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-‐ Classificação de plantas espontâneas; -‐Compe5ção entre plantas cul5vadas e espontâneas; -‐ Interferência e período crí5co de compe5ção; -‐ Nível de dano econômico. Universidade Federal da Fronteira Sul Curso de Agronomia Disciplina de manejo de plantas espontâneas Henrique von Hertwig BiKencourt Classificação de plantas espontâneas Plantas que produzem sementes (mono e dico5ledôneas) correspondem a aproximadamente 170.000 espécies. Cerca de 1.800 destas são consideradas mais problemá5cas em virtude de seu comportamento, causando perdas na agricultura. ≅ 1% Classificação de plantas espontâneas Famílias de plantas espontâneas mais importantes e número de espécies por família Classificação de plantas espontâneas Caracterís5cas permitem agrupar plantas espontâneas. A correta classificação permite melhorar as estratégias de manejo, e pode ser feita segundo diferenças: Morfológicas Fisiológicas Formas de reprodução Ciclos de vida Classificação de plantas espontâneas Ciclo vegeta5vo Anuais Bianuais Perenes Amaranthus hibridus Leonorus sibiricus Classificação de plantas epsontâneas Ciclo vegeta5vo Perenes herbáceas simples herbáceas complexas lenhosas Taraxacum officinale Cyperus rotundus Senna obtusifolia Classificação de plantas epsontâneas Fonte: adaptado de Ross e Lembi, 2009 Compe5ção entre plantas espontâneas e culturas Compe7ção É a “luta” entre a cultura e as plantas daninhas por água, luz, nutrientes e dióxido de carbono disponíveis em determinado local e tempo. Locatelli e Doll, 1977 Compe5ção entre plantas espontâneas e culturas Compe7ção Nos agroecossistemas plantas daninhas quase sempre levam vantagem sobre as plantas cul5vadas em virtude dos processos de melhoramento gené5co priorizarem o potencial de rendimento de monocul5vos desenvolvidos em ambientes sem limitantes bió5cos e abió5cos, diminuindo a capacidade de cobertura do solo e a rus5cidade. Compe5ção entre plantas espontâneas e culturas Compe7ção 1) a compe5ção é mais séria quando a cultura está na fase jovem 2) espécies com morfologia e desenvolvimento semelhantes a cultura são mais compe55vas 3) infestações moderadas não significam pouca compe5ção com a cultura, mas nem toda infestação ocasiona perdas significa5vas... Compe5ção entre plantas espontâneas e culturas Compe7ção Fonte: Skora Neto, 2010 Compe5ção entre plantas espontâneas e culturas Fatores do meio passíveis de compe5ção Água Luz Nutrientes CO2 Bidens pilosa (picão-‐preto) extrai água do solo com tensões 3x maiores que as alcançadas pela soja ou pelo feijão A compe5ção por luz diminui a capacidade fotossinté5ca das culturas É um fator limitante especialmente para espécies C3 e também podem limitar a capacidade de respiração das raízes Muitas plantas espontâneas possuem capacidade de extrair nutrientes do solo em quan5dades superiores a das culturas Compe5ção entre plantas espontâneas e culturas Água Compe5ção entre plantas espontâneas e culturas Água • Coeficiente transpiratório (CT): CT= • Varia de 25 a 1000 Quan5dade de água absorvida Fitomassa seca produzida Compe5ção entre plantas espontâneas e culturas Água • Coeficiente transpiratório • C3: 700 -‐ 1000 (feijoeiro, soja e várias plantas daninhas dico5ledôneas) • C4: 250 -‐ 500 (cana, sorgo e várias plantas daninhas C4 -‐ 5ririca, capim amoroso, grama-‐seda, colonião, carurú-‐ gigante, beldroega) • CAM: 25 (abacaxi – xerófita, algumas euphrobiaceas, cyperaceas, convulvolaceas e commelinaceas) Compe5ção entre plantas espontâneas e culturas Luz Boa parte das plantas daninhas é C4: • Alto ponto de saturação luminosa • Importante em culturas de pequeno porte que não realizam sombreamento/cobertura do solo Compe5ção entre plantas espontâneas e culturas CO2 Compe5ção entre plantas espontâneas e culturas Macronutrientes Altamente dependente da densidade e espécies • Richardia brasiliensis 10 vezes menos N 20 vezes menos P cinco vezes menos K • Desmodium tortuosum 2,4 X mais P por grama de massa seca que a soja Rubiaceae Fabaceae Poaia-‐branca Pega-‐pega Compe5ção entre plantas espontâneas e culturas Macronutrientes Nitrogênio Bidens pilosa e Euphorbia heterophylla possuem maior eficiência na u5lização de N do solo Fonte: Procópio et al., 2004 Compositae Picão-‐preto Euphorbiaceae Leiteiro Compe5ção entre plantas espontâneas e culturas Efeito da compe7ção no rendimento de culturas Em soja, 16,7 plantas espontâneas m-‐2 Acanthospermum hispidum – 23% ê Brachiaria plantaginea – 42% ê Fonte: Karam et al., 1993 Asteraceae Carrapicho-‐de-‐carneiro Poaceae Capim-‐papuã Compe5ção entre plantas espontâneas e culturas Efeitoda compe7ção no rendimento de culturas Ainda em soja Commelina benghalensis – 49,4 plantas m-‐2 = 3% ê Euphorbia heterophylla – 42,5 plantas m-‐2 = 12% ê Senna obtusifolia – 15,9 plantas m-‐2 = 13% ê Ipomoea grandifolia – 8,5 plantas m-‐2 = 5% ê Fonte: Karam et al., 1993 Trapoeraba Commelinaceae Leiteiro Euphorbiaceae Fedegoso Fabaceae Corda-‐de-‐viola Convolvulaceae Compe5ção entre plantas espontâneas e culturas Efeito da compe7ção no rendimento de culturas Ainda em soja Desmodium tortuosum -‐ 2 plantas m-‐2 = 9% ê -‐ 25 plantas m-‐2 = 40% ê Brachiaria plantaginea – 70 a 780 plantas m-‐2 = 18 a 82% ê Fonte: Melhorança, 1994; Fleck, 1996 Poaceae Capim-‐papuã Fabaceae Carrapicho Compe5ção entre plantas espontâneas e culturas Efeito da compe7ção no rendimento de culturas Ainda em soja Euphorbia heterophylla Redução do rendimento de soja em função de diferentes densidades e períodos de convivência Fonte: Chemale e Fleck, 1982 Densidade (plantas m-‐2) 12 52 Convivência (dias) 45 6 16 115 22 50 Leiteiro Euphorbiaceae Interferência e período crí5co de compe5ção Perdas não são ocasionadas apenas por compe5ção: • Alelopa5a; • Interferência humana na colheita. Pitelli, 1985 Interferência e período crí5co de compe5ção A soma de todos estes efeitos é denominada interferência. -‐ Comunidade infestante; -‐ Cultura; -‐ Época e extensão de convivência; -‐ Condições de solo, clima e manejo. Interferência e período crí5co de compe5ção O manejo de plantas espontâneas altera a cronologia natural dos eventos: • Ou seja, favorece a u5lização de recursos pelas plantas cul5vadas e gera menor intensidade de interferência na produ5vidade; • Uma infestação “moderada” pode ser tão prejudicial à cultura quanto uma infestação pesada, dependendo da época de seu estabelecimento entre outros fatores; • Por isto é imprescindível estudar a época ideal para o controle de plantas espontâneas em cada cultura, visando o mínimo possível de redução na produ5vidade e sem prejudicar o ambiente. Interferência e período crí5co de compe5ção Metodologia do período crí5co de compe5ção... Texto... Interferência e período crí5co de compe5ção Existe uma terminologia para períodos crí5cos de convivência de plantas espontâneas e culturas: 1. Período total de prevenção (PTPI); 2. Período anterior a interferência (PAI); 3. Período crí5co de prevenção da interferência (PCPI). Interferência e período crí5co de compe5ção 1. Período total de prevenção (PTPI) Período, à par5r do plan5o ou da emergência, em que a cultura deve ser man5da livre das plantas espontâneas para evitar perdas quan5ta5vas e/ou qualita5vas. Interferência e período crí5co de compe5ção 2. Período anterior a interferência (PAI) Espaço de tempo, após a semeadura ou plan5o, em que a cultura pode conviver com a comunidade de plantas espontâneas antes que a interferência se instale e reduza o rendimento. Interferência e período crí5co de compe5ção 3. Período crí7co de prevenção da interferência (PCPI) Período em que a cultura deve ser man5da livre das plantas espontâneas até o momento em que elas não interfiram na produ5vidade. Interferência e período crí5co de compe5ção PAI PTPI PCPI Cultura Dias após semeadura ou plan5o Fonte PTPI PAI PCPI Alho 100 20 20-‐100 Mascarenhas et al., 1980 Arroz de sequeiro 40 30 30-‐40 Oliveira e Almeida, 1982 Feijão 30 20 20-‐30 Victorio Filho, 1994 Girassol 40 30 30-‐40 Brighen5 et al., 2004 Milho 42 14 14-‐42 Ramos e Pitelli, 1994 Soja 30 10 20-‐30 Mar5ns, 1994 Interferência e período crí5co de compe5ção Exemplos Períodos de convivência e controle Peso seco da parte aérea de plantas espontâneas e da espécie cul5vada Interferência e período crí5co de compe5ção % d o po te nc ia l d e pr od uç ão d e fit om as sa Dias após a emergência Período de convivência Período de controle Avaliação da necessidade de intervenção Outras metodologias para avaliar a necessidade de intervenção para o manejo das plantas espontâneas... Avaliação da necessidade de intervenção Manejo integrado de plantas daninhas (MIPD) Sistema que u5liza múl5plas estratégias de prevenção e controle de populações de plantas daninhas visando mantê-‐las abaixo do nível de dano econômico. Nível de dano econômico • Surgiu à par5r do que havia sido desenvolvido pela Entomologia • Tem sido considerado como um dos principais critérios para tomada de decisão no controle de plantas espontâneas Avaliação da necessidade de intervenção Nível de dano econômico É es5mado à par5r de variáveis Biológicas EconômicasAvaliação da necessidade de intervenção Perda do potencial de produção das espécies cul7vadas Valor do produto colhido Custo de controle Perda de qualidade Nível de dano econômico – Cuidados A u5lidade do NDE é limitada devido à frequente ocorrência de muitas espécies na área e também ao possível aumento no banco de sementes do solo, mas não apenas por isto... Avaliação da necessidade de intervenção Nível de dano econômico – Cuidados Na entomologia estuda-‐se o efeito de consumidores (pragas) em produtores (plantas cul5vadas) Plantas espontâneas Artrópodes fitófagos Avaliação da necessidade de intervenção Nível de dano econômico – Cuidados Relação produtores e consumidores Instabilidade das variáveis biológicas Instabilidade das variáveis econômicas Época de controle x período de dano Implicações em médio e longo prazo Avaliação da necessidade de intervenção
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