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APG 5 - SOI II

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APG 5 – Será que é a idade?
Compreender a organização anatômica e funcional do diencéfalo e telencéfalo
GENERALIDADES: O diencéfalo e o telencéfalo formam o cérebro, que corresponde, pois, ao prosencéfalo. O cérebro é a porção mais desenvolvida e mais importante do encéfalo, ocupando cerca de 80% da cavidade craniana.
DIENCÉFALO
O diencéfalo é a porção encefálica localizada abaixo do telencéfalo e acima do tronco encefálico, compreende as seguintes partes: tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo, todas em relação com o III ventrículo. É mais bem visualizado em corte mediano ou em cortes transversais do encéfalo. Isso porque o telencéfalo, durante a embriogênese, cresce e recobre toda a região anterior e lateral do diencéfalo. O epitálamo, localizado na face posterior, não fica totalmente recoberto e, por isso, pode ser observado na face dorsal (posterior) do encéfalo. O diencéfalo está localizado no meio do cérebro, ventral e caudalmente para o lobo frontal, e envolve a porção inferior do terceiro ventrículo de ambos lados. O tálamo forma a porção superior da terceira parede ventricular, enquanto o hipotálamo constitui sua porção inferior. Em posição dorsal, o diencéfalo é circundado pelo corpo caloso, ventrículos laterais e hemisférios cerebrais.
TÁLAMO
Composto de duas massas ovoides alongadas (tálamo direito e esquerdo) unidas por uma pequena comunicação: a aderência intertalâmica. É uma área encefálica com diversas funções, mas destaca-se por ser essencial para o processamento das sensibilidades. Dentre os acidentes anatômicos macroscópicos do tálamo, destacam-se, em relação a estrutura e função, respectivamente: 
1. Tubérculo anterior do tálamo: Integra o circuito de formação de memórias (circuito de Papez)
2. Pulvinar do tálamo: Apresenta prováveis funções relacionadas à linguagem e ao processo de atenção seletiva 
3. Corpo geniculado lateral: Integra a via visual
4. Corpo geniculado medial: Integra a via auditiva
5. Aderência intertalâmica: Funções viscerais
6. Estria medular do tálamo (vista sagital): Fixação dos plexos corióideos do III ventrículo.
Em corte transversal, observamos o tálamo em seu comprimento alongado, em posição medial à capsula interna (local de acúmulo de fibras nervosas que comunicam o telencéfalo com o restante do sistema nervoso central). Seu interior é constituído de núcleos de neurônios com funções específicas, separadas por lâminas de substância branca: • Lâmina medular lateral: localizada nas laterais dos corpos talâmicos, limita o núcleo reticular tálamo. • Lâmina medular medial, em formato de Y que divide núcleos do tálamo. No interior da lâmina há um pequeno grupo de neurônios: os núcleos intralaminares do tálamo.
Núcleos talâmicos
Os núcleos anteriores ficam no ângulo do Y, os núcleos ventrolaterais em suas laterais, e os núcleos mediais no centro. Os núcleos ventrolaterais são subdivididos em grupos nucleares ventrais e laterais. Os núcleos ventrais incluem o núcleo ventral anterior (VA), o ventral lateral (VL), o núcleo ventral póstero-lateral (VPL) e o núcleo ventral póstero-medial (VPM). Os núcleos laterais consistem em um núcleo dorsolateral (LD) e um núcleo póstero-lateral (LP). Em posição ainda mais distal, encontra-se o pulvinar, com os corpos geniculados medial e lateral presos a sua parte inferior. Existem alguns pequenos grupos de neurônios dentro das lâminas medulares internas (os núcleos interlaminares), bem como um complexo celular maior, localizado centralmente, o núcleo centromediano. Lateralmente, a lâmina medular externa separa o tálamo da cápsula interna. O núcleo reticular do tálamo é uma fina camada de células intimamente acopladas a lâmina medular externa. 
FUNÇÕES TALÂMICAS 
O tálamo é a principal porta de conexão das estruturas do sistema nervoso central com o córtex telencefálico (cerebral). Todas as sensibilidades precisam passar pelo tálamo antes de serem processadas pelo cérebro, com exceção da sensibilidade olfativa. Além das sensibilidades, há núcleos talâmicos relacionados com processamentos cognitivos (como a memória), motores, ativação cerebral e comportamento emocional. As funções do tálamo são altamente complexas devido ao grande número de núcleos que contém e suas conexões aferentes e eferentes muito diversas. Em primeiro lugar, o tálamo é o maior ponto de coleta subcortical de todos os impulsos sensoriais exteroceptivos e proprioceptivos. Além disso, é uma estação retransmissora para todos os impulsos que surgem nos receptores sensoriais da pele, bem como viscerais, para impulsos visuais e auditivos, e para impulsos do hipotálamo, cerebelo e formação reticular do tronco cerebral, todos os quais são processados no tálamo antes de serem transmitidos para outras estruturas. O tálamo envia um pequeno componente eferente para o estriado, mas a maior parte de sua saída vai para o córtex cerebral. Todos impulsos sensoriais, que não sejam impulsos olfativos, devem passar pelo tálamo antes que possam ser percebidos conscientemente. Assim, o tálamo foi tradicionalmente chamado de “portal para a consciência”, embora a percepção consciente do olfato implica que essa concepção é falha e talvez enganosa. O tálamo, no entanto, não é apenas uma estação retransmissora, mas um importante centro de integração e coordenação, em que impulsos aferentes de diferentes modalidades e diferentes regiões do corpo são integrados. Um substrato neural de certos fenômenos elementares como dor, desprazer e bem-estar já está presente no tálamo antes de ser transmitido para o córtex. Por meio de suas conexões recíprocas (circuitos de feedback) com o córtex motor, algumas das quais passam pelos gânglios da base e cerebelo, o tálamo modula a função motora. Alguns núcleos talâmicos também são componentes do sistema de ativação reticular ascendente (SARA), um sistema de excitação específico originado em núcleos que estão difusamente localizados em toda a formação reticular do tronco cerebral. Os impulsos do SARA são retransmitidos por certos núcleos talâmicos (núcleo ventral anterior, núcleos intralaminares [particularmente o núcleo centromediano] e núcleos reticulares) a todo o neocórtex. Um SARA intacto é essencial para a consciência normal.
FUNÇÕES DOS PRINCIPAIS NÚCLEOS TALÂMICOS 
· Grupo anterior: Integra o circuito de Papez, processamento da memória. Recebe informações dos corpos mamilares do hipotálamo e as enviam para o córtex do giro do cíngulo. 
· Grupo mediano: aderência intertalâmica possui conexões com o hipotálamo, relacionadas com funções viscerais. 
· Grupo medial: contém o núcleo medial dorsal que possui conexões com a amígdala cerebral e córtex pré-frontal, relacionado ao processamento do medo. Também há núcleos intralaminares, no interior da lâmina medular interna, com destaque para o núcleo centro-mediano, que integra o sistema de ativação cerebral: sistema ativador reticular ascendente (SARA) e também processa sensibilidades com envolvimento emocional.
· Grupo posterior: Corpo geniculado lateral: integra a via óptica, recebendo a informação visual do trato óptico e transmitindo-a para o córtex do lobo occipital (área visual primária). Corpo geniculado medial: integra a via auditiva. Recebe a informação auditiva do colículo interior (e das poucas fibras do lemnisco lateral que não fazem sinapse no colículo inferior) e envia a informação para o córtex auditivo, localizado no giro temporal transverso anterior. Pulvinar: relaciona-se a processos de atenção seletiva. 
· Grupo lateral: Núcleo ventral anterior: relacionado com planejamento e execução do movimento somático. Envia informações processadas no globo pálido (núcleo da base) para o córtex motor do cérebro, no giro pré-central. Núcleo ventral lateral: também relacionado com controle da motricidade. Recebe fibras do globo pálido e do cerebelo (via cerebelotálamo-cortical) e as envia para o córtex motor do cérebro. Núcleo ventral póstero-lateral: recebe informação sensitiva do lemnisco medial (tato epicrítico, propriocepção conscientee vibração) e lemnisco espinhal (tato protopático, dor, temperatura e pressão) do corpo e a direciona para o córtex sensitivo primário, no giro pós-central. Núcleo ventral póstero-medial: recebe a sensibilidade geral da cabeça e a informação gustativa e as envia, respectivamente, para o córtex sensitivo primário e para a área gustativa primária (parte posterior do córtex da ínsula). Núcleo reticular: não possui relações com o córtex cerebral. Sua função é de inibir a ativação dos demais núcleos talâmicos, funcionando como um portão que regula a informação a ser processada a nível cortical. Ex. ao inibir os núcleos intralaminares, há indução do período de sono em que ocorre, concomitantemente, inibição dos núcleos talâmicos relacionados às sensibilidades. A inibição do corpo geniculado medial, por exemplo, nos torna menos susceptíveis a acordar durante o sono com quaisquer ruídos sonoros. As fibras talâmicas constituem grande parte da cápsula interna e seguem em direção ao córtex cerebral.
HIPOTÁLAMO
 É a parte do diencéfalo que se encontra localizada ventralmente ao tálamo e forma o assoalho do terceiro ventrículo. O hipotálamo é composto de matéria cinzenta nas paredes do terceiro ventrículo, do sulco hipotalâmico para baixo, e no assoalho do terceiro ventrículo, assim como no infundíbulo e corpos mamilares. Apresenta como limite anterior o quiasma óptico e a lâmina lateral, e limite posterior os corpos mamilares. Anatomicamente e funcionalmente pode ser dividido em duas porções: anterior e posterior. Cada porção, por sua vez, apresenta uma série de áreas e núcleos que são responsáveis por funções fisiológicas.
O hipotálamo possui funções relacionadas à atividade visceral, compreende estruturas situadas abaixo nas paredes laterais do III Ventrículo: 1) Corpos mamilares: Eminências arredondadas de substância cinzenta. 2) Quiasma óptico: Localizado na parte anterior do assoalho ventricular. Recebe as fibras do II par craniano que parte cruzam nesse ponto e continuam nos tractos ópticos que se dirigem aos corpos geniculados laterais. 3) Túber cinéreo: Área cinzenta, mediana situada atrás do quiasma e dos tractos ópticos e entre os corpos mamilares. Prende-se a hipófise por meio do infundíbulo. 4) Infundíbulo: Formação nervosa em forma de funil que se prende ao túber cinéreo. 5) Eminência mediana do túber cinéreo: Extremidade superior e dilatada do infundíbulo.
Divisões e núcleos do hipotálamo 
1) Constituído de substância cinzenta que se agrupa em núcleos. 
2) Fornix: Divide o hipotálamo em uma área medial e outra lateral. 
3) Área medial: 
3.1. Entre o fornix e a parede do III ventrículo. 3.2. Nessa área se localizam os principais núcleos do hipotálamo. 
4) Área lateral: 
4.1. Situada lateralmente ao fornix. 4.2. Percorrida pelo feixe prosencefalico medial: complexo sistema de fibras que estabelecem conexões nos dois sentidos entre a área septal (sistema límbico) e a formação reticular do mesencéfalo. 
5) Pode ser dividido por 3 planos frontais em: 5.1. Hipotálamo supra óptico: Compreende o quiasma óptico + área situada acima dele nas paredes do III ventrículo até o sulco hipotalâmico. 5.2. Hipotálamo tuberal: Compreende o túber cinéreo (que se liga ao infundíbulo) + área acima dele até o sulco hipotalâmico. 5.3. Hipotálamo mamilar: Compreende os corpos mamilares + seus núcleos e áreas das paredes do III ventrículo até o sulco hipotalâmico. 
6) Área pré óptica. 
6.1. Localizada na parte anterior do III ventrículo, perto da lâmina terminal. 6.2. Não pertence ao diencéfalo, deriva da vesícula telencefálica. 6.3. Se liga ao hipotálamo supra óptico.
Conexões do Hipotálamo
· Conexões com a área pré-frontal: Conexões relacionadas com o comportamento emocional.
· Conexões viscerais: Hipotálamo mantem conexões aferentes e eferentes com os neurônios da medula e do tronco encefálico.
· Conexões viscerais aferentes: Hipotálamo recebe informações sobre a atividade das vísceras através de suas conexões diretas com o núcleo do trato solitário (fibras solitáriohipotalâmicas). Esse núcleo recebe toda sensibilidade visceral (geral e especial) que entra pelos nervos facial, glossofaríngeo e vago. 
· Conexões viscerais eferentes: Hipotálamo controla o sistema nervoso autônomo agindo direta ou indiretamente sobre neurônios pré-ganglionares dos sistemas simpáticos e parassimpáticos.
· Conexões com a hipófise: Hipotálamo só tem conexões eferentes com a hipófise.
Funções do Hipotálamo: 
Relacionadas com a homeostase, possuindo papel regulador sobre o sistema nervoso autônomo e sistema endócrino. O hipotálamo é o órgão regulador hierarquicamente superior do sistema nervoso autônomo. Ele desempenha o papel principal em uma ampla variedade de circuitos reguladores para funções corporais vitais, como temperatura, frequência cardíaca, pressão arterial, respiração e ingestão de alimentos e água.
Obs... Centro da perda do calor Situado na parte anterior do hipotálamo: Estímulos causam vasodilatação periférica e sudorese. Lesões nesse centro causam febre central que, normalmente, é fatal. Centro da conservação do calor Situado na parte posterior do hipotálamo: Estímulos causam vasoconstricção periférica e tremores musculares (calafrios) e também a liberação de hormônios tireoidianos (para gerar calor). Regulação do comportamento emocional Hipotálamo + sistema límbico + área pré frontal: regulam os processos emocionais. Regulação do sono e da vigília (Lesões da parte posterior do hipotálamo podem causar sono). Parte posterior do hipotálamo Relacionado com a vigília reforçando a ação do sistema ativador reticular ascendente (SARA).
EPITÁLAMO
O diencéfalo também inclui uma pequena área chamada epitálamo, localizada posteriormente no teto do terceiro ventrículo. Além de um pequeno núcleo, a habênula, o epitálamo contém a glândula pineal. A glândula pineal é uma estrutura peculiar que se encontra na linha média, sendo formada por uma evaginação do teto do terceiro ventrículo. Esta contém células glandulares, pinealócitos, que produzem o hormônio melatonina e vários neuropeptídios. Ela também contém grandes quantidades de serotonina, que é um precursor da melatonina. A melatonina influencia vários parâmetros fisiológicos, especialmente aqueles que mostram uma variação cíclica durante o sono ou vigília. A luz não consegue penetrar o crânio, mas a glândula pineal recebe indiretamente impulsos visuais relacionados com o ciclo de luz-escuridão. Impulsos aferentes viajam da retina ao núcleo supraquiasmático do hipotálamo, a partir do qual, outros impulsos são conduzidos até a glândula pineal. A habênula fica logo abaixo do corpo pineal. Seus principais eferentes vão para os núcleos do mesencéfalo. A habênula e os núcleos habenulares constituem uma importante estação de retransmissão do sistema olfativo. Fibras olfatórias aferentes viajam pela estria medular do tálamo para os núcleos habenulares, que emitem projeções eferentes para núcleos autônomos do tronco encefálico (salivatório), desempenhando assim um papel importante na ingestão nutricional. Além disso, pode estar envolvida nas expressões corporais de emoções fortes, por exemplo, raiva ou medo. 
SUBTÁLAMO
Estrutura diencefálica pequena não relacionada com o III ventrículo, posicionado internamente entre o hipotálamo e a capsula interna. O subtálamo é uma parte do diencéfalo que se localiza em posição ventral ao tálamo e lateral ao hipotálamo. Compreende o núcleo subtalâmico, parte do globo pálido e vários contingentes de fibras que o atravessam a caminho do tálamo, incluindo o lemnisco medial, o trato espinotalâmico e trato trigeminotalâmico. Todos estes tratos terminam na região ventroposterior do tálamo. É uma região formada por vários núcleos de substância cinzenta e suas estruturas de substância branca associadas. A substâncianegra e o núcleo rubro limitam o subtálamo anteriormente e posteriormente. Fibras do trato dentatotalâmico percorrem seu caminho para terminar no núcleo ventro-oral posterior do tálamo, que representa uma parte do núcleo ventral lateral (VL). Fibras do globo pálido viajam no fascículo lenticular para o núcleo ventro-oral anterior e núcleo ventral anterior (VA). Estes folhetos são unidos mais rostralmente pela asa lenticular. Algumas estruturas mesencefálicas estendem-se até o subtálamo, como o núcleo rubro, a substância negra e a formação reticular, constituindo a chamada zona incerta do subtálamo. O núcleo mais importante é o núcleo subtalâmico, que apresenta conexões essenciais para a regulação da motricidade somática. Funcionalmente, é um componente dos gânglios da base e tem conexões recíprocas com o globo pálido. Lesões do núcleo subtalâmico produzem hemibalismo contralateral. A perda de influência do núcleo subtalâmico produziria desinibição de neurônios talamocorticais. Assim, os movimentos involuntários violentos da metade oposta do corpo após a destruição do núcleo subtalâmico (hemibalismo) pode ser causado por hiperatividade entre os neurônios talamocorticais. OBS... De forma ainda desconhecida, a atividade perturbada de neurônios subtalâmicos (disparo anormal de alta frequência e atividade oscilatória) parece ser crucial para os sintomas da doença de Parkinson. Na verdade, “desligar” o núcleo subtalâmico por lesão ou por estimulação elétrica produziu acentuado alívio sintomático em muitos pacientes com esta condição.
TELENCÉFALO 
É a região do encéfalo composta pelos hemisférios cerebrais direito e esquerdo e pela lâmina terminal. Os hemisférios cerebrais comunicam-se entre si a partir de um conjunto de fibras nervosas transversais, que constituem o corpo caloso. No seu interior, estão localizados os ventrículos laterais direito e esquerdo, responsáveis pela produção e circulação do líquido cerebrospinal (líquor). Os ventrículos laterais são conectados ao III ventrículo por meio dos forames interventriculares (de Monro). A superfície do telencéfalo é irregular, apresentando regiões contorcidas, os giros, separadas por depressões, os sulcos, que permitem que grande quantidade de tecido nervoso esteja contida em uma pequena área cerebral. Cerca de dois terços do tecido ficam “escondidos” no interior dos sulcos. Os sulcos delimitam os lobos cerebrais e também delimitam regiões menores, no interior dos lobos: os lóbulos e os giros. Na face dorsal lateral do telencéfalo são visualizados 4 dos 5 lobos telencefálicos, são eles: lobo frontal, lobo parietal, lobo temporal e lobo occipital. Esses lobos têm relação anatômica com os ossos do crânio de mesma denominação (ex. o lobo frontal está localizado abaixo do osso frontal), no entanto, não há correspondência total dos limites dos lobos com os limites dos ossos. Dois sulcos delimitam três lobos da face dorsal lateral, são eles: 
· Sulco lateral: separa o lobo frontal do parietal. Possui ramos: anterior, ascendente e posterior.
· Sulco central: separa os lobos frontal e parietal. Ele também separa dois giros paralelos, posicionados “de pé” na face dorsal lateral: o giro pré-central e o giro pós-central. 
.
LOBO FRONTAL: É delimitado pelos sulcos central e lateral e possui 4 giros. No interior do lobo, o sulco frontal superior e o sulco frontal inferior delimitam três giros paralelos que, juntos, constituem a área pré-central, a porção não motora do lobo frontal: 
• Giro frontal superior: responsável pelos comportamentos sociais e pela cognição. • Giro frontal médio: responsável pelos comportamentos sociais e pela cognição. • Giro frontal inferior: dividido em três porções pelos ramos do sulco lateral, que invadem esse giro. - Região orbital: a frente do ramo anterior. Área responsável pelo processamento das emoções, supressão de comportamentos socialmente indesejáveis e manutenção da atenção. - Região triangular: entre os ramos anterior e ascendente. Área responsável pela programação da atividade motora de expressão da linguagem ex. fala e escrita. - Região opercular: entre o ramo ascendente e o sulco pré-central. Também é responsável pela programação da atividade motora de expressão da linguagem ex. fala e escrita. As regiões triangular e opercular do giro frontal inferior constituem a área de Broca, área responsável pela expressão mecânica da linguagem. Lesões na área de Broca cursam com afasia motora (ou afasia de Broca) em que o paciente apresenta, por exemplo, dificuldade de articular frases, ainda que a inervação e musculatura relacionados à fala estejam intactos. Isso acontece devido à perda da capacidade de programar a linguagem. Na maioria das pessoas, área de Broca fica localizada no hemisfério cerebral esquerdo. Entre o sulco central e o sulco pré-central há um giro perpendicular aos demais giros do lobo frontal: • Giro pré-central: região motora do lobo frontal, que contêm os neurônios motores superiores, responsáveis pela movimentação do corpo, com exceção das pernas e dos pés. 
LOBO TEMPORAL Apresenta três giros na face dorsal lateral, delimitados pelo sulco temporal superior e sulco temporal inferior.
 • Giro temporal superior: Integra a via auditiva, contêm a área auditiva secundária. • Giro temporal médio: integra a área visual secundária (via ventral). Importante na percepção de cores e reconhecimento de objetos e faces. • Giro temporal inferior: também integra a área visual secundária (via ventral). Importante na percepção de cores e reconhecimento de objetos e faces. Há outro giro do lobo temporal localizado no interior do sulco lateral, posicionado acima do giro temporal superior, denominado giro temporal transverso anterior. 
LOBO PARIETAL Apresenta dois sulcos principais: sulco pós-central e sulco intraparietal. • Giro pós-central: entre o sulco central e o sulco pós-central. É a área somestésica primária, que recebe a sensibilidade geral de todo o corpo, exceto das pernas e dos pés. As sensibilidades gerais são: dor, tato, temperatura, vibração, pressão e propriocepção consciente. O sulco intraparietal separa dois lóbulos perpendiculares ao giro pós-central: • Lóbulo parietal superior: contém áreas secundária e terciária somestésicas, ou seja, participa do complexo processamento das sensibilidades corporais. • Lóbulo parietal inferior: possui dois giros, delimitados pelas porções posteriores do sulco lateral e do sulco temporal superior, entram no lobo parietal. São eles: Giro supramarginal: contorna porção final do sulco lateral, sendo responsável por integrar informações das áreas auditiva, visual e somestésica (área somestésica terciária); determina a percepção espacial e corporal do indivíduo. Giro angular: contorna porção posterior do sulco temporal superior. Também é responsável por integrar informações das áreas auditiva, visual e somestésica (área somestésica terciária), determinando a percepção espacial e corporal. Os giros angular e supramarginal formam a área parietal posterior. Como possuem a área de esquema corporal, lesões dessas estruturas podem cursar com a síndrome de negligência, em que o paciente ignora o lado do seu corpo contralateral à lesão. Assim, ele deixa de fazer atividades cotidianas com o lado do corpo negligenciado e passa a fazer a barba apenas de um lado do rosto, colocar o sapato apenas do lado do corpo que ele reconhece, escrever apenas em um lado do papel.
LOBO OCCIPITAL O lobo occipital é um lobo pequeno, melhor delimitado na face medial do telencéfalo. É o único lobo associado completamente a apenas uma única função:o processamento da visão. LOBO INSULAR (DA ÍNSULA) O córtex da insula fica no interior do sulco lateral. Pode ser acessado ao se dissecar as porções dos lobos frontal, parietal e temporal em torno do sulco lateral. A ínsula possui diversos giros e sulcos. O sulco central da ínsula separa: • Córtex anterior da ínsula: com giros curtos. Responsável por processamento de emoções (empatia, aversão) e reconhecimento da própria imagem. • Córtex posterior da ínsula: com giros longos. Área gustativa primária, responsável pelo processamento da gustação. Observe o sulco central da ínsula, separando os giros curtos da região anterior dos sulcos longos, na parte posterior do lobo da ínsula.
Núcleos da base 
Consideram-se como núcleos da base os aglomerados de neurônios existentes na porção basal do cérebro. Sendo assim. do ponto de vista anatômico, os núcleos da base são: o núcleo caudado, o putâmen e o globo pálido, em conjunto chamados de núcleo lentiforme, o claustrom, o corpo amigdaloide, o núcleo accumbens.
Núcleo caudado: É uma massa alongada e bastante volumosa, de substância cinzenta, relacionada em toda a sua extensão com os ventrículos laterais. A cabeça do núcleo caudado funde-se com a parte anterior do putãmen. Os dois núcleos são, em conjunto, chamados de estriado, e têm funções relacionadas sobretudo com a motricidade. 
Núcleo lentiforme: Tem a forma e o tamanho aproximado de uma castanha-do-pará. Não aparece na superficíe ventricular, situando-se profundamente no interior do hemisfério. O núcleo lentiforme é dividido em putâmen e globo pálido por uma fina lâmina de substância branca O putâmen situa-se lateralmente e é maior que o globo pálido, o qual se dispõe mediaimente.
Claustrum: É uma delgada calota de substância cinzenta situada entre o córtex da ínsula e o núcleo lentiforme.
Corpo amigdaloide ou amígdala: É uma massa esferoide de substância cinzenta de cerca de 2 cm de diâmetro, situada no polo temporal do hemisfério cerebral, em relação com a cauda do núcleo caudado. Tem importante função relacionada com as emoções, em especial com o medo.
Núcleo accumbens: Massa de substância cinzenta situada na zona de união entre o putâmen e a cabeça do núcleo caudado,integrando conjunto que alguns autores chamam de corpo estriado ventral. E uma importante área de prazer do cérebro. 
CENTRO BRANCO MEDULAR DO CÉREBRO 
É fonnado por fibras mielinicas, Distinguem-se dois grupos de fibras; de projeção e de associação. o. As primeiras ligam o córtex cerebral a centros subcorticais; as segundas unem áreas corticais situadas em pontos diferentes do cérebro. Entre as fibras de associação, temos aquelas que atravessam o plano mediano para unir áreas simétricas dos dois hemisférios. Constituem as três comissuras telencefálicas: corpo caloso, comissura anterior e comissura do fórnix. As fibras de projeção se dispõem em dois feixes: o fórnix e a cápsula interna. O fómix une o córtex do hipocampo ao corpo mamilar e contribui pouco para a fonnação do centro branco medular. A cápsula interna contém a grande maioria das fibras que saem ou entram no córtex cerebral. Estas fibras formam um feixe compacto que separa o núcleo lentiforme, situado lateralmente, do núcleo caudado e do tálamo, situados mediaimente.
Correlacionar o homúnculo de pienfield com as áreas do cótex cerebral (divisões funcionais e áreas de brodman)
ÁREAS SENSITIVAS As áreas sensitivas do córtex estão distribuídas nos lobos parietal, temporal e occipital. No homem, as áreas visuais são as mais importantes e ocupam a maior parte do lobo occipital. As áreas sensitivas são divididas em áreas primárias (de projeção) e secundárias (de associação), relacionadas, respectivamente, à sensação do estímulo recebido e à percepção de características específicas desse estímulo.
 Área somestésica primária (S 1) e a área da sensibilidade somática geral, e estão localizadas no giro pós-central, que corresponde às áreas 1, 2 e 3 de Brodmann. Na área somestésica chegam radiações talâmicas que se originam nos núcleos ventral posterolateral e ventral posteromedial do tálamo e trazem, por conseguinte, impulsos nervosos relacionados a temperatura, dor, pressão, tato e propriocepção consciente da metade oposta do corpo. Para representar essa somatotopia, Penfield e Rasmussen imaginaram um ' homúnculo sensitivo' de cabeça para baixo no giro pós-central. Lesões da área somestésica podem ocorrer, por exemplo, como consequência de acidentes vasculares cerebrais que comprometem as artérias cerebral média ou cerebral anterior. Há, então, perda da sensibilidade discriminativa do lado oposto à lesão. O doente perde a capacidade de discriminar dois pontos, perceber movimentos de partes do corpo ou reconhecer diferentes intensidades de estímulo.
Área somestésica secundária (S2) Esta área situa-se no lobo parietal superior, logo atrás da área somestésica primária, e corresponde à área 5 e parte da área 7 de Brodmann. Sua lesão causa agnosia tátil, ou seja, incapacidade de reconhecer objetos pelo tato. 
ÁREA MOTORA: As eferências motoras do córtex cerebral se originam principalmente da parte anterior de cada hemisfério cerebral. A área motora primária (área 4), é a mais importante, localizada no giro pré-central do lobo frontal. Um “mapa” de todo o corpo está presente na área motora primária: cada região controla as contrações voluntárias de músculos específicos ou de grupos musculares. Estímulos elétricos em qualquer ponto da área motora primária causam a contração de fibras musculares esqueléticas específicas no lado oposto do corpo. A área de Broca (áreas 44 e 45) o planejamento e a produção da fala ocorrem no lobo frontal esquerdo na maior parte dos indivíduos, os impulsos nervosos originados nessa área passam para as regiões pré-motoras e as contrações coordenadas dos músculos relacionados com a fala e a ventilação.
ÁREA ASSOCIATIVA: São formadas por grandes regiões dos lobos occipitais, parietais e temporais e dos lobos frontais anteriormente às áreas motoras. As áreas associativas estão conectadas entre si por tratos associativos.
De forma geral, as principais áreas, além das já citadas são: ÁREA 9, 10, 46 = Área terciária, área pré-frontal, relacionada com a tomada de decisões, e integração das áreas do córtex.
ÁREA 17= Local onde as informações visíveis chegam ao lobo occipital. 
ÁREA 41, 42= Giros temporais transversos, córtex acústico primário, informações auditivas. 
HOMÚNCULO DE PENFIELD Áreas específicas do córtex cerebral recebem influxos sensitivos somáticos de partes específicas do corpo (giro pós-central). Outras áreas do córtex cerebral fornecem efluxos na forma de instruções para o movimento de partes específicas do corpo (giro pré-central). Cada região do giro pré-central controla uma parte específica do corpo.
Localizado na junção do lobo parietal com o frontal, correspondendo as áreas 1,2 e 3 de brodman.
Compreender o metabolismo do glicose no SNC
A distribuição e o metabolismo da glicose sistêmica em condições basais, fisiológicas em indivíduos normais e característica. Na ausência de cetose (jejum, diabetes e ingesta de etanol), a glicose é o único substrato utilizado pelo encéfalo3 7 na manutenção de suas funções, essenciais para a existência do indivíduo. O consumo cerebral de glicose é calculado em 150 g/dia, correspondendo a cerca de 2/3 da produção hepática. A estreita relação entre metabolismo e função não é, certamente, peculiar ao encéfalo. Ela é característica de todas as células vivas. O que é particular ao cérebro, é sua dependência à disponibilidade, momento a momento, ou seja, sua necessidade constante, de substratos para a manutenção energética de suas funções. Além de situações em que ocorre compensação adequada, como no jejum prolongadoe stress moderado, insultos como a anóxia ou hipoglicemia limitam o metabolismo encefálico, com instalação rápida de falência energética e lesão por vezes irreversível. A maior parte da glicose captada por mecanismos de transporte insulino independentes (£ 80%), em situações de euglicemia, ocorre no sistema nervoso central (SNC). Em situações de hiperglicemia, ocorre aumento na disposição de glicose no músculo esquelético e não no SNC, pois a captação de glicose encefálica é saturada, em seus níveis fisiológicos.
Entender as consequências do envelhecimento para o SNC
Apesar de a neurobiologia do envelhecimento cerebral não ser ainda totalmente conhecida, pode-se afirmar que possui uma natureza multifatorial, impactada pelo aumento do estresse oxidativo (decorrente do desequilíbrio entre agentes oxidantes e antioxidantes devido ao excesso de radicais livres) e níveis de inflamação crônica que contribuem para o declínio cognitivo, bem como mudanças no metabolismo da glicose que inferem na diminuição da absorção neuronal de glicose e alterações na função das mitocôndrias. Ainda, outros fatores que se correlacionam com o declínio cognitivo são as alterações neuroinflamatórias que envolvem ativação microglial e nível elevado de citocinas inflamatórias. O declínio no desempenho cerebral tende a manifestar-se mais rapidamente a partir dos 50 anos de idade e é provocado por modificações no sistema nervoso central que incluem: alterações neuroanatômicas (atrofia cerebral, morte neuronal), alterações na neurotransmissão (declínio na transmissão colinérgica, diminuição da síntese dopaminérgica, diminuição da síntese de catecolaminas); alterações neurofisiológicas (diminuição do fluxo sanguíneo cerebral), entre outras. O envelhecimento também acarreta a redução do comprimento dos axônios, que estão relacionados à substância branca e permitem a comunicação e coordenação da atividade de diferentes áreas encefálicas. As micróglias, por exemplo, as células imunológicas do cérebro, atuam em resposta à inflamação sistêmica e a diversos estressores fisiopatológicos, além de contribuir para a integridade da barreira hematoencefálica, estrutura essa que, devido à senescência celular, sofre comprometimento de suas funções, fazendo com que citocinas inflamatórias adentrem ao cérebro. Consequentemente, essas citocinas levam danos as celulas neuronais e glias, possivelmente causando doenças relacionadas a idade. O envelhecimento neuronal está atrelado a diversas alterações morfológicas dos neurônios, em que se pode citar a diminuição em seu tamanho, diminuição nas espinhas dendríticas, comprometimento da comunicação entre os neurônios, além de ocorrência de processos inflamatórios, estresse oxidativo e alteração na biodisponibilidade de neurotransmissores. Há evidências de que os receptores AMPA (amino-3 hidroxi-5-metil-4 isoxazolproprionato), os quais estão envolvidos com a memória, aprendizagem e plasticidade sináptica, sofrem redução na quantidade disponível ao decorrer do envelhecimento. Uma das correntes destas hipóteses centra-se na idéia de que o envelhecimento é resultado do acúmulo passivo de alterações nos ácidos nucléicos das células (MORA e PORRAS, 1998). Um dos principais processos para estas alterações no DNA seria a acumulação de moléculas danificadas por radicais livres, os quais são formados através de complexas reações químicas que quebram as moléculas livres de oxigênio (O2) formando moléculas simples deste elemento químico (O2) que são altamente reativas e tendem a ligar-se com quaisquer outras moléculas que encontrem, o que é prejudicial ao sistema nervoso, pois segundo conclusão do estudo de Giovannelli et al. (2003), este sistema é altamente vulnerável ao dano oxidativo. O aumento no número de radicais livres nas células do sistema nervoso pode ocorrer em função vários fatores, dos uais, segundo Bernhardi M. (2005), destacam-se: o alto consumo de oxigênio pelo cérebro (cerca de 20% de todo oxigênio consumido, segundo Hayflick (1997)), a dependência do metabolismo aeróbio de carboidratos, a complexa formação lipídica em suas membranas e a diminuição da capacidade de eliminar estas moléculas de radicais livres, ou seja, a diminuição dos mecanismos antioxidantes, a qual é talvez um dos fatores mais influentes. O acúmulo de radicais livres é ainda responsável pela aglomeração de pigmentos (lipofucsina) nas células, pela formação de placas neuríticas, e responsável por determinadas ligações cruzadas capazes de afetar o DNA. Estas ligações cruzadas com o processo de envelhecimento tendem a aumentar seu número, afetando a ligação entre algumas proteínas, dentre elas o colágeno, impedindo processos metabólicos através da obstrução da passagem de nutrientes e resíduos para dentro e fora da célula. Contudo, as ligações cruzadas são, provavelmente, mudanças bioquímicas relacionadas à idade. O acúmulo de erros no DNA pode se dar não somente pela ação dos radicais livres, mas também em virtude da transcrição do DNA em RNA não ocorrer com total confiabilidade, gerando assim certos erros que dão lugar a proteínas não funcionais. Apesar dos níveis de erro nesta transcrição parecerem não aumentar com a idade (MORA e PORRAS, 1998), Lent (2001), relata que essas sucessivas mutações, espontâneas ou provocadas ao longo da vida, acabariam por esgotar os genes redundantes a determinados fenótipos, gerando assim a degeneração morfofuncional do sistema nervoso interligada ao envelhecimento. A Atividade física pode ser considerada um fator moderador destas alterações, atuando de forma positiva em diversas delas. Os exercícios de caráter aeróbio parecem ser os que surtem efeitos mais positivos, contudo a combinação destes, com exercícios de força e flexibilidade parece possuir efeitos mais positivos ainda. A discussão deste assunto reflete a existência de uma forte correlação, entretanto há autores que a questionam. Contudo, encontram-se, na literatura, pistas substanciais que indivíduos fisicamente ativos possuem uma melhor performance cognitiva, e um envelhecimento cerebral mais saudável do que indivíduos inativos. Todavia, os mecanismos que atuam nas entrelinhas, os por quês, dos efeitos provocados pelo exercício físico na saúde cerebral permanecem não totalmente desvendados, estando ainda à espera de sua total elucidação. Em virtude disso mais pesquisas que visem esclarecer esta complexa relação devem ser realizadas, inclusive analisando a interferência do modo, intensidade, freqüência e tempo de treinamento físico na magnitude da resposta no cérebro.

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