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ELETRICIDADE AULA 6 Prof. Felipe Neves Souza CONVERSA INICIAL (estrutura e objetivos da aula) Nesta aula serão estudados circuitos em corrente alternada, os quais compõem a grande maioria dos equipamentos elétricos existentes. Será apresentada uma nova forma de trabalhar com grandezas alternadas, que é o fasor. Além disso, será abordado o conceito de impedância, em que todos os elementos (resistores, capacitores e indutores) serão representados por impedâncias. Em seguida serão apresentadas as relações entre impedâncias e as leis de Kirchoff com fasores para realização da análise de circuitos em corrente alternada. Até o momento, o nosso estudo estava limitado a circuitos em tensão/corrente contínua. Agora iremos abordar os circuitos em tensão/corrente alternada, cujos valores não são constantes no decorrer do tempo. Os sistemas em corrente alternada são os mais utilizados nos equipamentos elétricos, visto que a geração, transmissão e distribuição de energia elétrica se dá na maior parte em corrente alternada (CA), o estudo desta forma de energia é fundamental para a continuidade do nosso curso de engenharia elétrica. TEMA 1 – SENÓIDES E FASORES 1.1 Senóides Nas aulas anteriores, realizamos as análises de circuitos elétricos utilizando corrente contínua (CC), ou seja, a corrente não varia ao longo do tempo. Porém, agora continuaremos nossos estudos utilizando as fontes senoidais, que apresentam uma variação de amplitude ao longo do tempo, também chamado de corrente alternada (CA). O comportamento de uma fonte senoidal pode representada por uma função seno ou cosseno. A equação abaixo descreve o comportamento de uma fonte de tensão senoidal: 𝑣(𝑡) = 𝑉𝑚. 𝑠𝑒𝑛(𝜔. 𝑡 + 𝜙) Sendo 𝑉𝑚 a amplitude da senóide, 𝜔 a frequência angular em radianos por segundo (𝑟𝑎𝑑/𝑠), 𝜙 o ângulo de fase e (𝜔. 𝑡 + ∅) é o argumento da senóide. A figura abaixo ilustra o comportamento da senóide com 𝜙 = 0 ao longo do tempo. Figura 1 – Tensão senoidal 3 Desta figura pode-se observar que a senóide apresenta oscilações entre valores positivos e negativos em intervalos de tempos regulares, por isso esta função é denominada periódica. O intervalo de tempo para que a senóide passe por todos os seus valores possíveis, ou seja, complete um ciclo completo é chamado de período da função (T) e é medido em segundos. 𝑇 = 2. 𝜋 𝜔 O número de ciclos por segundo é chamado de frequência cíclica, ou simplesmente frequência e é medido em Hertz (Hz). A frequência de uma senóide é o inverso do período: 𝑓 = 1 𝑇 E portanto, 𝜔 = 2𝜋𝑓 O ângulo de fase (𝜙) determina o valor da função senoidal no instante de tempo t = 0, portanto, fixa o ponto onde o período irá começar. Mudar o ângulo de fase significa deslocar a onda senoidal ao longo do eixo dos tempos. Um ângulo 𝜙 > 0 irá deslocar a onda para a esquerda e para 𝜙 < 0 a onda irá deslocar-se para a direita. É importante ressaltar que o ângulo de fase não provoca nenhuma variação na amplitude máxima (Vm) ou ná frequência angular (𝜔). Considere agora as duas senóides representadas pelas equações abaixo e ilustradas na figura a seguir. Elas possuem a mesma amplitude e frequência, porém com fases distintas. A primeira delas tem fase igual a zero (𝜙 = 0), enquanto a segunda possui fase uma ∅ diferente de zero. 𝑣1(𝑡) = V𝑚. s𝑒𝑛(𝜔𝑡) 𝑣2(𝑡) = 𝑉𝑚. s𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜙) Figura 2 – Duas fontes senoidais com fases distintas Pode-se observar que a função 𝑣2(𝑡) inicia o seu ciclo antes da função 𝑣1(𝑡), portanto podemos dizer que a função 𝑣2(𝑡) está adiantada em relação a 𝑣1(𝑡) ou que, 𝑣1(𝑡) está atrasado em relação a 𝑣2(𝑡). Caso o valor 𝜙 ≠ 0, dizemos que 𝑣1 e 𝑣2 estão fora de fase e se 𝜙 = 0, dizemos que 𝑣1 e 𝑣2 estão em fase e isto significa que elas possuem os valores máximos, mínimos e nulos nos mesmos instantes de tempo. Diferentes senóides podem estar em fase sem necessariamente possuírem a mesma amplitude. 4 Conforme já mencionado, uma senóide pode ser expressa utilizando uma função seno ou cosseno. Quando comparamos duas senóides é preciso que a amplitude em amabas as equações sejam positivas. Para isso, basta utilizar as seguintes identidades trigonométricas: 𝑆𝑒𝑛(𝐴 ± 𝐵) = 𝑆𝑒𝑛(𝐴) 𝐶𝑜𝑠(𝐵) ± 𝑆𝑒𝑛(𝐵) 𝐶𝑜𝑠(𝐴) 𝐶𝑜𝑠(𝐴 ± 𝐵) = 𝐶𝑜𝑠(𝐴) 𝐶𝑜𝑠(𝐵) ∓ 𝑆𝑒𝑛(𝐴) 𝑆𝑒𝑛(𝐴) Com estas identidades trigonométricas, podemos comprovar que: 𝑆𝑒𝑛(𝜔𝑡 ± 180°) = −𝑆𝑒𝑛(𝜔𝑡) 𝐶𝑜𝑠(𝜔𝑡 ± 180°) = −𝐶𝑜𝑠(𝜔𝑡) 𝑆𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 90°) = 𝐶𝑜𝑠(𝜔𝑡) 𝑆𝑒𝑛(𝜔𝑡 − 90°) = −𝐶𝑜𝑠(𝜔𝑡) 𝐶𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 90°) = −𝑆𝑒𝑛(𝜔𝑡) 𝐶𝑜𝑠(𝜔𝑡 − 90°) = 𝑆𝑒𝑛(𝜔𝑡) Desta forma, com estas identidades, podemos transformar uma função seno em uma função cosseno subtraindo 90°. s𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜙) = cos(𝜔𝑡 + 𝜙 − 90°) Outra característica importante de uma tensão ou corrente senoidal é o seu valor eficaz ou RMS (root mean square). O valor eficaz para uma periódica senoidal é obtido através da equação abaixo: 𝑉𝑅𝑀𝑆 = √ 1 𝑇 ∫ 𝑉𝑚 2. 𝑠𝑒𝑛2(𝜔𝑡 + 𝜙). 𝑑𝑡 𝑡0+𝑇 𝑡0 Resolvendo, temos que: 𝑉𝑅𝑀𝑆 = 𝑉𝑚 √2 Observa-se que o valor eficaz da tensão depende somente da amplitude máxima, não sofrendo nenhuma influência da frequência ou ângulo de fase. 1.2 Fasores Um fasor é um número complexo que representa as informações de amplitude e ângulo de fase de uma função senoidal. A utilização da representação fasorial irá nos possibilitar realizar de uma forma mais fácil a análise de circuitos lineares com fontes senoidais. O conceito de fasor é baseado na identidade de Euler, que relaciona a função trigonométrica com a função exponencial: 𝑒±𝑗𝜙 = 𝐶𝑜𝑠(𝜙) ± 𝑗 𝑆𝑒𝑛(𝜙) Em que podemos afirmar: 𝐶𝑜𝑠(𝜙) = 𝑅𝑒(𝑒𝑗𝜙) 𝑆𝑒𝑛(𝜙) = 𝐼𝑚(𝑒𝑗𝜙) Em que 𝑅𝑒 e 𝐼𝑚 significam a parte real e a parte imaginária do fasor, respectivamente. 5 Para obter uma representação fasorial de uma senoide, está deve estar expressa utilizando a função cosseno, de modo que ela possa ser escrita como a parte real de um número complexo. Considere uma fonte de tensão expressa através da seguinte função no domínio do tempo: 𝑣(𝑡) = 𝑉𝑚 𝐶𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 𝜙) Aplicando a identidade de Euler podemos reescreve-la da seguinte forma: 𝑣(𝑡) = 𝑅𝑒(𝑉𝑚 𝑒 𝑗(𝜔𝑡+𝜙)) = 𝑅𝑒(𝑉𝑚 𝑒 𝑗𝜙. 𝑒𝑗𝜔𝑡) 𝑣(𝑡) = 𝑅𝑒(�̇�. 𝑒𝑗𝜔𝑡) Em que a sua representação no domínio dos fasores será: �̇� = 𝑉𝑚 𝑒 𝑗𝜙 Ou então: �̇� = 𝑉𝑚∠𝜙 O ponto em cima da letra V, indica que �̇� é a representação fasorial da senóide 𝑣(𝑡). Um fasor também pode ser indicado por uma letra em negrito (V). Desta equação Examinando a equação �̇�. 𝑒𝑗𝜔𝑡, podemos dizer que o fasor de uma senóide pode ser considerado como um fasor rotacional, em que este gira em um círculo de raio Vm no sentido anti-horário com uma velocidade angular 𝜔. Dessa forma, na representação de um fasor o termpo 𝑒𝑗𝜔𝑡 está implicitamente presente. Um fasor é representado na forma polar, e um vetor girante no plano complexo equivale a representação de uma grandeza senoidal, conforme a animação a seguir, em que a projeção no eixo vertical do vetor girante é igual à amplitude da senóide. Figura 3 – Representação de um fasor girando no sentido anti-horário TEMA 2 – MATEMÁTICA COM NÚMEROS COMPLEXOS Antes de começarmos a resolver circuitos envolvendo fasores é preciso relembrar alguns conceitos sobre números complexos, os quais podem ser escritos na forma retangular, polar ou exponencial. A representaçãode um número complexo na forma retangular é dada pela equação abaixo. 𝑧 = 𝑥 + 𝑗𝑦 6 Em que z é um número complexo e j é a unidade imaginária, sendo 𝑗 = √−1. Os termos x e y são chamados de parte real e parte imaginária, respectivamente. Vale ressaltar que em matemática é utilizado a letra i para representar os números imaginários, porém, em engenharia a letra i é designada à correntes elétricas, por isso iremos representar números complexos utilizando a letra j. Como 𝑗 = √−1, temos que: 1 𝑗 = −𝑗 1 𝑗. 10 = −𝑗. 0,1 𝑗2 = −1 𝑗3 = 𝑗. 𝑗2 = −𝑗 𝑗4 = 𝑗2. 𝑗2 = 𝑗 Um número complexo representado na forma retangular nada mais é do que um ponto no plano que contém o eixo real (Re) e o eixo imaginário (Im), semelhante ao plano cartesiano, conforme apresentado na figura a seguir. Além da forma retangular, um número complexo pode ser representado de duas outras formas diferentes, sendo uma delas a forma polar e a forma exponencial, conforme as equações abaixo, sendo respectivamente: 𝑧 = 𝑟∠𝜙 𝑧 = 𝑟 𝑒𝑗𝜙 Em que 𝑟 é a magnitude e 𝜙 é a fase. Figura 4 – Número complexo z representado no plano dos números complexos Para realizar a transformação de um número complexo da forma retangular para a polar, basta utilizar as propriedades do triângulo, ou seja: 𝑟 = √𝑥2 + 𝑦2 𝜙 = 𝑡𝑔−1 ( 𝑦 𝑥 ) E um número complexo na forma polar pode ser escrito na forma retangular usando: 𝑥 = 𝑟. cos(𝜙) 𝑦 = 𝑟. sen(𝜙) 7 Ou seja: 𝑧 = 𝑥 + 𝑗𝑦 = 𝑟. cos(𝜙) + 𝑗 𝑟. sen(𝜙) Dado o número complexo 𝑧 = 3 + 𝑗4, vamos obter a sua representação na forma polar: 𝑟 = √32 + 42 = 5 𝜙 = 𝑡𝑔−1 ( 4 3 ) = 53,13° Portanto, 𝑧 = 3 + 𝑗4 = 5∠53,13° Agora dado o número 𝑧 = 10∠126,87°, vamo encontrar a sua forma retangular: 𝑧 = 10. cos(𝜙126,87°) + 𝑗10. sen(126,87°) 𝑧 = −6 − 𝑗8 As operações matemáticas de adição e subtração de números complexos, torna-se mais fácil utilizando a forma retangular. Considere os dois números complexos abaixo: 𝑧1 = 𝑥1 + 𝑗𝑦1 = 𝑟1∠𝜙1 𝑧2 = 𝑥2 + 𝑗𝑦2 = 𝑟2∠𝜙2 A soma entre eles será dada por: 𝑧1 + 𝑧2 = (𝑥1 + 𝑥2) + 𝑗(𝑦1 + 𝑦2) Enquanto a subtração será dada por: 𝑧1 − 𝑧2 = (𝑥1 − 𝑥2) + 𝑗(𝑦1 − 𝑦2) Entretanto, as operações de multiplicação e divisão pode ser realizada mais facilmente na forma polar. Para a multiplicação devemos realizar: 𝑧1 . 𝑧2 = 𝑟1. 𝑟2∠(𝜙1 + 𝜙2) Utilizando a forma retangular, basta aplicar a propriedade distributiva da multiplicação e lembrar que 𝑗2 = −1: 𝑧1. 𝑧2 = 𝑥1. 𝑥2 + 𝑗. 𝑥1. 𝑦2 + 𝑗. 𝑦1. 𝑥2 + 𝑗 2. 𝑦1. 𝑦2 𝑧1. 𝑧2 = (𝑥1. 𝑥2 − 𝑦1. 𝑦2) + 𝑗( 𝑥1. 𝑦2 + 𝑦1. 𝑥2) E por fim, para a divisão: 𝑧1 𝑧2 = 𝑧1 𝑧2 ∠(𝜙1 − 𝜙2) A tabela a seguir apresenta outras operações matemáticas: Tabela 1 - Operações matemáticas com fasores Recíproco 1 z1 = 1 𝑟 ∠(−𝜙) Raiz quadrada √𝑧 = √𝑟 ∠ ( 𝜙 2 ) Complexo conjugado 𝑧∗ = 𝑥 − 𝑗𝑦 = 𝑟∠(−𝜙) = 𝑟 𝑒−𝑗𝜙 8 TEMA 3 – IMPEDÂNCIAS E ADMITÂNCIAS Agora que vimos como representar a tensão e corrente no domínio da frequência ou domínio fasorial, precisamos aprender como aplicar estes conceitos nos elementos passivos. Para isso, precisamos transformar as relações corrente-tensão do domínio do tempo para domínio fasorial de cada um destes elementos. 3.1 Resistores Primeiramente considere um resistor alimentado por uma fonte de tensão senoidal, a qual faz circular uma corrente no resistor 𝑖𝑅(𝑡) = 𝐼𝑚 𝐶𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 𝜙). Pela Lei de Ohm, a tensão que surge nos seus terminais será: 𝑣𝑅 = 𝑅𝑖𝑅 = 𝑅 𝐼𝑚 𝐶𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 𝜙) A forma fasorial desta tensão é: 𝑉𝑅 = 𝑅 𝐼𝑚∠𝜙 Como a representação fasorial da corrente é: 𝐼𝑅 = 𝐼𝑚∠𝜙 Então: 𝑉𝑅 = 𝑅 𝐼𝑅 Analisando a última equação, percebemos que a relação fasorial entre o fasor da tensão e o fasor da corrente continua sendo a Lei de Ohm e na figura a seguir encontram-se ilustrados os casos com a tensão e corrente no domínio do tempo (a) e os fasores da corrente e da tensão no resistor (b). Figura 5 – Relação corrente-tensão para um circuito no domínio do tempo (a) e fasorial (b) (a) (b) Quando um resistor é alimentado por uma fonte de tensão senoidal, a corrente que irá fluir através dele também será senoidal. Para circuitos puramente resistivos, as formas de onda estarão em fase, ou seja, as duas terão picos de máximo, mínimo e nulos nos mesmos instantes de tempo, conforme apresentado na figura abaixo. Figura 6 –Gráfico de tensão e corrente para um circuito resistivo 9 O diagrama de fasorial para este circuito está apresentado na figura abaixo. Como a as duas formas de onda estão em fase, os fasores são sobrepostos, representado que não há defasagem entre eles. Figura 7 –´Fasores de tensão e corrente para um circuito resistivo 3.2 Indutores Quando um indutor é alimentado por uma fonte senoidal, o comportamento entre os fasores da tensão e da corrente são diferentes do caso do resistor. Considere um indutor alimentado por uma fonte de tensão senoidal, a qual faz circular uma corrente no indutor da seguinte forma: 𝑖𝐿 = 𝐼𝑚 𝐶𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 𝜙) Nós sabemos que a tensão nos terminais de um indutor é obtida da seguinte forma: 𝑣𝐿 = 𝐿 𝑑𝑖𝐿 𝑑𝑡 = 𝐿 𝑑 𝑑𝑡 [𝐼𝑚 𝐶𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 𝜙)] 𝑣𝐿 = −𝜔 𝐿 𝐼𝑚 𝑆𝑒𝑛(𝜔𝑡𝜙) Porém, pelas identidades trigonométricas, vimos que: −𝑆𝑒𝑛(𝐴) = 𝐶𝑜𝑠(𝐴 + 90°) Desta forma, podemos escrever a tensão nos terminais do indutor da seguinte forma: 𝑣𝐿 = 𝜔 𝐿 𝐼𝑚 𝐶𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 𝜙 + 90°) Transformando do domínio do tempo para o domínio fasorial: 𝑉�̇� = 𝜔 𝐿 𝐼𝑚 𝑒 𝑗(𝜙+90°) = 𝜔 𝐿 𝐼𝑚 𝑒 𝑗𝜙𝑒𝑗90° = 𝜔 𝐿 𝐼𝑚∠(𝜙𝑒 𝑗90°) A partir da identidade de Euler, 𝑒𝑗90° = 𝑗. Além disso, sabe-se que 𝐼𝑚∠𝜙 = 𝐼�̇�. Desta forma, finalmente teremos: 𝑉�̇� = 𝑗. 𝜔. 𝐿. 𝐼�̇� 10 Analisando a equação anterior, podemos concluir que a amplitude da tensão no indutor é de 𝜔. 𝐿. 𝐼𝑚 e a fase é de 𝜙 + 90°. Desta forma, podemos concluir que quando uma fonte senoidal alimenta um indutor, uma corrente senoidal defasada de 90° da tensão circulará no indutor, conforme a figura a seguir: Figura 6 –Gráfico de tensão e corrente para um circuito indutivo O diagrama fasorial de um indutor alimentado por uma fonte senoidal também se encontra ilustrado na figura a seguir. Neste diagrama fasorial, nota-se que os fasores estão a 90° um do outro, em que pelo sentido positivo no sentido anti-horário da frequência angular, o fasor da tensão está adiantado do da corrente (ou a corrente está atrasada da tensão). Figura 7 –´Fasores de tensão e corrente para um circuito indutivo 3.3 Capacitores Quando um capacitor é alimentado por uma fonte senoidal, o comportamento entre os fasores da tensão e da corrente são diferentes do caso do resistor e do indutor. Considere um capacitor alimentado por uma fonte de tensão senoidal 𝑣𝐶 = 𝑉𝑚 𝐶𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 𝜙), a qual faz circular uma corrente no capacitor da seguinte forma: 𝑖𝐶 = 𝐶 𝑑𝑣𝐶 𝑑𝑡 = 𝐶 𝑑 𝑑𝑡 (𝑉𝑚 𝐶𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 𝜙)) 𝑖𝐶 = −𝜔 𝐶 𝑉𝑚 𝑆𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜙) Utilizando o desenvolvimento realizado com um indutor ligado a uma fonte de tensão senoidal, de forma análoga podemos analisar a situação de um capacitor ligado a uma fonte de tensão senoidal, e o fasor da corrente será o seguinte: 𝐼�̇� = 𝑗. 𝜔. 𝐶. 𝑉�̇� Desta forma: 11 𝑉�̇� = 𝐼�̇� 𝑗. 𝜔. 𝐶 Analisando esta equação, podemos concluir que a amplitude da tensão no capacitoré de 1 𝑗.𝜔.𝐶 . 𝐼𝑚 e a fase é de 𝜙 − 90°. Desta forma, nota-se que quando uma fonte senoidal alimenta um capacitor, uma corrente senoidal defasada de 90° da tensão circulará no capacitor, conforme a figura a seguir: Figura 8 –Gráfico de tensão e corrente para um circuito indutivo Desta forma, o diagrama fasorial de um capacitor alimentado por uma fonte senoidal também se encontra ilustrado na figura a seguir. No diagrama fasorial ilustrado na figura a seguir, nota-se que os fasores estão a 90° um do outro, em que pelo sentido positivo no sentido anti-horário da frequência angular, o fasor da tensão está atrasado do da corrente (ou a corrente está adiantada da tensão). Figura 9 – Fasores de tensão e corrente para um circuito indutivo Agora que já sabemos a relação fasorial das tensões e correntes com os três elementos passivos (resistores, capacitores e indutores), estas relações podem ser reescritas em termos da razão entre a tensão fasorial pela corrente fasorial, mais conhecida por impedância. Em outras palavras, a impedância (𝑍) de um circuito é a razão da tensão fasorial �̇� pela corrente fasorial 𝐼,̇ medida em Ohms (Ω). 𝑍 = �̇� �̇� Semelhante à Lei de Ohm, podemos reescrever esta equação da seguinte forma: �̇� = 𝑍. 𝐼 ̇ 12 A impedância representa a oposição do circuito ao fluxo de corrente senoidal. Apesar da impedância ser a razão entre dois fasores, ela não é um fasor, pois não corresponde a uma grandeza senoidal variante no tempo. A simbologia utilizada para representação de uma impedância encontra-se ilustrada na figura a seguir. Figura 10 – Simbologia para impedância As impedâncias de resistores, indutores e capacitores podem ser obtidas diretamente a partir das seguintes equações, respectivamente: 𝑉𝑅 𝐼𝑅 = 𝑍 = 𝑅 𝑉𝐿 𝐼𝐿 = 𝑍 = 𝑗𝜔𝐿 𝑉𝐶 𝐼𝐶 = 𝑍 = 1 𝑗𝜔𝐶 Um fato muito importante deve ser levado em consideração quando falamos sobre impedâncias, pois é possível observar que as impedâncias de capacitores e indutores são função da frequência do sinal senoidal que está aplicado sobre eles. Pelas equações anteriores, nota-se que a impedância de um indutor é diretamente proporcional à frequência do sinal, enquanto a impedância de um capacitor é inversamente proporcional à frequência do sinal. Em resumo, uma análise destas equações nos permite concluir que nos casos extremos das frequências, teremos: Para uma frequência nula (𝜔 = 0), ou seja, quando a fonte de alimentação é contínua (não é alternada), a impedância do indutor é nula (curto circuito) e a impedância do capacitor é infinita (circuito aberto); Para frequências elevadas (𝜔 → ∞), a impedância de um indutor é infinita (curto circuito) enquanto que a impedância de um capacitor é nula (curto circuito). A impedância é uma grandeza complexa, podendo ser representada na forma retangular da seguinte forma: 𝑍 = 𝑅 + 𝑗𝑋 Em que, 𝑅 é a resistência e X é denominada reatância. A reatância pode ser positiva ou negativa, sendo positiva quando o circuito possui uma característica indutiva e sendo negativa quando o circuito possui uma característica capacitiva. Desta forma, uma impedância 𝑍 = 𝑅 + 𝑗𝑋 é indutiva, pois a corrente estará atrasada em relação à tensão. Por outro lado, uma impedância 𝑍 = 𝑅 − 𝑗𝑋 é capacitiva, pois a tensão estará atrasada em relação à corrente. A impedância, 13 resistência e a reatância são todas medidas em Ohms (Ω). A impedância também pode ser expressa na forma polar: 𝑍 = |𝑍|∠𝜃 Conforme já demonstrado, a conversão da forma polar para retangular e vice-versa é dada por: 𝑍 = 𝑅 + 𝑗𝑋 = |𝑍|∠𝜃 Sendo: |𝑍| = √𝑅2 + 𝑋² 𝜃 = 𝑇𝑔−1 ( 𝑋 𝑅 ) Com isto, teremos: 𝑅 = |𝑍| 𝐶𝑜𝑠(𝜃) 𝑋 = |𝑍| 𝑆𝑒𝑛(𝜃) Em alguns casos de circuitos é conveniente trabalharmos com o recíproco da impedância, denominado admitância (𝑌), medida em Siemens (𝑆). A admitância de um circuito é a relação entre o fasor corrente e o fasor tensão existentes no elemento: 𝑌 = 1 𝑍 = 𝐼̇ �̇� Como a admitância é o recíproco da impedância, esta que por sua vez é um número complexo, fazendo com que a admitância também seja um número complexo que pode ser representado da seguinte forma: 𝑌 = 𝐺 + 𝑗𝐵 Em que 𝐺 é a condutância e B é denominada susceptância, ambas com unidades em Siemens (𝑆). A partir das equações anteriores, teremos: 𝐺 + 𝑗𝐵 = 1 𝑅 + 𝑗𝑋 𝐺 + 𝑗𝐵 = 1 𝑅 + 𝑗𝑋 × 𝑅 − 𝑗𝑋 𝑅 − 𝑗𝑋 Desta forma, chegamos às seguintes expressões: 𝐺 = 𝑅 𝑅2 + 𝑋2 𝐵 = − 𝑋 𝑅2 + 𝑋2 Observando a equação de G, percebe-se que ao contrário de circuitos puramente resistivos, 𝐺 ≠ 1 𝑅 , exceto quando 𝑋 = 0. 3.4 Combinação de impedâncias Assim como os resistores, capacitores e indutores, as impedâncias também podem ser combinadas em série e paralelo para que possamos realizar simplificações de circuitos e facilitar a sua análise. 14 Considere as 𝑁 impedâncias conectadas em série ilustradas na figura abaixo. Este circuito é alimentado por uma fonte de tensão �̇� que faz com que uma corrente elétrica 𝐼 ̇ se estabeleça no circuito, provocando as diferenças de potencial (𝑉1̇, 𝑉2̇, … , 𝑉�̇�) em cada impedância do circuito (𝑍1, 𝑍2, … , 𝑍𝑁). Este circuito, por apresentar todas as impedâncias conectadas em série e percorridas pela mesma corrente elétrica, pode ser representado por apenas uma impedância equivalente (𝑍𝑒𝑞), em que o fasor da tensão (�̇�) e o fasor da corrente (𝐼)̇ não se alteram. Figura 11 – Associação de impedância em série = A impedância equivalente do circuito (𝑍𝑒𝑞) é calculada da seguinte forma: 𝑍𝑒𝑞 = 𝑍1 + 𝑍2 + ⋯ + 𝑍𝑁 Se o número de impedâncias conectadas em série for igual a dois (𝑁 = 2), teremos um circuito bastante utilizado denominado divisor de tensão, conforme ilustrado na figura a seguir. Figura 12 – Divisor de tensão As tensões 𝑉1̇ e 𝑉2̇ podem ser calculadas da seguinte forma: 𝑉1̇ = 𝑍1 𝑍1 + 𝑍2 �̇� 𝑉2̇ = 𝑍2 𝑍1 + 𝑍2 �̇� Considere o circuito ilustrado na figura a seguir com 𝑁 impedâncias em paralelo conectadas a uma fonte �̇� na qual circula uma corrente 𝐼.̇ Figura 13 – Associação de impedância em paralelo 15 Este circuito também pode ser representado pela mesma fonte de tensão �̇� conectada a uma impedância equivalente 𝑍𝑒𝑞 na qual irá consumir a mesma corrente elétrica 𝐼.̇ A forma de cálculo da impedância equivalente de N impedâncias ligadas em paralelo é realizada da seguinte forma: 1 𝑍𝑒𝑞 = 1 𝑍1 + 1 𝑍2 + ⋯ + 1 𝑍𝑁 Se o número de impedâncias conectadas em paralelo for igual a dois (𝑁 = 2), teremos um circuito bastante utilizado denominado divisor de corrente, conforme ilustrado na figura a seguir. Figura 14 – Divisor de corrente As correntes 𝐼1 e 𝐼2 podem ser calculadas da seguinte forma: 𝐼1 = 𝑍2 𝑍1 + 𝑍2 𝐼 𝐼2 = 𝑍1 𝑍1 + 𝑍2 𝐼 3.5 Transformação Delta-Estrela ou Triângulo-Estrela (Δ-Y) Assim como a transformação Δ-Y vista com os resistores, esta transformação também pode ser aplicada em fasores. Considere o circuito da figura a seguir, em que as impedâncias 𝑍1, 𝑍2 e 𝑍3 estão conectados em Δ. Estas três impedâncias podem ser transformadas no conjunto em Y formado pelas impedâncias 𝑍𝐴, 𝑍𝐵 e 𝑍𝐶. Figura 14 – Transformação triângulo-estrela para impedâncias 16 A forma de cálculo das transformações Δ − 𝑌 e também da transformação contrária (Y − Δ) encontram-se na tabela abaixo. Tabela2 - Transformação DELTA-ESTRELA e ESTRELA-DELTA Transformação 𝚫 − 𝐘 Transformação 𝒀 − 𝚫 𝑍𝐴 = 𝑍1𝑍2 𝑍1 + 𝑍2 + 𝑍3 𝑍1 = 𝑍𝐴𝑍𝐵 + 𝑍𝐴𝑍𝐶 + 𝑍𝐵𝑍𝐶 𝑍𝐶 𝑍𝐵 = 𝑍1𝑍3 𝑍1 + 𝑍2 + 𝑍3 𝑍2 = 𝑍𝐴𝑍𝐵 + 𝑍𝐴𝑍𝐶 + 𝑍𝐵𝑍𝐶 𝑍𝐵 𝑍𝐶 = 𝑍2𝑍3 𝑍1 + 𝑍2 + 𝑍3 𝑍3 = 𝑍𝐴𝑍𝐵 + 𝑍𝐴𝑍𝐶 + 𝑍𝐵𝑍𝐶 𝑍𝐴 TEMA 4 – MÉTODOS DE ANÁLISE POR TENSÃO DOS NÓS NO DOMÍNIO FASORIAL Conforme apresentado no tema anterior, as impedâncias representam as relações entre fasores de tensão e corrente, dessa forma podemos dar continuidade ao estudo da análise de circuitos em corrente alternada. A aplicação das leis de Kirchhoff se dará de forma similar ao visto anteriormente. A lei de Kichhoff das as correntes (LCK) será dada pela somatória de todas as correntes fasoriais que entram e saem de um só é igual a zero. Já a lei de kirchhoff das tensões será a somatória de todas as tensões fasoriais de uma malha será sempre igual a zero. Sendo assim, a aplicação dos métodos de analise das tensões dos nós e o método de análise das correntes de malhas será igual ao apresentando em aulas anteriores, com a diferença de que usaremos fasores no lugar das resistências. Considere o circuito da figura abaixo, nele temos conectado uma fonte de tensão senoidal com o valor de 𝑣 = 20 c𝑜𝑠(4𝑡) 𝑉. Vamos determinar o valor da corrente ix utilizando o método de análise nodal. Figura 15 – Circuito no domínio do tempo O primeiro passo para aplicação deste método em circuitos de corrente alternada é de converter o circuito para o domínio fasorial. Em seguida, deve-se resolver o problema 17 aplicando o método da tensão dos nós e por último, deve-se converter o fasor para sua forma senoidal novamente. Da fonte de tensão de 𝑣 = 20 c𝑜𝑠(4𝑡) 𝑉, sabemos que o argumento da senóide é dada por (𝜔. 𝑡), portanto frequência angular da fonte de tensão é 𝜔 = 4 𝑟𝑎𝑑/𝑠. O valor da fonte de tensão no domínio fasorial será: 𝑣 = 20 𝐶𝑜𝑠(4𝑡) ⇒ 𝑉 = 20 ∠0° 𝑉 Para os elementos passivos basta obter o valor de sua impedância: Resistor de 10 Ω ⇒ Z1 = 10 Ω Indutor de 1 𝐻 ⇒ Z2 = 𝑗𝜔𝐿 = 𝑗4 Ω Indutor 0,5 𝐻 ⇒ Z3 = 𝑗𝜔𝐿 = 𝑗2 Ω Capacitor de 0,1 𝐹 ⇒ Z4 = 1 𝑗𝜔𝐶 = −𝑗2,5 Ω Dessa forma, o circuito no domínio fasorial está apresentado na figura abaixo. Figura 15 – Circuito no domínio fasorial Agora, aplicar o método de análise nodal. Primeiramente foi definido o nó de referência e os demais nomeados como 𝑉1̇ e 𝑉2̇. Em seguida, convencionou-se os sentidos das correntes em cada um dos ramos do circuito, conforme ilustrado na figura. O próximo passo consiste em aplicar a LCK em cada um dos nós: Para o nó 𝑉1̇: 𝐼1 = 𝐼𝑋 + 𝐼2 Aplicando a lei de Ohm para reescrever cada uma das correntes em função das tensões dos nós, teremos: 20∠0° − 𝑉1̇ 10 = 𝑉1̇ −𝑗. 2,5 + 𝑉1̇ − 𝑉2̇ 𝑗4 Conforme demonstrado anteriormente, temos que 1 𝑗 = −𝑗 𝑒 1 −𝑗 = 𝑗 Portanto, 1 −𝑗. 2,5 . 𝑉1̇ = 𝑗. 0,4. 𝑉1̇ E 18 1 𝑗. 4 . (𝑉1̇ − 𝑉2̇) = −𝑗. 0,25. (𝑉1̇ − 𝑉2̇) Substituindo na equação: 20 10 − 𝑉1̇ 10 = 𝑗. 0,4. 𝑉1̇ − 𝑗. 0,25. (𝑉1̇ − 𝑉2̇) 2 − 0,1. 𝑉1̇ = 𝑗. 0,4. 𝑉1̇ − 𝑗. 0,25. 𝑉1̇ + 𝑗. 0,25. 𝑉2̇ Organizando a equação: 0,1. 𝑉1̇ + 𝑗. 0,4. 𝑉1̇ − 𝑗. 0,25. 𝑉1̇ + 𝑗. 0,25. 𝑉2̇ = 2 Colocando 𝑉1̇ e 𝑉2̇ em evidencia: (0,1 + 𝑗0,15)𝑉1̇ + 𝑗0,25𝑉2̇ = 2 Aplicando a LCK no nó 𝑉2̇: 𝐼2 + 𝐼3 = 𝐼4 Neste circuito temos uma fonte de corrente dependente, assim como ocorre com as fontes de corrente independente, a corrente que flui por esse ramo será o próprio valor da fonte, então teremos 𝐼3 = 2. 𝐼𝑋 A corrente 𝐼�̇� ̇ será dada por: 𝐼�̇� = 𝑉1̇ −𝑗. 2,5 Aplicando a lei de Ohm para reescrever as correntes em função das tensões dos nós e substituindo 𝐼�̇�: 𝑉1̇ − 𝑉2̇ 𝑗4 + 2 𝑉1̇ −𝑗2,5 = 𝑉2̇ 𝑗2 −𝑗. 0,25. (𝑉1̇ − 𝑉2̇) + 2. (𝑗0,4. 𝑉1̇) = −𝑗0,5. 𝑉2̇ −𝑗. 0,25. 𝑉1̇ + 𝑗. 0,25. 𝑉2̇ + 𝑗0,8. 𝑉1̇ + 𝑗0,5. 𝑉2̇ = 0 𝑗. 0,55. 𝑉1̇ + 𝑗. 0,75. 𝑉2̇ = 0 Agora, basta resolver o sistema linear de duas equações e duas incógnitas: { (0,1 + 𝑗0,15)𝑉1̇ + 𝑗0,25𝑉2̇ = 2 𝑗. 0,55. 𝑉1̇ + 𝑗. 0,75. 𝑉2̇ = 0 A resolução deste sistema ocorre da mesma forma que os anteriores, porém, utilizando números complexos. Resolvendo pelo método de escalonamento de Gauss, vamos multiplicar a primeira equação pelo número real -3, assim teremos o termo j.0,75 multiplicando 𝑉2̇ nas duas equações: { (−3). (0,1 + 𝑗0,15)𝑉1̇ + (−3). (𝑗0,25. 𝑉2̇) = (−3) . ( 2) 𝑗. 0,55. 𝑉1̇ + 𝑗. 0,75. 𝑉2̇ = 0 Aplicando a propriedade distributiva da multiplicação: { (−0,3 − 𝑗0,45)𝑉1̇ − 𝑗. 0,75. 𝑉2̇ = −6 𝑗. 0,55. �̇�1 + 𝑗. 0,75. 𝑉2̇ = 0 Somando as duas equações: (−0,3 − 𝑗0,45)𝑉1̇ + 𝑗. 0,55. 𝑉1̇ − 𝑗. 0,75. 𝑉2̇ + 𝑗. 0,75. 𝑉2̇ = −6 + 0 (−0,3 + 𝑗0,1). 𝑉1̇ = −6 19 𝑉1̇ = −6 (−0,3 + 𝑗0,1) = 6∠180° 0,316∠161,56° 𝑉1̇ = 18,974𝑉1∠18,435° V Ou na forma retangular: 𝑉1̇ = 18 + 𝑗. 6 𝑉 Para obter o valor de 𝑉2, basta substituir 𝑉1̇ em qualquer uma das equações anteriores. 𝑗. 0,55. 𝑉1̇ + 𝑗. 0,75. 𝑉2̇ = 0 𝑗. 0,55. (18 + 𝑗. 6) + 𝑗. 0,75. 𝑉2̇ = 0 Aplicando a propriedade da multiplicação distributiva: 𝑗. 9,9 + 𝑗2. 3,3 + 𝑗. 0,75. 𝑉2̇ = 0 Sabendo que 𝑗2 = −1 𝑗. 9,9 − 3,3 + 𝑗. 0,75. 𝑉2̇ = 0 Isolando o termo 𝑉2̇ 𝑗. 0,75. 𝑉2̇ = 3,3 − 𝑗. 9,9 𝑉2̇ = 3,3 − 𝑗. 9,9 𝑗. 0,75 = 10,435∠ − 71,565° 0,75∠90° 𝑉2̇ = 13,914∠ − 161,565° 𝑉 Para finalizar o exercício, basta substituir o valor de 𝑉1̇ na equação de 𝐼�̇�: 𝐼�̇� = 𝑉1̇ −𝑗. 2,5 = 18,97∠18,435° 2,5∠ − 90° 𝐼�̇� = 7,59∠108,4° 𝐴 Convertendo para o domínio do tempo: 𝑖𝑋 = 7,59 𝐶𝑜𝑠(4𝑡 + 108,4°) 𝐴 TEMA 5 – MÉTODOS DE ANÁLISE POR CORRENTES DE MALHA NO DOMÍNIO FASORIAL Assim como o método de análise nodal, podemos aplicar o método de análise de malhas em um circuito no domínio fasorial, porém, as incógnitas das equações serão as correntes fasoriais em cada uma das malhas. Considere o circuito no domínio fasorial apresentado na figura a seguir. Note que as fontes já foram dadas como fasores e os elementos passivos já estão apresentados como impedâncias. Para este circuito, vamos obter os valores das correntes de malha utilizando o método de análise de malha. O primeiro passo consiste em determinar o sentido das correntes em cada uma das malhas e em seguinda aplicar a LTK em cada uma delas. Figura 16 – Circuito no domínio fasorial 20 Aplicando a LTK na malha 1: 𝑉1 + 𝑉2 + 𝑉3 = 0 Aplicando a lei de Ohm para reescrever cada uma das tensões em função da corrente: 8. 𝐼1̇ + 𝑗. 10(𝐼1̇ − 𝐼3̇) − 𝑗. 2. (𝐼1̇ − 𝐼2̇) = 0 (8 + 𝑗. 8). 𝐼1̇ + 𝑗. 2. 𝐼2̇ − 𝑗. 10. 𝐼3̇ = 0 Aplicando a LTK na malha 2: Figura 17 – Circuito no domínio fasorial 𝑉3 + 𝑉6 + 𝑉4 + 𝑉5 = 0 −𝑗. 2. (𝐼2̇ − 𝐼1̇) + [−𝑗. 2. (𝐼2̇ − 𝐼3̇)] + 4. 𝐼2̇ + 𝑗20 = 0 𝑗. 2. 𝐼1̇ + (4 − 𝑗. 4). 𝐼2̇ + 𝑗. 2. 𝐼3̇ = −𝑗20 Analisando a malha 3, vamos observar que a corrente 𝐼3̇ será igual ao próprio valor da fonte de corrente, portanto: 𝐼3̇ = 5 𝐴 Substituindo 𝐼3̇ nas equações anteriores, vamos obter o seguinte sistema linear: { (8 + 𝑗. 8)𝐼1̇ + 𝑗. 2. 𝐼2̇ = 𝑗50 𝑗. 2. 𝐼1̇ + (4 − 𝑗. 4). 𝐼2̇ = −𝑗30 21 Para resolver este sistema, podemos multiplicar a primeira equação por − 𝑗. 2 e a segunda equação por (8 + 𝑗. 8), assim ao somar as duas equações teremos o termo 𝐼1̇multiplicado por zero. { (−𝑗. 2). (8 + 𝑗. 8)𝐼1̇ + (−j. 2). (𝑗. 2. 𝐼2)̇ = (−j. 2) . (𝑗50) (8 + 𝑗. 8). (𝑗. 2. 𝐼1)̇ + (8 + 𝑗. 8). (4 − 𝑗. 4). 𝐼2̇ = (8 + 𝑗. 8). (−𝑗30) { (−𝑗. 16 − 𝑗2. 16)𝐼1̇ − j 2. 4. 𝐼2̇ = −𝑗 2100 (𝑗. 16 + 𝑗2. 16)𝐼1̇ + (32 − j32 + j32 − 𝑗 2. 32). 𝐼2̇ = (−j. 240 − 𝑗 2240) { (16 − 𝑗. 16)𝐼1̇ + 4. 𝐼2̇ = 100 (−16 + 𝑗. 16)𝐼1̇ + 64. 𝐼2̇ = 240 − j. 240 Somando as duas equações: (16 − 𝑗. 16 − 16 + 𝑗. 16)𝐼1̇ + (4 + 64). 𝐼2̇ = 100 + 240 − j. 240 ̇ (4 + 64). 𝐼2̇ = 340 − j. 240 ̇ 𝐼2̇ = 340 − j. 240 68 = 416,173∠ − 35,218° 68∠0° 𝐼2̇ = 6,12∠ − 35,218° 𝐴 𝐼2̇ = 5 − 𝑗. 3,529 𝐴 Substituindo 𝐼2̇ em uma das equações anteriores: (8 + 𝑗. 8)𝐼1̇ + 𝑗. 2. 𝐼2̇ = 𝑗50 (8 + 𝑗. 8)𝐼1̇ + 𝑗. 2. (5 − 𝑗. 3,529 ) = 𝑗50 (8 + 𝑗. 8)𝐼1̇ + 𝑗. 2. (5 − 𝑗. 3,529 ) = 𝑗50 (8 + 𝑗. 8)𝐼1̇ + (7,059 + 𝑗10) = 𝑗50 (8 + 𝑗. 8)𝐼1̇ = −7,059 − 𝑗10 + 𝑗50 Isolando 𝐼1̇: 𝐼1̇ = −7,059 + 𝑗40 8 + 𝑗. 8 = 40,618∠100° 11,314∠45° 𝐼1̇ = 3,59∠55° A E assim, foram obtidas todas as três correntes de malhas dos circuitos. A partir delas é possível obter a tensão fasorial de cada um dos elementos do circuito. FINALIZANDO Nesta aula, foram apresentados os circuitos em corrente alternada, em que a utilização de fasores facilita sua análise. Além disso, foi apresentado o conceito de impedância, que é de fundamental importância para o curso de engenharia elétrica, visto que ele será abordado na maioria das disciplinas. 22 A análise fasorial simplifica o entendimento do comportamento de diversos circuitos elétricos. Uma das formas mais utilizadas da aplicação de fasores é para realizar a representação do sistema elétrico desde a usina geradora de eletricidade, passando pelas linhas de transmissão de energia até as nossas residências, conforme ilustrado na figura a seguir. Figura 18 – Sistema elétrico Os equipamentos existentes no sistema elétrico (transformadores, linhas de transmissão, etc.) não são ideais e podem ser representados por componentes resistivos, capacitivos e indutivos. O fato de que o sistema elétrico é em corrente alternada nos permite trabalharmos com fasores e impedâncias, fazendo com que a análise do circuito elétrico que representa o sistema seja mais fácil de compreender ao invés da utilização de grandezas senoidais. As concessionárias de energia utilizam os diagramas simplificados do sistema como o da figura anterior para poder monitorar os valores das tensões elétricas que saem do gerador, entram e saem das linhas de transmissão para que o valor da tensão em nossas residências esteja dentro dos limites estabelecidos. Esta análise com fasores permite que eles corrijam estas tensões, visto que em todos os sistemas reais existem perdas, as quais podem variar conforme o horário de pico de utilização de energia dentre outros fatores. Os sistemas reais são mais complexos do que o mostrado neste exemplo, pois alguns componentes ainda necessitam ser estudados para que possamos analisar a situação mais próxima da realidade. REFERÊNCIAS ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M, N. O. Fundamentos de circuitos elétricos. 5ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. 23 BOYLESTAD, R. L. Introdução à análise de circuitos. 12ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. NILSSON.J.W.; Riedel,S.A. Circuitos elétricos. 10ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015.
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