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Aula 5 (2)

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APOSTILA DE APOIO DA DISCIPLINA FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES – CCE 
0194 
Professor: Marcelo Gonçalves 
CONTENÇÕES 
 
 As estruturas de contenção visam como funcionalidade principal, conter 
maciços de solos, no qual requerem o máximo de segurança 
estrutural possível, a fim de evitar e proteger a integridade da 
estrutura e/ou de bens e pessoas. A intensa ocupação urbana faz com 
que surja a necessidade de execução de obras subterrâneas, contenção 
de taludes e dentre outras formas de contenção, o que se torna de 
importância fundamental o estudo, a criação e o aprimoramento de 
diversas técnicas de contenção para os dias atuais. 
 
PROJETO EXECUTIVO 
 
 Para a toda e qualquer execução de obra seja ela de contenção ou não, 
se faz necessário à elaboração de um projeto executivo na qual deve 
conter e obedecer aos seguintes parâmetros: 
 
a) Memória de cálculo da estabilidade da encosta, incluindo parâmetros 
de resistência do terreno, nível d´água e sobrecargas adotadas; 
 
b) Planta com locação da obra; 
 
c) Vista e seções com as dimensões básicas da obra de contenção, se 
houver; 
 
d) Seção ou seções transversais do modelo geotécnico com indicação da 
solução concebida; 
 
e) Planilha de quantidades; 
 
f) Relatório sucinto, incluindo as hipóteses de cálculo adotadas e as 
considerações executivas; 
 
g) Em casos mais simples a serem justificados pelo projetista, o Projeto 
Básico pode ser incorporado ao Projeto Executivo; 
 
h) Detalhamento da seqüência executiva, incluindo cálculos de 
estabilidade e fatores de segurança para todas as fases da obra, 
principalmente nas etapas de escavação e localização de 
sobrecargas eventuais; 
 
i) Detalhamento, dimensionamento e especificações dos elementos 
individuais componentes da obra de estabilização do talude, as 
condições de controle e a metodologia de construção e futura 
manutenção. No caso de solos compactados, o projeto deverá 
apresentar claramente as especificações relativas ao material a ser 
compactado, bem como os critérios para controle e aprovação da 
compactação no campo; 
 
j) Detalhamento dos elementos de drenagem superficial, que deverão 
ser projetados a partir do levantamento hidrológico da área em 
estudo. Deverá ser levantada a área da bacia de contribuição, assim 
como a(s) declividade( es) da encosta, o coeficiente de escoamento 
da bacia e o período de recorrência de projeto, todos 
devidamente justificados. O período de recorrência mínimo para 
dimensionamento do sistema de drenagem superficial será de 10 
anos. Nos casos mais complexos de estabilidade da encosta ou 
quando a estabilidade geral da encosta possa ser afetada por um 
funcionamento inadequado do sistema de drenagem, o tempo de 
recorrência deverá ser mais elevado, cabendo ao projetista a 
justificativa dos valores adotados. Os elementos de drenagem 
interna (valas drenantes, drenos profundos, poços drenantes, 
túneis de drenagem, etc.) devem ser detalhados quanto a: 
dimensões, materiais, características de drenagem, declividade, 
selagem, condições de saída de água e outras. Os casos de obras 
de proteção contra erosões superficiais e voçorocas deverão ser 
detalhados de acordo com as etapas do projeto e da seqüência 
executiva; 
 
 
k) Relatório consolidado, incluindo as respectivas análises de 
estabilidade, que devem atender os fatores de segurança; 
 
l) O dimensionamento dos elementos estruturais de concreto 
armado deverá obedecer a NBR-6118 - Projeto e construção de 
obras de concreto armado e suas fundações seguir a NBR-6122 
– Projeto e execução de fundações. 
 
TÉCNICAS DE CONTENÇÃO 
 
MURO DE GRAVIDADE 
 
 Muros de gravidade são estruturas que utilizam o seu próprio peso a 
fim de resistir a empuxos horizontais. Geralmente são aplicados em 
pequenos ou médios desníveis, com dimensões inferiores a 5m. Os muros 
de gravidade podem ser construídos de pedra ou concreto (este podendo 
ser simples ou armado), gabiões ou ainda, pneus usados. 
 
MURO DE FLEXÃO 
 
 Muros de flexão são estruturas em concreto armado mais esbeltas, 
com seção transversal em forma de “L” ou “T” invertido que resistem 
a empuxos por flexão, utilizando parte de seu próprio peso que se apóia 
em sua base para manter-se em equilíbrio. Estes muros em geral 
apresentam-se com alturas de 5m a 7m, com base de 50 e 70% da altura 
do mesmo, onde a face trabalha a flexão e se necessário pode empregar 
vigas de enrijecimento com alturas mais elevadas. 
 A sua implantação deve ser feita em terrenos com boas características 
de fundação ou sobre fundações profundas. Geralmente são aplicados em 
aterros ou reaterros, pois necessitam de peso extra. Os muros de flexão 
podem também ser ancorados na base por meio de tirantes ou 
chumbadores, para melhorar sua condição de estabilidade. 
 
 
 
 
ESTRUTURAS ANCORADAS (TIRANTES) 
 
 Estas estruturas de contenção geralmente são feitas de concreto 
armado, onde fazem o uso de tirantes introduzidos no terreno, na qual 
estes podem ser compostos de cabos de aço ou por uma mono 
barra, podendo agir de forma passiva ou ativa. A estrutura se 
comporta como se fosse uma laje na vertical, tendo em média uma 
espessura de 15cm a 30cm onde a mesma é dimensionada de acordo 
com a carga a ser contida. Os tirantes são os responsáveis em transmitir 
ao solo as tensões exercidas pelo maciço de terra a ser contido 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTRUTURAS DE SOLO REFORÇADO 
 
 Estas estruturas recebem um reforço podendo ser de diversos 
elementos, tais como grampos, fitas, geotrexteis, geogrelhas, colunas de 
solo-cimento ou estacas. 
 
SOLO REFORÇADO COM GEOSSINTÉTICOS 
 
 A técnica do solo reforçado com geossintéticos consiste na combinação 
destes dois materiais, de naturezas distintas e funções 
complementares, objetivando a obtenção de um material mais 
resistente e menos deformável que o solo natural, melhorando a 
resistência a tração, reduzindo as possíveis deformações de obras como 
taludes, aterros e outros. 
 
 
 
 
 
 
 
SOLO GRAMPEADO 
 
 A técnica de solo grampeado consiste na aplicação ou introdução de 
uma malha de ferro injetada e ancorada de forma passiva com água e 
cimento, tendo como finalidade principal enrijecer o maciço instável 
numa malha previamente calculada e definida em função da altura e 
da inclinação do talude. É uma técnica ideal para taludes com pouca 
inclinação, porém se o talude for muito íngreme ou com problemas de 
instabilidade e formação de cunha de deslizamentos, o mesmo possui 
certas limitações, ainda assim, o solo grampeado pode ser aplicado 
perfeitamente, obedecendo suas limitações, garantindo estabilidade 
a um valor economicamente mais viável em relação a uma contenção 
mais eficiente , como é o caso da técnica com uso de tirantes. 
 
 
 
ESTACAS 
 
 A técnica de solo reforçado com estacas consiste na cravação ou 
escavação de estacas podendo estas serem de vários tipos: metálicas, 
estaca raiz, estaca broca, estaca secante e outras. Estas estacas suportam 
toda a carga que o maciço exerce garantindo a segurança e 
prevenindo possíveis deformações no maciço. Geralmente esta técnica 
é utilizada para escavação de redes subterrâneas ou de subsolos. É 
uma técnica bastante rápida e eficaz se comparadas a outras já 
citadas, mas se faz necessário à utilização de máquina e 
equipamentos de médio ou grande porte, dependendo do tipo de 
estaca a ser utilizado. 
 
 
 
DRENAGEM PARA CONTENÇÃO EM ROCHAS 
 
 Os sistemas de drenagem objetivam a captação e o direcionamento das 
águas que escoam superficialmente, assimcomo também a retirada de 
parte da água que percola pelo maciço. Pode ser utilizada como único 
recurso de estabilização do maciço ou como um recurso complementar 
das obras de contenção de taludes. 
 Para seu dimensionamento deve ser realizado um estudo no local sobre 
índices pluviométricos, a área da bacia de contribuição e as características 
dos materiais por onde escoam as águas a serem drenadas. 
 Os mecanismos de drenagem em sua maioria possuem grandes 
possibilidades de entupimento e danos em sua estrutura, o que os tornam 
um sistema inoperante ou com deficiências. Esse torna o grande 
responsável por parte de acidentes associados a escorregamento de 
talude, que se faz necessário e de extrema importância uma programação 
de manutenção e vistorias contínuas. 
 
 
 
 
 
 
VANTAGENS E DESVANTAGENS 
 
MURO DE GRAVIDADE 
VANTAGENS DESVANTAGENS 
BAIXO CUSTO DISPONIBILIDADE DE ESPAÇO E ACESSO 
POUCA MÃO DE OBRA ALTURA LIMITADA 
 
MURO DE FLEXÃO 
VANTAGENS DESVANTAGENS 
DISPENSA PILARES E VIGAS NA CONSTRUÇÃO ALTURA LIMITADA 
 
ESTRUTURAS COM TIRANTES 
VANTAGENS DESVANTAGENS 
GRANDES LIMITES DE ALTURA ALTO CUSTO 
NÃO DEPENDEM DE NENHUM APOIO RISCO DE CORROSÃO 
 
ESTRUTURAS COM SOLO REFORÇADO (SOLO GRAMPEADO) 
VANTAGENS DESVANTAGENS 
IDEAL COM TALUDES COM POUCA 
INCLINAÇÃO 
ECONOMICAMENTE MAIS VIÁVEL SE COMPARADO A USO DE 
TIRANTES 
 
ESTRUTURAS COM SOLO REFORÇADO (ESTACAS) 
VANTAGENS DESVANTAGENS 
TÉCNICA RÁPIDA GRANDES EQUIPAMENTOS E MÁQUINAS 
 
SISTEMA DE DRENAGEM 
VANTAGENS DESVANTAGENS 
DIMINUIÇÃO DA INSTABILIDADE DO MACIÇO ENTUPIMENTOS E POSSÍVEIS DANOS A ESTRUTURA 
 MANUTENÇÃO E VISTORIAS FREQUENTES

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