dência social. A seguridade social vem disposta nos arts. 194 a 204, CF. 
 
O sistema de seguridade social “compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos 
Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e 
à assistência social”, conforme disposto no caput do art. 194, CF. 
 
Na Constituição, no art. 6º, é tratado do direito fundamental (social) à saúde, à previdência 
social e à assistência social. Após, nos arts. 194 a 204, a seguridade social é especificamente aborda-
da, destacando a sociedade como participante das ações de assistência social, o que é visto desde as 
associações romanas (pagamento do funeral dos associados). 
 
Com a Revolução Francesa, com o paradigma da liberdade, surgiu uma diferenciação entre as 
classes sociais dentre os que não eram nobres. Essa liberdade influencia na forma de tratamento 
dispensado pelo Estado aos cidadãos, que é um Estado ausente, liberal (autonomia das vontades e 
liberdade contratual), não havendo legislação protetiva aos trabalhadores ou que olhe para suas 
contingências, que começam a surgir cada vez mais fortes. No que diz com a igualdade ela é somen-
te formal e não material. A combinação desses elementos gera um desequilíbrio nas relações con-
tratuais, especialmente nas trabalhistas, o que demanda o surgimento do Direito do Trabalho, ressal-
tando que essa desigualdade social vai além do próprio trabalhador e da própria pessoa. Passa-se a 
entender que o problema dos trabalhadores que em razão de uma contingência não podem traba-
lhar gera um problema social, surge a necessidade de o Estado começar a fazer alguma coisa para 
minimizar esse problema social, a partir de um sentimento de solidariedade. 
 
Assim, o Direito Previdenciário nasceu como ramo integrante do Direito do Trabalho e assim 
evoluiu. Parte da doutrina entende que somente a partir da CF/88, o Direito Previdenciário assumiu 
sua autonomia. 
 
Neste sentido, o sistema securitário social consagra a proteção do indivíduo contra possíveis 
riscos que possam surgir, seja através do sistema da saúde, da previdência social e da assistência 
social. 
 
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
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 PRINCÍPIOS E OBJETIVOS 
 UNIVERSALIDADE DA COBERTURA E DO ATENDIMENTO 
Todas as situações que representam riscos estão compreendidas na cobertura que o sistema 
brasileiro de proteção social pretende proporcionar às pessoas (dimensão objetiva - universalidade 
de cobertura) e em que todas as pessoas possuem tal direito (dimensão subjetiva - universalidade 
de atendimento - destinatários da proteção social: ninguém está fora deste plano de proteção; todos 
têm uma quota de proteção). 
 
 UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIA DOS BENEFÍCIOS E SERVIÇOS ÀS POPULA-
ÇÕES URBANAS E RURAIS 
Decorre do princípio da isonomia. Uniformidade diz respeito às contingências cobertas. Isto 
significa idênticos benefícios: mesmo rol de benefícios para urbanos e rurais e iguais serviços. Equi-
valência diz respeito ao valor: à expressão econômica. O critério de apuração do valor do benefício 
deve ser o mesmo. 
 
Essa ideia de isonomia foi estabelecida pela CF até mesmo no que diz com o Direito do Traba-
lho. Antes da CF/88 os regimes eram distintos, sendo o dos rurais menos abrangente e com benefí-
cios inferiores, gerando-se uma situação de desigualdade e discriminação. 
 
 SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE NA PRESTAÇÃO DOS BENEFÍCIOS E SER-
VIÇOS 
A seletividade fixa o rol de prestações que serão garantidas ao beneficiário do sistema. Trata-
se do momento pré-legislativo, no qual o legislador fixa a prioridade na outorga de determinadas 
prestações. É a escolha progressiva do Plano de Proteção. Essa escolha não é livre, pois o constituin-
te já determinou a necessidade de proteção dos grandes riscos sociais: a morte, a doença, a velhice, 
o desemprego e a invalidez (art. 201, CF). Já a distributividade define o grau de proteção devido a 
cada um. 
 
Esse princípio serve como forma de limitação ao primeiro princípio, pois se tem uma limitação 
em termos de recursos. Em face disso o Estado irá escolher as contingências principais e as pessoas 
mais necessitadas (aspecto subjetivo) de atendimento. 
Seguridade Social
Saúde Pública
Não necessita de 
contribuição
Assistência Social
Não necessita de 
contribuição
Previdência Social
Necessita de Contribuição
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
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 IRREDUTIBILIDADE DO VALOR DOS BENEFÍCIOS 
Os benefícios não podem ser reduzidos, devendo ser preservado o seu valor real (art. 201, 
§4º, CF). A irredutibilidade expressa não apenas a manutenção do poder aquisitivo, estando atrela-
da, também, ao progresso econômico: havendo progresso econômico, deverão seus efeitos implicar 
em incremento da proteção social. Importante salientar que a irredutibilidade nominal é que foi 
garantida pelo Supremo Tribunal Federal. 
 
 EQUIDADE NA FORMA DE PARTICIPAÇÃO NO CUSTEIO 
Decorre do princípio da igualdade, baseando-se na capacidade econômica dos contribuintes. 
Assim, quanto maior capacidade econômica revelar o contribuinte, maior deverá ser a quota que lhe 
cabe verter para o fundo social destinado a financiar as prestações. Quem não detém qualquer ca-
pacidade econômica não verterá nenhuma contribuição, o que não lhe retira a qualidade de benefi-
ciário do plano. Por certo, em parte, tem-se o princípio da capacidade contributiva no plano do cus-
teio. A ideia da capacidade contributiva por si só não é apta a definir a equidade na forma de partici-
pação no custeio. Isto porque, envolve a ideia da progressividade, ao passo que a equidade no cus-
teio envolve a proporcionalidade. Deve existir, ainda, certa relação entre os riscos inerentes à ativi-
dade econômica, as contribuições devidas, o porte da empresa ou da condição estrutural do merca-
do de trabalho, detal modo que, quanto maior o risco, maior deve ser o tributo social (art. 195, § 
9º, CF). Assim, quanto maiores as possibilidades de sinistro que as atividades puderem provocar, 
maior deverá ser a contribuição. Ora, quem utiliza muita mão-de-obra tem menor capacidade de 
contribuir, do que quem utiliza pouca mão-de-obra. Assinale-se, ainda, que, conforme a atividade 
econômica, a contribuição será menor ou maior (critério do risco). 
 
 DIVERSIDADE DA BASE DE FINANCIAMENTO 
Esse princípio possui dupla dimensão: 
1. Diversidade Objetiva: atinente aos fatos sobre os quais incidirão contribuições; e 
 
2. Diversidade Subjetiva: relativa a pessoas naturais ou jurídicas que verterão as contribui-
ções. Dependerá da atividade inventiva do legislador complementar (art. 195, § 4º, cc art. 
154, I, CF) a elaboração de novas fontes de custeio que, no futuro, serão indispensáveis à 
expansão do sistema de proteção. 
 
 CARÁTER DEMOCRÁTICO E DESCENTRALIZADO DA ADMINISTRAÇÃO, ME-
DIANTE GESTÃO QUADRIPARTITE, COM PARTICIPAÇÃO DOS TRABALHADORES, 
DOS EMPREGADORES, DOS APOSENTADOS E DO GOVERNO NOS ÓRGÃOS CO-
LEGIADOS 
Objetiva resguardar a administração do sistema com a qualidade da segurança e da morali-
dade. Há uma gerência quadripartite, com a participação de trabalhadores, empregadores, aposen-
tados e do Estado. A lei ordinária deverá exigir a participação da comunidade interessada nos ór-
gãos colegiados que dirigem a previdência social. 
 
 PRECEDÊNCIA DA FONTE DE CUSTEIO (art. 195, §5º, CF) 
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
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Há necessidade de que primeiro exista a fonte de custeio para depois ser criado o benefício. 
Neste passo, a criação, majoração ou extensão de benefício está condicionada à existência da cor-
respondente fonte, que concorra para o custeio total. 
 
Ainda, o art. 195, em seus diversos incisos, prevê as bases de financiamento que, em confor-
midade com a regra da contrapartida, podem ser criadas pelo legislador. No entanto considerando 
que essas bases poderiam revelar-se insuficientes para a manutenção e expansão da seguridade so-
cial, o constituinte permitiu que outras fontes, no futuro, e com observância da regra da contraparti-
da, fossem constituídas. Nesse sentido a redação do art. 195, §4º, CF: 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indi-
reta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Es-
tados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
(...) 
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão 
da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. 
 
 
 ORÇAMENTO DIFERENCIADO 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indi-
reta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Es-
tados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
(...) 
§ 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade 
social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. 
 
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: 
(...) 
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá: 
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da 
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Pú-
blico; 
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, 
detenha a maioria do capital social com direito a voto; 
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vin-
culados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos 
e mantidos pelo Poder Público. 
 
 
 O PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE E AS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS 
As contribuições de seguridade social não estão sujeitas ao princípio da anterioridade da lei 
tributária (art. 150, III, “b”, CF), mas sim à anterioridade nonagesimal (art. 195, § 6º, CF). 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
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PRINCÍPIO CONCEITO 
Universalidade da Cobertura e do Aten-
dimento 
Todas as situações que representam riscos 
estão compreendidas na cobertura que o 
sistema brasileiro de proteção social 
pretende proporcionar às pessoas. 
Todas as pessoas têm direito a cobertura 
e atendimento. 
Uniformidade e Equivalência dos Benefí-
cios e Serviços às Populações Urbanas e 
Rurais 
Mesmo rol de benefícios para urbanos e 
rurais e iguais serviços. Equivalência diz 
respeito ao valor; à expressão econômica. 
O critério de apuração do valor do bene-
fício deve ser o mesmo. 
Seletividade 
Fixa o rol de prestações que serão garan-
tidas ao beneficiário do sistema. Trata-se 
do momento pré-legislativo, no qual o 
legislador fixa a prioridade na outorga de 
determinadas prestações. 
Distributividade 
Define o grau de proteção devido a cada 
um, sendo um instrumento de desconcen-
tração de riquezas. 
Irredutibilidade do Valor dos Benefícios 
Os benefícios não podem ser reduzidos, 
devendo ser preservado o seu valor real 
(art. 201, §4º, CF). 
Equidade no Custeio 
Quanto maior capacidade econômica 
revelar o contribuinte, maior deverá ser a 
quota que lhe cabe verter para o fundo 
social destinado a financiar as prestações. 
Diversidade da Base de Financiamento 
O financiamento da seguridade social 
deve ter múltiplas fontes, a fim de garan-
tir a solvibilidade do sistema, evitando 
que ocorra crise em determinados seto-
res e comprometa a arrecadação. 
Gestão Quadripartite 
A gestão será de índole democrática e 
descentralizada, envolvendo representan-
tes dos trabalhadores, dos empregado-
res, dos aposentados e do Poder Público. 
Precedência da Fonte de Custeio 
Nenhum benefício é criado, majorado ou 
estendido sem que haja a correspondente 
fonte de custeio total. 
Orçamento Diferenciado 
Existe uma peça orçamentária exclusiva 
para a seguridade social, não integrando 
o orçamento da União 
 
 
 
 
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
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 ORGANIZAÇÃO DA SEGURIDADE SOCIAL 
A Lei 8.212/91 estabelece regras para a organização da Seguridade Social: 
Art. 5º As ações nas áreas de Saúde, Previdência Social e Assistência Social, conforme o 
disposto no Capítulo II do Título VIII da Constituição Federal, serão organizadas em Siste-
ma Nacional de Seguridade Social, na forma desta Lei. 
 
Art. 8º As propostas orçamentárias anuais ou plurianuais da Seguridade Social serão ela-
boradas por Comissão integrada por 3 (três) representantes, sendo 1 (um) da área da saú-
de, 1 (um) da área da previdência social e 1 (um) da área de assistência social. 
 
Art. 9º As áreas de Saúde, Previdência Social e Assistência Social são objeto de leis especí-
ficas, que regulamentarão sua organização e funcionamento. 
 
 
 SAÚDE 
Saúde é o estado completo de bem-estar físico, mental e social. Não é só a ausência de doen-
ça ou enfermidade. Assim, o sistema da saúde conta com políticas sociais e econômicas que visem à 
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário. 
 
É um direito fundamental, sendo dever do Poder Público em todas as suas esferas prestá-lo a 
todos brasileiros e estrangeiros. Independe de contribuição! Previsão da Constituição Federal: 
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas soci-
ais e econômicas que visem à reduçãodo risco de doença e de outros agravos e ao acesso 
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. 
 
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Públi-
co dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo 
sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física 
ou jurídica de direito privado. 
 
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierar-
quizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: 
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos 
serviços assistenciais; 
III - participação da comunidade. 
§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do 
orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
pios, além de outras fontes. 
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em a-
ções e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais 
calculados sobre: I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício fi-
nanceiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por cento); 
II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a 
que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, 
e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; 
III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a 
que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e 
§ 3º. § 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabele-
cerá: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#tituloviiicapituloii
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
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I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º; 
II - os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, 
ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municí-
pios, objetivando a progressiva redução das disparidades regionais; 
III - as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas fe-
deral, estadual, distrital e municipal; 
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários 
de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de 
acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para 
sua atuação. 
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as di-
retrizes para os Planos de Carreira e a regulamentação das atividades de agente comunitá-
rio de saúde e agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, 
prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Muni-
cípios, para o cumprimento do referido piso salarial. 
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da Constituição 
Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou 
de agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento 
dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exercício. 
 
Criado o Sistema Único de Saúde (SUS), componente essencial para a execução dos progra-
mas de prevenção, proteção e recuperação da saúde. Assim, a saúde insere-se no sistema de segu-
ridade social justamente por amparar a população contra as possíveis doenças, ou em face das doen-
ças já existentes na sociedade, conferindo proteção a quem quer que necessite, sem exigir qualquer 
contraprestação. Conforme a Constituição: 
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da 
lei: 
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e 
participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderiva-
dos e outros insumos; 
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do 
trabalhador; 
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; 
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; 
V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a 
inovação; 
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, 
bem como bebidas e águas para consumo humano; 
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de 
substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; 
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. 
 
 
 
 
 
Saúde
Prevenção Meios para evitar doenças, incluindo vigilância sanitária
Proteção Saúde é um direito social, e um dever do Estado. 
Recuperação Através de serviços sociais ou reabilitação profissional, é 
uma forma de reintegração social.
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
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 PRINCÍPIOS 
Previstos no art. 2º, parágrafo único, Lei 8.212/91 + art. 7º da Lei 8.080/90: 
 
 
 
 
 
 ASSISTÊNCIA SOCIAL 
A Assistência Social vem disciplinada nos arts. 203 e 204, CF, e na Lei Orgânica da Assistência 
Social (LOAS) - Lei 8.742/93. O art. 203, CF, elenca o caráter universal da assistência social, já que a 
mesma será prestada a quem dela necessitar, independentemente da contribuição à seguridade 
social. 
 
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente 
de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: 
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; 
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; 
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; 
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua 
integração à vida comunitária; 
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência 
e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la 
provida por sua família, conforme dispuser a lei. 
 
 
 
 
Princípios
Acesso Universal 
Igualitário
Atendimento 
Integral, com 
Prioridade para 
Prevenção
Participação da 
Comunidade na 
Gestão e 
Fiscalização
Descentralização
Direito à 
Informação da 
sua saúde
Divulgação de 
Informação 
quanto aos 
serviços de saúde
Participação da 
Iniciativa Privada
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
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 PRINCÍPIOS 
 
 
 
 
O art. 204, CF, traz as diretrizes da Assistência Social: 
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com re-
cursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e 
organizadas com base nas seguintes diretrizes: 
I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à 
esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadu-
al e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social; 
II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação 
das políticas e no controle das ações em todos os níveis. 
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de a-
poio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributárialí-
quida, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: 
I - despesas com pessoal e encargos sociais; 
II - serviço da dívida; 
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou a-
ções apoiados. 
 
 
 PREVIDÊNCIA SOCIAL 
Seguro com regime jurídico especial, pois regida por normas de Direito Público, a previdência 
social é necessariamente contributiva, disponibilizando serviços e benefícios aos segurados e seus 
dependentes, a depender do plano de cobertura que possuir. 
 
Princípios 
- Art. 4º 
LOAS
Respeito à 
Dignidade do 
Cidadão
Igualdade de 
Direitos no 
Acesso ao 
Atendimento
Divulgação 
Ampla dos 
Benefícios, 
Serviços, 
Programas e 
Projetos
Universalização 
dos Direitos 
Sociais
Supremacia do 
Atendimento às 
Necessidades 
Sociais
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
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Tem por objetivo proporcionar meios indispensáveis de subsistência ao segurado e a su-
a família, contra contingências de perda ou redução de sua remuneração, de forma temporária ou 
permanente. 
 
Conforme o art. 201, CF: 
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de Previdência 
Social, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preser-
vem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei, a: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e 
idade avançada; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; 
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; 
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; 
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e de-
pendentes, observado o disposto no § 2º. 
 
A Lei 8.213/91, também, disciplina a Previdência Social em todos os seus diversos aspectos, 
estabelecendo os benefícios que serão devidos aos titulares dos direitos previdenciários. 
 
 
 
 
Sobre o Regime Complementar, a Constituição Federal dispõe: 
Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de for-
ma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado 
na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei com-
plementar. 
Previdência Social 
Brasileira
Regime Geral de 
Previdência Social - RGPS
Para trabalhadores em geral
Regime Próprio de 
Previdência Social - RPPS
Obrigatório para servidores 
públicos efetivos da União, 
Estados e Municípios
Obrigatório para militares
Plano de Seguridade 
Social dos Congressistas
Facultativo para Deputados 
Federais, Senadores e 
suplentes NÃO vinculados a 
RPPS
Regime Complementar 
dos Servidores Públicos 
Efetivos
Implementado pelas 
entidades políticas, é 
facultativo. 
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
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§ 1º A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participante de planos de 
benefícios de entidades de previdência privada o pleno acesso às informações relativas à 
gestão de seus respectivos planos. 
§ 2º As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas 
nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência privada 
não integram o contrato de trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos benefí-
cios concedidos, não integram a remuneração dos participantes, nos termos da lei. 
§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades 
de economia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situa-
ção na qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado. 
§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito Federal ou 
Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empre-
sas controladas direta ou indiretamente, enquanto patrocinadores de planos de benefícios 
previdenciários, e as entidades de previdência complementar. (Redação dada pela Emen-
da Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 5º A lei complementar de que trata o § 4º aplicar-se-á, no que couber, às empresas pri-
vadas permissionárias ou concessionárias de prestação de serviços públicos, quando pa-
trocinadoras de planos de benefícios em entidades de previdência complementar. (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 6º Lei complementar estabelecerá os requisitos para a designação dos membros das di-
retorias das entidades fechadas de previdência complementar instituídas pelos patrocina-
dores de que trata o § 4º e disciplinará a inserção dos participantes nos colegiados e ins-
tâncias de decisão em que seus interesses sejam objeto de discussão e deliberação. (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
 
 
 CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL 
A Lei 8.213/91 instituiu o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), que possui os se-
guintes representantes: 
Art. 3º Fica instituído o Conselho Nacional de Previdência Social–CNPS, órgão superior de 
deliberação colegiada, que terá como membros: 
I - seis representantes do Governo Federal; 
II - nove representantes da sociedade civil, sendo: 
a) três representantes dos aposentados e pensionistas; 
b) três representantes dos trabalhadores em atividade; 
c) três representantes dos empregadores. 
§ 1º Os membros do CNPS e seus respectivos suplentes serão nomeados pelo Presidente 
da República, tendo os representantes titulares da sociedade civil mandato de 2 (dois) 
anos, podendo ser reconduzidos, de imediato, uma única vez. 
§ 2º Os representantes dos trabalhadores em atividade, dos aposentados, dos emprega-
dores e seus respectivos suplentes serão indicados pelas centrais sindicais e confedera-
ções nacionais. 
§ 3º O CNPS reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por mês, por convocação de seu Presi-
dente, não podendo ser adiada a reunião por mais de 15 (quinze) dias se houver requeri-
mento nesse sentido da maioria dos conselheiros. 
§ 4º Poderá ser convocada reunião extraordinária por seu Presidente ou a requerimento 
de um terço de seus membros, conforme dispuser o regimento interno do CNPS. 
§ 6º As ausências ao trabalho dos representantes dos trabalhadores em atividade, decor-
rentes das atividades do Conselho, serão abonadas, computando-se como jornada efeti-
vamente trabalhada para todos os fins e efeitos legais. 
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
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§ 7º Aos membros do CNPS, enquanto representantes dos trabalhadores em atividade, ti-
tulares e suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego, da nomeação até um ano 
após o término do mandato de representação, somente podendo ser demitidos por moti-
vo de falta grave, regularmente comprovada através de processo judicial. 
§ 8º Competirá ao Ministério do Trabalho e da Previdência Social proporcionar ao CNPS os 
meios necessários ao exercício de suas competências, para o que contará com uma Secre-
taria-Executiva do Conselho Nacional de Previdência Social. 
§ 9º O CNPS deverá se instalar no prazo de 30 (trinta) dias a contar da publicação desta 
Lei. 
 
Ainda, compete ao CNPS, conforme a Lei: 
Art. 4º Compete ao Conselho Nacional de Previdência Social–CNPS: 
I - estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisões de políticas aplicáveis à Previdência 
Social; 
II - participar, acompanhar e avaliar sistematicamente a gestão previdenciária; 
III - apreciar e aprovar os planose programas da Previdência Social; 
IV - apreciar e aprovar as propostas orçamentárias da Previdência Social, antes de sua 
consolidação na proposta orçamentária da Seguridade Social; 
V - acompanhar e apreciar, através de relatórios gerenciais por ele definidos, a execução 
dos planos, programas e orçamentos no âmbito da Previdência Social; 
VI - acompanhar a aplicação da legislação pertinente à Previdência Social; 
VII - apreciar a prestação de contas anual a ser remetida ao Tribunal de Contas da União, 
podendo, se for necessário, contratar auditoria externa; 
VIII - estabelecer os valores mínimos em litígio, acima dos quais será exigida a anuência 
prévia do Procurador-Geral ou do Presidente do INSS para formalização de desistência ou 
transigência judiciais, conforme o disposto no art. 132; 
IX - elaborar e aprovar seu regimento interno. 
Parágrafo único. As decisões proferidas pelo CNPS deverão ser publicadas no Diário Oficial 
da União. 
 
 
 REFORMA PREVIDENCIÁRIA 
A Reforma da Previdência, aprovada pelo Senado Federal no final de 2019, enumerada como 
Emenda Constitucional 103/19, trouxe diversas mudanças no âmbito previdenciário. Agora passamos 
a trabalhar com três tipos de benefícios no Regime Geral de Previdência Social: 
1. Benefícios Pré-Reforma: Basicamente são os benefícios vigentes até a data da EC 
103/19, possível de deferimento para segurados que já haviam implementado todos os re-
quisitos antes da EC 103 (direito adquirido), bem como benefícios com data do fato gera-
dor antes da reforma. 
 
2. Benefícios das Regras de Transição: Benefícios trazidos pela EC 103/19 para segurados já 
filiados ao RGPS na entrada em vigor da EC e que ainda não haviam preenchido requisitos 
pelas regras anteriores até a reforma. Nas regras de transição estão as aposentadorias pro-
gramáveis, que são por tempo de contribuição, por idade e aposentadoria especial. 
 
3. Benefícios Pós-reforma: São todos os demais benefícios a partir de agora, exceto os pre-
vistos nas regras de transição e os que tiverem data do fato gerador anterior a EC 103. Im-
portante ressaltar que as Aposentadorias programáveis previstas como “regras permanen-
tes” somente serão destinadas aos segurados que ingressarem no sistema previdenciário 
após a EC 103/19. 
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
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A Emenda Constitucional 103/19 prevê expressamente a proteção do direito adquirido dos se-
gurados que preencham os requisitos para obtenção de benefícios até a data da sua promulgação, 
ainda que o benefício seja requerido em momento posterior à mudança das regras. 
 
É importante lembrar que aos segurados que ainda não haviam preenchido todos os requisitos 
para uma aposentadoria não configuram direito adquirido, pois na falta de direito a gozar do benefí-
cio até a EC, o caso não se trata de direito adquirido e sim mera expectativa de direito. 
 
Este é o ponto que suscitará grandes debates jurisprudenciais pela extensão da proteção às re-
lações e fatos jurídicos já consolidados, mas que não se enquadram enquanto preenchimento de 
todos os requisitos para concessão de benefício. 
 
A jurisprudência do STF já asseverou que inexiste direito adquirido a regime jurídico previ-
denciário, sendo aplicável o princípio do tempus regit actum nas relações previdenciárias. 
 
Assim, importante exemplificar que na EC está expressamente prevista a possibilidade de con-
versão de tempo especial em comum até a data de promulgação, vedando a conversão somente 
para o período laborado posteriormente (art. 25, §2º). 
 
 
 
 
 
 
FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SO-
CIAL 
 
 
De acordo com o art. 10, Lei 8.212/91, a seguridade social será financiada por toda a socieda-
de: 
Art. 10. A Seguridade Social será financiada por toda sociedade, de forma direta e indire-
ta, nos termos do art. 195 da Constituição Federal e desta Lei, mediante recursos proveni-
entes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de contribuições soci-
ais. 
 
 
 
 
 
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n
an
ci
am
e
n
to Indireto
Receitas orçamentárias 
provindas da União, Estados, DF 
e Municípios
Direto Mediante Contribuições
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art195
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
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 FINANCIAMENTO INDIRETO 
 O art. 198, §2º, CF, trata do financiamento indireto na saúde pública, por parte da União, Es-
tados, DF e Municípios. Importante ressaltar que este financiamento NÃO encontra alíquota previs-
ta na Constituição Federal, sendo utilizado, por exemplo, a Lei de Diretrizes Orçamentárias para a 
fixação dos repasses à seguridade social. 
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierar-
quizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: 
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos 
serviços assistenciais; 
III - participação da comunidade. 
§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do 
orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
pios, além de outras fontes. 
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em 
ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentu-
ais calculados sobre: 
I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, não po-
dendo ser inferior a 15% (quinze por cento); 
II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a 
que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, 
e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; 
III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos 
a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea 
b e § 3º. 
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecerá: 
I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º; 
II - os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, 
ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municí-
pios, objetivando a progressiva redução das disparidades regionais; 
III - as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas fe-
deral, estadual, distrital e municipal; 
 
 
ESTADOS E DIS-
TRITO FEDERAL 
 
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir 
impostos sobre: 
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou 
direitos; 
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre pres-
tações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e 
de comunicação, ainda que as operações e as prestações se 
iniciem no exterior; 
III - propriedade de veículos automotores. 
Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: 
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e 
proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre ren-
dimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e 
pelas fundações que instituírem e mantiverem; 
II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a 
União instituir no exercício da competência que lhe é atribuída 
pelo art. 154, I. 
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
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MUNICÍPIOS E 
DISTRITO FEDERAL 
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 
I - propriedade predial e territorial urbana; 
II - transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso,de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos 
reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de 
direitos a sua aquisição; 
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 
155, II, definidos em lei complementar. 
Art. 158. Pertencem aos Municípios: 
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e 
proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre ren-
dimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e 
pelas fundações que instituírem e mantiverem; 
II - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto 
da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos 
imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da 
opção a que se refere o art. 153, § 4º, III; 
III - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto 
do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenci-
ados em seus territórios; 
IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do impos-
to do Estado sobre operações relativas à circulação de mercado-
rias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e 
intermunicipal e de comunicação. 
 
 
 FINANCIAMENTO DIRETO - CONTRIBUIÇÕES 
A contribuição é uma espécie de tributo que se origina na relação jurídica tributária (relação 
de custeio). Estão previstas no art. 195, CF, sendo necessário lei complementar para a criação de 
novas fontes não previstas no texto constitucional. 
 
Destaca-se que as novas contribuições devem obedecer ao princípio da anterioridade mitiga-
da/nonagesimal: só entrarão em vigor após 90 dias da data de sua publicação! 
 
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
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Conforme o art. 195, CF: 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indi-
reta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Es-
tados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes 
sobre: 
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer 
título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; 
b) a receita ou o faturamento; 
c) o lucro; 
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas a-
líquotas progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo con-
tribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência So-
cial; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. 
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. 
§ 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade 
social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. 
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pe-
los órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista 
as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada 
área a gestão de seus recursos. 
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido 
em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incenti-
vos fiscais ou creditícios. 
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão 
da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. 
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou es-
tendido sem a correspondente fonte de custeio total. 
Financiamento 
Direto
Contribuições das 
Empresas, Empregador 
e Equiparados
Sobre folha de salário 
e demais rendimentos 
do trabalho pagos à 
pessoa física
Sobre receita ou 
faturamento
Sobre o lucro
Concurso Prognóstico
Contribuição do 
Importador ou 
Equiparado
Contribuição do 
Segurado
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
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§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decor-
ridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, 
não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b". 
 § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de 
assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. 
 
Por fim, é necessário distinguir contribuição previdenciária e contribuição não-previdenciária: 
 Contribuição Previdenciária: o valor arrecadado destina-se exclusivamente para o pa-
gamento de benefícios da previdência social. 
 
 Contribuição Não-Previdenciária: o valor arrecadado poderá ser utilizado em qualquer 
área da seguridade social (saúde, assistência social ou previdência social). 
 
 CONTRIBUIÇÕES DO EMPREGADOR, DA EMPRESA E ENTIDADES EQUI-
PARADAS 
A contribuição recolhida pelo empregador/empresa/equiparado ocorre sempre que este re-
munerar pessoa física, seja empregado ou trabalhador avulso! Via de regra, será recolhida contribui-
ção em todo território nacional, entretanto, o art. 12, I, Lei 8.212/91, elenca situações que haverá 
arrecadação mesmo que a prestação de trabalho tenha ocorrido fora do Brasil: 
Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: 
I - como empregado: 
(...) 
c) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como em-
pregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior; 
d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de 
carreira estrangeira e a órgãos a ela subordinados, ou a membros dessas missões e repar-
tições, excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro am-
parado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou reparti-
ção consular; 
e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasilei-
ros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e 
contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio; 
f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como em-
pregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a 
empresa brasileira de capital nacional; 
(...) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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BASE DE CÁLCULO 
ALÍQUOTA A RECOLHER – ART. 22, 
LEI 8.212/91 
Total de Remunerações pagas ao segurados, 
empregados e trabalhadores avulsos* 
20% 
Total de remunerações pagas aos segurados 
contribuintes individuais que lhe prestaram 
serviços* 
20% 
Valor Bruto da nota fiscal 15% 
Total de remunerações pagas a segurados 
empregados e avulsos, para a complementa-
ção do financiamento das prestações de 
acidente do trabalho 
1% - risco de acidente do trabalho/atividade 
considerado leve; 
2% - risco de acidente do trabalho/atividade 
considerado médio; 
3% - risco de acidente do trabalho/atividade 
considerado grave. 
 
*Essa alíquota será majorada em 2,5% sobre a remuneração paga aos seus segurados empre-
gados que prestem serviços, quando se tratar de instituições financeiras, agentes autônomos de 
seguros privados e de crédito e entidades de previdência aberta e fechada. 
 
 
BASE DE CÁLCULO 
ALÍQUOTA A RECOLHER – ART. 23 DA 
LEI 8.212/91 
Receita bruta 2% 
Lucro líquido do período base 10% EMPREGADOR DOMÉSTICO 
 
BASE DO CÁLCULO ALÍQUOTA A RECOLHER 
Salário de contribuição (SC), respeita-
do os limites máximos e mínimos. 
8% 
0,8% - Financiamento do seguro contra acidente de 
trabalho 
 
 
O empregador ainda deverá recolher: 
 8% sobre a remuneração para FGTS; 
 3,2%da remuneração devida para o pagamento de indenização compensatória da perda 
do emprego, sem justa causa ou por culpa do empregador (Fundo Rescisão). 
 
 AGROINDÚSTRIA 
 Conforme a Lei, a agroindústria não recolhe contribuição patronal em relação aos segurados 
empregados e trabalhadores avulso. Em substituição: 
 2,5% + 0,1% sobre a receita bruta da comercialização de sua produção rural no mês. 
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 ASSOCIAÇÃO DESPORTATIVA QUE MANTÉM EQUIPE DE FUTEBOL PROFIS-
SIONAL 
Não recolhe sobre a remuneração paga ao empregado ou ao trabalhador avulso, mas, como 
forma de substituição, irá arrecadar: 
 
 
 
 
 CONCURSO PROGNÓSTICO 
É o repasse de recursos financeiros arrecadados pelo Poder Público em decorrência de apos-
tas oficiais (loterias, sorteio de números). Deste modo, quando o Poder Público for o organizador, se 
repassa à seguridade social a renda líquida apurada, após deduzidos os custos com pagamento de 
prêmios, impostos e gestão. 
 
Produtor Rural 
Pessoa Jurídica
Não industrializa sua 
produção rural
Vende o produto no 
estado natural
Agroindústria
Industrializa sua 
produção rural
5% da Receita 
Bruta
Recolhida pela 
Entidade Promotora 
do Evento
Dos jogos que 
participem em 
território nacional
Recolhida pela 
empresa que 
repassou os recursos
Patrocínio
Publicidade
Propaganda
Licenciamento pelo 
uso de marcar e 
símbolos
Transmissão de 
eventos desportivos
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
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Conforme o art. 26, Lei 8.212/91: 
Art. 26. Constitui receita da Seguridade Social a contribuição social sobre a receita de con-
cursos de prognósticos a que se refere o inciso III do caput do art. 195 da Constituição Fe-
deral. 
§ 4º O produto da arrecadação da contribuição será destinado ao financiamento da Segu-
ridade Social. 
§ 5º A base de cálculo da contribuição equivale à receita auferida nos concursos de prog-
nósticos, sorteios e loterias. 
§ 6º A alíquota da contribuição corresponde ao percentual vinculado à Seguridade Social 
em cada modalidade lotérica, conforme previsto em lei. 
 
 
 CONTRIBUIÇÃO DO IMPORTADOR DE BENS OU SERVIÇOS DO EXTERI-
OR OU EQUIPARADO 
No caso de bens importados, a base de cálculo será o valor aduaneiro, enquanto que, no caso 
de serviços prestados por pessoa residente no exterior, a base de cálculo será a quantia paga pela 
prestação. 
 
 CONTRIBUIÇÃO DO SEGURADO 
 DO SEGURADO EMPREGADO, EMPREGADO DOMÉSTICO E TRABALHADOR 
AVULSO 
Essa contribuição é calculada mediante a aplicação da correspondente alíquota sobre o salá-
rio de contribuição mensal do segurado, de forma não cumulativa, obedecido a tabela da Portaria 
Interministerial. A tabela com os valores atualizados para 2020 é: 
 
SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA 
Até R$ 1.830,29 8% 
De R$ 1.830,30 e R$ 3.050,52 9% 
De R$ 3.050,53 a R$ 6.101,06 11% 
 
 
O valor R$ 6.101,06 é o teto máximo de cobrança! Assim, se o indivíduo receber, mensalmen-
te, valor superior a este, o restante não será considerado como base de cálculo para a contribuição. 
 
Vale destacar que a partir de março de 2020, essas alíquotas de contribuição também vão mu-
dar por conta da Reforma da Previdência, promulgada ano passado. Os novos descontos serão feitos 
em abril. Para os pagamentos a partir de 1º de março, ficará assim: 
 
SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA 
Até um salário mínimo (R$ 1.039,00) 7,5% 
De R$ 1.039,01 até 2.089,60 9% 
De 2.089,61 até R$ 3.134,40 12% 
De R$ 3.134,41 até R$ 6.101,06 14% 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art195iii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art195iii
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
23 
 
Sempre que o empregado, o empregado doméstico e o trabalhador avulso tiverem mais de 
um vínculo empregatício (vínculos concomitantes), as remunerações deverão ser somadas para o 
correto enquadramento na tabela acima, respeitando-se o limite máximo de contribuição. 
 
Quando houver pagamento de remuneração relativa a décimo terceiro salário, este não deve 
ser somado à remuneração mensal para efeito de enquadramento na tabela de salários-de-
contribuição, ou seja, será aplicada a alíquota sobre os valores em separado. 
 
 DO SEGURADO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL E FACULTATIVO 
Como regra, alíquota de contribuição dos segurados contribuinte individual e facultativo será 
de 20% sobre o respectivo salário de contribuição. 
 
No entanto, o segurado contribuinte individual e o facultativo podem optar pela exclusão do 
direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, modificando a alíquota de contri-
buição incidente sobre o limite mínimo mensal do salário de contribuição. 
 
ALÍQUOTA 
20% Regra Geral 
11% 
Optar pela exclusão do direito ao benefício 
de aposentadoria por tempo de contribui-
ção 
11% 
Contribuinte individual que presta serviços a 
empresa poderá deduzir de sua contribuição 
mensal 45% da contribuição paga pela em-
presa 
5% 
→ Microempreendedor Individual + Exclu-
são Aposentadoria por Tempo de Contribui-
ção 
→ Segurado Facultativo sem renda pró-
pria(dedicado ao trabalho doméstico), + 
Família de Baixa Renda + Exclusão Aposen-
tadoria por Tempo de Contribuição 
 
 
 Baixa Renda: família inscrita no Cadastro único para Programas Sociais do Governo Fe-
deral e que recebe até 2 salários mínimos. 
 
 
IMPORTANTE! 
Se o pagamento da contribuição foi de 11% ou 5% e o contribuinte pretenda con-
tar o tempo de contribuição correspondente para fins de obtenção da aposen-
tadoria por tempo de contribuição ou da contagem recíproca do tempo de con-
tribuição, deverá completar a diferença entre o percentual pago e o de 20% + ju-
ros moratórios. 
 
 
 DO SEGURADO ESPECIAL 
A contribuição do segurado especial é diferenciada por conta do art. 195, §8º, CF: 
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
24 
 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indi-
reta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Es-
tados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
(...) 
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem 
como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia fami-
liar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a apli-
cação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos 
benefícios nos termos da lei. 
 
 Assim, a alíquota a ser recolhida pelo segurado especial é: 
 
1,2% + 0,1% 
Da receita bruta proveniente da comerciali-
zação da sua produção 
 
 
 DO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO 
Utilizado para a fixação do salário de benefício e, por conseguinte, para o cálculo dos benefí-
cios da previdência social, o salário de contribuição é a base de cálculo das contribuições previden-
ciárias pagas pelos segurados obrigatórios e facultativos. Via de regra, é uma parcela composta por 
verbas remuneratórias do trabalho, mas que não se assemelha em nada ao conceito de salário ou 
remuneração trazido pela legislação trabalhista! 
 
Assim, todos os segurados obrigatórios irão contribuir com base no salário de contribuição, ex-
ceto, como já visto, o segurado especial, que terá o cálculo sobre a receita bruta proveniente da 
comercialização de seus produtos. 
 
 LIMITE MÍNIMO E LIMITE MÁXIMO DO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO 
 
SEGURADO LIMITE MÍNIMO 
Segurado empregado e trabalhador avulso 
→ Piso salarial nacional legalda categoria ou 
→ Piso estadual, ou 
→ Salário mínimo nacional 
Segurado empregado doméstico 
→ Piso estadual, ou 
→ Salário mínimo nacional 
Segurado contribuinte individual e facultativo → Salário mínimo nacional 
 
 O limite máximo, para 2020, é de R$ 6.101,06, conforme Portaria 914 do Ministério da Eco-
nomia. Como já dito anteriormente, o valor R$ 6.101,06 é o teto máximo de cobrança! Assim, se o 
indivíduo receber, mensalmente, valor superior a este, o restante não será considerado como base 
de cálculo para a contribuição. 
 
 PARCELAS INTEGRANTES E NÃO INTEGRANTES 
Conforme o art. 28, Lei 8.212/91, as parcelas que integram, ou não, o salário de contribuição 
são: 
 
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
25 
 
PARCELAS INTEGRANTES 
→ Empregado e Trabalhador Avulso: remuneração auferida em uma ou mais empresas, como 
a totalidade dos rendimentos pagos, devidos e creditados; 
→ Empregado Doméstico: remuneração registrada na CTPS ou carteira profissional 
→ Contribuinte Individual: remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercí-
cio de sua atividade por conta própria 
→ Dirigente Sindical: remuneração paga, devida ou creditada pela entidade sindical 
→ Segurado Facultativo: valor por ele declarado 
Salário-maternidade 
Remuneração adicional de férias 
Gratificação Natalina 
 
 
PARCELAS NÃO INTEGRANTES – art. 28, §9º, Lei 9.212/91 
Art. 28. (...) 
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: 
a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, exceto o salário-
maternidade e o Seguro-Desemprego concedidos na forma da Lei nº 7.998, de 1990, e da Lei 
nº 10.779, de 2003; (Redação dada pela Medida Provisória nº 905, de 2019) 
b) as ajudas de custo e o adicional mensal recebidos pelo aeronauta nos termos da Lei nº 
5.929, de 30 de outubro de 1973; 
c) a parcela "in natura" recebida de acordo com os programas de alimentação aprovados pelo 
Ministério do Trabalho e da Previdência Social, nos termos da Lei nº 6.321, de 14 de abril de 
1976; 
d) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucio-
nal, inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração de férias de que trata o art. 
137 da Consolidação das Leis do Trabalho-CLT; 
e) as importâncias: 
1. previstas no inciso I do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias; 
2. relativas à indenização por tempo de serviço, anterior a 5 de outubro de 1988, do empre-
gado não optante pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço-FGTS; 
3. recebidas a título da indenização de que trata o art. 479 da CLT; 
4. recebidas a título da indenização de que trata o art. 14 da Lei nº 5.889, de 8 de junho de 
1973; 
5. recebidas a título de incentivo à demissão; 
6. recebidas a título de abono de férias na forma dos arts. 143 e 144 da CLT; 
7. recebidas a título de ganhos eventuais e os abonos expressamente desvinculados do salá-
rio; 
8. recebidas a título de licença-prêmio indenizada; 
9. recebidas a título da indenização de que trata o art. 9º da Lei nº 7.238, de 29 de outubro de 
1984; 
f) a parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação própria; 
g) a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança 
de local de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da CLT; 
h) as diárias para viagens; 
i) a importância recebida a título de bolsa de complementação educacional de estagiário, 
quando paga nos termos da Lei nº 6.494, de 7 de dezembro de 1977; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5929.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5929.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5929.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6321.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6321.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6321.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm#art137
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm#art137
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm#art137
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#adctart10i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm#art479
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5889.htm#art14
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5889.htm#art14
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5889.htm#art14
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm#art143
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm#art144
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1980-1988/L7238.htm#art9
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1980-1988/L7238.htm#art9
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1980-1988/L7238.htm#art9
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm#art470
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6494.htm
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
26 
 
j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo 
com lei específica; 
l) o abono do Programa de Integração Social-PIS e do Programa de Assistência ao Servidor 
Público-PASEP; 
m) os valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação fornecidos pela empre-
sa ao empregado contratado para trabalhar em localidade distante da de sua residência, em 
canteiro de obras ou local que, por força da atividade, exija deslocamento e estada, observa-
das as normas de proteção estabelecidas pelo Ministério do Trabalho; 
n) a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio-doença, 
desde que este direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa; 
o) as parcelas destinadas à assistência ao trabalhador da agroindústria canavieira, de que 
trata o art. 36 da Lei nº 4.870, de 1º de dezembro de 1965; 
p) o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de 
previdência complementar, aberto ou fechado, desde que disponível à totalidade de seus 
empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da CLT; 
q) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da 
empresa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, ócu-
los, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras simila-
res; 
r) o valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao em-
pregado e utilizados no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços; 
s) o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado e o reembolso creche pago 
em conformidade com a legislação trabalhista, observado o limite máximo de seis anos de 
idade, quando devidamente comprovadas as despesas realizadas; 
t) o valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que vise à educação básica de 
empregados e seus dependentes e, desde que vinculada às atividades desenvolvidas pela 
empresa, à educação profissional e tecnológica de empregados, nos termos da Lei nº 9.394, 
de 20 de dezembro de 1996, e: 
1. não seja utilizado em substituição de parcela salarial; e 
2. o valor mensal do plano educacional ou bolsa de estudo, considerado individualmente, não 
ultrapasse 5% (cinco por cento) da remuneração do segurado a que se destina ou o valor 
correspondente a uma vez e meia o valor do limite mínimo mensal do salário-de-
contribuição, o que for maior; 
u) a importância recebida a título de bolsa de aprendizagem garantida ao adolescente até 
quatorze anos de idade, de acordo com o disposto no art. 64 da Lei nº 8.069, de 13 de julho 
de 1990; 
v) os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais; 
x) o valor da multa prevista no § 8º do art. 477 da CLT. 
y) o valor correspondente ao vale-cultura. 
z) os prêmios e os abonos. 
aa) os valores recebidos a título de bolsa-atleta, em conformidade com a Lei nº 10.891, de 9 
de julho de 2004. 
 
 
Entretanto, é importante ressaltar que o STJ possui jurisprudência sobreo assunto, definindo 
determinadas parcelas, além das acima relacionadas, como salário de contribuição: 
 
PARCELAS INTEGRANTES PARA O STJ PARCELAS NÃO INTEGRANTES PARA O STJ 
Gratificação Natalina Aviso Prévio Indenizado 
Hora-extra Terço Constitucional de Férias 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4870.htm#art36
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm#art9
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm#art468
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm#art64
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm#art64
../Decreto-Lei/Del5452.htm#art477�8
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.891.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.891.htm
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
27 
 
Adicional Noturno 15 primeiros dias de afastamento por doença 
Adicional de Periculosidade Transporte pago em dinheiro 
Adicional de Insalubridade 
Salário-maternidade 
Salário-paternidade 
Diárias para viagens 
Aviso Prévio Gozado 
 
 
 DA ARRECADAÇÃO E RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES 
Conforme art. 2º, Lei 11.457/07, cabe à Secretaria da Receita Federal do Brasil planejar, exe-
cutar, acompanhar e avaliar as atividades relativas a tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e 
recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11, Lei 
8.212/91, e das contribuições instituídas a título de substituição. 
 
SEGURADO ALÍQUOTA 
RESPONSÁVEL PELO 
RECOLHIMENTO 
PRAZO 
Empregado e Trabalha-
dor avulso 
→ 8% 
→ 9% ou 
→ 11% 
Empresa, empregador 
ou equiparado 
Até o dia 20 do 
mês seguinte 
Empregado doméstico 
→ 8% 
→ 9% ou 
→ 11% 
Empregador doméstico 
Até o dia 07 do 
mês seguinte 
Contribuinte Individual 
(regra) 
20% O próprio 
Até o dia 15 do 
mês seguinte 
Contribuinte Individual 
– presta serviços à 
P.Jur. não imune ou 
isenta 
11% Empresa 
Até o dia 20 do 
mês seguinte 
Contribuinte Individual 
– presta serviços à 
P.Jur. imune ou isenta 
20% Empresa 
Até o dia 20 do 
mês seguinte 
Contribuinte Individual 
– trabalha por conta 
própria e segurado 
facultativo 
11% O próprio 
Até o dia 15 do 
mês seguinte 
Contribuinte Individual 
– MEI ou segurado 
facultativo de baixa 
renda e com trabalho 
doméstico na sua resi-
dência 
5% O próprio 
→ MEI: até o dia 
20 do mês seguin-
te; 
→ Facultativo: até 
o dia 15 do mês 
seguinte 
Segurado Especial 1,3% 
Em regra, os adquiren-
tes 
Até o dia 20 do 
mês seguinte ao 
da operação 
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
28 
 
Segurado Facultativo 
(regra) 
20% O próprio 
Até o dia 15 do 
mês seguinte 
 
 
Importante destacar que, caso não haja expediente bancário nas datas indicadas, o recolhi-
mento deverá: 
 Contribuinte Individual e Facultativo: até o dia útil imediatamente posterior; 
 Demais Casos: até o dia útil imediatamente anterior. 
 
A empresa, além de ser responsável pelo recolhimento da contribuição de seus empregados e 
trabalhadores avulsos, deverá, conforme a Lei: 
Art. 32. A empresa é também obrigada a: 
I - preparar folhas-de-pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segu-
rados a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos pelo órgão compe-
tente da Seguridade Social; 
II - lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminada, 
os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das quantias descontadas, as 
contribuições da empresa e os totais recolhidos; 
III - prestar à Secretaria da Receita Federal do Brasil todas as informações cadastrais, fi-
nanceiras e contábeis de seu interesse, na forma por ela estabelecida, bem como os escla-
recimentos necessários à fiscalização; 
IV - declarar à Secretaria da Receita Federal do Brasil e ao Conselho Curador do Fundo de 
Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, na forma, prazo e condições estabelecidos por es-
ses órgãos, dados relacionados a fatos geradores, base de cálculo e valores devidos da 
contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS ou do Conselho Cu-
rador do FGTS; 
VI - comunicar, mensalmente, aos empregados, por intermédio de documento a ser defi-
nido em regulamento, os valores recolhidos sobre o total de sua remuneração ao INSS. 
§ 2º A declaração de que trata o inciso IV do caput deste artigo constitui instrumento há-
bil e suficiente para a exigência do crédito tributário, e suas informações comporão a base 
de dados para fins de cálculo e concessão dos benefícios previdenciários. 
§ 9º A empresa deverá apresentar o documento a que se refere o inciso IV do caput deste 
artigo ainda que não ocorram fatos geradores de contribuição previdenciária, aplicando-
se, quando couber, a penalidade prevista no art. 32-A desta Lei. 
§ 10. O descumprimento do disposto no inciso IV do caput deste artigo impede a expedi-
ção da certidão de prova de regularidade fiscal perante a Fazenda Nacional. 
§ 11. Em relação aos créditos tributários, os documentos comprobatórios do cumprimen-
to das obrigações de que trata este artigo devem ficar arquivados na empresa até que o-
corra a prescrição relativa aos créditos decorrentes das operações a que se refiram. 
 
Conforme estudado, ao tratar do contribuinte individual, se o pagamento da contribuição foi 
de 11% ou 5% e o contribuinte pretenda contar o tempo de contribuição correspondente para fins 
de obtenção da aposentadoria por tempo de contribuição ou da contagem recíproca do tempo de 
contribuição deverá completar a diferença entre o percentual pago e o de 20% + juros moratórios: 
Art. 45-A. O contribuinte individual que pretenda contar como tempo de contribuição, 
para fins de obtenção de benefício no Regime Geral de Previdência Social ou de contagem 
recíproca do tempo de contribuição, período de atividade remunerada alcançada pela 
decadência deverá indenizar o INSS. 
§ 1º O valor da indenização a que se refere o caput deste artigo e o § 1º do art. 55 da Lei 
nº 8.213, de 24 de julho de 1991, corresponderá a 20% (vinte por cento): 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm#art55%C2%A71
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
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I - da média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição, reajustados, 
correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo o período contributivo decorrido 
desde a competência julho de 1994; ou 
II - da remuneração sobre a qual incidem as contribuições para o regime próprio de 
previdência social a que estiver filiado o interessado, no caso de indenização para fins da 
contagem recíproca de que tratam os arts. 94 a 99 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, 
observados o limite máximo previsto no art. 28 e o disposto em regulamento. 
§ 2º Sobre os valores apurados na forma do § 1
o
 deste artigo incidirão juros moratórios de 
0,5% (cinco décimos por cento) ao mês, capitalizados anualmente, limitados ao percentual 
máximo de 50% (cinqüenta por cento), e multa de 10% (dez por cento). 
§ 3º O disposto no § 1º deste artigo não se aplica aos casos de contribuições em atraso 
não alcançadas pela decadência do direito de a Previdência constituir o respectivo crédito, 
obedecendo-se, em relação a elas, as disposições aplicadas às empresas em geral. 
 
 
 DA MODERNIZAÇÃO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
Sobre este tema, deve-se destacar que a Lei 13.846/2019 modificou a redação do art. 69, Lei 
8.212/91, além de incluir algumas normas: 
Art. 69. O INSS manterá programa permanente de revisão da concessão e da manutenção 
dos benefícios por ele administrados, a fim de apurar irregularidadesou erros materiais. 
(Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) 
§ 1º Na hipótese de haver indícios de irregularidade ou erros materiais na concessão, na 
manutenção ou na revisão do benefício, o INSS notificará o beneficiário, o seu represen-
tante legal ou o seu procurador para apresentar defesa, provas ou documentos dos quais 
dispuser, no prazo de: (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) 
I - 30 (trinta) dias, no caso de trabalhador urbano; (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 
II - 60 (sessenta) dias, no caso de trabalhador rural individual e avulso, agricultor familiar 
ou segurado especial. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 
§ 2º A notificação a que se refere o § 1º deste artigo será feita: (Redação dada pela Lei nº 
13.846, de 2019) 
I - preferencialmente por rede bancária ou por meio eletrônico, conforme previsto em re-
gulamento; (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 
II - por via postal, por carta simples, considerado o endereço constante do cadastro do 
benefício, hipótese em que o aviso de recebimento será considerado prova suficiente da 
notificação; (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 
III - pessoalmente, quando entregue ao interessado em mãos; ou (Incluído pela Lei nº 
13.846, de 2019) 
IV - por edital, nos casos de retorno com a não localização do segurado, referente à co-
municação indicada no inciso II deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 
§ 3º A defesa poderá ser apresentada pelo canal de atendimento eletrônico do INSS ou na 
Agência da Previdência Social do domicílio do beneficiário, na forma do regulamento. (Re-
dação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) 
§ 4º O benefício será suspenso nas seguintes hipóteses: (Redação dada pela Lei nº 13.846, 
de 2019) 
I - não apresentação da defesa no prazo estabelecido no § 1º deste artigo; (Incluído pela 
Lei nº 13.846, de 2019) 
II - defesa considerada insuficiente ou improcedente pelo INSS. (Incluído pela Lei nº 
13.846, de 2019) 
§ 5º O INSS deverá notificar o beneficiário quanto à suspensão do benefício de que trata o 
§ 4º deste artigo e conceder-lhe prazo de 30 (trinta) dias para interposição de recurso. (In-
cluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
30 
 
§ 6º Decorrido o prazo de 30 (trinta) dias após a suspensão a que se refere o § 4º deste ar-
tigo, sem que o beneficiário, o seu representante legal ou o seu procurador apresente re-
curso administrativo aos canais de atendimento do INSS ou a outros canais autorizados, o 
benefício será cessado. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 
§ 7º Para fins do disposto no caput deste artigo, o INSS poderá realizar recenseamento pa-
ra atualização do cadastro dos beneficiários, abrangidos os benefícios administrados pelo 
INSS, observado o disposto nos incisos III, IV e V do § 8º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 
13.846, de 2019) 
§ 8º Aqueles que receberem benefícios realizarão anualmente a comprovação de vida nas 
instituições financeiras, por meio de atendimento eletrônico com uso de biometria ou por 
qualquer meio definido pelo INSS que assegure a identificação do beneficiário, observadas 
as seguintes disposições: (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 
I - a prova de vida e a renovação de senha serão efetuadas por aquele que receber o bene-
fício, mediante identificação por funcionário da instituição, quando realizada nas institui-
ções financeiras; (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 
 
II - o representante legal ou o procurador do beneficiário, legalmente cadastrado no INSS, 
poderá realizar a prova de vida no INSS ou na instituição financeira responsável pelo pa-
gamento; (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 
III - a prova de vida de segurados com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos será 
disciplinada em ato do Presidente do INSS; (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 
IV - o INSS disporá de meios, incluída a realização de pesquisa externa, que garantam a i-
dentificação e o processo de prova de vida para pessoas com dificuldades de locomoção e 
idosos acima de 80 (oitenta) anos que recebam benefícios; e (Incluído pela Lei nº 13.846, 
de 2019) 
V - o INSS poderá bloquear o pagamento do benefício encaminhado às instituições finan-
ceiras até que o beneficiário atenda à convocação, permitida a liberação do pagamento 
automaticamente pela instituição financeira. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 
§ 9º O recurso de que trata o § 5º deste artigo não terá efeito suspensivo. (Incluído pela 
Lei nº 13.846, de 2019) 
§ 10. Apurada irregularidade recorrente ou fragilidade nos procedimentos, reconhecida na 
forma prevista no caput deste artigo ou pelos órgãos de controle, os procedimentos de 
análise e concessão de benefícios serão revistos, de modo a reduzir o risco de fraude e 
concessão irregular. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 
§ 11. Para fins do disposto no § 8º deste artigo, preservados a integridade dos dados e o 
sigilo eventualmente existente, o INSS: (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 
I - terá acesso a todos os dados biométricos mantidos e administrados pelos órgãos públi-
cos federais; e (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 
II - poderá ter, por meio de convênio, acesso aos dados biométricos: (Incluído pela Lei nº 
13.846, de 2019) 
a) da Justiça Eleitoral; e (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 
b) de outros entes federativos. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 
 
A Lei também prevê que: 
Art. 70. Os beneficiários da Previdência Social, aposentados por invalidez, ficam obriga-
dos, sob pena de sustação do pagamento do benefício, a submeterem-se a exames médi-
co-periciais, estabelecidos na forma do regulamento, que definirá sua periodicidade e os 
mecanismos de fiscalização e auditoria. 
 
Art. 71. O Instituto Nacional do Seguro Social-INSS deverá rever os benefícios, inclusive os 
concedidos por acidente do trabalho, ainda que concedidos judicialmente, para avaliar a 
persistência, atenuação ou agravamento da incapacidade para o trabalho alegada como 
causa para a sua concessão. 
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
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Parágrafo único. Será cabível a concessão de liminar nas ações rescisórias e revisional, pa-
ra suspender a execução do julgado rescindendo ou revisando, em caso de fraude ou erro 
material comprovado. 
 
Art. 80. Fica o Instituto Nacional do Seguro Social-INSS obrigado a: 
I - enviar às empresas e aos seus segurados, quando solicitado, extrato relativo ao reco-
lhimento das suas contribuições; 
III - emitir e enviar aos beneficiários o Aviso de Concessão de Benefício, além da memória 
de cálculo do valor dos benefícios concedidos; 
IV - reeditar versão atualizada, nos termos do Plano de Benefícios, da Carta dos Direitos 
dos Segurados; 
V - divulgar, com a devida antecedência, através dos meios de comunicação, alterações 
porventura realizadas na forma de contribuição das empresas e segurados em geral; 
VI - descentralizar, progressivamente, o processamento eletrônico das informações, medi-
ante extensão dos programas de informatização de postos de atendimento e de Regiões 
Fiscais. 
VII - disponibilizará ao público, inclusive por meio de rede pública de transmissão de da-
dos, informações atualizadas sobre as receitas e despesas do regime geral de previdência 
social, bem como os critérios e parâmetros adotados para garantir o equilíbrio financeiro 
e atuarial do regime. 
 
Art. 82. A Auditoria e a Procuradoria do Instituto Nacional do Seguro Social-INSS deverão, 
a cada trimestre, elaborar relação das auditorias realizadas e dos trabalhos executados, 
bem como dos resultados obtidos, enviando-a a apreciação do Conselho Nacional da Se-
guridade Social. 
 
Art. 83. O Instituto Nacional do Seguro Social-INSS deverá implantar um programa de qua-
lificação e treinamento sistemático de pessoal, bem como promover a reciclagem

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