Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Trocas Térmicas A variação de energia interna de um sistema é eexp dwdwdqdU onde dwe é o trabalho extra, além do de expansão. Pode ser um trabalho elétrico de uma corrente através de um circuito. Um sistema mantido a volume constante não efetua trabalho de expansão e então dwexp=0. Se o sistema for incapaz de realizar qualquer outro tipo de trabalho (por exemplo, não é uma pilha ligada a um motor elétrico) então dwe=0 Nestas circuntâncias: dqdU (a volume constante sem produção de trabalho extra) vamos simbolizar para uma transformação finita: vqU Conclui-se então que ao se medir a energia térmica fornecida a um sistema a volume constante (q>0) ou cedida por um sistema a volume constante (q<0), numa mudança de estado, se está de fato medindo a variação de energia interna. Calorimetria Calor é energia que se transfere de um corpo a outro, em virtude, unicamente, da diferença de temperatura entre eles. Quando um corpo recebe ou cede calor, ocorre uma transformação: ou variação de temperatura ou mudança de estado físico. No primeiro caso, dizemos que se trata de calor sensível e, no segundo, calor latente. A água foi a substância utilizada como padrão para definir a unidade de quantidade de calor, a caloria (cal ). 1 caloria é a quantidade de calor necessária Para que 1 grama de água pura, sob pressão. normal, sofra uma elevação de temperatura. de 1ºC (14,5ºC a 15,5ºC). Experimentalmente, verificou-se que: 1 cal = 4,186 joules. Pelo contrario, quando uma transformação ocorre sem troca de calor, dizemos que ela é adiabática. Assim, um sistema é adiabático, se não troca calor com o meio exterior. Um dispositivo utilizado para medir U é a bomba calorimétrica. O processo que se quer investigar – por exemplo uma reação química – é disparado no interior de um vaso a volume constante, a bomba calorímétrica. Este vaso opera mergulhado em um banho de água com agitação conveniente, e o conjunto de montagem é o calorímetro. O calorímetro, por sua vez, trabalha mergulhado num banho externo e as temperaturas dos dois banhos são permanentemente acompanhadas e mantidas iguais. Não havendo perda nem ganho de calor do calorímetro para as vizinhanças (no caso o banho externo), assim o calorímetro opera adiabaticamente. A variação de temperatura T, observada no calorímetro é proporcional ao calor que a reação libera ou absorve. Então pela medição direta de T qV U A conversão de T a qV se consegue pela calibração do calorímetro mediante processo que liberte quantidade conhecida e bem determinada de energia e calcula-se a capacidade calorífica ou constante do calorímetro, C na relação T.Cq Capacidade calorífica Queima-se uma massa conhecida de ácido benzóico (padrão). Sabe-se que este ácido libera.6,318..kcal.g -1 Multiplica-se este valor pela massa de ácido queimado e obtém-se o valor de qV =U. O valor de T é medido diretamente dentro do calorímetro mediante um termômetro adequado. É a soma das capacidades caloríficas das diversas massas de diferentes natureza que constituem o calorímetro. C = -U/T. Calorímetro A Figura abaixo mostra as partes do conjunto do calorímetro, incluindo a bomba calorimétrica (E) e o termômetro diferencial (F). O calorímetro usado neste experimento é equipado com um agitador elétrico (A), que é conectado a uma fonte (B) que faz a ignição da pastilha no interior da bomba. O recipiente maior (C) garante um certo isolamento térmico da bomba e do recipiente com água (D). A Figura abaixo mostra o conjunto do calorímetro montado. O fio de ignição é ligado ao contato elétrico da bomba calorimétrica, o agitador está fixado ao calorímetro e conectado a fonte, a bomba calorimétrica está imersa em água no recipiente próprio dentro do calorímetro, o termômetro está preso ao suporte e a tampa fechada. A Figura mostra, da esquerda para a direita, a montagem da bomba calorimétrica. Primeiro a pastilha é fixada aos contatos elétricos da tampa que contém ainda as válvulas de entrada e saída de gases. Esta peça é assentada na abertura da bomba sobre anéis de vedação. A bomba é fechada com uma tampa rosqueada e vazada para permitir o acesso às válvulas e contato elétrico. Aquecimento a volume constante: Ex: aquecimento de um gás num recipiente de volume fixo. O coeficiente angualr da curva, em cada temperatura, é a capacidade calorífica a volume constante Cv V V T U C As capacidade caloríficas são propriedades extensivas: 100 g de água tem a capacidade calorífica 100 vezes do que 1 g de água. ( e por isso precisam de 100 vezes a quantidade de calor fornecida a 1 g de água para sofrer a mesma variação de T). A capacidade calorífica molar a volume constante, CV,m é a capacidade calorífica por mol da substância e é propriedade intensiva. Valores típicos para gases poliatômicos é da ordem de 25 kJ.K-1.mol-1. Calor específico,c, é a capacidade calorífica da substância dividida pela sua massa, em geral em gramas. 1111 OH mol.K.cal1mol.K.J4c 2 Uma substância com capacidade calorífica grande quando recebe uma certa quantidade de calor teráuma pequena elevação de temperatura, pode–se dizer que a substância tem grande capacidade para o calor. Uma capacidade calorífica infinita faz com que não haja elevação de temperatura qualquer que seja a quantidade de calor fornecida. Numa transição de fase (por exemplo,na ebulição da água) a temperatura não se altera embora se forneça calor ao sistema (a energia é usada para impelir a transição de fase endotérmica, por exemplo,a vaporização da água e não contribui para a elevação da temperatura); por isso, na temperatura de uma transição de fase, a capacidade calorífica da amostra é infinita. Entalpia Quando o volume não é constante a energia interna não é igual ao calor recebido pelo sistema. Neste caso, parte da energia fornecida com ocalor retorna as vizinhanças na forma de trabalho de expansão então dU é menor e não igual a dq. Quando um sistema está a pressão constante e pode alterar seu volume, parte da energia entregue a ele na forma de calor pode escapar para as vizinhanças na forma de trabalho. Neste caso, o calor fornecido à pressão constante é igual`variação de outra propriedade termoidinâmica do sistema, a entalpia, H. A entalpia se define por PVUH Entalpia é uma função de estado e sua variação é dada por if HHH A variação de entalpia é igual ao calor fornecido ao sistema, a pressão constante (desde que o sistema não efetue trabalho além do de expansão): dqdH (a pressão constante, sem trabalho extra) No caso de uma variação finita, pqH Este resultado mostra que quando um sistema está a pressão constante e só efetua trabalho de expansão, a variação de entalpia é igual a energia fornecida ao sistema na forma de calor. Por exemplo, se fornecemos `a água contida num béquer, através de um calefator elétrico, 36 kJ de energia escrevemos que H= + 36 kJ. Quando a pressão se mantém constante, a energia fornecida ao sistema, na forma de calor, contribui exclusivamente para a variaçào de entalpia. Relação entre H e U Exemplo1 A variação de energia interna quando 1,0 mol de CaCO3, na forma de calcita, se converte em aragonita é 0,21 kJ. Calcualr a diferença entre a varisação de entalpia e a variação de energia interna quando a pressão é de 1,0 bar, sabendo que a densidade da calcita é 2,71 g.cm-3 e a da aragonita é 2,93 g.cm-3. (1bar= 1,0 105 Pa) (1Pa.m3= 1J) ( =M/Vm) Resolução: (feito em aula) Exemplo 2 : Calcular a diferença entre H e U quando 1,0 mol de estanho cinzento (densidade = 5,75 g.cm-3) se transforma em estanho branco (densidade = 7,31 g.cm-3) sob a pressão de 10,0 bar. A 298 K, H = H+ 2,1 kJ (Resposta : H - U = -4,4 J Para um gás perfeito a relação entre H e U é dada por : (PV=nRT) então: nRTUPVUH Se a reação produz ou consome gás RTnUH g Onde ng é a variação do número de móis de gás na reação. Exemplo: )l(OH2)g(O)g(H2 222 ng= 0 – 3= -3 mol pois 3 mol de moléculas se transformam em 2 mol de moléculas no estado líquido. Nesta reação, a 298 K, a diferença entre as variações de entalpia e enrgia interna é H - U = (-3 mol)RT- 7,5 kJ Exemplo 3: Cálculo de uma variação de entalpia Aquece-se um volume de água, sob pressão constante de 1,0 atm, até a ebulição. Neste ponto, uma corrente elétrica de 0,50 A, de uma fonte de 12 V, passa durante 300 s por um resistor em contato térmico com a água em ebulição e se observa que ocorre a vaporização de 0, 798 g de água. Calcular a variação de energia interna molar e da entalpia molar da água no ponto de ebulição (373,15 K). (qp=I.V.t= H) (n=M/mol=0,798/18) RTnHU gmm )g(OH2)l(OH2 22 ng= 1-0 = 1mol 1 mm mol.kJ38RTHU A variação de energia interna é menor que a entalpia, pois parte de energia térmica fornecida foi usada para deslocar a atmosfera e abrir espaço para o vapor. Exercício proposto 2.3–Atkins vol.1 pg. 49. Variação de entalpia com a temperatura A entalpia de uma substância se eleva quando aumenta a temperatura. A relação entre entalpia e temperatura quando a pressão é mantida constante é dada por : P p T H C Ou seja, o coeficiente angular da curva da entalpia contra a temperatura, a pressão constante, é a capacidade calorífica a pressão constante, Cp. Cp é uma propriedade extensiva. Cp,m é uma propriedade intensiva (m = molar) Cp se relaciona com a variação infinitesimal de entalpia por T.CdH p Se Cp for constante no intervalo de temperatura considerado, tem–se para uma variação finita de temperatura, T.CH p Como o aumento de entalpia pode ser identificado com o calor fornecido ao sistema a pressão constante, a forma prática desta última equação é T.Cq pp Esta expressão mostra como medir a capacidade calorífica de uma amostra: mede-se a quantidade de calor fornecida à amostra, em condições de pressão constante (com a amostra exposta `a atmosfera, por exemplo, e livre para expandir-se) e acompanha-se o aumento de temperatura. Se o intervalo de temperatura considerado for pequeno podemos considerar a capacidade calorífica constante. Isto é válido para gases perfeitos monoatômicos (gases nobres). Se o intervalo for grande é necessário levar em conta que a capacidade calorífica varia. A expressão empírica neste caso é 2m,p T c bTaC Os parâmetros empíricos a,b e c são independentes da temperatura e tabelados. Exemplo 2.4 Atkins vol.1 pag. 49 Qual a variação da entalpia molar do nitrogênio (N2) aquecido de 25 até 100 oC? Dados: substância a b(10-3K-1) c (105K2) N2 28,58 3,77 - 0,50 2 1 2 1 2 1 T T 2 T T )T(H )T(H dT). T c bTa(dT.CpdH 12 2 1 2 21212 T 1 T 1 c)TT(b 2 1 )TT(a)T(H)T(H Substituino pelos valores numéricos tem-se, 298 1 373 1 c )298373(b 2 1 )298373(a)298(H)373(H 22 1mol.kJ20,2)K298(H)K373(H Relação entre Cp e CV A maioria dos sistemas se expande quando aquecidos a pressão constante. Estes sistemas efetuam trabalho sobre as respectivas vizinhanças e parte da energia que recebem na forma de calor escapa como trablho para as vizinhanças. Por isso, a temperatura do sistema se eleva masi lentamente quando o aquecimento é a press!ão constante do que quando é a volume constante. Uma menor elevação de temperatura sinaliza maior capacidade calorífica, e então concluimos que , na maioria dos casos, a capacidade calorífica a pressão constante é maior do que a capacidade calorífica a volume constante. Para um gás perfeito, nRCC Vp Conclui-se então que a capacidade calorífica molar de um gás perfeito, é cerca de 8 J.K-1.mol-1 maior que a capacidade calorífica a volume constante. Como a capacidade calorífica a volume constante de gás poliatômico é cerca de 25 J.K-1.mol-1, a diferença mencionada é bastante significativa e não pode ser desprezada. .................................. Transformação adiabática Neste processo ocorre abaixamento da temperatura, pois é realizado trabalho sobre a vizinhança dimunui a energia interna T se reduz. TC)TT.(CU .Vifv Numa expansão adiabática q=0, como U=q+w U=wad wad=CV. T O PROCESSO ADIABÁTICO http://www.lce.esalq.usp.br/aulas/lce1302/termodinamica3.pdf Além dos processos ideais tratados na aula passada (isotérmico, isobárico e isovolumétrico), um quarto tipo de processo tem grande importância na termodinâmica e, notadamente, na termodinâmica da atmosfera: o processo adiabático. Um processo adiabático é definido como aquele em que não há troca de calor entre o sistema e o meio, ou seja Q =0 Nesse caso, a primeira lei (ΔU = q + w) se reduz para ΔU=W= - Pex ΔV ou seja, a energia interna é alterada apenas por troca de energia na forma de trabalho. Como, numa expansão, o trabalho é negativo (o sistema perde energia), a sua energia interna diminui e consequentemente a sua temperatura. Numa compressão, por outro lado, a temperatura aumenta. Pela definição, um processo adiabático não envolve nenhum fluxo de calor, ou seja, não ocorre troca de energia nem por radiação, nem por condução, nem por convecção. A única forma de realizar um processo adiabático perfeito seria com um corpo branco (não absorve nem emite radiação) no vácuo, eliminando a condução e a convecção. No entanto, diversos processos mais comuns ao nosso redor são considerados adiabáticos. Eles podem ser considerados adiabáticos quando: 1. são tão rápidos que não há, praticamente, tempo para a troca de calor. Isso ocorre, por exemplo, quando o ar se comprime (num compressor, numa bomba manual) e, como conseqüência, é aquecido. Contrariamente, um botijão de gás que é esvaziado rapidamente, congela; o ar numa garrafa de refrigerante apresenta uma névoa logo após abertura: o ar expandiu, esfriou e vapor de água condensou em conseqüência. 2. envolvem volumes de matéria tão grandes que a interface com o meio é relativamente pequena, não dando, praticamente, oportunidade para troca de calor. Esse é o caso, por exemplo, quando grandes massas de ar sobem ou descem na atmosfera terrestre, resultando em variações de pressão e de temperatura. Quando o ar sobe, a pressão diminui, ocorrendouma expansão adiabática com conseqüente redução de temperatura.
Compartilhar