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TRABALHO ECONOMIA EMPRESARIAL Setembro 2015 1) Seu melhor amigo tem um emprego no qual ganha R$ 40.000,00 por ano, e tem uma poupança de R$ 30.000,00, remunerada à taxa de 20% ao ano. Ele pensa em mudar de vida, deixando o emprego e abrindo um negócio no qual ele investiria toda a sua poupança, e está pedindo sua ajuda para tomar a decisão. (Nota: a remuneração da poupança é uma renda que o indivíduo obtém regularmente) Resposta: Partindo do pressuposto que o valor ganho no ano é líquido e que a taxa mensal de rentabilidade é fixa, é necessário apresentar o seguinte: Valor anual que ganha no emprego: R$ 40.000,00 Remuneração anual da poupança: R$ 30.000,00 x 20% = R$ 6.000,00 Renda anual: R$ 40.000,00 + R$ 6.000,00 = R$ 46.000,00 a) Como você explicaria a ele o conceito de custo de oportunidade e como ele é fundamental na hora de tomar a decisão? Explicaria que o custo de oportunidade é o que ele vai deixar de ganhar pela escolha realizada, em outras palavras, é o valor sacrificado (perdido) que se tem ao decidir por uma alternativa em detrimento de outra. Desta forma, para ele tomar a decisão mais acertada, é fundamental comparar os custos e os benefícios das duas alternativas. Não é nada fácil fazer esta análise, pois, será necessário avaliar diversos riscos, como: o investimento, os ganhos reais e o lucro. A decisão será tomada após a análise comparativa entre o benefício concebido pela opção escolhida e o benefício que seria concebido se fosse escolhida a melhor opção entre as que foram rejeitadas, para isso é necessário fazer cálculos para auxiliar na tomada de decisão. b) Ele lhe diz então que espera faturar R$ 100.000,00 ao ano com as vendas, mas também espera gastar R$ 55.000,00 com despesas de aluguel, salários de funcionários e compra dos produtos. Qual conselho você daria a ele sobre a abertura ou não do negócio? Primeiramente orientaria fazer os cálculos das duas hipóteses para apurar o benefício proporcionado e conseqüentemente chegar ao custo de oportunidade, sendo a 1ª hipótese – abertura do negócio e a 2ª hipótese – não abertura do negócio (continuar no emprego). 1ª hipótese – abertura do negócio: o benefício proporcionado, no caso o lucro líquido do negócio (receita total – custo total) seria de R$ 45.000,00 (R$ 100.000,00 – R$ 55.000,00). 2ª hipótese - não abertura do negócio (continuar no emprego): o benefício proporcionado, no caso a renda anual é de R$ 46.000,00 (salários + poupança). 1ª hipótese – abertura do negócio benefício proporcionado = R$ 45.000,00 2ª hipótese – não abertura do negócio (continuar no emprego) benefício proporcionado = R$ 46.000,00 O custo de oportunidade da escolha da 1ª hipótese corresponde ao benefício que seria obtido caso fosse escolhida a 2ª alternativa. O resultado da escolha da 1ª alternativa é apurado da seguinte forma: R$ 45.000,00 (benefício gerado pela 1ª alternativa) – R$ 46.000,00 (custo de oportunidade) – R$ 1.000,00 (resultado) O custo de oportunidade da escolha da 2ª hipótese corresponde ao benefício que seria obtido caso fosse escolhida a 1ª alternativa. O resultado da escolha da 2ª alternativa é apurado da seguinte forma: R$ 46.000,00 (benefício gerado pela 2ª alternativa) – R$ 45.000,00 (custo de oportunidade) R$ 1.000,00 (resultado) Comparando as duas hipóteses, a 2ª (continuar no emprego) lhe renderia uma pequena diferença de R$ 1.000,00 ao ano. Aconselharia a não abrir o negócio porque além de financeiramente não ser viável, há risco, pois, além de investir toda sua aplicação financeira na 1ª hipótese, o valor que espera faturar não é líquido e certo, é uma estimativa. Por isso que é necessário tomar alguns cuidados antes de decidir: os dados devem ser reais e disponíveis no momento da decisão porque é preciso garantir que a hipótese escolhida será concretizada; utilizando estimativas podem ocorrer resultados diferentes que influenciará significativamente na decisão. c) Como seu conselho pode se alterar se a remuneração da poupança se reduz para 10% ao ano? Se a taxa de remuneração da poupança reduzisse para 10% ao ano, continuaria o aconselhando a não investir no negócio, uma vez que, o total da remuneração no ano seria de R$ 3.000,00, somados aos R$ 40.000,00 do emprego, daria um montante de R$ 43.000,00, o lucro líquido do negócio seria de R$ 45.000,00, uma pequena diferença de R$ 2.000,00 que não vale o risco de perder sua reserva financeira de R$ 30.000,00 em algo inserto que não lhe renderá muito. 2) O que é déficit orçamentário (déficit fiscal) do governo e como ele pode afetar a taxa de juros real e o crescimento de um país? Resposta: Déficit fiscal é quando o governo gasta mais do que arreada, ou seja, é a diferença negativa entre os rendimentos do governo versus as despesas públicas de um determinado período. O déficit primário é o resultado negativo entre a arrecadação e as despesas públicas, desconsiderando as despesas com os juros da dívida pública. Com este excesso de gastos o governo acaba emitindo títulos públicos, emitindo moedas, ou fazendo empréstimos, endividando o país. Com isso, temos aumento da inflação ocasionado pelo aumento das taxas de juros, sendo assim, quanto maior a taxa de juros menor é o crescimento do país. 3) Em fevereiro de 2003, o então ministro Palocci aumentou a meta do superávit primário para 4,25% do PIB. Na entrevista em que anunciou este aumento, o ministro enfatizou a necessidade de o Brasil adquirir credibilidade. Explique o que é superávit primário e porque este aumento reforçou a credibilidade do país. Resposta: Superávit Primário é o resultado positivo das contas do Governo sem levar em consideração o pagamento dos juros da dívida pública. Ou seja, indica que as despesas que o governo teve no período (desconsiderando as despesas financeiras com os juros) foram menores do que o governo arrecadou no período. Este resultado gera credibilidade para o país pois indica uma boa gestão do governo em relação as suas contas, além de demonstrar que o país tem capacidade financeira de arcar com suas dívidas, sendo menor o risco de calote público, uma vez que parte destes recursos, serão usados para quitar parte da dívida (seja o principal ou somente os juros). 4) O que é uma política fiscal expansionista e uma política fiscal contracionista? Resposta: Política fiscal expansionista: é usada quando há uma insuficiência de demanda agregada em relação à produção de pleno - emprego. Isto acarretaria o chamado "hiato deflacionário", onde estoques excessivos se formariam, levando empresas a reduzir a produção e seus quadros de funcionários, aumentando o desemprego. As medidas nesse caso seriam: • Aumento dos gastos públicos; • Diminuição da carga tributária, estimulando despesas de consumo e investimentos; • Estímulos às exportações, elevando a demanda externa dos produtos; • Ampliação de créditos de bancos públicos; • Tarifas e barreiras às importações, beneficiando a produção nacional. Política fiscal contracionista: é usada quando a demanda agregada supera a capacidade produtiva da economia, no chamado "hiato inflacionário", onde os estoques desaparecem e os preços sobem. As medidas seriam: • Diminuição dos gastos públicos; • Elevação da carga tributária sobre os bens de consumo, desencorajando esses gastos; • Conter créditos dos bancos públicos; • Elevação das importações, por meio da redução de tarifas e barreiras. 5) O que é uma política monetária expansionista e uma política monetária contracionista? Resposta: Política monetária expansionista consiste em aumentar a oferta de moeda, reduzindo assim a taxa de juros básica e estimulando investimentosmaioritariamente no setor privado, além de aumentar crédito dos bancos e diminuir o compulsório. Essa política é adaptada em épocas de recessão visando aumentar a procura agregada e gerar novos empregos. Política monetária contracionista consiste em reduzir a oferta de moeda, aumentando assim a taxa de juros e reduzindo os investimentos no setor privado, além de diminuir os créditos dos bancos e aumentar o compulsório. Essa modalidade da política monetária é aplicada quando a economia está a sofrer alta inflação, visando reduzir a procura agregada e, conseqüentemente, o nível de preços. 6) O que é imposto inflacionário? Resposta: Imposto inflacionário é a perda do poder aquisitivo da moeda em virtude da inflação. É uma das fontes do governo de financiamento do déficit governamental. Decorre das receitas obtidas pelo governo pela emissão de moeda. Ao aumentar a oferta de moeda, o resultado é a inflação, assim as famílias perderiam poder de compra. Essa perda é quase uma forma especial e menos burocrática de tributação, fazendo com que o governo arrecade automaticamente a receita adicional. 7) Quais os principais mecanismos que o Banco Central tem para o controle da oferta de moeda? Resposta: * Operações de mercado aberto (open market) – o banco central realiza leilões de compra e venda de títulos públicos (que são os títulos da dívida pública). Uma vez que ao vender títulos públicos diminui o montante de moeda disponível no mercado, quando o mesmo realiza as compras de títulos o mesmo injeta moeda no mercado. * Depósito compulsório – o banco central determina qual é o percentual de reservas que os bancos comerciais devem manter junto a ele. Ou seja, os bancos comerciais devem manter um montante mínimo obrigatório definido pelo Banco Central, o qual deve ser poupado, fazendo com que os bancos comerciais fiquem impedidos de girar este montante, isto é, de efetuar qualquer tipo de empréstimo ou transação. De acordo com a necessidade de circulação de moeda na economia, o Banco Central pode aumentar ou diminuir este percentual, aumentando ou diminuindo o montante que os bancos comerciais podem emprestar. * Taxa de redesconto – é a taxa de juros sobre os empréstimos que o Banco Central faz aos bancos comerciais. 8) Porque um boato de quebra de banco é até certo ponto auto realizável? Resposta: Na ocorrência deste tipo de boato, há tendência que os aplicadores resgatem seus investimentos naquela instituição causando uma súbita falta de liquidez na mesma. Estando os recursos aplicados no banco emprestados no mercado, estes terão dificuldade de honrar com os saques e, o que antes era boato, pode se tornar real. 9) O que são reservas fracionárias? Como os bancos criam moeda? Resposta: As Reservas fracionárias são uma porcentagem do depósito total aplicado nos bancos por investidores que os bancos deixam guardadas. Normalmente esta porcentagem é semelhante à porcentagem imposta pelo BACEN como Depósito Compulsório. Esta prática é utilizada pela maioria dos bancos do mundo com o objetivo de realizar a multiplicação monetária, que é a forma que os bancos criam moeda. Os bancos criam moeda emprestando a fração não reservada para outros, de forma a multiplicar a moeda. Exemplo: - João presta um serviço de jardinagem na casa de Rodrigo, recebe R$ 500,00 pelos serviços e deposita no banco B1; - O Banco B1 guarda uma fração (Ex: 20% = R$ 100,00) e empresta para Daniel o restante (R$ 400,00), que deposita no B2; - O Banco B2 guarda a fração (R$ 80,00) e empresta o restante (R$ 320,00) para Patrícia, que deposita no B3; - O Banco B3 guarda e empresta....... Os valores registrados no BACEN são os valores de reservas fracionadas (R$ 100,00 + R$ 80,00 + ....). A única pessoa a gerar receita foi João, com o serviço prestado ao Rodrigo. Mas com os R$ 500,00 depositados pelo João, os bancos multiplicaram a moeda. Utilizando a fórmula da Progressão Geométrica: montante “inicial” encontramos o Multiplicador 1 – razão Bancário. Dessa forma encontramos quanto de moeda foi criada na economia. 10) Qual a ligação da oferta de moeda e da inflação? Como a desvalorização do real frente ao dólar afeta a inflação? Resposta: A moeda é o ativo mais liquido, mas também o mais fácil de ser afetado. O aumento de preços desvaloriza o valor da moeda, ou seja, quanto mais caro um bem/produto, mais moeda é preciso para adquiri-lo. Assim podemos afirmar que a inflação destrói o valor da moeda. A desvalorização do real frente ao dólar afeta a inflação, pois o consumo será mais caro. Por exemplo, o turismo será fortemente afetado, viajar ao exterior ficará mais caro, passagens aéreas são quantificadas em dólar, também ficará mais caro. Outros preços serão afetados já que muitos componentes são importados e a moeda mais utilizada é o dólar americano. Assim, mesmo o consumidor comum começará a perceber aumento de preços em alguns setores da economia. E, dependendo de quanto o dólar subir, esse aumento de preços poderá se tornar generalizado, aumentando a inflação. Essa inflação, que sempre começa afetando os produtos internacionais, importados, acaba também contaminando os produtos que, teoricamente não precisariam estar com seus valores baseados na moeda dos Estados Unidos. Isso é devido a muitos dos produtos serem comercializados em dólar para exportação, e, se eles são vendidos lá fora por um preço maior, o comerciante brasileiro acabará aumentando o preço por aqui para não ter desvantagem na venda. Desse modo, há um círculo vicioso que empurra todos os preços para cima, independente de ter peças ou componentes dolarizados. Nesse cenário, alguns importadores poderão fazer a escolha de comprar da indústria brasileira para não pagar mais caro, ou seja, vão movimentar mais o consumo dos produtos fabricados no Brasil, ocasionando um aumento de geração de empregos por aqui e, consequentemente, um aquecimento da economia para a indústria nacional. Esse movimento beneficia os empresários brasileiros que produzem por aqui, mas também motiva esses mesmos empresários a exportarem para ter um lucro maior. Uma última consequência vista com a alta do dólar, e, consequente desvalorização da nossa moeda, o Real, é a chegada de muitos turistas estrangeiros, que podem consumir e injetar dinheiro na nossa economia. Isso irá melhorar a economia local e poderá melhorar a vida dos habitantes das regiões em que o turismo estrangeiro é maior, como a grandes capitais e cidades turísticas brasileiras. 11) Explique a importância de um Banco Central independente. Resposta: O Banco Central tem a missão de resguardar a estabilidade econômica do país. No jogo político, os partidos que estão no governo tendem sempre a tomar decisões que visam retornos no curto prazo, para eles o importante é o cenário econômico até a próxima eleição. A importância de garantir a autonomia do BC é reduzir a dependência em relação ao poder Executivo, impedindo que os governistas interfiram diretamente nas decisões do órgão. O Bacen deve ser independente para servir o país cumprindo sua missão de guardião da estabilidade macroeconômica, não somente no curto prazo, mas principalmente no longo prazo. O BC também tem a missão de manter a estabilidade dos preços e assegurar um sistema financeiro sólido e eficiente, através da formulação de regras e fiscalizando as atividades bancárias, visando controlar o risco sistêmico, evitar fraudes e crimes como lavagem de dinheiro, o que também já justifica a independência do BC para assegurar sua credibilidade e a segurança jurídica, exercendo atividade regulatória livre também dos interesses privados. 12) Como funciona o regime de metas inflacionárias? Resposta: O regime de metasinflacionárias é um regime monetário onde o Banco Central atua para garantir que a inflação esteja em conformidade com uma meta pré-estabelecida, a qual é divulgada publicamente. O objetivo principal da política econômica embasado neste regime é a manutenção de uma taxa de inflação baixa e estável, chamada de estabilidade de preços. Para que o regime de metas inflacionárias funcione, o Banco Central tem que ter independência operacional para gerenciar a política monetária no atingimento das metas. É essencial ainda que a situação fiscal esteja controlada e que o sistema financeiro nacional esteja estabilizado para não comprometer a busca da meta de inflação. No entanto, as metas para a inflação devem ter valores acessíveis. No Brasil, o regime de metas inflacionárias é caracterizado por três elementos: o gestor (banco central) que gerencia o regime mantendo a inflação estável mediante as metas estabelecidas; a meta (metas de inflação) que é divulgada com antecedência para os anos à frente e definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), atualmente o índice utilizado é o IPCA; o instrumento, onde é utilizado a SELIC como taxa de juros básica e que tem a função de manter a inflação no limite das metas, sendo que, é atribuição do COPOM examinar a tendência da inflação regularmente. Resumindo, na prática, o regime de metas inflacionárias funciona assim: se ocorrer sinal que a meta inflacionária será desrespeitada, o banco central eleva a taxa de juros, visando diminuir a demanda por bens e serviços e criando um ambiente desfavorável à alta de preços. Se a tendência é que a meta seja cumprida confortavelmente, o banco central poderá diminuir as taxas de juros para auxiliar no restabelecimento do consumo e estimular nova pressão inflacionária. Não havendo novamente inobservância da meta, as taxas de juros poderão ser mantidas em baixa. 13) O que é câmbio nominal e câmbio real? Resposta: Câmbio nominal é a relação entre unidades de moedas de economias diferentes. Exemplo: USD 1.00 (um dólar) representa R$ 3,95 na cotação de hoje. Da mesma forma, R$ 1,00 representa USD 0.2532 (aproximadamente 25 centavos de Real). O Cambio real é estabelecido pela troca de bens e serviços de economias diferentes. Ele é influenciado pela inflação tanto no mercado nacional quanto no mercado estrangeiro. 14) O que é regime de câmbio fixo nominal, câmbio flutuante puro e flutuação suja? Resposta: Câmbio fixo: A taxa de câmbio é mantida sem alteração através da intervenção do Banco Central que compra quando há excesso de oferta e vende quando há excesso de demanda. Câmbio flutuante: A taxa de câmbio pode variar, inclusive no intervalo de um único dia. O Banco Central não intervém no mercado de câmbio. Flutuação suja: A taxa de câmbio pode variar, porém sem definição clara qual o percentual tolerável e as intervenções do Branco Central podem ocorrer a qualquer tempo.. 15) Faça uma comparação entre o regime de câmbio fixo e o regime de câmbio flutuante, mostrando as vantagens e desvantagens de cada um. Resposta: O câmbio fixo permite um melhor controle da inflação e mais segurança com o comércio exterior uma vez que a taxa de câmbio não depende da volatilidade do mercado financeiro nacional e internacional. As desvantagens do câmbio fixo são o aumento das reservas cambiais que acabam vulneráveis a ataques especulativos e a dependência da política monetária das reservas cambiais. O câmbio flutuante torna as reservas cambiais mais protegidas a ataques especulativos, deixa a política monetária mais independente e acomoda as crises. As desvantagens são maior risco cambial nas transações comerciais e o menor controle de pressões inflacionárias. 16) O que é um ataque especulativo a moeda? Resposta: O ataque especulativo à moeda é quando os Agentes Econômicos percebem que o Banco Central de um país não tem condições (reservas) para impedir uma desvalorização da moeda. Para se defender desta desvalorização, há uma forte pressão compradora da moeda estrangeira precipitando a desvalorização. A intenção destes agentes é a obtenção de rendimentos elevados. Esse fato pôde ser observado no Brasil no inicio do Plano Real – período de 1995 a 1999. Na época o governo adotou o regime de bandas cambiais móveis (permitia a flutuação da taxa do dólar entre intervalos aceitáveis e administráveis pelo governo). Para manter o dólar dentro dos limites desejáveis, sempre que necessário, o governo intervinha no mercado comprando ou vendendo a moeda (USD) – quanto maior a oferta menor o valor da moeda e vice e versa. Neste período houve diversas crises internacionais (México – 1995/Ásia 1997 e Rússia 1998), fragilizando a economia do Brasil que, sendo também uma economia em desenvolvimento, era visto pelos investidores como um país de risco e, na eminência de uma “crise” no país estes tendiam a retirar seus investimentos do país. Para equilibrar o câmbio o país necessitava de reservas suficientes para as intervenções necessárias, mas, os Agentes Econômicos percebendo nossa fragilidade (baixa reserva USD), entraram comprando fortemente a moeda e, como o Banco Central estava com as reservas cambiais baixas, ele não conseguiu manter o dólar no limite da banda, que era R$ 1,32, ele foi obrigado a permitir a flutuação do câmbio. Com isto, o Real desvaloriza-se rapidamente, chegando a um pico de R$ 2,16 em março de 1999. 17) Um país com um alto diferencial de juros em relação ao resto do mundo necessariamente atrai capital? Resposta: Nem sempre, pois quando os juros de um país são altos, significa que o grau de risco de retorno de investimento e de calote público é maior naquele país. Quando um país perde ou não possui uma nota interessante pela avaliação de grau de investimento, alguns investidores são obrigados a vender suas ações e deixar de aplicar no país. Como é o caso dos fundos de pensão que são um dos principais grupos de investimento que mais injetam dinheiro. Se o país perde a nota ou não possui qualificação de grau de investimento, estes fundos de pensão são proibidos de efetuar aplicações no país. 18) Se a moeda de um país se desvaloriza em relação a dos seus parceiros comerciais necessariamente seus produtos serão mais competitivos? Resposta: Muito possivelmente seus produtos serão mais competitivos. Utilizando o Brasil como exemplo, uma vez que o real esteja desvalorizado frente ao dólar, os produtos brasileiros, com preço determinado sob moeda brasileira, ficam mais baratos frente ao mercado externo. Para os estrangeiros, a mesma quantidade de dólar pode comprar quantidades maiores de produtos brasileiros. Além disso, com o produto estrangeiro mais caro, os brasileiros diminuem as importações e dão preferência para o produto interno. Isto estimula a exportação, aquece a indústria, gera empregos e ganho de produtividade.
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