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Processo de Fiscalização no CRC Direitos e Deveres do Interessado e do Autuado A apuração de eventuais incorreções praticadas pelo contabilista é feita mediante procedimento próprio, por meio de processo, representado por um conjunto de peças que documentam o exercício da atividade jurisdicional em um caso concreto. Para o desenvolvimento da atividade processual dos conselhos de maneira uniforme, o CFC em substituição às normas já ultrapassadas, aprovou a Resolução CFC 949/02, estabelecendo o Regulamento de Procedimentos Processuais dos Conselhos de Contabilidade, que dispõe sobre os processos administrativos de fiscalização. O regulamento de Procedimentos Processuais dos Conselhos de Contabilidade estabelece as regras básicas sobre os processos administrativos de fiscalização no âmbito do Sistema envolvendo o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Contabilidade, conhecido como sistema CFC/CRC. Direitos: Vale lembrar que o autuado para os efeitos do Regulamento dos Procedimento Processuais dos Conselhos de Contabilidade, é todo aquele que for parte passiva em processo de fiscalização, podendo ser um profissional, um leigo, uma empresa ou uma entidade qualquer. Já o interessado é todo aquele que, titular de direitos ou interesses ou no exercício do direito de representação, motive a ação fiscalizadora e ainda aquele que tenha direito ou interesse que possa ser afetado pela decisão a ser adotada. Direitos: I – ser atendido pelas autoridades e empregados, que deverão permitir o exercício dos seus direitos e o cumprimento de suas obrigações. Portanto, nenhum dos funcionários ou dirigentes de conselho pode se negar a atender o autuado ou o interessado quando estes buscarem resolver suas pendências ou necessidades junto ao órgão. II – ter conhecimento da tramitação dos processos em que seja interessado ou autuado, desde que requerido. Neste caso, o interessado e o autuado, se assim desejar e solicitar, preferencialmente por escrito, pode obter todas as informações do andamento de processos em que esteja envolvido. III – fazer-se assistir ou representar por advogado, Contabilista ou pelo sindicato da classe contábil a que pertencer. O direito de uma pessoa qualquer, natural ou jurídica, constituir procuradores está previsto no artigo 654 do Código Civil, desde que sejam obedecidos os requisitos de validade do negócio jurídico, quais sejam: I – agente capaz; objeto lícito, possível, determinado ou determinável; e III – forma prescrita ou não defesa em lei. Assim, de conformidade com o referido artigo, “todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante”. Outros direitos: I – ter vistas dos autos e obter cópias de documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem. Esta possibilidade de acesso aos autos é absolutamente importante para que ele possa construir sua defesa, além de contestar quaisquer acusações, decisões, questionar veracidade de documentos acostados aos autos do processo, podendo também melhor fundamentar eventuais recursos. II – obter certidões. As certidões são documentos extraídos dos controles e anotações do órgão, passado por funcionário ou autoridade competente, no qual se reproduzem peças processuais, escritos constantes de suas notas, ou se certificam atos e fatos que eles conheçam em razão do ofício. O direito de obter certidão é, portanto, fundamental ao autuado, que por meio deste documento, passa a ter conhecimento oficial em situações específicas de seu interesse. III – conhecer das decisões proferidas. O conhecimento das decisões tomadas nos autos do processo pelos julgadores ou por autoridade competente, sejam de natureza meramente procedimental ou decorrente de julgamento, fazem parte dos direitos do autuado. A falta, por exemplo, de intimação para que se manifeste sobre certos atos processuais ou documentos acostados aos autos, poderá levar o interessado a alegar prejuízos ao direito do contraditório e ampla defesa, ensejando o pedido de nulidade do processo. IV – formular alegações e apresentar documentos nos prazos fixados, ou até antes da decisão, desde que apresente fatos novos, os quais serão objetos de consideração pelo órgão competente. Os atos processuais, sejam alegações, requerimentos, contestações a serem efetivados através de petições escritas, bem como a juntada de documentos, devem ser praticados nos prazos previstos na legislação específica. Destacamos porém que em caso de necessidade e em decorrência de fatos supervenientes e que sejam de interesse à busca da verdade real, estes atos podem ser praticados mesmo após o término destes prazos, desde que antes do julgamento do processo. Nesta hipótese, sua convalidação ficará dependendo da convalidação do respectivo Conselho de Contabilidade. Deveres: I – proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé. A lealdade é atributo que todos devemos ter, tanto em relação ao colega de profissão quanto à classe ou corporação a que se pertence. A urbanidade também deve ser praxe, considerando que agir com civilidade e cortesia é obrigação moral de todos que se relacional socialmente ou formalmente junto à entidade. Por fim, a boa fé é uma exigência não só de natureza ética, mas também jurídica. Agir de má fé é fundamento para a nulidade do ato, podendo ainda ensejar responsabilidade civil. II – não agir de modo temerário, nem de modo a tumultuar o bom andamento do processo. O processo como conjunto de peças que documentam o exercício da atividade jurisdicional em um caso concreto, deve ser conduzido de forma sistemática, obedecendo às formas a que está subordinado o cumprimento dos atos e do seu trâmite. Assim, nas suas diversas fases processuais nos Conselhos de Contabilidade, não deve haver a prática de atos que venha provocar desordenamento ou tumulto no seu correto andamento até decisão final. III – prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos. Esta é uma obrigação cuja essência contribui com o objeto processual, qual seja, o esclarecimento da verdade real. O autuado e o interessado não podem esquivar- se de contribui ou trazer aos autos dados e informações no sentido de esclarecer os fatos, haja vista que o fim com que o processo foi instaurado. A Responsabilidade Profissional Do Contabilista Conceito: A Responsabilidade é a obrigação que a pessoa tem de responder legal ou moralmente por seus próprios atos ou por atos de outrem, caso haja lei ou contrato vinculando o fato. No caso da responsabilidade profissional, pode decorrer das consequências da violação de norma jurídica, de imperícia ou de erro profissional. Em qualquer dos casos, o responsável pelo ato poderá sofrer penalidades, por exemplo, multa, reparação de perdas e danos, prisão ou outra modalidade. O erro técnico normalmente decorre da incapacidade, incompetência, inexperiência ou inabilidade do profissional. Portanto, para evitá-lo, o profissional antes de aceitar um trabalho, deve estar ciente da sua condição técnica de modo a evitar prejuízos para si e para terceiros. É dever do contabilista orientar seu cliente ou empregador sobre a obrigatoriedade de certos procedimentos a serem adotados pela empresa na área contábil e fiscal. Como exemplo, o profissional deve manter a contabilidade da empresa em perfeita ordem, que além dos benefícios para a administração, evitará possíveis problemas junto ao fisco, especialmente no campo tributário e previdenciário. O que for escriturado nos livros da contabilidade, embora sob a responsabilidade docontabilista, não exime os proprietários e dirigentes da empresa de responder pelos fatos ali escriturados. É o que estabelece o código comercial quando expressa que a escrituração produzirá os mesmos efeitos como se fossem escriturados pelos próprios preponentes. O profissional deve ter muito cuidado no desempenho das suas funções, até porque poderá ser responsabilizado, especialmente quando assina os livros e demonstrativos. Como exemplo, temos que o contador, dentro do âmbito de sua atuação e no que se referir à parte técnica, serão responsabilizados, juntamente com os contribuintes, por qualquer falsidade dos documentos que assinarem e pelas irregularidades de escrituração praticadas no sentido de fraudar o imposto. Fraude: Risco Eminente Conceitos: A fraude é sem dúvida um assunto de grande preocupação em toda a nossa sociedade. A cada dia se torna mais constante a sua ocorrência, nos chamando à atenção para a grande facilidade com que os fraudadores obtêm êxito em desfalcar os mais diversos segmentos das áreas públicas e privadas. Semelhança entre Fraude e Vírus Imagine o vírus da gripe que lentamente entra em nosso organismo, invisível e indetectável, nos infectando. Os sintomas podem ser: náusea, febre, dores no corpo, etc. Algumas pessoas se recuperam rapidamente, mas outras nunca se recuperam, porque o vírus se adapta às condições ambientais. A fraude é semelhante a um vírus, e o antídoto é a manutenção de controles internos eficazes com o pleno apoio administrativo. Para atingir plenamente seus objetivos, os controles internos devem estar sustentados por uma consistente política interna e desenvolvidos com enfoque nos mecanismos que garantam a detecção, recuperação e a punição dos agentes causadores das mais variadas formas de fraude e corrupção. Pode-se considerar como ato fraudulento desde uma simples falsificação de assinaturas, realizada por um único indivíduo, até o envolvimento de diversas pessoas em um complexo esquema de desvio de recursos. Indicadores da fraude no Brasil Num rol de empresas no Brasil, 76% afirmaram ter vivenciado fraudes em suas organizações, 85% responderam que a fraude é ou pode tornar-se um grande problema para a organização e 74% julgaram que a fraude aumentará no futuro, principalmente pelo enfraquecimento dos valores da sociedade, falhas no sistema de controles internos e pressões econômicas. Principais geradores de fraude: • A falsificação de cheques/documentos (34%); • Roubo de ativos (33%); • Notas de despesas (24%); • Notas fiscais frias (16%); • Acesso não autorizado a sistemas de computador, avaliação de crédito fraudulenta, cobranças falsas ou infladas e não conciliação de transações inter escritórios (15%); • Propinas (10%); • Uso de informações privilegiadas (7%); • Cartão de crédito (7%); • Compras para uso pessoal (6%); Código de Ética Profissional do Contador Resolução 803/96 COM AS DEVIDAS ALTERAÇÕES Como já falamos o Código de ética vem passando por constantes atualizações. A última reunião com este objetivo foi realizada em 22/08/2017, entretanto ainda não foi disponibilizada. São deveres do profissional: I – exercer a profissão com zelo, diligência, honestidade e capacidade técnica, observada toda a legislação vigente, em especial os Princípios Contábeis e as Normas Brasileiras de Contabilidade II – Guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional lícito, inclusive no âmbito do serviço público, ressalvados os casos previstos em Lei. III – zelar pela sua competência exclusiva na orientação técnica dos serviços a seu cargo. IV – Comunicar desde logo, ao cliente ou empregador, em documento reservado, eventual circunstância adversa que possa influir na decisão daquele que lhe formular consulta ou lhe confiar trabalho, estendendo-se a obrigação a sócios e executores. V – Inteirar-se de todas as circunstâncias antes de emitir opiniões sobre qualquer caso. VI – renunciar as funções que exerce logo que se positive falta de confiança por parte do cliente ou empregador, a quem deverá notificar com trinta dias de antecedência, zelando contudo para que os interesses dos mesmos não sejam prejudicados. VII – se substituído em suas funções, informar ao substituto sobre fatos que devam chegar ao conhecimento desse, a fim de habilitá-lo para o bom desempenho das funções a serem exercidas. VIII – manifestar, a qualquer tempo, a existência de impedimento para o exercício da profissão. IX – ser solidário com os movimentos de defesa da dignidade profissional, seja propugnando por remuneração condigna, seja zelando por condições de trabalho compatíveis com o exercício ético-profissional. X – cumprir os programas obrigatórios de Educação Continuada estabelecida pelo CFC XI – comunicar ao CRC, a mudança de seu domicílio ou endereço e de organização contábil de sua responsabilidade, bem como a ocorrência de outros fatos necessários ao controle e fiscalização profissional. XII – Auxiliar a fiscalização do exercício profissional. No exercício de suas funções é vedado ao profissional da contabilidade I – Anunciar em qualquer modalidade ou veículo de comunicação conteúdo que resulte na diminuição do colega, da organização contábil ou da classe, em detrimento aos demais, sendo sempre admitida a indicação de títulos , especializações, serviços oferecidos, trabalhos realizados e relação de clientes. II – assumir, direta ou indiretamente, serviços de qualquer natureza, com prejuízo moral ou desprestígio para a classe. III – auferir qualquer provento em função do exercício que não decorra exclusivamente de sua prática lícita. IV – assinar documentos ou peças contábeis elaborados por outrem, alheio à sua orientação, supervisão e fiscalização. V – exercer a profissão, quando impedido, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não habilitados ou impedidos. VI – manter organização contábil sob forma não autorizada pela legislação pertinente VII – valer-se de agenciador de serviços, mediante participação desse nos honorários VIII – concorrer para a realização de ato contrário à legislação ou destinada à fraudá-la ou praticar, no exercício da profissão, ato definido como crime ou contravenção. IX – solicitar ou receber do cliente ou empregador qualquer vantagem que saiba para aplicação ilícita. X – prejudicar, culposa ou dolosamente, interesse confiado a sua responsabilidade profissional XI – recusar-se a prestar contas de quantias que lhe forem confiadas Ética Casos Específicos Quando Perito, auditor, assistente técnico ou árbitro o contador poderá: I – Recusar sua indicação quando reconheça não se achar capacitado em face de especialização requerida; II – abster-se de interpretações tendenciosas sobre a matéria que constitui objeto da perícia, mantendo absoluta independência moral e técnica na elaboração do respectivo laudo. III – abster-se de expender argumentos ou dar a conhecer sua convicção pessoal sobre os direitos de quaisquer das partes interessadas, ou da justiça da causa em que estiver servindo, mantendo seu laudo no âmbito técnico e limitado aos quesitos propostos. IV – considerar com imparcialidade o pensamento exposto em laudo submetido à sua apreciação. V – mencionar obrigatoriamente fatos que conheça e repute em condições de exercer efeito sobre peças contábeis objeto de seu trabalho. VI – abster-se de dar parecer ou emitir opinião sem estar suficientemente informado e munido de documentos. VII – assinalar equívocos ou divergências que encontrar no que concerne a aplicação dos Princípios Fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade. VIII – Considerar-se impedido para emitir parecer ou elaborar laudos sobre peçascontábeis, observando as restrições contidas nas Normas Brasileiras de Contabilidade. IX – atender à Fiscalização do CRC e CFC no sentido de colocar a disposição desses, sempre que solicitado, papéis de trabalho, relatórios e outros documentos que deram origem e orientaram a execução do seu trabalho. DO VALOR DOS SERVIÇOS CONTÁBEIS O valor dos serviços devem ser previamente fixados e elaborados por contrato escrito. Os contratos devem considerar I – a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade do serviço. II – o tempo que será consumido para a realização do trabalho. III – a possibilidade de ficar impedido da realização de outros serviços. IV – o resultado lícito que advirá para o contratante através do serviço prestado. V – a peculiaridade de tratar-se de cliente eventual, habitual ou permanente. VI – o local em que o serviço será prestado. Art. 7º – O contabilista poderá transferir o contrato de serviços a seu cargo a outro contabilista, com a anuência do cliente, sempre por escrito. Parágrafo Único – O contabilista poderá transferir parcialmente a execução dos serviços a seu cargo a outro contabilista, mantendo sempre como sua a responsabilidade técnica. Art. 8º – É vedado ao contabilista oferecer ou disputar serviços profissionais mediante aviltamento de honorários ou em concorrência desleal. Dos Deveres em Relação aos Colegas e a Classe Art. 9º – A conduta do contabilista com relação aos colegas deve ser pautada nos princípios de consideração, respeito, apreço e solidariedade, em consonância com os postulados de harmonia de classe. Parágrafo Único – O espírito de solidariedade, mesmo na condição de empregado, não induz, nem justifica a participação ou conivência com o erro ou com os atos infringentes de normas éticas ou legais que regem o exercício da profissão. Art. 10 – O contabilista deve, em relação aos colegas, observar as seguintes normas de conduta: I – abster-se de fazer referências prejudiciais ou de qualquer modo desabonadoras; II – abster-se da aceitação de encargo profissional em substituição a colega que dele tenha desistido para preservar a dignidade ou os interesses da profissão ou da classe. III – jamais apropriar-se de trabalhos, iniciativas ou de soluções encontradas por colegas, que deles não tenha participado, apresentando-os como próprios. IV – evitar desentendimentos com o colega a que vier a substituir no exercício profissional. III – jamais apropriar-se de trabalhos, iniciativas ou de soluções encontradas por colegas, que deles não tenha participado, apresentando-os como próprios. IV – evitar desentendimentos com o colega a que vier a substituir no exercício profissional. DAS PENALIDADES A transgressão de preceito deste código constitui infração ética, sancionada, segundo a gravidade, com a aplicação de uma das seguintes penalidades. I – Advertência Reservada II – Censura Reservada III – Censura Pública Parágrafo Único – Na aplicação das sanções éticas, são consideradas como atenuantes: I – falta cometida em defesa de prerrogativa profissional II – ausência de punição ética anterior III – prestação de relevantes serviços à Contabilidade. Art. 14 – O contabilista poderá requerer desagravo público ao Conselho Regional de Contabilidade, quando atingido, pública e injustamente, no exercício de sua função. Do DESAGRAVO PÚBLICO Em caso do contador se sentir ofendido por ação do CRC, este entrará com um processo de pedido de desagravo junto ao CRC O CRC analisará e, em caso de dar razão ao Contador, terá o presidente do CRC 30 dias para convocar uma Sessão Especial de Desagravo Na sessão de Desagravo o presidente fará a leitura da nota a ser publicada na imprensa e a mesma será colocada na ficha cadastral do ofendido.
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