Métodos químicos de esterilização

Prévia do material em texto

2 Métodos Químicos
A esterilização química é um processo de longa duração (pode durar em torno de oito a dezoito horas) no qual se obtém a destruição de todas as formas de vida e resistência presentes em um instrumental através do uso de agentes químicos designados esterilizantes. A principal desvantagem desse método é não haver teste biológico que comprove a esterilidade.
Para que a esterilização química seja feita com sucesso, além de escolher o agente químico correto algumas etapas devem ser seguidas:
Preparar o material; ele deve estar limpo e seco.
Colocar recipientes de plástico ou vidro tampados.
Imergir totalmente os materiais na solução.
Atentar ao tempo de imersão dos materiais a solução.
Enxaguar os materiais com água ou solução fisiológica estéreis e secá-los com panos estéreis.
Utilizar o material de imediato. 
Os agentes químicos podem ser classificados quanto nível de esterilização em:
Alto nível: Agem contra fungos, bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, esporos bacterianos e vírus. 
Nível intermediário: Agem contra todas as formas de microrganismos exceto os esporos.
Baixo nível: Não agem contra o vírus da hepatite, poliomielite, esporos e Mycobacterium tuberculosis.
Os principais e mais eficientes compostos utilizados em esterilização química são: óxido de etileno, glutaraldeído e formaldeído.
Óxido de etileno
O óxido de etileno é um gás inflamável sendo o mais utilizado dos gases disponíveis para esterilização química. Esse gás se dissemina com facilidade e de forma rápida em materiais porosos como plástico e apresenta capacidade de destruir todos os microrganismos inclusive esporos bacterianos na temperatura de 50 ºC. Uma vez que o óxido de etileno é misturado com outras substancias como gás carbônico e gás nitrogênio ele apresenta uma um aumento no potencial de esterilização. Por ser um gás tóxico ao tecido animal, os instrumentos esterilizados por meio desse composto devem ser aerados (troca de gases entre o elemento a ser areado e a atmosfera) antes de serem utilizados, em temperatura ambiente por um maior prazo de tempo ou em altas temperaturas por menor tempo.
O óxido de etileno pode ser usado para esterilizar diversos tipos de materiais como plásticos, metais, panos e borrachas e não danifica esses objetos.
Glutaraldeído 
O glutaraldeído é um dialdeído (Composto orgânico que contém dois grupos de aldeído) formulado para apresentar atividade desinfetante (aproximadamente 30 minutos) e esterilizante (cerca de 8 a 10 horas) em diversos tipos de pH e demonstra ser efetivo contra todos os tipos de microrganismos e possui excelente atividade esporicida.
 É indicado o uso em artigos críticos e semicríticos termo sensíveis como instrumentos metálicos e tubos de borracha . Possui baixa tensão superficial e por isso consegue penetrar em sangue e exsudatos, além disso, por ter essa característica consegue alcançar as superfícies dos instrumentos com facilidade.
A utilização deste composto deve ser feita com muito cuidado, em ambientes ventilados uma vez que pode provocar irritações caso entre em contato com a pele, mucosas e olhos e liberar vapores tóxicos.
 Farmaldeído
	
O formaldeído é um gás encontrado na forma líquida que possui atividade esterilizante, agindo contra todos os microrganismos e possui tempo de ação de aproximadamente 18 horas não excedendo a temperatura de 25 ºC. Em temperaturas inferiores a 20 ºC é pouco ativado.
 Pode ser utilizado em artigos e superfícies como vidrarias, instrumentais, bancadas, ambientes fechados e também em materiais termorresistentes. Deve ser utilizado com cautela e de forma restrita, somente em situações onde não existem outras alternativas, por apresentar odor desagradável, vapores irritantes e potencial cancerígeno comprovado.
Referências Bibliográficas
 
ARAÚJO, A.; GABRIELLI, M.; MEDEIROS, P. Aspectos Atuais da Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial. Santos: Livraria Santos Editora, 2007.
MARQUES, J. et al. Biossegurança em Odontologia. Feira de Santana: Universidade Federal de Feira de Santana, 2003.
TEIXEIRA, P.; VALLE, S. Biossegurança-uma abordagem multidisciplinar. Fiocruz,2010.