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Anotações do Livro P2

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Hipotálamo
Localização: Parede do terceiro ventrículo Abaixo do Tálamo
Constituição: Substância cinzenta Não é homogêneo Muito núcleos de cito e quimioarquitetura variados
Formação: Quiasma óptico, Túber cinéreo e Corpos mamilares
Conexões aferentes 
Recebe fibras de estruturas límbicas Amígdala, Hipocampo e Área septal Controle dos processos emocionais e motivacionais, da função endócrina e do sistema nervoso autônomo
Recebe fibras do córtex cerebral, particularmente a região pré-frontal
Recebe fibras da formação reticular Vias aminérgicas Tanto as fibras noradrenérgicas quanto as serotonérgicas ou dopaminérgicas terminam em núcleos hipotalâmicos
Recebe fibras da retina
Conexões eferentes
Envia fibras para estruturas límbicas Amígdala, Hipocampo e Área septal
Envia fibras para os neurônios pré-ganglionares do simpático e do parassimpático Sistema de controle do SNA
Envia fibras para os neurônios pré-ganglionares autonômicos situados do tronco encefálico ou na medula espinhal
Envia fibras para hipófise (ou glândula pituitária)
Envia fibras ao córtex cerebral, particularmente a região pré-frontal
Funções: 
Homeostase Ocorre em função da sua ligação com o sistema endócrino, com o sistema límbico e com o sistema nervoso autônomo
Neurossecreção (neuro-hipófise) Neurônios dos núcleos hipotalâmicos secretam substâncias na corrente sanguínea, da mesma forma que as células endócrinas
OBS: Esse fato torna esses neurônios diferentes dos neurônios convencionais, que secretam apenas neurotransmissores nas sinapses, cuja ação é local.
Hormônios liberados: 
Vasopressina Antidiurético Atua na reabsorção de água
Ocitocina Atua na contração da musculatura do útero e lactação
OBS: Durante a amamentação, a estimulação do mamilo da mãe pela sucção do recém-nascido induz ao aparecimento de impulsos nervosos que serão levados ao hipotálamo, levando a liberação de ocitocina Exemplo de um reflexo cuja via aferente é nervosa, enquanto a via eferente é endócrina.
Controle do sistema endócrino (adeno-hipófise) Neurônios hipotalâmicos produzem substâncias que regulam a produção de hormônios da adeno-hipófise – glândula responsável por coordenar a maior parte das outras glândulas endócrinas
O hipotálamo é capaz de controlar o funcionamento de todo o sistema endócrino Para cada hormônio da hipófise o hipotálamo produz um hormônio de liberação ou um hormônio de inibição, que fará com que as células da adeno-hipófise produzam ou deixem de produzir o hormônio em questão.
Hormônios liberados:
Tireotrófico Tireóide
Adrenocorticotrófico Suprarrenais
Gonadotróficos Gônadas
Controle do sistema nervoso autônomo O controle que o hipotálamo exerce sobre os neurônios pré-ganglionares autonômicos se faz por via indireta, através da formação reticular. Contudo, existem fibras originadas no hipotálamo direcionadas para a medula espinhal e para o tronco encefálico, como o núcleo motor vago, que tem neurônios motores viscerais. 
Controle da temperatura corporal Termorreceptores sensíveis a temperatura do sangue localizados no hipotálamo anterior (área pré-óptica) são responsáveis por informar as variações na temperatura corporal. A manutenção da temperatura corporal será feita por diferentes regiões hipotalâmicas:
Hipotálamo anterior Sua estimulação leva a vasodilatação periférica e a sudorese, levando a perda de calor
Hipotálamo posterior Sua estimulação leva a vasoconstrição periférica, calafrios e liberação do hormônio tireoidiano, levando a conservação do calor
Para a regulação da temperatura corporal, o hipotálamo lança mão de ações que envolvem respostas viscerais, endócrinas e da musculatura esquelética.
Controle da ingestão de alimentos A glicose e a insulina dissolvidas no sangue podem atuar diretamente no hipotálamo, levando o indivíduo a começar (hipotálamo lateral) ou parar de comer (hipotálamo medial)
Controle da ingestão de água O hipotálamo é sensível a diminuição do volume sanguíneo e ao aumento da concentração salina no sangue, levando a adoção de ações que visam a ingestão de água.
Controle dos ritmos circadianos Os ritmos circadianos dependem de um relógio biológico localizado no núcleo supraquiasmático do hipotálamo. Este núcleo recebe o trato retino-hipotalâmico, portador de informações sobre o ritmo claro/escuro do ambiente, as quais servem para acoplar nossos ritmos internos com aquele ritmo ambiental, que tem duração dês 24 horas do dia.
Os ritmos circadianos são responsáveis por elevar a temperatura corporal e a concentração dos hormônios da glândula suprarrenal no final da noite, antecipando as necessidades do inicio do dia. 
Controle de processos emocionais e motivacionais Estimulações feitas no hipotálamo desencadeia respostas de raiva e medo em animais
Tálamo
Localização: Interior do hemisfério cerebral
Constituição: Substância cinzenta Subdividido em vários núcleos reunidos em três grupos: anterior, medial e lateral 
Funções: 
Atua no processamento das informações sensoriais, modificando as informações antes que cheguem ao córtex. Além de repassar as informações ao córtex, o tálamo interage com ele e participa ativamente de suas funções Todas as vias sensoriais, com exceção da via olfatória, passam pelo tálamo antes de atingir a córtex 
No tálamo, existem núcleos que recebem as informações das vias sensoriais e as repassam para uma área cortical especializada em seu processamento.
Atua no controle motor
Atua nos processos emocionais e motivacionais Controle do comportamento
Nessa função, estão envolvidos os núcleos dorsomedial e anterior, interpostos em circuitos de que participam estruturas límbicas e o córtex pré-frontal
Atua na ativação e integração das atividades do córtex
Nessa função, estão envolvidos os núcleos intralaminares Promoção da coerência do funcionamento do córtex através de projeções que saem do tálamo em direção ao córtex
Subtálamo Tem como estrutura mais importante o núcleo subtalâmico, atuando nos circuitos existentes entre o córtex e os núcleos da base. 
Funções:
Regulação da motricidade
Coordenação do comportamento e da cognição
Epitálamo Tem como estrutura mais importante o corpo pineal, órgão de natureza endócrina, responsável pela secreção do hormônio melatonina. 
Na pineal encontramos células secretoras chamadas pinealócitos, responsáveis pela produção da melatonina segundo um ritmo circadiano, liberado apenas durante a noite.
 
A melatonina é responsável por sinalizar as células do organismo que aquele momento faz parte do período noturno, sincronizando os ritmos fisiológicos com o ritmo ambiental.
Liberada na circulação, a melatonina atua como um transdutor químico das informações originadas no núcleo supraquiasmático, uma vez que a pineal dos mamíferos não possui fotorreceptores.
Núcleos da Base
Localização: Interior do centro branco medular dos hemisférios cerebrais
Constituição: Substância cinzenta
Formação: Núcleos caudados, Putâmen e Globo pálido
Funções:
O corpo estriado tem função importante no controle da motricidade, da cognição e dos processos emocionais e motivacionais.
Suas estruturas atuam por meio de circuitos fechados dos quais participam também o córtex cerebral e o tálamo Esses circuitos têm origem em áreas corticais delimitadas, passam pelo corpo estriado e retornam ao córtex, por meio de sinapses no tálamo Os circuitos tem a função de inibir e/ou facilitar a atividade do córtex que lhe deu origem.
Motricidade Esse circuito liga o corpo estriado às áreas motoras do córtex cerebral (giro pré-central e região pré-motora) Por meio dele, o corpo estriado pode atuar como um filtro, selecionando os programas motores que devem ser executados, conforme as interações com o córtex.
Disfunções: Aparecimento de movimentos involuntários (hipercinesias)
		Dificuldade de execução de movimentos (hipocinesias)
		Rigidez motora
Funções executivas Esse circuito liga o corpo estriado ao córtex pré-frontaldorsolateral
Disfunções: Aparecimento de ações repetitivas (perseverações)
	 Inflexibilidade comportamental
	 Problemas com a memória operacional
Controle e mudança da prescrição comportamental Esse circuito liga o corpo estriado ao córtex pré-frontal orbital
Disfunções: Mudanças na personalidade
	 Labilidade emocional
	 Desinibição comportamental
Processos emocionais e motivacionais Esse circuito liga o corpo estriado à porção anterior do giro do cíngulo
Disfunção: Diminuição da motivação
	 Apatia
	 Acinesia voluntária
OBS: Não apenas áreas do isocortex participam desses circuitos, mas também áreas límbicas (hipocampo, regiões olfatórias e amígdala cerebral)
Distúrbios decorrentes do mau funcionamento dos núcleos da base Defeitos no processo de seleção de atividades na interação com o córtex
Distúrbios motores:
Doença de Parkinson Hipertonia (aumento da tonicidade dos músculos)
 Rigidez muscular
 Dificuldade na iniciação de movimentos e lentidão ao executá-los
 Tremores nos braços e nas mãos
A doença de Parkison se deve à degeneração de neurônios dopaminérgicos na substancia negra.
Coreia Movimentos involuntários (lembrando uma dança)
 Hipotonia (diminuição da tonicidade muscular)
Os sintomas da coréia também sejam decorrentes de uma alteração nos neutrotransmissores GABA e acetilcolina.
Distúrbios nas funções cognitivas e comportamentais:
TOC
TDAH
Síndrome de Tourette
Indicam que os circuitos que passam pelo corpo estriado estão relacionados com a habilidade de suprimir pensamentos, demandas atencionais ou ações conflitantes que possam interferir em uma tarefa em curso Parecem ter a função de direcionar o comportamento voluntário, focalizando a atenção e inibindo pensamentos ou comportamentos que possam competir com a atividade almejada.
A dopamina parece ter um papel na regulação dos circuitos integrados pelo corpo estriado, podendo ter ação excitatória ou inibitória Sua função consiste em facilitar as ações iniciadas no córtex 
Núcleo basal de Meynert Recebe aferências de estruturas límbicas e tem ampla projeção para praticamente todo o córtex cerebral, o qual ele provê inervação colinérgica. Essa projeção faz parte do sistema colinérgico ativador do córtex. 
Doença de Alzheimer Ocorre em função da degeneração precoce dos neurônios do núcleo basal de Meynert. O desaparecimento desses neurônios sugere seu envolvimento nos processos da memória, da aprendizagem e da manutenção dos níveis de alerta. Fármacos facilitadores da transmissão colinérgica têm sido utilizados na tentativa de manter por mais tempo as funções cognitivas nesses pacientes.
Cérebro
Diencéfalo
Vesícula embrionária que origina quatro regiões cerebrais Tálamo, Hipotálamo, Epitálamo e Subtálamo 
Localização: Parede do terceiro ventrículo 
Cavidade mediana em forma de fenda que se comunica com o quarto ventrículo pelo aqueduto cerebral e com os ventrículos laterais pelos forames intraventriculares
Na parede do terceiro ventrículo, existe um sulco que vai do forame interventricular ao aqueduto cerebral – o sulco hipotalâmico 
OBS: Acima do sulco hipotalâmico Tálamo
 Abaixo do sulco hipotalâmico Hipotálamo
Telencéfalo
Vesícula embrionária que origina a maior parte dos hemisférios cerebrais
Os hemisférios são separados pela fissura longitutinal do cérebro 
Apresenta uma superfície irregular, marcada pela presença de sulcos que delimitam giros
Cada hemisfério cerebral tem três faces dorsolateral, medial e inferior
Os sulcos irão delimitar os lobos frontal, parietal, temporal e occipital
O sulco lateral – sulco horizontal na superfície do cérebro – e o sulco central – sulco vertical no centro do hemisfério – serão o ponto de partida para delimitar os lobos:
Lobo frontal Localizando acima do sulco lateral e anteriormente ao sulco central
Lobo parietal Localizado acima do sulco lateral e posteriormente ao sulco central
Lobo temporal Localizado abaixo do sulco lateral
Lobo occipital Delimitado pelo sulco parieto-occipital e pela incisura pré-occipital
Ínsula Quinto lobo cerebral localizada internamente
Face dorsolateral
Lobo frontal 
Paralelo ao sulco central existe o sulco pré-central. 
O sulco central e o sulco pré-central delimitam o giro pré-central – principal área motora do cérebro.
Apresenta três giros de posição horizontal delimitados pelos sulcos frontais superior e inferior giros frontais superior, médio e inferior
Giro frontal inferior Subdividido em três partes por ramos do sulco lateral:
Ramo anterior – penetra no lobo frontal
Ramo ascendente – penetra no lobo frontal
Ramo inferior – dirige-se ao lobo parietal
Parte orbital – localizada abaixo do ramo anterior
Parte triangular – localizada entre os ramos anterior e ascendente
Parte opercular – localizada na porção posterior ao ramo ascendente
A partes opercular e triangular do hemisfério esquerdo são as áreas que regulam a expressão da linguagem – a palavra falada ou escrita – também conhecida como área de Broca.
Lobo parietal
Paralelo e posterior ao sulco central existe o sulco pós-central. 
Entre os sulcos pós-central e o sulco central localiza-se o giro pós-central – área somestésica do córtex, responsável pela sensibilidade de todo o corpo. 
Perpendicularmente ao sulco pós-central temos o sulco intraparietal responsável por dividir o lobo parietal em um lóbulo parietal superior e um lóbulo parietal inferior 
Face medial
Deixa evidente o corpo caloso constituído de fibras nervosas que passam de um hemisfério cerebral a outro comissura
Acima do corpo caloso temos o giro do cíngulo área envolvida em processos comportamentais e que faz parte do chamado lobo límbico
Face inferior
Localizado na borda medial do lobo temporal temos o giro para-hipocampal
OBS: Analisando uma fatia do cérebro, é possível observar que internamente o cérebro é constituindo de substancia branca – os chamados núcleos da base (núcleos caudados, lentiforme e amigdaloide) – e externamente é possível observar uma fina camada de substancia cinzenta – o chamado córtex cerebral. 
Córtex cerebral
O córtex é uma camada de substância cinzenta que envolve os hemisférios cerebrais
A existência de numerosos sulcos e giros aumentou significativamente a quantidade de córtex 
A maior parte do córtex do lobo frontal, parietal e occipital está ligada à porção simétrica do hemisfério oposto pelas fibras do corpo caloso
O córtex recebe um grande número de fibras aferentes sensoriais, que chegam a partir de núcleos do tálamo responsável por mandar projeções excitatórias para as porções especificas do córtex relacionadas com cada modalidade sensorial
O córtex também recebe influências modulatórias, como o caso das projeções catecolaminérgicas e serotonérgicas – vindas da formação reticular – e fibras colinérgicas – vindas do núcleo basal de Meynert
Grande parte das fibras direcionadas ao córtex ou que saem dele passam pela cápsula interna – agrupamento de fibras relacionadas com a sensibilidade e a motricidade Uma lesão nessa região pode provocar prejuízos sensoriais e motores na metade contralateral do corpor Derrame
O córtex pode ser classificado de diferentes formas:
Classificação anatômica 
 Divide o córtex em lobos 
 Frontal, parietal, occipital, temporal e ínsula
Classificação citoarquitetual 
 Tem como base a estrutura microscópica do córtex 
 Classificação de Brodmann
 São mais precisas e possibilitam delimitar áreas com conexões e funções distintias
 Classificação filogenética
 Arquicortex, paleocortex e neocortex 
Classificação funcional
 Divide o córtex em áreas de projeção e áreas de associação
	 Áreas de projeção – Recebem as aferências sensoriais ou dão origem às fibras formadoras dos tratos descendentes motores São aquelas que originam ou recebem as fibras de projeção
	 Áreas de associação – Não estão diretamente relacionadas nem com a motricidadenem com a sensibilidade
Áreas de projeção (áreas primárias) 
Relacionadas diretamente com a sensibilidade e a motricidade
Áreas de associação 
Podem ser divididas em dois tipos:
Áreas de associação unimodais (áreas secundárias) 
 Estão conectadas às áreas de projeção e podem estar ligadas a uma determinada modalidade sensorial ou com a motricidade
 As áreas secundárias sensoriais recebem aferências das áreas primárias e repassam estas informações a outras regiões do córtex 
 Lesões nessa área causam agnosia
 Lesões nessas áreas indicam a existência de uma assimetria funcional, isto é, lesões no hemisfério esquerdo tem sintomatologia diferentes de lesões no hemisfério direito
 Parecem estar envolvidas em uma segunda etapa do processo de decodificação sensorial, isto é, recebem as informações já processadas nas áreas primarias e interagem com áreas terciarias e com as áreas corticais límbicas, responsáveis pelo processamento da memória
Áreas de associação supramodais (áreas terciárias) 
 Estão ligadas às áreas secundárias e o sistema límbico, funcionando como áreas integradoras
 Não se ocupam do processamento sensorial ou motor, estando envolvidas em atividades superiores
 Dividida em duas áreas: região temporopariental (região de confluência dos lobos temporal e parietal) e região pré-frontal (porção mais anterior do lobo frontal)
 Parecem estar envolvidas em processos nervosos superiores:
	Controle do comportamento
	Linguagem
	Atenção
	Memória
 As áreas terciárias juntamente com as regiões límbicas são responsáveis pelo controle do meio interno e as interações com o meio externo. Elas são encarregadas de integrar de forma mais complexa as informações que chegam das áreas sensoriais primarias e secundarias, produzindo estratégias comportamentais adequadas e assim enviando instruções às áreas motoras secundária e primária
 Região temporoparietal – Acredita-se que seja responsável pela integração de diferentes modalidades sensoriais, o que seria importante para o processo da simbolização e da linguagem. Lesões nessa área do hemisfério esquerdo pode levar a problemas na linguagem, enquanto uma lesão equivalente no hemisfério direito pode causar desorientação espacial, com problemas na atenção e na manipulação do espaço extrapessoal e até mesmo distúrbio na percepção do próprio esquema corporal
Córtex pré-frontal
Funções:
Funções executivas Capacidade de planejar, executar e monitorar as estratégias de comportamento mais adequadas às diferentes situações cotidianas, bem como planejar ações futuras. Tais funções incluem a manutenção da atenção voluntária, a tomada de decisão
Memória operacional Capacidade de não apenas manter na consciência mas também modificar as informações que são necessárias para realizar uma tarefa especifica

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