Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
03/09/2014 1 FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS Disciplina de Processos Patológicos Prof. Ms. Luciana Estevam Simonato MORTE CELULAR MORTE CELULAR Quando os danos à membrana são severos, as enzimas lisossômicas entram no citoplasma e digerem a célula e seus componentes vazam, resultando em necrose. Alguns estímulos nocivos, especialmente aqueles que danificam o DNA, induzem outro tipo de morte celular, a apoptose, que se caracteriza pela dissolução nuclear sem perda total da integridade das membranas Enquanto a necrose é sempre um processo patológico, a apoptose ocorre em várias funções normais e não está necessariamente associada à lesão celular Necrose MORTE CELULAR Refere-se ao espectro de alterações morfológicas que ocorrem após a morte celular em um tecido vivo resultante, em grande parte, da ação progressiva de enzimas nas células que sofreram uma lesão letal A aparência morfológica da necrose resulta da desnaturação das proteínas intracelulares e da digestão enzimática da célula. As enzimas se originam ou dos lisossomos das próprias células mortas (autólise) ou dos lisossomos de leucócitos que migram para região durante o processo inflamatório (heterólise) MORFOLOGIA DA NECROSE Citoplasma: aumento da eosinofilia, aspecto homogêneo vítreo, vacuolado, descontinuidade das membranas Núcleo: cariólise, cariorréxis , picnose MICROSCOPIA ÓPTICA Cariorréxis - fragmentação nuclear e diminuição da basofilia Picnose - retração nuclear e aumento da basofilia, devido a condensação do DNA Cariólise - desaparecimento nuclear e diminuição da basofilia Necrose Hepatócitos normais Picnose 03/09/2014 2 Cariorréxis TIPOS DE NECROSE A classificação é baseada na expressão morfológica que a célula e o tecido necrótico adquirem Tipos: necrose por coagulação ou isquêmica necrose por liquefação necrose caseosa necrose gordurosa ou esteatonecrose necrose hemorrágica necrose gomosa necrose fibrinóide TIPOS DE NECROSE • Necrose por coagulação ou isquêmica: Tipo mais comum das necroses Em 99% das vezes, é dependente da obstrução de ramo arterial em órgão com circulação terminal • Coração (a.coronária) • Rim (a. renal) • Baço (a. esplênica) • Testículo (a. testicular) • Ovário (a. ovariana) TIPOS DE NECROSE • Necrose por coagulação ou isquêmica: Macroscopicamente: a área atingida tem coloração amarela pálida, sem brilho, de limites mais ou menos precisos e de forma irregular. Quase sempre a região necrótica é circundada por um halo avermelhado Ex: isquemia súbita no coração/ infarto agudo do miocárdio TIPOS DE NECROSE • Necrose por coagulação ou isquêmica: Macroscopicamente: TIPOS DE NECROSE • Necrose por coagulação ou isquêmica: Microscopicamente: além das alterações nucleares, as células necrosadas apresentam citoplasma acidofílico e granuloso (desnaturação das proteínas intracelulares), preservando sua arquitetura e contornos celulares 03/09/2014 3 TIPOS DE NECROSE • Necrose por liquefação: Macroscopicamente: zona necrosada adquire consistência mole, semifluida ou liquefeita Ex: infarto cerebral TIPOS DE NECROSE • Necrose por liquefação: Macroscopicamente: Ex: infecção por bactérias TIPOS DE NECROSE • Necrose por liquefação: Microscopicamente: tecido necrosado fica limitado a uma região, geralmente, cavitária. Há grande quantidade de neutrófilos e outras células inflamatórias as quais originam pus TIPOS DE NECROSE • Necrose caseosa: Macroscopicamente: tecido necrótico apresenta-se como massa amorfa, esbranquiçada, sem brilho, de consistência pastosa, friável e seca. Tem grande semelhança com queijo branco (latim: caseum) Ex: tuberculose (Mycobacterium tuberculosis) TIPOS DE NECROSE • Necrose caseosa: Ao contrário da necrose por coagulação, a arquitetura tecidual não consegue ser mantida, porém não chegam a estar completamente destruída com na necrose por liquefação TIPOS DE NECROSE • Necrose caseosa: Microscopicamente: massa acidofílica com muitos restos celulares fragmentados, com perda dos pormenores dos contornos celulares, formando um aglomerado de material granular amorfo 03/09/2014 4 TIPOS DE NECROSE • Necrose caseosa: Em casos característicos, a necrose caseosa esta contida no interior de uma parede de inflamação granulomatosa, ou seja, circunscreve a necrose um tipo especial de inflamação onde existem células gigantes multinucleadas, linfócitos e macrófagos. TIPOS DE NECROSE • Necrose gordurosa ou esteatonecrose: - Causas: ação líticade enzimas agressão mecânica traumática no tecido gorduroso Macroscopicamente: área irregular, de coloração esbranquiçada, com aspecto de pingos de vela ou depósitos de giz branco sobre o tecido adiposo Ex: pancreatite aguda TIPOS DE NECROSE • Necrose gordurosa ou esteatonecrosa: Microscopicamente: focos de adipócitos necrosados de contornos sombreados, com depósitos basofílicos de cálcio, cercados por uma reação inflamatória necrose TIPOS DE NECROSE • Necrose hemorrágica: Há predomínio no local necrótico de uma grande quantidade de sangue É dependente da obstrução de um dos ramos arteriais em órgão com circulação dupla ou em anastomose • Pulmão (a. pulmonar e a. brônquica) • Cérebro (a. carótidas) • Intestino TIPOS DE NECROSE • Necrose hemorrágica: Macroscopicamente: área necrótica invadida por sangue, tendo coloração escurecida TIPOS DE NECROSE • Necrose hemorrágica: Microscopicamente: a área necrótica preserva os contornos estruturais, denotando uma necrose do tipo por coagulação ou isquêmica. No entanto, a área isquêmica é invadida por sangue, derramado dos vasos periféricos à necrose 03/09/2014 5 TIPOS DE NECROSE • Necrose hemorrágica: Microscopicamente: TIPOS DE NECROSE • Necrose gomosa: É um tipo de necrose mais rara. Alguns autores a classificam como um tipo de necrose de coagulação. Este é o tipo de necrose encontrado, especialmente, nas sífilis terciária e congênita (Treponema pallidum), quando então é chamada goma sifilítica Macroscopicamente: área necrótica apresenta-se compacta, uniforme e elástica, como uma goma, isto é, uma borracha, ou mais raramente fluida, viscosa. TIPOS DE NECROSE • Necrose fibrinóide: Macroscopicamente: inúmeras lesões milimétricas (setas) de fundo, geralmente, escuro, enegrecido, podendo ser palpáveis ou não, como ulcerações ou depressões TIPOS DE NECROSE • Necrose fibrinóide: Microscopicamente: o tecido necrótico adquire um aspecto hialino, acidofílico, semelhante a fibrina Evolução das massas necrosadas O tecido necrótico comporta-se como algo estranho ao organismo, que procura eliminá-lo por todas as formas. A maneira de se proceder a este descarte varia de acordo com: o local necrosado, a extensão e a causa da necrose Absorção: tecidos vizinhos vivos absorvem a massa necrótica, principalmente, através da fagocitose por macrófagos Eliminação/Drenagem: tecido necrótico é eliminado para o meio externo como são os casos das fístulas Cicatrização: tecido necrosado é substituído por tecido conjuntivo cicatricial Mineralização/Calcificação: há deposição de cálcio no tecido necrótico Encistamento: proliferação conjuntiva e formação de cápsula que encista o tecido necrosado Abscesso Fístula Eliminação/Drenagem 03/09/2014 6 Cicatrização Cicatrização Mineralização/Calcificação Complicações das necroses GANGRENA: pode ser considerada uma forma de evolução de necrose resultante da ação de agentes externos sobre o tecido necrosado Tipos: Gangrena seca Gangrena úmida Gangrena gasosa Complicações das necroses Gangrena seca – desidratação dos tecidos necrosados, principalmente, quando em contato com o ar Macroscopia: área lesada aspecto de pergaminho, semelhante ao observado nos tecidos das múmias. Tem cor escura, azulada ou negra devido à impregnação por pigmentos derivados da hemoglobina Ex. cordão umbilical Complicações das necroses Gangrena seca Ex. isquemia nas extremidades – diabete melito Complicações das necroses Gangrena úmida – invasão da região necrosada por microorganismos anaeróbios produtores de enzimas que tendem a liquefazer os tecidos mortos Ex. Necroses do tubo digestivo, dos pulmões e da pele 03/09/2014 7 Complicações das necroses Gangrena gasosa - infecção do tecido necrosado por bactérias que produzem enzimas proteolíticas e lipolíticas e grande quantidade de gás, sendo evidente a formação de bolhas gasosas Ex. gênero Clostridium Apoptose MORTE CELULAR É a morte celular programada, na qual a célula sofre contração e condensação de suas estruturas, fragmenta-se e é fagocitada por células vizinhas ou por macrófagos residentes, não ocorrendo o fenômeno de autólise. A apoptose é parte da homeostasia e determina que uma célula deve morrer quando não tiver mais utilidade ou quando puder ser lesiva ao organismo (alterações genômicas ou infectadas por patógenos). PATOGENIA DA APOPTOSE A apoptose começa com a condensação do núcleo e do citoplasma, diminuindo o volume celular. Há, em seguida, a fragmentação do núcleo e da células (corpos apoptóticos), com fagocitose total ou parcial da célula apoptótica por uma células adjacente ou por um macrófago MORFOLOGIA DA APOPTOSE A apoptose, em contraste com a necrose, não estimula a inflamação e atinge células isoladas, tornando sua detecção histológica mais difícil. As células apoptóticas se encolhem, o citoplasma fica mais denso e há fragmentação nuclear MICROSCOPIA ÓPTICA Condensação e fragmentação nuclear Segregação de organelas citoplasmáticas em regiões distintas Vesículas da membrana plasmática Fragmentos celulares sem núcleos ligados à membrana MICROSCOPIA ELETRÔNICA MICROSCOPIA ÓPTICA MORFOLOGIA DA APOPTOSE NECROSE X APOPTOSE Característica NECROSE APOPTOSE Tamanho celular Aumentado (edema) Reduzido (encolhe) Núcleo Picnose – cariorréxis – cariólise Fragmentação em partículas Membrana plasmática Danificada Intacta, com a estrutura alterada Conteúdo celular Digestão enzimática Intacto Inflamação adjacente Freqüente Ausente Papel Invariavelmente patológica Geralmente fisiológico 03/09/2014 8 APOPTOSE Situações fisiológicas: • Destruição programada de células durante a embriogênese • Involução dependente de hormônios adultos Ex. atresia folicular ovariana na menopausa • Eliminação celular em populações celulares em proliferação • Morte das células do hospedeiro que já cumpriram seu propósito Ex. neutrófilos, na resposta inflamatória aguda e os linfócitos ao final da resposta imunológica • Morte celular induzida pelas células T citotóxicas Ex. células infectadas com vírus e células neoplásicas APOPTOSE Situações patológicas: • Morte celular produzida por vários estímulos nocivos Ex. lesão do DNA pela radiação e drogas citotóxicas anticancerosas • Lesão celular em certas doenças viróticas Ex. hepatite • Atrofia patológica dos órgãos parenquimatosos após obstrução ductal Ex. pâncreas, na parótidae nos rins • Morte celular nos tumores, freqüentemente durante a regressão, mas que também ocorre em tumores em crescimento FIM... Sugestão de leitura 7ª edição 7ª edição (Capítulo 1) (Capítulo 4) 4ª edição (Capítulo 3)
Compartilhar