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9/5/2010 1 Aula 4 Classificação dos Solos Importância da classificação dos solos � A diversidade e a enorme diferença de comportamento apresentada pelos diversos solos perante as solicitações de interesse da Engenharia levou ao seu natural agrupamento e conjuntos distintos, aos quais podem ser atribuídas algumas propriedades. � O objetivo da classificação dos solos, sob o ponto de vista da Engenharia, é o de poder estimar o provável comportamento do solo ou, pelo menos, o de orientar o programa de investigação necessário para permitir a adequada análise de um problema. 9/5/2010 2 Granulometria dos solos � O estudo da distribuição granulométrica dos solos objetiva a análise do solo quanto à dimensão de suas partículas sólidas. A granulometria caracteriza o solo com relação à distribuição percentual dos diferentes tamanhos de grãos que o compõem, obtida em ensaio de laboratório realizado em uma amostra representativa. � Os solos finos apresentam comportamento plástico, enquanto os materiais mais grossos apresentam comportamento granular. A partir da granulometria do solo pode-se, portanto, classificar o solo quanto ao comportamento (plástico ou granular). Granulometria dos solos � Para caracterizar a granulometria de um solo deve-se submetê-lo ao ensaio granulométrico que se compõe de 3 etapas: 1. Peneiramento Grosso 2. Peneiramento Fino 3. Sedimentação � O ensaio consiste em se fazer passar uma amostra do solo através de uma série de peneiras superpostas, cujas aberturas de malha são conhecidas. 9/5/2010 3 Granulometria dos solos O procedimento permite que se determine que percentuais do peso total da amostra são compostos por grãos maiores ou menores que a malha de cada peneira utilizada. A parcela muito fina do material, não podendo ser estudada por peneiramento, é analisada através do ensaio de sedimentação Determinação da Curva Granulométrica A análise granulométrica deve ser compatível com o solo ensaiado. Solos que tenham uma predominância marcante de partículas grossas poderão ser estudados apenas por Peneiramento. Solos exclusivamente finos podem ser avaliados apenas por sedimentação. Materiais compostos por mistura equilibrada de partículas finas e grossas deverão ser caracterizados por ensaio completo. 9/5/2010 4 Determinação da Curva Granulométrica PENEIRAMENTO Consiste em se fazer com que a amostra a ensaiar passe através de uma série de peneiras com aberturas de malha conhecidas. A dimensão da partícula é definida em função das malhas das peneiras entre as quais a mesma fica retida. Entende-se por malha de peneira, a dimensão do lado do quadrado que a compõe. O Peneiramento é, por sua vez, realizado em duas etapas. A primeira etapa é o PENEIRAMENTO GROSSO, onde são analisadas partículas com diâmetro superior a 2mm, e a segunda etapa é o PENEIRAMENTO FINO, onde são estudadas as partículas com diâmetro compreendido entre 2 mm e 0,075mm. 2mm Peneiram. grosso 0,075mm Determinação da Curva Granulométrica PENEIRAMENTO Para a execução do ensaio, a amostra deve, portanto, ser previamente repartida através de Peneiramento na peneira n• 10 (2 mm). A parcela que ficar retida na peneira n• 10 deverá ser lavada dentro da mesma e virá a constituir a amostra para Peneiramento grosso. Da parcela que passar na peneira n• 10 retira-se uma sub-amostra que, após lavagem na peneira n• 200 (0,075 mm), irá constituir a amostra para Peneiramento fino. As operações de lavagem nas peneiras 10 e 200 são necessárias para que se eliminem os grãos muito finos do material que, aderentes aos grãos mais grossos, introduziriam erro nas pesagens do material retido em cada peneira utilizada no ensaio. 2mm Peneiram. grosso 0,075mm 9/5/2010 5 Determinação da Curva Granulométrica SEDIMENTAÇÃO Consiste em se fazer com que as partículas de solo sedimentem numa massa fluido de viscosidade conhecida. A dimensão das partículas é definida com base na lei de “STOKES”, que equaciona a velocidade de queda de uma esfera em meio líquido. Segundo tal lei, a velocidade de queda da esfera será constante em função do seu diâmetro. No ensaio, sabe-se que quando a última partícula com uma dada dimensão atravessa um ponto da suspensão há uma variação na densidade da mesma nesse ponto. Pode-se, portanto, medindo-se a densidade da suspensão em um ponto escolhido, saber quanto ainda há de material mais fino que a partícula que está por ali passando naquele momento e, pela lei de STOKES, qual o diâmetro dessa partícula. Determinação da Curva Granulométrica SEDIMENTAÇÃO No ensaio de sedimentação, medem-se as densidades da suspensão em um ponto onde o densímetro está mergulhado, em intervalos de tempo preestabelecidos. Considerando-se a lei de STOKES, conhecida a velocidade da partícula que passa pelo ponto escolhido em cada instante de tempo, pode-se saber o diâmetro dessa partícula. Considerada a densidade da mistura a cada instante, obtém-se o percentual de material sólido ainda em suspensão, que representa o percentual de material mais fino que a referida partícula, cujo diâmetro é conhecido. Equação de STOKES 9/5/2010 6 Determinação da Curva Granulométrica SEDIMENTAÇÃO O ensaio de sedimentação tem por objetivo avaliar os diâmetros de partículas da parcela muito fina do material estudado, que, por serem muito diminutos, não podem ser quantificados por peneiramento, dada a impossibilidade de se fabricarem peneiras com malhas de tal dimensão. A amostra utilizada no ensaio de sedimentação é a mesma que se usa no Peneiramento fino, antes que se proceda a lavagem na peneira n• 200. Dados Obtidos da Curva Granulométrica Diâmetro Efetivo (Def) ou D10 É o diâmetro correspondente à porcentagem que passa igual a 10%. 9/5/2010 7 Dados Obtidos da Curva Granulométrica Coeficiente de Não Uniformidade (CNU): É a relação entre o diâmetro correspondente a 60% de material passando na curva granulométrica de um solo e seu diâmetro efetivo. Dá idéia da uniformidade do solo. Quanto maior o coeficiente de não uniformidade CNU, mais bem graduada é a areia. CNU < 2,0: areias uniformes 10 60 D D CNU = Dados Obtidos da Curva Granulométrica Coeficiente de Não Uniformidade (CNU): 10 60 D D CNU = 9/5/2010 8 Dados Obtidos da Curva Granulométrica Coeficiente de Curvatura (CC): Enquanto CNU indica a amplitude dos tamanhos dos grãos, CC detecta melhor o formato da curva granulométrica e permite identificar eventuais descontinuidades ou concentração muito elevada de grãos mais grossos no conjunto. Solos bem graduados possuem CC entre 1,0 e 3,0. CC < 1,0: curva tende a ser descontínua – há falta de grãos com determinado diâmetro CC > 3,0: curva tende a ser muito uniforme na parte central 6010 2 30 DD D CC . )( = Dados Obtidos da Curva Granulométrica 6010 2 30 DD D CC . )( = 21 100240 170 2 , ),.,( ),( ==CC 6010 2 30 DD D CC . )( = Coeficiente de Curvatura (CC): Areia de Copacabana: Areia do Tietê: 271 120800 350 2 , ),.,( ),( ==CC 9/5/2010 9 Exemplos de Curvas Granulométricas Maior parte dos grãos do mesmo tamanho Há falta de determinado tamanho de grãogrãos de diferentes tamanhos Sistemas de Classificação dos Solos � Os solos podem ser classificados com relação ao tamanho dos seus grãos, conforme a tabela, que mostra três dos principais sistemas de classificação. ISSMFE: Sistema Internacional de Classificação dos Solos ABNS: Associação Brasileira de Normas Técnicas USCS: Sistema Unificado de Classificação dos Solos 9/5/2010 10 Sistema Unificado de Classificação Este sistema classifica os solos em três grandes grupos: Solos grossos - São aqueles cujodiâmetro da maioria dos grãos é maior que 0,075 mm, ou seja, mais de 50% em peso dos seus grãos ficam retidos na peneira n• 200. Nesse grupo encontram-se os pedregulhos, as areias e os solos pedregulhosos ou arenosos que contenham pequenas quantidades de finos (siltes ou argilas). Solos finos - São aqueles cujo diâmetro da maioria dos grãos é menor que 0,075 mm. Nesse grupo encontram-se os solos finos (argilas ou siltes), incluindo-se também os materiais orgânicos. Considera-se na classificação a alta ou baixa compressibilidade do material. Turfas - São solos altamente orgânicos e extremamente compressíveis. Sistema Unificado de Classificação SOLOS GROSSOS Na classificação, cada grupo é representado através de duas letras. Os solos grossos podem ser classificados como: GW, GC, GP, SW, SC, SP e SM, onde a primeira letra indica se o solo é uma areia ou pedregulho e a segunda letra expressa suas características. G Pedregulho (gravel) S Areia (sand) C Argila (clay) W Bem graduado (well graded) P Mal graduado (poorly graded) M Silte (palavra sueca “mo”) 9/5/2010 11 Sistema Unificado de Classificação � Abaixo de um percentual limite de finos (5%), os solos grossos são classificados em função de seus coeficientes de uniformidade ou de curvatura, como bem ou mal graduados. Assim, GW e SW, são, respectivamente, pedregulho e areia bem graduados, e GP e SP, pedregulho e areia mal graduados. � Admite-se que o comportamento de um solo que contenha um percentual de finos superior ao limite (12%), é função das características de sua fração fina, sendo classificados, em termos de seus limites de consistência, como argilosos ou siltosos. Os solos são classificados com base em um gráfico de plasticidade como GC, SC, GM e SM, respectivamente, pedregulho e areia argilosa e pedregulho e areia siltosa. � Os solos com % de finos entre 5 e 12% têm classificação dupla. Sistema Unificado de Classificação SOLOS FINOS Na classificação, cada grupo é representado através de duas letras. Os solos finos podem ser classificados como: CL, ML, OL, CH, MH e OH, onde a primeira letra indica se o solo é uma argila, um silte ou um solo orgânico e a segunda letra expressa suas características de compressibilidade. C Argila (clay) M Silte (palavra sueca “mo”) O Orgânico (clay) L Baixa compressibilidade (low) H Alta compressibilidade (high) 9/5/2010 12 Sistema Unificado de Classificação SOLOS FINOS . C Argila (clay) M Silte (palavra sueca “mo”) O Orgânico (clay) L Baixa compressibilidade (low) H Alta compressibilidade (high) LIMITE DE LIQUIDEZ (%) Sistema Unificado de Classificação TURFAS São solos altamente orgânicos, geralmente fibrilares e extremamente compressíveis, representados pelo símbolo Pt (peat). 9/5/2010 13 Classificação dos Solos Quanto à Origem Solo Residual É o produto da intemperização das rochas que permanece no local de sua formação. O solo residual é a camada mais externa de um perfil de desagregação de rocha. Na realidade não existe um limite definido entre solo e rocha, mas sim uma transição gradual onde as camadas se apresentam em ordem crescente de destruição da estrutura rochosa, do interior para a superfície. 9/5/2010 14 Classificação dos Solos Quanto à Origem Solo Residual Classificação dos Solos Quanto à Origem Solo Transportado Solo transportado é aquele que sofreu a ação de agentes transportadores e se depositou ou acumulou em local diferente do de origem. a) Coluvionares: Também conhecidos como TALUS. São aqueles cujo transporte se dá pela ação da gravidade e que se depositam ao pé de elevações e encostas. b) Aluvionares: São transportados pela ação das águas (fluviais e pluviais), sendo depositados de forma seletiva em relação ao tamanho de grãos, de acordo com a velocidade da corrente. c) Eólicos: São transportados pela ação dos ventos. d) Glaciais: São transportados pelo gelo. 9/5/2010 15 Classificação dos Solos Quanto à Origem Solos Orgânicos Ocorrem principalmente em depressões continentais e baixadas de rios e litorâneas, pelo acúmulo e decomposição de restos de organismos vegetais e animais. Quando ricos em matéria orgânica vegetal têm-se um solo de consistência fibrosa denominado TURFA.
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