Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Instituto de Ensino Superior Planalto – Iesplan Curso de Arquitetura e Urbanismo Disciplina de Conforto Ambiental I Aula 1: Introdução à temática ambiental Professor: Tiago Lippold Radünz 1 Entende-se como a condição que propicia à saúde física e mental, bem estar e produtividade. O conceito de conforto refere-se às questões relativas ao aspecto térmico (temperatura, umidade e ventilação), lumínico (iluminação natural e artificial) e acústico. Conforto Ambiental Objetivos Adequar os princípios físicos envolvidos e as necessidades de caráter ambiental (higrotérmicas, visuais, acústicas e da qualidade do ar interno e externo) aos projetos construtivos; Propiciar aos assentamentos humanos as condições necessárias de habitabilidade, utilizando-se racionalmente os recursos disponíveis. 2 O homem e suas necessidade higrotérmicas 3 Homem é um animal homeotérmico necessidade de manter sua temperatura interna constante (36,7°C); Necessário trocar calor com o meio para atingir o equilíbrio térmico Temperatura x Umidade do ar O homem e suas necessidade higrotérmicas 4 Trocas térmicas Trocas Secas Convecção Condução Radiação Trocas úmidas Respiração Evaporação Calor Sensível Calor Latente O homem e suas necessidade higrotérmicas 5 Atividade Calor sensível (A) Calor latente (B) Calor metabólico (A+B) Durante o sono 40 W 40 W 80 W Sentado em repouso 63 W 52 W 115 W Atividade moderada em escritório 65 W 75 W 140 W Andando 75 W 145 W 220 W Esforço máximo - - 870 a 1400 W Tabela 1: Calor cedido ao ambiente, segundo a atividade do indivíduo. Fonte: MESQUITA, A. L. S. Engenharia de ventilação. São Paulo, Edgard Blucher, 1977. Trocas térmicas – Calor dissipado Perdas por evaporação Em repouso: 45g/h Em trabalho leve: 110g/h Em casos extremos, por um período de meia hora, o corpo humano pode suar até 2,5l/h. 6 Vestimenta: isolante térmico: sensação de conforto diretamente relacionada Trocas térmicas por radiação ocorrem entre o corpo e as superfícies que o circundam; Trocas por convecção dependem da velocidade do ar; Trocas por condução entre o homem e o ambiente são insignificantes Estabelecimento de Índices de Conforto Térmico Carta Bioclimática O homem e suas necessidade higrotérmicas 7 Carta Bioclimática de Givoni Temperatura de bulbo seco (°C) Razão de umidade (g/kg) Umidade relativa (%) Temperatura de bulbo úmido (°C) 8 O homem e suas necessidades lumínicas 9 O que é a luz? Luz, ou radiação visível, é energia em forma de ondas eletromagnéticas capaz de excitar o sistema humano olho-cérebro, produzindo diretamente uma sensação visual. Ao contrário do som ou vibração, que são vibrações mecânicas, ondas eletromagnéticas não necessitam do meio para sua transmissão. Elas passam através de sólidos, líquidos ou gases, mas se propagam mais eficientemente no vácuo, onde não há nada para absorver a energia radiante. O homem e suas necessidades lumínicas 10 As atividades lumínicas estão relacionadas, não somente à saúde mas, principalmente, à comunicação: Avaliar distâncias; Distinguir formas, cores e volumes Muitas vezes: Conforto lumínico X Conforto higrotérmico Ajuste focal do olho, acomodação, adaptação da visão; Redução da acuidade visual Dificuldade na realização de tarefas Desconforto O homem e suas necessidades lumínicas 11 A luz branca, ao passar por um prisma decompõe-se em cores espectro de luz; Cada fração do espectro se classifica por um número denominado comprimento de onda (ʎ); Se uma superfície apresenta uma cor, significa que ela não aceita essa radiação eletromagnética, refletindo-a. Superfícies cinzas absorvem todas as cores por igual. O homem e suas necessidades lumínicas 12 Espectro visível O homem e suas necessidades lumínicas Luz visível 0,38 a 0,78 μm Luz solar 0,29 a 3 μm 13 Desempenho visual de uma tarefa é determinado pelo tipo de atividade envolvida e pelo grau de saúde do indivíduo Contraste Iluminância (nível de iluminação) Luminância Ofuscamento = luminosidade em excesso O homem e suas necessidades lumínicas 14 Intensidade luminosa (I): quão intensa é a fonte comparada a uma fonte padrão (unidade de medida Candela); Fluxo luminoso (Φ): quantidade energia luminosa que sai da fonte por unidade de tempo. Unidade: lúmen; Iluminância (E) = iluminação = nível de luz. É a densidade do fluxo que chega a uma superfície, geralmente o plano de trabalho. Mede-se em lumens por m² 1 lúmen / m² = lux Logo: E = Φ / A = lumens / m² = lux A iluminância é medida pelo Luxímetro O homem e suas necessidades lumínicas 15 O homem e suas necessidades lumínicas 1 lúmen / m² = lux Logo: E = Φ / A = lumens / m² = lux A iluminância decresce com o quadrado da distância 16 O homem e suas necessidades lumínicas Coeficientes de Reflexão Espelho 0,9 Branco Brilhante: 0,4 Madeira 0,8 Tinta branca sobre concreto 0,6 Tijolos lisos 0,3 Tijolos comuns 0,1 17 O homem e suas necessidades lumínicas Chama-se LUMINÂNCIA ou BRILHO a energia luminosa recebida em uma direção, dentro de um ângulo sólido, por m² de superfície radiante LUMINÂNCIA = Candelas / m² / estereorradiano 18 Fontes de Luz natural Luz solar direta Luz solar refletida pela abóbada celeste Para cálculos: céu claro, parcialmente encoberto, encoberto Luz refletida pelas superfícies do entorno Fontes de luz artificial Lâmpadas Incandescentes e de descarga O homem e suas necessidades lumínicas 19 O homem e suas necessidades lumínicas Uso da iluminação natural na arquitetura 20 O homem e suas necessidades lumínicas Lâmpadas incandescentes Lâmpadas de descarga 21 O homem e suas necessidades acústicas 22 Relação do som com o homem e o meio que o circunda Dois tipos de fontes de ruído Ruído aéreo (propagado pelo ar) Ruído de impacto (corpo sólido Vibração) Reduzir custos do tratamento acústico Trabalhar a implantação do edifício na fase de projeto conhecer as principais fontes externas Relacionar o uso interno dos ambientes com possíveis interferências externas. Exemplo: posicionamento do berçário de uma creche do lado oposta à fonte de ruído. O homem e suas necessidades acústicas 23 Propriedades física do som O som existe sempre que um corpo vibra, produzindo perturbação nas moléculas do meio que o envolve. O movimento é transmitido para as moléculas vizinhas, produzindo ondas sonoras que alteram a pressão atmosférica, quando o meio de propagação é o ar. O homem e suas necessidades acústicas 24 Propriedades físicas do som O som é caracterizado por 3 grandezas Pressão sonora (P) Intensidade sonora (I) Potência sonora (W) O ouvido humano é sensível a uma faixa muito extensa de pressões sonoras (de 2 x 10-5 a 20 Pa) adoção de uma escala logarítmica unidade Decibel (dB) Valores da escala variam entre 0 dB (limiar da audibilidade) e 130 dB (limiar da dor) O homem e suas necessidades acústicas 25 O homem e suas necessidades acústicas 26 Ruído Mistura de tons cujas freqüências diferem entre si por valor inferior à discriminação (em freqüência) do ouvido humano. Ruído = som incômodo ou indesejável = classificação subjetiva Incômodo quando: Impede a recepção de uma informação desejada Impede a emissão de uma mensagem Está dissociado visualmente de sua fonte A legislação brasileira classifica como insalubres os ambientes cujos níveis sonoros sejam superiores a 85dB O homem e suas necessidades acústicas 27 Qualquer situação acústica envolve três elementos: Fonte sonora – meio de propagação - Receptor O homem e suas necessidades acústicas 28 Fonte Sonora É o elemento responsável pela emissão do som, podendo ser: Desejável, Indiferente ou Incômoda; Fixas (indústrias, canteiro de obras ou móveis (carros); Direcional ou Omnidirecional Pontual (veículo isolado) Linear (uma via de tráfego de veículos) De superfície (uma fábrica no contexto de uma quadra) Níveis sonoros são funções logarítmicas, portanto não podem ser somados algebricamente. Quando duas fontes funcionam simultaneamente o nível sonoro resultante corresponde a um acréscimo de 3 dB. O homem e suas necessidades acústicas 29 NPS = 70dB NPS Total = 73dB Níveis sonoros são funções logarítmicas, portanto não podem ser somados algebricamente. Quando duas fontes funcionam simultaneamente o nível sonoro resultante corresponde a um acréscimo de 3 dB. O homem e suas necessidades acústicas 30 Reflexão X Absorção Superfícies “duras” são mais reflexivas, superfícies “macias” mais absorventes Transmissão O ruído pode atravessar uma parede, mesmo não havendo abertura. Ao ser atingida pelo som, a parede vibra passando a ser uma nova fonte sonora. Difração Desvio do som barreiras acústicas Difusão A irregularidade da superfície refletora provoca a dispersão das ondas sonoras em diversas direções O homem e suas necessidades acústicas 31 Barreira acústica Associação entre difração do som e reflexão. Uso em rodovias ou áreas urbanas a serem protegidas do ruído. O homem e suas necessidades acústicas 32 Qualidade acústica do ambiente: Integração entre forma, volume, dimensões, revestimentos, Tempo de Reverberação (TR) Tempo necessário para que o nível de pressão sonora diminua de 60dB depois que a fonte cessar. Varia em função do tamanho da sala e da atividade que se destina. Exemplo: Sala de conferência com 600m³: TR=0,7s Ver NBR 101/1988 O homem e suas necessidades acústicas 33
Compartilhar