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RADIER Entre os elementos que fazem parte das fundações superficiais tem-se: as vigas sobre apoios elásticos, vigas sobre base elástica e finalmente lajes sobre uma base elástica, também chamadas de radiers. Todos estes são elementos estruturais de concreto armado apoiados sobre o solo que em um primeiro momento é considerado um elemento elástico. Na Figura 1 são mostrados esquematicamente cada um destes elementos. Figura 1. A viga sobre apoios elásticos é um problema clássico enfrentado pelos construtores de estradas de ferro que precisam apoiar os trilhos em dormentes que por sua vez se apóiam no solo deformável. Curiosamente quando se usa a solução do meio contínuo pode-se calcular a viga sobre apoios elásticos como se fosse uma viga sobre base elástica e ao contrário quando se usa o meio discreto pode-se calcular a viga sobre base elástica como se fosse uma viga sobre apoios elásticos com espaçamento pequeno entre um apoio e outro. VIGA SOBRE BASE ELÁTICA – TEORIA DO MEIO CONTINUO A equação da linha elástica de uma viga é dada pela expressão (encontrada em qualquer livro de resistência dos materiais): EI M dx yd 2 2 (1) com y- o deslocamento vertical dos diversos pontos da estrutura M- Momento fletor em uma seção genérica EI- A rigidez da seção do elemento (produto do módulo de elasticidade e inércia da seção transversal). Derivando duas vezes a expressão (1) e levando em conta a relação entre momento e a taxa de carregamento (q) obtêm-se: EI q dx yd 4 4 (2) para um trecho de viga apoiada no solo ocorrendo um deslocamento y surge no solo uma reação dada por : Ky = q (3) Com K – Coeficiente de recalque do solo Substituindo na equação 1 chega-se a: KyEI dx yd 4 4 (4) a equação diferencial (4) apresenta como solução: considerando 4 4EI K (5) xsenDxCexsenBxAey xx coscos (6) Na solução geral dada em 6 os valores de A, B, C e D são constantes de integração que pode ser calculadas a partir das condições de contorno. VIGA COM COMPRIMENTO INFINITO E CARGA CONCENTRADA Ao considerar que a viga tenha um comprimento muito grande que pode ser considerado infinito como o indicado na figura 2. com os valores de x muito grande o termo xe se anula ficando apenas o primeiro termo em que o deslocamento vertical (y) e a rotação (dy/dx) devem ser nulos. xsenBxAe x cos0 (deslocamento) xxBxsenxAex x cos0 (rotação) Da primeira expressão xsenBxA cos0 x xsen BA cos substituindo na segunda x x xsen B cos cos 0 2 B =0 A=0 Resultando portanto em xsenDxCey x cos figura 2 Finalmente pode-se dizer que no ponto de aplicação da carga o cortante a esquerda, ou a direita é igual a P/2 e a rotação no ponto é nula. A segunda condição resulta em: xDxCsenxsenDxCe dx dy x coscos =0 DC dx dy x 0 =0 C=D xsenxCey x cos xsenCe dx dy x 2 xxsenCe dx yd x cos2 2 2 2 xCe dx yd x cos4 3 3 3 2 0 3 3 P dx yd EI x EI P C 2 4 3 38 EI P C xsenx EI P ey x cos 8 3 com o momento dado por EI M dx yd 2 2 xxsenePM x cos 4 Uma das maneiras de calcular um radier é dividir o mesmo em faixas (de um m, por exemplo) e associar o seu funcionamento ao de uma viga apoiada em base elástica. A resolução de uma viga sobre uma base elástica é dada na folha 2 do PDF. Faz-se uso da equação diferencial de deformação de uma viga e iguala-se a taxa de carregamento em um ponto ao coeficiente de recalque do solo multipicado pelo deslocamento na vertical do ponto em questão. A resolução desta equação resulta em uma função de “e” (logaritmo neperiano) elevado a certo valor. Diversos autores e livros trazem a solução desta equação para alguns casos de carga e tabelam os resultados obtidos (como mostrado nas folhas 4 e 5 do PDF). Assim é possível resolver uma faixa de u metro de um radier, por superposição de carregamentos e com uso de tabelas apropriadas. No PDF dado mostra=se na folha 1 uma planta de casa popular onde se avalia a ação em paredes laterais e centrais. Embaixo da página 1 indica-se como seriam os baldrames a serem usados para a solução com fundação profunda. Na página 2 monta-se um esquema do radier e como ode ser calculado usando as tabelas de HAHN J. Vigas continuas, pórticos, placas y vigas flotantes sobre lecho elástico Editorial Gustavo Gili Barcelona 1972. Alguns comentários iniciais: As ações a considerar são apenas as pontuais pois cargas distribuídas (na direção do cálculo) não causam esforço interno (apenas entram no cálculo da tensão admissível).. O cálculo sempre é feito por carga e superpondo os vários valores. Assim para o momento fletor em S deve-se calcular o efeito da carga em i, depois da carga em j etc. Por isso surgem coeficientes na tabela do tipo ηis ou ηjs. No segundo PDf tentei scanear o capítulo do Livro em questão mas não ficou grandes coisas. Finalmente o método mais simples (tendo-se um programa de grelha) é resolver o radier como um todo e colocar embaixo de cada nõda grelha equivalente que representa o radier uma mola. Este processo soda certo se o espaçamento da grelha for pequeno. Os arquivos dats enviados devem ser de um programa de grelha (GPLAN) gratuito que uso e com o qual fiz alguns testes. Na minha próxima ida em Camboriú podemos conversar mais. WINTERKON H. F.; FANG F. Foundation Engineering Handbook 1975 Toronto VELLOSO D. A.;LOPES F. R. Fundações Volume 1 Oficina de textos 2004 São Paulo HAHN J. Vigas continuas, pórticos y placas Editorial Gustavo Gili Barcelona 1972 Prezados Colegas da Comunidade TQS, Segue roteiro para o lançamento de base elástica nos sistemas TQS. Radier – Lançamento e Processamento Roteiro: 1. Criar um edifício com 2 pavimentos., 2. Apagar os casos de vento. 3. Acessar o modelador estrutural e lançar os elementos (lajes, vigas e pilares) do pavimento que contém a base elástica. Utilizar linhas de fechamento de bordo para delimitar as lajes/placas quando necessário. Dê preferência as coordenadas 0,0 no eixo de simetria. 4. Nos dados atuais de laje para a próxima inserção, ative a opção ‘Base elástica’ e configure o coeficiente de mola do solo na aba ‘Grelha’, conforme mostra figura abaixo. É importante salientar que o coeficiente de mola depende do espaçamento da grelha. Em seguida insira a laje, no contorno definido. 5. Nos dados do pilar, para a aba ‘Grelha’ defina um coeficiente de mola coerente com a área do pilar e o espaçamento da grelha. Isto fará com que o pilar se apóie na laje. 6. Lance todas as cargas (lineares, por área, etc.) nas lajes e vigas. Nos pilares, lance cargas concentradas com as reações de apoio. 7. Saia salvando. 8. De volta à tela do gerenciador, ative o ‘Grelha/TQS’ e execute os comandos ‘Editar’– ‘Critérios’ – ‘Lajes Planas’ – ‘ok’. 9. Na janela de critérios, clique em ‘Malha’ – ‘Discretização da malha’ e ajuste o espaçamento entre barras, levando em conta o coeficiente de molas definido nos dados de lajes, definidos no modelador estrutural. 10. Saia salvando. 11. De volta a tela do gerenciador, ative o ‘CAD/Formas’ e realize a extração gráfica de formas através dos comandos ‘Processar’ – ‘Extração gráfica de formas’. 12. Terminada a extração gráfica, ative o ‘Grelha/TQS’ e realize ‘Processar’ – ‘Geração do modelo’, conforme mostra a figura a seguir: 13. Terminado o processamento, realize os comandos ‘Grelha/TQS’ – ‘Visualizar’ – ‘Visualizador de grelha espacial’. 14. Na janela do visualizador espacial, verifique o comportamento da estrutura através da visualização dos deslocamentos e esforços. Deslocamentos: Esforços: 15. Se os esforços e deslocamentos estiverem de acordo com o esperado, utilize o ‘editor de esforços e armaduras’ de lajes para homogeneizar e calcular a armadura. Gostaria de salientar que os coeficientes de mola devem ser adquiridos com o pessoal de Geotecnia. Caso o engenheiro esteja de posse do perfil do terreno, os dados podem ser lançados no SISES-full - Sistema de Integração Solo-Estrutura (módulo adicional TQS). Atenciosamente, Monica Firmino Bolli Suporte TQS monica@tqs.com.br
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