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teorico economia e direito da economia 2

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Prévia do material em texto

Economia e 
Direito Econômico
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Júlio Cesar Gomes
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Microeconomia
• Conceito de Economia;
• Divisão do Estudo da Economia;
• Introdução aos Problemas Econômicos;
• População;
• Necessidade de Escolha;
• Custo de Oportunidade;
• Curva de Possibilidade de Produção (CPP);
• Problemas Econômicos Fundamentais e Sistema Econômico;
• Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado;
• Teoria da Oferta;
• Determinação do Equilíbrio de Mercado. 
• Introdução aos princípios básicos da Economia: o problema econômico, objeto de 
estudo da Economia, divisão do estudo econômico, problemas econômicos funda-
mentais, a necessidade de escolha, fronteira de possibilidade de produção, custos de 
oportunidade e formação dos Sistemas Econômicos. Análise da Teoria da demanda, 
Teoria da Oferta, Teoria do Equilíbrio Geral do Mercado. Estudo das Estruturas de 
Mercado e Efi ciência Econômica: Concorrência Perfeita, Monopólio, Oligopólio e 
Concorrência Monopolística. 
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Microeconomia
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Microeconomia
Contextualização
Determinar o preço justo de um bem ou serviços não é uma tarefa fácil, porque 
isto vai impactar diretamente sua demanda (procura). 
A Revolução Industrial provocou modificação radical nos Processos de Produ-
ção, o que possibilitou o surgimento de novos bens. O grande desafio que se apre-
sentava à época e que persiste até hoje era determinar o preço justo desses novos 
bens, tendo em vista que não havia comparativo no Mercado. 
Vários pensadores desenvolveram Teorias para determinar qual seria esse pre-
ço. Dessa forma, serão estudadas as Teorias de Adam Smith e de David Ricardo, 
desenvolvidas no Século XVIII, mas que, ainda hoje, refletem perfeitamente o com-
portamento do consumidor e do produtor em relação aos níveis de preços.
8
9
Conceito de Economia
O termo Economia está atrelado à palavra oikonomia (do grego oikos = casa, 
nomos = lei). Era, em seu início, considerada uma Ciência que administrava a co-
munidade doméstica. 
Alguns autores creditam o surgimento do termo a Xenofontes (430-355 a.C.) 
e a Aristóteles (384-322 a.C.); porém, seu primeiro registro formal foi encon-
trado na obra do teólogo clássico São Tomás de Aquino (1225-1274), que 
chamava de economos as pessoas que administravam os bens, as rendas e as 
despesas domésticas. 
Com o avanço e progresso da Sociedade, a Economia se expandiu e rompeu os 
muros da administração doméstica.
De acordo com Adam Smith, Economia pode ser definida como o estudo do 
processo produtivo, da distribuição, da circulação e do consumo dos bens e serviços.
Atualmente, Economia pode ser conceituada como a Ciência que estuda a me-
lhor alocação dos recursos disponíveis, dado que os recursos são escassos (esgotá-
veis) e nossas necessidades ilimitadas (inesgotáveis).
Se de um lado existem recursos disponíveis escassos e de outro os consumi-
dores, cada vez mais ávidos para consumir, a Economia busca alternativas para 
a distribuição equilibrada dos recursos escassos entre os membros da Sociedade. 
Pode-se dizer, assim, que a Economia estuda a escassez dos recursos.
A Economia, de maneira geral, estuda a maneira como se administra a escassez 
dos recursos, com o objetivo de produzir bens e serviços e distribuí-los para consu-
mo, entre os membros da Sociedade. 
Dessa forma, a Economia se preocupa em atender ou satisfazer as necessida-
des por intermédio de bens econômicos, isto é, por elementos produzidos pelas 
Empresas que podem ser apropriados pela Sociedade e que são escassos por sua 
natureza, como, por exemplo, os derivados de petróleo.
Divisão do Estudo da Economia
Para Vasconcelos (2012), o campo de conhecimento da Economia é único, mas 
como o estudo pode variar de acordo com o interesse e o método de abordagem, 
pode-se dividi-la em duas grandes Áreas do Conhecimento:
• Microeconomia: analisa o comportamento dos produtores e dos consumi-
dores no Mercado em que atuam. Ocupa-se, também, da formação do preço 
e da quantidade de equilíbrio necessária para tornar o Mercado harmonioso 
para os agentes (produtores e consumidores) atuarem. Esse Mercado é bastan-
te conflituoso, porque enquanto o consumidor deseja comprar determinado 
9
UNIDADE Microeconomia
bem ou serviço por um preço baixo, os produtores procuram vender esse 
mesmo bem ou serviço pelo maior preço possível;
• Macroeconomia: analisa o comportamento dos grandes agregados econô-
micos, tais como, PIB, nível de investimento, Inflação, desemprego, desen-
volvimento econômico e fluxo de capitais internacionais, com o objetivo de 
formular Políticas Econômicas de curto e de longo prazos necessárias para o 
bom desempenho da Economia.
Introdução aos Problemas Econômicos 
O maior problema e objeto de estudo da Economia é a escassez dos recursos 
disponíveis, ou seja, a falta de elementos para a produção de bens que podem ser 
apropriados pela Sociedade e dessa maneira satisfazer suas necessidades. 
As necessidades humanas são ilimitadas e se alteram ao longo do tempo. Nos 
primórdios da Humanidade, a necessidade era apenas se alimentar para garantir a 
sobrevivência; hoje, são necessários produtos altamente elaborados para a satisfa-
ção do homem, como, por exemplo, celular, carro, televisão etc. 
Assim, é necessário o Emprego de recursos produtivos para a produção dos 
bens e serviços, com o uso de alta Tecnologia. Os recursos produtivos são os ele-
mentos básicos de produção e são conhecidos como fatores de produção. 
Eles são três:
• Terra: diz respeito à área cultivável, em que são desenvolvidas as atividades 
agrícolas e ao espaço urbano, nos quais são construídas as edificações. Com-
preende, também, os locais nos quais são feitas as atividades de Extrativismo 
e de Pecuária, bem como todos os recursos naturais que estão à disposição 
da Sociedade. Isso significa que o fatorterra é visto de forma ampla e não se 
restringe ao espaço físico do solo;
• Capital: também é visto de maneira ampla e compreende o montante finan-
ceiro; inclui as edificações, as firmas, os equipamentos, o maquinário, a tecno-
logia disponível e tudo que é utilizado no processo de produção de bens finais, 
que já estão prontos para o consumo, e de bens intermediários, aqueles que 
ainda serão utilizados no Processo de Produção de outros bens. Por exemplo, 
carro é um bem final, ou seja, pronto para o consumo; o volante é um bem 
intermediário – ainda será utilizado no processo de produção do carro;
• Trabalho: refere-se à capacidade humana de intervir no processo produtivo. 
É o fator básico de produção, sem o qual não existe processo produtivo, isto 
é, sem a intervenção humana, não existe atividade produtiva.
A Teoria Econômica considera que uma parcela da população desenvolve ativi-
dade produtiva e outra parcela não. Essas duas parcelas são podem ser classificadas 
como: população ativa e população inativa.
10
11
População
População ativa
Figura 1
Fonte: iStock/Getty Images
A população ativa intervém no processo produtivo. É formada pelos emprega-
dos e pelos desempregados, sendo considerados empregados os indivíduos que 
tem condições de idade física e mental para trabalhar e estão atuando no Mercado 
de Trabalho, ainda que estejam afastados por doença, incluindo-se, também, os 
indivíduos que executam serviços periódicos. 
Os desempregados reúnem as mesmas condições dos empregados; porém, es-
tão fora do Mercado de Trabalho, mas possuem potencial e buscam Emprego. 
Ressalte-se que a pessoa que não está em busca de Emprego não pode ser consi-
derada desempregada.
População inativa
População inativa é a parcela da população que somente consome. Por exem-
plo, aposentados, estudantes, incapacitados para trabalhar, donas de casa, pessoas 
que não trabalham e não procuram Emprego.
A parcela da população que somente consome. Por exemplo, aposentados, es-
tudantes, incapacitados para trabalhar, donas de casa, pessoas que não trabalham 
e não procuram Emprego.
11
UNIDADE Microeconomia
Figura 2
Fonte: iStock/Getty Images
A pessoa que está empregada recebe uma remuneração oriunda da cessão de 
seus serviços para a Empresa; porém, essa remuneração não é suficiente para ad-
quirir todos os bens desejados e que satisfaçam sua necessidade. 
Por essa razão, a todo momento, estamos fazendo escolhas. Esse problema não 
é enfrentado apenas pelas famílias, mas também pelas Empresas e pelo Governo, 
porque todos têm uma restrição orçamentária, isto é, um limite para os seus gastos.
Necessidade de Escolha 
Como a renda disponível não é suficiente para adquirir tudo o que se deseja, 
surge a necessidade natural de fazer escolhas. As famílias devem escolher, por 
exemplo, entre roupas ou alimentos; o Governo escolhe entre Escolas e Hospitais, 
e as Empresas, qual Tecnologia adotar. 
Quando se opta por algo, deve-se abandonar outras possibilidades; não existem 
Recursos Naturais, Capital e Trabalho suficientes para produzir tudo aquilo que se 
deseja para satisfazer a necessidade humana.
Se não há recursos suficientes, qual deverá ser a escolha correta?
A resposta para essa pergunta não é fácil, mas no link a seguir, há um dilema que pode 
orientar com relação ao critério de à escolha ideal, que serve tanto para as famílias quanto 
para Empresas e Governo. Disponível em: https://goo.gl/zWDqJ
Ex
pl
or
Conforme visto no texto disponibilizado, a escolha passa muito pela necessidade 
de cada família, Empresa ou Governo. Ao se fazer a escolha, desencadeia-se um 
novo processo produtivo, que permite a satisfação das necessidades humanas.
12
13
Custo de Oportunidade
O conceito de Custo de Oportu-
nidade também está associado à ne-
cessidade de escolha. Ao se optar por 
algo, deve-se, necessariamente, abrir 
mão de outras possibilidades. Em 
Economia, a opção que se despreza 
para produzir ou obter outra possibili-
dade se associa ao conceito de Custo 
de Oportunidade. Pode-se dizer, por-
tanto, que o Custo de Oportunidade 
de determinado produto ou serviço é 
a quantidade de outros produtos ou 
serviços a que foi necessário renun-
ciar para obter o escolhido.
Um exemplo de Custo de Oportu-
nidade pode ser quando uma pessoa 
tem uma casa na praia. Ela pode op-
tar por alugar e assim conseguir ren-
da adicional para ajudar nas despesas, 
ou mantê-la fechada, sendo que, na 
segunda opção, abre mão de ter essa 
renda adicional
Curva de Possibilidade de Produção (CPP)
O conceito de Curva ou Fronteira de Possibilidade de Produção também está 
atrelado à necessidade de escolha. 
A Curva de Possibilidade de Produção reflete as diversas opções de produção de 
produtos e serviços, com base nos fatores de produção disponíveis que são ofere-
cidas à Sociedade, e a necessidade de se escolher entre elas.
Uma Economia está situada sobre a Fronteira de Possibilidade de Produção 
quando todos os recursos produtivos (Capital, Terra e Trabalho) de que dispõe 
estão sendo plenamente utilizados para a produção de produtos ou serviços, de tal 
forma que aumentar a produção de um produto significa, necessariamente, reduzir 
a produção de outro bem.
Gráfi co curva de possibilidade de produção, siponível em: https://goo.gl/ZvXuF1
Ex
pl
or
Figura 3
Fonte: iStock/Getty Images
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UNIDADE Microeconomia
O Gráfico revela que numa determinada Economia são produzidos alimentos e 
máquinas. Como os fatores de produção estão sendo utilizados em sua totalidade, 
ao aumentar a produção de alimentos, necessariamente, será necessário diminuir 
a produção de máquinas. 
O ponto A demonstra que estão sendo produzidas apenas máquinas; na medida 
em que aumentar a produção de alimentos, será diminuída a produção de máqui-
nas (pontos B, C, D), até chegar ao ponto E, produzindo só alimentos. 
O ponto Y representa que existe capacidade ociosa, ou seja, pode-se aumentar 
a produção de alimentos sem diminuir a produção de máquinas, porque ainda há 
fatores de produção em estoque. 
O ponto Z determina um ponto impossível de ser atingido em curto prazo.
Curto prazo, em Economia, é o espaço de tempo em que pelo menos um dos 
fatores de produção é fixo. No longo prazo, não existe fator de produção fixo; to-
dos eles são variáveis. Normalmente, longo prazo é uma questão de Planejamento. 
A Empresa atua no curto prazo, planeja em que posição quer estar nos próxi-
mos 10 anos, por exemplo, e faz investimentos para aumentar os fatores de pro-
dução disponíveis para atingir os objetivos fixados.
Como longo prazo é uma questão de planejamento, pode-se deslocar a Curva 
de Possibilidade de Produção nesse período de tempo via surgimento de inovações 
tecnológicas ou aquisição de um volume maior de fatores de produção e, dessa 
forma, alcançar o ponto Z. 
O crescimento econômico também é capaz de deslocar positivamente a Curva de 
Possibilidade de Produção; nesse caso, a curva se desloca como um todo, até o ponto Z.
Problemas Econômicos Fundamentais 
e Sistema Econômico
A atividade econômica se caracteriza na produção de grande variedade de pro-
dutos e serviços, todos com a finalidade de satisfazer as necessidades da Sociedade, 
mas como os recursos produtivos são escassos, a todo momento, são feitas escolhas. 
A necessidade de escolha e a busca por atingir a Fronteira de Possibilidade de 
Produção fazem surgir três novos problemas: O que produzir?, Como produzir? E 
Para quem produzir e em que quantidades?
O primeiro problema é puramente econômico; deve-se escolher quais bens pro-
duzir e em que quantidade. É necessário decidir entre Escolas e Hospitais, ou entre 
produzir mais bens de capital ou alimentos e roupas. O objetivo é optar por produ-
tos e serviços que satisfaçam completamente as necessidades e que as Fronteirasde 
Satisfação da Sociedade e de Possibilidade de Produção sejam alcançadas.
14
15
O segundo problema, além de ser um problema econômico, envolve também a 
base tecnológica. Deve-se determinar quais os métodos, as técnicas e a Tecnologia 
que serão adotados no Processo Produtivo, bem como os recursos de produção 
utilizados, e a perfeita alocação dos recursos produtivos, com o intuito de obter efi-
ciência produtiva, plena utilização dos fatores de produção, maximizar a produção 
e alcançar a Fronteira de Possibilidade de Produção.
O último é um problema social: definir a quem será destinada a produção, isto 
é, qual parcela da Sociedade será beneficiada pelo Processo Produtivo e qual será 
o preço justo que deverá ser cobrado para que se tenha acesso a esses produtos. 
Deve-se obter eficiência distributiva e bem-estar da população.
Para responder a todas estas questões, a Sociedade se organiza em Sistemas 
Econômicos. 
Vasconcellos (2012) considera que o “sistema econômico é o conjunto de relações 
técnicas, básicas e institucionais que caracteriza a organização econômica”. É, por-
tanto, o conjunto de regras e Leis que harmonizam a ação dos agentes econômicos. 
As três principais formas de organização econômica são: 
• Economia Planejada Centralmente – O próprio Governo responde às questões 
fundamentais da Economia. Nesse Sistema, o Governo Central é proprietário 
dos fatores de produção e, por meio de uma Agência de Planejamento Central, 
faz um estudo sobre as principais necessidades e estabelece as prioridades. Todos 
os esforços produtivos são voltados para atender a essas prioridades e os lucros 
e prejuízos são distribuídos entre as pessoas da Sociedade. O encaminhamento, 
em paralelo à Reforma Tributária, da proposta de Reforma da Previdência Social;
• Economia de Mercado – Sistema de Concorrência Pura ou descentraliza-
do – prevalece o laissez-faire, o que Adam Smith (1983) classificou como a 
mão invisível, o próprio Mercado, sem a intervenção do Governo, respon-
de às questões fundamentais. Nesse sistema, segundo Vasconcellos (2012), 
o que produzir é estabelecido pelas necessidades das pessoas; as quantidades 
são fixadas pelo encontro das curvas de oferta e demanda; como produzir é 
determinado pela eficiência produtiva da Empresa, e para quem produzir é 
deliberado com base nos setores da Sociedade que serão beneficiados. Nesse 
sistema, os fatores de produção são de propriedade privada e os lucros e pre-
juízos correm por conta do empresário ou do investidor.
Adam Smith e o liberalismo econômico - Prof. Anderson, disponível em: 
https://youtu.be/vf3TL66y53YEx
pl
or
• Economia de Mercado – Sistema de Concorrência Mista – Nesse Sistema 
o Mercado e o Governo, em conjunto, respondem às questões econômicas 
fundamentais. As Empresas atuam no Mercado com a participação do Go-
verno, que pode atuar na Economia via impostos, incentivos fiscais e políticas 
15
UNIDADE Microeconomia
econômicas, entre outras medidas, com o intuito de promover a melhor alo-
cação dos recursos e melhor distribuição de rendas, porque o Mercado, isola-
damente, não consegue alcançar a perfeita alocação dos recursos, visto que 
vários Mercados não despertam interesse para a iniciativa privada, ou quando 
há impedimento legal de participação no Mercado e, nesses casos, causam 
distorções nos preços, que não chegam ao equilíbrio de Mercado.
Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado
A Teoria dos Preços é a Área da Microeconomia que estuda o comportamento 
do produtor e do consumidor no Mercado em que atuam. 
Vários fatores podem alterar tanto a oferta quanto a demanda, e com isso deslo-
car o equilíbrio de Mercado. Para facilitar a análise, usa-se a condição coeteris pa-
ribus, expressão latina que significa “todo o resto constante”. Dessa forma, quando 
analisarmos, por exemplo, a renda, estabelece-se que todos os outros fatores não 
sofrem alteração, para que uma variável não anule ou impacte a outra. 
Tanto a renda quanto a preferência podem alterar a demanda!
Ex
pl
or
Ao se analisar o produto “manteiga”, se há um aumento da renda, a demanda por manteiga 
aumentará, mas se a pessoa não gosta (preferência) de manteiga, nem mesmo o aumento 
da renda fará com que aumente a demanda por manteiga. Nesse caso, a variável preferência 
anula a variável renda. Assim, consideramos a expressão coeteris paribus para analisarmos 
isoladamente cada variável e para que uma não impacte a outra.
Veja o link: https://youtu.be/ihQ20dkPlxA
Ex
pl
or
Teoria da Demanda
Com o advento da Revolução Industrial, várias Teorias foram desenvolvidas para 
estabelecer qual deveria ser o preço justo para os produtos. Dentre as várias desenvolvi-
das, destacam-se a Teoria Subjetiva ou da Utilidade, de William Stanley Jevons (1835-
-1882), e a Teoria Objetiva ou do Valor Trabalho, de David Ricardo (1772-1823).
A Teoria Subjetiva sugere que o preço de um determinado bem ou serviço deve 
ser de acordo com a utilidade que o bem tem para as pessoas. Logo, deve ser esta-
belecido em relação ao sentimento de satisfação que o bem traz para o indivíduo. 
Dessa forma, sua determinação (do preço) está no campo da demanda.
O paradoxo da água e do diamante: O que vale mais, um copo d’água ou um diamante? Veja 
a resposta em: https://youtu.be/e7S8jWh6AEsEx
pl
or
16
17
A sustentação da Teoria da Demanda e de todas as suas variações é alicerçada 
pela Teoria da Utilidade. Demanda dirigida a determinado bem ou serviço pode ser 
conceituada como as várias quantidades que os consumidores estão propensos a 
adquirir em função dos diversos níveis de preços.
A reação dos consumidores em relação aos níveis de preços pode ser explicada 
por três fatores:
• Fator renda: se o preço representa um óbice ao consumidor, quanto menor 
for o preço em relação à renda desse consumidor, maiores quantidades pode-
rão ser adquiridas;
• Fator substituição: se o preço de um bem aumenta, o consumidor, em função 
do seu caráter racional, buscará um produto similar, com preço mais baixo;
• Fator subjetivo ou utilidade marginal: à medida que se adquire uma unidade 
adicional de determinado bem ou serviço, a percepção de satisfação vai dimi-
nuindo, até chegar à saciedade.
Demanda, então, representa um projeto em relação à renda disponível e ao 
preço do bem ou serviço.
A curva de demanda apresenta inclinação negativa em relação aos níveis de preço, 
porque à medida que o preço aumenta, desestimula o consumidor a buscar maiores 
quantidades do bem e do serviço, coeteris paribus. Por outro lado, se os preços re-
duzem, o consumidor está disposto a adquirir maiores quantidades, coeteris paribus.
P
Q10
R$ 1,00
R$ 2,00
R$ 3,00
15 20
Figura 4 – Curva de demanda por refrigerante
Note que ao preço de R$ 1,00, a quantidade de demanda de refrigerantes é 
de 20 litros; mas à medida que o preço aumenta, menores quantidades estão 
sendo procuradas.
Isso significa que para que ocorra variação da quantidade, deve-se necessaria-
mente variar o preço. Pode-se afirmar, assim, que a quantidade demandada vária 
exclusivamente em função dos níveis de preço.
Note, ainda, que todos os deslocamentos foram executados ao longo da Própria 
Curva de Demanda.
17
UNIDADE Microeconomia
Fatores que Deslocam a Demanda
Vários fatores são capazes de alterar a demanda, mas serão considerados os 
mais relevantes, que são:
• Renda: se a renda aumenta, a demanda por produtos aumenta;
• Preferência: se o consumidor não tem empatia com determinado produto, 
certamente, não irá consumi-lo;
• Expectativa sobre o futuro: se o consumidor achar que determinado produto 
faltará no futuro, fatalmente, antecipará sua procura;
• Propaganda: costuma sensibilizar o consumidor a buscar determinado produ-
to. Veja, a seguir, o comportamento da Curva de Demanda quando há aumen-
to oudiminuição da renda:
P P
Q Q
Aumento de renda 
diminui a demanda 
por um bem “inferior”.
Aumento de renda 
aumenta a demanda 
por um bem “normal”.
Figura 5
Note que a Curva se deslocou como um todo, para a direita, quando houve au-
mento da renda; e para a esquerda, quando houve diminuição da renda.
Esse mesmo raciocínio pode ser desenvolvido para todos os outros fatores que 
alteram a demanda, isto é, deslocam a Curva como um todo.
Diferença Entre Demanda e Quantidade de Demanda
A quantidade demandada varia exclusivamente em função dos níveis de preço; 
os deslocamentos promovidos por aumento ou diminuição do preço são manifes-
tados ao longo da Curva de Demanda.
A demanda varia em função de outros fatores que não estão relacionados aos 
níveis de preço (renda, expectativa sobre o futuro e preferência). Os desloca-
mentos promovidos pela alteração da renda, por exemplo, deslocam a Curva de 
Demanda como um todo, positiva (se a renda aumenta) ou negativamente (se a 
renda diminui), conforme demonstrada a seguir.
18
19
P P
Q Q
Mudança na Demanda: a curva inteira 
se desloca para a esquerda ou direita.
Mudança na Quantidade Demandada:
move-se ao longo da curva de demanda 
quando há mudança de preço.
Figura 6
Teoria da Oferta
Se a Teoria Subjetiva alicerça a Teoria da Demanda, a Teoria do Valor do Traba-
lho substancia a Teoria da Oferta e todas as suas variações. Ela explica que o preço 
de um determinado bem ou serviço deve ser de acordo com o trabalho empregado 
para obtê-lo; logo, sua determinação está no campo da oferta.
Oferta pode ser definida como as várias quantidades que os produtores estão dispos-
tos e aptos a oferecer no Mercado em função dos níveis de preços, coeteris paribus. 
Consideramos que os produtores, assim como os consumidores, são racionais, 
já que estão produzindo com o objetivo de maximizar o lucro, dentro de restrição 
de custos de produção e orçamentária. 
A Curva de Oferta apresenta inclinação positiva ou ascendente em relação aos 
níveis de preços, pois preços mais altos estimulam o produtor a oferecer maior 
quantidade de determinado produto no Mercado, coeteris paribus.
Q10 15 20
R$ 1,00
R$ 2,00
R$ 3,00
P
Figura 7 – Curva de Oferta de refrigerante
19
UNIDADE Microeconomia
Note que ao preço de R$ 1,00, o produtor só deseja colocar 10 litros de refrige-
rantes no Mercado, mas à medida que o preço vai subindo, o produtor fica estimula-
do a disponibilizar mais produtos. Isso acontece porque o produtor é racional; quan-
do os preços aumentam, ele vislumbra lucro maior e com isso aumenta a produção.
Veja que todos os deslocamentos foram feitos ao longo da própria Curva de 
Oferta, o que demonstra que todos os movimentos foram motivados em função do 
preço do produto.
Fatores que Deslocam a Oferta 
São vários os fatores que deslocam a Curva de Oferta, dos quais os principais 
estão elencados a seguir:
• Disponibilidade dos fatores de produção: quanto mais recursos produtivos 
estiverem disponíveis, maior a produção, ao passo que quanto menor sua 
quantidade, menor a produção;
• Alterações na estrutura tecnológica: a Tecnologia é capaz de aumentar os 
níveis de produção de uma Firma;
• Expectativa sobre a evolução da demanda: se o produtor previr que haverá 
um aumento no consumo, fatalmente, aumentará produção. Por exemplo, 
televisores em época da Copa do Mundo;
• Número de Empresas atuando no Mercado: se aumentar o número de Empre-
sas do mesmo ramo no Mercado, certamente, a produção aumentará.
O gráfico a seguir demonstra o comportamento da Curva de Oferta quando 
existe aumento ou diminuição dos fatores de produção.
Q Q
P P
Preço dos insumos ou Quantidade disponível de insumos
Aumento do preço dos insumos
diminui a oferta do bem.
Aumento na quantidade disponível de 
insumos aumenta a oferta do bem.
Figura 8 – Preço dos quantidade disponível de insumos
Note que a Curva se deslocou como um todo para a esquerda, quando houve 
diminuição dos insumos, e para a direita, quando houve aumento dos insumos.
Esse mesmo raciocínio pode ser desenvolvido para todos os outros fatores que 
alteram a oferta, isto é, deslocam a curva como um todo.
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Diferença entre Oferta e Quantidade Ofertada
O mesmo raciocínio desenvolvido para analisar a diferença entre demanda e 
quantidade demanda pode ser utilizado para analisar a oferta e s quantidade ofertada.
A quantidade ofertada varia exclusivamente em função dos níveis de preço; 
sendo que os deslocamentos promovidos por aumento ou diminuição do preço são 
manifestados ao longo da Curva de Oferta.
A oferta varia em função de outros fatores, que não estão relacionados aos ní-
veis de preço (fatores de produção, expectativa sobre a demanda, Tecnologia 
e número de Empresa). 
Os deslocamentos promovidos pela alteração da disponibilidade dos fatores de 
produção, por exemplo, deslocam a Curva de Oferta como um todo, positiva (se a 
disponibilidade aumenta) ou negativamente (se a disponibilidade diminui), confor-
me pode ser observado a seguir.
Q Q
P P
Mudança na Quantidade Ofertada:
move-se ao longo da curva de oferta 
quando há mudança de preço.
Mudança na Oferta: a curva inteira
se desloca para a esquerda ou direta.
Figura 9
Determinação do Equilíbrio de Mercado
Conforme vimos anteriormente, nem a Teoria Subjetiva (Curva de Demanda) 
nem a Teoria Objetiva (Curva de Oferta) podem nos dar a certeza de qual é o nível 
de preço ideal, pois o consumidor pretende comprar maiores quantidades quando 
o preço está baixo, e o produtor quer disponibilizar maiores quantidades de produ-
tos quando o preço está elevado.
Alfred Marshal (1842-1924) utilizou tanto a Teoria da Utilidade quanto a Teoria 
do Valor Trabalho, isto é, levou em consideração a Curva de Demanda e de Oferta 
para determinar o preço de equilíbrio de Mercado. 
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UNIDADE Microeconomia
O Preço de Equilíbrio, segundo Marshal, é obtido por meio da intersecção entre 
as Curvas de Oferta e de Demanda, ou seja, o ponto que vai atenuar o conflito 
existente entre os produtores e os consumidores. Esse é o único ponto em que os 
consumidores desejam comprar a mesma quantidade que os produtores estão dis-
postos a disponibilizar no Mercado.
Q
P
R$ 3,00
R$ 2,00
R$ 1,00
10 15 20
Curva de demanda
Ponto de Equilíbrio
Curva de oferta
Figura 10 – Curva de Equilíbrio do refrigerante
Note que ao preço de R$ 3,00, os produtores estão dispostos a colocar 20 litros 
de refrigerante, mas os consumidores só pretendem adquirir 10 litros, causando 
excesso de oferta ou escassez de demanda. Já ao preço de R$ 1,00, os produtores 
estão dispostos a colocar 10 litros de refrigerante, mas os consumidores pretendem 
adquirir 20 litros, causando excesso de demanda ou escassez de oferta e, ao preço 
de R$ 2,00, os consumidores estão adquirindo a mesma quantidade que os produ-
tores estão disponibilizando no Mercado.
Estruturas de Mercado
As estruturas de Mercado estabelecem como os Mercados se organizam para 
desenvolver atividade produtiva e podem variar muito de acordo com seus compo-
nentes e forma de atuação, bem como em relação à existência ou não de compe-
tidores imediatos. 
Em muitos desses Mercados existem Empresas que exercem fortes pressões so-
bre os níveis de preços, ou até determinam o preço final do produto e, em outros, 
o próprio Mercado, por meio das Teorias de Demanda e de Oferta, é que define o 
preço de Mercado.
Stackelberg desenvolveu um Modelo de Análise que leva em consideração as 
principais estruturas de Mercado e exerceu dois pontos comuns entre todas, levan-
do em consideração apenas os fatores oferta e demanda.
Apesar de haver várias estruturas de Mercado, Stackelberg classifica as quatro 
mais importantes: Concorrência perfeita, Monopólio, Oligopólio e Concorrên-cia monopolística, conforme Quadro a seguir.
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Quadro 1 – Estruturas de Mercado – A Classifi cação de Stackelberg
Oferta
Demanda
Um só vendedor
Pequeno n° 
vendedores
Grande n° vendedores
Um só comprador MonopólioBilateral Quase Monopsônio Monopsônio
Pequeno número de 
compradores
Quase
Monopólio Oligopólio Bilateral Oligopsônio
Grande número de 
compradores
Monopólio Oligopólio Concorrência Perfeita
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados obtidos em Vasconcellos, (2012)
A Classificação de Stackelberg parte da análise da oferta e da demanda do pro-
duto no Mercado. Assim, o Quadro acima revela que se houver somente um ven-
dedor e somente um comprador, haverá Monopólio bilateral; se houver somente 
um vendedor e pequeno número de compradores, ocorrerá um quase Monopólio, 
e se existir grande número de compradores e somente um vendedor, o Mercado 
será monopolizado.
Ainda, partindo-se da análise da oferta e da demanda, caso se tenha um pe-
queno número de vendedores e somente um comprador, se formará um quase 
Monopsônio; se houver pequeno número de vendedores e pequeno número de 
compradores, o Mercado será um Oligopólio bilateral, e se houver pequeno núme-
ro de vendedores e grande número de compradores, a estrutura constituída será 
um Oligopólio.
Se o Mercado for caracterizado por grande número de vendedores e somente 
um comprador, existirá um Monopsônio; se houver grande número de vendedores 
e pequeno número de compradores, será formado um Oligopsônio. Finalmente, 
se existir grande número de compradores e de vendedores, ocorrerá Concorrência 
perfeita no Mercado. 
O Quadro 1 omite, no entanto, a Concorrência monopolística, que é uma estru-
tura especial de Mercado que reúne o poder do monopólio às forças concorrenciais.
O Quadro 2, revela as características das principais estruturas de Mercado, segundo 
a Classificação de Stackelberg, do ponto de vista do Mercado em que estão inseridas.
Quadro 2 – Características das estruturas de Mercado
Competidores Infl uência sobre preço
Concorrência 
extrapreço 
(propaganda)
Concorrência 
preço
Diferenciação 
do produto
Concorrência Perfeita Vários Nenhuma Ineficaz Ineficaz Ineficaz
Monopólio Nenhum Total Dificilmente utiliza Não existe Dificilmente utiliza
Oligopólio Poucos Considerável Vital para a Empresa Desaconselhável Importante
Concorrência 
Monopolística
Razoável Pouca Vital para a Empresa Importante para o ingressante
Razoável 
importância
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados obtidos em Vasconcellos (2012)
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UNIDADE Microeconomia
A análise partiu da quantidade de ofertantes e demandantes e chegou às princi-
pais estruturas de Mercado: Concorrência perfeita, Monopólio, Oligopólio e Con-
corrência monopolística.
As principais características de um Mercado em Concorrência Perfeita são:
• Grande número de Empresas produtoras e grande número de consumidores;
• Os produtos são absolutamente idênticos (substitutos perfeitos);
• Facilidade de ingresso e de saída de novas Empresas;
• Não existe diferenciação alguma entre os produtos – produtos da Empresa 
A = da Empresa B = da Empresa C, e assim por diante;
• Qualquer tipo de manobra, tanto do produtor quanto do consumidor, para inter-
ferir no preço é ineficaz, de modo que ele é determinado somente pelo Mercado;
• Dificilmente recorre à propaganda, porque isso não vai fazer com que seus 
lucros aumentem.
Esse Mercado remete à Teoria da Mão Invisível, de Adam Smith, e é altamente 
competitivo em função do alto número de agentes econômicos nele atuando. 
Não existe qualquer possibilidade de interferência no preço do produto e, 
dessa forma, o preço de todas as Empresas é o mesmo, porque se a Empresa 
A elevá-lo, os consumidores deixarão de comprar o produto, vez que existem 
outros produtos substitutos. 
Por essa razão, tanto faz para o consumidor comprar o produto de uma Em-
presa ou de outra, pois o preço e a sensação de satisfação será a mesma. Por 
exemplo, o fósforo.
Já o Monopólio, como a própria origem da palavra sugere, significa um só 
vendedor. A palavra vem do grego mono = um e polein = vender. Suas principais 
características são:
• Existência de apenas um produtor ou um só produto no Mercado;
• Não existe produto substituto;
• Fortes barreiras para a entrada de novas Empresas, que podem ser barreiras 
de ordem geográfica, Constitucional ou financeira;
• Fortíssima interferência sobre os preços;
• Dificilmente recorre à propaganda, somente em casos de divulgação Institu-
cional, porque isso não vai fazer com que aumente sua demanda, pois é único 
no Mercado. Normalmente, o monopolista escolhe o seu preço e em seguida 
a quantidade que irá produzir.
O Monopólio é considerado uma falha de Mercado, porque não existe a flutu-
ação de preços e, dessa forma, a Empresa pode cobrar um preço exorbitante e o 
consumidor fica refém desse produtor, pois não há substituto no Mercado. 
Para atenuar essa situação, em alguns casos, o Governo regula o Setor, como o 
que ocorre com a energia elétrica. O Governo concede o serviço à iniciativa privada 
e estabelece mecanismos de regulação para tentar controlar o preço do produto.
24
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Como os investimentos iniciais são altos, o Governo assume a concepção do 
Projeto, e depois concede à iniciativa privada, que faz os investimentos necessários 
para garantir o bom funcionamento do Setor. 
Em alguns casos, o Monopólio é necessário e garantido pela Constituição, como, 
por exemplo, no caso da produção de armas nucleares, que é proibida no Brasil, 
de acordo com o parágrafo 2º do Artigo 5º., mas na Rússia, por exemplo, existe a 
produção delas, constituindo um Monopólio russo em relação ao Brasil.
Barreira constitucional em relação ao armamento atômico. Disponível em: https://goo.gl/WbJS1u
Ex
pl
or
Entre as barreiras constitucionais, pode-se destacar, também, o que é respon-
sabilidade única do Governo. Logo, caracteriza-se um Monopólio a cunhagem de 
moeda, de acordo com o Artigo 21 da Constituição Federal, no Título III, Capítulo 
II, Das Responsabilidades da União.
A Constituição e o Supremo, disponível em: https://goo.gl/wcLX6F
Ex
pl
or
Outro importante monopólio é em relação à “pesquisa e a lavra das jazidas de 
petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluídos” (Artigo 21, inciso XXIII da 
Constituição Federal), bem como atividades ligadas ao refinamento de Petróleo, 
entre outros.
Existe, também, o monopólio natural que ocorre em Mercados que demandam 
muito investimento e, por essa razão, não há interesse da iniciativa privada atuar 
nesses Setores, porque o tempo de retorno do investimento é muito longo.
Um exemplo que cabe citar, nesse contexto, é a geração de energia hidroelé-
trica. Outros exemplos são as estradas da região nordeste, cuja não viabilidade 
econômica afasta os investidores, devido a, por um lado, o nível de utilização por 
automóveis ser muito baixo e, por outro lado, o investimento ser muito elevado. 
Se o governo não tomar para si a construção das estradas, não haverá forma 
de locomoção nesses lugares. Assim, mesmo não sendo economicamente viável, 
o Governo realiza o projeto, em virtude da necessidade da população que habita 
esses locais.
O Governo, no entanto, busca instrumentos para que não sejam formados no-
vos Monopólios, ao menos no que diz respeito às barreiras econômicas, como a 
criação do CADE (Conselho Administrativo da Ordem Econômica), de acordo com 
Lei n° 4.137/62, com a finalidade de conter o abuso econômico que pode ser 
facilitado em Mercados monopolizados.
Outra estrutura de Mercado é o Oligopólio, cujo nome também remete ao gre-
go: oligo = poucos + polein = vender, ou seja, poucos vendedores ou produtores 
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UNIDADE Microeconomia
dominando o Mercado e, devido ao número reduzido de Empresas operandono 
Setor, conseguem obter forte influência na determinação dos preços. 
As principais características de um Mercado oligopolizado são:
• Número reduzido de Empresas operando no Mercado, mas, invariavelmente, 
todas elas dispõem de forte poder econômico e concorrencial;
• Os produtos não são, necessariamente, padronizados, mas são muito seme-
lhantes ou tem funções parecidas;
• Influência forte sobre os níveis de preços, porque, com poucas Empresas atuando 
no Mercado, fica mais fácil orquestrar políticas de preços semelhantes entre elas;
• O uso de propaganda ou Concorrência extrapreço é primordial para a manu-
tenção da Empresa no Setor, porque, na maioria das vezes, são Empresas que 
utilizam Tecnologia de ponta e estas devem ser divulgadas para que o consu-
midor possa ter conhecimento a respeito delas;
• O ingresso de novas Empresas é difícil, porque a barreira econômica já cons-
titui um diferencial para isso.
Dois claros exemplos desse tipo de oligopólio são as Indústrias Automobilísticas 
e de Telefonia Móvel. Por serem setores altamente competitivos, as inovações tec-
nológicas são latentes nesse Setor.
Por fim, o Mercado de Concorrência monopolística, que é uma estrutura espe-
cial de Mercado, tem o poder do Monopólio aliado ao poder Concorrencial, e se 
caracteriza por:
• Existência de grande número de Empresas, relativamente iguais em poder 
concorrencial, mas há um destaque e uma fatia maior para a Empresa hege-
mônica ou líder do Mercado;
• Alguma diferenciação dos produtos. Dessa maneira, a marca líder é capaz de 
criar um Mercado próprio, de tal maneira que acaba suplantando o produto. 
Por exemplo, Gillete, que virou sinônimo para aparelho de barbear; Maizena é 
mais conhecida do que amido cozido; Cotonete: nunca houve registro de algum 
consumidor pedir hastes flexíveis, ou caixa térmica ao comprar um Isopor;
• Apreciável, porém não muito ampla, capacidade de controle de preços, mas a 
marca líder detém boa margem sobre as demais;
• Relativa facilidade para ingresso de novas Empresas no Mercado, não tão fácil 
quanto à Concorrência perfeita, mas não tão difícil quanto o oligopólio.
Já foram dados alguns exemplos em relação a essa estrutura, mas para evidenciar 
o poder de Monopólio e o poder Concorrencial, podemos citar o caso da Coca-Cola 
– nenhuma outra Empresa pode produzir o produto, pois sua marca é registrada, 
impedindo que outros a explorem; porém não existe empecilho legal que restrinja a 
colocação no Mercado de outro refrigerante sabor cola, com outra marca.
Logo, a Coca-Cola detém o poder do Monopólio (sua marca), mas como exis-
tem outras Empresas atuando no Mercado, existem forças concorrenciais capazes 
de influenciar a oferta do produto sabor cola no Mercado.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Economia e Gestão
OLIVEIRA, Adalberto. Economia e Gestão. São Paulo: Pearson, 2014;
 Vídeos
Oferta e Demanda – Princípios Básicos
https://youtu.be/gdAkCrzyZsY
Externalidades
https://youtu.be/Sqdqloe9-EQ
 Leitura
Microeconomia reducionista e microeconomia sistêmica
https://goo.gl/dBStUC
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UNIDADE Microeconomia
Referências
Constituição Federal. Disponível em: <www.planalto.gov.br /ccivil_03/Consti-
tuição/Constituição.htm>. Acesso em: 14 jan. 2018.
MANKIW, N. G. Introdução à Economia – Princípios de Micro e Macroecono-
mia. Rio de Janeiro: Campus, 2012.
PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios de Economia. São Paulo: Thomson 
Learning, 2010.
SMITH, Adam. A Riqueza das Nações. Investigação sobre sua natureza e suas 
causas. São Paulo: Abril Cultural, 1983. 
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia Micro e Macro. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
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