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Economia do Trabalho Aula 00

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Aula 00 
CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR HEBER CARVALHO 
AULA 00 
Olá caros alunos, 
É com grande satisfação que lançamos este curso de Economia 
do Trabalho formatado especialmente para atender às necessidades 
daqueles que se preparam para o concurso de Auditor Fiscal do Trabalho. 
Para quem não me conhece, meu nome é Heber Carvalho, sou 
bacharel em Ciências Mil itares, formado pela AMAN (Academia Mil itar das 
Agulhas Negras). Após pouco mais de 08 anos no Exército, fui aprovado 
no concurso para Auditor Fiscal do Município de São Paulo (AFTM-SP, 4°. 
Lugar), cargo que exerço nos dias de hoje atuando na f iscal ização de 
instituições f inanceiras. Paralelamente, ministro aulas de Economia e 
matér ias relacionadas (Economia do Trabalho, Economia Brasileira, 
Micro/Macro, etc) em cursos preparatórios de São Paulo e aqui no Ponto 
dos Concursos. 
Falemos um pouco do conteúdo e da metodologia do nosso 
curso, começando pelo primeiro. Dentro da discipl ina Economia do 
Trabalho, não há qualquer livro1 que aborde todo o conteúdo exigido na 
prova e que seja voltado para concursos, o que obriga o candidato a se 
desdobrar pesquisando materiais, cursos, aposti las, e que nem sempre 
são confiáveis. Meu objetivo é apresentar não só todo o conteúdo do 
edital, mas também determinados assuntos da Micro e da Macroeconomia 
que são pré-requisitos necessários para o aprendizado da Economia do 
Trabalho. 
Então não estranhe o fato de, em determinadas aulas, você estar 
lendo algo que não consta expl ic i tamente no edital. Fique calmo, eu não 
sou louco! Aquilo que estarei expl icando será necessário dentro do 
estudo da Economia do Trabalho. Por exemplo, não adianta estudarmos a 
demanda por mão-de-obra sem, antes, termos boas noções de como as 
f irmas funcionam e como elas contratam mão-de-obra. Isto porque quem 
demanda mão-de-obra são as f irmas. Ass im, somos "conv idados" a 
1 Existe apenas uma publicação traduzida para o Português, chamada "A Moderna Economia do 
Trabalho", de Ehrenberg e Smith. No entanto, este livro apresenta toda a teoria toda para o 
mercado de trabalho norte-americano, o que faz com que algumas de suas partes e conceitos não 
possam ser utilizadas como referência para a nossa prova. Neste sentido, é necessário buscar 
algumas definições em outras fontes, como as notas do IBGE, DIEESE e OIT. 
Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 1 de 52 
Já t ivemos 04 concursos para AFT em que esta discipl ina foi exigida 
(em 1998, 2003, 2006 e 2010), total izando 30 questões. Nas provas 
apl icadas em 1998 e 2003, a ESAF (banca organizadora do concurso de 
AFT) util izou basicamente a teoria econômica tradicional para formular as 
questões. Muitas delas podiam ser encontradas em livros acadêmicos de 
Micro e/ou Macroeconomia. Em 2006, no entanto, a banca pegou pesado 
e util izou conhecimentos econômicos mais avançados, alguns deles só 
ex istem em livros específ icos de Economia do Trabalho (Labour 
Economics). Em 2010, a ESAF fez uma prova atípica, e cobrou assuntos 
meramente teóricos2, uti l izando bibliografias e fontes pouco conhecidas3 
pelos concurseiros. 
2 História do mercado de trabalho (nos anos 50, 90, etc), teoria do Subemprego, retirado do site da 
OIT (Organização Internacional do Trabalho), por exemplo. 
3 Apenas para exemplificar, foi cobrada uma questão sobre salário mínimo extraída do livro de 
Márcio Pochmann, economista filiado ao PT. Por sorte, a questão não era difícil, e sabendo a teoria 
tradicional, era possível acertá-la, mesmo não conhecendo a bibliografia citada pela questão. 
Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 2 de 52 
Aula 00 
CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR HEBER CARVALHO 
estudar um pouco de teoria da f irma ( também chamada de teoria da 
produção), objeto de estudo da Microeconomia. Ao estudarmos o 
desemprego, seremos inevitavelmente conduzidos a estudar um pouco de 
inflação, política fiscal, monetár ia, todos estes são objetos de estudo da 
Macroeconomia. 
Seguem abaixo os assuntos exigidos em Economia do Traba lho: 
Economia do Trabalho: 1. Conceitos básicos e Definições. População e força de 
trabalho. População economicamente ativa e sua composição: empregados, 
subempregos e desempregados. Rotatividade da Mão-de-obra. Indicadores do 
mercado de trabalho. Mercado de trabalho formal e informal. 2. O mercado de 
trabalho. Demanda por trabalho: o modelo competitivo e modelos não 
competitivos, as decisões de emprego das empresas, custos não salariais, 
elasticidades da demanda. Oferta de trabalho: a decisão de trabalhar e a opção 
renda x lazer, a curva de oferta de trabalho, elasticidades da oferta. O equilíbrio 
no mercado de trabalho. 3. Os diferenciais de salário. Diferenciação 
compensatória. Capital Humano: educação e treinamento. Discriminação no 
mercado de trabalho. Segmentação no mercado de trabalho. 4. Desemprego. A 
taxa natural de desemprego. Tipos de desemprego e suas causas. Salário 
eficiência e modelos de procura de emprego. 5. Instituições e mercado de 
trabalho. A intervenção governamental: política salarial e políticas de emprego. 
Assistência ao desemprego. Modelos tradicionais sobre o papel dos sindicatos e 
modelo de preferência salarial. Sindicato: monopólio bilateral e monopsônio. 6. 
O mercado de trabalho no Brasil. 
9 9 9 9 9 99 Aula 00 
CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR HEBER CARVALHO 
Nosso objetivo neste curso é prepará-lo para qualquer tipo de 
cobrança. Ass im, apresentaremos o conteúdo sem negligenciar nenhuma 
área. A abordagem será profunda nos tópicos tradic ionalmente 
econômicos (envolvendo conhecimentos da micro e da macroeconomia) e 
também nos tópicos essencia lmente teóricos (mercado de trabalho no 
Brasil, subemprego, trabalho formal e informal, etc). 
Baseado nesta premissa, apresento a nossa programação de aulas 
e a sequência em que abordaremos os conteúdos previstos no edital: 
AULA 00 
(Demonstrativa) 
Noções sobre demanda e oferta no mercado de bens e 
visão geral da demanda e oferta de trabalho. 
AULA 01 
(17/06) Demanda por trabalho (Parte I). 
AULA 02 
(27/06) 
Demanda por trabalho (Parte II). O modelo competitivo e 
modelos não competitivos, as decisões de emprego das 
empresas, custos não salariais, elasticidades da demanda. 
AULA 03 
(07/07) Oferta de trabalho (Parte I). Teoria do consumidor 
AULA 04 
(18/07) 
Oferta de trabalho (Parte II). A decisão de trabalhar e a 
opção renda x lazer, a curva de oferta de trabalho, 
elasticidades da oferta. O equilíbrio no mercado de 
trabalho. 
AULA 05 
(28/07) 
Os diferenciais de salário. Diferenciação compensatória. 
Capital humano: educação e treinamento. Discriminação no 
mercado de trabalho. Segmentação no mercado de 
trabalho. 
AULA 06 
(08/08) 
Conceitos básicos e definições (do mercado de trabalho). 
População e força de trabalho. População economicamente 
ativa e sua composição: empregados, subempregados e 
desempregados. Rotatividade da mão-de-obra. Indicadores 
do mercado de trabalho. Mercado formal e informal. 
AULA 07 
(18/08) 
Introdução: modelo clássico, keynesiano, modelo de oferta 
e demanda agregada. Desemprego. A taxa natural de 
desemprego. Tipos de desemprego e suas causas. Salário 
eficiência e modelos de procura de emprego. 
AULA 08 
(29/08) 
Instituições e mercado de trabalho. A intervenção 
governamental: política salarial e políticas de emprego. 
Assistência ao desemprego. Modelos tradicionais sobre o 
papel dos sindicatos e modelo de preferência salarial. 
Sindicato: monopólio bilateral e monopsônio. O mercadode 
trabalho no Brasil 
AULA 09 
(09/09) 
Simulado com aproximadamente 40 questões de múltipla 
escolha completas, inéditas e comentadas. 
Nota: teremos aulas de 10 em 10 dias. 
Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 3 de 52 
Ressalto que estes temas de Economia do Trabalho são muito 
pouco cobrados em outros concursos. Ass im, grande parte destas 160 
questões será elaborada por mim (mais de 100 questões sou eu quem 
elaboro). É lógico que, na elaboração destas questões, eu procuro fazer 
com que o aluno seja obrigado a se lembrar dos conceitos aprendidos, 
bem como a raciocinar sobre a matéria. Também procuro " imi tar" a ESAF, 
trazendo o seu estilo peculiar de questões. Vocês podem conferir como 
isso funciona ao final desta aula demo. Também julgo importante dizer 
que prat icamente tudo o que existe de questões relacionadas à Economia 
do Trabalho e que já foi cobrado nos últ imos 10 anos estará sendo 
abordado em nosso curso, não importa a banca ou o concurso. Mesmo 
assim, acredite, há poucas questões sobre isso, e é jus tamente por isso 
que você verá muitas questões inéditas, e laboradas por mim. 
Nosso curso NÃO exigirá conhecimentos prévios e partirá do 
pressuposto de que o aluno nunca estudou Economia na vida. 
Creio que este caminho seja o melhor, pois possibil ita o aprendizado 
daqueles que não tem qualquer noção inicial da matér ia e, ao mesmo 
tempo, possibil ita aos que já têm a lgum conhecimento revisar os 
conteúdos. 
Por fim, antes de iniciar a aula, gostaria de ressaltar que tive o 
privilégio de ministrar esta discipl ina para o último concurso de AFT e 
posso dizer sem sombra de dúvida que, dentre os vár ios cursos que 
ministrei aqui no Ponto, o curso de Economia do Trabalho foi aquele que 
me trouxe maior motivação e alegria, em parte devido à matéria, que é 
muito interessante, e t ambém devido à interação com a turma. Em 
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Aula 00 
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ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR HEBER CARVALHO 
Cada aula conterá aprox imadamente 45 a 50 páginas. A lgumas, 
eventualmente, poderão conter um pouco mais de 50 páginas. 
Inic ia lmente será abordada, em cada encontro, a teoria e, ao final da 
aula, serão colocados exercícios comentados sobre o tema expl icado, 
dando especial atenção àqueles da ESAF. Teremos contabilizado, ao 
final do curso, 160 questões comentadas. É claro que, dentro disto, 
estarão comentadas todas as questões cobradas nos concursos passados 
de AFT. 
GENERALIDADES 
A primeira parte desta aula não consta expl ic i tamente no edital, 
mas, será essencial para o entendimento de outros assuntos. Serão 
apresentados, nesta parte, os conceitos da demanda e oferta no mercado 
de bens. Estes conceitos são os pilares da Economia, ass im como somar e 
subtrair são os pilares da Matemática. 
O nosso objetivo, ao estudar estes conceitos que não constam no 
edital, é tornar muito mais s imples e fact ível o entendimento da demanda 
e oferta de trabalho, que estão na segunda parte da aula. Isto porque o 
mercado de trabalho, também chamado de mercado de mão-de-obra, 
depende tota lmente do mercado de bens/produtos. Ass im, entender a 
demanda e oferta de trabalho passa por entender a demanda e oferta de 
bens, já que aquelas dependem destas. 
Desta forma, ensinar a demanda e oferta de trabalho, sem antes 
ensinar a demanda e oferta de bens, seria como tentar ensinar a lguém 
que não sabe andar de bicicleta a andar de moto. Até seria possível, mas 
aprender a andar de bicicleta, antes de andar de moto, pode ser muito 
mais inteligente, rápido e evitar vár ios tombos desnecessár ios. 
Antes de começarmos, apenas gostaria de lembrar- lhes que vou 
partir do pressuposto que ninguém nunca estudou Economia e 
nem tem formação na área de exatas. 
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aval iação real izada à época junto aos alunos matr iculados, t ivemos a 
fel icidade de obter mais de 98% de aprovação. 
Bem, isto posto, vamos então iniciar nossa jornada. Todos 
prontos?! Então, aos estudos! 
Aula 00 
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ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR HEBER CARVALHO 
A demanda ou procura de um bem é s implesmente a quant idade 
deste bem que os consumidores/compradores desejam adquir ir a 
determinado preço, em determinado período de tempo. 
Dentro desta ideia, surge o conceito fundamental de curva de 
demanda de um bem. Ela informa, graf icamente, a quant idade que os 
consumidores desejam comprar à medida que muda o preço unitário. A 
primeira pergunta que vem à cabeça é a seguinte: Como seria esta 
curva? 
Para descobrir o "je i to" ou formato da curva, devemos saber qual a 
relação que existe entre as var iáveis que constam no gráfico em que ela 
está. No gráfico da curva de demanda, temos a quantidade de bens 
demandados no eixo X (eixo horizontal ou eixo das abscissas), e temos o 
preço do bem no eixo Y (eixo vert ical ou eixo das ordenadas), conforme 
vemos na figura 01. Então, temos que descobrir qual a relação existente 
entre o preço do bem e a quant idade demandada. 
Imaginemos um bem qualquer. Vamos adotar, como exemplo, 
aproveitando a Páscoa que aconteceu há poucas semanas 4 , o Ovo de 
Páscoa. O que aconteceria com a quant idade demandada de Ovos de 
Páscoa caso seu preço est ivesse bastante baixo? O que aconteceria com a 
quant idade demandada de Ovos de Páscoa caso seu preço est ivesse alto? 
As respostas são bastante óbvias: ter íamos alta e baixa quant idade 
demandada, respect ivamente. 
A conclusão a que chegamos é a seguinte: a quant idade 
demandada ou procurada de um bem varia inversamente em relação ao 
seu preço. Em outras palavras, quanto mais caro está o bem, menos ele é 
demandado. Quanto mais barato está o bem, mais ele é demandado. Esta 
é a milenar lei da demanda, e qualquer um de nós quando vai ao mercado 
fazer compras aplica esta lei, ainda que impl ic i tamente. 
4 Esta aula demonstrativa está sendo enviada em 18/05/2011. 
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DEMANDA (PROCURA) 
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Pois bem, voltando à curva de demanda, como ela seria? Quando as 
duas var iáveis do gráfico atuam em sentido inverso, isto é, uma aumenta 
e a outra diminui e/ou v ice-versa, como é o caso dos preços e 
quant idades demandadas, a curva do gráfico terá inclinação para baixo. 
Imagine a seguinte função de demanda (QD = quant idade demandada e P 
= preço) de Ovos de páscoa e seu respectivo gráf ico: 
QD = 14 - 2P 
Preço 
Figura 01 
Curva de demanda: 
Qd = 14 - 2P 
2 10 Quantidade 
de produtos 
enquanto o preço cai, a quant idade demandada sobe. Temos uma relação 
inversa e quando isto acontece, a curva tem sua inclinação para baixo. 
Existem vár ias outras maneiras de expressar que a curva tem sua 
inclinação para baixo e que existe uma relação inversa entre a var iável do 
eixo Y e a var iável do eixo X. Você tem que estar famil iar izado com todas 
estas nomenclaturas. Ass im, podemos dizer que a curva de demanda tem 
inclinação para baixo, decrescente, descendente ou negativa. 
Do ponto de vista algébrico, sabemos que a curva de demanda será 
decrescente pelo sinal negativo do número/coef ic iente que multipl ica 
a lguma das var iáveis. Ass im, na equação da demanda apresentada, QD = 
14 - 2P, o sinal negativo quemultipl ica a var iável P (Preço) garante a 
relação inversa entre QD e P, indicando que quando uma var iável 
aumenta, a outra diminui e v ice-versa, or ientando, ass im, a inclinação 
decrescente da curva de demanda. 
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Veja que no ponto A o preço é 6 e a quant idade demandada é 2 
bens ( 
reduzimos o preço de 6 para 2, a quant idade demandada aumentou de 2 
para 10 
À medida que 
Ou seja, 
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Exceção à lei da demanda: existe um único tipo de bem que não 
obedece à lei da demanda: é o bem de Giffen. Para este bem, 
aumentos de preço geram aumentos de quant idade demandada e 
reduções de preço geram redução de quant idade demandada. 
Então veja que as var iáveis preço e quant idade demandada 
caminham no mesmo sentido, indicando que a curva de demanda 
do bem de Giffen terá inclinação positiva, direta, ascendente ou 
crescente. O paradoxo de Giffen é uma situação muito difícil de ser 
verif icada na prática. Como exemplo deste tipo de bem, temos os 
bens de baixo valor, mas que possuem elevada importância no 
consumo do indivíduo. Por exemplo, suponha uma situação em que 
temos uma famíl ia pobre diante da ocorrência de um aumento no 
preço do pão. Como a renda da famíl ia é bastante baixa, o aumento 
do preço do pão fará com que sobre menos renda para o consumo 
de outros bens, de forma que a famíl ia optará por aumentar o 
consumo de pães. Neste caso, ocorre o paradoxo de Giffen e o pão 
será um bem de Giffen, pois o aumento de preços provocou 
aumento das quant idades demandadas. 
Então v imos neste tópico que a quant idade demandada de um bem 
depende de seu preço e que essa relação é inversa, ocasionando uma 
curva de demanda negat ivamente inclinada, decrescente, descendente ou 
com inclinação para baixo. V imos também que o raciocínio deve ser 
inverso se o bem for de Giffen. 
FATORES QUE AFETAM A DEMANDA 
A demanda de um bem depende de uma série de outros fatores que 
vão além s implesmente do preço deste bem: 
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Preço: já visto no item de introdução à Demanda. 
Renda do consumidor: na maioria das vezes, o aumento de 
renda provoca o aumento da demanda. 
Preços de outros bens: se o consumidor deseja adquir ir arroz, 
ele também verif icará o preço do feijão, já que o consumo destes 
bens é associado. O mesmo ocorre com o preço do DVD e do 
aparelho de DVD. Quando o consumo de um bem é associado ao 
ALTERANDO A DEMANDA 
Vamos anal isar agora como os fatores do item anterior afetam a 
curva de demanda : 
a) PREÇOS: quando os preços dos produtos sobem, a quantidade 
demandada cai, e v ice-versa. A principal conclusão a que 
chegamos é que mudança de preços ocas ionam des locamentos 
NA curva de demanda, AO LONGO DA CURVA. 
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Aula 00 
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ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS 
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consumo de outro bem, d izemos que estes bens são 
complementares. De forma oposta, quando o consumo de um 
bem substitui ou exclui o consumo de outro bem, d izemos que 
estes bens são substitutos ou sucedâneos. É o que acontece, 
neste último caso, com a manteiga e a margar ina, refr igerante e 
suco, carne bovina e carne de frango, etc. 
Outros fatores: aqui entram os gostos dos consumidores que 
podem var iar devido a inúmeros fatores. Exemplos: a demanda 
de protetores solar aumenta no verão, a demanda de carvão 
para churrasco é maior no Sul do Brasil, a demanda por camisas 
da seleção brasileira aumenta em época de copa do mundo, a 
não real ização de concursos públicos diminui a demanda de 
cursos, etc. 
A demanda de um bem, portanto, depende não só dos vár ios 
fatores listados acima, mas, sobretudo, da ação conjunta deles. Para que 
os economistas cons igam anal isar a influência de uma var iável na 
demanda, uti l iza-se a suposição de que todas as outras var iáveis 
permanecem constantes. No jargão econômico é util izado o termo 
coeteris paribus, que quer dizer: todo o restante permanecendo 
constante. 
Por exemplo, ao af i rmamos que o aumento da renda, coeteris 
paribus, aumenta a demanda de um bem, estamos af i rmando que 
devemos considerar isoladamente o aumento de renda na demanda. 
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Na figura 02, acima, v imos que o aumento de preços (de P1 para 
P2) provocou uma redução na quant idade demandada (de Q1 
para Q2). Para que isto ocorresse a curva de demanda não 
precisou sair do lugar, pois nos des locamos na curva, sobre a 
curva ou, ainda, ao longo da curva de demanda. 
b) RENDA DO CONSUMIDOR: para os bens ditos normais, 
aumentos de renda dos consumidores, coeteris paribus, 
provocam aumento da demanda (veja que estamos falando em 
aumento da demanda e NÃO aumento da quant idade 
demandada). Veja, graf icamente, o que acontece com a curva de 
demanda de um bem normal após um aumento de renda dos 
consumidores: 
Fig. 03 
P 
Após o aumento de 
renda, D1 se desloca 
para D2 
D, 
Q1 
Após o aumento de renda, TODA a curva de demanda se desloca 
para a direita, indicando maiores quant idades demandadas ao 
mesmo nível de preços. Caso tenhamos um bem inferior, que, 
por definição, é o bem cuja demanda diminui quando o nível de 
renda do consumidor aumenta, o raciocínio é diferente. Neste 
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Figura 02 
Quantidades 
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caso, aumentos de renda farão com que a curva de demanda se 
desloque para a esquerda, indicando menor demanda. Como 
exemplo, temos a carne de segunda. Após um aumento de 
renda, o consumidor tende a diminuir o consumo da carne de 
segunda e a aumentar o consumo de carne de primeira (melhor 
qual idade). Veja, graf icamente, o efeito de um aumento de 
renda para um bem inferior: 
Fig.04 
P 
Após o aumento de 
renda, D1 se desloca 
para D2 
DI 
QI 
DI 
c) PREÇOS DE OUTROS BENS: 
1) Bens substitutos: os preços de outros bens relacionados 
podem influenciar a demanda de um bem X. Quando o consumo 
de um bem relacionado exclui o consumo de outro bem, dizemos 
que estes bens são substitutos. É o que acontece, por exemplo, 
com a carne bovina e a carne suína. O que acontecerá com a 
demanda de carne suína se o preço da carne bovina se elevar? A 
lei da demanda diz que a quant idade demandada de carne 
bovina irá diminuir. Como as carnes bovina e suína são 
substitutas, os consumidores irão substituir o consumo de carne 
bovina por carne suína, por conseguinte, a demanda por carne 
suína aumentará em virtude do aumento de preços da carne 
bovina. Veja, graf icamente, o resultado sobre a curva de 
demanda de carne suína após o aumento do preço de um bem 
substituto: 
Fg. 05 
P 
Após o aumento 
de preço de um 
bem substituto 
QI 
D, 
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Caso haja diminuição do preço de um bem substituto ocorrerá 
jus tamente o raciocínio inverso. Tomemos como exemplo 
novamente o exemplo das carnes bovina e suína. O que 
acontecerá com a demanda de carne suína se o preço da carne 
bovina for reduzido? Alei da demanda nos diz que a quant idade 
demandada de carne bovina aumentará. Como os bens são 
substitutos, a maior demanda de carne bovina implicará 
obr igator iamente uma menor demanda de carne suína. Observe, 
graf icamente, o resultado provocado sobre a curva de demanda 
de carne suína após a diminuição de preços da carne bovina: 
Fg. 06 
P 
Após redução de 
preço de um bem 
substituto, D1 se 
desloca para D2 
DI 
QI 
DI 
Então, temos as seguintes conclusões considerando os bens X e 
Y sendo substitutos: 
2) Bens complementares: quando o consumo de um bem é 
associado ao consumo de outro bem, d izemos que estes são 
complementares. É o que ocorre com o arroz e o feijão, terno e 
gravata, pão e manteiga, etc. O que acontecerá com a demanda 
de feijão se o preço do arroz diminuir? A lei da demanda nos diz 
que, com a diminuição do preço do arroz, a quant idade 
demandada de arroz deve aumentar. Como o consumo dos bens 
é complementar , o maior consumo de arroz deve aumentar a 
demanda de feijão, já que as pessoas gera lmente comem arroz 
com feijão. Veja, graf icamente, o efeito sobre a curva de 
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ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS 
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demanda de um bem após a diminuição de preço de outro bem 
que seja complementar àquele: 
Fg. 07 
P 
Após a redução de 
preço de um bem 
complementar 
Qi 
Caso ocorra um aumento de preço de um bem complementar , o 
raciocínio é jus tamente o inverso. O que acontecerá com o 
consumo de feijão se o preço do arroz aumentar? A lei da 
demanda nos diz que a quant idade demandada de arroz deve 
diminuir. Esta diminuição do consumo de arroz vai provocar a 
diminuição do consumo de feijão, tendo em vista os bens serem 
complementares. Veja graf icamente, o efeito sobre a curva de 
demanda de um bem após o aumento do preço de um bem que 
seja complementar àquele: 
Fg. 08 
P 
Para concluir, temos as seguintes relações para os bens X e Y, 
complementares: 
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d) OUTROS FATORES: aqui podemos ter infinitas var iáveis que 
inf luenciam a curva de demanda de um bem. Entre elas, 
podemos destacar o cl ima (demanda de óculos de sol aumenta 
no verão e diminui no inverno), a época (no Natal, a demanda da 
grande maioria dos bens aumenta), a publicidade e propaganda 
(ter uma grande modelo como garota-propaganda pode 
impuls ionar a demanda de determinada marca de roupas), o 
tamanho do mercado (se há um aumento do número de 
consumidores devido a um movimento migratório, por exemplo, 
a demanda pela maioria dos bens será maior), etc. Aqui neste 
item, a exemplo do que aconteceu nos itens b) e c), estamos 
falando do deslocamento da curva de demanda como um todo, 
de forma que ela se desloca para a direita ou para a esquerda. 
Apenas para exempli f icar, imagine a curva de demanda do bem 
cerveja. O que aconteceria com esta curva de demanda caso 
fosse anunciada uma descoberta científica de que a cerveja 
previne câncer, ataques do coração e impotência? (seria incrível, 
não?!) A demanda por cerveja aumentar ia e TODA a curva de 
demanda de cerveja se deslocaria para a direita, no sentido de 
aumento do consumo: 
Fg. 08 
P 
Após o anúncio 
da descoberta 
QI 
Importante: Mudanças no preço de um bem X provocam 
deslocamentos NA, AO LONGO, SOBRE a curva de 
demanda (a curva fica no mesmo lugar), enquanto 
qualquer mudança em quaisquer outros fatores que não 
sejam o preço do bem provoca deslocamento DA curva de 
demanda (a curva inteira sai do lugar). 
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OFERTA 
A oferta de um bem é s implesmente a quant idade deste bem que os 
produtores/vendedores desejam vender a determinado preço, em 
determinado período de tempo. 
Dentro desta idéia, surge o conceito fundamental de curva de oferta 
de um bem. Ela informa, graf icamente, a quant idade que os vendedores 
desejam vender à medida que muda o preço unitário. 
Nós v imos, no estudo da curva de demanda, que quanto maior for o 
preço, menores serão as quant idades demandadas pelos consumidores. 
No entanto, do ponto de vista da oferta, devemos mudar a forma de 
raciocínio, isto porque quem dita a oferta são os produtores e não mais os 
consumidores. 
Do ponto de vista dos produtores, quanto maior for o preço de um 
bem melhor será. Maiores preços indicam maiores lucros e maiores serão 
os incentivos para aumentar a produção. Desta forma, há uma relação 
diretamente proporcional entre os preços e as quant idades ofertadas. 
Ass im, o gráfico da curva de oferta terá inclinação para cima, ascendente, 
crescente ou positiva. 
Imagine a seguinte função de oferta (QO = quant idade ofertada e P 
= preço) e seu respectivo gráfico: 
QO = 1 + 2P 
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Curva de oferta: 
QO = 1 + 2P 
Figura 09 
Quantidade 
de produtos 
Do ponto de vista algébrico, sabemos que a curva de oferta será 
ascendente pelo sinal positivo do número/coef ic iente que multipl ica as 
duas var iáveis. Ass im, na equação de oferta apresentada, QO = 1 + 2P, o 
sinal positivo que acompanha as var iáveis QO e P garante a relação direta 
entre QO e P, indicando que, quando uma var iável aumenta, a outra 
também aumenta e v ice-versa, or ientando, assim, a inclinação crescente 
da curva de oferta. 
FATORES QUE AFETAM A OFERTA 
Preço do bem: já visto. 
Custos de produção: quanto maiores os custos de produção, 
menor o est ímulo para ofertar o bem ao mesmo nível de preços. 
Quanto menores os custos de produção, maior será o est ímulo 
para ofertar o bem. Como exemplo de custos de produção, 
podemos apresentar os tr ibutos, salários dos empregados, taxas 
de juros, preço das matér ias-pr imas, etc. 
Tecnologia: o aumento de tecnologia est imula o aumento da 
oferta, tendo em vista que o desenvolv imento da tecnologia, 
geralmente, implica reduções do custo de produção e aumento 
da produtividade. 
Preços de outros bens: se os preços de outros bens (que usam 
o mesmo método de produção) subirem enquanto o preço do 
bem X não se altera, obviamente, os produtores procurarão 
ofertar aquele bem que possui o maior preço e lhe trará maiores 
lucros. 
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Simi larmente à demanda, a oferta é influenciada por vár ios fatores 
a lém do preço: 
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Veja que no ponto A o preço é 2 e a quant idade ofertada é 5 (QO = 1 + 
À medida que aumentamos o preço de 2 para 
6, a quant idade ofertada aumentou de 5 para 13 
+ 2.6 = 13). Ou seja, enquanto o preço sobe, a quant idade ofertada 
sobe. Temos uma relação direta e quando isto acontece, a curva tem sua 
inclinação para cima, crescente ou ascendente. 
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Outros fatores: aqui, a exemplo da demanda, temos uma 
infinidade de fatores que podem alterar a oferta. Apenas para 
citar um exemplo, uma superoferta de qualquer produto agrícola 
pode ter sido causada por uma excelente safra, devido a boas 
condições cl imáticas no campo. 
Da mesmamaneira do que ocorre na curva de demanda, alterações 
de preços provocam des locamentos ao longo da curva de oferta (ela 
continua no mesmo lugar). Alterações nos custos de produção, 
tecnologia, preços de outros bens e outros fatores provocam 
deslocamentos de toda a curva de oferta. 
O método de raciocínio é idêntico ao da curva de demanda. Quando 
t ivermos a lguma alteração no sentido de aumentar a oferta, ela como um 
todo será deslocada para a direita, com exceção de alteração nos preços 
em que o des locamento será ao longo da curva. Exemplo: ve jamos na 
figura 10 o que acontece com a curva de oferta caso o governa decida 
fazer um corte de tributos sobre a produção: 
Fg. 10 
P 
Após o corte 
de tributos 
Qi 
Observe que fatores que aumentem a oferta provocam 
deslocamentos para a direita, ass im como ocorre na curva de demanda. A 
diferença básica é que na curva de oferta, a lém de ser deslocada para a 
direita, a curva também é deslocada para baixo. Isto acontece porque a 
curva de oferta tem inclinação para c ima ou ascendente, já a curva de 
demanda tem inclinação para baixo ou descendente. 
Memorize apenas que aumentos de oferta ou de demanda fazem 
com que estas curvas se des loquem para a direita, caminhando, no eixo 
das abscissas do gráfico, para maiores quant idades demandadas ou 
ofertadas. 
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Se a curva irá para c ima ou para baixo, isto dependerá da 
inclinação da curva. Como a curva de demanda é descendente, seu 
deslocamento será para a direita e para cima. Como a curva de oferta é 
ascendente, seu deslocamento será para a direita e para baixo. Caso haja 
reduções de oferta ou demanda, o raciocínio é inverso. 
EQUILÍBRIO 
Agora que estudamos a demanda e oferta de bens, podemos definir 
o preço e quant idade de equil íbrio de mercado. É importante destacar que 
qualquer resultado do mercado de bens, seja no preço ou quant idade de 
equil íbrio, é fruto da interação entre as forças de demanda e oferta. 
Parafraseando o economista Alfred Marshall, um dos autores das leis da 
demanda derivada que serão vistas na aula 04: "é necessário tanto a 
demanda como a oferta para determinar resultados econômicos, da 
mesma forma como são necessárias as duas lâminas de uma tesoura para 
cortar um tecido." 
Pois bem, dadas duas curvas, uma de demanda e outra de oferta, o 
preço e a quant idade de equil íbrio será exatamente o ponto onde a 
demanda iguala a oferta: 
No caso acima, o ponto E é o ponto exato em que, a determinado 
nível de preços, PE (Preço de equil íbrio), as quant idades ofertadas são 
iguais às quant idades demandadas. Isto quer dizer que o mercado está 
em equil íbrio, não há excesso de demanda nem de oferta. 
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Veja agora o que acontece caso seja praticado um preço maior ou 
menor que o preço de equil íbrio: 
No gráfico da esquerda, temos um preço Po abaixo do equil íbrio. 
Neste caso, a quant idade ofertada QO é menor que a quant idade 
demandada QD. A diferença entre a quant idade demandada QD e a 
quant idade ofertada QO representa a escassez no mercado deste bem. 
Para restabelecer o equil íbrio, o preço deve ser elevado para que a 
quant idade ofertada aumente e a quant idade demandada diminua. 
No gráfico da direita, temos um preço Pi acima do equil íbrio. Neste 
caso, a quant idade ofertada QO é maior que a quant idade demandada QD. 
A diferença entre a quant idade ofertada QO e a quant idade demandada QD 
representa o excesso no mercado deste bem. Para restabelecer o 
equil íbrio, o preço deve ser reduzido para que a quant idade ofertada 
diminua e a quant idade demandada aumente. 
ALTERANDO O EQUILÍBRIO 
Agora que sabemos os diversos fatores que al teram a demanda e a 
oferta, bem como que o preço e quant idade de equil íbrio são atingidos 
quando a oferta iguala a demanda, vamos uti l izar os conhecimentos 
adquir idos para saber quais os reflexos sobre o preço e quant idade de 
equil íbrio após o surgimento de fatores que al teram a demanda ou a 
oferta de bens. Veremos apenas alguns exemplos para clarear o 
raciocínio. 
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Desde já, gostaria de dizer que não é aconselhável decorar nada do que 
será dito, mas apenas aprender o método de raciocínio e a forma com 
que as curvas são deslocadas, ora para a direita, ora para esquerda. 
Aprender esta s istemática é a nossa meta, pois ela será útil quando 
estudarmos a demanda e oferta de mão-de-obra, nosso foco principal. 
Exemplo 1: Qual o efeito sobre preço e quant idade de equil íbrio de um 
bem X, transacionado em um mercado competit ivo (os tipos de mercados 
serão vistos na próxima aula), após o aumento do preço de um bem Y, 
substituto de X? 
Figura 13 
Novo 
equilíbrio 
Preço 
Equilíbrio 
inicial 
P 
P 
P 
Q E E1 
Quantidade 
de produtos Q E I Q , E2 
Após o aumento de preço de Y, pela lei da demanda, a quant idade 
demandada de Y diminui. Como X e Y são substitutos, os consumidores 
substituirão o consumo de Y pelo consumo de X, isto é, a demanda de X 
aumenta, provocando o deslocamento de toda a curva de demanda de X 
para a direita (de Di para D2). Como resultado deste deslocamento, 
temos um novo ponto de equilíbrio E2, onde temos novo preço de 
equil íbrio PE2 e nova quant idade de equil íbrio QE2. Conclusão: o aumento 
de preço de um bem substituto provoca aumento de preços e quant idades 
transacionadas do bem X. 
Exemplo 2: Qual o efeito sobre preço e quant idade de equil íbrio de um 
bem X, transacionado em um mercado competit ivo, após o aumento do 
preço de um bem Y, complementar de X? 
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Após o aumento de preço de Y, pela lei da demanda, a quant idade 
demandada de Y diminui. Como X e Y são complementares, os 
consumidores, ao diminuir o consumo de Y, também d iminuem o 
consumo de X, isto é, a demanda de X diminui, provocando o 
deslocamento de toda a curva de demanda de X para a esquerda (de D1 
para D2). Como resultado deste deslocamento, temos um novo ponto de 
equil íbrio E2, onde temos novo preço de equilíbrio PE2 e nova quant idade 
de equil íbrio QE2. Conclusão: o aumento de preço de um bem 
complementar provoca redução de preços e quant idades transacionadas 
do bem X. 
Exemplo 3: Qual o efeito sobre preço e quant idade transacionada do 
bem X, transacionado num mercado competit ivo, após um aumento de 
tr ibutação sobre a produção? 
Preço 
P 
Novo 
equilíbrio 
P 
P 
Q Quantidade 
Aumentos de tr ibutação sobre da p rp dodução aumentam os custos de 
produção e, como estamos falando em produção, este aumento de 
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Exemplo 4: Qual o efeito sobre preço e quant idade transacionada do 
bem X, transacionado num mercado competit ivo, após o desenvolv imento 
de uma nova tecnologia de produção? 
Preço 
P 
Figura 16 
OI 
Novo 
equilíbrio 
Q Ei 
P 
P 
Quantidade 
de produtos 
Desenvolv imento de tecnologia afeta a produção, desta forma, 
influenciaráa oferta, mais precisamente, haverá aumento de oferta e a 
curva será deslocada para a direita. Isto acontece pois a tecnologia 
diminui os custos e aumenta a produtividade, elevando, assim, a oferta. 
Em virtude de a curva ser ascendente, ela, a lém de se deslocar para a 
direita, será deslocada também para baixo (de O1 para O2). Como 
resultado, teremos novo preço e quant idade de equil íbrio, PE2 e QE2, 
respect ivamente. Conclusão: o desenvolv imento de nova tecnologia 
provocará redução nos preços e aumento das quant idades 
transacionadas. 
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tr ibutos influencia a oferta e não a demanda, mais precisamente, reduzirá 
a oferta. Esta diminuição da oferta provoca deslocamento de toda a curva 
de oferta para a esquerda. Observe que, pelo fato da curva de oferta ser 
posit ivamente inclinada, ela será deslocada para a esquerda e para c ima 
(de O1 para O2). Como resultado deste deslocamento, temos um novo 
ponto de equilíbrio E2, onde temos novo preço e quant idade de equil íbrio, 
PE2 e QE2, respect ivamente. Conclusão: o aumento de tr ibutação sobre a 
produção provoca aumento de preços e redução de quant idades 
transacionadas. ( tome cuidado! Se o aumento de tr ibutação for sobre a 
renda das pessoas, esta tr ibutação vai alterar a demanda e não a oferta). 
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Exemplo 5: Quais as consequências de um congelamento de preços, 
abaixo do equil íbrio, por parte do governo? 
Preço 
P 
Figura 17 
O 
Escassez 
Q Ei 
P 
P 
Quantidade 
de produtos 
Q O F Q EI Q, DEM 
Antes de tudo, devemos atentar para o fato que foi falado tão somente 
sobre alteração de preços. Desta forma, não haverá deslocamento de 
nenhuma das duas curvas. Haverá, apenas, deslocamento ao longo das 
curvas, conforme indicado pelas setas no gráfico. Ass im, quando o preço 
cai de PE1 para PE2, estaremos, no lado da oferta, no ponto O2, com as 
quant idades ofertadas QOF. No lado da demanda, estaremos no ponto D2 
com as quantidades demandadas Q D E M . Observe que, pelo fato de o preço 
estar abaixo do equil íbrio, as quant idades demandadas superam as 
quant idades ofertadas, havendo, portanto, escassez de bens (vocês se 
lembram dos congelamentos de preços na década de 80 e das filas nos 
açougues, supermercados, padarias, etc?). 
Com estes 05 exemplos, pudemos observar o efeito isolado de um 
aumento ou redução da demanda, aumento ou redução da oferta, e 
s imples alteração de preço. No entanto, preste bem atenção, estes efeitos 
não devem ser decorados. Eles foram colocados apenas para efeito de 
i lustração do método de raciocínio, e é esta s istemática do raciocínio que 
você deve adquir ir e, de forma nenhuma, a s imples memor ização dos 
efeitos. 
Ao se deparar com um problema em que você tenha que descobrir, 
a partir de um acontecimento, os efeitos sobre o preço e quant idade de 
equil íbrio de determinado bem, siga os passos abaixo: 
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1 - primeiro, verif ique se este acontecimento é uma simples alteração de 
preço. Se for, haverá deslocamento ao longo da curvas, provocando 
escassez se o preço for abaixo do equil íbrio, ou excesso se o preço for 
acima do equil íbrio. 
2 - depois, verif ique se o acontecimento afeta a demanda ou a oferta. 
Mudanças na renda do consumidor e nos preços de bens que tenham o 
consumo relacionado provocam deslocamentos da curva de demanda. 
Mudanças nos custos de produção (salários, tr ibutos, taxa de juros, 
preços de matér ias-pr imas), tecnologia e nos preços de bens que tenham 
a produção relacionada provocam deslocamentos da curva de oferta. 
3 - verif ique para onde vai determinada curva, se para a direita ou 
esquerda. Aumentos, se jam na demanda ou oferta, irão deslocar as 
curvas para a direita, no sentido de aumento de quant idades 
transacionadas, que estão representados no eixo horizontal, das 
abscissas. Reduções, se jam na demanda ou oferta, irão deslocar as 
curvas para a esquerda. 
4 - após deslocar as curvas, verif ique, por si só, as conseqüências sobre 
o novo preço e quant idade transacionada do bem. 
Esteja habituado a esta seqüência e forma de raciocínio, pois elas 
serão úteis quando anal isarmos não só a demanda e oferta no mercado 
de trabalho, mas também o modelo de oferta e demanda agregada que 
será necessário quando estudarmos o desemprego. 
Nota foram passadas apenas as noções mais básicas da oferta e 
demanda de bens, de forma a transmit i r somente as informações que 
sejam, pelo menos agora, mais necessárias e úteis para a Economia do 
Trabalho 
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VISAO GERAL DA DEMANDA E OFERTA DE TRABALHO 
Agora que já possuímos as noções básicas da demanda e oferta no 
mercado de bens, podemos falar a respeito do mercado de mão-de-obra, 
ou como também é conhecido: o mercado de trabalho. 
O mercado de mão-de-obra funciona de maneira bastante 
semelhante ao mercado de bens, isto porque a mão-de-obra é um bem. 
Sendo um bem, ela tem preço, tem compradores e tem vendedores. 
Estes compradores e vendedores, em conjunto, fo rmam o mercado da 
mão-de-obra ou mercado de trabalho. O preço do bem mão-de-obra é o 
salário, os compradores da mão-de-obra são as empresas e os 
vendedores são os trabalhadores. Ou, ainda, podemos falar que quem 
demanda mão-de-obra são as f irmas e quem oferta mão-de-obra são os 
trabalhadores. 
No d iagrama básico do mercado de bens, t ínhamos no eixo das 
abscissas a quant idade transacionada de bens e no eixo das ordenadas o 
preço da mercadoria, a lém das curvas de demanda e oferta do bem. 
No diagrama do mercado de trabalho, teremos no eixo das 
abscissas a quant idade de trabalhadores L (do inglês Labor). No eixo das 
ordenadas, teremos o preço da mão-de-obra, a taxa salarial W (do inglês 
Wage), conforme a figura 18: 
W, 
Figura 18 WF 
Oferta de 
mão-de-obra 
L E 
Demanda de 
mão-de-obra 
L (Quantidade de 
trabalhadores) 
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Por ora, basta saber que a curva de demanda de mão-de-obra, 
ass im como a curva de demanda de bens, possui inclinação para baixo ou 
decrescente. Isto é, quanto maiores forem as taxas salariais pagas aos 
trabalhadores, menos trabalhadores as empresas irão demandar. 
Também simi larmente ao mercado de bens, a curva de oferta de mão-de-
obra possui inclinação para c ima ou ascendente. A taxa salarial e o nível 
de emprego (nível de emprego=quant idade de trabalhadores) de 
equil íbrio são atingidos quando as duas curvas se encontram, ou seja, 
quando a demanda iguala a oferta e v ice-versa. 
A forma com que as curvas de demanda e oferta de mão-de-obra se 
des locam também segue a mesma regra da demanda e oferta de bens, 
com a diferença que, ao invés de preço e quant idade de bens 
transacionada, temos desta vez salário e quant idade de trabalhadores 
(nível de emprego). 
Se houver alteração no salário, o deslocamento será ao longo das 
curvas. Se a alteraçãonão disser respeito ao salário, as curvas serão 
deslocadas como um todo, para a direita, se indicar aumento de emprego, 
ou para a esquerda, se indicar redução de emprego. 
Isto acontece porque uma curva de demanda ou oferta de mão-de-
obra mostra, graf icamente, a mão-de-obra demandada/ofertada como 
função dos salários (o salário está em um dos eixos e o número de 
trabalhadores demandados/ofertados está no outro). Quando há 
mudanças salariais e outras forças mantêm-se constantes, move-se ao 
longo da curva, na curva. Quando uma outra força diferente do salário 
muda, toda a curva de demanda/oferta deve se deslocar, pois, ao 
contrário dos salários, esta força não aparece diretamente no gráfico. 
INTRODUÇÃO À DEMANDA DE MÃO-DE-OBRA 
Como v imos acima, quem demanda mão-de-obra são as empresas, 
de tal maneira que estudar a demanda por mão-de-obra requer conhecer 
um pouco da teoria de produção, ou como as f irmas produzem. 
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Para produzir os bens e serviços de que a sociedade dispõe para o 
seu consumo, as f irmas uti l izam vários recursos ou insumos. Elas uti l izam 
matér ia-pr ima, mão-de-obra, máquinas, ferramentas, tecnologia, etc. O 
conjunto destes recursos que as empresas uti l izam na produção é 
chamado de fatores de produção. Dentro do nosso estudo de Economia 
do Trabalho, t rabalharemos com apenas três destes fatores de produção: 
Nota menc ionaremos bastantes vezes os fatores de produção ao longo 
do curso, principalmente os fatores de produção mão-de-obra e capital. 
Capital, em Economia, tem o conceito um pouco diferente do que 
estamos acostumados em nosso dia-a-dia. Nas nossas vidas, quando 
ouvimos a palavra capital, quase que imediatamente fazemos a 
associação a dinheiro. No entanto, economicamente, Capital quer dizer, 
a lém de dinheiro, o conjunto de bens de que as empresas d ispõem para 
produzir. Ass im, o estoque de capital de uma fábrica de automóveis será 
o conjunto das instalações, máquinas, ferramentas, computadores, 
material de escritório, enfim, tudo o que é util izado na produção. O 
estoque de capital de um curso para concursos públicos compreende as 
salas de aula, as carteiras, mesas, quadro-negro, projetor mult imídia, 
s istema de som, etc. Quanto mais estoque de capital (ou bens de capital) 
t iver a economia, maior será a sua produção. O capital é representado 
pela letra (K). 
Mão-de-obra é o próprio trabalho. 
Tecnologia significa o estudo da técnica. Em Economia, ela 
representa a forma como a sociedade vai uti l izar os recursos existentes 
(capital e mão-de-obra) na produção de bens e serviços. Dependendo da 
tecnologia, sociedades com pouca mão-de-obra e capital podem, de fato, 
ser mais produtivas e gerar mais bem-estar à sua população que outras 
com mais mão-de-obra e capital disponíveis. 
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Veremos separadamente como estes influem na demanda de mão-
de-obra. Começaremos pelo preço da mão-de-obra: o salário. 
Preço da Mão-De-Obra (Salários) 
Já pudemos observar no d iagrama básico do mercado de trabalho, 
figura 18, que a curva de demanda de mão-de-obra é negat ivamente 
inclinada, ou seja, maiores taxas salariais impl icam menores níveis de 
trabalhadores demandados. Mas por que isto ocorre? 
Embora a resposta seja intuitiva, fácil, devemos estudar os dois 
efeitos responsáveis por essa relação inversa entre as taxas salariais e a 
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preço da mão-de-obra; 
preço do capital; 
demanda de produtos; 
Produto marginal da mão-de-obra; 
Tecnologia de produção. 
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Então podemos concluir que a produção total e a forma com que as 
empresas combinam capital e mão-de-obra, dada uma tecnologia 
constante, dependem de dois fatores: 
- do preço da mão-de-obra; 
- do preço do capital. 
No entanto, a lém dos preços da mão-de-obra e capital, a produção 
das f i rmas depende também da demanda de produtos. Isto porque as 
f irmas não contratam mão-de-obra s implesmente por caridade ou prazer 
em ajudar os trabalhadores, mas s im porque acreditam que a mão-de-
obra contratada poderá contribuir na produção de a lgum produto para 
venda. 
Ass im, estatuímos que a produção das f irmas e, por conseguinte, a 
demanda de mão-de-obra vão depender destas var iáveis: 
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quantidade de trabalhadores demandados. Estes dois efeitos 
chamados de efeito escala e efeito substituição. 
Vamos imaginar qual é a relação existente entre os custos da f irma 
e os salários. A relação é bastante clara: aumentos de salário provocam 
aumento de custos. Estes custos, ou grande parte deles, são repassados 
aos consumidores na forma de preços mais elevados. Conforme v imos no 
estudo da demanda de bens, preços mais elevados provocam menores 
quant idades demandadas (é a lei da demanda, lembra?). Por sua vez, 
menores quant idades demandadas irão obrigar as f i rmas a reduzir seu 
nível de produção. Níveis de produção mais baixos, naturalmente, 
impl icam menor quant idade demandada de trabalhadores ou, em outras 
palavras, níveis de emprego mais baixos. 
Esse declínio no emprego provocado por uma redução na produção 
é chamado de efeito escala ou efeito de produção. Então, como v imos 
no parágrafo acima, o aumento de salários provoca redução na produção 
que, via efeito escala, diminui o nível de emprego. No entanto, podemos 
ter t ambém um efeito escala no sentido de aumento da produção e, 
conseqüentemente, dos níveis de emprego. 
Nota ^ o efeito escala é a alteração do nível de emprego provocado por 
uma alteração na produção. O efeito escala NÃO é a alteração de salários. 
A alteração de salários provoca apenas alteração na produção, e é esta 
que vai provocar o efeito escala. 
O que acontecerá, baseado no efeito escala, com os níveis de 
emprego caso os salários se jam reduzidos? 
Reduções de salários provocam redução de custos que, em parte, 
são repassados aos consumidores na forma de preços mais baixos. Estes 
preços reduzidos ocasionarão maior de demanda de bens. Esta maior 
demanda de bens implicará maior produção por parte das f irmas, o que 
fará com que mais trabalhadores se jam contratados. Desta forma, em 
caso de redução de salários, o efeito escala nos diz que haverá aumento 
de emprego. 
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são 
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Outra importante consequência de um aumento ou redução dos 
salários diz respeito ao uso do outro fator de produção disponível para 
produzir: o capital. Caso os salários aumentem, as empresas terão 
incentivos em adotar uma tecnologia de produção que dependa mais do 
capital ao invés da mão-de-obra. 
A lógica é bastante s imples: as empresas têm disponível a mão-de-
obra e o capital para produzir. Se um deles se tornar mais caro em 
relação ao outro, as f irmas procurarão alterar o modo de produção, de 
forma que seja util izado o fator de produção mais barato. 
Ass im, se os salários aumentarem, o nível de emprego cairá pois as 
empresas tenderão a substituir mão-de-obra por capital (máquinas). A 
isto chamamosde efeito substituição. Em outras palavras, as empresas 
ter iam incentivos a adotar um modo de produção de "capital intensivo" 
(maior uso do capital). 
Se os salários d iminuírem e o fator de produção mão-de-obra ficar 
mais barato que o fator de produção capital, o nível de emprego tende a 
aumentar, pois as f i rmas procurarão substituir o capital, que está mais 
caro, pela mão-de-obra, que está mais barata. Neste caso, o efeito 
substituição aumentará o nível de emprego. 
Como conclusão sobre a relação preço da mão-de-obra (salários) e 
demanda de mão-de-obra, pudemos observar que aumentos de salário, 
seja pelo efeito escala ou substituição, provocarão menor demanda de 
mão-de-obra e, conseqüentemente, menores níveis de emprego. 
Reduções de salário provocarão o efeito inverso: aumento de emprego. 
Preço do Capital 
A sistemática de raciocínio da influência do preço do capital na 
demanda de mão-de-obra (nível de emprego) é a mesma usada na 
análise do preço da mão-de-obra. 
Vamos anal isar esta queda de preço do capital baseada nos efeitos 
escala e substituição, começando pelo efeito escala. Para tanto, 
necessitamos saber o reflexo da queda do preço do capital sobre a 
produção. 
Quando os preços do capital decl inam, os custos de produção 
seguem o mesmo caminho e tendem a declinar. A queda de custos é 
repassada aos preços dos produtos, que f icam mais baratos. Produtos 
mais baratos impl icam maiores demanda e produção por parte das 
empresas. Esse aumento de produção tende a elevar o nível de emprego 
desejado. Ass im, o efeito escala, após uma queda nos preços de capital, 
tende a aumentar a demanda de mão-de-obra a cada nível de salário, 
empurrando toda a curva de demanda de mão-de-obra para a direita. 
Nota veja que, como a alteração foi no preço do capital e não nos 
salários, haverá o deslocamento de toda a curva de demanda de mão-de-
obra, e não ao longo da curva, como ocorre quando al teramos os salários. 
Ve jamos agora o que nos diz o efeito substituição anal isando o caso 
da queda dos preços do capital. 
Após uma queda dos preços do capital, as empresas têm incentivos 
em substituir mão-de-obra por capital, já que este se tornou mais barato 
em relação àquela. Desta forma, o efeito substituição faz com que o nível 
de emprego decline a cada nível salarial, deslocando a curva de demanda 
de mão-de-obra para a esquerda. 
Uma queda nos preços do capital, então, gera dois efeitos opostos 
sobre a demanda de mão-de-obra. O efeito escala tende a aumentar a 
demanda de mão-de-obra, já o efeito substituição tende a decl inar a 
demanda de mão-de-obra. O efeito resultante é imprevis ível e não é 
possível sabermos através s implesmente do uso da teoria econômica. 
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Qual a influência sobre o nível de emprego caso o preço do capital 
se reduza, de forma que fique mais barato usar o capital a usar mão-de-
obra? 
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Nota ^ uma elevação nos preços do capital provocará o mesmo efeito de 
ambiguidade sobre a resposta da demanda de mão-de-obra. Neste caso, 
o efeito escala deslocará a curva de demanda de mão-de-obra para a 
esquerda, já o efeito substituição empurrará a curva de demanda para a 
direita. 
Veja, abaixo na figura 19, os possíveis des locamentos na demanda 
de mão-de-obra devido à queda no preço do capital: 
Efeito escala 
domina 
Quantidade de trabalhadores 
Fgura i9 
Quantidade de trabalhadores 
Como conclusão, acerca do efeito da queda dos preços do capital 
sobre a demanda de mão-de-obra, inferimos que não é possível 
determinar o efeito resultante sobre o nível de emprego. Isto porque os 
efeitos escala e substituição atuam em sentidos opostos, um empurra a 
curva de demanda para a direita e o outro empurra para a esquerda, 
respect ivamente. 
Demanda de Produtos 
Finalizando sobre os três fatores que afetam a demanda de mão-
de-obra, abordaremos agora a demanda de produtos. 
A demanda de mão-de-obra é uma demanda derivada. Em outras 
palavras, a decisão da empresa de contratar trabalhadores deriva, antes 
de tudo, de sua decisão de produzir ou ofertar um produto no mercado de 
bens. 
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Ass im, uma fábrica de automóveis contratará mais trabalhadores 
somente se ela desejar ofertar mais carros para a venda. Caso as vendas 
de automóveis ao público sofram uma redução, a fábrica, 
conseqüentemente, demandará menos trabalhadores. 
Ass im, o raciocínio é bastante s imples: a maior demanda de 
determinado produto provocará um aumento de produção por parte das 
empresas. Este aumento de produção provocará maior demanda de mão-
de-obra no setor deste produto, é o nosso já conhecido efeito escala. 
Nota ^ enquanto os preços relativos do capital e da mão-de-obra 
permanecerem inalterados, não há que se falar sobre efeito substituição. 
Produto marginal da mão-de-obra 
Na próxima aula, fa laremos mais a fundo sobre este conceito. Por 
enquanto, de modo grosseiro, saiba apenas que ele indica a produtividade 
da mão-de-obra. Se esta produtividade é alta, haverá maior demanda por 
mão-de-obra, o que deslocará a curva de demanda por mão-de-obra para 
a direita e para cima. Se esta produtividade é baixa, haverá menor 
demanda por mão-de-obra, o que deslocará a curva de demanda por 
mão-de-obra para a esquerda e para baixo. 
Tecnologia de produção 
A tecnologia de produção também altera a demanda por trabalho. 
Suponha que seja desenvolv ida uma nova máquina que substitua o 
trabalho de dezenas de trabalhadores. Naturalmente, neste mercado de 
trabalho, a demanda destes trabalhadores (que serão substituídos pela 
máquina) será reduzida, deslocando a curva de demanda de trabalho para 
a esquerda e para baixo. Em contrapart ida, a demanda dos trabalhadores 
que produzem esta máquina será aumentada (serão necessários 
trabalhadores para fabricar esta nova máquina que foi desenvolvida). 
Ass im, no mercado de mão-de-obra que possui os trabalhadores que 
produzem esta máquina, haverá deslocamento da curva de demanda por 
mão-de-obra para a direita e para cima, aumentando a demanda. 
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INTRODUÇÃO À OFERTA DE MÃO-DE-OBRA 
A curva de oferta de mão-de-obra possui a mesma inclinação da 
curva de oferta de um bem. Ou seja, ela é posit ivamente inclinada (ver 
figura 18). Isto quer dizer que, em um determinado mercado, quanto 
maiores forem as taxas salariais pagas, maior será a oferta de mão-de-
obra. 
A oferta de mão-de-obra irá depender, basicamente, pelo menos 
por agora em nossos estudos, destes fatores: 
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salários pagos; 
salários de outras profissões; 
outros fatores (risco da profissão, estabi l idade, possibi l idade de 
promoções e remoções, imigração e emigração, etc). 
Mudanças nos salários pagos provocam mudanças ao longo da 
curva de oferta, enquanto mudanças nos salários de outras profissões e 
outros fatores provocam o deslocamento de toda a curva de oferta. 
Por exemplo, vamos imaginar o mercado de auditores fiscais. O que 
acontecerá com a oferta de trabalhadores neste mercado, caso o salário 
pago aos auditores aumente? Haverá maior oferta de auditores fiscais ao 
mercado, de formaque nos des locaremos ao longo da curva de oferta, 
caminhando para a direita e para cima, na curva, sobre a curva. 
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Por outro lado, o desenvolv imento de determinada tecnologia 
também faz com que a produtividade marginal do trabalhador (PmgL) 
seja aumentada, de forma que a demanda por trabalho também aumenta 
(a tecnologia aumenta a produtividade do trabalhador). Mas, e agora, a 
tecnologia diminui ou aumenta a demanda por trabalho? Não há uma 
regra geral. Ass im, como conclusão teórica, af i rmamos apenas que a 
tecnologia de produção desloca a curva de demanda de trabalho, mas só 
podemos af irmar se este deslocamento será para a direita (aumenta 
demanda) ou esquerda (reduz demanda) anal isando caso a caso em 
detalhes. 
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Por outro lado, o que acontecerá com a oferta de auditores, caso o 
salário dos anal istas do Judiciário aumentem para níveis superiores ao 
salário dos auditores? Haverá menor oferta de auditores no mercado, pois 
uma grande quant idade de pessoas preferirá ser anal ista do Judiciário a 
ser auditor fiscal. Isto posto, temos que a curva de oferta de mão-de-obra 
de auditores será deslocada para a esquerda. 
Fgura 20 
Aumento de salários 
pagos aos auditores 
fiscais 
Salár 
Curva de (W) 
oferta 
Nova oferta de 
auditores fiscais 
após o aumento de 
salário dos 
analistas O2 
Quantidade de trabalhadores Quantidade de trabalhadores 
No diagrama do mercado de trabalho de auditores fiscais 
representado acima, no gráfico da esquerda, observamos o efeito de 
mudanças salariais no cargo. Como o salário W faz parte do diagrama, o 
deslocamento ocorre ao longo da curva de oferta. 
Já quando aumentamos o salário dos anal istas, a tendência é que 
os trabalhadores dec idam ofertar a sua mão-de-obra para esta carreira 
que remunera melhor. Como o salário dos anal istas não faz parte do 
nosso d iagrama e, ao mesmo tempo, temos que representar no gráfico a 
diminuição da oferta de mão-de-obra no mercado de auditores fiscais, 
toda a curva de oferta de mão-de-obra dos auditores fiscais é empurrada 
para a esquerda. 
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EQUILÍBRIO NO MERCADO DE TRABALHO 
Da mesma maneira que ocorre no mercado de bens, o equil íbrio no 
mercado de trabalho ocorre quando a demanda de mão-de-obra é igual à 
oferta de mão-de-obra. Em outras palavras, o equil íbrio é atingido quando 
as duas curvas se encontram: 
No ponto E, em que a demanda iguala a oferta, nós temos o salário 
de equilíbrio do mercado, t ambém chamado de salário de compensação 
do mercado. A este salário, WE, os empregadores podem preencher o 
número de vagas necessário para sua produção, e todos os trabalhadores 
que desejam empregos nesse mercado podem encontrá-los. Dito de outra 
maneira, não há excedente nem escassez. 
PERTURBANDO O EQUILÍBRIO 
Quando há a lgum acontecimento que perturbe o equil íbrio do 
mercado de trabalho, devemos usar o mesmo método de raciocínio que 
usamos para deslocar as curva de demanda e oferta de bens. 
Primeiro devemos identificar se o acontecimento é mera alteração 
de salários no mercado de trabalho em discussão. Caso positivo, os 
des locamentos serão ao longo das curvas de demanda e oferta de mão-
de-obra. Neste caso, o mercado sairá do equil íbrio, havendo escassez ou 
excesso de mão-de-obra (veja o exemplo 01, a seguir). 
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Fgura 2i 
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Caso contrário, devemos deslocar ou a curva de demanda de mão-
de-obra ou a curva de oferta de mão-de-obra. Aumento na demanda de 
mão-de-obra deslocará a curva para a direita. Aumento da oferta de mão-
de-obra deslocará a curva também para a direita. Reduções em ambos os 
casos des locam as curvas para a esquerda. 
Exemplo 1: Quais as consequências da adoção de um salário fixo, abaixo 
do equil íbrio, para determinado mercado de trabalho? 
Salário 
(W) 
Figura 22 
O 
Escassez 
L Quantidade de 
trabalhadores 
L OF L L 
Como a alteração é apenas no salário, não haverá deslocamento de 
nenhuma das duas curvas. Haverá, apenas, deslocamento ao longo das 
curvas, conforme indicado pelas setas no gráfico à direita. Ass im, quando 
o salário cai de WE1 para WE2, estaremos, no lado da oferta, no ponto O2, 
com as quant idades de trabalhadores ofertados LOF. No lado da demanda, 
estaremos no ponto D2, com as quant idades de trabalhadores 
demandados LDEM. Observe que, pelo fato de o salário estar abaixo do 
equil íbrio, as quant idades demandadas de trabalhadores superam as 
quant idades ofertadas, havendo, portanto, escassez de mão-de-obra 
(caso fosse estabelecido um salário ac ima do equil íbrio, haveria excesso 
de mão-de-obra). 
Exemplo 2: Qual o efeito sobre o mercado de secretárias após um 
aumento da burocracia imposta pelo governo, através de inúmeras 
normas a serem cumpridas pelas empresas? 
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Figura 23 Novo 
equilíbrio 
O aumento da burocracia certamente aumentará a demanda de 
secretárias. Desta forma, toda a curva de demanda de secretárias será 
deslocada para a direita. Como resultado deste deslocamento, temos um 
novo ponto de equil íbrio E2, onde temos um novo salário de equil íbrio WE2 
e nova quant idade de trabalhadores de equil íbrio LE2. Conclusão: o 
aumento da burocracia aumentará o salário de mercado e o nível de 
emprego no mercado de secretárias. 
Exemplo 3: Entre 1348-1351, a Inglaterra foi atingida por um grave 
surto da doença conhecida como Peste Negra que, segundo est imat ivas, 
matou entre 17% a 40% da população inglesa naquele curto período de 
tempo. Qual foi o impacto de tal acontecimento sobre o mercado de mão-
de-obra da época? 
L 
Figura 24 
Quantidade de 
trabalhadores 
Novo 
equilíbrio 
L 
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A doença e seu alto índice de mortal idade certamente d iminuíram a oferta 
de trabalhadores. Houve um deslocamento para a esquerda de toda a 
curva de oferta. Como resultado deste deslocamento, temos um novo 
ponto de equil íbrio E2, onde temos novo salário e nível de emprego, WE2 e 
LE2, respect ivamente. Conclusão: a diminuição da oferta de mão-de-obra 
provoca maiores salários e menor nível de emprego. 
Bem pessoal, por hoje é só! 
Segue ao final desta aula uma lista de exercícios, em sua maior ia 
elaborados por mim, e que conta com alguns exemplos e situações 
retirados do livro "Moderna Economia do Trabalho" e que servirão para 
fixar o entendimento do assunto. Os exercícios foram elaborados por mim 
tendo em vista este assunto só ser objeto de cobrança neste concurso e 
não haver um banco adequado e suficiente de questões disponíveis. 
Também procurei colocar o assunto "demanda e oferta de bens" apenas 
inserido nas questões sobre o assunto "demanda e oferta de trabalho", 
pois este último é o foco principal da disciplina. 
Lembrovocê ainda de que o nosso estudo de demanda e oferta de mão-
de-obra foi apenas uma visão geral, uma introdução ao assunto. Ele será 
visto em maiores detalhes nas próximas aulas, de acordo com o nível de 
cobrança exigido nos últ imos concursos para AFT. 
Próxima aula, apresentarei mais alguns conceitos básicos do Mercado de 
Trabalho (salários reais x nominais, ganhos do trabalhador, tipos de 
mercado), um pouco de teoria da f irma e a primeira parte do estudo da 
demanda por mão-de-obra. 
Abraços e bons estudos! 
Heber Carvalho 
hebercarvalho@Pontodosconcursos.com.br 
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QUESTÕES COMENTADAS 
Nota: as questões que não apresentam indicação da banca/cargo/ano 
foram elaboradas por mim. Ao final da aula, há a reprodução da lista de 
exercícios sem os comentár ios, caso você queira fazer as questões sem 
ter o incômodo de ficar " tapando" as respostas e os comentár ios. 
01 - (FGV - ICMS/RJ - 2010) - No mercado de trabalho, a curva de 
demanda por trabalho entre empresas competitivas é tal que: 
(A) coincide com a curva de valor do produto marginal do trabalho. 
(B) é insensível às mudanças no preço do produto vendido. 
(C) é sensível às mudanças tecnológicas que afetam sua produção. 
(D) coincide com a curva de produto marginal do trabalho. 
(E) coincide com os pontos da curva de demanda pelo produto. 
COMENTÁRIOS: 
Conforme expl icado na aula, a demanda de trabalho é influenciada por: 
(i) Preço da mão-de-obra (salários) 
(ii) Preço do capital 
(iii) Demanda de produtos 
(iv) Tecnologia de produção 
(v) Produto marginal da mão-de-obra 
A letra A está correta, e a letra D está incorreta. Estas assert ivas serão 
expl icadas somente na próxima aula, portanto, aguarde. 
A letra C está correta, conforme a lista de itens que inf luenciam a 
demanda por trabalho. 
A letra E está incorreta, pois a curva de demanda por trabalho não se 
confunde com a curva de demanda de bens (ou produtos). São demandas 
diferentes. As duas são negat ivamente inclinadas, mas isso não significa 
que as curvas se jam coincidentes. 
A letra B está incorreta, pois a demanda por trabalho é sensível às 
mudanças no preço do produto vendido. Isto acontece porque as 
mudanças no preço do produto vendido al teram a demanda do produto, 
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GABARITO: Anulada (A e C estão corretas) 
02 - (CESPE - ANAL. EXEC. em METR. E QUAL.-CIÊNCIAS 
ECONÔMICAS - INMETRO - 2007 - Adaptada) - Aumentos da 
demanda de trabalho elevam o nível de emprego. 
COMENTÁRIOS: 
Aumentos da demanda de trabalho des locam a curva de demanda de 
trabalho para a direita e para cima, o que aumenta os salários e o nível 
de emprego (é a mesma situação representada na figura 23). 
GABARITO: CERTO 
03 - (CESPE - ECONOMISTA - MPU - 2010) - Imigração, mudança 
nas preferências do trabalhador e mudanças tecnológicas 
deslocam a curva de oferta de mão de obra. 
COMENTÁRIOS: 
A imigração e a mudança nas preferências do trabalhador des locam a 
curva de OFERTA de mão-de-obra. Até aqui, está correta a assert iva. No 
entanto, as mudanças tecnológicas des locam a curva de DEMANDA de 
mão-de-obra. Portanto, está errada a assert iva, pelo fato de enumerar as 
mudanças tecnológicas como fator que desloca a oferta de mão-de-obra. 
GABARITO: ERRADO 
4 - Nos princípios da década de 1970, o Egito sofreu um drástico 
esvaziamento de trabalhadores da construção civil, que buscavam 
salários mais elevados na Arábia Saudita. Na mesma época, a 
demanda por seus serviços se elevou no Egito. Os efeitos sobre os 
salários e nível de emprego para o mercado destes trabalhadores 
no Egito, na época, foram, respectivamente: 
a) salários reduzidos e menor nível de emprego 
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logo, haverá alteração da demanda da mão-de-obra que produz este 
produto. Por isto, d izemos que a demanda por trabalho é uma demanda 
derivada. 
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b) salários reduzidos e maior nível de emprego 
c) salários maiores e maior nível de emprego 
d) salários maiores e menor nível de emprego 
e) salários maiores e quanto ao nível de emprego, não é possível 
determinar se houve mudança para maior ou menor. 
COMENTÁRIOS: 
O êxodo de trabalhadores para fora do Edito desloca a curva de oferta de 
trabalhadores para a esquerda. Ao mesmo tempo, a maior demanda por 
estes trabalhadores desloca a curva de demanda para a direita. Como 
resultado, observamos maiores salários e aprox imadamente o mesmo 
nível de emprego, sendo que não é possível determinar se houve 
alteração para maior ou menor em relação a este últ imo. 
GABARITO: E 
5 - Analise o impacto no mercado de mão-de-obra provocado pelo 
aumento no risco de determinada ocupação. 
a) o aumento do risco na ocupação influi na demanda de mão-de-obra, 
provocando maiores salários e menor nível de emprego. 
b) o aumento do risco na ocupação provoca deslocamento ao longo da 
curva de oferta, provocando escassez de mão-de-obra. 
c) o aumento do risco na ocupação diminui a oferta, empurrando toda a 
curva para a esquerda, aumentando os salários dos trabalhadores deste 
mercado. 
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d) o aumento do risco desloca a curva de oferta de mão-de-obra para a 
direita, provocando menores salários e maior nível de emprego, já que 
poucas pessoas são propensas ao risco. 
e) o aumento do risco provoca deslocamento ao longo da curva de 
demanda, provocando excesso de mão-de-obra. 
COMENTÁRIOS: 
São fatores que influem na oferta de mão-de-obra: 
- salários deslocamento ao longo da curva; 
- salários de outras ocupações deslocamento da curva; 
- outros fatores (risco, estabi l idade, plano de saúde, ambiente de 
trabalho) deslocamento da curva. 
O aumento do risco na ocupação certamente diminui a oferta de 
mão-de-obra, provocando um deslocamento da curva para a esquerda. 
No novo equil íbrio, teremos salário maior e nível de emprego menor. 
GABARITO: C 
6 - Quais as consequências para o mercado de trabalhadores da 
indústria automobilística após uma redução de impostos sobre a 
produção e que tenha como reflexo imediato o aumento do 
consumo de automóveis? 
a) redução de salários tendo em vista haver maior oferta de 
trabalhadores para o setor automobil íst ico. 
b) aumento de salários e do nível de emprego. 
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c) somente aumento de salários, devido à maior demanda por mão-de-
obra provocada pela maior demanda de produtos. 
d) somente aumento no nível de emprego, tendo em vista as 
contratações que serão real izadas pela indústria de carros. 
e) não haverá alteração de salários nem do nível de emprego. 
COMENTÁRIOS: 
São fatores que influem na demanda de mão-de-obra: 
- preço da mão-de-obra (salários) deslocamento ao longo da curva; 
- preço do capital des locamento da curva; 
- demanda de produtos deslocamento da curva. 
- produto marginal da mão-de-obra deslocamento

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