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S I S T E M A L Í M B I C O Na face medial de cada hemisfério cerebral, há um anel cortical contínuo, constituído pelo giro do cíngulo, giro para- hipocampal e hipocampo, que contorna as formações inter-hemisféricas como o lobo límbico, este é filogeneticamente antigo, com uniformidade citoarquitetural (córtex mais simples que o isocórtex). Em geral, sentimento subjetivos (alegria, tristeza, medo, prazer e raiva) suscitam manifestações fisiológicas e comportamentais, as primeiras são geridas pelo sistema nervoso autônomo, e as segundas resultam da ação do sistema nervoso motor somático, sendo características de cada tipo de emoção e de cada espécie - assim, distingui-se o componente central, subjetivo, e o componente periférico, expressivo da emoção, que pode ser classificada em positiva ou negativa. Portanto, as emoções estão relacionadas com áreas específicas do cérebro que, em conjunto, formam o sistema límbico, que também se relaciona com áreas da motivação (processos motivacionais primários ou estados de necessidade/desejos essenciais), ademais, as áreas ligadas ao comportamento emocional também controlam o SNA. HISTÓRICO E CONCEITO L A Y A N E S I L V A O mecanismo das emoções é explicado por estruturas do lobo límbico, núcleos do hipotálamo e tálamo, todas unidas pelo circuito de Papez, composto pelo hipocampo, fómix, corpo mamilar, trato mamilo-talâmico, núcleos anteriores do tálamo, cápsula interna, giro do cíngulo, giro para-hipocampal e novamente hipocampo, fechando o circuito - atualmente, sabe-se que este tem relações com a memória, e que o centro do sistema límbico é a amígdala. Após lesão do ápice dos lobos temporais em animais houve alterações como: domesticação, pervesões do apetite, agnosia visual, perda do medo, tendência oral (ato de levar objetos à boca) e tendência hipersexual. CONCEITO: o sistema límbico é um conjunto de estruturas corticais e subcorticais interligadas morfologicamente e funcionalmente, relacionadas com emoções e memória, do ponto de vista anatômico, tem o centro o lobo límbico e as estruturas relacionadas, já, funcionalmente, há 2 subconjuntos de estruturas. SISTEMA LÍMBICO EMOÇÕES MEMÓRIA ÁREAS CORTICAIS ÁREAS SUBCORTICAIS ÁREAS CORTICAIS ÁREAS SUBCORTICAIS Córtex cingular anterior Córtex insular anterior Córtex pré-frontal orbitofrontal Hipotálamo Área septal Núcleo accumbens Habênula Amígdala Hipocampo Giro denteado Córtex entorrinal Córtex para- hipocampal Córtex cingular posterior Fornix Corpo mamilar Trato mamilotalâmico Núcleos anteriores do tálamo EMOÇÃO C Ó R T E X C I N G U L A R A N T E R I O R Relaciona-se com o processamento das emoções, sendo ativado na ressonância magnética funcional quando pacientes se recordavam de episódios tristes, sendo mais delgado em pacientes com depressão crônica - em função disso, a cingulotectomia já foi aplicada no tratamento de psicóticos agressivos a partir da destruição do córtex cingular anterior. C Ó R T E X I N S U L A R A N T E R I O R Empatia: capacidade de se identificar com outras pessoas e perceber e se sensibilizar com seu estado emocional, sendo ativado quando o indivíduo observa imagens de situações dolorosas. Conhecimento da própria fisionomia como diferente das dos outros: é ativado quando uma pessoa se observa em um espelho ou foto, o que depende de áreas visuais secundárias. Sensação de nojo na presença ou com imagens de fezes, vômitos, carniça ou situações nojentas: ativa-se também com a visualização de pessoas com fisionomia de nojo, afastando as pessoas de situações associadas a doenças (valor adaptativo). Percepção dos componentes subjetivo das emoções: permite ao indivíduo sentir as emoções - função também exercida por outras áreas corticais e subcorticais do sistema límbico A ínsula tem 2 partes (anterior e posterior), separadas pelo sulco central e com estrutura e função distintas, assim, o córtex insular posterior é isocórtex heterotípico granular, característico das áreas de projeção primárias (áreas gustativa e sensoriais viscerais), e o córtex insular anterior é isocórtex homótipo, característico das áreas de associação - envolvido em diversas funções entre elas: ÁREAS LÍMBICAS: as áreas corticais límbicas compreendem áreas de alocórtex (hipocampo, giro denteado, giro para-hipo- campal), de mesocórtex (giro do cíngulo) e isocórtex (ínsula anterior) e área pré-frontal orbitofrontal. L A Y A N E S I L V A C Ó R T E X P R É - F R O N T A L O R B I T O F R O N T A L A área pré-frontal orbitofrontal ocupa parte ventral do lobo frontal adjacente às órbitas compreendendo giros orbitários, projeta-se para núcleo caudado que se projeta para globo pálido, a seguir para o núcleo dorsomedial do tálamo que se projeta para área pré-frontal orbitofrontal fechando o circuito - este está envolvido no processamento das emoções, supressão de comportamentos socialmente indesejáveis, manutenção da atenção. Sabe-se que apenas essa área do córtex pré-frontal está envolvida no processamento das emoções, ela tem conexões com o corpo estriado e o núcleo dorsomedial do tálamo integrando o circuito em alça orbitofrontal - estriado - tálamo - cortical. H I P O T Á L A M O conexões com o sistema límbico. funções do hipotálamo. papel regulador sobre o SNA e sistema endócrino, integrando- os com comportamentos vinculados às necessidades diárias. controla vários processos motivacionais importantes para sobrevivência (fome, sede e sexo) - impulsos internos que levam à realização de comportamentos específicos e de ajustes corporais. regulação do comportamento emocional. Parte do diencéfalo e se dispõe nas paredes do III ventrículo, abaixo do sulco hipotalâmico, que o separa do tálamo, lateralmente é limitado pelo subtálamo, anteriormente pela lâmina terminal e posteriormente pelo mesencéfalo, apresenta também formações anatômicas visíveis na face inferior do cérebro: quiasma óptico, túber cinéreo, infundíbulo e corpos mamilares. Esse sistema compreende uma série de estruturas relacionadas principalmente com regulação do comportamento emocional e da memória, destacam-se as relações recíprocas que têm com o hipotálamo, hipocampo, corpo amigdaloide e área septal: - HIPOCAMPO: liga-se pelo fómix aos núcleos mamilares do hipotálamo, de onde os impulsos nervosos seguem para o núcleo anterior do tálamo através do fascículo mamilotalâmico, parte do circuito de Papez, dos núcleos mamilares, impulsos nervosos chegam também à formação reticular do mesencéfalo pelo fascículo mamilotegmentar; - CORPO AMIGDALOIDE: fibras originadas nos núcleos do corpo amigdaloide chegam ao hipotálamo através da estria terminal. - ÁREA SEPTAL: liga-se ao hipotálamo através de fibras que percorrem o feixe prosencefálico medial. O hipotálamo centraliza o controle da homeostase, ou seja, manutenção do meio interno dentro de limites compatíveis com funcionamento adequado dos diversos órgãos. 1. 2. Hipotálamo atua como coordenador das manifestações periféricas das emoções, através de conexões com SNA. Á R E A S E P T A L Situada abaixo do rostro do corpo caloso, anteriormente à lâmina terminal e à comissura anterior, são grupos de neurônios de disposição subcortical que se estendem até a base do septo pelúcido (núcleos septais), tendo conexões amplas e complexas, destacando-se projeções para amígdala, hipocampo, tálamo, giro do cíngulo, hipotálamo e formação reticular, pelo feixe prosencefálico medial. Através deste feixe, essa área recebe fibras dopaminérgicas da área tegmentar ventral e faz parte do sistema mesolímbico ou sistema de recompensa do cérebro. Estimulações da área septal alteram a PA e o ritmo respiratório, mostrando seu papel na regulação de atividades viscerais. N Ú C L E O A C C U B E N S Situado entre a cabeça do núcleo caudado e o putâmen, faz parte do corpo estriado ventral, recebe aferências dopaminérgicas principalmente da área tegmentar ventral do mesencéfalo, e projeta eferências para parte orbitofrontal da área pré-frontal - consiste no principal componentedo sistema mesolímbico, que é o sistema de recompensa ou do prazer do cérebro. H A B Ê N U L A Situa-se no trígono das habênulas, no epitálamo, abaixo e lateralmente à glândula pineal, é constituída pelos núcleos habenulares medial e lateral - o núcleo lateral tem conexões complexas, como aferências que recebem dos núcleos septais pela estria medular do tálamo e suas projeções pelo fascículo retroflexo para o núcleo interpeduncular do mesencéfalo e neurônios dopaminérgicos do sistema mesolímbico, sobre os quais têm ação inibitória - assim como sobre o sistema serotoninérgico de projeção difusa, através de conexões com núcleos da rafe. A habênula participa da regulação dos níveis de dopamina nos neurônios do sistema mesolímbico os quais constituem a principal área do sistema de recompensa (ou de prazer) do cérebro, visto que a estimulação dos núcleos habenulares resulta em ação inibitória sobre o sistema dopaminérgica mesolímbico e sistema serotoninérgico de projeção difusa, que implica na fisiopatologia dos transtornos de humor como a depressão - assim, o sistema mesolímbico é ativado pela recompensa e a habênula pela não recompensa. A M Í G D A L A CORTICOMEDIAL: recebe conexões olfatórias e parece estar envolvido com comportamentos sexuais, sua estimulação causa reação defensiva e agressiva BASOLATERAL: recebe a maioria das conexões aferentes, sua estimulação causa reações de medo e fuga. CENTRAL: dá origem às conexões eferentes. Corpo amigdaloide, tem forma de amêndoa, tem 12 núcleos (complexo amigdaloide), dispostos em 3 grupos: 1. 2. 3. Estrutura subcortical com muitas projeções do SN, com 14 conexões aferentes e 20 eferentes, possui conexões aferentes com as áreas de associação secundárias do córtex, trazendo informações sensoriais já processadas, além das informações das áreas supramodais - recebe aferências de alguns núcleos hipotalâmicos, núcleo dorsomedial do tálamo, núcleos septais e núcleo do trato solitário. L A Y A N E S I L V A VIA AMIGDALOFUGA DORSAL: através da estria terminal, projeta-se para núcleos septais, núcleo accumbens, vários núcleos hipotalâmicos e núcleos da habênula. VIA AMIGDALOFUGA VENTRAL: projeta-se para as mesmas áreas corticais, talâmicas e hipotalâmicas de origem das fibras aferentes, além do núcleo basal de Meynert, assim, a amígdala projeta eferências para núcleos do tronco encefálico envolvidos em funções viscerais, como núcleo dorsal do vago, onde estão neurônios pré-ganglionares do parassimpático craniano. funções da amígdala. As conexões eferentes se distribuem em 2 vias: 1. 2. Além dessas conexões extrínsecas, os núcleos da amígdala comunicam-se entre si por fibras glutamatérgicas, indicando grande processamento local de informações, assim, a amígdala tem muitos neurotransmissores, como acetilcolina, GABA, serotonina, noradrenalina, substância P e encefalinas, sendo a principal responsável pelo processamento das emoções e desencadeadora do comportamento emocional. - o comportamento de ataque agressivo pode ser desencadeado com estimulação da amígdala e do hipotálamo. - a amígdala contém a maior concentração de receptores para hormônios sexuais do SNC, assim sua estimulação reproduz comportamentos sexuais e sua lesão causa hipersexualidade. - é responsável pelo processamento do medo, sendo ativada pela simples visão de pessoas com expressão facial de medo. - está envolvida no reconhecimento de faces que expressam emoções como medo e alegria, visto que uma das áreas visuais secundárias do lobo temporal armazena imagens de faces e permite seu reconhecimento, que ocorre apenas na amígdala. Via direta é inconsciente e o medo só se torna consciente quando impulsos nervosos chegam ao córtex. S I S T E M A D E R E C O M P E N S A N O E N C É F A L O Demonstra a relação do cérebro com motivação e prazer, assim, as áreas que determinam estimulações com frequências mais elevadas compõem o sistema dopaminérgico mesolímbico ou sistema de recompensa, formada por neurônios dopaminérgicos que, da área tegmentar ventral do mesencéfalo, passando pelo feixe prosencefálico medial, terminam nos núcleos septais e no núcleo accumbens, os quais projetam-se para o córtex pré-frontal orbitofrontal - há também projeções diretas da área tegmentar ventral para a área pré-frontal e projeções de retroalirnentação entre esta área e a tegmentar ventral. amígdala e o medo. DIRETA: informação visual é levada e processada na amígdala basolateral, passa à amígdala central, que dispara o alarme, a cargo do sistema simpático, permitindo reação de alarme imediata com manifestações autonômicas e comportamental típicas - mais rápida e permite resposta imediata ao perigo. INDIRETA: informação passa ao córtex pré-frontal e depois à amígdala - mais lenta, mas permite que o córtex pré-frontal analise as informações recebidas e seu contexto. O medo é uma reação de alarme diante de perigo, que resulta da ativação geral do sistema simpático e liberação de adrenalina pela medula da glândula suprarrenal (sinal de emergência de Cannon), que visa preparar o organismo para uma situação de perigo na qual ele deve ou fugir ou enfrentar o perigo. A informação visual (ou auditiva) é levada ao tálamo (corpo geniculado lateral) e daí a áreas visuais primárias e secundárias, a partir desse ponto, a informação segue pelas vias direta ou indireta. 1. 2. O sistema de recompensa premia com a sensação de prazer comportamentos importantes para sobrevivência, mas é também ativado por situações cotidianas que causam alegria. MEMÓRIA Capacidade de se adquirir, armazenar e evocar informações, assim, a base da individualidade está na memória, e o conjunto delas é parte importante da personalidade. MEMÓRIA DECLARATIVA NÃO DECLARATIVA Memória operacional Memória de procedimento Memória de curta duração Memória de longa duração tipos de memória. Entre os critérios para definição de tipos e subtipos de memória estão: natureza da memória (memória declarativa ou não declarativa) e tempo de retenção do evento memorizado (memória operacional ou de trabalho, de curta e de longa duração). 1. Memória declarativa: conhecimentos memorizados são explícitos, podem ser descritos por palavras ou símbolos. 2. Memória não declarativa: conhecimentos memorizados são implícitos, não podem ser descritos de maneira consciente, inclui a memória de procedimento ou memória motora, através da qual as pessoas aprendem as sequências motoras que lhes permitem executar tarefas, as quais elas aprendem e exercitam de maneira automática e inconsciente. 3. Memória operacional ou de trabalho: permite que informações sejam retidas por segundos ou minutos, tempo suficiente para dar sequência ao raciocínio - o córtex pré-frontal determina o conteúdo que será selecionado para armazenamento, conforme sua relevância, para isso, ele acessa áreas mnemônicas do córtex cerebral onde estão armazenadas memórias de curta e longa duração, verifica se a informação que está chegando e sendo processada já existe, e se vale a pena armazená-la, assim, a área pré-frontal funciona como gerenciadora da memória. L A Y A N E S I L V A Córtex entorrinal funciona como portão de entrada para o hipocampo, recebendo as conexões que a ele chegam pelo giro denteado, incluindo conexões da amígdala e área septal. CÓRTEX PARA-HIPOCAMPAL: ocupa a parte posterior do giro para-hipocampal continuando-se com o córtex cingular posterior no nível do istmo do giro do cíngulo, é ativado pela visão de cenários novos e complexos. CÓRTEX CINGULAR POSTERIOR: em especial a parte situada atrás do esplênio do corpo caloso (retroesplenial), recebe muitas aferências dos núcleos anteriores do tálamo que recebem aferências do corpo mamilar pelo trato mamilotalâmico, integrando o circuito de Papez, está relacionado com memória topográfica (capacidade de se orientar no espaço e memorizar caminhos e cenários novos). ÁREA PRÉ-FRONTAL DORSOLATERAL: entre as suas funções estão o processamento da memória operacional. ÁREAS DE ASSOCIAÇÃO DO NEOCÓRTEX: armazenammemórias de longa duração, cuja consolidação depende da atividade do hipocampo, inclui as áreas secundárias sensitivas e motoras, e as áreas supramodais. 4. Memórias de curta e longa duração: memória de curta duração permite retenção de informações durante 3-6 horas, e se extingue com o tempo, até que sejam armazenadas de forma mais duradoura nas áreas responsáveis pela memória de longa duração, que é consolidada pela atividade do hipocampo, ficando armazenada em áreas corticais de associação de acordo com seu conteúdo. Á R E A S C E R E B R A I S R E L A C I O N A D A S C O M A M E M Ó R I A D E C L A R A T I V A Áreas telencefálicas: parte medial do lobo temporal, a área pré-frontal dorsomedial e as áreas de associação sensoriais. Áreas diencefálicas: componentes do circuito de Papez. Abrangem áreas telencefálicas e diencefálicas unidas pelo fórnix, que liga o hipocampo ao corpo mamilar do hipotálamo. ÁREAS RELACIONADAS A MEMÓRIA TELENCEFÁLICAS DIENCEFÁLICAS Porção medial do lobo temporal Área pré-frontal dorsolateral Áreas de associação do neocórtex Córtex cingular posterior Corpo mamilar Trato mamilotalâmico Núcleos anteriores do tálamo Hipocampo Giro denteado Córtex entorrinal Córtex para-hipocampal Á R E A S T E L E N C E F Á L I C A S HIPOCAMPO: eminência alongada e curva situada no assoalho do corno inferior do ventrículo lateral acima do giro para-hipocampal, é constituído de arquicórtex. O hipocampo, pelo córtex entorrinal, recebe aferências de áreas neocorticais e através do fómix projeta-se aos corpos mamilares - recebe também fibras da amígdala, que reforçam a memória de situações emocionais. Há também conexões com área tegmental ventral e núcleo accumbens que reforçam memórias associadas ao prazer. O grau de consolidação da memória pelo hipocampo é modulado pelas aferências que ele recebe da amígdala, sendo maior quando a informação a ser memorizada está associada a um episódio de grande impacto emocional positivo ou negativo - além disso, o hipocampo é responsável pela memória espacial ou topográfica. GIRO DENTEADO: giro estreito e denteado situado entre área entorrinal e hipocampo com o qual se continua lateralmente, é constituída por 1 camada de neurônios, tem amplas ligações com a área entorrinal e o hipocampo, sendo responsável pela dimensão temporal da memória. CÓRTEX ENTORRINAL: ocupa a parte anterior do giro para- hipocampal mediaimente a sulco rinal, é formado pelo arquicórtex e corresponde à área 28 de Brodmann, recebe fibras do fómix e envia fibras ao giro denteado que se liga ao hipocampo. Á R E A S D I E N C E F Á L I C A S Inclui corpos mamilares do hipotálamo, que recebem aferências dos córtices entorrinal e do hipocampo pelo fómix e que, através do trato mamilotalâmico projetam-se aos núcleos anteriores do tálamo, que projetam-se para o córtex cingular posterior - tais estruturas participam do circuito de Papez. ANATOMIA FUNCIONAL DO SISTEMA LÍMBICO Sistema límbico compreende o circuito neuronal que controla o comportamento emocional e forças motivacionais, tem como parte importante o hipotálamo e suas estruturas relacionadas, que atua no controle comportamental, controle das condições internas do corpo (temperatura corporal, osmolalidade dos líquidos corporais e desejos de comer e beber) e o controle do peso corporal - que compõem as funções vegetativas do cérebro. As estruturas anatômicas do sistema límbico formam um complexo interconectado de elementos da região basal do cérebro , no meio do qual situa-se o hipotálamo - um dos elementos centrais do sistema límbico - que possui uma posição-chave, visto que ao seu redor estão outras estruturas subcorticais do sistema límbico, incluindo área septal, área paraolfatória, núcleo anterior do tálamo, partes dos gânglios da base, hipocampo e amígdala. L A Y A N E S I L V A cria sensação de sede: o centro da sede, localizado na região lateral do hipotálamo, atua quando eletrólitos do líquido nesse centro e em áreas próximas, tornam-se muito concentrados. controle da excreção de água na urina: realizado no núcleo supraóptico, assim, quando os líquidos corporais ficam muito concentrados, seus neurônios são estimulados, suas fibras se projetam para baixo, pelo infundíbulo do hipotálamo para hipófise posterior, onde as terminações nervosas secretam vasopressina, que é lançada na circulação e transportado para os rins, onde age nos ductos coletores para aumentar a reabsorção de água, isto diminui a perda de água na urina, mas permite excreção contínua de eletrólitos, diminuindo a concentração dos líquidos corporais de volta ao normal. REGULAÇÃO DA ÁGUA CORPORAL: 1. 2. REGULAÇÃO DA CONTRATILIDADE UTERINA E EJEÇÃO DO LEITE NAS MAMAS: a estimulação dos núcleos paraventriculares causa aumento da secreção da ocitocina por suas células neuronais, o que causa aumento da contratilidade do útero e da contração das células mioepiteliais circunjacentes aos alvéolos das mamas, o que leva os alvéolos a esvaziar seu leite pelos mamilos. REGULAÇÃO GASTROINTESTINAL E ALIMENTAÇÃO: a área hipotalâmica lateral está associada a fome, o centro da saciedade, localizado no núcleo ventromedial, se opõe ao desejo por comida, o núcleo arqueado do hipotálamo contém 2 tipos diferentes de neurônios que, quando estimulados, conduzem a aumento ou a diminuição do apetite, e corpos mamilares controlam os padrões de muitos reflexos da alimentação. SECREÇÃO DE HORMÔNIOS ENDÓCRINOS: a hipófise anterior recebe o suprimento sanguíneo que flui através da parte inferior do hipotálamo e por meio dos sinusoides da hipófise anterior, assim, à medida que o sangue passa pelo hipotálamo, hormônios específicos de liberação e inibitórios são secretados no sangue por núcleos hipotalâmicos, sendo transportados pelo sangue para a hipófise anterior, onde agem nas células glandulares para controlar liberação dos hormônios da hipófise anterior. Ao redor das áreas límbicas subcorticais, há o córtex límbico, composto por anel de córtex cerebral, em cada hemisfério cerebral, (1) começando na área orbitofrontal, na superfície ventral do lobo frontal; (2) se estendendo para cima para o giro subcaloso; (3) então, de cima do corpo caloso para região medial do hemisfério, para o giro cingulado; por fim, (4) passando por trás do corpo caloso e para baixo, pela superfície ventromedial do lobo temporal para o giro para-hipocâmpico e unco. Nas superfícies medial e ventral de cada hemisfério cerebral, há o anel de paleocórtex, que envolve estruturas profundas associadas ao comportamento e às emoções - assim, o anel de córtex límbico atua como via de mão dupla de comunicação e associação entre neocórtex e estruturas límbicas inferiores. F U N Ç Õ E S V E G E T A T I V A S E E N D Ó C R I N A S REGULAÇÃO CARDIOVASCULAR: estimulação das regiões posterior e lateral do hipotálamo aumenta a PA e FC, já a estimulação da área pré-óptica tem efeitos opostos - ambos transmitidos pelos centros específicos de controle cardiovascular, nas regiões reticulares da ponte e do bulbo. REGULAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL: relaciona com a porção anterior do hipotálamo, especialmente a área pré-óptica. FISIOLOGIA DO HIPOTÁLAMO Via de comunicação entre sistema límbico e tronco cerebral é fascículo prosencefálico medial, que se estende das regiões septal e orbitofrontal do córtex cerebral para baixo pela região média do hipotálamo para formação reticular do tronco cerebral, formando sistema troncular de comunicação. Há também vias curtas, entre formação reticular do tronco cerebral, tálamo, hipotálamo e áreas contíguas da parte basal do encéfalo. para trás e para baixo, até o tronco cerebral, principalmente para áreas reticulares do mesencéfalo, ponte e bulbo e dessas áreas para nervos periféricos do SNA; ascendente, em direção a áreas superiores do diencéfalo e prosencéfalo, especialmente para parte anterior do tálamo e porções límbicas do córtex cerebral; para infundíbulo hipotalâmico, a fim de controlar as funções secretórias da hipófise anterior e posterior.Hipotálamo e suas estruturas conectadas emitem sinais em 3 direções, controlando funções vegetativas, endócrinas e comportamento emocional. 1. 2. 3. F U N Ç Õ E S C O M P O R T A M E N T A I S - estimulação da região lateral do hipotálamo aumenta nível geral de atividade, algumas vezes levando à raiva e à luta; - estimulação do núcleo ventromedial e áreas adjacentes causa efeitos opostos aos ocasionados pela estimulação lateral (saciedade, diminuição da alimentação e tranquilidade). - estimulação de zona estreita dos núcleos periventriculares localizados imediatamente adjacentes ao III ventrículo levam a reações de medo e punição. L A Y A N E S I L V A FUNÇÃO DO HIPOCAMPO Hipocampo se originou como parte do córtex olfativo, e se tornou mecanismo neuronal importante na tomada de decisões, determinando a importância dos sinais sensoriais que chegavam - consequentemente, se ele sinaliza que a informação que chega é importante, esta será armazenada na memória. Sugere-se que hipocampo fornece impulso que causa a transformação da memória de curto prazo em de longo prazo, ou seja, transmite sinais que fazem com que a mente repita a nova informação, até que o armazenamento permanente esteja completo. FUNÇÕES DA AMÍGDALA A amígdala é um complexo de múltiplos pequenos núcleos localizados imediatamente abaixo do córtex cerebral do polo medial anterior de cada lobo temporal, tem conexões bilaterais abundantes com o hipotálamo e outras áreas do sistema límbico, está envolvida com estímulo olfativo e possui interrelações com o cérebro límbico. Os efeitos iniciados pela amígdala e finalizados pelo hipotálamo incluem (1) aumento ou diminuição da PA; (2) aumento ou diminuição da FC; (3) aumento ou diminuição na motilidade e secreção gastrointestinais; (4) defecação ou micção; (5) dilatação pupilar ou contração; (6) piloereção; e (7) secreção de hormônios da hipófise anterior (gonadotropinas e hormônio adrenocorticotrópico). MOVIMENTOS INVOLUNTÁRIOS: podem ser causados pela estimulação da amígdala, entre eles: (1) movimentos tônicos; (2) movimentos circulares; (3) movimentos clônicos ou rítmicos; e (4) movimentos associados ao olfato ou à alimentação. COMPORTAMENTO EMOCIONAIS: a estimulação de alguns núcleos amigdaloides pode levar a padrões de raiva, fuga, punição, dor grave e medo, já a estimulação de outros núcleos amigdaloides pode promover reações de recompensa e prazer. COMPORTAMENTO SEXUAL: a excitação de outras porções da amígdala pode causar atividades sexuais, como ereção, movimentos copulatórios, ejaculação, ovulação, atividade uterina e parto prematuro. FUNÇÕES GLOBAIS: parecem ser áreas de conhecimento comportamental que operam em nível semiconsciente, que projetam para o sistema límbico o estado atual da pessoa a respeito de seu ambiente e pensamentos. FUNÇÃO DO CÓRTEX LÍMBICO Ou anel do córtex cerebral, funciona como zona de transição pela qual sinais são transmitidos do resto do córtex cerebral para o sistema límbico e na direção oposta. assim, funciona como área associativa cerebral de controle do comportamento. F U N Ç Õ E S D E R E C O M P E N S A E P U N I Ç Ã O Diversas estruturas límbicas estão envolvidas com a natureza afetiva das sensações sensoriais, cujas qualidade afetivas são classificadas como recompensa ou punição. CENTROS DE RECOMPENSA: localizados ao longo do fascículo prosencefálico medial, especialmente nos núcleos lateral e ventromedial do hipotálamo, nos quais estímulos dão sensação de recompensa. CENTROS DE PUNIÇÃO: encontrados na substância cinzenta circundando o aqueduto de Sylvius, no mesencéfalo, e se estendendo para zonas periventriculares do hipotálamo e tálamo. - o desejo sexual pode ser estimulado em diversas áreas do hipotálamo, especialmente nas porções mais anterior e mais posterior do hipotálamo.
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