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Aula 00 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO AULA 00 Olá caros alunos, É com grande satisfação que lançamos este curso de Economia do Trabalho formatado especialmente para atender às necessidades daqueles que se preparam para o concurso de Auditor Fiscal do Trabalho. Para quem não me conhece, meu nome é Heber Carvalho, sou bacharel em Ciências Mil itares, formado pela AMAN (Academia Mil itar das Agulhas Negras). Após pouco mais de 08 anos no Exército, fui aprovado no concurso para Auditor Fiscal do Município de São Paulo (AFTM-SP, 4°. Lugar), cargo que exerço nos dias de hoje atuando na f iscal ização de instituições f inanceiras. Paralelamente, ministro aulas de Economia e matér ias relacionadas (Economia do Trabalho, Economia Brasileira, Micro/Macro, etc) em cursos preparatórios de São Paulo e aqui no Ponto dos Concursos. Falemos um pouco do conteúdo e da metodologia do nosso curso, começando pelo primeiro. Dentro da discipl ina Economia do Trabalho, não há qualquer livro1 que aborde todo o conteúdo exigido na prova e que seja voltado para concursos, o que obriga o candidato a se desdobrar pesquisando materiais, cursos, aposti las, e que nem sempre são confiáveis. Meu objetivo é apresentar não só todo o conteúdo do edital, mas também determinados assuntos da Micro e da Macroeconomia que são pré-requisitos necessários para o aprendizado da Economia do Trabalho. Então não estranhe o fato de, em determinadas aulas, você estar lendo algo que não consta expl ic i tamente no edital. Fique calmo, eu não sou louco! Aquilo que estarei expl icando será necessário dentro do estudo da Economia do Trabalho. Por exemplo, não adianta estudarmos a demanda por mão-de-obra sem, antes, termos boas noções de como as f irmas funcionam e como elas contratam mão-de-obra. Isto porque quem demanda mão-de-obra são as f irmas. Ass im, somos "conv idados" a 1 Existe apenas uma publicação traduzida para o Português, chamada "A Moderna Economia do Trabalho", de Ehrenberg e Smith. No entanto, este livro apresenta toda a teoria toda para o mercado de trabalho norte-americano, o que faz com que algumas de suas partes e conceitos não possam ser utilizadas como referência para a nossa prova. Neste sentido, é necessário buscar algumas definições em outras fontes, como as notas do IBGE, DIEESE e OIT. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 1 de 52 Já t ivemos 04 concursos para AFT em que esta discipl ina foi exigida (em 1998, 2003, 2006 e 2010), total izando 30 questões. Nas provas apl icadas em 1998 e 2003, a ESAF (banca organizadora do concurso de AFT) util izou basicamente a teoria econômica tradicional para formular as questões. Muitas delas podiam ser encontradas em livros acadêmicos de Micro e/ou Macroeconomia. Em 2006, no entanto, a banca pegou pesado e util izou conhecimentos econômicos mais avançados, alguns deles só ex istem em livros específ icos de Economia do Trabalho (Labour Economics). Em 2010, a ESAF fez uma prova atípica, e cobrou assuntos meramente teóricos2, uti l izando bibliografias e fontes pouco conhecidas3 pelos concurseiros. 2 História do mercado de trabalho (nos anos 50, 90, etc), teoria do Subemprego, retirado do site da OIT (Organização Internacional do Trabalho), por exemplo. 3 Apenas para exemplificar, foi cobrada uma questão sobre salário mínimo extraída do livro de Márcio Pochmann, economista filiado ao PT. Por sorte, a questão não era difícil, e sabendo a teoria tradicional, era possível acertá-la, mesmo não conhecendo a bibliografia citada pela questão. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 2 de 52 Aula 00 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO estudar um pouco de teoria da f irma ( também chamada de teoria da produção), objeto de estudo da Microeconomia. Ao estudarmos o desemprego, seremos inevitavelmente conduzidos a estudar um pouco de inflação, política fiscal, monetár ia, todos estes são objetos de estudo da Macroeconomia. Seguem abaixo os assuntos exigidos em Economia do Traba lho: Economia do Trabalho: 1. Conceitos básicos e Definições. População e força de trabalho. População economicamente ativa e sua composição: empregados, subempregos e desempregados. Rotatividade da Mão-de-obra. Indicadores do mercado de trabalho. Mercado de trabalho formal e informal. 2. O mercado de trabalho. Demanda por trabalho: o modelo competitivo e modelos não competitivos, as decisões de emprego das empresas, custos não salariais, elasticidades da demanda. Oferta de trabalho: a decisão de trabalhar e a opção renda x lazer, a curva de oferta de trabalho, elasticidades da oferta. O equilíbrio no mercado de trabalho. 3. Os diferenciais de salário. Diferenciação compensatória. Capital Humano: educação e treinamento. Discriminação no mercado de trabalho. Segmentação no mercado de trabalho. 4. Desemprego. A taxa natural de desemprego. Tipos de desemprego e suas causas. Salário eficiência e modelos de procura de emprego. 5. Instituições e mercado de trabalho. A intervenção governamental: política salarial e políticas de emprego. Assistência ao desemprego. Modelos tradicionais sobre o papel dos sindicatos e modelo de preferência salarial. Sindicato: monopólio bilateral e monopsônio. 6. O mercado de trabalho no Brasil. 9 9 9 9 9 99 Aula 00 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Nosso objetivo neste curso é prepará-lo para qualquer tipo de cobrança. Ass im, apresentaremos o conteúdo sem negligenciar nenhuma área. A abordagem será profunda nos tópicos tradic ionalmente econômicos (envolvendo conhecimentos da micro e da macroeconomia) e também nos tópicos essencia lmente teóricos (mercado de trabalho no Brasil, subemprego, trabalho formal e informal, etc). Baseado nesta premissa, apresento a nossa programação de aulas e a sequência em que abordaremos os conteúdos previstos no edital: AULA 00 (Demonstrativa) Noções sobre demanda e oferta no mercado de bens e visão geral da demanda e oferta de trabalho. AULA 01 (17/06) Demanda por trabalho (Parte I). AULA 02 (27/06) Demanda por trabalho (Parte II). O modelo competitivo e modelos não competitivos, as decisões de emprego das empresas, custos não salariais, elasticidades da demanda. AULA 03 (07/07) Oferta de trabalho (Parte I). Teoria do consumidor AULA 04 (18/07) Oferta de trabalho (Parte II). A decisão de trabalhar e a opção renda x lazer, a curva de oferta de trabalho, elasticidades da oferta. O equilíbrio no mercado de trabalho. AULA 05 (28/07) Os diferenciais de salário. Diferenciação compensatória. Capital humano: educação e treinamento. Discriminação no mercado de trabalho. Segmentação no mercado de trabalho. AULA 06 (08/08) Conceitos básicos e definições (do mercado de trabalho). População e força de trabalho. População economicamente ativa e sua composição: empregados, subempregados e desempregados. Rotatividade da mão-de-obra. Indicadores do mercado de trabalho. Mercado formal e informal. AULA 07 (18/08) Introdução: modelo clássico, keynesiano, modelo de oferta e demanda agregada. Desemprego. A taxa natural de desemprego. Tipos de desemprego e suas causas. Salário eficiência e modelos de procura de emprego. AULA 08 (29/08) Instituições e mercado de trabalho. A intervenção governamental: política salarial e políticas de emprego. Assistência ao desemprego. Modelos tradicionais sobre o papel dos sindicatos e modelo de preferência salarial. Sindicato: monopólio bilateral e monopsônio. O mercadode trabalho no Brasil AULA 09 (09/09) Simulado com aproximadamente 40 questões de múltipla escolha completas, inéditas e comentadas. Nota: teremos aulas de 10 em 10 dias. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 3 de 52 Ressalto que estes temas de Economia do Trabalho são muito pouco cobrados em outros concursos. Ass im, grande parte destas 160 questões será elaborada por mim (mais de 100 questões sou eu quem elaboro). É lógico que, na elaboração destas questões, eu procuro fazer com que o aluno seja obrigado a se lembrar dos conceitos aprendidos, bem como a raciocinar sobre a matéria. Também procuro " imi tar" a ESAF, trazendo o seu estilo peculiar de questões. Vocês podem conferir como isso funciona ao final desta aula demo. Também julgo importante dizer que prat icamente tudo o que existe de questões relacionadas à Economia do Trabalho e que já foi cobrado nos últ imos 10 anos estará sendo abordado em nosso curso, não importa a banca ou o concurso. Mesmo assim, acredite, há poucas questões sobre isso, e é jus tamente por isso que você verá muitas questões inéditas, e laboradas por mim. Nosso curso NÃO exigirá conhecimentos prévios e partirá do pressuposto de que o aluno nunca estudou Economia na vida. Creio que este caminho seja o melhor, pois possibil ita o aprendizado daqueles que não tem qualquer noção inicial da matér ia e, ao mesmo tempo, possibil ita aos que já têm a lgum conhecimento revisar os conteúdos. Por fim, antes de iniciar a aula, gostaria de ressaltar que tive o privilégio de ministrar esta discipl ina para o último concurso de AFT e posso dizer sem sombra de dúvida que, dentre os vár ios cursos que ministrei aqui no Ponto, o curso de Economia do Trabalho foi aquele que me trouxe maior motivação e alegria, em parte devido à matéria, que é muito interessante, e t ambém devido à interação com a turma. Em Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 4 de 52 Aula 00 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Cada aula conterá aprox imadamente 45 a 50 páginas. A lgumas, eventualmente, poderão conter um pouco mais de 50 páginas. Inic ia lmente será abordada, em cada encontro, a teoria e, ao final da aula, serão colocados exercícios comentados sobre o tema expl icado, dando especial atenção àqueles da ESAF. Teremos contabilizado, ao final do curso, 160 questões comentadas. É claro que, dentro disto, estarão comentadas todas as questões cobradas nos concursos passados de AFT. GENERALIDADES A primeira parte desta aula não consta expl ic i tamente no edital, mas, será essencial para o entendimento de outros assuntos. Serão apresentados, nesta parte, os conceitos da demanda e oferta no mercado de bens. Estes conceitos são os pilares da Economia, ass im como somar e subtrair são os pilares da Matemática. O nosso objetivo, ao estudar estes conceitos que não constam no edital, é tornar muito mais s imples e fact ível o entendimento da demanda e oferta de trabalho, que estão na segunda parte da aula. Isto porque o mercado de trabalho, também chamado de mercado de mão-de-obra, depende tota lmente do mercado de bens/produtos. Ass im, entender a demanda e oferta de trabalho passa por entender a demanda e oferta de bens, já que aquelas dependem destas. Desta forma, ensinar a demanda e oferta de trabalho, sem antes ensinar a demanda e oferta de bens, seria como tentar ensinar a lguém que não sabe andar de bicicleta a andar de moto. Até seria possível, mas aprender a andar de bicicleta, antes de andar de moto, pode ser muito mais inteligente, rápido e evitar vár ios tombos desnecessár ios. Antes de começarmos, apenas gostaria de lembrar- lhes que vou partir do pressuposto que ninguém nunca estudou Economia e nem tem formação na área de exatas. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 5 de 52 aval iação real izada à época junto aos alunos matr iculados, t ivemos a fel icidade de obter mais de 98% de aprovação. Bem, isto posto, vamos então iniciar nossa jornada. Todos prontos?! Então, aos estudos! Aula 00 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO A demanda ou procura de um bem é s implesmente a quant idade deste bem que os consumidores/compradores desejam adquir ir a determinado preço, em determinado período de tempo. Dentro desta ideia, surge o conceito fundamental de curva de demanda de um bem. Ela informa, graf icamente, a quant idade que os consumidores desejam comprar à medida que muda o preço unitário. A primeira pergunta que vem à cabeça é a seguinte: Como seria esta curva? Para descobrir o "je i to" ou formato da curva, devemos saber qual a relação que existe entre as var iáveis que constam no gráfico em que ela está. No gráfico da curva de demanda, temos a quantidade de bens demandados no eixo X (eixo horizontal ou eixo das abscissas), e temos o preço do bem no eixo Y (eixo vert ical ou eixo das ordenadas), conforme vemos na figura 01. Então, temos que descobrir qual a relação existente entre o preço do bem e a quant idade demandada. Imaginemos um bem qualquer. Vamos adotar, como exemplo, aproveitando a Páscoa que aconteceu há poucas semanas 4 , o Ovo de Páscoa. O que aconteceria com a quant idade demandada de Ovos de Páscoa caso seu preço est ivesse bastante baixo? O que aconteceria com a quant idade demandada de Ovos de Páscoa caso seu preço est ivesse alto? As respostas são bastante óbvias: ter íamos alta e baixa quant idade demandada, respect ivamente. A conclusão a que chegamos é a seguinte: a quant idade demandada ou procurada de um bem varia inversamente em relação ao seu preço. Em outras palavras, quanto mais caro está o bem, menos ele é demandado. Quanto mais barato está o bem, mais ele é demandado. Esta é a milenar lei da demanda, e qualquer um de nós quando vai ao mercado fazer compras aplica esta lei, ainda que impl ic i tamente. 4 Esta aula demonstrativa está sendo enviada em 18/05/2011. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 6 de 52 DEMANDA (PROCURA) Aula 00 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Aula 00 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Pois bem, voltando à curva de demanda, como ela seria? Quando as duas var iáveis do gráfico atuam em sentido inverso, isto é, uma aumenta e a outra diminui e/ou v ice-versa, como é o caso dos preços e quant idades demandadas, a curva do gráfico terá inclinação para baixo. Imagine a seguinte função de demanda (QD = quant idade demandada e P = preço) de Ovos de páscoa e seu respectivo gráf ico: QD = 14 - 2P Preço Figura 01 Curva de demanda: Qd = 14 - 2P 2 10 Quantidade de produtos enquanto o preço cai, a quant idade demandada sobe. Temos uma relação inversa e quando isto acontece, a curva tem sua inclinação para baixo. Existem vár ias outras maneiras de expressar que a curva tem sua inclinação para baixo e que existe uma relação inversa entre a var iável do eixo Y e a var iável do eixo X. Você tem que estar famil iar izado com todas estas nomenclaturas. Ass im, podemos dizer que a curva de demanda tem inclinação para baixo, decrescente, descendente ou negativa. Do ponto de vista algébrico, sabemos que a curva de demanda será decrescente pelo sinal negativo do número/coef ic iente que multipl ica a lguma das var iáveis. Ass im, na equação da demanda apresentada, QD = 14 - 2P, o sinal negativo quemultipl ica a var iável P (Preço) garante a relação inversa entre QD e P, indicando que quando uma var iável aumenta, a outra diminui e v ice-versa, or ientando, ass im, a inclinação decrescente da curva de demanda. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 7 de 52 Veja que no ponto A o preço é 6 e a quant idade demandada é 2 bens ( reduzimos o preço de 6 para 2, a quant idade demandada aumentou de 2 para 10 À medida que Ou seja, CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Aula 00 Exceção à lei da demanda: existe um único tipo de bem que não obedece à lei da demanda: é o bem de Giffen. Para este bem, aumentos de preço geram aumentos de quant idade demandada e reduções de preço geram redução de quant idade demandada. Então veja que as var iáveis preço e quant idade demandada caminham no mesmo sentido, indicando que a curva de demanda do bem de Giffen terá inclinação positiva, direta, ascendente ou crescente. O paradoxo de Giffen é uma situação muito difícil de ser verif icada na prática. Como exemplo deste tipo de bem, temos os bens de baixo valor, mas que possuem elevada importância no consumo do indivíduo. Por exemplo, suponha uma situação em que temos uma famíl ia pobre diante da ocorrência de um aumento no preço do pão. Como a renda da famíl ia é bastante baixa, o aumento do preço do pão fará com que sobre menos renda para o consumo de outros bens, de forma que a famíl ia optará por aumentar o consumo de pães. Neste caso, ocorre o paradoxo de Giffen e o pão será um bem de Giffen, pois o aumento de preços provocou aumento das quant idades demandadas. Então v imos neste tópico que a quant idade demandada de um bem depende de seu preço e que essa relação é inversa, ocasionando uma curva de demanda negat ivamente inclinada, decrescente, descendente ou com inclinação para baixo. V imos também que o raciocínio deve ser inverso se o bem for de Giffen. FATORES QUE AFETAM A DEMANDA A demanda de um bem depende de uma série de outros fatores que vão além s implesmente do preço deste bem: Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 8 de 52 Preço: já visto no item de introdução à Demanda. Renda do consumidor: na maioria das vezes, o aumento de renda provoca o aumento da demanda. Preços de outros bens: se o consumidor deseja adquir ir arroz, ele também verif icará o preço do feijão, já que o consumo destes bens é associado. O mesmo ocorre com o preço do DVD e do aparelho de DVD. Quando o consumo de um bem é associado ao ALTERANDO A DEMANDA Vamos anal isar agora como os fatores do item anterior afetam a curva de demanda : a) PREÇOS: quando os preços dos produtos sobem, a quantidade demandada cai, e v ice-versa. A principal conclusão a que chegamos é que mudança de preços ocas ionam des locamentos NA curva de demanda, AO LONGO DA CURVA. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 9 de 52 Aula 00 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO consumo de outro bem, d izemos que estes bens são complementares. De forma oposta, quando o consumo de um bem substitui ou exclui o consumo de outro bem, d izemos que estes bens são substitutos ou sucedâneos. É o que acontece, neste último caso, com a manteiga e a margar ina, refr igerante e suco, carne bovina e carne de frango, etc. Outros fatores: aqui entram os gostos dos consumidores que podem var iar devido a inúmeros fatores. Exemplos: a demanda de protetores solar aumenta no verão, a demanda de carvão para churrasco é maior no Sul do Brasil, a demanda por camisas da seleção brasileira aumenta em época de copa do mundo, a não real ização de concursos públicos diminui a demanda de cursos, etc. A demanda de um bem, portanto, depende não só dos vár ios fatores listados acima, mas, sobretudo, da ação conjunta deles. Para que os economistas cons igam anal isar a influência de uma var iável na demanda, uti l iza-se a suposição de que todas as outras var iáveis permanecem constantes. No jargão econômico é util izado o termo coeteris paribus, que quer dizer: todo o restante permanecendo constante. Por exemplo, ao af i rmamos que o aumento da renda, coeteris paribus, aumenta a demanda de um bem, estamos af i rmando que devemos considerar isoladamente o aumento de renda na demanda. CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Aula 00 Na figura 02, acima, v imos que o aumento de preços (de P1 para P2) provocou uma redução na quant idade demandada (de Q1 para Q2). Para que isto ocorresse a curva de demanda não precisou sair do lugar, pois nos des locamos na curva, sobre a curva ou, ainda, ao longo da curva de demanda. b) RENDA DO CONSUMIDOR: para os bens ditos normais, aumentos de renda dos consumidores, coeteris paribus, provocam aumento da demanda (veja que estamos falando em aumento da demanda e NÃO aumento da quant idade demandada). Veja, graf icamente, o que acontece com a curva de demanda de um bem normal após um aumento de renda dos consumidores: Fig. 03 P Após o aumento de renda, D1 se desloca para D2 D, Q1 Após o aumento de renda, TODA a curva de demanda se desloca para a direita, indicando maiores quant idades demandadas ao mesmo nível de preços. Caso tenhamos um bem inferior, que, por definição, é o bem cuja demanda diminui quando o nível de renda do consumidor aumenta, o raciocínio é diferente. Neste Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 de 52 Figura 02 Quantidades Aula 00 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO caso, aumentos de renda farão com que a curva de demanda se desloque para a esquerda, indicando menor demanda. Como exemplo, temos a carne de segunda. Após um aumento de renda, o consumidor tende a diminuir o consumo da carne de segunda e a aumentar o consumo de carne de primeira (melhor qual idade). Veja, graf icamente, o efeito de um aumento de renda para um bem inferior: Fig.04 P Após o aumento de renda, D1 se desloca para D2 DI QI DI c) PREÇOS DE OUTROS BENS: 1) Bens substitutos: os preços de outros bens relacionados podem influenciar a demanda de um bem X. Quando o consumo de um bem relacionado exclui o consumo de outro bem, dizemos que estes bens são substitutos. É o que acontece, por exemplo, com a carne bovina e a carne suína. O que acontecerá com a demanda de carne suína se o preço da carne bovina se elevar? A lei da demanda diz que a quant idade demandada de carne bovina irá diminuir. Como as carnes bovina e suína são substitutas, os consumidores irão substituir o consumo de carne bovina por carne suína, por conseguinte, a demanda por carne suína aumentará em virtude do aumento de preços da carne bovina. Veja, graf icamente, o resultado sobre a curva de demanda de carne suína após o aumento do preço de um bem substituto: Fg. 05 P Após o aumento de preço de um bem substituto QI D, Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 11 de 52 Aula 00 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Caso haja diminuição do preço de um bem substituto ocorrerá jus tamente o raciocínio inverso. Tomemos como exemplo novamente o exemplo das carnes bovina e suína. O que acontecerá com a demanda de carne suína se o preço da carne bovina for reduzido? Alei da demanda nos diz que a quant idade demandada de carne bovina aumentará. Como os bens são substitutos, a maior demanda de carne bovina implicará obr igator iamente uma menor demanda de carne suína. Observe, graf icamente, o resultado provocado sobre a curva de demanda de carne suína após a diminuição de preços da carne bovina: Fg. 06 P Após redução de preço de um bem substituto, D1 se desloca para D2 DI QI DI Então, temos as seguintes conclusões considerando os bens X e Y sendo substitutos: 2) Bens complementares: quando o consumo de um bem é associado ao consumo de outro bem, d izemos que estes são complementares. É o que ocorre com o arroz e o feijão, terno e gravata, pão e manteiga, etc. O que acontecerá com a demanda de feijão se o preço do arroz diminuir? A lei da demanda nos diz que, com a diminuição do preço do arroz, a quant idade demandada de arroz deve aumentar. Como o consumo dos bens é complementar , o maior consumo de arroz deve aumentar a demanda de feijão, já que as pessoas gera lmente comem arroz com feijão. Veja, graf icamente, o efeito sobre a curva de Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 12 de 52 Aula 00 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO demanda de um bem após a diminuição de preço de outro bem que seja complementar àquele: Fg. 07 P Após a redução de preço de um bem complementar Qi Caso ocorra um aumento de preço de um bem complementar , o raciocínio é jus tamente o inverso. O que acontecerá com o consumo de feijão se o preço do arroz aumentar? A lei da demanda nos diz que a quant idade demandada de arroz deve diminuir. Esta diminuição do consumo de arroz vai provocar a diminuição do consumo de feijão, tendo em vista os bens serem complementares. Veja graf icamente, o efeito sobre a curva de demanda de um bem após o aumento do preço de um bem que seja complementar àquele: Fg. 08 P Para concluir, temos as seguintes relações para os bens X e Y, complementares: Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 13 de 52 Aula 00 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO d) OUTROS FATORES: aqui podemos ter infinitas var iáveis que inf luenciam a curva de demanda de um bem. Entre elas, podemos destacar o cl ima (demanda de óculos de sol aumenta no verão e diminui no inverno), a época (no Natal, a demanda da grande maioria dos bens aumenta), a publicidade e propaganda (ter uma grande modelo como garota-propaganda pode impuls ionar a demanda de determinada marca de roupas), o tamanho do mercado (se há um aumento do número de consumidores devido a um movimento migratório, por exemplo, a demanda pela maioria dos bens será maior), etc. Aqui neste item, a exemplo do que aconteceu nos itens b) e c), estamos falando do deslocamento da curva de demanda como um todo, de forma que ela se desloca para a direita ou para a esquerda. Apenas para exempli f icar, imagine a curva de demanda do bem cerveja. O que aconteceria com esta curva de demanda caso fosse anunciada uma descoberta científica de que a cerveja previne câncer, ataques do coração e impotência? (seria incrível, não?!) A demanda por cerveja aumentar ia e TODA a curva de demanda de cerveja se deslocaria para a direita, no sentido de aumento do consumo: Fg. 08 P Após o anúncio da descoberta QI Importante: Mudanças no preço de um bem X provocam deslocamentos NA, AO LONGO, SOBRE a curva de demanda (a curva fica no mesmo lugar), enquanto qualquer mudança em quaisquer outros fatores que não sejam o preço do bem provoca deslocamento DA curva de demanda (a curva inteira sai do lugar). Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 14 de 52 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Aula 00 OFERTA A oferta de um bem é s implesmente a quant idade deste bem que os produtores/vendedores desejam vender a determinado preço, em determinado período de tempo. Dentro desta idéia, surge o conceito fundamental de curva de oferta de um bem. Ela informa, graf icamente, a quant idade que os vendedores desejam vender à medida que muda o preço unitário. Nós v imos, no estudo da curva de demanda, que quanto maior for o preço, menores serão as quant idades demandadas pelos consumidores. No entanto, do ponto de vista da oferta, devemos mudar a forma de raciocínio, isto porque quem dita a oferta são os produtores e não mais os consumidores. Do ponto de vista dos produtores, quanto maior for o preço de um bem melhor será. Maiores preços indicam maiores lucros e maiores serão os incentivos para aumentar a produção. Desta forma, há uma relação diretamente proporcional entre os preços e as quant idades ofertadas. Ass im, o gráfico da curva de oferta terá inclinação para cima, ascendente, crescente ou positiva. Imagine a seguinte função de oferta (QO = quant idade ofertada e P = preço) e seu respectivo gráfico: QO = 1 + 2P Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 15 de 52 Curva de oferta: QO = 1 + 2P Figura 09 Quantidade de produtos Do ponto de vista algébrico, sabemos que a curva de oferta será ascendente pelo sinal positivo do número/coef ic iente que multipl ica as duas var iáveis. Ass im, na equação de oferta apresentada, QO = 1 + 2P, o sinal positivo que acompanha as var iáveis QO e P garante a relação direta entre QO e P, indicando que, quando uma var iável aumenta, a outra também aumenta e v ice-versa, or ientando, assim, a inclinação crescente da curva de oferta. FATORES QUE AFETAM A OFERTA Preço do bem: já visto. Custos de produção: quanto maiores os custos de produção, menor o est ímulo para ofertar o bem ao mesmo nível de preços. Quanto menores os custos de produção, maior será o est ímulo para ofertar o bem. Como exemplo de custos de produção, podemos apresentar os tr ibutos, salários dos empregados, taxas de juros, preço das matér ias-pr imas, etc. Tecnologia: o aumento de tecnologia est imula o aumento da oferta, tendo em vista que o desenvolv imento da tecnologia, geralmente, implica reduções do custo de produção e aumento da produtividade. Preços de outros bens: se os preços de outros bens (que usam o mesmo método de produção) subirem enquanto o preço do bem X não se altera, obviamente, os produtores procurarão ofertar aquele bem que possui o maior preço e lhe trará maiores lucros. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 16 de 52 Simi larmente à demanda, a oferta é influenciada por vár ios fatores a lém do preço: Aula 00 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Veja que no ponto A o preço é 2 e a quant idade ofertada é 5 (QO = 1 + À medida que aumentamos o preço de 2 para 6, a quant idade ofertada aumentou de 5 para 13 + 2.6 = 13). Ou seja, enquanto o preço sobe, a quant idade ofertada sobe. Temos uma relação direta e quando isto acontece, a curva tem sua inclinação para cima, crescente ou ascendente. Aula 00 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Outros fatores: aqui, a exemplo da demanda, temos uma infinidade de fatores que podem alterar a oferta. Apenas para citar um exemplo, uma superoferta de qualquer produto agrícola pode ter sido causada por uma excelente safra, devido a boas condições cl imáticas no campo. Da mesmamaneira do que ocorre na curva de demanda, alterações de preços provocam des locamentos ao longo da curva de oferta (ela continua no mesmo lugar). Alterações nos custos de produção, tecnologia, preços de outros bens e outros fatores provocam deslocamentos de toda a curva de oferta. O método de raciocínio é idêntico ao da curva de demanda. Quando t ivermos a lguma alteração no sentido de aumentar a oferta, ela como um todo será deslocada para a direita, com exceção de alteração nos preços em que o des locamento será ao longo da curva. Exemplo: ve jamos na figura 10 o que acontece com a curva de oferta caso o governa decida fazer um corte de tributos sobre a produção: Fg. 10 P Após o corte de tributos Qi Observe que fatores que aumentem a oferta provocam deslocamentos para a direita, ass im como ocorre na curva de demanda. A diferença básica é que na curva de oferta, a lém de ser deslocada para a direita, a curva também é deslocada para baixo. Isto acontece porque a curva de oferta tem inclinação para c ima ou ascendente, já a curva de demanda tem inclinação para baixo ou descendente. Memorize apenas que aumentos de oferta ou de demanda fazem com que estas curvas se des loquem para a direita, caminhando, no eixo das abscissas do gráfico, para maiores quant idades demandadas ou ofertadas. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 17 de 52 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Aula 00 Se a curva irá para c ima ou para baixo, isto dependerá da inclinação da curva. Como a curva de demanda é descendente, seu deslocamento será para a direita e para cima. Como a curva de oferta é ascendente, seu deslocamento será para a direita e para baixo. Caso haja reduções de oferta ou demanda, o raciocínio é inverso. EQUILÍBRIO Agora que estudamos a demanda e oferta de bens, podemos definir o preço e quant idade de equil íbrio de mercado. É importante destacar que qualquer resultado do mercado de bens, seja no preço ou quant idade de equil íbrio, é fruto da interação entre as forças de demanda e oferta. Parafraseando o economista Alfred Marshall, um dos autores das leis da demanda derivada que serão vistas na aula 04: "é necessário tanto a demanda como a oferta para determinar resultados econômicos, da mesma forma como são necessárias as duas lâminas de uma tesoura para cortar um tecido." Pois bem, dadas duas curvas, uma de demanda e outra de oferta, o preço e a quant idade de equil íbrio será exatamente o ponto onde a demanda iguala a oferta: No caso acima, o ponto E é o ponto exato em que, a determinado nível de preços, PE (Preço de equil íbrio), as quant idades ofertadas são iguais às quant idades demandadas. Isto quer dizer que o mercado está em equil íbrio, não há excesso de demanda nem de oferta. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 18 de 52 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Aula 00 Veja agora o que acontece caso seja praticado um preço maior ou menor que o preço de equil íbrio: No gráfico da esquerda, temos um preço Po abaixo do equil íbrio. Neste caso, a quant idade ofertada QO é menor que a quant idade demandada QD. A diferença entre a quant idade demandada QD e a quant idade ofertada QO representa a escassez no mercado deste bem. Para restabelecer o equil íbrio, o preço deve ser elevado para que a quant idade ofertada aumente e a quant idade demandada diminua. No gráfico da direita, temos um preço Pi acima do equil íbrio. Neste caso, a quant idade ofertada QO é maior que a quant idade demandada QD. A diferença entre a quant idade ofertada QO e a quant idade demandada QD representa o excesso no mercado deste bem. Para restabelecer o equil íbrio, o preço deve ser reduzido para que a quant idade ofertada diminua e a quant idade demandada aumente. ALTERANDO O EQUILÍBRIO Agora que sabemos os diversos fatores que al teram a demanda e a oferta, bem como que o preço e quant idade de equil íbrio são atingidos quando a oferta iguala a demanda, vamos uti l izar os conhecimentos adquir idos para saber quais os reflexos sobre o preço e quant idade de equil íbrio após o surgimento de fatores que al teram a demanda ou a oferta de bens. Veremos apenas alguns exemplos para clarear o raciocínio. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 19 de 52 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Aula 00 Desde já, gostaria de dizer que não é aconselhável decorar nada do que será dito, mas apenas aprender o método de raciocínio e a forma com que as curvas são deslocadas, ora para a direita, ora para esquerda. Aprender esta s istemática é a nossa meta, pois ela será útil quando estudarmos a demanda e oferta de mão-de-obra, nosso foco principal. Exemplo 1: Qual o efeito sobre preço e quant idade de equil íbrio de um bem X, transacionado em um mercado competit ivo (os tipos de mercados serão vistos na próxima aula), após o aumento do preço de um bem Y, substituto de X? Figura 13 Novo equilíbrio Preço Equilíbrio inicial P P P Q E E1 Quantidade de produtos Q E I Q , E2 Após o aumento de preço de Y, pela lei da demanda, a quant idade demandada de Y diminui. Como X e Y são substitutos, os consumidores substituirão o consumo de Y pelo consumo de X, isto é, a demanda de X aumenta, provocando o deslocamento de toda a curva de demanda de X para a direita (de Di para D2). Como resultado deste deslocamento, temos um novo ponto de equilíbrio E2, onde temos novo preço de equil íbrio PE2 e nova quant idade de equil íbrio QE2. Conclusão: o aumento de preço de um bem substituto provoca aumento de preços e quant idades transacionadas do bem X. Exemplo 2: Qual o efeito sobre preço e quant idade de equil íbrio de um bem X, transacionado em um mercado competit ivo, após o aumento do preço de um bem Y, complementar de X? Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 20 de 52 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Aula 00 Após o aumento de preço de Y, pela lei da demanda, a quant idade demandada de Y diminui. Como X e Y são complementares, os consumidores, ao diminuir o consumo de Y, também d iminuem o consumo de X, isto é, a demanda de X diminui, provocando o deslocamento de toda a curva de demanda de X para a esquerda (de D1 para D2). Como resultado deste deslocamento, temos um novo ponto de equil íbrio E2, onde temos novo preço de equilíbrio PE2 e nova quant idade de equil íbrio QE2. Conclusão: o aumento de preço de um bem complementar provoca redução de preços e quant idades transacionadas do bem X. Exemplo 3: Qual o efeito sobre preço e quant idade transacionada do bem X, transacionado num mercado competit ivo, após um aumento de tr ibutação sobre a produção? Preço P Novo equilíbrio P P Q Quantidade Aumentos de tr ibutação sobre da p rp dodução aumentam os custos de produção e, como estamos falando em produção, este aumento de Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 21 de 52 Exemplo 4: Qual o efeito sobre preço e quant idade transacionada do bem X, transacionado num mercado competit ivo, após o desenvolv imento de uma nova tecnologia de produção? Preço P Figura 16 OI Novo equilíbrio Q Ei P P Quantidade de produtos Desenvolv imento de tecnologia afeta a produção, desta forma, influenciaráa oferta, mais precisamente, haverá aumento de oferta e a curva será deslocada para a direita. Isto acontece pois a tecnologia diminui os custos e aumenta a produtividade, elevando, assim, a oferta. Em virtude de a curva ser ascendente, ela, a lém de se deslocar para a direita, será deslocada também para baixo (de O1 para O2). Como resultado, teremos novo preço e quant idade de equil íbrio, PE2 e QE2, respect ivamente. Conclusão: o desenvolv imento de nova tecnologia provocará redução nos preços e aumento das quant idades transacionadas. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 22 de 52 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Aula 00 tr ibutos influencia a oferta e não a demanda, mais precisamente, reduzirá a oferta. Esta diminuição da oferta provoca deslocamento de toda a curva de oferta para a esquerda. Observe que, pelo fato da curva de oferta ser posit ivamente inclinada, ela será deslocada para a esquerda e para c ima (de O1 para O2). Como resultado deste deslocamento, temos um novo ponto de equilíbrio E2, onde temos novo preço e quant idade de equil íbrio, PE2 e QE2, respect ivamente. Conclusão: o aumento de tr ibutação sobre a produção provoca aumento de preços e redução de quant idades transacionadas. ( tome cuidado! Se o aumento de tr ibutação for sobre a renda das pessoas, esta tr ibutação vai alterar a demanda e não a oferta). Aula 00 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Exemplo 5: Quais as consequências de um congelamento de preços, abaixo do equil íbrio, por parte do governo? Preço P Figura 17 O Escassez Q Ei P P Quantidade de produtos Q O F Q EI Q, DEM Antes de tudo, devemos atentar para o fato que foi falado tão somente sobre alteração de preços. Desta forma, não haverá deslocamento de nenhuma das duas curvas. Haverá, apenas, deslocamento ao longo das curvas, conforme indicado pelas setas no gráfico. Ass im, quando o preço cai de PE1 para PE2, estaremos, no lado da oferta, no ponto O2, com as quant idades ofertadas QOF. No lado da demanda, estaremos no ponto D2 com as quantidades demandadas Q D E M . Observe que, pelo fato de o preço estar abaixo do equil íbrio, as quant idades demandadas superam as quant idades ofertadas, havendo, portanto, escassez de bens (vocês se lembram dos congelamentos de preços na década de 80 e das filas nos açougues, supermercados, padarias, etc?). Com estes 05 exemplos, pudemos observar o efeito isolado de um aumento ou redução da demanda, aumento ou redução da oferta, e s imples alteração de preço. No entanto, preste bem atenção, estes efeitos não devem ser decorados. Eles foram colocados apenas para efeito de i lustração do método de raciocínio, e é esta s istemática do raciocínio que você deve adquir ir e, de forma nenhuma, a s imples memor ização dos efeitos. Ao se deparar com um problema em que você tenha que descobrir, a partir de um acontecimento, os efeitos sobre o preço e quant idade de equil íbrio de determinado bem, siga os passos abaixo: Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 23 de 52 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Aula 00 1 - primeiro, verif ique se este acontecimento é uma simples alteração de preço. Se for, haverá deslocamento ao longo da curvas, provocando escassez se o preço for abaixo do equil íbrio, ou excesso se o preço for acima do equil íbrio. 2 - depois, verif ique se o acontecimento afeta a demanda ou a oferta. Mudanças na renda do consumidor e nos preços de bens que tenham o consumo relacionado provocam deslocamentos da curva de demanda. Mudanças nos custos de produção (salários, tr ibutos, taxa de juros, preços de matér ias-pr imas), tecnologia e nos preços de bens que tenham a produção relacionada provocam deslocamentos da curva de oferta. 3 - verif ique para onde vai determinada curva, se para a direita ou esquerda. Aumentos, se jam na demanda ou oferta, irão deslocar as curvas para a direita, no sentido de aumento de quant idades transacionadas, que estão representados no eixo horizontal, das abscissas. Reduções, se jam na demanda ou oferta, irão deslocar as curvas para a esquerda. 4 - após deslocar as curvas, verif ique, por si só, as conseqüências sobre o novo preço e quant idade transacionada do bem. Esteja habituado a esta seqüência e forma de raciocínio, pois elas serão úteis quando anal isarmos não só a demanda e oferta no mercado de trabalho, mas também o modelo de oferta e demanda agregada que será necessário quando estudarmos o desemprego. Nota foram passadas apenas as noções mais básicas da oferta e demanda de bens, de forma a transmit i r somente as informações que sejam, pelo menos agora, mais necessárias e úteis para a Economia do Trabalho Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 24 de 52 9 9 9 9 99 Aula 00 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO VISAO GERAL DA DEMANDA E OFERTA DE TRABALHO Agora que já possuímos as noções básicas da demanda e oferta no mercado de bens, podemos falar a respeito do mercado de mão-de-obra, ou como também é conhecido: o mercado de trabalho. O mercado de mão-de-obra funciona de maneira bastante semelhante ao mercado de bens, isto porque a mão-de-obra é um bem. Sendo um bem, ela tem preço, tem compradores e tem vendedores. Estes compradores e vendedores, em conjunto, fo rmam o mercado da mão-de-obra ou mercado de trabalho. O preço do bem mão-de-obra é o salário, os compradores da mão-de-obra são as empresas e os vendedores são os trabalhadores. Ou, ainda, podemos falar que quem demanda mão-de-obra são as f irmas e quem oferta mão-de-obra são os trabalhadores. No d iagrama básico do mercado de bens, t ínhamos no eixo das abscissas a quant idade transacionada de bens e no eixo das ordenadas o preço da mercadoria, a lém das curvas de demanda e oferta do bem. No diagrama do mercado de trabalho, teremos no eixo das abscissas a quant idade de trabalhadores L (do inglês Labor). No eixo das ordenadas, teremos o preço da mão-de-obra, a taxa salarial W (do inglês Wage), conforme a figura 18: W, Figura 18 WF Oferta de mão-de-obra L E Demanda de mão-de-obra L (Quantidade de trabalhadores) Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 25 de 52 Aula 00 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Por ora, basta saber que a curva de demanda de mão-de-obra, ass im como a curva de demanda de bens, possui inclinação para baixo ou decrescente. Isto é, quanto maiores forem as taxas salariais pagas aos trabalhadores, menos trabalhadores as empresas irão demandar. Também simi larmente ao mercado de bens, a curva de oferta de mão-de- obra possui inclinação para c ima ou ascendente. A taxa salarial e o nível de emprego (nível de emprego=quant idade de trabalhadores) de equil íbrio são atingidos quando as duas curvas se encontram, ou seja, quando a demanda iguala a oferta e v ice-versa. A forma com que as curvas de demanda e oferta de mão-de-obra se des locam também segue a mesma regra da demanda e oferta de bens, com a diferença que, ao invés de preço e quant idade de bens transacionada, temos desta vez salário e quant idade de trabalhadores (nível de emprego). Se houver alteração no salário, o deslocamento será ao longo das curvas. Se a alteraçãonão disser respeito ao salário, as curvas serão deslocadas como um todo, para a direita, se indicar aumento de emprego, ou para a esquerda, se indicar redução de emprego. Isto acontece porque uma curva de demanda ou oferta de mão-de- obra mostra, graf icamente, a mão-de-obra demandada/ofertada como função dos salários (o salário está em um dos eixos e o número de trabalhadores demandados/ofertados está no outro). Quando há mudanças salariais e outras forças mantêm-se constantes, move-se ao longo da curva, na curva. Quando uma outra força diferente do salário muda, toda a curva de demanda/oferta deve se deslocar, pois, ao contrário dos salários, esta força não aparece diretamente no gráfico. INTRODUÇÃO À DEMANDA DE MÃO-DE-OBRA Como v imos acima, quem demanda mão-de-obra são as empresas, de tal maneira que estudar a demanda por mão-de-obra requer conhecer um pouco da teoria de produção, ou como as f irmas produzem. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 26 de 52 Aula 00 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Para produzir os bens e serviços de que a sociedade dispõe para o seu consumo, as f irmas uti l izam vários recursos ou insumos. Elas uti l izam matér ia-pr ima, mão-de-obra, máquinas, ferramentas, tecnologia, etc. O conjunto destes recursos que as empresas uti l izam na produção é chamado de fatores de produção. Dentro do nosso estudo de Economia do Trabalho, t rabalharemos com apenas três destes fatores de produção: Nota menc ionaremos bastantes vezes os fatores de produção ao longo do curso, principalmente os fatores de produção mão-de-obra e capital. Capital, em Economia, tem o conceito um pouco diferente do que estamos acostumados em nosso dia-a-dia. Nas nossas vidas, quando ouvimos a palavra capital, quase que imediatamente fazemos a associação a dinheiro. No entanto, economicamente, Capital quer dizer, a lém de dinheiro, o conjunto de bens de que as empresas d ispõem para produzir. Ass im, o estoque de capital de uma fábrica de automóveis será o conjunto das instalações, máquinas, ferramentas, computadores, material de escritório, enfim, tudo o que é util izado na produção. O estoque de capital de um curso para concursos públicos compreende as salas de aula, as carteiras, mesas, quadro-negro, projetor mult imídia, s istema de som, etc. Quanto mais estoque de capital (ou bens de capital) t iver a economia, maior será a sua produção. O capital é representado pela letra (K). Mão-de-obra é o próprio trabalho. Tecnologia significa o estudo da técnica. Em Economia, ela representa a forma como a sociedade vai uti l izar os recursos existentes (capital e mão-de-obra) na produção de bens e serviços. Dependendo da tecnologia, sociedades com pouca mão-de-obra e capital podem, de fato, ser mais produtivas e gerar mais bem-estar à sua população que outras com mais mão-de-obra e capital disponíveis. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 27 de 52 Veremos separadamente como estes influem na demanda de mão- de-obra. Começaremos pelo preço da mão-de-obra: o salário. Preço da Mão-De-Obra (Salários) Já pudemos observar no d iagrama básico do mercado de trabalho, figura 18, que a curva de demanda de mão-de-obra é negat ivamente inclinada, ou seja, maiores taxas salariais impl icam menores níveis de trabalhadores demandados. Mas por que isto ocorre? Embora a resposta seja intuitiva, fácil, devemos estudar os dois efeitos responsáveis por essa relação inversa entre as taxas salariais e a Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 28 de 52 preço da mão-de-obra; preço do capital; demanda de produtos; Produto marginal da mão-de-obra; Tecnologia de produção. Aula 00 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Então podemos concluir que a produção total e a forma com que as empresas combinam capital e mão-de-obra, dada uma tecnologia constante, dependem de dois fatores: - do preço da mão-de-obra; - do preço do capital. No entanto, a lém dos preços da mão-de-obra e capital, a produção das f i rmas depende também da demanda de produtos. Isto porque as f irmas não contratam mão-de-obra s implesmente por caridade ou prazer em ajudar os trabalhadores, mas s im porque acreditam que a mão-de- obra contratada poderá contribuir na produção de a lgum produto para venda. Ass im, estatuímos que a produção das f irmas e, por conseguinte, a demanda de mão-de-obra vão depender destas var iáveis: CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO quantidade de trabalhadores demandados. Estes dois efeitos chamados de efeito escala e efeito substituição. Vamos imaginar qual é a relação existente entre os custos da f irma e os salários. A relação é bastante clara: aumentos de salário provocam aumento de custos. Estes custos, ou grande parte deles, são repassados aos consumidores na forma de preços mais elevados. Conforme v imos no estudo da demanda de bens, preços mais elevados provocam menores quant idades demandadas (é a lei da demanda, lembra?). Por sua vez, menores quant idades demandadas irão obrigar as f i rmas a reduzir seu nível de produção. Níveis de produção mais baixos, naturalmente, impl icam menor quant idade demandada de trabalhadores ou, em outras palavras, níveis de emprego mais baixos. Esse declínio no emprego provocado por uma redução na produção é chamado de efeito escala ou efeito de produção. Então, como v imos no parágrafo acima, o aumento de salários provoca redução na produção que, via efeito escala, diminui o nível de emprego. No entanto, podemos ter t ambém um efeito escala no sentido de aumento da produção e, conseqüentemente, dos níveis de emprego. Nota ^ o efeito escala é a alteração do nível de emprego provocado por uma alteração na produção. O efeito escala NÃO é a alteração de salários. A alteração de salários provoca apenas alteração na produção, e é esta que vai provocar o efeito escala. O que acontecerá, baseado no efeito escala, com os níveis de emprego caso os salários se jam reduzidos? Reduções de salários provocam redução de custos que, em parte, são repassados aos consumidores na forma de preços mais baixos. Estes preços reduzidos ocasionarão maior de demanda de bens. Esta maior demanda de bens implicará maior produção por parte das f irmas, o que fará com que mais trabalhadores se jam contratados. Desta forma, em caso de redução de salários, o efeito escala nos diz que haverá aumento de emprego. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 29 de 52 Aula 00 são Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 30 de 52 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Aula 00 Outra importante consequência de um aumento ou redução dos salários diz respeito ao uso do outro fator de produção disponível para produzir: o capital. Caso os salários aumentem, as empresas terão incentivos em adotar uma tecnologia de produção que dependa mais do capital ao invés da mão-de-obra. A lógica é bastante s imples: as empresas têm disponível a mão-de- obra e o capital para produzir. Se um deles se tornar mais caro em relação ao outro, as f irmas procurarão alterar o modo de produção, de forma que seja util izado o fator de produção mais barato. Ass im, se os salários aumentarem, o nível de emprego cairá pois as empresas tenderão a substituir mão-de-obra por capital (máquinas). A isto chamamosde efeito substituição. Em outras palavras, as empresas ter iam incentivos a adotar um modo de produção de "capital intensivo" (maior uso do capital). Se os salários d iminuírem e o fator de produção mão-de-obra ficar mais barato que o fator de produção capital, o nível de emprego tende a aumentar, pois as f i rmas procurarão substituir o capital, que está mais caro, pela mão-de-obra, que está mais barata. Neste caso, o efeito substituição aumentará o nível de emprego. Como conclusão sobre a relação preço da mão-de-obra (salários) e demanda de mão-de-obra, pudemos observar que aumentos de salário, seja pelo efeito escala ou substituição, provocarão menor demanda de mão-de-obra e, conseqüentemente, menores níveis de emprego. Reduções de salário provocarão o efeito inverso: aumento de emprego. Preço do Capital A sistemática de raciocínio da influência do preço do capital na demanda de mão-de-obra (nível de emprego) é a mesma usada na análise do preço da mão-de-obra. Vamos anal isar esta queda de preço do capital baseada nos efeitos escala e substituição, começando pelo efeito escala. Para tanto, necessitamos saber o reflexo da queda do preço do capital sobre a produção. Quando os preços do capital decl inam, os custos de produção seguem o mesmo caminho e tendem a declinar. A queda de custos é repassada aos preços dos produtos, que f icam mais baratos. Produtos mais baratos impl icam maiores demanda e produção por parte das empresas. Esse aumento de produção tende a elevar o nível de emprego desejado. Ass im, o efeito escala, após uma queda nos preços de capital, tende a aumentar a demanda de mão-de-obra a cada nível de salário, empurrando toda a curva de demanda de mão-de-obra para a direita. Nota veja que, como a alteração foi no preço do capital e não nos salários, haverá o deslocamento de toda a curva de demanda de mão-de- obra, e não ao longo da curva, como ocorre quando al teramos os salários. Ve jamos agora o que nos diz o efeito substituição anal isando o caso da queda dos preços do capital. Após uma queda dos preços do capital, as empresas têm incentivos em substituir mão-de-obra por capital, já que este se tornou mais barato em relação àquela. Desta forma, o efeito substituição faz com que o nível de emprego decline a cada nível salarial, deslocando a curva de demanda de mão-de-obra para a esquerda. Uma queda nos preços do capital, então, gera dois efeitos opostos sobre a demanda de mão-de-obra. O efeito escala tende a aumentar a demanda de mão-de-obra, já o efeito substituição tende a decl inar a demanda de mão-de-obra. O efeito resultante é imprevis ível e não é possível sabermos através s implesmente do uso da teoria econômica. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 31 de 52 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Aula 00 Qual a influência sobre o nível de emprego caso o preço do capital se reduza, de forma que fique mais barato usar o capital a usar mão-de- obra? Aula 00 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Nota ^ uma elevação nos preços do capital provocará o mesmo efeito de ambiguidade sobre a resposta da demanda de mão-de-obra. Neste caso, o efeito escala deslocará a curva de demanda de mão-de-obra para a esquerda, já o efeito substituição empurrará a curva de demanda para a direita. Veja, abaixo na figura 19, os possíveis des locamentos na demanda de mão-de-obra devido à queda no preço do capital: Efeito escala domina Quantidade de trabalhadores Fgura i9 Quantidade de trabalhadores Como conclusão, acerca do efeito da queda dos preços do capital sobre a demanda de mão-de-obra, inferimos que não é possível determinar o efeito resultante sobre o nível de emprego. Isto porque os efeitos escala e substituição atuam em sentidos opostos, um empurra a curva de demanda para a direita e o outro empurra para a esquerda, respect ivamente. Demanda de Produtos Finalizando sobre os três fatores que afetam a demanda de mão- de-obra, abordaremos agora a demanda de produtos. A demanda de mão-de-obra é uma demanda derivada. Em outras palavras, a decisão da empresa de contratar trabalhadores deriva, antes de tudo, de sua decisão de produzir ou ofertar um produto no mercado de bens. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 32 de 52 Aula 00 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Ass im, uma fábrica de automóveis contratará mais trabalhadores somente se ela desejar ofertar mais carros para a venda. Caso as vendas de automóveis ao público sofram uma redução, a fábrica, conseqüentemente, demandará menos trabalhadores. Ass im, o raciocínio é bastante s imples: a maior demanda de determinado produto provocará um aumento de produção por parte das empresas. Este aumento de produção provocará maior demanda de mão- de-obra no setor deste produto, é o nosso já conhecido efeito escala. Nota ^ enquanto os preços relativos do capital e da mão-de-obra permanecerem inalterados, não há que se falar sobre efeito substituição. Produto marginal da mão-de-obra Na próxima aula, fa laremos mais a fundo sobre este conceito. Por enquanto, de modo grosseiro, saiba apenas que ele indica a produtividade da mão-de-obra. Se esta produtividade é alta, haverá maior demanda por mão-de-obra, o que deslocará a curva de demanda por mão-de-obra para a direita e para cima. Se esta produtividade é baixa, haverá menor demanda por mão-de-obra, o que deslocará a curva de demanda por mão-de-obra para a esquerda e para baixo. Tecnologia de produção A tecnologia de produção também altera a demanda por trabalho. Suponha que seja desenvolv ida uma nova máquina que substitua o trabalho de dezenas de trabalhadores. Naturalmente, neste mercado de trabalho, a demanda destes trabalhadores (que serão substituídos pela máquina) será reduzida, deslocando a curva de demanda de trabalho para a esquerda e para baixo. Em contrapart ida, a demanda dos trabalhadores que produzem esta máquina será aumentada (serão necessários trabalhadores para fabricar esta nova máquina que foi desenvolvida). Ass im, no mercado de mão-de-obra que possui os trabalhadores que produzem esta máquina, haverá deslocamento da curva de demanda por mão-de-obra para a direita e para cima, aumentando a demanda. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 33 de 52 INTRODUÇÃO À OFERTA DE MÃO-DE-OBRA A curva de oferta de mão-de-obra possui a mesma inclinação da curva de oferta de um bem. Ou seja, ela é posit ivamente inclinada (ver figura 18). Isto quer dizer que, em um determinado mercado, quanto maiores forem as taxas salariais pagas, maior será a oferta de mão-de- obra. A oferta de mão-de-obra irá depender, basicamente, pelo menos por agora em nossos estudos, destes fatores: Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 34 de 52 salários pagos; salários de outras profissões; outros fatores (risco da profissão, estabi l idade, possibi l idade de promoções e remoções, imigração e emigração, etc). Mudanças nos salários pagos provocam mudanças ao longo da curva de oferta, enquanto mudanças nos salários de outras profissões e outros fatores provocam o deslocamento de toda a curva de oferta. Por exemplo, vamos imaginar o mercado de auditores fiscais. O que acontecerá com a oferta de trabalhadores neste mercado, caso o salário pago aos auditores aumente? Haverá maior oferta de auditores fiscais ao mercado, de formaque nos des locaremos ao longo da curva de oferta, caminhando para a direita e para cima, na curva, sobre a curva. CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Aula 00 Por outro lado, o desenvolv imento de determinada tecnologia também faz com que a produtividade marginal do trabalhador (PmgL) seja aumentada, de forma que a demanda por trabalho também aumenta (a tecnologia aumenta a produtividade do trabalhador). Mas, e agora, a tecnologia diminui ou aumenta a demanda por trabalho? Não há uma regra geral. Ass im, como conclusão teórica, af i rmamos apenas que a tecnologia de produção desloca a curva de demanda de trabalho, mas só podemos af irmar se este deslocamento será para a direita (aumenta demanda) ou esquerda (reduz demanda) anal isando caso a caso em detalhes. CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Aula 00 Por outro lado, o que acontecerá com a oferta de auditores, caso o salário dos anal istas do Judiciário aumentem para níveis superiores ao salário dos auditores? Haverá menor oferta de auditores no mercado, pois uma grande quant idade de pessoas preferirá ser anal ista do Judiciário a ser auditor fiscal. Isto posto, temos que a curva de oferta de mão-de-obra de auditores será deslocada para a esquerda. Fgura 20 Aumento de salários pagos aos auditores fiscais Salár Curva de (W) oferta Nova oferta de auditores fiscais após o aumento de salário dos analistas O2 Quantidade de trabalhadores Quantidade de trabalhadores No diagrama do mercado de trabalho de auditores fiscais representado acima, no gráfico da esquerda, observamos o efeito de mudanças salariais no cargo. Como o salário W faz parte do diagrama, o deslocamento ocorre ao longo da curva de oferta. Já quando aumentamos o salário dos anal istas, a tendência é que os trabalhadores dec idam ofertar a sua mão-de-obra para esta carreira que remunera melhor. Como o salário dos anal istas não faz parte do nosso d iagrama e, ao mesmo tempo, temos que representar no gráfico a diminuição da oferta de mão-de-obra no mercado de auditores fiscais, toda a curva de oferta de mão-de-obra dos auditores fiscais é empurrada para a esquerda. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 35 de 52 9 9 9 9 99 Aula 00 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO EQUILÍBRIO NO MERCADO DE TRABALHO Da mesma maneira que ocorre no mercado de bens, o equil íbrio no mercado de trabalho ocorre quando a demanda de mão-de-obra é igual à oferta de mão-de-obra. Em outras palavras, o equil íbrio é atingido quando as duas curvas se encontram: No ponto E, em que a demanda iguala a oferta, nós temos o salário de equilíbrio do mercado, t ambém chamado de salário de compensação do mercado. A este salário, WE, os empregadores podem preencher o número de vagas necessário para sua produção, e todos os trabalhadores que desejam empregos nesse mercado podem encontrá-los. Dito de outra maneira, não há excedente nem escassez. PERTURBANDO O EQUILÍBRIO Quando há a lgum acontecimento que perturbe o equil íbrio do mercado de trabalho, devemos usar o mesmo método de raciocínio que usamos para deslocar as curva de demanda e oferta de bens. Primeiro devemos identificar se o acontecimento é mera alteração de salários no mercado de trabalho em discussão. Caso positivo, os des locamentos serão ao longo das curvas de demanda e oferta de mão- de-obra. Neste caso, o mercado sairá do equil íbrio, havendo escassez ou excesso de mão-de-obra (veja o exemplo 01, a seguir). Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 36 de 52 Fgura 2i Aula 00 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Caso contrário, devemos deslocar ou a curva de demanda de mão- de-obra ou a curva de oferta de mão-de-obra. Aumento na demanda de mão-de-obra deslocará a curva para a direita. Aumento da oferta de mão- de-obra deslocará a curva também para a direita. Reduções em ambos os casos des locam as curvas para a esquerda. Exemplo 1: Quais as consequências da adoção de um salário fixo, abaixo do equil íbrio, para determinado mercado de trabalho? Salário (W) Figura 22 O Escassez L Quantidade de trabalhadores L OF L L Como a alteração é apenas no salário, não haverá deslocamento de nenhuma das duas curvas. Haverá, apenas, deslocamento ao longo das curvas, conforme indicado pelas setas no gráfico à direita. Ass im, quando o salário cai de WE1 para WE2, estaremos, no lado da oferta, no ponto O2, com as quant idades de trabalhadores ofertados LOF. No lado da demanda, estaremos no ponto D2, com as quant idades de trabalhadores demandados LDEM. Observe que, pelo fato de o salário estar abaixo do equil íbrio, as quant idades demandadas de trabalhadores superam as quant idades ofertadas, havendo, portanto, escassez de mão-de-obra (caso fosse estabelecido um salário ac ima do equil íbrio, haveria excesso de mão-de-obra). Exemplo 2: Qual o efeito sobre o mercado de secretárias após um aumento da burocracia imposta pelo governo, através de inúmeras normas a serem cumpridas pelas empresas? Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 37 de 52 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Aula 00 Figura 23 Novo equilíbrio O aumento da burocracia certamente aumentará a demanda de secretárias. Desta forma, toda a curva de demanda de secretárias será deslocada para a direita. Como resultado deste deslocamento, temos um novo ponto de equil íbrio E2, onde temos um novo salário de equil íbrio WE2 e nova quant idade de trabalhadores de equil íbrio LE2. Conclusão: o aumento da burocracia aumentará o salário de mercado e o nível de emprego no mercado de secretárias. Exemplo 3: Entre 1348-1351, a Inglaterra foi atingida por um grave surto da doença conhecida como Peste Negra que, segundo est imat ivas, matou entre 17% a 40% da população inglesa naquele curto período de tempo. Qual foi o impacto de tal acontecimento sobre o mercado de mão- de-obra da época? L Figura 24 Quantidade de trabalhadores Novo equilíbrio L Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 38 de 52 Aula 00 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO A doença e seu alto índice de mortal idade certamente d iminuíram a oferta de trabalhadores. Houve um deslocamento para a esquerda de toda a curva de oferta. Como resultado deste deslocamento, temos um novo ponto de equil íbrio E2, onde temos novo salário e nível de emprego, WE2 e LE2, respect ivamente. Conclusão: a diminuição da oferta de mão-de-obra provoca maiores salários e menor nível de emprego. Bem pessoal, por hoje é só! Segue ao final desta aula uma lista de exercícios, em sua maior ia elaborados por mim, e que conta com alguns exemplos e situações retirados do livro "Moderna Economia do Trabalho" e que servirão para fixar o entendimento do assunto. Os exercícios foram elaborados por mim tendo em vista este assunto só ser objeto de cobrança neste concurso e não haver um banco adequado e suficiente de questões disponíveis. Também procurei colocar o assunto "demanda e oferta de bens" apenas inserido nas questões sobre o assunto "demanda e oferta de trabalho", pois este último é o foco principal da disciplina. Lembrovocê ainda de que o nosso estudo de demanda e oferta de mão- de-obra foi apenas uma visão geral, uma introdução ao assunto. Ele será visto em maiores detalhes nas próximas aulas, de acordo com o nível de cobrança exigido nos últ imos concursos para AFT. Próxima aula, apresentarei mais alguns conceitos básicos do Mercado de Trabalho (salários reais x nominais, ganhos do trabalhador, tipos de mercado), um pouco de teoria da f irma e a primeira parte do estudo da demanda por mão-de-obra. Abraços e bons estudos! Heber Carvalho hebercarvalho@Pontodosconcursos.com.br Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 39 de 52 9 9 9 9 99 Aula 00 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO QUESTÕES COMENTADAS Nota: as questões que não apresentam indicação da banca/cargo/ano foram elaboradas por mim. Ao final da aula, há a reprodução da lista de exercícios sem os comentár ios, caso você queira fazer as questões sem ter o incômodo de ficar " tapando" as respostas e os comentár ios. 01 - (FGV - ICMS/RJ - 2010) - No mercado de trabalho, a curva de demanda por trabalho entre empresas competitivas é tal que: (A) coincide com a curva de valor do produto marginal do trabalho. (B) é insensível às mudanças no preço do produto vendido. (C) é sensível às mudanças tecnológicas que afetam sua produção. (D) coincide com a curva de produto marginal do trabalho. (E) coincide com os pontos da curva de demanda pelo produto. COMENTÁRIOS: Conforme expl icado na aula, a demanda de trabalho é influenciada por: (i) Preço da mão-de-obra (salários) (ii) Preço do capital (iii) Demanda de produtos (iv) Tecnologia de produção (v) Produto marginal da mão-de-obra A letra A está correta, e a letra D está incorreta. Estas assert ivas serão expl icadas somente na próxima aula, portanto, aguarde. A letra C está correta, conforme a lista de itens que inf luenciam a demanda por trabalho. A letra E está incorreta, pois a curva de demanda por trabalho não se confunde com a curva de demanda de bens (ou produtos). São demandas diferentes. As duas são negat ivamente inclinadas, mas isso não significa que as curvas se jam coincidentes. A letra B está incorreta, pois a demanda por trabalho é sensível às mudanças no preço do produto vendido. Isto acontece porque as mudanças no preço do produto vendido al teram a demanda do produto, Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 40 de 52 GABARITO: Anulada (A e C estão corretas) 02 - (CESPE - ANAL. EXEC. em METR. E QUAL.-CIÊNCIAS ECONÔMICAS - INMETRO - 2007 - Adaptada) - Aumentos da demanda de trabalho elevam o nível de emprego. COMENTÁRIOS: Aumentos da demanda de trabalho des locam a curva de demanda de trabalho para a direita e para cima, o que aumenta os salários e o nível de emprego (é a mesma situação representada na figura 23). GABARITO: CERTO 03 - (CESPE - ECONOMISTA - MPU - 2010) - Imigração, mudança nas preferências do trabalhador e mudanças tecnológicas deslocam a curva de oferta de mão de obra. COMENTÁRIOS: A imigração e a mudança nas preferências do trabalhador des locam a curva de OFERTA de mão-de-obra. Até aqui, está correta a assert iva. No entanto, as mudanças tecnológicas des locam a curva de DEMANDA de mão-de-obra. Portanto, está errada a assert iva, pelo fato de enumerar as mudanças tecnológicas como fator que desloca a oferta de mão-de-obra. GABARITO: ERRADO 4 - Nos princípios da década de 1970, o Egito sofreu um drástico esvaziamento de trabalhadores da construção civil, que buscavam salários mais elevados na Arábia Saudita. Na mesma época, a demanda por seus serviços se elevou no Egito. Os efeitos sobre os salários e nível de emprego para o mercado destes trabalhadores no Egito, na época, foram, respectivamente: a) salários reduzidos e menor nível de emprego Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 41 de 52 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO Aula 00 logo, haverá alteração da demanda da mão-de-obra que produz este produto. Por isto, d izemos que a demanda por trabalho é uma demanda derivada. Aula 00 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO b) salários reduzidos e maior nível de emprego c) salários maiores e maior nível de emprego d) salários maiores e menor nível de emprego e) salários maiores e quanto ao nível de emprego, não é possível determinar se houve mudança para maior ou menor. COMENTÁRIOS: O êxodo de trabalhadores para fora do Edito desloca a curva de oferta de trabalhadores para a esquerda. Ao mesmo tempo, a maior demanda por estes trabalhadores desloca a curva de demanda para a direita. Como resultado, observamos maiores salários e aprox imadamente o mesmo nível de emprego, sendo que não é possível determinar se houve alteração para maior ou menor em relação a este últ imo. GABARITO: E 5 - Analise o impacto no mercado de mão-de-obra provocado pelo aumento no risco de determinada ocupação. a) o aumento do risco na ocupação influi na demanda de mão-de-obra, provocando maiores salários e menor nível de emprego. b) o aumento do risco na ocupação provoca deslocamento ao longo da curva de oferta, provocando escassez de mão-de-obra. c) o aumento do risco na ocupação diminui a oferta, empurrando toda a curva para a esquerda, aumentando os salários dos trabalhadores deste mercado. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 42 de 52 Aula 00 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO d) o aumento do risco desloca a curva de oferta de mão-de-obra para a direita, provocando menores salários e maior nível de emprego, já que poucas pessoas são propensas ao risco. e) o aumento do risco provoca deslocamento ao longo da curva de demanda, provocando excesso de mão-de-obra. COMENTÁRIOS: São fatores que influem na oferta de mão-de-obra: - salários deslocamento ao longo da curva; - salários de outras ocupações deslocamento da curva; - outros fatores (risco, estabi l idade, plano de saúde, ambiente de trabalho) deslocamento da curva. O aumento do risco na ocupação certamente diminui a oferta de mão-de-obra, provocando um deslocamento da curva para a esquerda. No novo equil íbrio, teremos salário maior e nível de emprego menor. GABARITO: C 6 - Quais as consequências para o mercado de trabalhadores da indústria automobilística após uma redução de impostos sobre a produção e que tenha como reflexo imediato o aumento do consumo de automóveis? a) redução de salários tendo em vista haver maior oferta de trabalhadores para o setor automobil íst ico. b) aumento de salários e do nível de emprego. Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 43 de 52 Aula 00 CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR HEBER CARVALHO c) somente aumento de salários, devido à maior demanda por mão-de- obra provocada pela maior demanda de produtos. d) somente aumento no nível de emprego, tendo em vista as contratações que serão real izadas pela indústria de carros. e) não haverá alteração de salários nem do nível de emprego. COMENTÁRIOS: São fatores que influem na demanda de mão-de-obra: - preço da mão-de-obra (salários) deslocamento ao longo da curva; - preço do capital des locamento da curva; - demanda de produtos deslocamento da curva. - produto marginal da mão-de-obra deslocamento
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