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COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO

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UNOESTE – UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA
DIREITO
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO
BRUNO FERNANDO CAVALCANTE
6º TERMO “B”
Presidente Prudente – SP
2018
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO
O Estado é detentor do monopólio da justiça, somente a ele cabendo dizer o direito. Portanto, a jurisdição consiste no poder/dever do Estado de prestar a tutela jurisdicional, restabelecendo a ordem jurídica, mediante a eliminação do conflito de interesses que ameaça à paz social. Esse exercício é realizado, de forma exclusiva, pelo Poder Judiciário por meio de seus órgãos, que compreendem juízes e tribunais.
A jurisdição, portanto, é uma e indivisível.
Nesse contexto, competência é a medida da jurisdição, determina a esfera de atribuições dos órgãos encarregados da função jurisdicional. As regras fixadoras de competência se encontram dispostas na Constituição Federal e nas leis infraconstitucionais. 
Diversos critérios para determinação da competência foram criados, levando-se em conta a matéria (ratione materiae), as pessoas (ratione personae), a função (ou hierarquia) ou o território (ratione loci). 
No direito trabalhista o tema competência ganhou grande importância em função das alterações trazidas pela EC. 45/2004, a qual, ao modificar a redação do art. 14 da CF, elasteceu, consideravelmente, a competência da justiça do trabalho.
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA E DA PESSOA
A competência em razão da matéria é definida em função da natureza da lide descrita na peça inaugural, de acordo com os pedidos e causa de pedir.
No âmbito da justiça do trabalho, a competência é definida em razão da matéria de acordo com os preceitos do art. 114 da Constituição Federal:
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
        I -  as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
        II -  as ações que envolvam exercício do direito de greve;
        III -  as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;
        IV -  os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
        V -  os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o;
        VI -  as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;
        VII -  as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;
        VIII -  a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
        IX -  outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.
    § 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
    § 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.
    § 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.
 Ações oriundas da relação de trabalho 
A mais importante alteração trazida pela EC. 45/04, ampliando a competência da justiça do trabalho para processar e julgar as ações oriundas da relação de trabalho.
Relação de trabalho corresponde a qualquer vínculo jurídico por meio do qual uma pessoa natural executa obra ou serviços para outrem, mediante o pagamento de uma contraprestação. Pode-se afirmar que relação de trabalho é gênero da qual a relação de emprego é espécie. 
Quando se fala em relação de trabalho, incluem-se na relação de emprego, o trabalho autônomo, eventual, avulso, voluntario, estagio e a relação de trabalho institucional. 
Após a EC. 45/04, a justiça do trabalho passou a ter competência para processar e julgar qualquer relação de trabalho e não só a relação de emprego, as resultantes de pequena empreitada e as firmadas entre trabalhadores e operadores portuários ou o Órgão Gestor de Mao de Obra (OGMO). Passando a justiça do trabalho a ter competência para análise de todos os conflitos decorrentes da relação de trabalho em sentido amplo.
Discute-se na doutrina se a competência material d da justiça do trabalho alcançaria também a relação contratual de consumo, reguladas d pelo CDC (Lei 8.078/90).
O CDC possibilita que a relação de consumo também tenha por objeto a prestação pessoal de serviços (art. 3º, § 2º). Nessa hipótese, a relação jurídica apresenta-se sob dois ângulos distintos.
Caso o litigio entre fornecedor e consumidor envolva relação de consumo, acerca da aplicação do CDC, a justiça do trabalho não será competente. Todavia, se o litigio entre prestador de serviços e o consumidor abranger a relação de trabalho existente entre ambos, a justiça do trabalho será competente para processar e julgar a demanda.
Em relação às ações acidentarias (previdenciárias) decorrentes de acidente de trabalho, embora envolvam situações de relação de trabalho não se encontram na esfera de competência material da justiça do trabalho, sendo a justiça ordinária (Varas de Acidente de Trabalho) competente para processar e julgar ação acidentaria proposta pelo empregado (acidentado assegurado) em face do INSS (seguradora), conforme previsto no art. 643, § 2º, da CLT. 
A Súmula 15 do STJ também estabelece que compete a justiça estadual processar e julgar os litígios decorrentes de acidente de trabalho. O STF firmou igual entendimento, por meio das Súmulas 235 e 501.
Entes de direito público externo
O art. 114, I, da CF estabelece que compete à justiça do trabalho processar e julgar “as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo ...”
São entes de direito público externo: a) os Estados estrangeiros e b) os organismos internacionais. Quanto a cada um deles é importante saber se submetem-se à jurisdição brasileira ou são imunes a ela.
Em relação aos Estados estrangeiros, a doutrina e a jurisprudência, pautando-se no direito consuetudinário, dividem os atos praticados entre:
Atos de império: são aqueles praticados em decorrência da soberania do Estado estrangeiro, que não se sujeitam a jurisdição brasileira, ou seja, são revestidos de imunidade absoluta de jurisdição.
Atos de gestão: são aqueles em que o Estado estrangeiro atua equiparando-se ao particular, em relações estritamente privadas, que não dispõem de imunidade jurisdicional perante o órgão do poder Judiciário brasileiro.
Todavia, permanece o entendimento do STF de que o ente de direito público externo possui “imunidade de execução”, ou seja, embora tenha a justiça do trabalho competência para processar e julgar demanda envolvendo ente estrangeiro, não possui competência para julgar seus julgados, devendo socorrer-se aos apelos diplomáticos, mediante carta rogatória, salvo se houver renuncia a tal prerrogativa. 
No âmbito do TST, o entendimento é diverso. Para este, tal prerrogativa de imunidade de execução não se aplica em dois casos: a) de renúncia, por parte do Estado estrangeiro, à prerrogativa da intangibilidade dos seus próprios bens; b) de existência, em território brasileiro, de bens, que, embora pertencentes ao Estado estrangeiro, não tenham qualquer vinculação com as finalidades essências inerentes às legações diplomáticas ou representações consulares mantidas em nosso país.
Em relação aos organismos internacionais, que são associações disciplinadas, em suas relações, por normas escritas,consubstanciadas nos denominados tratados e/ou acordos de sede, o STF entende que são detentores do privilegio da imunidade absoluta. Ou seja, em relação a eles, segue-se a regra de que a imunidade de jurisdição se rege pelo que se encontra efetivamente avençado nos tratados de sede. 
Saliente-se, quanto à imunidade de jurisdição da ONU, salvo se objeto de renúncia expressa, encontra-se plenamente assegurada na convenção sobre Privilégios e Imunidades das Nações Unidas (Convenção de Londres).
Servidores da administração pública
A EC. 45/04 ao estabelecer a amplitude da competência material da justiça do trabalho, estendeu-se aos dissídios envolvendo os entes da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, sem estabelecer qualquer ressalva (art. 114, I, da CF). 
Logo, com a publicação da EC 45/04, alguns operadores do direito mais apressados passaram a entender que a Justiça do Trabalho teria competência para processar e julgar ações envolvendo servidores públicos, fossem regidos pela CLT (regime contratual – empregados públicos), ou por estatuto próprio (regime institucional/estatutário – ocupantes de cargos públicos).
No entanto, o plenário STF no julgamento da ADIN 3.395-6, manifestou-se no sentido de que a Justiça do Trabalho é incompetente para processar e julgar as ações envolvendo servidores públicos estatutários, sendo competente a Justiça Federal (nos casos de ações que envolvam servidores públicos federais) ou a Justiça Estadual (na hipótese de ações que envolvam servidores públicos estaduais ou municipais). 
Vale destacar que o STF vem decidindo, reiteradamente, que em caso de contratação temporária realizada pela administração pública, mesmo que irregular, a competência para julgamento de eventual ação não será da Justiça do Trabalho, mas sim da Justiça Federal ou Estadual, conforme o ente público envolvido.
Contudo, se o servidor da administração pública direta, indireta, autárquica ou fundacional for regido pela CLT, não resta dúvida que será a Justiça laboral competente para conciliar e julgar os dissídios entre o empregado público e a administração pública. 
A empresa pública e a sociedade de economia mista que, nos termos do art. 173, § 1º, II, da CF, explorem atividade econômica, serão submetidas ao regime próprio das empresas privadas, constituindo-se em pessoas jurídicas de direito privado, com empregados regidos pela norma consolidada. 
A Súmula 97 do STJ dispõem que, se houver mudança de regime do servidor de celetista para estatutário, permanece a competência da Justiça do Trabalho em relação aos direitos oriundos do contrato celetário.
Por sua vez, a Súmula 137 do STJ menciona que compete a Justiça Comum Estadual processar e julgar ação de servidor público municipal, pleiteando direitos relativos ao vinculo estatutário.
Já a Súmula 218 do STJ fixa competência da Justiça dos Estados para processar e julgar as ações de servidor estadual decorrentes de direitos e vantagens estatutárias no exercício de cargo em comissão. 
O TST por meio da OJ 138, com redação dada pela Res. Adm. 129/2005, DJ 20.04.2005, quanto a competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar demanda envolvendo servidores públicos, assim estabeleceu:
COMPETÊNCIA RESIDUAL. REGIME JURÍDICO ÚNICO. LIMITAÇÃO DA EXECUÇÃO. (Nova redação em decorrência da incorporação da Orientação Jurisprudencial nº 249 da SBDI-1, DJ 20.04.2005). Compete à Justiça do Trabalho julgar pedidos de direitos e vantagens previstos na legislação trabalhista referente a período anterior à Lei nº 8.112/90, mesmo que a ação tenha sido ajuizada após a edição da referida lei. A superveniência de regime estatutário em substituição ao celetista, mesmo após a sentença, limita a execução ao período celetista.
Ações que envolvam o exercício do direito de greve
O inciso II do art. 114 da CF assegurou à Justiça do Trabalho competência para processar e julgar ações que envolvam o exercício do direito de greve, havendo a possibilidade do manejo, nesta hipótese, de ações individuais e/ou coletivas. 
 O exercício abusivo do direito de greve pode gerar o manejo de ações coletivas disciplinadas nos §§ 2º e 3º do art. 114 da CF (dissidio coletivo de greve proposto pelo sindicato patronal, empresa ou Ministério Público).
A declaração da abusividade do exercício de greve é feita em dissidio coletivo, desse modo, a competência funcional para processá-lo e julgá-lo é dos tribunais, TRTs (art. 677, CLT) e TST (art. 2º, I, a, Lei 7.701/88) considerando a área de extensão do conflito.
Por outro lado, o exercício irregular do direito de greve pode gerar a propositura de ações individuais (de competência da Justiça do Trabalho), como as ações de reparação proposta pela empresa ou qualquer interessado em face de dano causado pelo sindicato profissional ou mesmo pelos trabalhadores em função de uma greve abusiva. Ressalta-se que nesses casos, a competência é das varas do trabalho.
Portanto, nas ações individuais que envolvam o exercício de greve poderemos ter como partes (autor e réu): empresas, sindicatos, empregados, dirigentes sindicais, usuário do serviço paralisado, etc., sendo a justiça laboral competente para dirimir o conflito.
O STF editou a Súmula Vinculante 23, estabelecendo que a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ações possessórias ajuizadas em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. O STF também se pronunciou na ADIM 3395, segundo o qual a Justiça do Trabalho não é competente para processar e julgar as causas entre o poder público e seus servidores estatutários ou entre o poder público e os que possuam com este outros regimes jurídicos administrativos. Porém, é competência da Justiça do Trabalho, à luz do art. 114 da CF, as ações que envolvam exercício do direito de greve, em caso de trabalhadores submetidos a regime celetista, inclusive em caso de empregados de empresas públicas e sociedades de economia mista.
De acordo com o posicionamento do STF consubstanciado na ADIM 3684, a Justiça do Trabalho não é competente para processar e julgar as ações penais decorrentes do exercício do direito de greve.
Ação sobre representação sindical
O inciso III do art. 114 da CF atribui competência à Justiça do Trabalho para processar e julgar ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores e entre sindicatos e empregadores.
Com a inovação trazida pela EC 45/04, passaram as lides intersindicais envolvendo disputa de base territorial a ser julgada pela Justiça do Trabalho e não mais pela Justiça Estadual. Outro aspecto ampliativo da competência foi a possibilidade de manejo, na Justiça do Trabalho, os dissídios individuais sindicais.
A Lei 8.984/95 já possibilitava a ação de cumprimento de cláusula de convenção coletiva ou acordo coletivo na justiça do trabalho. Por outro lado, o art. 872, parágrafo único da CLT já previa possibilidade de propositura de ação de cumprimento de sentença normativa pelo próprio sindicato profissional.
No entanto, com a nova redação do art. 114 da CF, outras matérias conexas envolvendo direito sindical poderão ser objeto de ações propostas perante a justiça do trabalho. Tais como:
Ações declaratórias de vinculo jurídico e sindical entre sindicato e federação;
Ações envolvendo o direito à filiação sindical;
Ações concernentes à eleição de dirigente sindical e ao respectivo processo eleitoral;
Ações dirigidas à proteção do sindicato contra atos atentatórios à liberdade sindical ou condutas antissindicais.
Vale destacara decisão de lavra da 3º Turma do TRT da 12º Região, que entendeu que a Justiça do Trabalho é competente para resolver conflitos envolvendo representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores e entre sindicatos e empregadores e outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho.
Mandado de segurança, habeas corpus e habeas data
O art. 114, IV, da CF estabeleceu como competência da Justiça doTrabalho processar e julgar os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição. Uma das grandes novidades trazidas pela EC 45/04 é a possibilidade de impetração de mandato de segurança perante a Vara do Trabalho, quando o ato questionado sujeitar-se a sua jurisdição.
Desta forma, um mandado de segurança proposto em face de ato se auditor fiscal do trabalho será processado perante a Justiça do Trabalho e não mais diante a Justiça Federal, tendo em vista que o ato questionado envolve matéria sujeita a jurisdição trabalhista. Assim como, eventuais mandados de segurança envolvendo a atuação de membro do Ministério Público do Trabalho, que também serão apreciados pela Justiça do Trabalho (vara do trabalho).
O habeas corpus pode ser interposto contra ato de autoridade judiciaria trabalhista e contra ato de particular que esteja, ilegalmente ou em abuso de poder, restrugindo a liberdade de outrem, como ocorre quando o empregador mantém o empregado no local do trabalho durante o movimento grevista.
Apesar de a Justiça do Trabalho ser competente para julgar habeas corpus o STF na ADIM 3.684, concedeu liminar com efeito ex tunc para declarar a incompetência da Justiça do Trabalho para processar e julgar ações penais.
Em relação ao habeas data a CF permite na seara trabalhista, para possibilitar ao trabalhador o acesso a dados pessoais constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público. Objetiva o habeas data salvaguardar os direitos da personalidade, por meio de autodeterminação informativa, protegendo-se o direito à intimidade e à vida privada.
José Affonso Dallegrave aponta o cabimento do habeas data na Justiça do Trabalho contra informações errôneas constantes, por exemplo, nos cadastros do TEM que deverá ser notificado na qualidade de impetrado para informar dados da pessoa de determinado fazendeiro em relação à atuação em crime de trabalho forçado. Além da hipótese de notificar a Vara ou Tribunal do Trabalho para informar o depoimento de testemunha ou decisão que envolveu ou fez menção à intimidade de terceiro em ação que apura, por exemplo, dano moral decorrente de assédio sexual, transitada em segredo de justiça. 
Conflito de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista
A nova redação do art. 114, V, da CF confere alçada para a Justiça do Trabalho examinar conflitos de competência apenas entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvando o disposto no art. 102, I, o, da CF.
O conflito de competência ocorre quando:
Dois ou mais juízes se declaram competentes (confronto positivo de competência);
Dois ou mais juízes se declaram incompetentes (confronto negativo de competência);
Entre dois ou mais juízes surge controvérsia sobre a reunião ou separação de processos (art. 66 do CPC e art. 804 da CLT).
Na seara trabalhista, o conflito de competência pode ser suscitado pelos juízes e tribunais do trabalho, pelo MPT ou pela parte interessada. No que concerne a parte interessada, o art. 806 da CLT dispõe que, se ela já houver oposto na causa exceção de incompetência, estará proibida de suscitar o conflito.
Os conflitos de competência serão resolvidos:
Pelos TRTs, quando suscitados entre Varas do Trabalho da mesma região, entre juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista da mesma região, ou entre Varas do Trabalho e juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista da mesma região – art. 808 da CLT;
Pelo TST, quando suscitado entre TRTs, entre Varas do Trabalho e juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista, sujeitos a jurisdição de Tribunais Regionais diferentes – art. 808 da CLT;
Pelo STJ, quando suscitados entre quaisquer tribunais, ressalvados o disposto no art. 102, I, o, da CF, bem como entre tribunais e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos. Destaca-se a competência do STJ para julgar conflito entre vara do trabalho e juízes de direito não investido na jurisdição trabalhista – art. 105, I, d, da CF;
Pelo STF, quando suscitado entre o STJ e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal. Ressalta-se a competência do STF para julgar o conflito entre o TST e órgãos de outro ramo do Judiciário – art. 102, I, o, da CF.
Vale mencionar, que em virtude de hierarquia, não se configura conflito de competência entre TRT e Vara do Trabalho a ele vinculada (Súmula 420 do TST), e da mesma forma, entre juízes do trabalho e o TRT a que está vinculado.
Sobre o tema o STJ editou as seguintes Súmulas: 59, 180 e 236.
Ações de indenização por dano moral ou patrimonial
A Carta Maior estipulou no inciso VI do art. 144 a competência material da Justiça do Trabalho para processar e julgar as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho. Consagrando o entendimento que qualquer ação por dano moral ou patrimonial decorrentes da relação de trabalho, será de competência material da Justiça do Trabalho.
O TST, em relação ao dano moral adotou semelhante posicionamento consubstanciado na súmula 392.
O STF editou a Súmula Vinculante 22, estabelecendo que a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização poir danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho proposta por empregado contra empregador, inclusive aquelas que não possuíam sentença de mérito de primeiro grau quando da promulgação da EC. 45/04.
Entretanto, em relação às ações acidentarias (lides previdenciárias derivadas de acidente de trabalho) promovidas pelo trabalhador segurado contra o INSS, a competência será da Justiça Comum (Varas de Acidente de Trabalho).
Em contrapartida, o art. 120 da lei8.213/91 dispõem que, em caso de acidente de trabalho causado por negligencia do responsável pelo cumprimento das normas de segurança e saúde do trabalho indicadas para proteção individual e coletiva dos segurados, ajuizara a Previdência Social ação regressiva em face de tal empregador perante a Justiça Federal – art. 109 da CF.
O STF, ainda, definiu que a competência da Justiça do Trabalho para apreciar pedido de indenização por danos morais ou patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho remanesce ainda quando a ação é ajuizada ou assumida pelos dependentes do trabalhador falecido, uma vez que a causa do pedido continua sendo o acidente sofrido pelo obreiro.
Outro tema importante seria a possibilidade de a Justiça do Trabalho processar e julgar ações indenizatórias por danos pré ou pós-contratuais, conforme defendido por José Affonso Dallegrave.
Ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho
Outra inovação trazida pela EC. 45/04 repousa no art. 114, VII, da CF, atribuindo competência material a Justiça do Trabalho para processar e julgar ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho, cuja competência anterior era da Justiça Federal.
A será da Justiça do Trabalho seja a lide intentada pelo empregador visando invalidar a sanção administrativa imposta pelas Delegacias Regionais do Trabalho do MTE, por meio de mandado de segurança ou do ajuizamento de ação declaratória de nulidade, como também as execuções dos títulos extrajudiciais oriundos dos atos de infração lavrados pelos auditores fiscais do trabalho, proposta pela Fazenda Pública Federal em face do infrator.
A legitimidade ativa para impetrar com essas ações é da União Federal, representada pela Procuradoria da Fazenda Nacional, por se tratar de um crédito tributário da União, devendo ser observado o procedimento previsto na Lei 6.830/80 (que dispõem sobre a cobrança judicial da dívida da Fazenda Pública). Aplicando-se subsidiariamente a CLT e o CPC. 
Execução de oficio das contribuições sociais
Em função da alteração da CF, o juiz do trabalho passou a executar, de oficio, as contribuições previdenciárias devidas pelos empregadorese empregados, provenientes das sentenças ou acórdãos proferidos.
Não se trata de novidade da Emenda Constitucional n. 45, de 2004, uma vez que a Emenda Constitucional n. 20, de 1998, já havia ampliado a competência material nesse sentido, no antigo § 3º do art. 114 da Constituição Federal de 1988. Nessa seara, a Lei n. 10.035, de 2000, acrescentou diversos artigos à Consolidação das Leis do Trabalho (arts. 831, 832, 876, 878, 879,880, 884, 887 e 889). Com efeito, serão executadas ex officio as contribuições sociais devidas em decorrência de decisão proferida pelos juízes e tribunais do trabalho, resultante de condenação ou homologação de acordo. 
Outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho
O inciso IX do art. 114 da CF estabelece a competência material da justiça do trabalho para processar e julgar outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho.
Lides envolvendo cadastramento do empregado no PIS/PASEP
O TST, por meio da súmula 300, estabeleceu que compete a Justiça do Trabalho processar e julgar ações ajuizadas por empregados em face de empregadores relativas ao cadastramento no Programa de Integração Social (PIS). A LC. 26/1975 unificou o Programa de Integração Social (PIS) e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP). Sendo assim, competência da Justiça do Trabalho as ações que envolvam empregados públicos e privados no PIS/PASEP.
Uma vez que a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as lides decorrentes das relações de trabalho, é também competente para julgar os pedidos de indenização substitutiva oriundas do não cadastramento do empregado no PIS e também para o pedido de obrigação de fazer consistente na imposição para o cadastramento no PIS.
Lides decorrentes da não concessão das guias do seguro-desemprego
O TST, por meio da súmula 389, estabeleceu que: a) compete a Justiça do Trabalho julgar as lides entre empregado e empregador decorrentes do não fornecimento das guias de seguro-desemprego; b) o não fornecimento das guias assegura ao empregado indenização substitutiva.
O seguro-desemprego é um direito social assegurado ao empregado decorrente da relação de trabalho, por isso as lides envolvendo o não fornecimento das guias para a sua percepção são de competência da Justiça do Trabalho.
Quadro de carreira
A súmula 19 do TST estabelece que, é competência da Justiça do Trabalho apreciar reclamação que tenha por objeto direito fundado em quadro de carreira.
Os pedidos consistem em: a) no enquadramento correto do empregador no quadro de carreira; b) na reclassificação do trabalhador em no quadro; c) na reclamação acerca da preterição no empregado no fluxo da promoção do quadro.
Ações que versam sobre descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e saúde dos trabalhadores
O STF firmou entendimento, consubstanciado na súmula 736, de que compete a justiça do trabalho julgar as ações que tenham como causa de pedir o descumprimento de normas relativas à segurança, higiene e saúde dos trabalhadores.
COMPETÊNCIA FUNCIONAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO
Competência das Varas do Trabalho
De acordo com o art. 652 da CLT compete às Varas do Trabalho:
a) conciliar e julgar:
I - os dissídios em que se pretenda o reconhecimento da estabilidade de empregado;
II - os dissídios concernentes a remuneração, férias e indenizações por motivo de rescisão do contrato individual de trabalho;
III - os dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice;
IV - os demais dissídios concernentes ao contrato individual de trabalho;
V - as ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o Órgão Gestor de Mão-de-Obra - OGMO decorrentes da relação de trabalho;(incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
b) processar e julgar os inquéritos para apuração de falta grave;
c) julgar os embargos opostos às suas próprias decisões;
d) impor multas e demais penalidades relativas aos atos de sua competência; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 6.353, de 20.3.1944)
e) ... (Suprimida pelo Decreto-lei nº 6.353, de 20.3.1944)
f) decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial em matéria de competência da Justiça do Trabalho. (Incluída pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
Parágrafo único - Terão preferência para julgamento os dissídios sobre pagamento de salário e aqueles que derivarem da falência do empregador, podendo o Presidente da Junta, a pedido do interessado, constituir processo em separado, sempre que a reclamação também versar sobre outros assuntos.
Compete ainda, de acordo com o disposto no art. 653 da CLT, às Varas do Trabalho:
a) requisitar às autoridades competentes a realização das diligências necessárias ao esclarecimento dos feitos sob sua apreciação, representando contra aquelas que não atenderem a tais requisições;
b) realizar as diligências e praticar os atos processuais ordenados pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou pelo Tribunal Superior do Trabalho;
c) julgar as suspeições arguidas contra os seus membros;
d) julgar as exceções de incompetência que lhes forem opostas;
e) expedir precatórias e cumprir as que lhes forem deprecadas;
f) exercer, em geral, no interesse da Justiça do Trabalho, quaisquer outras atribuições que decorram da sua jurisdição.
Por fim, estabelece o art. 659 da CLT, compete ao juiz titular (ou substituto em exercício) da Vara do Trabalho, além de outras conferidas em lei, as seguintes atribuições:
I - presidir às audiências das Juntas;
II - executar as suas próprias decisões, as proferidas pela Junta e aquelas cuja execução lhes for deprecada;
III - dar posse aos vogais nomeados para a Junta, ao Secretário e aos demais funcionários da Secretaria;
IV - convocar os suplentes dos vogais, no impedimento destes;
V - representar ao Presidente do Tribunal Regional da respectiva jurisdição, no caso de falta de qualquer vogal a 3 (três) reuniões consecutivas, sem motivo justificado, para os fins do art. 727;
VI - despachar os recursos interpostos pelas partes, fundamentando a decisão recorrida antes da remessa ao Tribunal Regional, ou submetendo-os à decisão da Junta, no caso do art. 894;
VII - assinar as folhas de pagamento dos membros e funcionários da Junta;
VlIl - apresentar ao Presidente do Tribunal Regional, até 15 de fevereiro de cada ano, o relatório dos trabalhos do ano anterior;
IX - conceder medida liminar, até decisão final do processo, em reclamações trabalhistas que visem a tornar sem efeito transferência disciplinada pelos parágrafos do artigo 469 desta Consolidação. (Incluído pela Lei nº 6.203, de 17.4.1975)
X - conceder medida liminar, até decisão final do processo, em reclamações trabalhistas que visem reintegrar no emprego dirigente sindical afastado, suspenso ou dispensado pelo empregador. (Incluído pela Lei nº 9.270, de 1996)
Competência dos TRTs
O art. 678 da CLT estabelece que compete aos Tribunais Regionais, quando divididos em turmas:
I - Ao Tribunal Pleno, especialmente: (Incluído pela Lei nº 5.442, de 24.5.1968)
a) processar, conciliar e julgar originariamente os dissídios coletivos;
b) processar e julgar originariamente:
1) as revisões de sentenças normativas;
2) a extensão das decisões proferidas em dissídios coletivos;
3) os mandados de segurança;
4) as impugnações à investidura de vogais e seus suplentes nas Juntas de Conciliação e Julgamento;
c) processar e julgar em última instância:
1) os recursos das multas impostas pelas Turmas;
2) as ações rescisórias das decisões das Juntas de Conciliação e Julgamento, dos juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista, das Turmas e de seus próprios acórdãos;
3) os conflitos de jurisdição entre as suas Turmas, os juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista, as Juntas de Conciliação e Julgamento, ou entre aqueles e estas;
d) julgar em única ou última instâncias:
1) os processos e os recursos de natureza administrativa atinentes aos seus serviços auxiliares e respectivos servidores;
2) as reclamações contraatos administrativos de seu presidente ou de qualquer de seus membros, assim como dos juízes de primeira instância e de seus funcionários.
II - às Turmas: (Incluído pela Lei nº 5.442, de 24.5.1968)
a) julgar os recursos ordinários previstos no art. 895, alínea a;
b) julgar os agravos de petição e de instrumento, estes de decisões denegatórias de recursos de sua alçada;
c) impor multas e demais penalidades relativas e atos de sua competência jurisdicional, e julgar os recursos interpostos das decisões das Juntas dos juízes de direito que as impuserem.
Parágrafo único. Das decisões das Turmas não caberá recurso para o Tribunal Pleno, exceto no caso do item I, alínea "c”, inciso 1, deste artigo. (Incluído pela Lei nº 5.442, de 24.5.1968)
Quando não divididos em Turmas, estabelece o art. 679 da CLT que aos TRTs caberão os julgamentos das matérias a que se refere o art. 678, exceto a de que trata o inciso I da alínea “c” do item 1, bem como os conflitos de jurisdição em Turmas. 
Ainda, nos termos do art. 680 da CLT compete aos TRTs ou suas Turmas:
a) determinar às Juntas e aos juízes de direito a realização dos atos processuais e diligências necessárias ao julgamento dos feitos sob sua apreciação;
b) fiscalizar o comprimento de suas próprias decisões;
c) declarar a nulidade dos atos praticados com infração de suas decisões;
d) julgar as suspeições arguidas contra seus membros;
e) julgar as exceções de incompetência que lhes forem opostas;
f) requisitar às autoridades competentes as diligências necessárias ao esclarecimento dos feitos sob apreciação, representando contra aquelas que não atenderem a tais requisições;
g) exercer, em geral, no interesse da Justiça do Trabalho, as demais atribuições que decorram de sua Jurisdição.
Competência do TST
Tribunal Pleno
A lei 7.701/88 (em função do disposto no § 3º do art. 111 da CF) dispõe sobre a competência atual do TST, estabelecendo no art. 4º, que é da competência do Tribunal Pleno:
a) a declaração de inconstitucionalidade ou não de lei ou de ato normativo do Poder Público;
b) aprovar os enunciados da Súmula da jurisprudência predominante em dissídios individuais;
c) julgar os incidentes de uniformização da jurisprudência em dissídios individuais;
d) aprovar os precedentes da jurisprudência predominante em dissídios coletivos;
e) aprovar as tabelas de custas e emolumentos, nos termos da lei; e
f) elaborar o Regimento Interno do Tribunal e exercer as atribuições administrativas previstas em lei ou na Constituição Federal.
Seção especializada em dissídio coletivo
O art. 2º da Lei 7.701/88 dispõem que compete à seção especializada em dissídios coletivos – SDC ou seção normativa:
I - originariamente:
a) conciliar e julgar os dissídios coletivos que excedam a jurisdição dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever suas próprias sentenças normativas, nos casos previstos em lei;
b) homologar as conciliações celebradas nos dissídios coletivos de que trata a alínea anterior;
c) julgar as ações rescisórias propostas contra suas sentenças normativas;
d) julgar os mandados de segurança contra os atos praticados pelo Presidente do Tribunal ou por qualquer dos Ministros integrantes da seção especializada em processo de dissídio coletivo; e
e) julgar os conflitos de competência entre Tribunais Regionais do Trabalho em processos de dissídio coletivo.
II - em última instância julgar:
a) os recursos ordinários interpostos contra as decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho em dissídios coletivos de natureza econômica ou jurídica;
b) os recursos ordinários interpostos contra as decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho em ações rescisórias e mandados de segurança pertinentes a dissídios coletivos;
c) os embargos infringentes interpostos contra decisão não unânime proferida em processo de dissídio coletivo de sua competência originária, salvo se a decisão atacada estiver em consonância com procedente jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou da Súmula de sua jurisprudência predominante;
d) os embargos de declaração opostos aos seus acórdãos e os agravos regimentais pertinentes aos dissídios coletivos;
e) as suspeições arguidas contra o Presidente e demais Ministros que integram a seção, nos feitos pendentes de sua decisão; e
f) os agravos de instrumento interpostos contra despacho denegatório de recurso ordinário nos processos de sua competência.
Seção especializada em dissídios individuais
De acordo com o art. 3º da lei 7.701/88 compete à seção de dissídios julgar:
I - originariamente:
a) as ações rescisórias propostas contra decisões das Turmas do Tribunal Superior do Trabalho e suas próprias, inclusive as anteriores à especialização em seções; e
b) os mandados de segurança de sua competência originária, na forma da lei.
II - em única instância:
a) os agravos regimentais interpostos em dissídios individuais; e
b) os conflitos de competência entre Tribunais Regionais e aqueles que envolvem Juízes de Direito investidos da jurisdição trabalhista e Juntas de Conciliação e Julgamento em processos de dissídio individual.
III - em última instância:
a) os recursos ordinários interpostos contra decisões dos Tribunais Regionais em processos de dissídio individual de sua competência originária;
b) os embargos das decisões das Turmas que divergirem entre si, ou das decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais; (Redação dada pela Lei nº 11.496, de 2007)
c) os agravos regimentais de despachos denegatórios dos Presidentes das Turmas, em matéria de embargos, na forma estabelecida no Regimento Interno;
d) os embargos de declaração opostos aos seus acórdãos;
e) as suspeições arguidas contra o Presidente e demais Ministros que integram a seção, nos feitos pendentes de julgamento; e
f) os agravos de instrumento interpostos contra despacho denegatório de recurso ordinário em processo de sua competência.
Por fim, o art. 5º da Lei 7.701/88 estabelece que compete as Turmas do TST:
a) julgar os recursos de revista interpostos de decisões dos Tribunais Regionais do Trabalho, nos casos previstos em lei;
b) julgar, em última instância, os agravos de instrumento dos despachos de Presidente de Tribunal Regional que denegarem seguimento a recurso de revista, explicitando em que efeito a revista deve ser processada, caso providos;
c) julgar, em última instância, os agravos regimentais; e
d) julgar os embargos de declaração opostos aos seus acórdãos.
Competência territorial das Varas do Trabalho
A competência territorial (em razão do lugar) das Varas do trabalho está disciplinada no art. 651 da CLT:
Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a está o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.
§ 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário.
§ 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.
Em regra, a demanda trabalhista deve ser proposta na localidade em que o empregado efetivamente tenha prestado serviços, independentemente do local da sua contratação.
Entretanto, há situações em que o obreiro inicia a prestação de serviços em determinada localidade, posteriormente, é transferido para outro, onde exerce o labor por determinado período, sendo posteriormentedispensado. Nestes casos, deverá o trabalhador propor eventual reclamação trabalhista no ultimo local de prestação de serviços.
O comando legal previsto no art. 651 da CLT não deve ser visto de forma absoluta, pois há casos em que inviabilizaria o acesso à justiça, nesses casos o princípio da inafastabilidade de jurisdição previsto no art. 5º, XXXV da CF se sobrepõe a regra insculpida no art. 651 da CLT, permitindo a propositura da ação em local diverso do da prestação de serviços.
Quanto ao agente ou viajante comercial o § 1º do art. 651 da CLT traz uma exceção à regra geral, devendo a ação trabalhista ser proposta: 
Na Vara da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o trabalhador esteja subordinado;
Não existindo agência ou filial, na Vara localizada onde o empregado tenha domicilio ou na localidade mais próxima.
Outra exceção à regra é a trazida pelo § 2º do art. 651 da CLT, a qual atribui competência às Varas do Trabalho para processar e julgar lides ocorridas em agência ou filial situada no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convecção internacional em contrário. A empresa estrangeira deverá ter sede, filial ou representante no Brasil, sob pena de impossibilidade da propositura da ação, pois restaria inviabilizada a notificação da empresa para audiência.
Em relação à Vara do Trabalho competente para processar e julgar essas hipóteses (§ 2°, art. 651, CLT), a doutrina e a jurisprudência divergem, alguns sustentando que será a da sede ou filial da empresa no Brasil, outros defendem que a demanda deverá ser proposta no local da contratação antes de o obreiro ir para o estrangeiro, e há quem defenda que a ação trabalhista deverá ser proposta na Vara do Trabalho do domicilio do reclamante, ou localidade mais próxima, viabilizando o amplo acesso ao judiciário.
Na hipótese de dissídios ocorridos no exterior a regra processual a ser aplicada será a brasileira, no entanto, quanto ao direito material, aplica-se o princípio da territorialidade, aplicando-se as regras do pais onde o trabalhador prestou serviços.
A lei 7.064/82, com redação dada pela Lei 11.962/09, traz exceções ao princípio da territorialidade, prevendo que se a lei brasileira for mais benéfica e garantir maior proteção ao trabalhador, esta será aplicada em detrimento da lei estrangeira (local da prestação de serviços).
Por último, o § 3º do art. 651 da CLT, dispõe que em relação às empresas que promovem atividades fora do lugar da celebração do contrato (ex: atividades circenses, feiras agropecuárias, transportes intermunicipais) seria assegurado ao trabalhador apresentar reclamação trabalhista no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos serviços.
Foro de eleição
A IN 39/16 do TST, que dispõe sobre normas do CPC aplicáveis e não aplicáveis ao Processo do Trabalho, determina em seu art. 2º, I que o art. 63 do CPC, que dispõe sobre modificação da competência territorial e modificação de foro não se aplica ao Processo do Trabalho. O objetivo do art. 651 da CLT e seus parágrafos é facilitar o acesso do trabalhador hipossuficiente à justiça do trabalho, sendo a eleição de foro incompatível com o processo trabalhista.
Portanto, não poderá ser instituída pelas partes da relação laboral cláusula que preveja foro de eleição em caso de eventual conflito. 
Modificação de competência 
Em relação à competência absoluta (matéria e hierarquia), tem-se que essa é imodificável e inderrogável. 
Ocorre a modificação ou prorrogação quando se amplia a competência de um órgão judiciário para conhecer de causas que não eram de sua competência originária.
Na hipótese de modificação de competência parte-se da premissa que o órgão jurisdicional é competente, mas em razão da prorrogação da competência, deve a causa ser remetida a outro órgão jurisdicional (o prevento). Quando se aponta a incompetência relativa, nega-se logo que o juízo tenha competência para conduzir a causa, pedindo-se a remessa dos autos ao juízo competente.
Entretanto, a competência relativa poderá ser modificada por conexão ou continência (art. 54 do CPC). Abre-se espaço para aplicação subsidiaria da norma processual civil em decorrência da omissão da norma consolidada.
A conexão seda nos seguintes casos:
São conexas duas ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir (art. 55, caput, do CPC);
Se estiverem pendentes ações que possam gerar risco de decisões conflitantes, mesmo que não haja identidade de pedido ou causa de pedir (art. 55, § 3º do CPC).
A continência se dá quando entre duas ou mais ações houver identidade quanto às partes e a causa de pedir, mas o pedido de uma por ser mais amplo, abrange o das demais (art. 56 do CPC).

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