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Introduc¸a˜o aos Processos Estoca´sticos - Varia´veis Aleato´rias Eduardo M. A. M. Mendes DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 1 / 84 Varia´veis Aleato´rias Ide´ia: Uma varia´vel aleato´ria e´ uma func¸a˜o definida no espac¸o amostral. Fenoˆmeno aleato´rio numericamente va´lidos. Exemplo: Dados Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6} Normalmente e´ necessa´rio algum tipo de mapa. Figura 1: Exemplo de Mapa - Varia´vel Aleato´ria Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 2 / 84 Varia´vel Aleato´ria Na sucessa˜o de M lanc¸amentos da moeda, o interesse e´ saber, por exemplo, o nu´mero total de caras observadas: X (si ) = { 0 si = cara 1 si = coroa e o nu´mero total de caras M∑ i=1 X (si ) A func¸a˜o que mapeia Ω em Ωx e´ chamada varia´vel aleato´ria. Importante: O mapeamento X (•) na˜o e´ aleato´rio, pelo contra´rio e´ normalmente conhecido e escolhido. O que e´ aleato´rio e´ si . Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 3 / 84 Varia´vel Aleato´ria (cont.) Figura 2: Tipos de Mapas Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 4 / 84 Varia´vel Aleato´ria Em geral uma varia´vel aleato´ria e´ uma func¸a˜o que mapeia o espac¸o amostral Ω em um subconjunto em R. Para uma varia´vel discreta, esse subconjunto e´ um conjunto finito ou enumera´vel de pontos. O subconjunto forma um novo espac¸o amostral Ωx Exemplo 6.1 - Morettin, pa´gina 129 Empresa´rio - firma - produto produto { esfera cilindro Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 5 / 84 Varia´vel Aleato´ria (cont.) Esfera - adquirida na fa´brica A Cilindro - adquirido na fa´brica B Produto - comprimento definido pelo cilindro e espessura pela esfera - Verificado apo´s montagem. Objetivo: Viabilidade - distribuic¸a˜o de lucro por pec¸a montada Cada componente (R$5, 00) B − Bom L − Longo C − Curto Se o produto final tem um C - sucata por R$5, 00 Cada componente longo pode ser recuperado por R$5, 00 Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 6 / 84 Varia´vel Aleato´ria (cont.) Produto Fa´b. A (Cilindro) Fa´b. B (Esfera) Dentro das especificac¸o˜es - B 0, 80 0, 70 Maior - L 0, 10 0, 20 Menor - C 0, 10 0, 10 Prec¸o de venda R$25, 00 - distribuic¸a˜o de frequeˆncias da varia´vel X . Lucro por conjunto montado? Soluc¸a˜o Espac¸o amostral - considerando que a classificac¸a˜o dos cilindros e da esfera sa˜o eventos independentes e usando o princ´ıpio multiplicativo, temos o seguinte diagrama representativo das probabilidades envolvidas Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 7 / 84 Varia´vel Aleato´ria (cont.) Figura 3: Eventos e Probabilidades Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 8 / 84 Varia´veis Aleato´rias Produto Probabilidade Lucro por Montagem (X ) BB 0, 56 15 (25− 5− 5) BL 0, 16 10 (25− 5− 5− 5) BC 0, 08 −5 LB 0, 07 10 (25− 5− 5− 5) LL 0, 02 5 (25− 5− 5− 5− 5) LC 0, 01 −5 CB 0, 07 −5 CL 0, 02 −5 CC 0, 01 −5 Vamos associar os valores: 15 → A1 = {BB} → P(A1) = 0, 56 10 → A2 = {BL, LB} → P(A2) = 0, 16 + 0, 07 = 0, 23 5 → A3 = {LL} → P(A3) = 0, 02 −5 → A4 = {BC , LC ,CB,CL,CC} → P(A4) = 0, 08 + 0, 01 + 0, 07+ 0, 02 + 0, 01 = 0, 19 Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 9 / 84 Varia´veis Aleato´rias (cont.) Podemos, enta˜o, escrever um modelo teo´rico para distribuic¸a˜o X x p(x) 15 0,56 10 0,23 5 0,02 -5 0,19 1,00 A func¸a˜o (x , p(x)) e´ chamada func¸a˜o de probabilidade da varia´vel X . Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 10 / 84 Varia´veis Aleato´rias (cont.) Figura 4: Mapa - Varia´vel Aleato´ria X - Cilindro e Esfera Se considerarmos Y como sendo a varia´vel “custo de recuperac¸a˜o de cada produto produzido”, teremos 0 → B1 = {BB,BC , LC ,CB,CL,CL,CC} 5 → B2 = {BL, LB} 10 → B3 = {LL} Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 11 / 84 Varia´veis Aleato´rias (cont.) Figura 5: Mapa - Varia´vel Aleato´ria Y - Cilindro e Esfera x p(x) 0 0,75 5 0,23 10 0,12 1,00 Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 12 / 84 Varia´veis Aleato´rias Definic¸a˜o Uma func¸a˜o X definida no espac¸o amostral Ω e com valores em um conjunto enumera´vel de pontos da reta e´ dita varia´vel aleato´ria discreta. Figura 6: Ilustrac¸a˜o da definic¸a˜o de varia´vel aleato´ria Probabilidade - P[X (Si ) = xi ] = P[{s)i}] Func¸a˜o Massa de Probabilidade (PMF) - pX [xi ] = P[X (si ) = xi ] Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 13 / 84 Propriedades Propriedade 1 0 ≤ pX [xi ] ≤ 1 Propriedade 2 M∑ i=1 pX [xi ] = 1 se ΩX consiste de M resultados ∞∑ i=1 pX [xi ] = 1 se ΩX enumera´vel Para um evento A definido em ΩX , a probabilidade e´ dada por P[X ∈ A] = ∑ {i=xi∈A} pX [xi ] Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 14 / 84 Func¸a˜o Massa de Probabilidade Bernoulli Experimentos cujos resultados apresentam ou na˜o uma caracter´ıstica pX [k] = { 1− p, k = 0 p, k = 1 Notac¸a˜o: Ber(p) X ∼ Ber(p) Figura 7: PMF Bernoulli. Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 15 / 84 Func¸a˜o Massa de Probabilidade Binomial n ensaios de Bernoulli ensaios independentes probabilidade de sucesso em cada ensaio e´ p. pX [k] = ( M k ) pk(1− p)M−k , k = 0, 1, . . . ,M Figura 8: PMF Binomial. O ma´ximo e´ localizado em [(M + 1)p] Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 16 / 84 Func¸a˜o Massa de Probabilidade Geome´trica pX [k] = (1− p)k−1p, k = 1, 2, . . . Figura 9: PMF Geome´trica Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 17 / 84 Func¸a˜o Massa de Probabilidade Poisson pX [k] = e −k λk k! , k = 0, 1, 2, 3 . . . Pois(λ) { Quando se deseja contar o nu´mero de eventos de um certo tipo em um intervalo de tempo, superf´ıcie ou volume Figura 10: PMF Poisson Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 18 / 84 Func¸a˜oMassa de Probabilidade Uniforme Discreta pX [k] = p, k = 1, . . . ,N onde p = 1N . Figura 11: PMF Uniforme Discreta Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 19 / 84 Func¸a˜o Massa de Probabilidade Hipergeome´trica pX [k] = (r k )(N−r n−k )(N n ) com 0 ≤ k ≤ min(r , n) Sem reposic¸a˜o dividida em dois atributos N objetivos r tem atributo A N − r tem atributo B n retirada Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 20 / 84 Transformac¸a˜o de Varia´veis Aleato´rias Discretos Objetivo: Determinar a PMF de Y = g(X ), onde X e´ uma varia´vel aleato´ria discreta. Exemplo kay pa´gina 115 Dados com faces 0, 0, 1, 1, 2, 2 Achar a PMF do nu´mero observado quando o dado e´ lanc¸ado, assumindo que todos os lados tem probabilidade igual de ocorrer. Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 21 / 84 Transformac¸a˜o de Varia´veis Aleato´rias Discretos (cont.) Figura 12: Exemplo Kay y = y1 = 0, se x = x1 = 1 ou x = x2 = 2 y2 = 1, se x = x3 = 3 ou x = x4 = 4 y3 = 2, se x = x5 = 5 ou x = x6 = 6 Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 22 / 84 Transformac¸a˜o de Varia´veis Aleato´rias Discretos (cont.) pY [yi ] = pX [1] = pX [2] = 1 3 , i = 1 pX [3] = pX [4] = 1 3 , i = 2 pX [5] = pX [6] = 1 3 , i = 3 Em geral, temos pY [yi ] = ∑ {j=g(xj )=yi} pX [xj ] Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 23 / 84 Transformac¸a˜o VAs - Exemplo 1 X ∼ Ber(p) Y = 2X − 1? Soluc¸a˜o: Ωx = {0, 1} ↓ Ωy = {−1, 1} x1 = 0 → y1 = −1 x2 = 1 → y2 = 1 Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 24 / 84 Transformac¸a˜o VAs - Exemplo 1 (cont.) pY [−1] = pX [0] = 1− p pY [1] = pX [1] = p Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 25 / 84 Transformac¸a˜o VAs - Exemplo 2 Y = g(X ) = X 2 Ω = {−1, 0, 1} Soluc¸a˜o: x1 = −1 → y1 = 1 x2 = 0 → y2 = 0 x3 = 1 → y3 = 1 As probabilidades sa˜o: pY [1] = pX [−1] + pX [1] pY [0] = pX [0] onde ΩX → ΩY = {0, 1} Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 26 / 84 Func¸a˜o de Distribuic¸a˜o Acumulada (CDF) Definic¸a˜o Dada uma varia´vel aleato´ria X , a func¸a˜o de distribuic¸a˜o de acumulada (ou simplesmente func¸a˜o de distribuic¸a˜o) e´ a func¸a˜o FX (x) = p[X ≤ x ], −∞ < x < +∞ Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 27 / 84 Func¸a˜o de Distribuic¸a˜o Acumulada (CDF) Exemplo Binomial Figura 13: Exemplo CDF Binomial Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 28 / 84 Func¸a˜o de Distribuic¸a˜o Acumulada (CDF) Exemplo Geome´trica Figura 14: Exemplo CDF Geome´trica E´ poss´ıvel recuperar a pX [x ] da FX [x ] pX [x ] = FX [x +]− FX [x−] onde x+ e´ um ponto um pouco acima de x e x− e´ um ponto um pouco abaixo de x . Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 29 / 84 CDF Propriedade 1 A CDF e´ um nu´mero entre 0 e 1. 0 ≤ FX [x ] ≤ 1 Prova: Usando a definic¸a˜o FX [x ] = P[X ≤ x ] O segundo lado da igualdade e´ uma probabilidade e, portanto, entre 0 e 1. � Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 30 / 84 CDF Propriedade 2 Os Limites da CDF quando x → −∞ e x → +∞ sa˜o: lim x→−∞FX [x ] = 0 lim x→+∞FX [x ] = 1 Prova: limx→−∞ FX [x ] = P[{s : X (s) < −∞}] = P[∅] = 0 limx→−∞ FX [x ] = P[{s : X (s) < +∞}] = P[Ω] = 1 Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 31 / 84 CDF Propriedade 3 A CDF e´ uma func¸a˜o monotonicamente crescente. Prova: FX [x2] = P([X ≤ x2] = P[(X ≤ x1) ∪ (x1 < X ≤ x2)] disjuntos = P[X ≤ x1] + P[x1 < X < x2] Axioma 3 = FX [x1]︸ ︷︷ ︸ Definic¸a˜o + P[x1 < X ≤ x2]︸ ︷︷ ︸ nu´mero positivo Logo Fx [x2] ≥ FX [x1] Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 32 / 84 CDF Propriedade 4 A CDF e´ uma func¸a˜o cont´ınua a` direita lim x→x+o FX [x ] = FX [xo ] Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 33 / 84 CDF Propriedade 5 A probabilidade de um intervalo e´ P[a < X ≤ b] = FX [b]− FX [a] Prova: Supondo a < b, temos {−∞ < X ≤ b} = {−∞ < X ≤ a} ∪ {a < X ≤ b} Repare que os intervalos sa˜o disjuntos, ou seja, P[−∞ < X ≤ b] = P[−∞ < X ≤ a] + P[a < X ≤ b] Logo P[a < X ≤ b] = FX [b]− FX [a] Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 34 / 84 Valor Esperado Definic¸a˜o Seja X uma varia´vel discreta aleato´ria com os seguintes valores a1, . . . , aN . O valor esperado ou me´dia de X e´ o nu´mero E (X ) dado pela seguinte fo´rmula E [X ] = N∑ i=1 aiP[x = ai ] Se os valores sa˜o igualmente va´lidos, ou seja, P[x = ai ] = 1 N , enta˜o E [X ] = (a1 + a2 + . . .+ an) N Se a varia´vel X toma infinitos valores enta˜o E [X ] = ∑∞ i=1 aiP[x = ai ]. Aqui temos que nos preocupar se a se´rie converge (Ana´lise Matema´tica). Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 35 / 84 Variaˆncia Definic¸a˜o var [X ] = E [X 2]︸ ︷︷ ︸∑N i=1 a 2 i P[x=ai ] −E 2[X ] A variaˆncia mostra o qua˜o espalhados esta˜o os valores em torno da me´dia. Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 36 / 84 Proposic¸a˜o 3.1 Seja X uma varia´vel aleato´ria discreta com E [X ] = µ, enta˜o Var [X ] = E [(X − µ)2] = N∑ i=1 (ai − µ)2P[X = ai ] Prova: N∑ i=1 (ai − µ)2P[X = ai ] = N∑ i=1 (a2i + µ 2 − 2aiµ)P[X = ai ] = N∑ i=1 a2i P[x = ai ]︸ ︷︷ ︸ E [X 2] −2µ N∑ i=1 aiP[x = ai ]︸ ︷︷ ︸ E [X ] + µ2 N∑ i=1 P[X = ai ]︸ ︷︷ ︸ 1 Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 37 / 84 Proposic¸a˜o 3.1 (cont.) Mas µ = E [X ], logo N∑ i=1 (ai−µ)2P[X = ai ] = E [X 2]−2E [X ]E [X ]+E [X ]2 = E [X 2]−E 2[X ] � Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 38 / 84 Exemplo Um moeda equilibrada e´ lanc¸ada 3 vezes. X e´ o nu´mero de caras. Qual e´ o valor esperado e a variaˆncia? Soluc¸a˜o: Ω = {HHH︸ ︷︷ ︸ 3 ,HHT︸ ︷︷︸ 2 ,HTH︸ ︷︷ ︸ 2 ,HTT︸ ︷︷ ︸ 1 ,THH︸ ︷︷ ︸ 2 ,THT︸ ︷︷ ︸ 1 ,TTH︸ ︷︷ ︸ 1 ,TTT︸ ︷︷ ︸ 0 } X = 0 → p = 18 1 → p = 38 2 → p = 38 3 → p = 18 O valor esperado e´: E [X ] = 0× 1 8 + 1× 3 8 + 2× 3 8 + 3× 1 8 = 3 2 Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 39 / 84 Exemplo (cont.) A variaˆncia e´: Var [X ] = 02 × 1 8 + 12 × 3 8 + 22 × 3 8 + 32 × 1 8 − ( 3 2 )2 = 3 4 Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 40 / 84 Varia´vel Indicadora Definic¸a˜o Seja A um evento no espac¸o de probabilidades Ω. Com A no´s associamos uma varia´vel aleato´ria IA (apenas uma func¸a˜o em Ω) tal que: IA(s) = { 1, se s ∈ A 0, se s /∈ A onde s e´ um elemento em Ω. A varia´vel aleato´ria IA e´ varia´vel indicadora de A. Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 41 / 84 Exemplo Se x ∼ Geo (12), determine E [I(2,6)(X )] Soluc¸a˜o: Sabemos que para a Geome´trica pX [k] = (1− p)k−1p para k = 1, 2, . . .. Como a func¸a˜o indicadora reduz o espac¸o de k para k = 3, 4, 5, temos: E [I(2,6)(X )] = 5∑ k=3 1× P(X = k) = ( (1− p)2 + (1− p)3 + (1− p)4) p Para p = 12 , E [X ] = 7 32 . Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 42 / 84 Valor Esperado e Variaˆncia Bernoulli X ∼ Ber(p) x 0 1 P[X = x ] q p mas q = 1− p. O valor esperado e´ dado por E [X ] = 0× q + 1× p = p E a variaˆncia por Var [X ] = 02 × q + 12 × p−p2 = p − p2 = pq Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 43 / 84 Valor Esperado - Binomial Lembrando que a varia´vel aleato´ria binomial conta o nu´mero de sucessos em M tentativas independentes com a varia´vel Bernoulli (p). A varia´vel aleato´ria X ∼ Bin(M, p) toma os valores 0, 1, 2, . . . ,M. A PMF de X e´ dada por P[X = k] = ( M k ) qM−kpk para k = 0, 1, 2, . . . ,M, onde q = 1− p. Por exemplo para Bin(4, p), temos: k 0 1 2 3 4 P[X = k] q4 4q3p 6q2p2 4qp3 p4 Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 44 / 84 Valor Esperado - Binomial (cont.) Note tambe´m que se somarmos todas as probabilidades M∑ k=0 ( M k ) qM−kpk = (q + p)M = 1 Finalmente, se X ∼ Bin(M, p) enta˜o E [X ] = Mp Var [X ] = Mpq Prova: 1o Me´todo: Suponha uma moeda com probabilidade p de sair cara. A mesma e´ lanc¸ada M vezes e o nu´mero de caras e´ contado. Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 45 / 84 Valor Esperado - Binomial (cont.) X ∼ Bin(M, p) Seja Xk uma varia´vel aleato´ria definida por Xk = { 1 se for cara no k-e´simo lanc¸amento 0 se for coroa no k-e´simo lanc¸amento Podemos, enta˜o, escrever X = X1 + X2 + . . .+ XM︸ ︷︷ ︸ Independentes Ber(p) Sabemos que para cada um deles temos: E [Xi ] = p Var [Xi ] = pq Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 46 / 84 Valor Esperado - Binomial (cont.) Podemos escrever (e depois precisamos provar): E [X ] = E [Xi ] + . . .+ E [XM ] Var [X ] = Var [Xi ] + . . .+ Var [Xn] Logo: E [X ] = Mp Var [X ] = Mpq 2o Me´todo: Livro do Kay, pa´gina 138 Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 47 / 84 Valor Esperado - Binomial (cont.) E [X ] = M∑ k=0 kP[X = k] = M∑ k=0 k ( M k ) pk(1− p)M−k = M∑ k=0 k M! (M − k)!k(k − 1)!p k(1− p)M−k = M∑ k=0 M! (M − k)!(k − 1)!p k(1− p)M−k = M∑ k=0 M! (M − k)!(k − 1)!pp k−1(1− p)M−1−(k−1) Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 48 / 84 Valor Esperado - Binomial (cont.) Logo E [X ] = Mp M∑ k=0 M! (M − 1− (k − 1))!(k − 1)!p k−1(1− p)M−1−(k−1) Fazendo N = m1 e l = k − 1, temos E [X ] = Mp N∑ l=−1 l=0 N! (N − l)!p!p l(1− p)N−l ︸ ︷︷ ︸ 1 E [X ] = Mp Var [X ] - complicado! Vamos usar a func¸a˜o caracter´ıstica. Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 49 / 84 Hipergeome´trica Hg(n,M,N) Suponha que tenhamos N bolas numa caixas, das quais M sa˜o vermelhas (sa˜o amostradas m bolas sem reposic¸a˜o). Seja a varia´vel aleato´ria X o nu´mero de bolas vermelhas na amostra. Tal X e´ chamado de varia´vel aleato´ria hipergeome´trica. A varia´vel X pode tomar qualquer dos valores em 0, 1, 2, 3 . . . , n. P[X = k] = (M k )(N−M n−k )(N n ) Sem provar, podemos escrever Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 50 / 84 Hipergeome´trica (cont.) E [X ] = n ( M N ) Var [X ] = n ( M N )( N −M N )( N − n N − 1 ) Se p = MN com M < N e consequentemente q = 1− p = N−MN , logo E [X ] = np Var [X ] = npq ( N − n N − 1 ) ︸ ︷︷ ︸ fator de correc¸a˜o Se n e´ pequeno comparado com N, enta˜o Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 51 / 84 Hipergeome´trica (cont.) N − n N − 1 ≈ 1→ Bin(n, M N ) Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 52 / 84 Geome´trica Parecida com a Binomial. Suponha, novamente, que uma moeda e´ lanc¸ada e que a probabilidade de sair cara e´ p. Ao inve´s de um nu´mero fixo de lanc¸amentos, o experimento acaba quando, por exemplo, cara aparece pela primeira vez. Contamos, enta˜o, o nu´mero de vezes que a moeda foi lanc¸ada. Os valores da varia´vel sa˜o 1, 2, . . . Pode ser que nunca consigamos uma cara, mas esta possibilidade e´ “infinitamente imposs´ıvel”. O nu´mero de tentativas de Bernoulli ate´ o primero sucesso e´ uma varia´vel aleato´ria geome´trica. P[X = k] = qk−1p Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 53 / 84 Geome´trica (cont.) Verificando se a soma das probabilidades e´ 1 ∞∑ k=1 qk−1p = p + pq + q2p + . . . = p q − 1 = 1 Se X ∼ Geom(p), enta˜o E [X ] = 1 p Var [X ] = q p2 Prova para E [X ] - Kay, pa´gina 139 Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 54 / 84 Geome´trica (cont.) E [X ] = ∞∑ k=1 kqk−1p = p ∞∑ k=1 kqk−1︸ ︷︷ ︸ dqk dq = p d ∑∞ k=1 q k dq = p d q1−q dq = p (1− q)− q(−1) (1− q)2 = p 1 (1− q)2 = 1 p � Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 55 / 84 Varia´veis Aleato´rias Poisson X ∼ Pois(λ) Para Poisson, o valor esperado e a variaˆncia sa˜o:E [X ] = λ Var [X ] = λ Figura 15: PMF Poisson Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 56 / 84 Valor Esperado Propriedades do Valor Esperado Nem todas as PMFs com uma infinidade de valores possuem valor esperado. Para ter e´ preciso que: a) Soma - absolutamente soma´vel b) Soma dos valores absolutos dos termos e´ finito. E [|X |] = k=∞∑ k=−∞ |k|pX [k] <∞ Propriedades do Valor Esperado PMF sime´trica - valor esperado localizado no centro da PMF. O valor esperado geralmente na˜o indica o valor mais prova´vel Mais de uma PMF apresenta o mesmo valor esperado Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 57 / 84 Exemplo de Valor Esperado na˜o-finito Considere a varia´vel aleato´ria com distribuic¸a˜o zipf usada para a ana´lise da popularidade de web sites e web caching. Suponha que P(X = k) = C −1 k2 com k = 1, 2, . . ., onde C = ∞∑ n=1 1 n2 Calcular o valor esperado E [X ]. Soluc¸a˜o: Vamos aproveitar e verificar se P(X = k) e´ mesmo uma PMF. Para isto, devemos lembrar que:∑∞ n=1 1 n2 nada mais e´ do que uma se´rie do tipo ∑∞ n=1 1 nr onde para r > 1 a se´rie converge. O resultado da soma da se´rie e´ a func¸a˜o zeta de Riemann.∑∞ n=1 1 n2 = pi 2 6 cuja a prova foi dada por Euler (Basel problem). Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 58 / 84 Exemplo de Valor Esperado na˜o-finito (cont.) Para mostrar que a soma de P(X = k) para k = 1, 2, . . . e´ 1, vamos usar o resultado de Euler duas vezes: ∞∑ k=1 C−1 k2 = C−1 ∞∑ k=1 1 k2 , lembrando que C e´ uma constante = 6 pi2 ∞∑ k=1 1 k2 , o somato´rio e´ a mesma se´rie = 6 pi2 × pi 2 6 = 1 No caso do valor esperado, temos: Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 59 / 84 Exemplo de Valor Esperado na˜o-finito (cont.) E [X ] = ∞∑ k=1 k × P(X = k) (definic¸a˜o) = ∞∑ k=1 k C−1 k2 = C−1 ∞∑ k=1 k 1 k2 = C−1 ∞∑ k=1 1 k , se´rie geome´trica - diverge Como consequeˆncia, E [X r ] para r ≥ 1 e´ infinito. Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 60 / 84 Exemplo de Valor Esperado Indeterminado Considere neste exemplo o mesmo C do caso anterior, mas P(X = k) = P(X = −k) = 1 2 × C −1 k2 para k = 1, 2, . . . , claramente ∑∞ k=1 P(X = k) e´ 1. No caso do valor esperado, temos E [X ] = ∞∑ k=1 kP(X = k) + −1∑ k=−∞ kP(X = k) = 1 2C ∞∑ k=1 1 k + 1 2C −1∑ k=−∞ 1 k = ∞ 2C + −∞ 2C = indefinido Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 61 / 84 Valor Esperado para uma func¸a˜o de uma varia´vel aleato´ria Considere Y = g(X ) enta˜o E [X ] = ∑ i yipY [yi ] Definic¸a˜o E [g(X )] = ∑ i g(xi )pX [xi ] Exemplo 1 Dado g(X ) = aX + b deseja-se saber E [g(X )] = E [aX + b] Soluc¸a˜o: aplicando a definic¸a˜o Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 62 / 84 Valor Esperado para uma func¸a˜o de uma varia´vel aleato´ria (cont.) E [g(X )] = ∑ i (axi + b) pX [xi ] = a ∑ i xipX [xi ] + b ∑ i pX [xi ]︸ ︷︷ ︸ 1 = aE [X ] + b Exemplo 2 Dado g(X ) = αg1(X ) + βg2(X ) deseja-se saber E [g(X )] = E [αg1(X ) + βg2(X )] Soluc¸a˜o: Aplicando a definic¸a˜o Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 63 / 84 Valor Esperado para uma func¸a˜o de uma varia´vel aleato´ria (cont.) E [g(X )] = E [αg1(X ) + βg2(X )] = α ∑ i g1(xi )pX [xi ] + β ∑ i g2(xi )pX [xi ] = ∑ i [αg1(xi ) + βg2(xi )] pX [xi ] = ∑ i g(xi )pX [xi ] = E [g(x)] Conclusa˜o: O valor esperado e´ um operador linear. Exemplo 2 Dado pX [k] = 1 5 k = 0, 1, 2, 3, 4 achar E [Y ] onde Y = g(X ) = √ X Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 64 / 84 Valor Esperado para uma func¸a˜o de uma varia´vel aleato´ria (cont.) Soluc¸a˜o: Usando a definic¸a˜o E [ √ X ] = ∑4 k=0 √ kpX [k] = ∑4 k=0 √ K × 15 = 15 ∑4 k=0 √ k = 3+ √ 2+ √ 3 5 Considere o seguinte E [X ] = ∑4 k=0 kpX [k] = ∑4 k=0 k 1 5 = 15 ∑4 k=0 k = 10 5 = 2 Usando o resultado acima, podemos escrever√ E [X ] = √ 2 Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 65 / 84 Valor Esperado para uma func¸a˜o de uma varia´vel aleato´ria (cont.) Repare que √ E [X ] 6= E [ √ X ] ou seja, o valor esperado na˜o e´ um operador comutativo. Exemplo 4 Considere { b → valor a ser predito X → varia´vel aleato´ria Objetivo: Achar um valor que em me´dia seja pro´ximo do verdadeiro valor da varia´vel X . Soluc¸a˜o Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 66 / 84 Valor Esperado para uma func¸a˜o de uma varia´vel aleato´ria (cont.) Vamos definir a func¸a˜o erro como erro = X − b Uma boa medida e´ (X − b)2 O que queremos e´ que E [(X − b)2] ou seja, o MSE (Mean Square Error) seja o menor poss´ıvel. Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 67 / 84 Valor Esperado para uma func¸a˜o de uma varia´vel aleato´ria (cont.) Calculando o MSE MSE (b) = E [(X − b)2] = E [X 2 − 2Xb + b2] = E [X 2]− 2E [Xb] + E [b2] = E [X 2]− 2bE [X ] + b2 Precisamos achar o valor que minimiza o MSE dMSE(b) db = −2E [X ] + 2b = 0 ↓ E [X ] = b Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 68 / 84 Valor Esperado para uma func¸a˜o de uma varia´vel aleato´ria (cont.) logo MSE (b) = E [(X − b)2] = E [(X − E [X ])2] = Var [X ] Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 69 / 84 Variaˆncia Propriedades da Variaˆncia Var [c] = 0 Var [X = C ] = Var [X ] Var [cX ] = c2Var [X ] E [X ] e E [X 2] sa˜o o primeiro e segundo momentos, respectivamente. E [X n] → n-e´simo momento E [X n − En[X ]] → momentos centrais A variaˆncia e´ um operador na˜o-linear. Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 70 / 84 Func¸a˜o Caracter´ıstica Definic¸a˜o: A func¸a˜o caracter´ıstica da varia´vel X e´ definida como φX (ω) = E [e ωX ] Repare que o argumento de E [•] e´ uma transformac¸a˜o de uma varia´vel aleato´ria, ou seja, g(X ) = eωX Podemos definir o seguinte φX (ω) = E [e ωX ] = ∑ i e ωxipX [xi ] = ∑ i pX [xi ]e ωxi repare que nada mais e´ do que a Transformada Discreta de Fourier Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica UniversidadeFederal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 71 / 84 Func¸a˜o Caracter´ıstica (cont.) A ide´ia e´ usar a func¸a˜o caracter´ıstica para calcular E [X ]. Para isso considere dφX (ω) dω = d dω ∑∞ k=−∞ pX [k]e ωk = ∑∞ k=−∞ pX [k] deωk dω = ∑∞ k=−∞ pX [k]ke ωk Podemos substituir um valor determinado. Para os nossos propo´sitos, vamos usar ω = 0 1 dφX (ω) dω ∣∣∣ ω=0 = ∑∞ k=−∞ kpX [k] e ωk︸︷︷︸ 1 = E [X ] Logo E [X n] = 1 n dnφX (ω) dωn ∣∣∣∣ ω=0 Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 72 / 84 Variaˆncia - Geome´trica Lembrando que a PMF da VA Geome´trica e´ dada por: pX [k] = (1− p)k−1p e´ poss´ıvel determinar a func¸a˜o carater´ıstica para a mesma. Para isso, considere Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 73 / 84 Variaˆncia - Geome´trica (cont.) φX (ω) = ∞∑ k=1 pX [k]e ωk = ∞∑ k=1 (1− p)k−1peωk = p ∞∑ k=1 (1− p)k−1eω(k−1+1) = peω ∞∑ k=1 [(1− p)eω]k−1 = peω ∞∑ k′=0 [(1− p)eω]k′ Isso e´ uma PG = peω 1− (1− p)eω Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 74 / 84 Variaˆncia - Geome´trica (cont.) Dado que a func¸a˜o caracter´ıstica foi determinada, podemos calcular os momentos e com eles a variaˆncia. E [X 2] = 1 2 d2φX (ω) dω2 ∣∣∣∣ ω=0 = 2 p2 − 1 p Logo Var [X ] = E [X 2]− E 2[X ] = 2 p2 − 1 p − 1 p2 = 1− p p2 = q p2 Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 75 / 84 Propriedades da Func¸a˜o Caracter´ıstica A func¸a˜o caracter´ıstica sempre existe pois |φX (ω)| <∞ Prova: Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 76 / 84 Propriedades da Func¸a˜o Caracter´ıstica (cont.) |φX (ω)| = ∣∣∣∣∣ ∞∑ k=−∞ pX [k]e ωk ∣∣∣∣∣ ≤ ∞∑ k=−∞ ∣∣pX [k]eωk ∣∣ ≤ ∞∑ k=−∞ |pX [k]| ∣∣eωk ∣∣︸ ︷︷ ︸ 1 ≤ ∞∑ k=−∞ |pX [k]| ≤ 1 Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 77 / 84 Propriedades da Func¸a˜o Caracter´ıstica (cont.) A PMF pode ser recuperada da func¸a˜o caracter´ıstica pX [k] = 1 2pi ∫ pi −pi φX (ω)e −ωkdω isso nada mais e´ do que a Transformada de Fourier Inversa da func¸a˜o caracter´ıstica. Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 78 / 84 Uma Outra Maneira de ver a Func¸a˜o Caracter´ıstica Sabemos que a func¸a˜o caracter´ısitca esta´ relacionada com a Transformada Discreta de Fourier, logo porque na˜o pensar em Transformada Z? φX (z) = E [z X ] Exemplo: Func¸a˜o caracter´ıstica de X com distribuic¸a˜o de Poisson com paraˆmetro λ. Soluc¸a˜o Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 79 / 84 Uma Outra Maneira de ver a Func¸a˜o Caracter´ıstica (cont.) φX (z) = E [z X ] = ∞∑ k=0 zkP(X = k) = ∞∑ k=0 zk λke−λ k! = e−λ ∞∑ k=0 (zλ)k k! = e−λezλ = eλ(z−1) Exemplo: Func¸a˜o caracter´ıstica de uma soma de varia´veis aleato´rias independentes. Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 80 / 84 Uma Outra Maneira de ver a Func¸a˜o Caracter´ıstica (cont.) Soluc¸a˜o φX1+...+Xn(z) = E [z X1+X2+...+Xn ] = E [zX1 . . . zXn ] = E [zX1 ] . . .E [zXn ] usando independeˆncia = φX1(z) . . . φXn(z) Exemplo: Utilizac¸a˜o da func¸a˜o caracter´ıstica para o ca´lculo de probabilidades. Soluc¸a˜o: Considere a seguinte definic¸a˜o da func¸a˜o caracter´ıstica em termos da Transformada Z φX (z) = E [z X ] = ∞∑ k=0 zkP(X = k) Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 81 / 84 Uma Outra Maneira de ver a Func¸a˜o Caracter´ıstica (cont.) Expandindo a se´rie temos: φX (z) = P(X = 0) + zP(X = 1) + z 2P(X = 2) + . . . Quando z = 0 φX (0) = P(X = 0) Derivando φX (z) uma vez, temos φ′X (z) = P(X = 1) + 2zP(X = 2 + . . . Neste caso, quando z = 0, a func¸a˜o caracter´ıstica e´ φ′X (0) = P(X = 1) Estendendo para derivadas de ordem superior, temos Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 82 / 84 Uma Outra Maneira de ver a Func¸a˜o Caracter´ıstica (cont.) φ (n) X (z) ∣∣∣ z=0 n! = P(X = n) Exemplo: Se φX (z) = ( 1+z+z2 3 )2 , encontre P(X = 2). Soluc¸a˜o: Derivando duas vezes, temos φ′X (z) = 2 ( 1 + z + z2 3 )( 1 + 2z 3 ) φ′′X (z) = 2 ( 1 + z + z2 3 )( 2 3 ) + 2 ( 1 + 2z 3 )( 1 + 2z 3 ) Usando φ′′X (z) podemos facilmente achar que Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 83 / 84 Uma Outra Maneira de ver a Func¸a˜o Caracter´ıstica (cont.) P(X = 2) = φ′′X (0) 2! = 1 2! ( 4 9 + 2 9 ) = 1 3 Eduardo Mendes (DELT - UFMG Programa de Po´s-Graduac¸a˜o em Engenharia Ele´trica Universidade Federal de Minas Gerais emmendes@cpdee.ufmg.br)MACSIN 84 / 84 Definição Transformação de Variáveis Aleatórias Discretos Função de Distribuição Acumulada (CDF) Valor Esperado Exemplo de Valor Esperado Infinito Valor Esperado para uma função de uma variável aleatória Propriedades da Variância Função Característica Função Característica - Transformada Z
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