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Casamento Avuncular e Casamento Nuncupativo

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Antes da análise crítica do caso apreciado pelo STJ (REsp. 1.330.023), cabe conceituar brevemente os casamentos avunculares e nuncupativos.
O casamento avuncular é o casamento realizado entre tios e sobrinhos, ou seja, entre parentes colaterais em terceiro grau.
Já o casamento nuncupativo, é aquele realizado quando um dos contraentes está em iminente risco de morte e não há tempo para a celebração do matrimônio dentro das conformidades previstas no Código Civil. Nestes casos, não é possível aguardar a chegada da autoridade competente, ou de substituto, e assim, o casamento é celebrado na presença de seis testemunhas, sendo que estas não podem ser parentes dos nubentes em linha reta ou colateral até segundo grau.
Depois de realizado o casamento nuncupativo, as testemunhas devem comparecer à presença do juiz, no prazo de dez dias, para declarar o ato e todas as suas circunstâncias, o que será tomado por termo.
Deste modo, neste tipo de casamento, os próprios contraentes conduzem o ato de matrimônio e devem depois as testemunhas comparecerem a juízo para confirmar ao juiz que o nubente se encontrava realmente em perigo de vida, mas em perfeito juízo e que os nubentes se declararam na presença destas testemunhas de forma e livre receberam-se por marido e mulher.
Pois bem, no caso raríssimo de casamento avuncular e nuncupativo apreciado pelo Superior Tribunal de Justiça, em sede de Recurso Especial, a crítica se estabelece quanto a validez do casamento apresentado, visto que o noivo não podia se manifestar de viva voz, e, ainda, no fato de que a seis testemunhas não foram convocados pelo enfermo, nos moldes do artigo 1.541, I, do Código Civil, mas sim pela sobrinha.
Por conseguinte, discute-se a presença do ativismo jurisdicional neste caso. Por exemplo, o casamento do tio com a sobrinha poderia ser invalidado pelo fato do noivo moribundo não ter conseguido se manifestar de viva foz, externando seu consentimento por gestos. Não obstante, as testemunhas foram unânimes em dizer que o noivo, embora não pudesse falar mais, estava consciente e declarou sua vontade por gestos. Assim o STJ entendeu que estava cumprido o requisito no artigo 1.541, II e III, do Código Civil. 
Assim, cabe dizer que a discussão acerca da validade do casamento avuncular e nuncupativo neste caso é extensa, bem como o cada vez mais presente ativismo jurisdicional.

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