Buscar

TCC VIO.MULHER

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

COLÉGIO PADRE QUINTÍLIO COSTINE
VIOLÊNCIA CONTRA MULHER: UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA
CAMPOS NOVOS - 2010�
COLÉGIO PADRE QUINTÍLIO COSTINE
CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - 2010
VIOLÊNCIA CONTRA MULHER: UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA
ALUNOS: LUIZA BETE HENNIG 
	 VALÉRIA FERREIRA	 
Trabalho apresentado para avaliação na disciplina de Estágio, do curso de Técnico em Enfermagem, turno noturno, do Colégio Padre Quintílio Costine, ministrado pelo professor Fábio Dallanora.
Campos novos – 2010
�
LUIZA BETE HENNIG
VALÉRIA FERREIRA
VIOLÊNCIA CONTRA MULHER: UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à Coordenação do Curso Técnico em Enfermagem do Colégio Padre Quintílio Costine, como requisito parcial para a obtenção do título de Técnico em Enfermagem.
Aprovada em _____________de ___________2010.
BANCA EXAMINADORA
______________________________________
Prof. Orientador Fabio Dallanora
Colégio Padre Quintílio Costine
___________________________________________________________________
Coordenador do Curso: Gilmar F. de Oliveira
Colégio Padre Quintílio Costine
Dedicamos este trabalho, a nossos familiares, fontes inspiradoras de nossas vidas, pelos momentos em que lhes faltamos com carinho e presença. Por terem compartilhado de nossa conquista a cada momento. 
AGRADECIMENTOS
Agradecemos A DEUS
 Tu conheces nossas vidas nas coisas boas e más, nossas dores, nossos momentos de alegria, nossos desapontamentos e nossos esforços. 
Muito Obrigado por nunca estares tão longe para vires até nós.
A QUEM AMAMOS
 	Obrigado por terem acreditado em nosso ideal. Por escutarem constantes angústias, alegrias, decepções sempre como se fosse à última vez. As alegrias de hoje também são suas, pois o amor, o estímulo e carinho foram às armas desta vitória.
AOS MESTRES
Agradecemos àqueles que compartilharam os seus conhecimentos, a todos os professores e em especial ao Professor orientador Fabio Dallanora que esteve sempre presente na orientação e nesta caminhada final.
O nosso muito obrigado!
�
RESUMO
A Violência contra a Mulher é Identificada como uma das principais preocupações dos brasileiros começou a crescer na década de 80 e continuou aumentando nas décadas seguintes. Apesar de afetar as pessoas de forma diferente, esse fenômeno gerou em toda a p8pulação uma sensação de medo e insegurança. Em resposta, os governos adotaram primordialmente uma postura reativa e repressiva, defendendo o endurecimento de penas e a construção de prisões como a única solução para o problema. Contudo, essas medidas não tiveram reflexo na queda dos índices. A violência contra a mulher ocorre tanto no espaço privado quanto no espaço público e pode ser cometida por familiares ou outras pessoas que vivem no mesmo domicílio, caracterizada também como violência doméstica. Na Saúde Pública essa temática é vista como uma das grandes preocupações, sendo que a rota das vítimas de violência doméstica passa regularmente pelos prontos socorros, ambulatórios e hospitais da rede de saúde. Este trabalho tem como objetivo analisar de forma crítica as questões que norteiam a problemática da Violência contra a Mulher tendo como campo e foco da pesquisa a área da Saúde Pública, em específico a atuação dos Técnicos em enfermagem. Descreve-se através de pesquisa bibliográfica a visão destes profissionais da saúde a respeito deste tema com base em fontes bibliográficas diversas, focando a pesquisa na visão da saúde pública a respeito da violência contra a mulher. Usou-se a metodologia de pesquisa qualitativa, através da elaboração de análise crítica descritiva, com embasamento teórico em autores renomados a fim de obter o maior número de dados para a dissertação das conclusões e resultados da pesquisa. 
Palavras–chave: Enfermagem, violência, Mulher 
�
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	03
	1.1. Apresentação do tema:....................................................................04
	1.2. Justificativa:.........................................................................................04
	1.3. Objetivos:...............................................................................................05
		1.3.1.Objetivo Geral:..................................................................................05
		1.3.2.Objetivos Específicos:......................................................................05
	1.5. Metodologia:........................................................................................05
2. REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................07
	2.1. violência contra a mulher	07
	2.2 a saúde pública e a normas técnicas frente a violência contra a mulher ................................................................................................11
	2.3.procedimentos no atendimento a mulher violentada pelos profissionais da enfermagem..........................................................14
	2.3.1.encaminhamentos internos	............................15
	2.3.2.encaminhamentos externos	............................16
3. CONCLUSÃO OU CONSIDERAÇÕES FINAIS	19
REFERÊNCIAS 	22
�
�
1. INTRODUÇÃO
A enfermagem, como ciência do cuidar, vem, ao longo das últimas décadas, buscando aprofundar discussões sobre sua prática, reconhecendo que o cuidar é um processo e, dessa forma, em evolução e sujeito às mudanças que ocorrem no sistema de saúde e no modo de significância para o ser cuidado.
Entre aqueles a serem cuidados, está à mulher, a violência contra a mulher tem sido apontada como um problema histórico, social e mundial, que tem aumentado de maneira assustadora, tornando-se motivo de preocupação dos países, de estudiosos, de autoridades, de organizações não-governamentais e por vários campos do conhecimento.
A mulher, por ser alvo preferencial desse tipo de violência, tem merecido a atenção por parte de profissionais, principalmente os de enfermagem que, na sua trajetória prática e em qualquer ambiente de trabalho, podem defrontar-se com essa situação, exigindo conhecimento específico e habilidade para realizar esse cuidar como expressão humanizadora da enfermagem, com poder transformador, que deve ser sentido e vivido por parte de quem cuida e de quem é cuidado.
Nessa concepção, o primeiro contato da mulher no serviço de saúde deve acontecer com os profissionais de enfermagem, que farão um acolhimento humanizado, a realização da anamnese, coleta de material para exames laboratoriais, agendamento de retorno e administração de medicações. Esses são passos que garantem a aderência ao seguimento ambulatorial.
No entanto, a prática tem mostrado que ainda se faz necessário discutir os modos de cuidar em enfermagem à mulher vítima de violência, para buscar aprofundar conhecimentos que reflitam o exercício de enfermagem, sobre o que fazer? como fazer? e por que fazer? - de modo que esse atendimento se faça de forma singular e específica.
Nesse sentido, se propõe refletir acerca do cuidar em enfermagem à mulher vítima de violência sexual nas dimensões: técnica, de acolhimento e da existência humana, a partir de conceitos de estudiosas e teóricas de enfermagem que tratam a questão do cuidar, bem como, de pensadores filosóficos, que têm apontado o cuidado como elemento primordial para a existência humana.
Apresentação do tema:
A violência contra a mulher recobre o universo das pessoas relacionadas por laços consangüíneos ou afins. A violência doméstica é mais ampla, abrangendo pessoas que vivem sob o mesmo teto, mas não necessariamente vinculadas pelo parentesco. Portanto, violência doméstica é considerada qualquer ação ou conduta cometida por familiares ou pessoas que vivem na mesma casa, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual oupsicológico à mulher. 
É uma das formas mais comuns de manifestação da violência e, no entanto, uma das mais invisíveis, sendo uma das violações dos direitos humanos mais praticadas e menos reconhecidas do mundo. Trata-se de um fenômeno mundial que não respeita fronteiras de classe social, raça e etnia, religião, idade e grau de escolaridade. 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a violência doméstica como um problema de saúde pública, pois afeta a integridade física e a saúde mental. Os efeitos da violência doméstica, sexual e racial contra a mulher sobre a saúde física e mental são evidentes para quem trabalha na área. Mulheres em situação de violência freqüentam com assiduidade os serviços de saúde e em geral com "queixas vagas".(MADALOZO, 2009).
1.2. Justificativa:
	
	Com base a essas considerações, este relatório propõe expor uma análise crítica e pesquisa teórica sobre a Violência contra a Mulher. Baseado em subsídios teóricos, obtidos durante o curso Técnico em Enfermagem, que levam em conta diversas pesquisas, artigos e documentos eletrônicos sobre o tema, buscando atender, de modo preventivo e informativo, sobre o tema pesquisado, além do atendimento na área de enfermagem.
O propósito da abordagem deste tema é refletir acerca do cuidar em enfermagem à mulher vítima de violência, nas dimensões: técnica, de acolhimento e da existência humana, pautada em conceitos filosóficos e de estudiosas da área de enfermagem. A partir deste estudo, aponta-se que o cuidar realizado pela enfermagem à vítima de violência, ainda é centrado no modelo tecnicista e que esse cuidar deve ser ampliado para uma ação acolhedora e humana, possibilitando uma relação de partilha de valores e emoções entre o ser cuidador e o ser cuidado, com uma atenção que transcenda o sentido de curar e tratar, contemplando com atitudes de solicitude, paciência e preocupação.
	Esta pesquisa representa fundamental importância para nosso desenvolvimento profissional e aperfeiçoamento dos conhecimentos já obtidos no decorrer do curso. O estágio foi realizado na forma de pesquisa teórica de natureza qualitativa e contou com a supervisão do professor orientador Fábio Dallanora.
1.3. objetivos:
	1.3.1. Objetivo Geral: 
Realizar uma pesquisa com levantamento bibliográfico sobre a problemática da Violência contra a Mulher, analisando de forma crítica as questões que norteiam a problemática tendo como campo e foco da pesquisa a área da Saúde Pública, em específico a atuação dos Técnicos em enfermagem.
	
	1.3.2. Objetivos Específicos:
Conceituar o que é Violência contra a mulher
Identificar qual a atuação da saúde pública frente a essa problemática
Realizar um levantamento teórico sobre os procedimentos no atendimento a mulher violentada pelos profissionais da saúde.
1.4. Metodologia:
	
Descrever através de pesquisa bibliográfica a visão dos profissionais da saúde a respeito do tema pesquisado com base em fontes bibliográficas diversas, focando a pesquisa na visão da saúde pública a respeito da violência contra a mulher. Usou-se a metodologia de pesquisa qualitativa, através da elaboração de análise crítica descritiva, com embasamento teórico em autores renomados a fim de obter o maior número de dados para a dissertação das conclusões e resultados da pesquisa. 
O presente estudo será desenvolvido no período de junho a outubro de 2010. Através de um levantamento teórico, elaborado pelas alunas do curso de técnico em enfermagem, pesquisadores deste tema, a fim de conhecer mais sobre o assunto que se faz presente no dia a dia de sua área de trabalho.
	Os dados de pesquisa coletados serão organizados, com a realização de uma análise crítica para posteriormente serem descritos e fundamentados com base no referencial teórico.
		�
REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. Violência contra a mulher
A violência doméstica contra a mulher é um evento complexo e muito frequente no Brasil, sendo os serviços de saúde constantemente procurados por essas mulheres, o que coloca serviços e profissionais de saúde em lugar de destaque no manejo desses casos. 
Considerando o papel do enfermeiro dentro do sistema de saúde, o objetivo deste estudo, compreendendo a percepção destes profissionais sobre a problemática. 
Precisamos considerar que houve uma mudança no papel da mulher na sociedade moderna, porém, mantemos uma visão tradicionalista de visão de homem e mulher, assim, identificamos um momento de transição em que a "mulher moderna" vive entre o paradoxo de ser um sujeito social ativo e ser a "rainha do lar". 
Neste sentido, vimos que a mulher de hoje apenas multiplicou funções, mas ainda não dividiu responsabilidades. Percebemos ainda a liberdade sexual feminina como libertinagem; neste sentido prevalecem discursos em que às mulheres é vedado o direito de exercerem sua sexualidade de forma livre, sendo este assunto tratado com denotações negativas.
Dessa forma muitas vezes a violência contra a mulher é associada a aspectos relacionados à individualidade dos casais; aspectos externos relacionados ao estilo de vida imposto pela sociedade moderna e ao uso de álcool e drogas. O que faz com que se atribua a continuidade das relações violentas pelo medo, pela vergonha e por dependência financeira e moral de seus companheiros e pela falta de apoio social
Assim, muitas mulheres permanecem nas relações por não verem outra possibilidade de vida. Implícita na temática da violência contra as mulheres, está sempre presente nos discursos o fato das mulheres se manterem em relações assimétricas com seus parceiros, o que as tornam submissas e contribui para a manutenção do ciclo da violência. 
Contudo nos profissionais de saúde, muitas vezes nos sentimos despreparados para lidar com a situação; sendo que reconhecemos principalmente a violência física e focamos a assistência ao atendimento das lesões. 
Percebemos então a invisibilidade da violência contra a mulher pelos profissionais de saúde, que possivelmente se distanciam para evitar frustrações frente ao problema com o qual não se sentem preparados para lidar. Sendo que não possuem conhecimentos adequados quanto às questões jurídicas; e, assim, ao atender casos de violência, não se prendem aos fatores legais, mas sim a fatores de ordem pessoal, às especificidades do caso atendido e à própria estrutura dos serviços. Por fim, reconhecemos que há necessidade de treinamento para que possamos melhorar a abordagem do tema.
A violência contra a mulher, atualmente denominada violência de gênero (violência contra a mulher na vida social privada e pública), ocorre tanto no espaço privado quanto no espaço público e pode ser cometida por familiares ou outras pessoas que vivem no mesmo domicílio (violência doméstica); ou por pessoas sem relação de parentesco e que não convivem sob o mesmo teto.
Para Saffioti (1997), a violência familiar recobre o universo das pessoas relacionadas por laços consangüíneos ou afins. A violência doméstica é mais ampla, abrangendo pessoas que vivem sob o mesmo teto, mas não necessariamente vinculadas pelo parentesco.
A magnitude das conseqüências da violência doméstica no Brasil na economia; nos custos para o sistema de saúde, a polícia, o Poder Judiciário, os órgãos de apoio à mulher na própria saúde das mulheres, ainda não pode ser medida com maior precisão, pois as nossas estatísticas necessitam de dados importantes que não são coletados, sobretudo nos serviços de saúde. 
Eis uma das conseqüências da falta do diagnóstico de violência doméstica nos prontuários médicos. 
A violência contra a mulher é uma forma de violência que persiste no tempo e se estende praticamente a todas as classes sociais, culturas e sociedade. Desde a década de 1950, vem sendo referida de diversas maneiras como violência intrafamiliar, violência contra a mulher, violência doméstica. A partir da década de 1990, ela foi designada também como violência de gênero (ALLIELO, 2005). 
No Brasil segundo a Sociedade Mundial de Vitimologia da Holanda,que pesquisou a violência doméstica em 138 mil mulheres de 54 países, os dados são alarmantes:
[...]23% das mulheres brasileiras estão sujeitas à violência doméstica; a cada quatro minutos uma mulher é agredida em seu próprio lar, por urna pessoa com quem mantém uma relação de afeto; as estatísticas disponíveis e os registros nas Delegacias Especializadas de Crimes contra a Mulher demonstram que 70% dos incidentes acontecem dentro de casa e que o agressor é o próprio marido ou companheiro; mais de 40% das violências resultam em lesões corporais graves decorrentes de socos, tapas, chutes, amarramentos, queimaduras, espancamentos e estrangulamento (sena, 2008)
Na América Latina segundo dados da pesquisa citada acima, a violência doméstica incide sobre 25% a 50% das mulheres; e os custos com a violência doméstica são da ordem de 14,2% do PIB (Produto Interno Bruto), o que significa 168 bilhões de dólares. 
De fato qualquer ato de violência de gênero que resulte ou possa resultar em dano físico, sexual ou psicológico ou sofrimento para a mulher, inclusive ameaças de tais atos, coerção ou privação arbitrária da liberdade, quer isto ocorra em público ou na vida privada, segundo Mattar (2007) é um ato de violência.
Nessa perspectiva, a violência contra a mulher expressa à desigualdade de poder entre ambos os sexos, é reconhecida como uma questão de violação dos direitos humanos e como uma forma de discriminação contra a mulher (HEIDEGGER, 2006). 
Um dos itens importantes na superação das relações de desigualdade é a visibilidade do fenômeno, que pode ser conseguida por meio da informação à população visando a romper a indiferença e a cumplicidade que levam à naturalização e à permanência de práticas discriminatórias na sociedade. 
Nesse sentido, é necessário ampliar o conhecimento do fenômeno, tendo em vista que o reconhecimento da desigualdade e da forma como ela evolui pode fundamentar as intervenções para a mudança. 
Segundo o Ministério da Saúde a introdução da problemática que cerca a violência contra a mulher na agenda da saúde ocorreu por meio do movimento feminista, nas últimas décadas do século XX, buscando sensibilizar as mulheres e a sociedade geral para a consciência de gênero, pressionando e exigindo ações e intervenções do Estado junto às vítimas, não apenas para o tratamento das lesões e traumas provenientes da violência, mas também no reconhecimento das mulheres de sua condição de cidadãs e como sujeitos capazes de decidir sobre suas próprias vidas. 
Como resposta a isso, foram alcançados alguns resultados no desenvolvimento de estudos e de políticas sociais voltados ao problema. Entre os resultados destas políticas podemos citar a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, realizada em 1994, que reconheceu a violência contra a mulher como um obstáculo para a saúde sexual e reprodutiva e dos direitos afins da mulher. 
Ainda no mesmo ano, foi realizada a Convenção Interamericana para prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, que representa um esforço do movimento feminista internacional para dar visibilidade à existência da violência contra a mulher e recomenda aos governos das Américas a adoção de medidas para prevenir, punir e erradicar esse tipo de violência. 
Recomenda também a investigação e a recopilação de estatísticas e demais informações pertinentes sobre as causas, conseqüências e freqüência da violência contra a mulher para formular e avaliar as mudanças necessária(CFEMEA, 2002). 
A Presidência do Conselho de Ministros / Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres (2002) opina que os comportamentos inerentes às situações de violência doméstica / violências nas relações de intimidade, referem-se a [...]comportamentos reiterados, que aumentem gradualmente de intensidade e cheguem muitas vezes a situações extremas, situações que as vítimas não raras vezes escondem por vergonha de não serem entendidas, por medo, por razões de dependência econômica ou outras.(cfemea, 2002).
Neste contexto, é pertinente recordarmos que algumas destas situações, pelo seu grau de gravidade, obrigam ao afastamento do agressor da residência. Tal tomada de decisão apenas pode ser decretada pelo Magistrado competente.
Neste contexto, acreditamos nas intervenções do enfermeiro e do especialista em saúde mental e psiquiatria e preferencialmente, um acompanhamento em equipa multidisciplinar. 
Estes profissionais possuem saberes e competências abrangentes que os habilitam a intervir de forma mais eficaz nestas situações, promovendo a saúde da mulher, da família e da comunidade onde estes crimes ocorrem. 
Neste contexto Mattos (2006), é da opinião que “[…] embora muitas mulheres possam ter o desejo de partilhar um acontecimento como este, nem sempre o contexto de ajuda cria condições facilitadoras para que uma revelação da vitimação tenha lugar. 
Como profissionais envolvidos na assistência de enfermagem somos defensores de formas multidisciplinares para melhorar a intervenção junto das mulheres vítimas de violência nas relações de intimidade. Entende-se trabalho em equipe, aquele que é realizado por um conjunto diversificado de profissionais de diferentes áreas e não o trabalho realizado individualmente por cada um deles. 
Esta nossa preocupação, ocorre porque acreditamos que qualquer mulher que vivencie uma situação de violência se encontra em crise, e de tal modo, encontra-se em constante sofrimento e necessita de toda a ajuda que possamos proporcionar.
No que diz respeito aos enfermeiros, e tendo por base a nossa forma de pensar em enfermagem, acreditamos que, a resposta à problemática das mulheres vitimas de violência nas relações de intimidade, deve pautar-se, acima do seu saber, dos conhecimentos técnicos e científicos. 
2.2. A saúde pública e as normas técnicas frente a VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER 
Na busca de apresentar o cuidar na dimensão técnica, nos apoiamos na compreensão da habilidade técnica do profissional de enfermagem em saber-fazer os cuidados à mulher vítima de violência em conformidade com a Norma Técnica (NT) do Ministério da Saúde (MS), sendo medidas preventivas que a mulher dispõe.
Nessa ação, a mulher ao buscar o serviço de saúde, recebe uma assistência que envolve outros profissionais, como médico legista e ginecologista, assistente social, psicólogo, que em conjunto planejam o tratamento dos agravos que podem ser imediatos ou a longo prazo, de ordem física e psicológica. 
Os agravos físicos são decorrentes de traumas físicos diversos, casos de lesões genitais e extragenitais, neste caso encontram-se também as escoriações, equimoses e fraturas da face. Além dessas lesões, as vítimas podem apresentar distúrbios emocionais, como insônia, pesadelo, depressão, fobias, pânico, ansiedade, medo da morte, sensação de solidão, cefaléia, fadiga, transtorno do apetite, risco para uso de drogas ilícitas e suicídio, pois em algumas situações a severidade da agressão da violência sexual é conjugada com relações anais e orais.(WALDOW, 2006, p.69). 
Compreende-se que nessa ação do cuidar realizado pela enfermagem em conformidade com as Normas Técnicas, direciona-se para um saber técnico, em que suas ações estão voltadas para o tratamento das lesões, prevenções das Doenças Sexualmente Transmitidas (DSTs) e da hepatite B, bem como para a prevenção de uma gravidez indesejada, no caso de estupro. 
Assim, a assistência de enfermagem à mulher vítima de violência sexual ou física antecede a uma prescrição médica, para que seja feita a administração de medicamentos no sentido de diminuir os riscos de adquirir DSTs, por infecção pela Neisseria gonorrhoeae de 0,8 e 9,6%; como para o Trichomonas vaginallis de 3,1 a 22%; seguido de Chlamydia trachomatis de 1,5 a 26%; para vaginose bacteriana entre 12 a 50%; do Papiloma Vírus Humano (HPV) de 2 a 40%; para Treponema pallidum é de até 1,6% e para hepatite B de 3%. Enquanto que para a transmissão do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é menos de 1%.(Faúndes.A, Rosas CF, Bedone AJ, Orozco LT. 2006 p. 115).  
Para Faúndes et all, dessa forma, percebe-se que essa ação de cuidar à mulher vítima de violência pela enfermagem no serviço de saúde segue o modelo biomédico, em que as ações assistenciais estão direcionadas para o fazer, justificando a predominância do cuidado na dimensão técnica. 
Assim, acreditamos que a própria evolução histórica da profissão de enfermagem, associado ao avanço tecnológico e científico, tenha contribuído para um modo de fazer que se configura em intervenções, sem a incorporação da subjetividade na relação entre o ser cuidado e o ser cuidador.
Na busca de expressar as finalidades do cuidar de enfermagem para além de ações técnicas, deve-se priorizar "[...] aliviar o sofrimento humano, manter a dignidade e facilitar meios para lidar com as crises e com as experiências traumáticas". (Senna et all, 2008)
Contudo, o cuidado como fenômeno responsável pela humanização tem sido anunciado com o propósito de unir o cuidado técnico ao cuidado humano, o que tem enfatizado a prática de enfermagem técnica e científica associada ao cuidado afetivo-expressivo, demonstrando assim, o cuidado humanizado.(Waldow, 2004, p. 146).
 Portanto, o cuidar em enfermagem à mulher na situação de violência sexual na dimensão técnica volta-se para uma ação que exige um domínio da habilidade do profissional, ou seja, no saber-fazer. 
A mulher que sofreu violência ao chegar aos serviços de saúde, em especial Pronto Socorros, foi e está muito humilhada, é provável que não deseja se expor mais ainda inclusive porque está amedrontada e confusa. Portanto, ao abordá-la não podemos ser evasivos. É preciso respeite os limites humanos, sermos discretos, mas dar apoio.
Caso percebamos que a mulher está relutando em assumir ou relatar a violência que sofreu, bem como revelar seu agressor, é preciso que o enfermeiro procure conversar em local que garanta a privacidade dela; ou solicite ajuda encaminhando-a (por escrito) a profissional ou serviços especializados no trato de tal questão, em sua instituição ou em outro local. 
Daí a necessidade e a importância do preenchimento detalhado e completo de um prontuário. Segundo o CEBES (2009) os serviços de saúde, uma mulher que sofreu violência deve ter o seu "MOTIVO DE ATENDIMENTO" classificado segundo os critérios de: 
Violência física - para agressão física sofrida fora do âmbito doméstico, não enquadrada como violência doméstica; 
Violência sexual - estupro ou abuso sexual, em âmbito doméstico ou público, podem também resultar em lesões corporais, DST\'s (Doenças Sexualmente Transmissíveis); gravidez indesejada e transtornos mentais(cebes,2009).
Dados da violência doméstica segundo CEBES (2009):
A Nível Mundial, um em cada 5 (cinco) dias de falta ao trabalho é decorrente de violência sofrida pelas mulheres em suas casas; A cada 5 (cinco) anos a mulher perde 1 (um) ano de vida saudável, se ela sofre violência doméstica; 
Em 1993 o Banco Mundial diagnosticou que a prática de estupro e de violência doméstica são causas significativas de incapacidade e morte de mulheres na idade produtiva, tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento; 
Para entendermos porque a violência doméstica é também uma questão de saúde pública, precisamos compreendê-la no seu aspecto numérico, observando o grande número de vítimas que atinge; nas repercussões insalubres na sanidade física e mental.
Diante de tais considerações, é necessário que nos serviços de saúde informatizados sejam criados códigos específicos para classificar e delimitar a violência. 
Segundo o Ministério da Saúde já existe o código geral para violência, que é utilizado para qualquer tipo de violência. Tal código permaneceria para a violência física, independente do sexo, não enquadrada como violência sexual e nem doméstica. No entanto necessita-se criar um código para a "violência sexual", e outro para a "violência doméstica". 
Caso o "motivo de atendimento" não seja violência, de qualquer tipo, qualquer profissional de saúde (médico/a; enfermeiro/a; auxiliares de enfermagem; psicólogo/a; assistente social, etc.) que detecte que a mulher atendida sofreu violência, quer seja física, sexual ou doméstica, deverá comunicar o fato ao profissional responsável pela condução do caso e solicitar a correção do "motivo de atendimento" no prontuário. 
Nas instituições em que a ficha de atendimento (prontuário) é feita em computador, não basta apenas que risque ou modifique o "motivo de atendimento" no prontuário, mas é necessário também que solicite ao funcionário responsável o preenchimento inicial do prontuário, com os dados de identificação pessoal, que o faça também nos arquivos de computador. 
Tal conduta é absolutamente indispensável para que as nossas estatísticas sejam mais reais, com a história completa e descrição das lesões. 
Os profissionais precisam estar conscientes de que um prontuário cujo "motivo de atendimento" e diagnóstico é violência física, sexual ou doméstica representa um documento de grande valor legal para as mulheres, pois trata-se do registro mais importante da violência sofrida, logo preenchê-lo adequadamente demonstra o grau de compromisso profissional no combate à violência.
Portanto, o prontuário deverá ser preenchido com letra legível e conter a descrição exata das lesões e os encaminhamentos realizados. 
2.3. procedimentos no atendimento a mulher violentada pelos profissionais da enfermagem.
Ao diagnosticar violência doméstica, é preciso que o profissional da saúde seja firme e solidário. Oriente a mulher "a fazer valer" os seus direitos. Apresente-lhes caminhos que possibilitem quebrar o "ciclo da violência". No entanto, nem sempre você encontrará receptividade. 
É preciso ser tolerante e não impor o que considera a "conduta certa". Mesmo considerando que a mulher em situação de violência encontra-se em condição de vulnerabilidade, cabe exclusivamente a ela decidir o que fazer. O profissional precisa respeitar o direito dela à autonomia. Apenas fazendo a sua parte, sobretudo saber encaminhá-la adequadamente e com prontidão. 
Nessa perspectiva do cuidar, a enfermagem ao realizar o cuidado à mulher vítima de violência, tem a possibilidade de descortinar outros problemas que possam afetar a integridade física e emocional dessa mulher. 
Assim, o profissional de enfermagem, ao adotar a postura de ouvir a mulher que busca o serviço de saúde, com suas queixas variadas, tem nesse momento, condições de rastrear situações de violência que estejam contidas no silêncio, no medo e na vergonha.
As concepções apresentadas sobre acolhimento permeiam um conceito de ouvir, de tocar e de receber, bem como elemento essencial para a reorganização do trabalho, com a finalidade de humanizar as ações prestadas no serviço de saúde. 
Logo, esse cuidar acolhedor pela enfermagem permite um olhar sensível e humano para a saúde da mulher vítima de violência, com a finalidade de recuperar sua auto-estima, sua saúde mental e sua qualidade de vida.
Para que isto ocorra as encaminhamentos, internos e externos, devem ser por escrito e registrados no prontuário. Em casos de violência contra a mulher, um documento médico adequadamente preenchido, como o prontuário, é um testemunho que serve para combater a impunidade e pode salvar vidas.
Precisamos lembrar que somos responsáveis pelo conteúdo de um documento valioso para a saúde e a vida das mulheres e que a omissão, a exemplo do silêncio e da impunidade, é cúmplice da violência.
2.3.1. Encaminhamentos internos: 
	Segundo o Ministério da Saúde e as Normas Técnicas os encaminhamentos internos correspondem em:
Registro da queixa no posto policial da instituição de saúde; 
Serviço Social da instituição de saúde; 
Serviço de Apoio Psicológico da instituição de saúde. 
2.3.2. Encaminhamentos externos: 
	Segundo o Ministério da Saúde e as Normas Técnicas alguns dos encaminhamentos externos são:
Delegacia Especializada de CrimesContra a Mulher; 
IML - Instituto Médico Legal; 
Centros de Apoio à Mulher -  um serviço de apoio social, psicológico e jurídico às mulheres em situação de violência, disponível em vários municípios;
Casa Abrigo - recebe mulheres que sofreram violência doméstica e encontram-se em situação de risco de vida. Procedimentos em caso de suspeita de violência sexual 
O atendimento à vítima de violência sexual tem como principais objetivos; a atenção médica; o registro adequado das lesões; a preservação de possíveis provas que poderão ser importantes posteriormente; a prevenção de DST\'s (Doenças Sexualmente Transmissíveis), inclusive HIV; a prevenção de gravidez indesejada, através da contracepção de emergência. 
 	O profissional da saúde deve orientar a vítima aos seguintes procedimentos: 
Se possível não se lavar; ou  recuperar a roupa que usava no momento do crime; Procurar um serviço de atenção especializado. 
Procurar a Delegacia, para registro da queixa, na "Delegacia da Mulher" mais próxima ou na própria instituição de saúde; 	
Procurar o IML - Instituto Médico Legal, para realizar "exame de corpo de delito"; 
Procurar Serviços de saúde que realizam diagnóstico de DST\'S, inclusive HIV; 
Procurar Serviços de apoio psico-social. 
Lembrar que as mulheres em idade reprodutiva - entre a primeira menstruação (menarca) e a menopausa - necessitam fazer: registro policial da queixa; exame de corpo de delito e receber orientações específicas do Serviço de Atenção à Mulher Vítima de Violência Sexual. 
Segundo o Ministério da Saúde em 1999, a Norma Técnica para Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da Violência Sexual contra Mulheres e Adolescentes, do Ministério da Saúde, lança as bases operacionais da política de atendimento a mulheres e adolescentes que sofreram violência sexual, estimulando a criação, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), de serviços de atendimento às mulheres violentadas e redes de referência que facilitem o acesso das mulheres a estes equipamentos. (BRASIL, 1999)
	No entanto, a estruturação e manutenção destes serviços e redes não têm sido uma tarefa simples, exigindo continuados esforços de articulação técnica e política. 
	Desta forma, o número de serviços de saúde capacitados a realizar todos os procedimentos previstos na norma técnica, incluindo a interrupção da gravidez, quando é o caso, é insuficiente para o tamanho do país; mesmo onde há serviços, muitas mulheres ainda encontram dificuldades para serem atendida.
	Na esfera jurídica, violência significa uma espécie de coação, ou forma de constrangimento, posto em prática para vencer a capacidade de resistência de outrem, ou a levar a executá-lo, mesmo contra a sua vontade. É igualmente, ato de força exercido contra as coisas, na intenção de violentá-las, devassá-las, ou delas se apossar.
	Existem vários tipos de armas utilizadas na violência contra a mulher, como: a lesão corporal, que é a agressão física, como socos, pontapés, bofetões, entre outros; o estupro ou violência carnal, sendo todo atentado contra o pudor de pessoa de outro sexo, por meio de força física, ou grave ameaça, com a intenção de satisfazer nela desejos lascivos, ou atos de luxúria; ameaça de morte ou qualquer outro mal, feitas por gestos, palavras ou por escrito; abandono material, quando o homem, não reconhece a paternidade, obrigando assim a mulher, entrar com uma ação de investigação de paternidade, para poder receber pensão alimentícia.
Mas nem todos deixam marcas físicas, como as ofensas verbais e morais, que causam dores, que superam a dor física. 
Humilhações, torturas, abandono, etc, são considerados pequenos assassinatos diários, difíceis de superar e praticamente impossíveis de prevenir, fazendo com que as mulheres percam a referencia de cidadania.
A violência contra a mulher, não esta restrita a um certo meio, não escolhendo raça, idade ou condição social. A grande diferença é que entre as pessoas de maior poder financeiro, as mulheres, acabam se calando contra a violência recebida por elas, talvez por medo, vergonha ou até mesmo por dependência financeira.
Toda a mulher violentada física ou moralmente, deve ter a coragem para denunciar o agressor, pois agindo assim ela esta se protegendo contra futuras agressões, e serve como exemplo para outras mulheres, pois enquanto houver a ocultação do crime sofrido, não vamos encontrar soluções para o problema.
�
CONCLUSÃO OU CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para construir soluções eficazes contra a violência é preciso conhecer melhor o problema, buscando informações sobre onde à violência se concentra qual o público mais atingido, quais as circunstâncias nas quais ela acontece. Com essas informações é possível desenvolver estratégias eficazes para garantir a segurança de todos, sempre combinando ações preventivas com medidas de controle. 
Esse trabalho consiste em uma interação em conjunto de áreas que envolvem a sociedade e sua organização, em prol de soluções para a problemática que norteia as questões da Violência contra a mulher. 
Estas vão da segurança pública até a saúde pública. Tais ações consistem no desenvolvimento de metodologias inovadoras e na promoção de ações de mobilização da sociedade para que esta pressione o poder público em busca de resultados. 
Com isso, pretende-se inspirar políticas públicas de segurança e estimular as pessoas, agindo em conjunto, para que cada um desempenhe seu papel num problema que é de todos. 
Nas enfermarias, onde é mais frequente o contato dos profissionais da Enfermagem, do que nas delegacias, é preciso criar uma espécie de protocolo com considerações e orientações para atendimento à mulher em situação de violência na rede pública de saúde que venha a ajudar a suprir a lacuna que existe entre o atendimento dado pelos profissionais da saúde pública e os da segurança pública. 
Na abordagem deve-se tratar da omissão ao respeito, estimulando o exercício da cidadania, buscando entender de que maneira devemos abordar uma mulher com evidências de violência que chega a uma unidade de saúde. 
Pois a mulher em situação de violência se apresenta com medo, insegurança, desconfiança, dor, incerteza, frustração, além das lesões físicas, etc. Diante de tal situação, ela, acima de tudo, merece e deve ser atendida com respeito e solidariedade e precisa receber orientações que a ajudem a resolver ou diminuir seus problemas.
Para os profissionais de saúde, outro grande desafio que está colocado é como equacionar a "urgência" ou a "emergência" no momento do atendimento, do ponto de vista da atenção médica e dos demais procedimentos estritamente de saúde, e ao mesmo tempo prestar um acolhimento solidário e digno, ou seja, mais humanizado, capaz de aumentar a auto-estima das mulheres atendidas.
No Brasil, um dado importante é a omissão do poder público que não habilita os profissionais de saúde para o atendimento adequado às mulheres em situação de violência. Que nos casos em geral não conseguem fazer o diagnóstico de violência doméstica, assim como muitas vezes não compreendem a magnitude do problema como uma questão de saúde pública e nem conseguem assumir a responsabilidade social que lhes cabe. 
Porém é preciso que os profissionais da área entendam que para construir soluções eficazes contra a violência é preciso conhecer melhor o problema, buscando informações sobre onde à violência se concentra qual o público mais atingido, quais as circunstâncias nas quais ela acontece. 
Com essas informações e com uma ação conjunta de setores diferentes da sociedade é possível desenvolver estratégias eficazes para garantir a segurança de todos, sempre combinando ações preventivas com medidas de controle. Que são deveres tanto da segurança pública, quanto da saúde pública.
Nas pesquisas por nós elaboradas sobre violência doméstica contra a mulher, e no que compete, ao local das agressões, concluímos que a casa, espaço da família, antes considerada lugar de proteção e próprio do mundo feminino, passa a ser um local degrande desprotecção, desamor e risco para as mulheres. 
Contrariando o senso comum, as pesquisas comprovam que o lugar menos seguro para a mulher é o seu próprio lar. Tais dados reiteram que o risco de uma mulher ser agredida em sua residência, pelo marido/companheiro, ex-marido/companheiro é muito superior ao risco de sofrer alguma violência na rua.
Inicialmente, os atos abusivos abrangem a injúrias ou ataques verbais, no entanto, com o passar do tempo, acabam por atingir proporções desmedidas, passando à violência física, aumentando a sua frequência e gravidade ao longo do tempo.
Neste ciclo, ocorrem sentimentos de ambivalência por parte da vítima, como medo, desesperança, desespero, esperança, confiança, amor, que corresponde à oscilação de comportamento do próprio agressor.
Concluímos este relatório, o qual representou fundamental importância para nosso desenvolvimento e aperfeiçoamento profissionais.Obtivemos oportunidade de pesquisar sobre um tema que esta diretamente ligado ao dia a dia de nosso trabalho junto a pacientes, médicos, enfermeiros e técnicos, sendo que nas situações reais de vida e trabalho, sabemos que exige dos profissionais da saúde muito mais atenção e aperfeiçoamento. 
A estrutura da pesquisa foi fator importante para bom desenvolvimento e enriquecimentos do estágio. Todas as atividades de análise de textos foram desenvolvidas com satisfação, o momento em que sentimos integrados a profissão, foi durante a realização levantamento de dados de violência doméstica no país e no mundo, por se tratar do momento em que tivemos a oportunidade de saber a real situação dos índices de atendimentos em hospitais e enfermarias dos traumas e ferimentos devido aos números imensos de pacientes que lutam contra a causa de seus traumas, dia a dia por uma solução que possa cessar essas formas de violência
 
�
REFERÊNCIAS
CEBES. Notícias da Enfermagem. Violência contra a mulher: questão de saúde pública. Por Edna Madalozzo – Jornalista. cebes.org.br.
Brasil - Código Penal / coordenação Mauricio Antonio Ribeiro Lopes - 5.ed.ver., atual.e ampl. - São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2000. - (RT Códigos)
BRASIL. Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência sexual contra mulheres e adolescentes: norma técnica. Brasília (DF): MS; 2005.        
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Atenção integral para mulheres e adolescentes em situação de violência doméstica e sexual: matriz pedagógica para formação de redes. Brasília; 2006 
BRASIL. Organização Panamericana da Saúde. Organização Mundial da Saúde. Como acabar com a violência contra as mulheres. Popul Rep. 1999;27(4):1- 43.         
CFEMEA. Centro Feminista de Estudos e Assessoria. Os direitos das mulheres na legislação brasileira pós-constituinte. Brasília: Letras Livres; 2006.         
Schraiber LB, Pires D'OAFL, Couto MT. Violência e saúde: estudos científicos recentes. Rev Saúde Pública. 2006 Ago; 40(Esp):112-20.         
VELLOSO, Renato Ribeiro Texto contexto. Enfermagem. VOL19 nº1. Florianópolis jan/Mar. 2010
SAFFIOTI, Heleieth I. B. Violência de gênero: entre o público e o privado. Presença da Mulher, Nº. 31, p 23-30; e Violência doméstica: do privado ao público. Presença da Mulher, Nº. 32, p 29-37.1997.
Aliello YV, Estrada LC, Brito YD, Molina LM, Rivero JLP. Violência conyugal em la mujer. Revista Archivo Médico de Camaguey. 2005 Out [acesso 2007 Ago 5]; 9(5). Disponível em: http://www.amc.sld.cu/amc/2005/v9n5/1079.pdf   
Mattar R, Abrahão AR, Andalaft Neto J, Colas OR, Schroeder I, Machado SJR, et al. Assistência multiprofissional à vítima de violência sexual: a experiência da Universidade Federal de São Paulo. Cad Saúde Pública. 2007 Fev; 23(2):459-64. 
 
Faúndes A, Rosas CF, Bedone AJ, Orozco LT. Violência sexual: procedimentos indicados e seus resultados no atendimento de urgência de mulheres vítimas de estupro. Rev Bras Ginecol. 2006 Fev; 28(2):126-35.  
       
Waldow VR. O cuidado na saúde. As relações entre o eu, o outro e os cosmos. Rio de Janeiro (RJ): Vozes; 2004.     
Waldow, VR. Cuidar. Expressão humanizadora da enfermagem. Petrópolis (RJ): Vozes; 2006
   
Sena RR, Silva KL, Gonçalves AM, Duarte ED, Coelho S. O cuidado no trabalho em saúde: implicações para a formação de enfermeiros. Interface-Comunic, Saúde Educ. 2008 Jan-Mar; 12(24):23-33.         
Heidegger M. Ser e Tempo. 12ª ed. Universitária São Francisco, Petropólis (RJ): Vozes; 2006

Outros materiais